Buscar

Leitura Fundamental

Prévia do material em texto

Gestão da Inovação
W
B
A
0
5
5
2
_
v1
.3
2/227
Gestão da Inovação
Autoria: Lady Tatiana Bermúdez Rodríguez
Como citar este documento: RODRÍGUEZ, Lady Tatiana Bermúdez. Gestão da Inovação. Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Bases conceituais da Gestão da Inovação 05
Unidade 2: Transferência tecnológica 29
Unidade 3: Informação como base de geração de conhecimento 56
Unidade 4: Inovação tecnológica 86
Unidade 5: Inteligência tecnológica 114
Unidade 6: Prospecção tecnológica e vigilância tecnológica 142
Unidade 7: Roadmaps tecnológicos 171
Unidade 8: Gestão do portfólio de projetos de inovação na empresa 202
2/227
3/227
Apresentação da Disciplina
Nos últimos anos a sociedade tem tido gran-
des mudanças relacionadas principalmente 
à globalização da economia, transformação 
do perfil de produção de bens e serviços e à 
importância cada vez mais relevante da va-
riável ambiental, dos ativos intangíveis, das 
tecnologias da informação e comunicação 
(TICs) e da ciência, tecnologia e inovação. 
Neste sentido, passamos de uma sociedade 
industrial baseada em aço, ferro e tecno-
logias de manufatura, para uma sociedade 
baseada no conhecimento e na inovação.
Segundo Castells (1999) estamos viven-
do num intervalo da historia caracterizado 
pela transformação de nossa “cultura ma-
terial” para um novo paradigma tecnológi-
co organizado ao redor das TICs. Este novo 
paradigma transforma a maneira em que 
trabalhamos, fazemos negócios e aprende-
mos, o que necessariamente gera mudan-
ças nas organizações e nas empresas.
Neste contexto, a Gestão da Inovação ou 
também conhecida como Gestão Tecnoló-
gica surge como uma resposta para afron-
tar estas mudanças e para aproveitar a ci-
ência, tecnologia e inovação como fatores 
estratégicos das organizações. 
Assim, a disciplina Gestão da inovação tem 
como objetivo geral analisar as bases con-
ceituais e metodológicas da Gestão da Ino-
vação como uma ferramenta integral para a 
tomada de decisões e para gerar vantagem 
competitivas nas organizações. A discipli-
na está estruturada em oito (8) temáticas 
que se podem dividir em três componentes. 
O primero componente trata as bases teó-
4/227
ricas e conceituais que explicam em deta-
lhe a importância da ciência, tecnologia e 
inovação, o direcionamento estratégico da 
tecnologia, transferência tecnológica e a 
informação como base para a geração de 
conhecimento. 
O segundo componente corresponde às 
principais ferramentas de gestão da ino-
vação: sistemas de inteligência tecnológi-
ca, benchmarking tecnológico, prospecção 
tecnológica e roadmaps tecnológicos para 
o desenho de estratégias de inovação tec-
nológica. 
Finalmente se apresenta a importância da 
gestão da inovação nas empresas, a defini-
ção de portfólios de projetos de Pesquisa e 
Desenvolvimento (P&D).
5/227
Unidade 1
Bases conceituais da Gestão da Inovação
Objetivos
1. Compreender os conceitos de ciência 
e tecnologia.
2. Analisar o conceito de inovação e dos 
diferentes tipos de inovação. 
3. Entender o conceito de Gestão Tecno-
lógica e Gestão da Inovação.
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação6/227
Introdução 
O primeiro tema da disciplina Gestão da 
Inovação corresponde à compreensão das 
bases conceituais que permitem entender 
a importância da gestão da inovação nas 
organizações. Os principais conceitos que 
se analisarão são: ciência, tecnologia, ino-
vação, gestão tecnológica e gestão da ino-
vação. Embora não há uma definição única 
para estes términos, é chave distinguir suas 
principais características que são a base 
para compreender as temáticas seguin-
tes da disciplina. Muitos destes conceitos 
fazem parte de nossa vida acadêmica, de 
nossos trabalhos e de nossa vida cotidiana, 
por exemplo na maneira em como nos co-
municamos ou assistimos televisão. Ao final 
deste módulo se espera que o estudante di-
ferencie claramente os conceitos e consiga 
identificar exemplos.
1. Conceito de Ciência
Não há um consenso sobre o conceito de 
ciência, mas de maneira geral, a ciência 
corresponde a “um conjunto de conheci-
mentos obtidos mediante a observação e 
o raciocínio, que estão estruturados siste-
maticamente e a partir dos quais se dedu-
zem princípios e leis gerais” (Real Academia 
Espanhola, 2017), algo bem semelhante ao 
que já pensava Aristóteles em meados do 
século 300 a.c. 
A ciência além da análise das ciências na-
turais e físicas, também analisa a socieda-
de. Segundo Kline e Rosenberg (1986), a ci-
ência é “a criação, descoberta, verificação, 
reorganização e disseminação de conheci-
mento sobre as naturezas física, biológica e 
social”.
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação7/227
A meta institucional da ciência é o alarga-
mento dos conhecimentos científicos cer-
tificados (MERTON, 1967). De acordo com 
Merton, os cientistas têm a obrigação de 
compartilhar suas descobertas em publica-
ções científicas, as quais outorgam um re-
conhecimento por seu trabalho científico e 
de pesquisa. Assim, o produto da atividade 
científica está representado em livros, dis-
sertações, teses e artigos científicos, a par-
tir dos quais a ciência e seus resultados são 
divulgados à comunidade científica e a so-
ciedade em geral. 
Outro conceito que deve-se levar em con-
ta em relação à ciência, é que a “ciência não 
é neutra”, isto significa que o desenvolvi-
mento da ciência reflete o contexto social, 
cultural, histórico e político em que ela se 
insere. Neste sentido, hoje em dia mais que 
compreender os fenômenos do universo, há 
uma preocupação crescente sobre as con-
sequências das descobertas científicas na 
sociedade.
Esta preocupação foi mais evidente após a 
Segunda Guerra Mundial, particularmen-
te com o Projeto Manhattan que reuniu um 
grupo importante de cientistas de diferen-
tes áreas de conhecimento para desen-
volver a Bomba Atômica. Embora o Proje-
to Manhattan demonstrou que a partir da 
pesquisa básica em física, química e enge-
nharia, se podem alcançar grandes desen-
volvimentos em pesquisa aplicada, também 
criou desconfiança sobre os resultados da 
ciência e da tecnologia.
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação8/227
2. Conceito de Tecnologia
Em termos gerais, a tecnologia é o conjunto 
de teorias e técnicas que permitem o apro-
veitamento prático do conhecimento cien-
tífico. Mas não deveria se aceitar que a tec-
nologia é apenas ciência aplicada, pois em-
bora a tecnologia dependa em certo grau 
Para saber mais
O Projeto Manhattan (1943-1945) reuniu um 
grupo importante de cientistas de diferentes áre-
as do conhecimento para desenvolver a Primeira 
Bomba Atômica e adiantar-se à Alemanha, que 
também estava realizando pesquisas sobre fissão 
nuclear. Foi liderado pelo físico Robert Oppenhei-
mer e o General Richard Groves. Este projeto teve 
grandes investimentos do governo dos Estados 
Unidos que centralizou as atividades científicas e 
tecnológicas com o objeto de ganhar a II Guerra 
Mundial. 
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação9/227
da ciência, muitas tecnologias e inovações 
tem-se desenvolvido sem a aplicação de 
conhecimentos científicos. 
Segundo (Gaynor, 1999), o conceito de tec-
nologia pode ser entendido desde diferen-
tes enfoques: produção e aplicação do co-
nhecimento; meio para desenvolver uma 
tarefa, inclui todo o necessário para con-
verter os recursos em produtos ou serviços, 
corpo de conhecimentos científicos e de 
engenharia que podem ser aplicados no de-
senho de produtos ou serviços, ou na busca 
de novos conhecimentos; conhecimento e 
capacidade para produzir ou melhorar bens 
ou serviços, resultado da habilidade de de-
senvolver e aplicar conhecimento à solução 
de problemas.
Por sua vez, Freeman e Soete (2008), argu-
mentam que “o próprio uso da palavra tec-
nologia normalmente infere uma mudança 
nas formas como organizamos nossos co-
nhecimentos sobre as técnicas produtivas”.
Todas estas definições apresentam aspec-
tos importantespara caracterizar a tec-
nologia como conhecimento, produção de 
bens e serviços e solução de problemas. 
Uma definição que integra estes conceitos 
é feita por Castellanos (2011): “a tecnologia 
está constituída pelos meios, informação, 
conhecimentos e recursos necessários para 
o desenho, produção e comercialização de 
produtos (tangíveis e intangíveis) que tem 
uma demanda ou necessidade”.
Ao igual que a ciência, se considera que a 
tecnologia não é neutra e está influenciada 
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação10/227
pelo contexto econômico e social em que ela 
se desenvolve. O principal produto da tec-
nologia são as patentes as quais outorgam 
ao inventor o monopólio para explorar as 
invenções que aportam uma solução técni-
ca à humanidade. As patentes também po-
dem ser licenciadas e comercializadas para 
terceiros. 
3. Conceito de inovação
Um dos primeiros autores que trabalhou o 
conceito de inovação, foi o economista Jo-
seph Schumpeter (1883-1959) quem consi-
derava que a força fundamental que movi-
menta o sistema capitalista e o desenvolvi-
mento econômico é o fenômeno tecnológi-
co e o processo de inovação tecnológica. 
Para o economista a inovação permite des-
truir desde dentro das estruturas existen-
tes, criando novas combinações dos meios 
de produção, novas estruturas, novos pro-
dutos e novas indústrias, que demandam 
capital humano com novas capacidades. A 
inovação também permite a criação de no-
vos mercados, porque cria novas necessida-
des. Isto é o que ele chamou de “destruição 
criativa”, que revoluciona completamente o 
sistema econômico e que é o motor funda-
mental do sistema capitalista.
Em seu livro “Teoria do desenvolvimento 
econômico” (1964), ele estabeleceu que o 
desenvolvimento, entendido como a reali-
zação de novas combinações, apresenta as 
seguintes características: i) Introdução de 
um novo bem ou de uma nova qualidade de 
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação11/227
um bem; ii) Introdução de um novo método 
de produção; iii) Abertura de um novo mer-
cado, iv) Conquista de uma nova fonte de 
oferta de matérias-primas ou de bens semi-
manufaturados; v) Estabelecimento de uma 
nova organização de qualquer indústria.
O trabalho de Schumpeter foi a base para 
a definição de inovação estabelecida pelo 
Manual de Oslo (2005): “Uma inovação é 
a implementação de um produto (bem ou 
serviço) novo ou significativamente melho-
rado, ou um processo, ou um novo método 
de marketing, ou um novo método organi-
zacional nas práticas de negócios, na orga-
nização do local de trabalho ou nas relações 
externas”. 
Para entender melhor o conceito de inova-
ção é importante fazer uma distinção com o 
conceito de invenção. A invenção é uma so-
lução material para um problema específico 
e é resultado de um esforço intelectual e da 
capacidade de criação dos seres humanos. 
Para que uma invenção seja considerada 
uma invenção, esta deve ser comercializada 
e ter um mercado potencial. Assim, a inova-
ção é a solução técnica e economicamente 
viável do problema.
Neste sentido, o Manual de Oslo também 
salienta que para considerar que há uma 
inovação, ela deve ter sido implementada. 
Assim
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação12/227
Um produto novo ou melhorado é implementado quando introduzido no 
mercado. Novos processos, métodos de marketing e métodos organiza-
cionais são implementados quando eles são efetivamente utilizados nas 
operações das empresas” (Manual de Oslo, 2005).
Para saber mais
O Manual de Oslo é uma publicação conjunta da Organização para cooperação e o desenvolvimento eco-
nômico OECD e Eurostat. Seu objetivo principal é medir com precisão as atividades de inovação, diferen-
tes das atividades de P&D e as implicações do processo de inovação na elaboração de políticas de ciência, 
tecnologia e inovação. Este documento é uma referência internacional para a compreensão da dinâmica 
de inovação nas empresas O Manual de Oslo também deu orientações para a realização da Pesquisa de 
Inovação do Brasil Pintec.
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação13/227
Alguns exemplos dos diferentes tipos de 
inovação se apresentam a seguir (Manual 
de Oslo, 2005, e outros):
• Inovações de produtos ou serviços: 
GPS para equipamentos de transpor-
te; câmaras fotográficas em telefones 
celulares; serviços bancários on-line; 
serviços de televisão por demanda, 
exemplo Netflix; plataformas de ser-
viços de transporte, por exemplo Uber 
ou Cabify; plataformas de hospeda-
gem, por exemplo Airbnb.
• Inovações de processo: Impressão 3D; 
novos equipamentos de automação 
em uma linha de produção; desenhos 
assistidos por computador; sistema 
de rastreamento de bens por código 
de barra.
• Inovações de marketing: uso de em-
balagens de grande impacto visual; 
plataformas on-line de vendas de pro-
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação14/227
dutos, por exemplo: Amazon; sistema 
de franquias de comida; sistemas de 
fidelização de clientes frequentes.
• Inovações organizacionais: trabalho 
colaborativo e em rede; uso de e-le-
arning para capacitação; colabora-
ção entre universidades, centros de 
pesquisa e empresas; introdução de 
sistemas de produção build-to-order 
(vendas integradas à produção).
3. Gestão Tecnológica e Gestão 
da Inovação
A tecnologia tem sido reconhecida como 
uma das principais forças que afetam a con-
corrência entre empresas (PORTER, 1985) 
e como um fator que tem um alto impacto 
na gestão das organizações. O avanço tec-
nológico é cada vez mais importante para 
o sucesso das empresas, a eficiência das 
operações dos governos, o desempenho 
das economias nacionais e o bem-estar da 
sociedade em geral. O desenvolvimento e 
implementação dessas tecnologias requer 
a atenção não só dos avanços científicos e 
da engenharia, mas também dos recursos 
humanos, das matérias primas, das opções 
de financiamento, e do contexto no qual es-
sas tecnologias estão sendo inseridas, por 
exemplo, a legislação existente ou as prefe-
rências da população. A gestão tecnológica 
também entendida como gestão da inova-
ção surge em resposta a essa necessidade, 
sendo sua função encontrar um equilíbrio 
entre essas variáveis.
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação15/227
Uma das definições comumente citada é a do reporte do U.S National Research Council, que define 
a gestão tecnológica e gestão da inovação como a relação entre 
a engenharia, a ciência e as disciplinas da gestão para direcionar o plane-
jamento, desenvolvimento e implementação de capacidades tecnológicas 
que permitam dar forma e atingir a estratégia e os objetivos operacionais 
de uma organização” (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1987, pág. 9).
Outras definições entendem a gestão da inovação como “o processo de integração efetiva e uti-
lização da inovação, da missão estratégica, operacional e comercial de uma empresa para ga-
nhar vantagens competitivas” (BADAWY, 2009, pág. 224). Ou como uma abordagem de gestão 
baseado na optimização da permeabilidade e plasticidade dos sistemas produtivos e empresa-
riais com respeito às dinâmicas tecnológicas. Desde uma visão reativa, está estruturada ao redor 
da apropriação flexível e evolução tecnológica. Desde uma visão proativa, ela contribui ao surgi-
mento de formas alternativas de progresso técnico (CHANARON; GRANGE, 2006, pág. 959).
Essas definições nos levam a dois pontos: 1. a gestão tecnológica ou gestão da inovação está 
associada também com o progresso técnico; e 2. a gestão da inovação vai além da tecnologia e 
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação16/227
envolve outras disciplinas e outros recursos. 
Com respeito a esse último ponto, é impor-
tante salientar que ao envolver diferentes 
disciplinas e recursos, a gestão da inovação 
é diferente da gestão da pesquisa e o de-
senvolvimento (P&D). Enquanto a gestão da 
P&D tem a ver mais com o processo de ge-
ração de novo conhecimento e tecnologias, 
a gestão da inovaçãovai além da criação 
desse conhecimento e tecnologias, lidan-
do também com sua aplicação, difusão e 
impacto. Assim, embora a geração das tec-
nologias seja condição necessária, existem 
outras variáveis que jogam um papel chave, 
em alguns casos até mais importantes que 
a tecnologia em si mesma, por exemplo, as 
habilidades dos gerentes ou governantes 
para identificar novas oportunidades ou a 
capacidade das empresas para manipular 
os mercados (CASTELLANOS, 2007).
Dentre as atividades envolvidas na gestão 
tecnológica e na gestão da inovação, desta-
cam-se (CASTELLANOS, 2007)
• Diagnóstico tecnológico: tem a ver 
com a sistematização e análise de da-
dos relativos à tecnologia, produti-
vidade, posicionamento da empresa, 
entre outros.
• Estratégia de planejamento tecnoló-
gico: envolve as atividades de plane-
jamento estratégico da empresa, com 
ênfase no diagnostico tecnológico.
• Aquisição de tecnologia e desenvol-
vimento tecnológico interno: abrange 
as atividades de escolha das tecnolo-
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação17/227
gias (aquisição ou geração interna), 
estabelecimento de fontes de finan-
ciamento, analise de custos, entre ou-
tros.
• Mudança técnica e inovação tecno-
lógica: busca assegurar as condições 
para o avanço tecnológico, por exem-
plo o pessoal capacitado e a infraes-
trutura.
• Controle e avaliação: tem a ver com a 
verificação periódica da estratégia, o 
planejamento e execução da gestão 
tecnológica.
É importante assinalar que a gestão da ino-
vação pode ser aplicada tanto no nível ma-
cro, quanto no nível micro (CHANARON; 
GRANGE, 2006). No primeiro caso, a gestão 
da inovação no nível macro está associada, 
por exemplo, ao crescimento econômico 
dos países ou regiões e seu avanço para um 
desenvolvimento sustentável. Nesse caso, 
as decisões são tomadas pelos responsá-
veis das políticas (policy-makers). Já no nível 
micro empresas, a gestão da inovação tem 
a ver com o que adiciona valor aos produ-
tos ou os serviços que a empresa coloca no 
mercado. Nesse caso, as decisões estão nas 
mãos dos gerentes das distintas áreas da 
empresa.
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação18/227
Para saber mais
Embora a gestão da inovação fosse estudada já 
desde meados do século XX, sua conformação 
como disciplina começou a ganhar forma apenas 
na década de 1980. Nessa época (1986) foi criada 
a força-tarefa em Gestão da Tecnologia (Task For-
ce on Management of Technology), convocada pelo 
U.S. National Research Council, em resposta ao de-
clínio na competitividade internacional da indús-
tria dos Estados Unidos, que deu como resultado 
o relatório Management of Technology: The Hidden 
Competitive Advantage (1987). Esse relatório é um 
dos mais citados nos estudos sobre Gestão Tec-
nológica e Gestão da Inovação, e pode ser acessa-
do no repositório da National Academy of Sciences.
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação19/227
Glossário
Inovação: “Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou signifi-
cativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo mé-
todo organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas rela-
ções externas”. (Manual de Oslo, 2005)
Invenção: é uma solução material para um problema específico e é resultado de um esforço in-
telectual e da capacidade de criação dos seres humanos.
Patente: titulo legal, outorgado pelo Estado, que documenta e legitima, temporariamente, o di-
reito exclusivo de explorar uma invenção.
Questão
reflexão
?
para
20/227
Levando em conta a definição dos diferentes tipos de 
inovação, identifique duas inovações que você usa de 
maneira cotidiana e analise como estas têm melhorado 
sua qualidade de vida.
21/227
Considerações Finais
• Foram identificadas as bases conceituais da gestão da inovação: ciência, 
tecnologia e inovação, se lograram determinar suas principais característi-
cas e diferencias entre eles.
• Identificou-se que a ciência e a tecnologia têm produtos específicos que fa-
zem parte do acervo do conhecimento científico e tecnológico como: livros, 
teses, dissertações, artigos e patentes.
• Foram exploradas distintas definições de gestão da inovação, destacando 
que o conceito vai além da tecnologia, envolvendo outras disciplinas. As-
sinalamos também que a gestão da inovação pode ser estudada tanto no 
nível macro, quanto no nível micro.
• Descritas, sucintamente, as distintas atividades envolvidas na gestão da 
inovação, sendo elas: o diagnostico tecnológico, a estratégia de planeja-
mento tecnológico, aquisição de tecnologia e desenvolvimento tecnológico 
interno.
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação22/227
Referências
BADAWY, A. M. Technology management simply defined: A tweet plus two characters. Journal of 
Engineering and Technology Management, v. 26, n. 4, p. 219–224, 2009. 
CASTELLANOS, O. Gestión Tecnológica. De un enfoque tradicional a la inteligencia. Bogotá: 
Facultad de Ingeniería - Universidad Nacional de Colombia, 2007. v. 109.
CASTELLS, M. A Sociedade em Rede, Paz e Terra, São Paulo, Cap. 1: A Revolução da Tecnologia da 
Informação, pp. 67-118, 1999.
CHANARON, J. J.; GRANGE, T. Towards a Re-definition of technology management. The 3rd IEEE 
International Conference on Management Innovation and Technology. Anais...Singapore: 2006.
FREEMAN, C.; SOETE, L. A economia da inovação industrial. Editora Unicamp, 2008.
GAYNOR, G. Manual de gestión tecnológica, Tomo I. Mc Graw Hill Interamericana S.A, Bogotá, 
1999.
KLINE, S.; ROSENBERG, N. “An overview of innovation”. In: Landau, R & Rosenberg, N (eds). The 
positive sum strategy. National Academy of Press, Washington, DC, 1986.
MERTON, R.K. Os imperativos institucionais da ciência. In: A critica da ciencia: sociología e 
ideología da ciência. Ed. 2. p. 37-52, 1967.
Unidade 1 • Bases conceituais da Gestão da Inovação23/227
NATIONAL RESEARCH COUNCIL, U. . Management of Technology: The Hidden Competitive Ad-
vantage. [s.l.] National Academies Press, 1987. 
OECD (2005). Manual de Oslo. Diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre in-
ovação. Traduzido para o português pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Disponível 
em: <http://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf>. Acesso em: 12 
jul. 2017.
PORTER, M. Competitive Advantage. Creating and sustaining superior performance. New York: 
The Free Press, 1985. 
REAL ACADEMIA ESPANHOLA. Definição de ciência. Disponível em: <http://dle.rae.es
/?id=9AwuYaT>. Acesso em: 12 jul. 2017.
SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento econômico. Uma investigação sobre lucros, capital, 
crédito, juro e o ciclo económico. In: Os economistas. Editora Nova Cultural, Ltda, 1964.
http://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf
http://dle.rae.es/?id=9AwuYaT
http://dle.rae.es/?id=9AwuYaT
24/227
1. Uma das seguintes afirmações não está relacionada à tecnologia:
a) A tecnologia ajuda à solução de problemas.
b) A tecnologia implica a aplicação de conhecimentos científicos.
c) A tecnologia é neutra.
d) A tecnologia está associada à produção de bens e serviços.
e) A tecnologia muda a forma de organizar o conhecimento sobre as técnicas produtivas.
Questão 1
25/227
2. Um dos seguintes tópicos não é considerado inovação:
a) Inovação de produtos e serviços.
b) Inovação de ideias.
c) Inovação de processo.
d) Inovação de marketing.
e) Inovação organizacional.
Questão 2
26/227
3. A seguinte não é uma das atividades da gestão tecnológica:
a) Aquisição de tecnologia.
b) Controle e avaliação.
c) Evolução tecnológica.
d) Estratégia de planejamento tecnológico. 
e) Diagnostico tecnológico.
Questão 3
27/227
4. A gestão tecnológica pode ser conceitualizada em dois níveis, quais são 
eles?
a) Difusão e apropriação.
b) Interno e superficial.
c) Interno e externo.
d) Macro e micro.
e) Acadêmico e empresarial.
Questão 4
28/227
Gabarito
1. Resposta:C.
Se considera que tanto a ciência como a 
tecnologia não são neutras, já que estão in-
fluenciadas pelo contexto social, econômi-
co, político e cultural em que se inserem.
2. Resposta: B.
As ideias não são consideradas como inova-
ção. Estas só se convertem em inovação se 
são levadas ao mercado e tem uma deman-
da potencial.
3. Resposta: C.
A evolução tecnológica não faz parte das 
atividades da gestão tecnológica listadas 
no corpo do texto e também não é uma ati-
vidade em si mesmo.
4. Resposta: D.
A gestão tecnologia pode ser analisada tan-
to no nível dos países ou regiões macro, 
quanto no nível das empresas micro.
29/227
Unidade 2
Transferência tecnológica
Objetivos
1. Desenvolver o conceito de transferên-
cia tecnológica e os principais agen-
tes envolvidos.
2. Identificar e descrever os principais 
modos formais de transferência de 
tecnologia, fazendo ênfase na trans-
ferência internacional de tecnologia.
3. Descrever os principais componentes 
do processo de transferência tecnoló-
gica.
Unidade 2 • Transferência tecnológica30/227
Introdução
A transferência tecnológica é um termo 
cada vez mais usado no desenho de polí-
ticas públicas, abundando as publicações 
que lidam com o assunto. Porém, não é um 
tema simples de ser abordado, pois vai além 
da aquisição ou licenciamento de tecnolo-
gias, e tem impactos na geração de capa-
cidades tecnológicas nas empresas e nos 
países. Neste módulo buscamos apresentar 
os principais conceitos atrelados à transfe-
rência tecnológica, focando em três aspec-
tos: i) os agentes envolvidos no processo 
de transferência tecnológica, os quais são 
apresentados junto com a definição do con-
ceito na primeira seção; ii) os modos formais 
de transferência tecnológica, os quais são 
discutidos sucintamente na segunda seção, 
fazendo ênfase na transferência interna-
cional de tecnologia; e iii) os componentes 
da transferência tecnológica, os quais são 
elaborados na terceira seção. 
1. Definição e agentes evolvidos
Poderíamos começar por definir a transfe-
rência tecnológica considerando simples-
mente as palavras que compõem o termo; 
ou seja, como o traspasso de uma tecnolo-
gia de um agente para outro. Porém, não é 
tão simples assim. A primeira definição so-
bre a qual é importante ter clareza é sobre o 
que significa a tecnologia, o qual já é com-
plexo, pois tem tantas definições quanto 
usos do termo. No entanto, quando se trata 
de transferência tecnológica, a tecnologia é 
usualmente vista como uma entidade, como 
Unidade 2 • Transferência tecnológica31/227
uma ferramenta, e não como um campo 
específico da ciência ou do conhecimento, 
nem simplesmente como um produto ou 
um processo. Isto é importante, pois não é 
só o produto/processo o que é transferido, 
a transferência envolve também ao conhe-
cimento, ao uso e à aplicação atrelados a 
essa tecnologia (BOZEMAN, 2000). Logo, a 
transferência tecnológica envolve os dois 
componentes da tecnologia: o componen-
te físico (produtos, equipamentos, planos, 
técnicas, processos, etc.) e o componen-
te informacional (know-how em gestão, 
marketing, produção, controle de qualida-
de, etc.), pois sem esse último componente 
físico a tecnologia não poderia ser imple-
mentada ou usada (KUMAR; KUMAR; PER-
SAUD, 1999). 
A seguinte definição importante é a dos 
agentes envolvidos no processo de transfe-
rência. Dizemos que a transferência tecno-
lógica implicava o traspasso de uma tecno-
logia (componente físico e informacional) 
de um agente para outro. Mas, quais são 
esses agentes? Em termos simples, pode-
mos agrupar aos agentes envolvidos no 
processo de transferência tecnológica em 
dois grandes grupos: os produtores da tec-
nologia (fonte) e os que recebem essa tec-
nologia (destino). Já cada um desses grupos 
pode estar composto por diferentes tipos de 
atores. Nos produtores da tecnologia pode-
mos encontrar empresas, agencias ou la-
boratórios governamentais, universidades, 
organizações de pesquisa (públicas, priva-
das, sem fins lucrativos), ou em alguns ca-
Unidade 2 • Transferência tecnológica32/227
sos pode se falar até de regiões ou países. O grupo de usuários, por sua parte, inclui, entre outros, 
grupos de pessoas, escolas, universidades, empresas, até regiões e países (ROESSNER, 2000). 
Para saber mais
No caso da transferência de tecnologia por canais formais é possível incluir um agente adicional, que 
é o encarregado de gerir o processo de transferência. Esse agente pode ser parte de um escritório 
pertencente à fonte da tecnologia a ser transferida ou um escritório ou agente externo. No caso das 
universidades, por exemplo, é usual que existam escritórios que servem de vínculo entre os geradores 
de conhecimento/tecnologias na universidade (fonte) e os possíveis usuários/adotantes (destino), tais 
como empresas, organizações governamentais, sociedade, etc. Um exemplo desse tipo de escritório, 
que faz a ponte entre os geradores e os usuários de tecnologia, é a Agência de Inovação da Universida-
de Estadual de Campinas (Inova).
Unidade 2 • Transferência tecnológica33/227
Por fim, outra definição importante é a do 
canal ou meio de transferência. A transfe-
rência tecnológica pode ocorrer por canais 
formais ou canais informais. Os canais in-
formais incluem as publicações, congressos, 
ou o intercâmbio pessoal entre atores. Já os 
canais formais abrangem cursos e progra-
mas de capacitação e formação, a contra-
tação de pessoal capacitado, o intercâmbio 
de equipamento especializado, os serviços 
de técnicos e de consultoria, a pesquisa e 
desenvolvimento (P&D) feita em colabora-
ção/parceria, bem como a comercialização 
de tecnologia por vias formais (contratos, 
licencias, entre outros) (BOZEMAN, 2000; 
ZUNIGA; PAULO, 2013). Sobre esses últimos 
aprofundaremos na seguinte seção.
2. Modos de transferência for-
mais entre paises
A criação de capacidades tecnológicas tem 
sido reconhecida como uma das condições 
necessárias para avançar no processo de 
desenvolvimento dos países, sendo neces-
sário que sejam adquiridas tanto no nível 
macro (país, região) quanto no nível micro (o 
das empresas) (COHEN; LEVINTHAL, 1990; 
DOSI, 1988; KIM, 2001; LALL, 1992, 2000; 
NELSON; WINTER, 1982). A transferência 
internacional de tecnologia é uma ferra-
menta para a criação dessas capacidades 
tecnológicas. Assim, o sucesso no processo 
de aquisição de capacidades tecnológicas 
vai depender, entre outros aspectos, da es-
tratégia de transferência, o qual implica a 
Unidade 2 • Transferência tecnológica34/227
escolha entre distintos modos de transfe-
rência formais.
Dentre os modos formais de transferência 
tecnológica, destacam-se: investimento di-
reto estrangeiro (Direct foreign investment 
ou IDE em português), joint venture, licen-
ciamento, projetos chave na mão (turnkey), 
compras de bens de capital, acordos de co-
operação técnica, e pesquisa colaborativa. 
Cada um desses modos de transferência 
têm diferentes impactos tanto nos agen-
tes fonte, como no destino, com diferentes 
vantagens e desvantagens para cada um 
deles. Focando na transferência de tecnolo-
gias entre empresas, elaboram-se algumas 
das vantagens e desvantagem desses mo-
dos, partindo da revisão da literatura rea-
lizada por Kumar; Kumar; Persaud (1999) e 
Takahashi (2002): 
• Investimento estrangeiro direto: são 
os investimentos feitos por empresas 
multinacionais em países diferentes 
ao seu país de origem, geralmente 
países em desenvolvimento. Frequen-
temente implica retornos mais altos 
para a empresa multinacional do que 
o licenciamento, pois pode, por exem-
plo, explorar diretamente o mercado 
do país no qual está fazendo o inves-
timento ou aproveitar as capacidades 
desse país. Considera-se como um dos 
modos de transferência mais apro-
priados para transferir tecnologias 
novas, complexas e custosas. Dentre 
as vantagens para o país que “rece-
be” o investimento se encontra a pos-
Unidade 2 • Transferência tecnológica35/227
sibilidade de que as empresaslocais 
tenham conhecimento sobre tecno-
logias avançadas que possam depois 
ser incorporadas nos seus processos 
produtivos. As desvantagens incluem 
os impactos que a concorrência da 
empresa multinacional pode ter sobre 
as empresas locais em termos de, por 
exemplo, a captação de pessoal capa-
citado, diminuindo sua oferta ao invés 
de gerá-la. Também é argumentado 
que a empresa multinacional pode ter 
pouco ou nenhum impacto na criação 
de capacidades científicas e tecnoló-
gicas locais, pois a P&D continuaria 
sendo feita nos países de origem. 
• Joint Venture: entende-se às joint-ven-
tures como os acordos, provisórios ou 
permanentes, feitos entre duas ou 
mais empresas do mesmo ou de dis-
tinto país para o desenvolvimento de 
um determinado projeto ou objetivo 
comum. No caso das joint-ventures 
entre empresas de distinto país, uma 
das vantagens para o país receptor é 
a possibilidade de ter contato com um 
conjunto mais amplo de fontes de fi-
nanciamento e de tecnologias. 
Unidade 2 • Transferência tecnológica36/227
• Compra/aquisição de tecnologia: con-
siste na compra de um pacote tecno-
lógico, equipamento ou, ainda, uma 
marca completa. Neste caso, a em-
presa que faz a venda perde o contro-
le sobre a tecnologia que foi vendida, 
sendo, portanto, mais apropriada na-
queles casos nos quais o fornecedor 
da tecnologia não tem possibilida-
de de impor restrições sobre o uso da 
tecnologia.
• Projetos chave na mão: são os casos 
nos quais a empresa local contrata 
empresas estrangeiras para a instala-
ção de plantas produtivas completas. 
Neste caso, os fornecedores contro-
lam todas as decisões técnicas, signi-
ficando poucas possibilidades para a 
aprendizagem e treinamento de pes-
soal local. Esse tipo de transferência 
resulta mais apropriado no caso de 
tecnologias maduras. 
• Licenciamento: são os acordos nos 
quais uma empresa ou organização 
vende uma tecnologia, seja na forma 
de patente, processo, know-how, etc., 
em troca do pagamento, seja de uma 
compensação financeira ou de direi-
tos sobre a comercialização da tecno-
logia transferida (royalties). Esse tipo 
de transferência é apropriado para 
tecnologias que são intensivas em di-
reitos de propriedade intelectual (por 
exemplo, que podem ser protegidas 
com patentes). Geralmente os licen-
ciantes da tecnologia buscam reter o 
Unidade 2 • Transferência tecnológica37/227
controle sobre o uso e proteção dos 
direitos da tecnologia. Os benefícios 
para o licenciador vão depender da 
sua capacidade de negociação.
• Pesquisa colaborativa: o tipo de rela-
ção comumente citado neste tipo de 
transferência é a colaboração uni-
versidade-empresa. As empresas que 
complementam a pesquisa “feita em 
casa” com a pesquisa “feita fora” (por 
exemplo, em universidades ou centros 
de pesquisa públicos ou privados) têm 
acesso a avanços no conhecimento 
que muitas vezes são de difícil aqui-
sição, fortalecendo assim sua base 
científica e tecnológica.
É importante salientar que, se o objetivo é 
a aquisição/criação de capacidades tecno-
lógicas locais, a transferência internacional 
de tecnologias tem que ir além da compra 
de médios/equipamentos ou o do licencia-
mento de know-how para produção, reque-
rendo também da existência de capacida-
des para realizar engenharia reversa, bem 
como de capacidades próprias em P&D para 
manter ou, ainda, melhorar as tecnologias 
adquiridas (BELL; PAVITT, 1993). Tudo isto 
requer do suporte dos governos locais, os 
quais podem contribuir para esse objetivo 
de distintas formas, como por exemplo, me-
diante a criação de programas de suporte a 
P&D, ou mediante o assessoramento à em-
presas locais na aquisição de tecnologias ou 
na negociação de contratos de transferên-
cia, entre outros.
Unidade 2 • Transferência tecnológica38/227
3. Componentess
Existem diversas abordagens do processo 
de transferência tecnológica e suas dis-
tintas etapas. Porém, podem-se identifi-
Para saber mais
As duas principais agências que dão suporte à 
P&D no Brasil são o Conselho Nacional de Desen-
volvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a 
Empresa pública brasileira de fomento à ciência, 
tecnologia e inovação (FINEP). Enquanto o pri-
meiro foca mais nas instituições de pesquisa (por 
exemplo, universidades e centros de pesquisa), a 
FINEP inclui também às empresas, buscando em 
muitos casos a transferência de tecnologia entre 
atores, por exemplo Universidade-Empresa. 
Unidade 2 • Transferência tecnológica39/227
car quatro etapas ou componentes funda-
mentais:
i. Reconhecimento das necessidades: 
entende-se que uma das capacida-
des organizacionais determinantes 
do sucesso num processo de transfe-
rência tecnológica é a capacidade de 
reconhecer, mediante um processo 
sistemático e regular, as tecnologias 
necessárias para manter ou melhorar 
sua competitividade (BESSANT; RUSH, 
1995), sendo então o reconhecimento 
das necessidades a primeira etapa do 
processo (MADU, 1989; TAKAHASHI, 
2002). Para tanto é necessário definir 
as características da tecnologia em 
função das necessidades dos usuá-
rios, das especificidades do contexto 
e do estado atual da tecnologia (CAS-
TELLANOS, 2007).
Para saber mais
Nos casos nos que a transferência de tecnologia 
foi realmente efetiva se observam as seguintes 
características: existe liberdade e conhecimento 
para realizar modificações, se dá início à proces-
sos de inovações que melhoram o rendimento e a 
utilidade das tecnologias adquiridas e, posterior-
mente, os resultados são difundidos (CASTELLA-
NOS, 2007). Cabe assinalar que existem distintos 
critérios para avaliar a efetividade de um proces-
so de transferência tecnológica. Maiores detalhes 
sobre esses critérios podem ser consultados em 
BOZEMAN (2000).
Unidade 2 • Transferência tecnológica40/227
ii. Escolha da tecnologia: a primeira me-
dida nesta etapa é a identificação de 
possíveis fornecedores que se ajus-
tem às necessidades identificadas, 
bem como das opções tecnológicas 
por eles oferecidas, sempre em fun-
ção dos recursos disponíveis (DING; 
MOTWANI, 2001).
iii. Aquisição: compreende a negociação, 
o qual é crucial porque é o passo no 
qual é definido o modo de transferên-
cia (DING; MOTWANI, 2001) e se es-
pecificam os termos do negócio, por 
exemplo o tipo de suporte ou o serviço 
que o provedor brindará após a imple-
mentação da tecnologia, bem como 
o grau de liberdade que se terá sobre 
ela. É importante salientar que tanto 
o modo de transferência escolhido, 
quanto os termos negociados terão 
impacto nas organizações para que 
ela não termine sendo simplesmen-
te uma compradora e consumidora 
da tecnologia. É importante também 
deixar espaços abertos para adicionar 
valor à tecnologia adquirida por médio 
de inovações incrementais ou geran-
do novo conhecimento a partir dela; 
caso contrário, pode-se correr o risco 
de reduzir dramaticamente o poten-
cial da organização, e mesmo do país, 
para gerar capacidades tecnológicas e 
vantagens competitivas (CASTELLA-
NOS, 2007). 
Unidade 2 • Transferência tecnológica41/227
iv. Absorção. Este é o ponto do processo 
no qual a tecnologia é incorporada nos 
processos da organização e se desen-
volvem as capacidades tecnológicas. 
Porém, atingir esse ponto não garante 
que a organização consiga desenvolv-
er ditas capacidades, pois isto depende 
de aspectos tais como o controle que 
a organização teve sobre o proces-
so de transferência, a disponibilidade 
de pessoal técnico e profissional e sua 
cultura em torno ao aprendizado ou o 
apoio existente por parte dos governos 
(KUMAR; KUMAR; PERSAUD, 1999).
Unidade 2 • Transferência tecnológica42/227
Glossário
Engenharia reversa: atividades que buscam analisar e copiar os produtos dos competidores. 
Know-how: todas as informações industriais e técnicas que subsidiam a manufatura ou pro-
cessamento de produtos ou materiais. O termo pode ser usado para se referir ao conhecimento 
tácito que é difícil de transferir por meios escritos ou verbais.
Pesquisae desenvolvimento (P&D): segundo o manual de Oslo, a P&D abrange o trabalho 
criativo feito numa base sistemática com o objetivo de aumentar o estoque de conhecimento, 
incluindo o conhecimento sobre o homem, cultura e sociedade, bem como o uso desse conhe-
cimento para elaborar novas aplicações (OECD, 2005).
Questão
reflexão
?
para
43/227
Uma empresa do setor de autopeças no Brasil precisa 
modificar seu processo produtivo para diminuir suas 
emissões de efeito estufa. Isto implica a aquisição de 
tecnologias novas e com alta complexidade. Quais tipos 
de transferência tecnológica você recomendaria para 
a empresa? Quais aspectos se deveriam considerar em 
cada casso no momento da negociação?
44/227
Considerações Finais (1/2)
• Exploramos o conceito de transferência tecnológica, assinalando que ao 
transferir uma tecnologia são transferidos seus dois componentes, o físico 
(produto, planos, processo, etc.) e informacional (know-how).
• Identificamos os principais agentes envolvidos no processo de transferên-
cia tecnológica, sendo estes agrupados em dois grandes grupos: os agentes 
geradores/produtores da tecnologia (fonte) e os que recebem essa tecno-
logia (destino). Identificamos um agente adicional, que é o encarregado de 
gerir o processo de transferência, cuja existência ou participação no pro-
cesso ocorre nos casos nos quais a transferência é feita por canais formais.
• Elaboramos os principais modos de transferência tecnológica formal, sen-
do estes: investimento direto estrangeiro, joint-venture, licenciamento, 
projetos chave na mão, compras de bens de capital, acordos de cooperação 
técnica, e pesquisa colaborativa.
45/227
• Fizemos um recorrido pelas principais etapas do processo de transferência 
tecnológica, a saber: reconhecimento das necessidades, escolha da tecno-
logia, aquisição e absorção.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 2 • Transferência tecnológica46/227
Referências 
BELL, M.; PAVITT, K. Technological Accumulation and Industrial Growth: Contrast between De-
veloped and Developing Countries. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 2, p. 157–210, 
1993. 
BESSANT, J.; RUSH, H. Building Bridges for Innovation - the Role of Consultants in Technol-
ogy-Transfer. Research Policy, v. 24, n. 1, p. 97–114, 1995. 
BOZEMAN, B. Technology transfer and public policy: a review of research and theory. Research 
Policy, v. 29, p. 627–655, 2000. 
CASTELLANOS, O. Gestión Tecnológica. De un enfoque tradicional a la inteligencia. Bogotá: 
Facultad de Ingeniería - Universidad Nacional de Colombia, 2007. v. 109.
CASTELLANOS DOMÍNGUEZ, O. F. Gestión Tecnológica, De un enfoque tradicional a la inteli-
gencia. Bogotá D.C.: [s.n.]. 
CNPQ. Programas. Disponível em: <http://cnpq.br/apresentacao-programas/>. Acesso em: 28 
jul. 2017. 
COHEN, W.; LEVINTHAL, D. Absorptive Capacity : A New Perspective on Learning and Innovation 
Wesley M . Cohen ; Daniel A . Levinthal Absorptive Capacity : A New Perspective on Learning and 
Innovation. Science, v. 35, n. 1, p. 128–152, 1990. 
http://cnpq.br/apresentacao-programas
Unidade 2 • Transferência tecnológica47/227
DING, J.; MOTWANI, J. Transfer of technology: a critical element in China’s privatisation process. 
International Journal of Technology Management, v. 21, n. 5/6, p. 453, 2001. 
DOSI, G. Sources , Procedures , and Microeconomic Effects of Innovation. Journal of economic 
literature, v. 26, n. 3, p. 1120–1171, 1988. 
FINEP. O que apoiamos. Disponível em: <http://www.finep.gov.br/apoio-e-financiamento-exter-
na/o-que-apoiamos>. Acesso em: 28 jul. 2017. 
INOVA. Inova – Agência de Inovação da UNICAMP. Disponível em: <http://www.inova.unicamp.
br/>. Acesso em: 28 jul. 2017. 
KIM, L. The Dynamics of Technological Learning in Industrialisation. International Social Science 
Journal, v. 53, n. 168, p. 297–308, 2001. 
KUMAR, V.; KUMAR, U.; PERSAUD, A. Building technological capability through importing tech-
nology: the case of Indonesian manufacturing industry. The Journal of Technology Transfer, v. 
24, p. 81–96, 1999. 
LALL, S. Technological capabilities and industrialization. World Development, v. 20, n. 2, p. 165–
186, 1992. 
http://www.finep.gov.br/apoio-e-financiamento-externa/o-que-apoiamos
http://www.finep.gov.br/apoio-e-financiamento-externa/o-que-apoiamos
http://www.inova.unicamp.br/
http://www.inova.unicamp.br/
Unidade 2 • Transferência tecnológica48/227
LALL, S. Working Paper Number 46 Skills , Competitiveness and Policy in Developing Countries. 
QEH Working Paper Series, n. 46, p. 1–29, 2000. 
MADU, C. N. Transferring technology to developing countries—Critical factors for success. Long 
Range Planning, v. 22, n. 4, p. 115–124, ago. 1989. 
NELSON, R. R.; WINTER, S. G. An evolutionary theory of economic change. Cambridge and Lon-
don: [s.n.]. v. 93
OECD. Oslo manual. [s.l: s.n.]. 
ROESSNER, J. D. Technology transfer. In: HILL, C. (Ed.). . Science and Technology Policy in the US. 
A Time of Change. London: Longman, 2000. 
TAKAHASHI, V. Capacidades tecnológicas e transferência de tecnologia: estudo de multiplos 
casos na indústria farmacêutica no Brasil e no Canadá. [s.l.] Universidade de São Paulo, 2002.
ZUNIGA, P.; PAULO, C. Technology Transfer By Public Research OrganizationsThe Innovation 
Policy Platform. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.innovationpolicyplatform.org/sites/de-
fault/files/rdf_imported_documents/TechnologyTransferFromPublicResearchOrganizations.pdf>.
https://www.innovationpolicyplatform.org/sites/default/files/rdf_imported_documents/TechnologyTransferFromPublicResearchOrganizations.pdf
https://www.innovationpolicyplatform.org/sites/default/files/rdf_imported_documents/TechnologyTransferFromPublicResearchOrganizations.pdf
49/227
1. A transferência tecnológica envolve a transferência de dois componentes 
da tecnologia, quais?
a) Hardware e software.
b) Verbal e escrito.
c) Ativo e Passivo.
d) Negociado e tácito.
e) Físico e Informacional.
Questão 1
50/227
2. Das seguintes definições qual seria a mais apropriada para se referir à 
transferência tecnológica:
Questão 2
a) A compra de tecnologias produzidas no exterior.
b) O traspasso de uma tecnologia (componente físico e informacional) de um agente para ou-
tro.
c) O intercâmbio de informações entre empresas e organizações para melhorar suas capacida-
des.
d) A capacidade de uma empresa para adquirir ou vender tecnologias geradas no exterior.
e) O processo de licenciamento de uma tecnologia.
51/227
3. O modo de transferência no qual uma empresa ou organização vende os 
direitos de comercialização de uma tecnologia é conhecido como:
Questão 3
a) Compra direita.
b) Licenciamento.
c) Projetos chave na mão.
d) Joint Venture.
e) Royalties.
52/227
4. Das seguintes atividades qual é a de maior importância para que uma empre-
sa/organização/país possa participar do processo de geração de conhecimento 
e inovações partindo da tecnologia adquirida, fazendo com que possa se avan-
çar além do simples consumo da tecnologia:
Questão 4
a) Identificação de fornecedores.
b) Reconhecimento das necessidades.
c) Seleção da tecnologia apropriada.
d) Implementação da tecnologia.
e) Definição dos termos do negócio/acordo (negociação).
53/227
5. Qual dos seguintes canais de transferência não é um canal formal:
Questão 5
a) Investimento direto estrangeiro.
b) Participação em congressos.
c) Licenciamento.
d) Compras de bens de capital.
e) Pesquisa colaborativa.
54/227
Gabarito
1. Resposta: E.
Na definição de transferência tecnológica 
se indicou que ao transferir uma tecnolo-
gia se transferem seus componentes físico 
(produtos, equipamentos, planos, técnicas, 
processos, etc.) e informacional (know-how 
em gestão, marketing, produção, controle 
de qualidade, etc.).
2. Resposta: B.
A definição de transferência tecnológica 
apresentada na opção B é a definição sim-
ples de transferência discutida na primeira 
seção.
3. Resposta: B.
O Licenciamento são os acordos nos quais 
uma empresa ouorganização vende uma 
tecnologia, seja na forma de patente, pro-
cesso, know-how, etc. em troca de uma com-
pensação financeira ou de direitos sobre a 
comercialização da tecnologia transferida.
4. Resposta: E.
No processo de negociação se define o grau 
de liberdade que a empresa/organização 
vai ter sobre a tecnologia adquirida. Isto é 
chave para determinar se a empresa/orga-
nização pode gerar conhecimento ou inovar 
partindo dessa tecnologia.
55/227
Gabarito
5. Resposta: B.
Os congressos são um dos canais informais 
de transferência de tecnologia.
56/227
Unidade 3
Informação como base de geração de conhecimento
Objetivos
1. Compreender o conceito de Socieda-
de do Conhecimento.
2. Estabelecer as diferenças entre dados, 
informação, conhecimento e inteli-
gência.
3. Analisar as diferentes técnicas para 
a quantificação da informação: Bi-
bliometria, Cientometria, Informetria, 
Webometria e Patentometria.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento57/227
Introdução
O Tema 3 intitulado “Informação como base 
para o conhecimento” pretende dar um pa-
norama geral sobre o contexto atual em 
que as organizações se estão desenvolven-
do, o qual é caracterizado pela importân-
cia da informação e o conhecimento como 
base da transformação da economia e da 
sociedade. Neste novo contexto denomina-
do como “Sociedade do Conhecimento”, as 
organizações devem gerir de maneira mais 
eficiente a informação e o conhecimento 
para contribuir à toma de decisões estra-
tégicas que permitam estimular processos 
de inovação. A primeira parte do tema está 
dedicada a explicar o conceito de Socieda-
de do Conhecimento e as características 
do processo de transformação entre a ve-
lha e a “nova economia”. Na segunda parte 
é explicado o processo de transição entre 
os conceitos de dados, informação, conhe-
cimento até chegar à inteligência. Nesta 
parte há uma especial ênfase sobre as dife-
rencias entre conhecimento tácito e conhe-
cimento explícito e os modos de conversão 
do conhecimento definidos por Nonaka e 
Takeuchi (1995): socialização, externaliza-
ção, combinação e internalização. Final-
mente são apresentadas as principais téc-
nicas para a quantificação da informação 
que vão desde as mais tradicionais como a 
bibliometria, cientometria e patentometria, 
até as mais atuais que levam em conta a in-
formação na internet e nos websitescomo a 
informetria e a webometria. O uso de estas 
ferramentas pelas organizações pode con-
tribuir a melhorar seus processos de gestão 
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento58/227
do conhecimento e assim estimular a cria-
ção de bens e serviços inovadores que con-
tribuam a melhorar sua competitividade no 
mercado.
1. Sociedade do Conhecimento
O conceito acima está relacionado com fe-
nômenos relacionados ao incremento no 
ritmo, criação, acumulação, distribuição 
e aproveitamento da informação e o co-
nhecimento. Além disso, está relacionado 
como o desenvolvimento das Tecnologias 
da Informação e Comunicação (TICs), as 
quais têm permitido este fenómeno e têm 
deslocado as tecnologias de manufatura 
(OLIVE, 2008).
Neste sentido, têm surgido grandes trans-
formações da Sociedade Capitalista Indus-
trial ou velha economia para a Sociedade do 
Conhecimento ou nova economia. No Qua-
dro 1 se apresentam as principais mudan-
ças nos sistemas produtivos e de trabalho.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento59/227
Quadro 1. Da Sociedade Capitalista Industrial à Sociedade do Conhecimento
Da Sociedade Capitalista Industrial... ...À Sociedade do Conhecimento
Trabalho em fábricas, baseado na ação (não na refle-
xão) e aplicação de destrezas manuais e mecânicas.
Trabalho independente ou em empresas, baseado 
na pesquisa e produção de conhecimentos cientí-
ficos e tecnológicos, por meio da aplicação de ha-
bilidades intelectuais.
A riqueza das nações mensurada na produção de mer-
cadorias, onde os principais fatores de competitividade 
eram os recursos naturais e a mão de obra.
A riqueza e competitividade das nações mensura-
da no nível de conhecimentos ou tecnologia que 
incorpora nos produtos e serviços.
A mecanização dos sistemas produtivos. A informatização e automatização dos sistemas 
produtivos.
A produção em massa de mercadorias. A produção diversificada e segmentada de merca-
dorias e serviços.
Âmbito de competitividade nacional e de economias 
fechadas
Âmbito de competitividade global e de economia 
aberta.
Companhias orientadas à produção de bens e serviços. Companhias orientadas ao serviço ao cliente.
Mercado com capacidade de absorver toda a produção. Entorno altamente concorrente.
Comercialização e vendas físicas. Comercialização e vendas através de meios digitais.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento60/227
Da Sociedade Capitalista Industrial... ...À Sociedade do Conhecimento
Estrutura organizacional hierárquica e burocrática com 
muitos níveis administrativos.
Estrutura organizacional em rede, onde se fomen-
ta o trabalho em equipe.
Meios de comunicação: papel e físicos. Meios de comunicação: eletrônicos e digitais
Fonte: Baseado em: Fonide (2008); Mattos, J.R., Guimarães, L (2005); Tapscott (1997).
O conhecimento sempre foi o recurso mais valioso para as organizações, entretanto, só há pou-
co tempo as empresas tornaram-se conscientes da importância desse recurso nas suas áreas de 
atuação, e estão buscando diferentes estratégias para a criação, a aquisição, a transferência, a 
difusão, a apropriação e a gestão do conhecimento (REIS, 2008).
Neste contexto, as empresas têm mudado a maneira de gerir em relação à sua informação e 
conhecimento. A informação permite obter conhecimento que é o que permite produzir novos 
produtos, serviços e criar novos negócios. As TICs são chaves em todo este processo de trans-
formação. A partir de sua adequada utilização as empresas podem melhorar sua capacidade de 
resposta ao mercado e incrementar a inovação.
Mas não só é a utilização de determinadas tecnologias, o verdadeiro valor agregado vêm da ca-
pacidade de raciocínio e de aproveitar os dados, a informação e o conhecimento para tomar de-
cisões estratégicas ao interior das organizações. Estes conceitos se explicam na seguinte seção.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento61/227
2 Importância da informação e 
do conhecimento
No contexto atual da Sociedade do Conhe-
cimento os dados, a informação e o conhe-
cimento são ferramentas muito valiosas 
para que as organizações tomem melhores 
decisões. Nesta seção vão se explicar estes 
conceitos e como é o processo de transfor-
mação de dados em inteligência. 
Figura 1| Pirâmide informacional
Fonte: Cetisme, 2002, Paéz Urdaneta (1992), 
apud Castellanos et al (2011).
A Figura 1 representa a Pirâmide informa-
cional cujo ponto de partida é uma grande 
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento62/227
quantidade de dados desestruturados que 
se podem transformar em informação e co-
nhecimento na medida em que se agrega 
valor. Isto permite melhorar sua qualidade 
até chegar à inteligência que permite to-
mar decisões estratégicas e gerar processos 
inovadores.
Os dados são um conjunto de signos ou 
símbolos sem interpretação, que represen-
tam eventos que ocorrem nas organizações 
ou em seu entorno físico. A partir dos dados 
é possível gerar informação na medida em 
que sejam validados de acordo a sua rele-
vância e veracidade. Para isto, é importante 
verificar as fontes de informação, como fo-
ram obtidos e comprovar sua relevância com 
a ajuda de especialistas (CASTELLANOS, 
2011). Assim, a informação é um conjunto 
de dados processados e com valor agregado 
que aportam novos conhecimentos sobre 
um assunto ou fenômeno determinado.
Assim, a partir da informação obtida dos 
dados, é possível gerar conhecimento va-
lioso para a organização. O conhecimento 
é dinâmico uma vez que é criado na intera-
ção social entre indivíduos e organizações. 
O conhecimentodeve estar num contex-
to especifico, uma vez que depende de um 
tempo e um espaço determinado. Sem um 
contexto específico, é só informação, não 
conhecimento. (HAYEK, 1945). Oconheci-
mento estrutura-se a partir de sua utilida-
de. Por exemplo, Rua ABC 123 é só informa-
ção, não tem significado, mas se eu coloco 
esta informação dentro de um contexto, 
se converte em conhecimento: Meu amigo 
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento63/227
Carlos mora na Rua ABC 123 que fica perto 
da Universidade (NONAKA, TOKANA E KON-
NO, 2000).
Assim, o conhecimento tem um valor es-
tratégico e se considera um recurso valioso 
para a gestão e o desenvolvimento tecnoló-
gico de qualquer organização. Isto significa 
que o conhecimento é um meio para obter 
resultados (CASTELLANOS, 2007).
Também é importante identificar que há 
dois tipos de conhecimento: conhecimento 
tácito e conhecimento explícito. Segundo 
Nonaka e Takeuchi (1997), o conhecimento 
tácito é uma forma de conhecimento mui-
to pessoal, difícil de formalizar e comunicar 
aos outros. Também consiste em destrezas 
informais e difíceis de definir, o que é tam-
bém conhecido como know-how. 
Para saber mais
Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi são dos aca-
dêmicos japoneses vinculados com a Universida-
de de Hitotsubashi. Estes dois autores escreve-
ram no ano 1995 o livro “The Knowledge-creating 
company” que foi traduzido em português como: 
“Criação de conhecimento na empresa: Como as 
empresas japonesas geram a dinâmica da ino-
vação”. Neste livro desenvolvem um modelo de 
criação de conhecimento organizacional e expli-
cam a capacidade das empresas japonesas para 
criar conhecimento e sua aplicação em produtos 
e tecnologias de sucesso. Este livro é um dos mais 
reconhecidos e citados na área de administração 
de empresas e gestão do conhecimento no nível 
mundial.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento64/227
Por sua vez, o conhecimento explícito, é um 
conhecimento formal e sistemático que se 
pode compartilhar e comunicar com faci-
lidade. Por exemplo, especificações de um 
produto ou um programa de computação. O 
conhecimento tácito está ligado ao conhe-
cimento explicito e entre eles há um pro-
cesso de interação, que pode ser dividido 
em quatro (4) modos de conversão do co-
nhecimento: socialização, externalização, 
internalização e combinação (Veja Figura 2). 
Figura 2|. Processo de socialização, Externalização, Com-
binação e Internalização do conhecimento
Fonte: Nonaka, Tokana e Konno, 2000
A figura 2 representa os quatro (4) modos 
de conversão do conhecimento definidos 
por Nonaka e Takeuchi (1997): 
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento65/227
• Socialização (do conhecimento tá-
cito para conhecimento tácito): é o 
processo de adquirir conhecimen-
to tácito mediante o intercambio e 
compartilhamento de experiências. A 
Socialização pode ocorrer em reuni-
ões sociais informais fora do local de 
trabalho, onde o conhecimento táci-
to: como visões de mundo, modelos 
mentais e confiança mútua podem ser 
criados e compartilhados.
• Externalização (do conhecimento tá-
cito para conhecimento explícito): é o 
processo de articular o conhecimen-
to tácito em conhecimento explícito. 
Quando o conhecimento tácito se tor-
na explícito, o conhecimento é cris-
talizado, permitindo assim que seja 
compartilhado por outros, e torna-se 
a base de novos conhecimentos. Nes-
te processo são usados modelos, sín-
teses, metáforas ou analogias.
• Combinação (do conhecimento ex-
plícito para conhecimento explícito): 
É o processo de conversão do conhe-
cimento explícito em conjuntos mais 
complexos e sistemáticos de conheci-
mento explícito. O conhecimento ex-
plícito é coletado de dentro para fora 
da organização e depois é combinado, 
editado ou processado em novo co-
nhecimento.
• Internalização (do conhecimento ex-
plicito para o conhecimento tácito): 
Através da internalização, o conheci-
mento explícito é criado e comparti-
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento66/227
lhado dentro da organização e con-
vertido em conhecimento tácito pe-
los indivíduos. Está relacionado com 
o conceito de “Learning by doing” ou 
aprender fazendo. Quando o conheci-
mento é internalizado para se tornar 
parte da base de conhecimento táci-
to dos indivíduos na forma modelos 
compartilhados ou know-how técni-
co, torna-se um bem valioso. Este co-
nhecimento tácito acumulado no ní-
vel pessoal pode, em seguida, desen-
cadear uma nova espiral de criação do 
conhecimento quando é compartilha-
do com os outros indivíduos através 
da socialização.
Finalmente, a partir de uma adequada ges-
tão do conhecimento ao interior da organi-
zação, podem-se tomar decisões estratégi-
cas que é o que se conhece como inteligên-
cia. A inteligência é um processo por meio 
do qual se obtém informação aplicável a 
um problema ou situação, que logo deve ser 
compreendida e assimilada para sua trans-
formação em conhecimento útil e perti-
nente que permita a tomada de decisões 
e ações concretas (CASTELLANOS, 2007). 
O conceito e as ferramentas da Inteligên-
cia, serão analisados em detalhe no Tema 5 
desta disciplina.
A partir do todo o processo de gestão da 
informação e do conhecimento, é possível 
que as organizações desenvolvam novos 
processos e serviços inovadores, que per-
mitam dar resposta rápida às necessidades 
do mercado, melhorando assim a sua com-
petitividade.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento67/227
3. Técnincas para a quantifica-
ção da informação
Uma vez entendidos os conceitos de infor-
mação e do conhecimento, é importan-
te analisar quais são as principais técnicas 
para a quantificação da informação e para 
a análise de suas tendências. Uma adequa-
da análise de tendências permite organizar, 
quantificar e processar a informação como 
um elemento útil para a criação de inova-
ções.
Uma das principais preocupações cien-
tíficas é encontrar a maneira de medir os 
avanços da ciência e tecnologia através de 
indicadores. Segundo Merton (1977), “os 
indicadores fornecem uma medida válida e 
confiável das flutuações no ritmo de desco-
bertas científicas e invenções tecnológicas, 
e outras expressões intelectuais e artísticas 
da cultura”.
Assim, surgem diferentes “métricas” que 
permitem obter indicadores a partir da in-
formação. As principais são: Bibliometria, 
Cientometria, Informetria, Webmetria, e 
Patentometria.
Considera-se que a Bibliometria é a base 
teórica para as outras técnicas de medição. 
A bibliometria aplica métodos estadísticos 
e matemáticos para medir a informação re-
lacionada aos registros bibliográficos. Seu 
objetivo é identificar e analisar suas carac-
terísticas, tendências, impacto, agrupações 
ou relações e formas de comunicação de li-
vros, artigos científicos,dissertações e teses.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento68/227
A Cientometria é o estudo dos aspectos 
quantitativos da ciência enquanto uma dis-
ciplina ou atividade econômica. Faz par-
te da sociologia da ciência com aplicações 
voltadas ao desenvolvimento de políticas 
científicas. Seu escopo é mais amplo, quan-
Para saber mais
As bases de dados de artigos e revistas científicas 
permitem observar a dinâmica da geração de co-
nhecimento ao redor de algum processo ou pro-
duto que tem sido publicado em artigos. Há mui-
tas bases de dados de artigos científicos, que po-
dem ser de acesso aberto como a Base de dados 
Scielo, ou de acesso pago como a base de dados 
Scopus. Todas estas bases permitem recuperar os 
principais artigos científicos relacionados com 
todas as áreas do conhecimento.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento69/227
do comparado com a Bibliometria e inclui 
a análise de patentes (MARICATO E NORO-
NHA, 2013).
Tanto a Bibliometria e a Cientometría estão 
relacionadas estreitamente em comparti-
lham os seguintes temas de interesse:
• Crescimento quantitativoda ciência 
e da tecnologia (número de publica-
ções, livros e patentes.
• Produtividade e criatividade dos pes-
quisadores.
• Estrutura de comunicação entre os 
cientistas.
• Redes de colaboração entre institui-
ções e pesquisadores.
• Surgimento de novas áreas de pesquisa.
• Envelhecimento dos campos científi-
cos.
• Relações entre temas e palavras-cha-
ve.
• Impacto das publicações por meio das 
citações.
Por sua vez, a Informetria abrange o estudo 
dos aspectos quantitativos da informação 
registrada, independentemente do forma-
to ou modo como é gerada. Considera tanto 
os aspectos quantitativos da comunicação 
informal ou falada, quanto da informação 
registrada. Além disso, considera as neces-
sidades e usos da informação para qualquer 
atividade, seja proveniente de atividade in-
telectual ou não (TAGUE-SUTCLIFFE, 1992).
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento70/227
Complementando a análise da informação 
na World Wide Web (WWW), surge a Webo-
metria como o estudo de aspectos quan-
titativos da construção e uso de recursos, 
estruturas e tecnologias da informação e 
comunicação na WWW a partir de indica-
dores bibliométricos e informétricos (BJÖR-
NEBORN E INGWERSEN, 2004). Alguns dos 
aspectos que analisa a webometria são: 
análise de conteúdo de páginas web, aná-
lise da estrutura de enlaces web, análise de 
condutas de navegação, análise de tecnolo-
gias web, como o desenho de buscadores e 
análise de enlaces e de citações web.
Finalmente, a Patentometria é a aplicação 
de métodos estadísticos e matemáticos 
para medir informação de patentes com o 
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento71/227
objetivo de identificar e analisar suas características, incluindo tendências, impacto, agrupações 
temáticas e desenvolvimentos crescentes ou decrescentes (CASTELLANOS, 2011).
O quadro 2 resume o objeto de estudo, variáveis, métodos e objetivos das diferentes técnicas 
para a quantificação da informação.
Quadro 2. Tipologia das técnicas para a quantificação da informação
Tipologia/ 
Subcampo
Bibliometria Cientometria Informetria Webometria Patentometria
Objeto de es-
tudo
Livros, docu-
mentos, revis-
tas, artigos, 
autores
Disciplinas, as-
suntos, campos 
científicos e 
tecnológicos, 
patentes, teses
Palavras, docu-
mentos, banco 
de dados, co-
municações in-
formais
Sítios na WWW 
(URL, tipo, do-
mínio, tamanho 
e links)
Patentes
Variáveis
Número de 
empréstimos 
(circulação) e de 
citações
Como os cien-
tistas se comu-
nicam
Medir a recupe-
ração e relevân-
cia
Número de links 
que remetem 
ao mesmo sitio, 
sitações.
Publicações, 
aparição de pa-
lavras, invento-
res, citações
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento72/227
Tipologia/ 
Subcampo
Bibliometria Cientometria Informetria Webometria Patentometria
Métodos
Ranking, frequ-
ência, distribui-
ção
Análise de con-
juntos de cor-
respondência, 
concorrência de 
termos e pala-
vras-chave
Modelos bo-
oleanos de 
recuperação, 
linguagem de 
processamento, 
Tesauros 
Fator de im-
pacto da Web 
(FIW), densi-
dade dos links, 
estratégias de 
busca
Classificação, 
frequência, dis-
tribuição, aná-
lise de conjunto 
e correspon-
dencia, 
Objetivos
Alocar recursos, 
pessoas, tempo, 
dinheiro
Identificar do-
mínios de inte-
resse
Melhorar a efi-
ciência de re-
cuperação da 
informação
Avaliar o su-
cesso dos sítios 
web, melhorar 
a eficiência dos 
motores de 
busca
Identificar esfe-
ras de interesse, 
focos de inova-
ção, concorrên-
cia, alianças.
Fonte: Bufrén e Prates (2005).
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento73/227
Para saber mais
O Fator de Impacto da Web (FIW) desenvolvido por Rodríguez-Gairín, (1997) e Ingwersen(1998), é a soma 
do número de páginas web internas e externas de um sítio dividido pelo número de páginas deste próprio 
sítio em um determinado momento. Vem sendo utilizado para medir o grau de atratividade e influência 
dos novos recursos de informação na Internet e na Web. 
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento74/227
Glossário
Gestão do conhecimento: do inglês KM - Knowledge Management, é o nome dado ao conjunto 
de tecnologias e processos cujo objetivo é apoiar a criação, a transferência e a aplicação do co-
nhecimento nas organizações
Sitações: tradução para o português do neologismo “sitations” criado por Rousseau (1997) 
para designar as citações entre os sítios web. 
Tecnologias da informação e a comunicação TICs: são dispositivos tecnológicos (hardware e 
software) que permitem editar, produzir, armazenar, intercambiar e transmitir dados entre dife-
rentes sistemas de informação. Estas aplicações que integram meios de informática, telecomu-
nicações e redes permitem a comunicação e colaboração interpessoal (pessoa a pessoa) como 
a multidirecional (uno para muitos ou muitos para muitos). Estas ferramentas desempenham 
um papel chave na geração, difusão, gestão e aceso ao conhecimento (COBO, 2009).
Tesauro: lista de palavras ou termos controlados empregados para representar conceitos ou 
significados semelhantes.
Questão
reflexão
?
para
75/227
Levando em conta os conceitos apresentados sobre o 
conhecimento tácito e explicito e seus modos de con-
versão: socialização, externalização, combinação e in-
ternalização, identifique um exemplo para cada um de-
les e explique como a sua implementação pode contri-
buir à gestão do conhecimento mais eficiente ao interior 
da organização.
76/227
Considerações Finais
• Foi apresentado o conceito de Sociedade do Conhecimento e foram explicadas 
suas principais características e o contraste com o Sociedade Industrial Capi-
talista. Também se ressaltou a importância das tecnologias da informação e 
comunicação TICs neste novo contexto.
• Foi feita uma distinção entre os conceitos de dados, informação, conhecimen-
to e inteligência e como o processo de gestão do conhecimento é importante 
para que as organizações gerem valor agregado em seus produtos e serviços.
• Também foram explicados os dois principais tipos de conhecimento: conheci-
mento tácito e conhecimento explicito e seus principais modos de conversão 
que permitem fluxos de conhecimentos ao interior das organizações.
• Finalmente se apresentaram as principais técnicas para a quantificação da in-
formação: bibliometria, cientometria, informetria, webometria e patentome-
tria. A aplicação destas técnicas permite que elas conhecer o estado de arte de 
novas tecnologias e do contexto competitivo das organizações.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento77/227
Referências 
BJÖRNEBORN, L.; INGWERSEN, P. Toward a basic framework for webometrics. JASIST. v. 55, n. 1, 
p. 1216-1227, 2004. 
BUFREM, L.; PRATES,Y. O saber científico registrado e as practicas de mensuração da informação. 
Ciência da Informação, Brasilia, v.34, n.2, p. 9-25, maio/ago, 2005.
CASTELLANOS, O.; FÚQUENE, A.; RÁMIREZ, D. Análisis de tendencias: da la información hacia la 
innovación. Editorial Universidad Nacional de Colombia, Bogotá, 2011.
CASTELLANOS, O. Gestión Tecnológica. De un enfoque tradicional a la inteligencia. Bogotá: 
Facultad de Ingeniería - Universidad Nacional de Colombia, 2007. v. 109.
COBO, J.C. El concepto de tecnologías de la información. Benchmarking sobre las definiciones de 
las TIC en la Sociedad del Conocimiento. ZER Vol. 14, n. 27, p 295-318, 2009.
FONIDE. Fondo de investigación y desarrollo en educación. La implementación de la Reforma 
Curricular en la Educación Media Técnico Profesional: Evaluación y Proyecciones.Informe fi-
nal. Santiago de Chile, Ministerio de Educación, 2008.
HAYEK, F.A.The use of knowledge in society.The American Economic Review 35, 519-530, 1945.
INGWERSEN, P. The calculation of web impact factors. Journal of Documentation, v. 54, n. 2, p. 
236-243, 1998. 
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento78/227
MARICATO, J.; NORONHA,D. Indicadores bibliométricos e cientométricos em CT&I: apontamen-
tos históricos, metodológicos e tendencias de aplicação. In: PIUMBATO, M.C e Leta, J. Bibliomet-
ria e cientometria. Reflexões teóricas de interfaces, 2013.
MATTOS, J.R.; GUIMARÃES, L. Gestão da tecnologia e inovação: uma abordagem prática. São 
Paulo: Saraiva, 2005.
MERTON, R. K La sociología de la ciencia: investigaciones teóricas y empíricas. Recopilación e 
introducción de Norman W. Storer. Madrid: Alianza Editorial, 1977.
NONAKA, I.; TOYAMA, R.; KONNO, N. SECI, Ba and Leadership: a Unified Model of Dynamic Knowle-
dge Creation. Long Range Planning 33 (2000) 5-34, 2000.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: Como as empresas japone-
sas geram a dinâmica da inovação.Rio de Janeiro, RJ : Campus, c1997. 
OLIVE, L. La ciência y la tecnologia en la sociedade del conocimiento: ética, política y episte-
mologia.México: Fondo de Cultura Económica, 2007.
REIS, D.R. Gestão da inovação tecnológica. Barueri, São Paulo: Manole, 2008.
Unidade 3 • Informação como base de geração de conhecimento79/227
RODRÍGUEZ-GAIRÍN, J. M. Valorando el impacto de la información en internet: AltaVista, el “Cita-
tion Index” de la red. Revista Española de Documentación Científica, v. 20, n. 2, p. 175- 181, 1997. 
Disponível em: <http://bd.ub.es/pub/rzgairin/altavis.htm>. Acesso em: 23 set. 2017.
ROUSSEAU, Ronald. Sitations: an exploratory study. Cybermetrics, v. 1, n. 1, 1997. 
TAGUE-SUTCLIFFE, J. An introduction to Informetrics. Information Processing & Management. 
V. 28, n.1, p. 1-3, 1992.
TAPSCOTT, D. La economia digital. Capitulo 2. Doce temas de la nueva economia. Editorial Mc-
Graw Hill, 1997.
http://bd.ub.es/pub/rzgairin/altavis.htm
80/227
1. Qual dos seguintes tópicos não corresponde a uma característica da So-
ciedade do Conhecimento:
a) Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação TICs em seus processos produtivos
b) Produção diversificada e segmentada.
c) Economia fechada.
d) Estrutura organizacional em rede.
e) Meios de comunicação digitais.
Questão 1
81/227
2. Qual é a principal característica que diferencia à informação do conheci-
mento:
a) A forma em que são coletados.
b) A veracidade das fontes de informação.
c) A pessoa ou organização que os gera.
d) A base de dados que utiliza.
e) O contexto específico no qual se desenvolvem.
Questão 2
82/227
3. O processo de adquirir conhecimento tácito mediante o intercambio e com-
partilhamento de experiências se denomina:
a) Internalização.
b) Socialização.
c) Conhecimento explícito.
d) Combinação.
e) Externalização.
Questão 3
83/227
4. Qual das seguintes técnicas é considerada como a base teórica para a 
quantificação da informação:
a) Patentometria.
b) Cientometria.
c) Webometria.
d) Bibliometria.
e) Informetria.
Questão 4
84/227
5. Qual dos seguintes tópicos não é analisado pela Webometria:
a) Como os cientistas se comunicam.
b) Motores de busca.
c) Estratégias de busca.
d) Domínios web.
e) Número de links.
Questão 5
85/227
Gabarito
1. Resposta: C.
A Sociedade do Conhecimento se caracteri-
za por inserir-se num contexto de globaliza-
ção e de economia aberta e não de econo-
mia fechada.
2. Resposta: E. 
A principal característica que diferencia à 
informação do conhecimento é o contexto 
especifico em que se desenvolve porque o 
contexto determina seu verdadeiro signifi-
cado.
3. Resposta: B.
O processo de socialização do conhecimen-
to tácito para o conhecimento tácito é feito 
através do compartilhamento de experiên-
cias que permite projetar-se no processo de 
raciocínio de outro individuo.
4. Resposta: D.
Se considera que a bibliometria é a base te-
órica das técnicas de quantificação da in-
formação, a qual começou a aplicar técnicas 
estadísticas e matemáticas para os livros e 
artigos. Estas técnicas se foram ampliando 
para outros tipos de informação como do-
cumentos na web e patentes.
5. Resposta: A.
A identificação de como os cientistas se co-
municam é uma das principais variáveis da 
cientometria.
86/227
Unidade 4
Inovação tecnológica
Objetivos
1. Reforçar noções básicas associadas 
ao conceito de inovação tecnológica.
2. Explorar alguns dos principais mode-
los usados para representar o proces-
so de inovação tecnológica.
3. Conhecer sobre alguns dos manuais 
existentes para a medição da inova-
ção.
Unidade 4 • Inovação tecnológica87/227
Introdução
Em ambientes de mudança constante como 
os observados na atualidade – nos quais a 
evolução das tecnologias é cada vez mais 
rápida e os ciclos de vida dos produtos cada 
vez mais curtos, a inovação tecnológica 
ganha mais relevância nas análises feitas 
sobre os sistemas econômicos. Em alguns 
casos, inclusive, o impacto da inovação é 
considerado como um fator mais impor-
tante do que outras variáveis presentes nas 
análises convencionais. Mas, como ocorrem 
as inovações e como pode ser medido seu 
impacto? É partindo dessas perguntas que 
abordaremos os conteúdos deste tema. 
Para tanto, na primeira seção começare-
mos apresentando algumas definições vin-
culadas à inovação necessárias para o me-
lhor entendimento do conceito, isto incluí 
a referência a conceitos já explorados no 
primeiro Tema do curso, bem como a dife-
rença entre dois conceitos novos: inovações 
radicais e inovações incrementais. Na se-
gunda seção revisaremos dois dos mode-
los mais populares que têm sido propostos 
para o estudo do processo de inovação: o 
modelo linear e o modelo interativo ou sis-
têmico (Chain Linked Model). Buscamos com 
isto obter subsídios para um melhor enten-
dimento do dinamismo nos processos de 
inovação e a complexidade que envolve o 
seu estudo. Por fim, na terceira seção explo-
raremos sucintamente aspectos relativos a 
dois dos manuais propostos por organiza-
ções internacionais para medir a inovação e 
seu impacto: o Manual de Oslo e o Manual 
de Bogotá. 
Unidade 4 • Inovação tecnológica88/227
1. Noções básicas
Nesta seção vamos a retomar alguns dos 
conceitos associados à inovação que já vi-
mos no primeiro Tema “Bases conceituais da 
Gestão da Inovação” sobre os quais é preciso 
ter clareza para explorar os conteúdos que 
queremos abordar neste tema. Vamos tam-
bém a apresentar outra diferença que pode 
nos ajudar a melhorar o entendimento do 
conceito de inovação: a diferença entre ino-
vações incrementais e inovações radicais.
Sobre as noções básicas já exploradas, lem-
bremos:
• Primeiro, que existem diversos tipos 
de inovações, pudendo ser elas de 
produto ou serviços, de processo, de 
marketing, ou organizacionais. 
• Segundo, que não é possível falar de 
inovação se não há implementação. 
Ou seja, o produto deve ter sido co-
mercializado, ou os processos ou mé-
todos de marketing e organizacionais 
devem ter sido efetivamente utiliza-
dos. Assim, por exemplo, no caso de 
um produto que não tenha sido co-
mercializado estaríamos falando de 
invenções e não de inovações. 
• Terceiro, que a inovação tem sido re-
conhecida como a principal causa das 
grandes mudanças observadas na 
economia, sendo Joseph Schumpeter 
o primeiro em reconhecer esse fenô-
meno (associado ao conceito de “des-
truição criadora”).
Unidade 4 • Inovação tecnológica89/227
Já sobre a diferença entre inovações radi-
cais e incrementais podemos começar ci-
tando as palavras de Joseph Schumpeter in-
dicando que “as inovações radicais dão forma 
às grandes mudanças no mundo, enquanto 
que as inovações incrementais preenchem o 
processo continuamente ”(OECD; EUROSTAT, 
2005, pág. 16). FREEMAN& PEREZ (1988) 
nos oferecem as seguintes definições sobre 
cada uma delas: 
• As inovações incrementais são aque-
las invenções e melhoras realizadas 
sobre processos, produtos, métodos, 
artefatos ou sistemas já existentes. 
Tais inovações não chegam a ter efei-
tos dramáticos sobre a produtividade 
de forma individual, mas são de gran-
de importância para o melhoramen-
to da eficiência no uso dos fatores de 
produção y, geralmente, são o

Continue navegando