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Isabela Didier - 144 MED DISPNEIA DOENÇA VASCULAR DO PULMÃO Tromboembolismo Venoso: TVP e TEP como mesma entidade patológica em estágios diferentes TROMBOEMBOLIA PULMONAR Manifestações clínicas · Evento súbito · Dor torácica (pleurítica) · Hemoptise · Sibilância · Taquipneia (principal sinal!) · Dispneia (principal sintoma!!) · Território pulmonar ventilado, mas sem sangue sem troca gasosa hipoxemia sensação de falta de ar = dispneia. · Se grave = TEP maciço · Hipotensão (choque obstrutivo) · Insuficiência do coração direito (VD) por alteração pulmonar = cor pulmonale · Aumento de BNP e troponina · Aumento da pressão no VD áreas de microinfarto (aumento de troponina) Exames complementares · ECG · Alteração mais comum: taquicardia sinusal · Alteração mais específica: Padrão S1Q3T3 · S em D1/ Q em D3/ T invertida em D3 Não confirma diagnóstico necessita de exame que mostre o trombo na vasculatura · Rx de tórax · Achados específicos, mas não frequentes: · Sinal de Westermark = oligoemia localizada · Corcova de Hampton = hipotransparênica triangular periférica Área só recebe ar fica mais preto (hipertransparênica) · Ecocardiograma · Disfunção VD pior prognóstico · Marcadores · Aumento BNP e troponina pior prognóstico · D-dímero · Produto de degradação da fibrina · Elevado em situações que geram trombos · Espera-se aumentado Algoritmo diagnóstico · Escore de Wells determinar suspeita clínica (baixa ou alta) · Clínica de TVP = 3pts · Sem outro diagnóstico mais provável = 3pts · FC> 100 = 1.5pts · Imobilização ou cirurgia recente = 1.5pts · Episódio prévio de TVP/TEP = 1.5 pts · Hemoptise = 1 pt · Malignidade 1 pt · Mnemônico · E = episódio prévio · M = malignidade · B = Batata inchada (clínica de TVP) · O = outro diagnóstico · L = lung bleeding (hemoptise) · I = imobilização · A = alta FC · Suspeita · Baixa (Wells <=4) · D-dímero · Normal = sem TEP · Alto = imagem · Alta (Wells >4) · Imagem 1. AngioTC (+) = TEP 2. Cintilografia 3. Doppler MMII 4. Arteriografia pulmonar (padrão-ouro) (-) = sem TEP Cada exame de imagem (-) escalona p/ próximo · Escore de Genebra (pouco usado) · Não precisa de exame de imagem confirmatório p/ tratamento potencial grande de evolução p/ óbito inicia-se terapia na suspeita (Wells >4) Tratamento · Intervenção tem o intuito de êmbolo não aumentar de tamanho e permitir corpo desfazê-lo · Anticoagulação por 3 meses · Opções principais · Heparina + warfarin (marevan) 5mg/dia (começam juntos) · Warfarina demora alguns dias p/ efeito · Efeito quando INR entre 2 e 3 · Suspender heparina com 2 INRs consecultivos entre 2 -3 · Heparina 5 dias, depois dabigatrana 150mg 2x/dia · Rivaroxabana 15 mg 2x/dia (sem heparina) · Se TEP maciço (instabilidade, IVD)? · Trombolisar até 14° dia (rtPA, estreptoquinase) · Filtro de veia cava inferior · Evitar que novos trombos chegam ao pulmão · Impede que embolia aumente de tamanho · Uso em casos de contraindicação ou falha da anticoagulação EMBOLIA GORDUROSA · Paciente com fraturas de ossos longos e pelve micropartículas de gordura na circulação (provenientes da medula amarela) impactação e inflamação obstrução + vasculite (12-72h) · Tríade de manifestação 1) Pulmão (hipoxemia) 2) SNC (alteração neurológica) 3) Pele (Rash petequial) · Tratamento · Suporte · Metilprednisolona (?) · Como prevenir? · Tratamento ortopédico precoce DOENÇAS OBSTRUTIVAS E RESTRITIVAS Espirometria Forçada · VEF1: volume expiratório forçado do 1° segundo · CVF: Capacidade vital forçada · Doença obstrutiva: asma e DPOC · Dificuldade p/ expirar curva mais baixa VEF1 diminuído e CVF cai menos (tempo maior de expiração) · Doença restritiva: Pneumopatias intersticiais difusas · doenças que fibrosam o parênquima pulmonar perda de elasticidade perda de expansão · Entra pouco ar e sai pouco ar · Curva é menor, mas proporcional. VEF1 CVF VEF1/CVF (Índice de Tiffenau) Obstrutivo ↓↓ ↓ ↓ (< 70%) Restritivo ↓ ↓ Variável · Asma é obstrução reversível e DPOC é irreversível · Se obstrução Prova broncodilatadora · Positiva se VEF1 > 200mL e > 12% = asma PNEUMOCONIOSE (SILICOSE/ASBESTOSE) · Doença pulmonar ocupacional relacionada a inalação de micropartículas · Fisiopatologia: inalação de micropartícula inflamação (alveolite) fibrose (restrição) · Pode demorar décadas p/ manifestação clínica · Evitar com EPI · Diagnóstico: história ocupacional + Rx · Asbestose dentro do amianto histórico de trabalho em construção civil/demolição · Silicose jateamento de areia/vidro, mineração · Fazem parte das pneumopatias intersticiais difusas · Fibrose: padrão restritivo · Silicose · Afeta regiões superiores do pulmão relacionada com tuberculose (facilita infecção por alteração da área) · Espirometria de padrão restritivo · VEF1 e CVF reduzidos · VEF1/CVF variável Fase inicial = alveolite infiltrados micronodulares em zonas superiores do pulmão Avançado fibrose em zonas superiores Linfonodos mediastinais com calcificação periférica (em casa de ovo “eggshell”) · Pneumopatias intersticiais difusas · Fibrose superior: Silicose, Sarcoidose · Fibrose inferior: fibrose pulmonar idiopática (principal) DPOC: DOENÇA PULMONAR CRÔNICA OBSTRUTIVA · Definição: doença obstrutiva crônica da VA e de caráter irreversível · Duas lesões que levam a DPOC (cigarro pode causar as duas substâncias induzem inflamação às custas de neutrófilos e macrófagos que leva a fibrose + liberação de substâncias proteolíticas que destroem o septo) · Bronquite crônica obstrutiva · Com o tempo, caminha p/ fibrose irreversibilidade. · Enfisema pulmonar · Destruição da separação entre alvéolos (septos alveolares) irreversibilidade · Processo continua mesmo quando para o tabagismo · Fator de risco · Tabagismo (pelos 2 mecanismos) · Deficiência de alfa-1-antitripsina · Alfa-1-antitripsina protege da ação proteolítica da tripsina a deficiência leva a DPOC por formação de enfisema Manifestações clínicas · Obstrução ao fluxo de ar (principalmente expirar) · Hiperinsuflação (“entra, mas sai pouco”) · Aumento do diâmetro AP do tórax · Hipoventilação alveolar · Tórax silencioso · Redução universal do MV à ausculta pulmonar · Retentor crônico de CO2 · Menos O2 dispneia, cianose. · Mudança do drive respiratório: depende de hipoxemia · Centro respiratório muda e não responde mais a retenção de CO2 respiração passa a ser coordenada pela hipoxemia hipoxemia estimula a função respiratória · Paciente não aguenta correção de hipoxemia (aumento muito grande da saturação) diminui drive respiratório piora do quadro · Cor pulmonale (pela hipoxemia crônica) · Induz vasoconstricção da artéria pulmonar atrapalha função do VD cor pulmonale turgência jugular, edema de MMII · Tosse crônica, dispneia e cansaço · Gasometria típica da DPOC compensada: pH normal, Pco2 aumentado (retentor crônico), hipoxemia. · Gasometria descompensada: hipoxemia e retenção de CO2, mas pH baixo (acidose respiratória) Exacerbação aguda (DPOC descompensada). · Piora aguda dos sintomas respiratórios, o suficiente p/ mudança medicamentosa. · Sinais de piora: Piora da dispneia, aumento da secreção respiratória e purulência da secreção respiratória. · A: Atb por 5-7 dias (escarro purulento/VNI/intubação) · Principal causa de descompensação é infecção por via aérea (seja bacteriana ou viral) · Principais germes envolvidos: H influenzae, S pneumoniae, M catarrhalis. · B: broncodilatador inalatório de ação curta · B2-agonista e/ou anticolinérgico (ipatrópio) · C: corticoide sistêmico por 5-7 dias · Prednisona VO ou metilprednisolona IV (depende do estado do paciente, se ambulatorial ou não) · D: dar oxigênio · O2 suplementar: alvo Sat 88-92% · VNI: · pH<=7.35 e PaCO2>=45mmHg (acidose respiratória) · Hipoxemia persistente · Sinais de fadiga · Intubação · Diminuição da consciência · Falha VNI Estadiamento DPOC Estágio VEF1 (% previsto) I >= 80% II 50-79% III 30-49% IVV <30% Terapia de Manutenção (Ambulatorial) 0-1 exacerbação/ano >= 2 exacerbações/ano ou 1 com internação Grupo A ↓ sintomas Grupo B ↑ sintomas GrupoC ↓ sintomas Grupo D ↑ sintomas Cessa tabagismo + vacina (pneumococo e influenza) + avaliar O2 domiciliar + broncodilatador SOS - Broncodilatador de longa + reabilitação (B2-agonista/anticolinérgico) Corticóide IN (se eosinofilia >= 300) · Grupo B: broncodilatador de longa ou anticolinérgico · Grupo C: anticolinérgico · Grupo D: ambos · O2 domiciliar · PaO2<= 55 mmHg ou SatO2<= 88% em repouso · PaO2 56-59 + policitemia (Ht> 55%) ou cor pulmonale · Obs. Avaliar se paciente estável (gasometria fora e distante de períodos de descompensação pelo menos 4-6 semanas) B2 agonista leva a hipocalemia (por aumento da absorção intracelular) ASMA BRÔNQUICA · Relação com atopia: ceratoconjuntivite, rinite, dermatite. · Via aérea cronicamente inflamada por motivos variáveis (atopia, idiossincrática, vida urbana) à custa de eosinófilos, tornando-a hipersensível, o que leva a episódios reversíveis hiperreatividade brônquica (obstrução/broncoespasmo). Crise asmática · Quadro clínico da crise · Tosse · Dispneia · Sibilo · Aperto no peito · Guarda alíquotas de ar agudamente dor torácica · Classificação · Clínica e pico de fluxo expiratório (PFE – Peak flow) Leve a moderada PFE> 50%; paciente bem Grave PFE<=50%; alcalose respiratória; frases incompletas; FC> 120 bpm Muito grave Sonolência/confusão mental; acidose respiratória; MV reduzido; sem sibilo. · Tratamento · Alvo SatO2: 93-95% (criança 94-98%) · B2-agonista de curta duração (3 doses 20/20 min) · ↓ melhora ou crise grave/muito grave: + ipratrópio · Corticóide sistêmico: iniciar na 1° hora · Sem melhora: considerar sulfato de magnésio IV · Na hora da alta: · Manter: corticoide VO 5-7 dias (criança: 3-5 dias) · Iniciar ou otimizar tratamento crônico Classificação de controle · Parâmetros (nas últimas 4 semanas) · Atividades Limitadas? · Broncodilatador de alívio > 2x/sem · Calada da Noite (sintoma noturno)? · Dia (sintoma diurno) > 2x/sem? · Nível de controle: · Controlada: 0 · Parcialmente controlada: 1-2 · Não controlada: 3-4 Terapia de manutenção (ambulatorial) Leve (etapas 1 e 2) Moderada (etapas 3 e 4) Grave Controle (Preferencial) Etapas 1/2 Apenas SOS Etapa 3 Uso crônico: CTC inalatório (dose baixa) + B2 longa Etapa 4 + ↑ CTC inalatório (dose média) Etapa 5 Especialista (anti-IgE/IL-5, tiotrópio) SOS (quando sintomático) CTC inalatório (dose baixa) + formoterol · SOS = Bud-Form · Formoterol (B2-agonista de longa duração = LABA) início de ação rápido · CTC inalatório do SOS + comum é budesonida · Opcional · Etapa 1: SABA (B2-agonista de curta duração)/ salbutamol + CTC inalatório SOS · Etapa 2: CTC inalatório de dose baixa · [Mais utilizado na pediatria] · Controlada por 3 meses: ↓ etapa · Parcialmente controlada: considerar ↑ etapa · Não controlada: ↑ etapa (avaliar adesão e técnica)
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