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Semiologia do Membro Inferior

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69
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Unidade III
Nesta unidade, vamos analisar o membro inferior, abordando o complexo articular do quadril, joelho, 
tornozelo e pé. A articulação do quadril é de suma importância pelo seu papel na locomoção e, em 
conjunto com as outras articulações do membro inferior, como joelho, tornozelo e pé, é essencial no 
suporte de peso. Aqui, também veremos a inspeção, a palpação, a perimetria, os testes especiais e a 
avaliação da força muscular.
5 COMPLEXO ARTICULAR DO QUADRIL
5.1 Descrição
A articulação do quadril é uma das mais importantes do corpo devido ao seu papel na locomoção. É a 
segunda maior articulação de suporte de peso do corpo, após a articulação do joelho. É uma articulação 
sinovial de bola e soquete formada entre os ossos do fêmur e da pelve (VOLPON, 2016).
As funções da articulação do quadril são cruciais para a independência funcional do indivíduo 
(BIRRELL et al., 2000), e, quando temos alguma disfunção nessa articulação, ocorrem alguns sintomas, 
principalmente dor, nas regiões demarcadas na figura adiante, além de alterações na amplitude de 
movimento (ADM) e na marcha (VOLPON, 2016).
O quadril pode ser um desafio ao avaliador, pois, diferentemente de outras articulações, a articulação 
não é prontamente palpável, e deve-se realizar diversos testes e manobras provocativas para identificar 
alterações intra-articulares ou extra-articulares (HOPPENFELD, 1987).
Figura 51 – Regiões para avaliação: (A) crista ilíaca; (B) tuberosidade isquiática; 
(C) espinha ilíaca anterossuperior; (D) tubérculo púbico; (E) 1/3 proximal da coxa
Os distúrbios da articulação do quadril frequentemente não são detectados, levando ao 
desenvolvimento de distúrbios secundários. Com uma abordagem cuidadosa e com técnicas de exame 
metódico, a maioria dos problemas nas articulações do quadril pode ser detectada, e uma estratégia de 
70
Unidade III
tratamento adequada pode ser implementada com base em um diagnóstico preciso. Também pode ser 
estabelecido um prognóstico (BYRD, 2007).
Uma parte muito importante da avaliação é a história do paciente. Quando falamos de quadril, existe 
uma série de distúrbios que podem resultar em determinadas disfunções. A história pode ser igualmente 
variada quanto ao início, à duração e à gravidade dos sintomas. Comumente, a história de um evento 
traumático significativo é um bom indicador prognóstico de um problema potencialmente corrigível; 
já o início insidioso dos sintomas é um indicador de mau prognóstico e sugere doença degenerativa 
subjacente ou alguma predisposição à lesão. Porém, mesmo sob essas circunstâncias, é necessário ser 
cauteloso, pois a suscetibilidade subjacente da articulação ao dano pode existir, e, novamente, um 
prognóstico pode ser incerto (BYRD; JONES, 2004).
Muitas vezes, a causa pode ser multifatorial, incluindo idade, rigidez do esporte e morfologia das 
articulações. A estratégia de gerenciamento também pode ter muitos aspectos a serem abordados. 
Talvez nem todos os fatores possam ser identificados ou corrigidos, mas a avaliação deve ser completa.
Itens para o questionário de triagem clínica:
• idade;
• sexo;
• queixa principal do paciente;
• histórico de doença infantil no quadril;
• histórico de hipermobilidade ou hipomobilidade;
• esporte ou atividade;
• tempo de prática esportiva;
• histórico de traumas, câncer;
• dor aguda na região da virilha?
• a dor melhora ao descansar em uma posição confortável?
Anormalidades ósseas, frouxidão ligamentar local ou global, distúrbios do tecido conectivo e 
natureza da atividade física do paciente são fatores de risco para a patologia da articulação do quadril 
(ENSEKI et al., 2014).
Entre os sintomas no quadril, o mais comum é a dor, e a localização da dor pode nos dizer sobre qual 
patologia pensar, como no esquema da figura seguir (BYRD, 2007):
71
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 52 – Mapa da dor: (A) compartimento posterior; (B) compartimento lateral; 
(C) compartimento anterior; (D) compartimento medial
Pensando no exame do quadril doloroso, temos um estudo (BYRD; JONES, 2004) que demonstrou que 
a avaliação clínica pode ser confiável em até 98% na detecção da presença de um problema intra-articular. 
No entanto, o exame da região do quadril pode ser bastante complexo devido à patologia coexistente 
– por exemplo, uma disfunção secundária ou achados coincidentes. Entre os atletas, pode ocorrer uma 
incidência significativa de patologia do quadril e pubalgia atlética concomitante (BYRD, 2007).
Podemos dividir a dor do paciente em dor intra-articular e extra-articular. Na dor intra-articular, o 
paciente pode referir o sinal do C, muito comum em pacientes com síndrome do impacto femoroacetabular, 
ou apontar o dedo na região da virilha. O paciente também pode ter alguns testes especiais positivos, 
descritos adiante, como o leg roll, além do teste de Fadir (FERNANDEZ et al. 2014).
A articulação do quadril recebe inervação dos ramos de L2 a S1 do plexo lombossacral, 
predominantemente L3. Consequentemente, os sintomas do quadril podem ser encaminhados ao 
dermátomo de L3, explicando a presença de sintomas referidos na região da coxa anterior e medial, 
irradiando distalmente ao nível do joelho. A patologia intracapsular do quadril quase sempre tem um 
componente de dor anterior no quadril. Uma sensação de desconforto lateral profundo ou dor posterior 
pode estar presente, mas, geralmente, apenas em conjunto com um componente anterior predominante 
(BYRD, 2007).
Figura 53 – Sinais clínicos informados por pacientes com dor intra-articular: 
(A) sinal trocantérico do C; (B) sinal de triangulação; (C) sinal de ponto
Já nas dores extra-articulares, os pacientes irão referir dores entre as regiões laterais, representando 
a região abdutora e as regiões de inserção tendíneas no trocânter maior. As trocanterites vêm 
acompanhadas de outros sintomas, como a dificuldade de dormir sobre o lado acometido. A região 
72
Unidade III
medial pode ser representada pelos adutores, pelas tendinites, pelas lesões musculares ou pubalgias. Na 
região posterior, quando a dor é maior na região glútea profunda, podemos suspeitar de síndrome do 
piriforme e utilizar testes especiais para a confirmação. Para dor na região do ísquio, podemos pensar 
em impacto isquiofemoral. Dor na região posterior ou anterior da coxa pode indicar lesão muscular, de 
acordo com a história do paciente. Na dor extra-articular, a palpação é a grande aliada para identificar 
os pontos dolorosos, mas, para isso, é importante rever a anatomia.
O local da dor, somado à história e à queixa do paciente, vai direcionar o terapeuta ao tratamento. 
Indicam um problema mecânico do quadril (BYRD, 2007):
• piora de sintomas com o aumento de atividades;
• piora ao realizar movimentos de torção, rotação e mudança de direção;
• dor ao se levantar da posição sentada;
• dificuldade em subir e descer escadas;
• sintomas ao entrar/sair de um automóvel;
• dispareunia;
• dificuldade em amarrar sapatos e colocar meias.
5.2 Exame físico
Inspeção
A inspeção se inicia assim que o paciente entra na sala de atendimento. É importante avaliar como 
ele anda e se existe alguma variação na marcha, pois, como dito, alterações no quadril comumente 
levam a alterações na marcha (BYRD; JONES, 2004). Também é importante avaliar se visualmente 
existe alguma discrepância de membros (nos casos em que existem doenças do desenvolvimento 
pré-existentes, artroses severas ou algum trauma ortopédico na região de quadril). Se houver a 
suspeita de discrepância de membros, devem ser realizadas as medidas de comprimento de membros, 
como veremos neste tópico (MAGEE, 2010).
A região a ser examinada deverá estar descoberta, respeitando-se o pudor do paciente (shorts), 
para observar possíveis cicatrizes e/ou aderências, alterações musculares (hipotrofias, hipertrofias), 
assimetrias e alterações posturais (HOPPENFELD, 1987).
Na inspeção, a parte mais importante são a postura e a marcha. A posturado paciente é observada 
tanto na posição de pé quanto na posição sentada. Qualquer manobra de imobilização ou proteção ao 
quadril pode ser observada; por exemplo, parar com flexão do quadril envolvido e, concomitantemente, 
o joelho ipsilateral é comum.
73
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 54 – Postura antálgica
É necessário avaliar:
• inclinação pélvica (inclinação anterior, neutra ou posterior);
• postura sayback;
• hipotrofias musculares;
• cicatrizes e aderências;
• presença de claudicação;
• suspeita de discrepância de membro.
Palpação
A palpação normalmente não é reveladora em relação a áreas específicas de desconforto associadas 
a uma fonte intra-articular de sintomas do quadril. O avaliador deve estar familiarizado com a anatomia 
topográfica e profunda, a fim de correlacionar as estruturas que estão sendo palpadas. Um estudo da 
anatomia faz a diferença quando falamos dessa parte (MAGEE, 2010).
74
Unidade III
A palpação é realizada para identificar possíveis pontos dolorosos (pontos gatilhos) na musculatura 
que podem estar ativos ou latentes, regiões de edemas, deformidades ósseas, alterações do tônus e do 
trofismo da musculatura (BYRD, 2007).
A palpação no quadril é utilizada mais para avaliar outras fontes potenciais de dor no quadril do que 
a própria articulação. É importante ser sistemático, apalpar a coluna lombar, as articulações sacroilíacas, 
o ísquio, a crista ilíaca, o aspecto lateral do trocânter maior e a bursa trocantérica, os ventres musculares 
e até mesmo a sínfise púbica. Cada um deles pode suscitar informações sobre uma fonte potencial de 
sintomas do quadril (MAGEE, 2010).
Figura 55 – Palpação de região de quadril
Figura 56 – Regiões para palpação de região de quadril: (a) espinha ilíaca ântero-superior; 
(b) crista ilíaca; (c) trocânter maior; (d) sínfise púbica; (e) tuberosidade isquiática; 
(f) nervo ciático; (g) ligamento inguinal; (h) espinha ilíaca posterossuperior; 
(i) pulso da artéria femoral
São importantes os seguintes pontos anatômicos de referência:
• espinha ilíaca ântero-superior;
• crista ilíaca;
• espinha ilíaca posterossuperior;
• trocânter maior.
75
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• sínfise púbica;
• tuberosidade isquiática;
• nervo ciático;
• ligamento inguinal.
Vamos conhecer, a seguir, os pontos importantes para a palpação.
Vista anterior:
Figura 57 – Regiões para palpação na vista anterior do quadril: (a) reto femoral; 
(b) sartório; (c) tensor da fáscia lata; (d) adutor magnus; (e) iliopsoas
Vista lateral:
Figura 58 – Regiões para palpação na vista lateral do quadril: 
a) trocânter maior; (b) glúteo médio; (c) tensor da fáscia lata
76
Unidade III
Vista posterior:
Figura 59 – Regiões para palpação vista posterior: (a) glúteo máximo; (b) piriforme; 
(c) bíceps femoral; (d) semitendíneo; (e) semimembranaceo; (f) adutor magno
Vista medial:
Figura 60 – Regiões para palpação na região medial: (a) adutor longo; 
(b) pectíneo; (c) grácil; (d) reto femoral; (e) sartório
 Observação
Para quantificar a evolução do paciente e identificar alterações 
funcionais, qualidade de vida e dor, existem métodos de avaliação clínica 
traduzidos para a língua portuguesa mais empregados nas doenças 
degenerativas do quadril: Western Ontario and McMasters Universities 
77
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Osteoarthritis Index (Womac); Índice Algofuncional de Lequesne e Harris 
Hip Score).
Esses são métodos voltados para pacientes portadores de osteoartrose 
moderada a grave, que apresentam grande limitação da capacidade física 
(OLIVEIRA et al., 2014).
Mobilidade articular
A redução da amplitude costuma ser um bom indicador da extensão da doença e da resposta ao 
tratamento; por isso, deve ser avaliada tanto ativamente (solicitando que o paciente faça os movimentos) 
quanto passivamente. A amplitude de movimento pode ser mensurada através do goniômetro manual. 
Na tabela a seguir, temos as amplitudes normais de cada movimento e como deve ser mensurado 
(MARQUES, 2003).
Tabela 1 – Valores em graus dos movimentos da articulação do quadril normal
Articulação Movimento Graus de movimentos
Quadril
Flexão 0 – 125
Extensão 0 – 10
Adução 0 – 15
Abdução 0 – 45
Rotação medial 0 – 45
Rotação lateral 0 – 45
Fonte: Marques (2003, p. 70).
Vejamos cada um dos movimentos:
• Flexão: consiste em levar a coxa em direção anterior, de encontro ao abdome.
• Abdução: consiste em afastar o membro inferior da linha média.
• Adução: consiste em cruzar a linha média com o membro inferior.
• Extensão: é feita com o paciente em decúbito ventral, elevando-se a coxa da superfície da mesa 
de exame, mantendo o joelho levemente fletido.
• Rotação interna: paciente em sedestação – realizar rotação interna da coxa. O teste pode ser 
feito com o quadril em posição neutra e o paciente deitado.
• Rotação externa: paciente em sedestação – realizar rotação externa da coxa. O teste pode ser 
feito com o quadril em posição neutra e o paciente deitado.
78
Unidade III
(A)
(D)
(B)
(E)
(C)
(F)
Figura 61 – Avaliação da mobilidade articular: (A) flexão; (B) rotação interna; 
(C) rotação externa; (D) abdução; (E) adução; (F) extensão
Discrepância de membros
A diferença de comprimento entre os membros inferiores é uma situação relativamente comum na 
clínica ortopédica diária. Na prática, o que mais se utiliza nessas avaliações são as mensurações com 
fitas métricas.
O método clínico direto mede a distância (usando uma fita métrica) entre dois pontos anatômicos 
enquanto o paciente se mantém deitado em decúbito dorsal. Alguns autores descobriram que a medida 
direta – pela média da distância de duas medidas de fita entre a espinha ilíaca ântero-superior e o 
maléolo medial, que é a medida real do membro – tem validade e confiabilidade aceitáveis quando 
usada como ferramenta de triagem para avaliar discrepância de membros, com uma estimativa de erro 
de ± 8,6 mm. Além disso, medidas repetidas pelo mesmo examinador conflitam em 12% no diagnóstico 
do lado com o membro mais curto (NEELLY; WALLMANN; BACKUS, 2013).
Embora existam métodos seguramente mais fidedignos para a medição dos membros, como 
as muitas variações radiográficas ou tomográficas, muitas vezes, esses não estão disponíveis nos 
serviços ou são de custo elevado. Outro teste clínico que pode ser usado é o teste de discrepância 
anatômica já citado.
Os membros devem ser medidos da espinha ilíaca anterossuperior até o maléolo medial. Discrepâncias 
significativas no comprimento dos membros (maiores que 1,5 cm) podem estar associadas a uma 
variedade de condições crônicas.
79
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 62 – Avaliação da discrepância dos membros
Perimetria
A circunferência da coxa não é uma medida muito precisa, mas pode refletir condições crônicas e 
atrofia muscular (BYRD, 2007).
A circunferência da coxa deve ser medida em uma posição fixa, tanto para a consistência da medida 
dos membros afetados e não afetados quanto para a consistência das medidas nos exames subsequentes.
Uma fita métrica deve ser colocada na região da espinha ilíaca anterossuperior em direção ao centro 
da patela. Uma distância selecionada abaixo da espinha ilíaca anterossuperior é marcada (tipicamente 
18 cm). A circunferência da coxa é registrada nessa posição fixa (BYRD, 2005).
(B)(A) (C)
Figura 63 – Avaliação da perimetria
5.3 Avaliação da força muscular
Se houver suspeita de lesão em um grupo muscular específico, a contração resistida deve reproduzir 
sintomas localizados. A amplitude de movimento ativa e a amplitude de movimento ativa resistida 
também podem reproduzir sintomas no músculo (BYRD, 2007).
80
Unidade III
Também é possível usar um teste muscular manual, que pode ser considerado um subjetivo 
(BOHANNON, 1995), além de outros métodos manuais de avaliação com o dinamômetro e da avaliação 
isocinética, mas, na clínica, o teste muscular manual pode ser empregado.
O teste muscular manual constitui uma tentativa de determinara capacidade de o indivíduo 
contrair um músculo ou um grupo muscular voluntariamente. Duas posições de teste são: gravidade 
minimizada (GM) e contra a gravidade (AG). O método de Kendall testa os músculos isometricamente 
(KENDALL, 1995).
Seguimos o posicionamento em decúbito ventral para extensão, decúbito lateral para adutor, perna 
inferior, e abdutor, perna superior. Em decúbito dorsal, testamos os flexores de quadril; existe ainda a 
possibilidade de se realizar sentado na beirada da maca. As rotações podem ser testadas em decúbito 
ventral contra a resistência do terapeuta (MAGEE, 2010).
A) B) C) 
Figura 64 – Avaliação da força muscular
Quadro 5 – Classificação de força muscular
Graus de força muscular Descrição
5: Normal Mobilidade completa contra a resistência acentuada e contra a ação da gravidade.
4: Boa Mobilidade integral contra a ação da gravidade e de certo grau de resistência.
3: Regular Movimentos de amplitude normal contra a ação da gravidade.
2: Fraca Mobilidade em todos os sentidos normais, com eliminação da gravidade.
1: Resquício Sinais de discreta contratilidade, sem movimento articular.
0: Sem atividade Não se observam sinais de contração muscular.
Fonte: Kendall e McCreary (2005, p. 113).
 Observação
Podemos avaliar a dor no quadril em indivíduos jovens e fisicamente 
ativos através do questionário de avaliação do quadril Hip Outcome Score 
ou I-hot 33 (OLIVEIRA et al., 2014).
81
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
5.4 Testes especiais
Os testes especiais incluem manobras usadas para definir outras fontes de sintomas, bem como 
aquelas usadas para definir sintomas localizados no quadril (BYRD, 2007).
Os testes especiais são para fins confirmatórios de uma hipótese diagnóstica; não devem ser usados 
somente para formar um diagnóstico. Os resultados desses testes são utilizados em conjunto com outros 
achados clínicos da avaliação para conduzir o avaliador. Ambos os lados devem ser testados para fins de 
comparação. Durante a avaliação, somente os testes que o examinador considera necessários devem ser 
realizados. Quando um teste é positivo, ele sugere que exista um problema. Entretanto, quando o teste 
é negativo, ele não necessariamente descarta a existência de um problema (MAGEE, 2010).
Sinal de Trendelenburg
O sinal de Trendelenburg indica fraqueza do músculo glúteo médio durante a sustentação de 
peso unilateral. Essa posição produz forte contração do glúteo médio, que é poderosamente ajudado 
pelo glúteo mínimo e pelo TFL, com o objetivo de manter a pelve estabilizada (horizontal). Durante 
a marcha, quando o peso do corpo é sustentado pelo pé direito, os abdutores do quadril direito 
contraem-se isométrica e excentricamente para impedir o lado esquerdo da pelve de ficar puxado 
para baixo. O avaliador deve ficar atrás do paciente.
É solicitado ao paciente que se posicione de pé em um só membro por cerca de 30 segundos, sem segurar 
em nada. É observado se a pelve permanece nivelada. Caso permaneça nivelada, o resultado do teste é 
negativo. Um sinal de Trendelenburg positivo é indicado se, durante a sustentação de peso unilateral, a pelve 
pender em direção ao membro não sustentado. Testa-se a musculatura abdutora do membro apoiado. Uma 
série de disfunções pode produzir esse sinal; essas incluem paralisia do nervo glúteo superior, hérnia de disco 
lombar, fraqueza do glúteo médio e degeneração avançada do quadril (MAGEE, 2010).
(A) (B) (C)
Figura 65 – Sinal de Trendelenburg
Teste de Fadir
O teste de rotação interna da flexão-adução serve para avaliar a possível presença de patologia 
intra-articular. O médico movimenta passivamente a perna do paciente posicionado em decúbito dorsal 
82
Unidade III
para, aproximadamente, 90° da flexão do quadril e do joelho. A perna é, então, aduzida passivamente 
e girada internamente, com sobrepressão para ambos os movimentos. A reprodução da dor na virilha é 
concordante com o sintoma do paciente.
Figura 66 – Teste de Fadir
Teste de Patrick/Fabere
O teste de Fabere significa flexão, abdução e rotação externa. É um teste de triagem para disfunção 
em muitos lugares, mas principalmente da articulação sacroilíaca. Também para disfunções do quadril 
ou espasmo do iliopsoas. O paciente fica em decúbito dorsal, e o fisioterapeuta coloca o pé do membro 
testado no topo do joelho da perna oposta, formando um 4 com o membro do paciente. O avaliador 
abaixa lentamente a perna testada em abdução, na direção da mesa de exame. Um teste positivo resulta 
em dor e/ou perda de movimento quando comparado com o lado não envolvido.
O teste é negativo quando o joelho do membro inferior testado abaixa até a mesa de exame. Quando 
positivo, o teste indica que pode haver comprometimento da articulação do quadril, espasmo do iliopsoas 
ou comprometimento da articulação sacrilíaca. Quando o teste é positivo, o membro do paciente pode 
não ter mobilidade para que o joelho encoste na mesa de avaliação, e o paciente pode referir dor na 
região sacrilíaca ou na região inguinal. Outro nome para esse teste é teste de Jansen (MAGEE, 2010). 
Fazer o paciente demonstrar a localização da dor com esse teste ajuda na sua interpretação.
Figura 67 – Teste de Patrick/Fabere
83
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Teste log roll
O teste log roll é mais específico para a patologia do quadril. Com o paciente em decúbito dorsal, 
realizando suavemente a rotação da coxa internamente e externamente, move-se a superfície articular 
da cabeça femoral em relação ao acetábulo, mas não estressa nenhuma das estruturas extra-articulares 
circundantes (BYRD, 2007).
(A) (B)
Figura 68 – Teste log roll
Teste de Thomas
O teste de Thomas original foi projetado para testar a flexibilidade do complexo do iliopsoas. O teste 
original envolve o posicionamento do paciente em dorsal, com um joelho flexionado abraçado junto ao 
corpo, no ponto onde a coluna lombar começa a flexionar. O avaliador observa se a coxa do membro 
contralateral mantém o contato com a superfície da mesa. Se a coxa estiver erguida da superfície da 
maca, o teste é positivo. O resultado positivo indica redução da flexibilidade dos músculos reto femoral, 
iliopsoas ou ambos (MAGEE, 2010).
Figura 69 – Teste de Thomas
Teste de Ober
O teste de Ober é usado para avaliar a rigidez do trato iliotibial e do tensor da fáscia lata. O paciente 
é colocado na posição de decúbito lateral, com o quadril do lado superior a ser testado. É realizada uma 
leve flexão e abdução, com o joelho da perna testada flexionado. O teste é considerado positivo quando 
a perna não consegue abaixar (MAGEE, 2010).
84
Unidade III
(A) (B)
Figura 70 – Teste de Ober
Teste do músculo piriforme
O teste Fair é um teste sensível e específico para detecção de irritação do nervo ciático pelo piriforme. 
Fair significa flexão, adução e rotação interna. Também é conhecido como teste piriforme. Pode existir 
a compressão do nervo isquiático pelo músculo piriforme. Assim, o paciente é posicionado em decúbito 
lateral, com o quadril testado virado para o lado de cima. Passivamente, deve-se mover o quadril do 
paciente em flexão (90 graus), adução e rotação interna. O examinador estabiliza o quadril e aplica 
uma pressão para baixo no joelho para girar internamente e aduzir o quadril, colocando o piriforme em 
um trecho que comprime o nervo ciático. Um teste positivo ocorre quando a dor é produzida na área 
ciática/glútea (KIRSCHNER; FOYE; COLE, 2009).
Figura 71 – Avaliação do músculo piriforme
Teste de discrepância anatômica
O teste de discrepância anatômica foi criado para triar ou confirmar a discrepância de membros 
e é realizado com o paciente deitado em decúbito dorsal. Com os membros inferiores estendidos, o 
terapeuta mede das espinhas ilíacas anteroinferiores até o maléolo medial (medida real) e do umbigo 
até o maléolo medial (medida aparente). O teste é positivo se houver uma diferença nas medidas dos 
membros inferiores (MMII). Até 1,5 cm não é considerado patológico para os pacientes (MAGEE,2010).
85
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
(A) (B)
Figura 72 – Teste de discrepância anatômica; A) Medida aparente da cicatriz umbilical ao maléolo medial; 
B) Medida real da espinha ilíaca anterossuperior até o maléolo medial
 Saiba mais
Para complementar seu estudo, sugerimos o site da Sociedade Brasileira 
de Quadril (SBQ), que possui diversas informações de patologias, processos 
cirúrgicos e reabilitação da articulação do quadril:
https://www.sbquadril.org.br/
 Observação
Os testes funcionais são realizados com o objetivo de avaliar o equilíbrio, o 
controle motor e a força muscular. São testes clínicos voltados para o indivíduo 
que quer começar uma atividade física ou está retornando após ter sofrido 
alguma lesão e gostaria de saber como está sua capacidade muscular de 
membros inferiores. Os testes podem ser aplicados desde em atletas até idosos.
Para os atletas ou adultos jovens, os mais utilizados para avaliar o 
controle neuromuscular do quadril e das estruturas musculares circundantes 
são o teste de agachamento unipodal e o teste step-down. O agachamento 
profundo e o hop test também podem ser utilizados.
Para os demais indivíduos, podemos utilizar os testes funcionais, como 
o teste de caminhada de 6 minutos, o teste de sentar e levantar da cadeira 
em 30 segundos e o timed up and go (POWERS, 2010).
6 COMPLEXO ARTICULAR DO JOELHO
6.1 Descrição
Caracterizada como uma articulação do tipo gínglimo ou dobradiça, a articulação do joelho possui 
extrema importância funcional e dinâmica nas nossas atividades diárias.
86
Unidade III
Podemos considerar, em sua consistência, a interação dinâmica entre os compartimentos ósseos 
do fêmur distal e da tíbia proximal, formando a articulação tibiofemoral, bem como a conexão entre a 
tróclea do fêmur e a face articular da patela, que formará a articulação patelofemoral.
Funcionalmente, é possível dizer que a articulação do joelho trabalha em dois planos, permitindo os 
movimentos de flexão, extensão, rotação medial e rotação lateral. Porém, estudos biomecânicos acabam 
nos mostrando o momento adutor e abdutor do joelho, proporcionando, assim, o famoso e prontamente 
discutido varo e valgo do joelho, respectivamente.
Devido às suas peculiaridades anatômicas, faz-se necessário um entendimento mais apurado da 
articulação do joelho, sendo suas estruturas passivas e ativas, e de como elas se comportam durante as 
atividades funcionais e, consequentemente, em situações patológicas.
Dessa forma, neste tópico, iremos discutir maneiras de identificação das estruturas do joelho e como 
avaliá-las passivamente e da forma ativa, a fim de formular um raciocínio clínico e, posteriormente, o 
tratamento fisioterapêutico.
Anamnese
Para dar a direção inicial da avaliação, a anamnese é de extrema importância durante o processo 
avaliativo. Devemos estar atentos às diversas condições que nosso paciente pode apresentar e sugestionar 
no início de um raciocínio clínico.
Devemos iniciar pela coleta da história pregressa e atual, atentando-nos a possíveis mecanismos de traumas, 
ao período de manifestação dolorosa e, principalmente, a como tais sintomas se exacerbam ou melhoram.
No quadro a seguir, podemos identificar alguns pontos relevantes que devem ser questionados 
durante o processo avaliativo:
Quadro 6 – Variáveis e características na anamnese
Variável Características
Dados gerais e antropométricos Idade, sexo, altura, peso
HMPA
Início dos sintomas
Mecanismo de trauma
Limitações funcionais
Características dolorosas
Intensidade e local
Características específicas
Períodos de manifestações
Atividades provocativas
Atividade física/esportiva e laboral
Especificidade
Intensidade
Afastamento?
87
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
6.1.1 Exame físico
Inspeção e observação
Como toda e qualquer avaliação física fisioterapêutica, devemos iniciar pela inspeção da articulação 
envolvida. Dessa forma, vale salientar a atenção do fisioterapeuta para verificar características 
importantes, como as estruturas anatômicas em si e, posteriormente, outras características que possam 
estar fora do contexto anatômico considerado normal.
Em um sentido mais amplo e generalizado, devemos começar a inspecionar possíveis alterações de 
coloração, hematomas, edema e até mesmo aspectos cicatriciais (se forem presentes), verificando junto 
a isso o trofismo muscular e as demais características anatômicas.
Figura 73 – Vista anterior e posterior do joelho
Pressupondo a condição clínica na qual o paciente se encontra, podemos dividir a inspeção em alguns 
pontos, sendo executada com o paciente em diferentes posicionamentos. Pode ser iniciada em decúbito 
dorsal, vistoriando a região anterior e as extremidades do joelho (compartimento medial e lateral), e, depois, 
em decúbito ventral, a fim de verificar toda a região posterior da articulação em destaque.
A) B) 
Figura 74 – Vista lateral e medial
88
Unidade III
O mesmo pode ser realizado com o paciente em ortostatismo, verificando tanto a região anterior e 
posterior quanto a lateral e medial do joelho, locais onde algumas estruturas devem ser inspecionadas 
com maior atenção.
Palpação
Considerada uma das etapas iniciais do processo avaliativo, a palpação se torna de extrema 
importância para nos conduzir a um diagnóstico cinético funcional e facilitar o início do entendimento 
clínico em questão.
A condução dessa etapa ocorre sequencialmente. O terapeuta pode iniciar sua palpação pelo ponto 
ou trajeto doloroso e, em seguida, ir para áreas adjacentes. Entretanto, iremos sugestionar uma sequência 
lógica pensando nas características morfológicas e anatômicas da articulação.
Dessa forma, é possível iniciar o procedimento pelas estruturas ósseas e seus respectivos acidentes 
anatômicos, que são ilustrados na figura a seguir:
A – Fêmur distal (lateral e medial)
B – Planalto tibial (lateral e medial)
C – Polo inferior e superior da patela
D – Linha articular do joelho
E – Tuberosidade da tíbia
F – Margem medial e lateral da patela
A A
C
C
F F
BB
DD
E
Figura 75 – Estruturas anatômicas
Em relação aos tecidos moles, devemos levar em consideração as circunstâncias dolorosas que 
tal articulação está apresentando, pois a palpação pode ser um tanto quanto provocativa e irritativa, 
acentuando, assim, o quadro sintomatológico. A figura a seguir representa as estruturas que podem ser 
averiguadas:
89
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Vista posterior
A – Tendão do bíceps femoral
B – Fossa poplítea
C – Flexores de joelho
E – Músculo gastrocnêmio
Vista anterior
A – Tendão quadricipital
B – Ligamento colateral tibial
C – Ligamentos patelofemorais
E – Tendão patelar
F – Ligamento colateral fibular
G – Tendões da pata de ganso
H – Quadríceps
A) B)
Figura 76 – Estruturas anatômicas
No que se refere à movimentação passiva, articular e amplitude de movimento, vamos verificar a 
qualidade osteocinemática e artrocinemática da articulação do joelho, bem como a quantificação de 
seus movimentos em graus. Essa é uma etapa crucial da avaliação, pois a constatação de restrições 
articulares pode sugestionar causas de alterações na dinâmica do movimento do joelho, levando à parte 
da formação do raciocínio clínico.
Movimentação passiva
• Flexão de joelho: o paciente pode estar deitado em decúbito dorsal com o quadril flexionado em 90º, 
e o terapeuta se posiciona ao lado do segmento a ser testado. Em seguida, com uma mão, é necessário 
segurar firmemente a região anterior do fêmur e, com a outra mão, segurar a região distal da tíbia. 
Posteriormente, o terapeuta flexiona o joelho do paciente de maneira lenta e progressiva, respeitando 
as possíveis limitações da articulação.
O movimento de flexão de joelho pode ser realizado com o paciente deitado em decúbito ventral. 
O terapeuta irá posicionar uma de suas mãos sobre a tuberosidade isquiática, e sua outra mão 
deve estar segurando a região distal da tíbia. Assim, o terapeuta deve realizar o movimento de 
flexão de joelho.90
Unidade III
A) B) 
Figura 77 – Flexão passiva de joelho
• Extensão de joelho: na extensão de joelho, o paciente permanece deitado em decúbito dorsal, com 
o terapeuta posicionado ao lado do membro a ser testado. Com uma das mãos, deve ser realizada a 
estabilização na região anterior do fêmur, e a outra mão se mantém na tíbia distal (um pouco acima do 
tornozelo). Dessa forma, o terapeuta realiza a extensão do joelho, respeitando os limites articulares.
Figura 78 – Extensão de joelho
• Goniometria: na goniometria, o paciente permanece em decúbito dorsal. O fulcro do goniômetro 
deve ser colocado sobre a linha articular do joelho, com seu braço fixo paralelo à superfície lateral do 
fêmur, indo em direção ao trocânter maior. O braço móvel deve estar paralelo à face lateral da fíbula, 
direcionando para o maléolo lateral. Em seguida, deve ser realizado de forma ativa pelo paciente o 
movimento de flexão de joelho, no qual sua ADM varia de 0 a 140 graus.
Figura 79 – Goniometria de joelho
91
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Para verificar a extensão de joelho, existem algumas variações. O posicionamento do goniômetro 
se mantém como ilustrado anteriormente, mas é solicitado que o paciente realize a extensão de joelho. 
Lembre-se que existem variações com o paciente em ortostatismo.
6.1.2 Avaliação da força muscular
A avaliação da força muscular na articulação do joelho é fundamental para detectar possíveis falhas 
mecânicas e delimitar a terapêutica que será utilizada. Entretanto, existem algumas formas de verificar 
essa condição. O ideal seria a utilização da dinamometria, seja ela manual ou isocinética; porém, devido 
ao custo elevado, faz-se necessário utilizar outros métodos.
Uma maneira mais simples, porém subjetiva, de avaliação da força muscular é através da resistência 
manual que é empregada pelo terapeuta. O objetivo é detectar a capacidade que um grupo muscular 
tem de gerar força de forma isométrica.
O grupo muscular dos extensores de joelho deve ser testado com o paciente sentado e o terapeuta 
ao lado do membro a ser testado, sendo que uma de suas mãos deve estar sobre a face anterior e distal 
da tíbia. Em seguida, é solicitado que o paciente realize a extensão de joelho, enquanto o terapeuta 
resiste ao movimento.
Para verificar o grupo muscular dos flexores de joelho, o paciente deve permanecer em decúbito 
ventral, e o terapeuta, com uma de suas mãos, estabiliza a região distal de fêmur; sua outra mão fica 
sobre a parte mais distal e posterior da tíbia. Dessa forma, deve ser solicitado para o paciente realizar o 
movimento de flexão de joelho. Assim, o examinador irá resistir ao movimento.
A) B) 
Figura 80 – Avaliação da força muscular do joelho
A força empregada pelo terapeuta deve ser variada, de menores resistências até maiores. É possível 
verificar, dessa forma, em qual condição o grupo muscular testado se encontra.
92
Unidade III
 Lembrete
Um ponto extremamente importante no processo avaliativo é a 
verificação do padrão funcional do paciente em questão, na qual podemos 
averiguar como ocorrem tarefas que são essenciais no dia a dia, como 
trocas posturais, locomoção, subida e descida de degraus, sentar e levantar, 
ou até mesmo atividades com maiores exigências, como corrida e saltos.
6.1.3 Testes ortopédicos
Como complemento da avaliação física, os testes ortopédicos podem sugestionar possíveis lesões 
ou disfunções que estejam ocorrendo na articulação em questão. Listamos, a seguir, os principais testes, 
juntamente com sua aplicabilidade.
Integridade do LCA (gaveta anterior, Lachman, pivot shift)
• Gaveta anterior: o paciente permanece em decúbito dorsal com o joelho fletido a 90° para que 
a superfície plantar do pé fique em contato com a maca.
O examinador senta-se no pé do paciente e envolve a tíbia proximal com suas mãos, de 
forma a palpar o planalto tibial e os tendões do grupo dos músculos isquiotibiais medial 
e lateralmente, com os polegares e os dedos indicadores, respectivamente. Em seguida, 
realiza-se uma força para anteriorizar a tíbia em relação ao fêmur. O teste é considerado 
positivo quando é verificado um descolamento anterior da tíbia acentuado no lado afetado, 
quando comparado ao lado não afetado.
A) B) 
Figura 81 – Teste de gaveta anterior
• Lachman: o paciente deverá permanecer em decúbito dorsal com o joelho fletido a 15°. 
O examinador estabiliza o fêmur distal com uma mão e envolve a parte posterior da tíbia proximal 
com a outra, realizando uma força de translação anterior da tíbia. O teste é considerado positivo 
quando se nota um maior deslocamento anterior da tíbia no lado afetado, quando comparado ao 
lado contralateral.
93
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A) B) 
Figura 82 – Teste de Lachman
• Pivot shift: o paciente permanece em decúbito dorsal, e o terapeuta se posiciona ao lado do 
membro a ser testado. Em seguida, o examinador envolve um braço ao redor da perna do paciente, 
fixando-o com firmeza, e flexiona o joelho a 90º, enquanto usa a palma da outra mão para girar 
medialmente a tíbia, causando uma subluxação efetiva do platô tibial lateral.
Na sequência, o examinador estende lentamente o joelho, mantendo a rotação da tíbia. Quando 
o joelho do paciente atinge a extensão total, o platô tibial é realocado.
O teste é considerado positivo quando é notado um clique audível ou palpável.
A) B) 
C) 
Figura 83 – Teste de pivot shift
94
Unidade III
Integridade do LCP e CPL (gaveta posterior, sinal de Godfrey, Lachman posterior, pivot shift 
reverso, dial test)
• Gaveta posterior: a fim de verificar a integridade do LCP, o posicionamento do teste de gaveta 
posterior será similar ao do teste de gaveta anterior. Entretanto, o terapeuta irá realizar uma 
força para posteriorizar a tíbia em relação ao fêmur. O teste é considerado positivo quando há um 
deslocamento posterior maior, quando comparado ao joelho contralateral; porém, depende do 
grau de movimento posterior da tíbia, classificando em grau 1+ (0-5 mm), grau 2+ (6-10 mm) e 
grau 3+ (11 mm +).
Figura 84 – Teste de gaveta posterior
• Sinal de Godfrey: no sinal de Godfrey, o paciente deve estar em decúbito dorsal com o quadril 
e o joelho fletidos a 90º. O examinador suporta a perna sob a parte inferior da panturrilha, 
suspendendo a perna no ar.
O teste é positivo para uma ruptura do LCP quando há posteriorização da tíbia secundária à 
força gravitacional.
Figura 85 – Sinal de Godfrey
95
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Lachman posterior: com o paciente em decúbito dorsal e o joelho fletido a 20º-30º, o examinador 
estabiliza o fêmur distal com uma mão e envolve a parte posterior da tíbia proximal com a outra mão.
Em seguida, uma força deve ser aplicada na tíbia no sentido posterior. O teste pode ser considerado 
positivo quando o ponto final de travamento da articulação é ausente na direção posterior em 
comparação com o lado contralateral, evidenciando uma maior translação para esse sentido.
Figura 86 – Teste de Lachman posterior
• Pivot shift reverso: o paciente deve estar deitado em decúbito dorsal com o joelho fletido a 
70-80°, onde uma rotação externa do pé e da perna é aplicada.
Em seguida, o terapeuta inclina-se ligeiramente contra o pé, transmitindo uma carga axial através 
da perna e uma tensão em valgo aplicada ao joelho, usando a crista ilíaca como um fulcro.
À medida que o joelho se aproxima de 20° de flexão, pode-se sentir e observar o platô tibial 
lateral se movendo anteriormente com um deslocamento tipo jerk de uma posição de subluxação 
posterior e rotação externa para uma posição de redução e rotação neutra. Essa redução é 
indicativa de um teste positivo.
A) B) 
Figura 87 – Pivot shift reverso
96
Unidade III
• Dial test: com o objetivo de verificar a integridade do LCP e CPL do joelho, este teste possui 
variações de posicionamentos, que serão diferenciadas se tivermos a lesão isolada ou em conjuntos 
das estruturas posterolaterais do joelho.
O teste pode ser feito como paciente em decúbito ventral ou dorsal, como veremos a seguir. 
Iremos inspecionar a rotação externa da articulação do joelho, enquanto os joelhos estão em 
30° e 90° de flexão.
Em decúbito ventral, o examinador flexiona os joelhos do paciente para 30° e coloca as duas mãos 
nos pés do paciente, colocando-as nos calcanhares. Uma força de rotação externa máxima é aplicada, 
e o ângulo do pé-coxa é medido e comparado com o outro lado. Os joelhos são, então, flexionados 
para 90°, e novamente uma força de rotação externa é aplicada e o ângulo da coxa é medido.
A) B) 
Figura 88 – Dial test em decúbito ventral
Em decúbito dorsal, como na posição anterior, os joelhos são mantidos juntos e dobrados a 30°. 
O examinador vira as pernas e os pés para fora e compara a quantidade de rotação externa usando 
o tubérculo tibial como ponto de referência. É necessário repetir o teste com os joelhos a 90°.
A) B) 
Figura 89 – Dial test em decúbito dorsal
97
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
O teste é positivo se: a lesão isolada do CPL, quando a mais de 10° de rotação externa no joelho 
lesionado, apresenta-se a 30° de flexão, mas não a 90° de flexão; a instabilidade do LCP, quando 
a mais de 10° de rotação externa no joelho lesionado, apresenta-se a 90° de flexão, mas não a 
30° de flexão; e, por fim, a lesão combinada, quando a mais de 10° de rotação externa no joelho 
lesionado, apresenta-se a 30° e 90° de flexão.
Integridade ligamentar medial e lateral (stress em valgo e stress em varo)
• Stress em valgo: o paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal e o quadril ligeiramente 
abduzido e estendido, de forma que a coxa esteja apoiada na superfície da mesa.
O joelho é flexionado a 30° sobre a lateral da mesa, e o examinador coloca uma mão na lateral do 
joelho, enquanto a outra segura a parte inferior da perna.
Deve-se aplicar suavemente uma força lateral à força medial no joelho, enquanto a mão no 
tornozelo gira a perna ligeiramente para fora. Em seguida, é necessário repetir o teste com o 
joelho em extensão total.
Um teste é positivo quando há abertura medial excessiva e dor concordante quando comparado 
ao joelho não acometido. Se o teste for positivo a 30°, o LCM está implicado. Se o teste for 
positivo a 0°, então o LCA e/ou a cápsula articular estão implicados.
A) B) 
Figura 90 – Stress em valgo
• Stress em varo: utiliza-se o mesmo posicionamento do teste anterior, mas deve ser aplicada 
suavemente uma força medial à lateral no joelho, enquanto a mão no tornozelo gira a perna 
ligeiramente. Também deve ser repetido o teste com o joelho em extensão total.
Um teste é positivo quando há abertura medial excessiva e dor concordante quando comparado 
ao joelho não acometido. Se o teste for positivo a 30°, o LCL está implicado. Se o teste for positivo 
a 0°, então o CPL e/ou a cápsula articular estão implicados.
98
Unidade III
A) B) 
Figura 91 – Stress em varo
Testes meniscais
• Apley de compressão e Apley de distração: com o paciente em decúbito ventral, o examinador 
se ajoelha, colocando o joelho no tendão do paciente, e flexiona o joelho a 90°. Em seguida, deve 
agarrar o pé do paciente com ambas as mãos, distrair a tíbia e girá-la, observando se a dor é 
reproduzida ou não.
Um teste positivo é indicado pela piora da dor com a rotação e é indicativo de uma torção de 
rotação dos tecidos moles.
O examinador, então, apoia-se no pé do paciente, fornecendo uma força compressiva à tíbia, e 
novamente gira a tíbia. O teste é positivo para lesão do menisco quando é indicado por mais dor 
na compressão do que na distração.
A) B) 
Figura 92 – Teste de Apley de compressão e de distração
• McMurray: com o paciente em supino, o examinador fica ao lado do joelho a ser testado, onde 
agarra o calcanhar do paciente e flexiona o joelho até o final com uma mão enquanto usa o 
polegar e o indicador da outra mão para palpar a linha articular tibiofemoral medial e lateral.
99
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Para testar o menisco medial, o examinador rotaciona a tíbia em rotação externa, depois estende 
lentamente o joelho. Já para testar o menisco lateral, o examinador reflete o joelho, mas agora 
gira internamente a tíbia do paciente e lentamente estende o joelho.
Um teste positivo é tradicionalmente indicado por um clique audível ou palpável.
A) B) 
Figura 93 – Teste de McMurray
Testes femoropatelares
• Sinal de Clarke: o paciente é posicionado em decúbito dorsal com os dois joelhos apoiados 
em uma almofada. Em seguida, o examinador coloca a mão na borda superior da patela e 
aplica uma pressão no sentido distal enquanto o paciente está relaxado. Posteriormente, 
é solicitado ao paciente para contrair o quadríceps. O teste é considerado positivo quando há 
reprodução dos sintomas e dor.
Figura 94 – Sinal de Clarke
• Teste de flutuação: o paciente é posicionado em decúbito dorsal, e o terapeuta permanece ao 
lado do membro a ser testado. Uma de suas mãos deve acoplar a patela no sentido inferior com os 
dedos indicador e médio e superior com o polegar. Com sua outra mão, deve realizar uma pressão 
100
Unidade III
craniocaudal na patela. O teste é considerado positivo quando há uma depressão da patela nesse 
sentido, indicando excesso de edema.
Figura 95 – Teste de flutuação
• Apreensão para subluxação patelar: o paciente permanece em decúbito dorsal, e o terapeuta 
deve ficar ao lado do membro que será avaliado. Em seguida, com seus dedos polegares 
posicionados na margem medial da patela, deve realizar uma força para lateralizá-la. O teste é 
considerado positivo quando o paciente responde com uma contração do quadríceps.
Figura 96 – Teste de apreensão para subluxação patelar
• Apreensão de Fairbanks: o paciente é posicionado em decúbito dorsal com um joelho relaxado 
flexionado passivamente a 30° sobre o lado da mesa de exame, com o pé apoiado no examinador. 
Posteriormente, o terapeuta pressiona os dois polegares na margem medial da patela, realizando 
uma força lateral. O teste é considerado positivo quando o paciente mostra sinais de apreensão 
(resiste à força lateral e tenta estender o joelho) ou a dor é reproduzida.
101
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 97 – Teste de apreensão de Fairbanks
 Lembrete
A quantificação da melhora clínica do paciente é fundamental para 
progredirmos ou repensarmos nossas condutas terapêuticas. Dessa forma, 
a utilização de escalas e questionários pode ser uma grande aliada no 
complemento avaliativo, no qual devemos verificar questões funcionais, 
dolorosas, qualidade de vida e até mesmo aspectos psicossociais.
 Saiba mais
Para complemento do estudo, sugerimos o site do Dr. Robert LaPrade, 
que possui diversas informações de patologias, processos cirúrgicos e 
reabilitação da articulação do joelho:
https://drrobertlaprademd.com/
6.2 Complexo articular do tornozelo e pé
6.2.1 Descrição
Os principais motivos para o paciente procurar auxílio do fisioterapeuta relacionado ao pé e tornozelo 
são: dor, edema, deformidade, rigidez, instabilidade e/ou marcha fora do padrão normal. Um bom exame 
clínico pode complementar a história e ajudar o fisioterapeuta a fazer o diagnóstico preciso do problema 
do paciente.
102
Unidade III
6.2.2 Exame físico
O exame físico deve ser iniciado a partir do primeiro contato visual com o paciente, no qual é 
possível observar sua marcha, a utilização de algum dispositivo auxiliar de caminhada e as dificuldades 
em exercer a tarefa. Para que o exame físico ocorra, é necessário que o paciente exponha ambos os 
membros inferiores do joelho para baixo, no mínimo, possibilitando uma avaliação completa e detalhada.
Inspeção estática
• Anterior: o examinador deve solicitar ao paciente que fique em pé, com as pernas levemente 
afastadas, a fim de obter uma boa comparação entre os pés. Inicialmente, deve-se observar o 
alinhamento geral do pé e tornozelo, analisando possíveis rotações do segmento e do comprimento 
aproximado das pernas.
Em seguida, deve começar a inspeçãode distal para proximal, observando a presença de 
deformidade nos dedos, especialmente hálux valgo (desvio medial do primeiro metatarso e 
lateral da falange proximal de distal do hálux), deformidades nos dedos menores e bunionette 
(protuberância na cabeça do quinto metatarso). As principais deformidades dos dedos menores 
são definidas no quadro a seguir:
Quadro 7 – Deformidades dos dedos menores
Nome Deformidade
Dedo em malho Flexão da articulação interfalangeana distal (AID).
Dedo em martelo Extensão da articulação metatarsofalangeana (MTF) e AID e flexão da articulação interfalangeana proximal (AIP).
Dedo em garra Flexão da AIP e AID.
Durante a inspeção, é essencial identificar a presença de úlceras ou calosidades sobre as articulações, 
além de analisar as deformidades das unhas, que podem estar relacionadas às deformidades dos dedos.
Em seguida, deve-se analisar o estado da pele, observando a presença de cicatriz, edema, 
varicosidades e eritema.
• Lateral-medial: o fisioterapeuta analisa o pé medialmente e identifica a presença ou ausência do 
arco longitudinal medial (ALM) (arco formado de posterior para anterior do pé com convexidade 
dorsal). A ausência do ALM é definida como pé plano, e a excessiva convexidade dorsal é definida 
como pé cavo. Um ALM baixo pode ser congênito ou estar associado a trauma, disfunção do 
tendão tibial posterior, artrite reumatoide ou contração do tendão calcâneo. A análise do ALM 
deve ser feita com e sem a descarga de peso. Um paciente que tenha um pé plano flexível parecerá 
ter um arco normal ou quase normal sem descarga de peso, mas terá uma perda substancial da 
altura do ALM quando estiver com descarga de peso. O pé cavo pode ser idiopático ou associado 
a doença congênita ou neurológica.
103
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A observação no plano frontal também permite identificar de forma mais precisa as deformidades 
dos dedos menores, tornando importante a análise.
• Posterior: deve-se analisar a presença de edema na região do tendão calcâneo e observar se 
existe diferença na massa muscular do tríceps sural. É necessário observar, também, a quantidade 
de dedos visíveis na vista posterior. Em um pé normal, poderão ser vistos somente o quarto e o 
quinto dedos olhando de trás. Se for possível a visualização de mais dedos, esse sinal é chamado 
de sinal de excesso de dedos, o que pode indicar um aumento do ângulo do calcanhar valgo. O 
pé plano é a causa mais frequente de sinal de excesso de dedos bilaterais; porém, se o sinal for 
presente somente em um dos lados, o paciente pode apresentar uma disfunção do tendão do 
tibial posterior.
Essa é a oportunidade ideal para visualizar o paciente caminhar com o intuito de avaliar o padrão 
de marcha.
Inspeção dinâmica
• Marcha: o fisioterapeuta deve permitir que o paciente utilize o dispositivo auxiliar de marcha, caso 
faço uso do mesmo. Em seguida, deve pedir ao paciente para andar de acordo com sua marcha 
normal e observar o caminhar pela frente, pelas costas e pelos lados, analisando os movimentos 
do quadril, do joelho, do tornozelo e do pé, e identificando alterações nas fases da marcha, no 
comprimento do passo, na cadência e na posição antálgica.
É necessário analisar se ocorre a queda do pé na fase de contato inicial; isso pode ocorrer por 
fraqueza do músculo tibial anterior (por exemplo, por paralisia do nervo fibular), mas a queda 
pode ser compensada pela ação do extensor longo do hálux e extensor longo dos dedos para 
realizar a dorsiflexão do tornozelo.
Pacientes com rigidez articular do tornozelo adotam um padrão de marcha em rotação lateral do 
pé, compensando a falta de dorsiflexão do tornozelo.
Durante a avaliação, pode ser difícil identificar alterações relevantes na marcha do paciente. 
Deve-se solicitar ao paciente para andar mais rápido, pois isso faz com que anormalidades sutis 
na marcha se tornem mais aberrantes.
A marcha antálgica pode ocorrer em qualquer condição de dor no membro inferior, sendo a fase 
de apoio mais curta no lado afetado, resultando em menor comprimento da passada no lado não 
envolvido e, em geral, diminuindo a velocidade de caminhada.
Em seguida, é preciso solicitar ao paciente para andar na ponta dos pés; depois, nos calcanhares, 
nas bordas internas e, finalmente, nas bordas externas dos pés.
Andar sobre os calcanhares é uma forma de avaliar a força dos dorsiflexores, especialmente do 
tibial anterior. A fraqueza dos dorsiflexores é uma suspeita de comprometimento do nervo fibular 
104
Unidade III
(L4, L5) ou radiculopatia L4. A marcha na ponta dos pés é um teste para avaliar a força dos 
flexores plantares. A incapacidade de realizar essa marcha pode representar fraqueza dos flexores 
plantares, suspeita de lesão do tendão calcâneo e/ou disfunção do nervo ciático ou tibial.
Andar sobre a borda interna do pé testa a força dos eversores do pé, principalmente dos músculos 
fibulares e do nervo fibular superficial, mas é raramente solicitado devido à relativa dificuldade 
para a maioria dos pacientes. Por fim, caminhar sobre a borda lateral do pé testa a força de 
inversão, que é a função primária do músculo tibial posterior e do nervo tibial.
Durante a avaliação da marcha, é essencial analisar a fase e a subdivisão da fase em que ocorre a 
dor do paciente, podendo se relacionar com alterações biomecânicas envolvidas, como o aumento 
da pronação ou supinação, a diminuição da extensão do hálux etc.
• Tibial posterior: em ortostatismo bipodal, o calcanhar adota uma posição em valgo pequena. 
Para testarmos a integridade do tendão do tibial posterior, é importante solicitarmos ao paciente 
que realize o movimento de flexão plantar na posição de ortostatismo (elevar o calcanhar, ficando 
na ponta dos pés). O que se deve observar é o movimento de varo do calcâneo, devido à tração do 
músculo tibial posterior, que é um poderoso flexor e inversor do retropé. Assim como o músculo 
ativa para elevar o calcanhar, o tendão intacto puxará o retropé em varo.
A realização do teste em apoio bipodal pode mascarar o resultado, devido ao fato de a perna 
assintomática compensar a perna sintomática. Portanto, torna-se relevante a realização do teste 
em apoio unipodal. Outra compensação que pode mascarar o teste é a ação do flexor longo do 
hálux e do flexor longo dos dedos, compensando a ação do tibial posterior fraco. Porém, como 
esses músculos possuem um ventre muscular pequeno, a fadiga é rápida; portanto, é importante 
solicitar ao paciente que realize diversas repetições de flexão plantar, excluindo as compensações.
Palpação óssea
Figura 98 – Palpação do maléolo medial
105
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a grande saliência na região medial do tornozelo, conhecida como maléolo medial, 
e explorar as extremidades.
Figura 99 – Palpação do maléolo lateral
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a grande saliência na região lateral do tornozelo, conhecida como maléolo lateral, e 
explorar as extremidades.
Figura 100 – Palpação do osso navicular
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar o maléolo medial.
106
Unidade III
— Deslizar o polegar no sentido distal e anterior, em direção ao arco longitudinal medial.
— Será perceptível uma saliência medial e arredondada.
 Lembrete
O osso tálus é o único osso que não possui inserção muscular.
Figura 101 – Palpação do osso calcâneo
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Com o polegar e a extremidade dos outros dedos, identificar o calcanhar e palpar o amplo e 
arredondado calcâneo.
Figura 102 – Palpação dos ossos cuneiformes
107
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar o navicular.
— Na região do dorso do pé, deslizar o polegar no sentido distal e lateral.
Figura 103 – Palpação do osso cuboide
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a face lateral do calcâneo.
— Deslizar o polegar distal e anterior sobre o osso cuboide.Figura 104 – Palpação da base do quinto metatarso
108
Unidade III
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a margem lateral do pé sobre o quinto metatarso.
— Deslizar o polegar para proximal até identificar uma saliência pontiaguda na base do quinto metatarso.
Figura 105 – Palpação do tubérculo medial do calcâneo
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a superfície plantar do calcâneo.
— Deslizar o polegar no sentido distal e medial; será possível sentir o tubérculo medial do calcâneo.
Figura 106 – Palpação da cabeça dos metatarsos
109
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a região distal dos metatarsos.
— Realizar uma flexão ampla dos dedos; a cabeça dos metatarsos ficará proeminente dorsalmente.
Figura 107 – Palpação dos ossos sesamoides
• Posição do paciente: decúbito dorsal com hálux estendido.
— Identificar a extremidade distal do primeiro metatarso.
— Palpar os pequenos e arredondados sesamoides, imediatamente proximal à articulação 
metatarsofalangeana.
Palpação de tecidos moles
Figura 108 – Tibial anterior
110
Unidade III
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a margem anterior da tíbia e, com o polegar, deslizar para lateral. Palpar o ventre 
muscular no sentido distal, em direção à base do primeiro metatarso.
— Realizar uma resistência contrária a uma dorsiflexão ativa para assegurar a identificação 
correta do músculo.
Figura 109 – Extensor longo dos dedos
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Deslizar o polegar no sentido lateral sobre o tibial anterior até o ventre do músculo extensor 
longo dos dedos.
— Opor resistência durante a extensão do segundo ao quinto dedo para a identificação correta do músculo.
Figura 110 – Extensor longo do hálux
111
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Deslizar o polegar no sentido lateral sobre o tibial anterior até o ventre do músculo extensor 
longo dos dedos. O extensor longo do hálux está localizado profundamente entre o tibial 
anterior e o extensor longo dos dedos.
— Opor resistência à extensão do hálux para melhor identificação.
Figura 111 – Fibular longo
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a face lateral da cabeça da fíbula e palpar distalmente sobre o ventre do fibular longo.
— Palpar o tendão posterior ao maléolo lateral.
— Realizar uma resistência à eversão do pé para assegurar a identificação correta.
Figura 112 – Fibular curto
112
Unidade III
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a face posterior do maléolo lateral e palpar o tendão do fibular longo e curto.
— O tendão do fibular curto é mais anterior. Palpar o mesmo até a tuberosidade do quinto 
metatarso. O ventre muscular fica profundo ao fibular longo, dificultando sua palpação. A 
resistência contra a eversão facilita a precisão da palpação.
Figura 113 – Fibular terceiro
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— Identificar a margem anterior do maléolo lateral, deslizar o polegar para medial e identificar as 
fibras do fibular terceiro.
— Palpar até sua inserção na face dorsal da base do quinto metatarso.
— Opor resistência à eversão associada à dorsiflexão para a identificação correta.
Figura 114 – Gastrocnêmio
113
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Posição do paciente: decúbito ventral.
— Identificar a massa muscular distal à fossa poplítea.
— Deslizar a mão para lateral e medial para palpar ambas as cabeças do gastrocnêmio.
— Opor resistência à flexão plantar para a correta identificação.
Figura 115 – Sóleo
• Posição do paciente: decúbito ventral com joelho flexionado.
— Identificar a cabeça medial e lateral do gastrocnêmio.
— Deslizar a mão no sentido distal e palpar o músculo sóleo. Sua palpação pode ser realizada 
profundamente sobre o músculo gastrocnêmio também.
Figura 116 – Tibial posterior
114
Unidade III
Posição do paciente: decúbito ventral com joelho flexionado.
— Identificar a margem medial da tíbia e deslizar os dedos para posterior.
— Opor resistência de flexão plantar associada à inversão para a identificação precisa.
 Observação
Para verificar a necessidade de um exame de imagem, como o raio-X, 
na suspeita de uma fratura do tornozelo e do pé, é necessária a aplicação 
dos critérios de Ottawa Ankle Rules, que consistem na palpação de algumas 
estruturas ósseas, como o aspecto anterior do maléolo medial e lateral e o 
tálus anterior.
Goniometria
Figura 117 – Dorsiflexão e flexão plantar
• Posição do paciente: decúbito dorsal.
— O eixo do goniômetro deve estar posicionado sobre o maléolo lateral. O braço fixo do goniômetro 
fica alinhado à fíbula, e o braço móvel alinhado ao quinto metatarso (MARTIN; MCPOIL, 2005).
115
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 118 – Inversão e eversão
• Posição do paciente: decúbito ventral com pés para fora da maca.
— O eixo do goniômetro deve estar posicionado na altura da articulação tibiotársica. O braço fixo 
fica alinhado à face posterior da tíbia, e o braço móvel deve ser colocado na linha posterior e 
central do calcâneo (ELVERU; ROTHSTEIN; LAMB, 1988).
Perimetria
Figura 119 – Figura em 8 do tornozelo
116
Unidade III
• Marcar com uma caneta os seguintes pontos de referência: tuberosidade do navicular, base do 
quinto metatarso e ponta distal do maléolo medial e lateral.
• Utilizando uma fita métrica: colocar o zero da fita no ponto médio entre o tendão do tibial anterior 
e o maléolo lateral; direcionar a fita à tuberosidade do navicular; passar a fita pela região plantar 
até a base do quinto metatarso; cruzar a fita sobre o tendão do tibial anterior; passar sobre o ponto 
distal do maléolo medial; passar a fita sobre o tendão calcâneo em direção ao maléolo lateral; passar 
distalmente sobre a ponta do maléolo lateral; terminar a medição no início da fita.
• Deve haver a comparação com o lado contralateral (ESTERSON, 1979).
6.2.3 Avaliação de força muscular
Figura 120 – Tibial anterior
O paciente realiza uma força para dorsiflexão associada à inversão do pé, e o terapeuta aplica uma 
força no sentido oposto: flexão plantar e eversão (KENDALL, 2007).
Figura 121 – Tibial posterior
117
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
O paciente realiza uma força para flexão plantar associada à inversão do pé, e o terapeuta aplica 
uma força no sentido de dorsiflexão e eversão (KENDALL, 2007).
Figura 122 – Fibular longo e fibular curto
O paciente realiza uma força para eversão do pé com flexão plantar, e o terapeuta promove uma 
resistência em direção à dorsiflexão e inversão (KENDALL, 2007).
Figura 123 – Gastrocnêmios
Com o joelho estendido, o terapeuta aplica uma resistência sobre a parte posterior do calcâneo em 
direção distal, e o paciente realiza a força para flexão plantar (KENDALL, 2007).
118
Unidade III
Figura 124 – Sóleo
Com o joelho flexionado, o terapeuta aplica uma resistência sobre a parte posterior do calcâneo em 
direção distal, e o paciente realiza a força para flexão plantar (KENDALL, 2007).
Figura 125 – Extensor longo e curto dos dedos
O paciente realiza a extensão do segundo ao quinto dedo, e o terapeuta realiza uma força para 
flexão dos dedos (KENDALL, 2007).
119
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 126 – Flexor longo dos dedos
O paciente realiza a flexão das falanges distais, e o terapeuta realiza uma força para extensão das 
falanges distais (KENDALL, 2007).
Figura 127 – Flexor curtos dos dedos
O paciente realiza a flexão das falanges médias, e o terapeuta realiza uma força para extensão das 
falanges médias (KENDALL, 2007).
Figura 128 – Teste de resistência do tríceps sural
120
Unidade III
Com a ponta dos dedos das mãos apoiada sobre a parede para promover equilíbrio, o paciente se 
mantém em apoio unipodal e, em seguida, realiza a flexão plantar.
O paciente deve realizar o máximo de repetições que conseguir, e o terapeuta contabilizará a 
quantidade de repetições realizadas. O teste deve ser interrompidocaso o paciente não consiga 
manter a mesma altura de elevação do calcanhar, mas deve ser avisado que está perdendo a altura.
Deve haver a comparação com o lado contralateral (MÖLLER et al., 2005).
Movimentos ativos e passivos
São movimentos ativos e passivos, de acordo com Magee (2005):
• flexão plantar;
• dorsiflexão;
• supinação;
• pronação;
• extensão dos dedos;
• flexão dos dedos.
Figura 129 – Movimentos ativos sem descarga de peso
121
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 130 – Movimentos ativos com descarga de peso
Os movimentos passivos devem ser realizados sem sustentação de peso, e o terapeuta é quem deve 
realizar os movimentos, não o paciente (LANDEROS; FROST; HIGGINS, 1968).
Figura 131 – Gaveta anterior do tornozelo
122
Unidade III
• Com uma das mãos, o terapeuta deve segurar a parte posterior do calcanhar e, com a outra mão, 
a região anterior da tíbia.
• Tracionar o calcanhar para anterior e empurrar a tíbia para posterior.
O teste é positivo quando apresenta um movimento excessivo se comparado ao outro lado, 
representando lesão do ligamento talofibular anterior.
Figura 132 – Gaveta posterior do tornozelo
• Com uma das mãos, segurar a parte anterior do tálus e, com a outra mão, a região posterior da tíbia.
• Empurrar o tálus para posterior e a tíbia para anterior.
O teste é positivo quando apresenta um movimento excessivo se comparado ao outro lado, 
representando lesão do ligamento talofibular posterior (LANDEROS; FROST; HIGGINS, 1968).
Figura 133 – Teste de Thompson
123
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Com o paciente deitado em decúbito ventral com os pés para fora da maca, o examinador realiza 
uma compressão no tríceps sural.
• Quando realizada a compressão, o pé deve realizar a flexão plantar. 
Caso a flexão plantar não ocorra, o teste é considerado positivo para ruptura do tendão calcâneo 
(THOMPSON, 1962).
Figura 134 – Sinal de Holman
• O paciente é posicionado em decúbito dorsal com o joelho levemente flexionado.
• O avaliador realiza uma dorsiflexão forçada no tornozelo do paciente. 
O teste é positivo para trombose venosa profunda se houver dor poplítea e na panturrilha (COOK; 
HEGEDUS, 2013).
Figura 135 – Teste de estresse em inversão
124
Unidade III
• O joelho do paciente deve ser flexionado a 90°. Com uma mão, o terapeuta estabiliza a região 
da tíbia distal no aspecto medial; com a outra mão, segura o calcâneo e realiza o movimento 
de inversão.
O teste é positivo quando há excesso de movimento e/ou dor lateral (ALAZZAWI et. al., 2017).
Figura 136 – Teste de estresse em eversão
• O joelho do paciente deve ser flexionado a 90°. Com uma mão, o terapeuta estabiliza a região 
da tíbia distal no aspecto lateral; com a outra mão, segura o calcâneo e realiza o movimento 
de eversão.
O teste é positivo quando há excesso de movimento e/ou dor medial (ALAZZAWI et. al., 2017).
 Resumo
Nesta unidade, vimos como avaliar um quadril com alterações 
mecânicas e com sintomatologia de dor. A avaliação é um instrumento 
fundamental para definir o tratamento ideal no campo de atuação da 
reabilitação. Lidamos com músculos, ligamentos, tendões, ossos, mas não 
podemos esquecer os desfechos importantes, como a função do paciente, 
que engloba sua capacidade de locomoção, autocuidado (trocar de roupa, 
tomar banho etc.), alterações na rotina (ser capaz ou não de trabalhar, por 
exemplo), nas atividades de lazer e na parte social. Alterações no quadril 
podem levar a alterações na qualidade de vida do paciente.
Para avaliar, é essencial conhecer a história pregressa e atual, o início 
dos sintomas e os fatores de melhoria e piora, assim como identificar os 
locais de dor de acordo com a anatomia através da palpação.
125
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Incluem-se também no exame físico a avaliação da força muscular 
e a amplitude de movimento, pois são alguns dos sinais de alterações 
mais comuns apresentados. Para avaliar a força, podemos utilizar a 
classificação de força muscular de Kendall; para a mobilidade, pode-se 
usar a goniometria. Também é importante verificar se o paciente possui 
discrepância de membros.
A fim de descartar ou guiar um diagnóstico, podemos utilizar 
os testes especiais, como o Fadir, o Fabere, o log roll e o sinal 
de Trendelenburg. E, para completar e conhecer mais sobre a 
funcionalidade do paciente, podemos utilizar alguns questionários e 
algumas escalas, além de testes funcionais.
Considerada uma articulação do tipo gínglimo ou dobradiça, a 
articulação do joelho é composta pela interação entre tíbia proximal 
e fêmur distal (articulação tibiofemoral) e tróclea do fêmur com a 
face articular da patela (articulação femoropatelar). Quanto às suas 
características funcionais, podemos considerar no plano sagital os 
movimentos de flexão e extensão, mas também pequenas rotações 
(interna e externa), bem como valgo e varo.
Devido à sua importância funcional e motora, a avaliação do joelho 
se torna essencial para a prática fisioterapêutica, na qual devemos levar 
em consideração diversas características. A formação de um raciocínio 
clínico é imprescindível para um fisioterapeuta, e seu processo avaliativo 
se inicia com a anamnese, coletando e compreendendo detalhes que 
possam passar despercebidos.
Posteriormente, devemos realizar o exame físico, averiguando 
características peculiares através da inspeção e palpação de estruturas 
ósseas e tecidos moles, progredindo para a movimentação passiva e 
ativa do joelho, até chegarmos à verificação da amplitude de movimento 
pela goniometria.
Para dar sequência ao processo avaliativo, é preciso verificar o grau 
de força muscular, que é o direcionamento inicial para formularmos uma 
possível conduta terapêutica. Somada a tais fatores, a realização de testes 
ortopédicos nos auxilia a sugestionar possíveis patologias ou alterações 
locais na articulação do joelho, variando entre testes ligamentares, 
meniscais ou condrais.
Também procuramos demonstrar nesta unidade a abordagem do 
fisioterapeuta durante uma avaliação da articulação de todo o complexo de 
tornozelo e pé, incluindo os aspectos relevantes durante um exame físico, a 
126
Unidade III
análise das deformidades dos artelhos e todas as considerações anatômicas 
nas respectivas vistas lateral, anterior, posterior e medial. Além disso, vimos 
como funcionam todos os testes especiais, a avaliação de força muscular e 
a palpação minuciosa das referências anatômicas.
Enfatizamos quais são os principais motivos que levam o paciente a 
procurar auxílio do especialista relacionado ao pé e ao tornozelo. Através de 
um bom exame clínico, o paciente pode complementar a história e ajudar o 
fisioterapeuta a fazer o diagnóstico preciso do problema apresentado.
 Exercícios
Questão 1. (Instituto AOCP 2017) Para observar mais claramente a tabaqueira anatômica, o 
fisioterapeuta solicita ao paciente que estenda o polegar ativamente. Nesse caso, nota-se que:
A) Com o punho em posição anatômica, na palpação proximal, localiza-se o processo estiloide da ulna 
na face medial. Ao mover-se medialmente sobre a ulna, o fisioterapeuta chega ao tubérculo radial. 
Ainda com o punho em posição anatômica, o processo estiloide do rádio é palpado na face lateral.
B) Com o punho em posição anatômica, na palpação proximal, localiza-se o processo estiloide 
do rádio na face lateral. Ao mover-se medialmente sobre o rádio, o fisioterapeuta chega ao 
tubérculo radial. Ainda com o punho em posição anatômica, o processo estiloide da ulna é 
palpado na face medial.
C) Com o punho fletido, na palpação proximal, localiza-se o processo estiloide do rádio na face 
medial. Ao mover-se lateralmente sobre o rádio, o fisioterapeuta chega ao tubérculo radial. Ainda 
com o punho em flexão, o processo estiloide da ulna é palpado na face lateral.
D) Com o punho em extensão, na palpação proximal, localiza-se o processo estiloide da ulna na face 
lateral. Ao mover-se lateralmente sobre a ulna, o fisioterapeuta chega ao tubérculoradial. Ainda 
com o punho em extensão, o processo estiloide do rádio é palpado na face medial.
E) Com o punho em posição anatômica, na palpação distal, localiza-se o processo estiloide da ulna 
na face lateral. Ao mover-se lateralmente sobre o rádio, o fisioterapeuta chega ao tubérculo radial. 
Ainda com o punho em posição anatômica, o processo estiloide da ulna é palpado na face medial.
Resposta correta: alternativa B.
Análise da questão
A tabaqueira anatômica apresenta-se como uma depressão, observável na face lateral do dorso da 
mão quando o polegar está em extensão.
127
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Quadro 8
Limites
Medial: tendão do músculo extensor longo do polegar.
Lateral: tendão do músculo extensor curto do polegar e tendão do músculo abdutor longo do 
polegar.
Base: processo (apófise) estiloide do rádio.
Assoalho: escafoide, trapézio, base do primeiro osso metacarpiano.
Disponível em: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/tabaqueira-anatomica. Acesso em: 1 out. 2019.
Questão 2. (FCC 2009) Doença de Perthes ou Legg-Calvé-Perthes é uma necrose idiopática juvenil 
da cabeça do fêmur. Há um infarto seguido por um colapso, uma fragmentação da cabeça do fêmur 
e, por fim, uma cicatrização gradual. As crianças com doença de Perthes tendem a desenvolver uma 
postura em flexão e adução de quadril. Nesses quadros, o programa de exercícios, além de encorajar o 
quadril a remodelar como uma articulação congruente, deverá focar o ganho de força e a manutenção 
da amplitude de:
A) Rotação medial e lateral de quadril.
B) Flexão e adução de quadril.
C) Rotação lateral e flexão de quadril.
D) Adução e rotação medial de quadril.
E) Abdução e extensão do quadril.
Resposta correta: alternativa E.
Análise da questão
Especialmente a abdução de quadril aumenta a congruência articular, melhorando a biomecânica do 
quadril e, por conseguinte, diminuindo as complicações da doença. Além disso, a extensão de quadril é 
fundamental para a manutenção funcional da marcha, da corrida, do salto etc. O plano sagital deve ser 
priorizado do ponto de vista funcional.

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