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Comunicação e linguagens_ leitura e produção de textos na graduação

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Ivanilda Barbosa
Faraídes Maria Sisconeto de Freitas 
Comunicação e linguagens: leitura 
e produção de textos na graduação
© 2016 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor 
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Editoração
Produção de Materiais Didáticos
Capa
Toninho Cartoon
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
 Barbosa, Ivanilda. 
B234c Comunicação e linguagens: leitura e produção de textos na
 graduação / Ivanilda Barbosa, Faraídes Maria Sisconeto de Freitas. 
 – Uberaba: Universidade de Uberaba, 2016.
 160 p. : il.
 Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba.
 ISBN 978-85-7777-581-1
 
 1. Comunicação. 2. Comunicação e educação. 3. Linguagem. 
 4. Leitura. I. Freitas, Faraídes Maria Sisconeto de. II. Universidade 
 de Uberaba. Programa de Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD 302.2
Faraídes Maria Sisconeto de Freitas 
Mestre em Educação pela Universidade de Uberaba – Uniube. 
Especialista em Linguística Aplicada e em Avaliação Educacional pela 
Universidade de Uberlân dia – UFU. Licenciada em Letras (Português/
Inglês) pela Uniube e em Pedago gia pela Faculdade de Educação 
Antônio A. Reis Neves. É docente da Uniube nos cursos de Direito, 
Engenharia, Letras e Pedagogia. Membro da equipe de Educação a 
Distância. 
Ivanilda Barbosa 
Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília 
– UnB. Especialista em Linguística Aplicada pela Universidade 
Federal de Uberlândia – UFU. Espe cialista em Literatura Brasileira 
Contemporânea pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. 
Licenciada em Letras (Português/Francês), pela Faculdade de 
Filosofia, Ciências e Letras “Santo Tomás de Aquino” – FISTA, de 
Uberaba. Consultora em projetos educacionais e em Educação a 
Distância. 
Sobre as autoras
Sumário
Apresentação .............................................................................................................VII
Capítulo 1 Comunicação e textos acadêmicos ..................................... 1
1.1 Comunicação verbal no contexto acadêmico ......................................................... 3
1.2 O texto acadêmico – uma definição ........................................................................ 8
1.3 Modos de organização dos textos acadêmicos orais e escritos ........................... 11
1.3.1 Textos orais – a entrevista e o debate ........................................................ 12
1.3.2 Textos escritos .............................................................................................. 16
1.3.3 Outras formas de registro de estudos ......................................................... 31
1.4 Leitura de um texto didático-científico ................................................................... 33
1.4.1 Procedimentos ............................................................................................. 33
Capítulo 2 Linguagem, trabalho e prática social ................................. 51
2.1 Formas da escrita no cotidiano das empresas e organizações ........................... 53
2.1.1 Linguagem e vínculo social .......................................................................... 53
2.1.2 Formas textuais e identidade do profissional e da organização ................. 57
2.1.3 Expressão verbal ........................................................................................ 58
Capítulo 3 Linguagem, sociedade e comunicação verbal .................. 75
3.1 Linguagem verbal e transformação social ............................................................ 77
3.2 Situações comunicativas e a diversidade de gêneros textuais ............................. 83
3.3 Comunicação verbal, competência profissional e produtividade .......................... 84
3.4 Em busca da comunicação eficaz ........................................................................ 92
3.5 As dimensões verbal e não verbal em um texto ................................................... 99
3.6 A expressão verbal na redação oficial, projetos e memoriais ............................ 104
3.6.1 A redação oficial ........................................................................................ 104
3.6.2 O projeto .................................................................................................... 108
3.6.3 O memorial descritivo ............................................................................... 108
Capítulo 4 Oralidade e escrita – leitura, interpretação e expressão .129
4.1 Os atos de falar e de escrever ............................................................................ 131
4.2 Fatores que interferem na ação comunicativa ................................................... 133
4.2.1 Conhecimento de mundo .......................................................................... 134
4.2.2 Informatividade .......................................................................................... 134
4.2.3 Intencionalidade e receptividade .............................................................. 136
4.3 Fatores que interagem na comunicação oral ...................................................... 137
4.4 A comunicação escrita – aspectos que contribuem para a legibilidade do texto
 escrito .................................................................................................................. 140
A liberdade, a autoconfiança, o desejo consistente e o olhar curioso 
movem as criaturas na grande aventura da comunicação por milênios 
e milênios. A interação humana vem se concretizando nas linguagens 
dos costumes, do mito, da arte, da ciência e do trabalho articuladas e 
diluídas por e entre tênues fios de gestos, sons, imagens e sentidos − eis 
a linguagem ou as linguagens humanas. Eis o homem em sua aventura. 
Seria, então, cada linguagem uma aventura? E o “que pode uma criatura 
se não, entre criaturas”, dizer e, nessa fala mesma − do contador e do 
poeta, do dançarino, músico e inventor, do grafiteiro, do místico, do 
filósofo e do cientista − protestar, dispersar, cantar e dançar, não dizer e 
ousar ouvir, ler e escrever?
 
“Cada ser humano é palavra inédita” − anuncia o antropólogo Juvenal 
Arduini. Ao mesmo tempo em que nela se irmanam as crenças, os 
saberes, os costu mes, a ação e a realização dos homens, dos povos, 
das sociedades, também se articulam o rígido e o fugidio, a esperança e 
a tirania, o medo e a solução, o dentro e o fora e a sintonia da revelação 
e da alegria do aprender, do construir e do conhecer o mundo, o outro e 
a si mesmo.
 
Como um atuante cidadão brasileiro em casa, na escola ou no trabalho, 
você usa da língua portuguesa ou da língua brasileira de sinais e se 
expressa cotidia namente como filho, irmão, amigo, colega ou profissional. 
Ao realizar um curso superior de graduação na Universidade de Uberaba, 
você está sendo convidado a aventurar -se pela linguagem que circula 
no mundo acadêmico.
 
Comunicação e linguagens – leitura e produção de textos na graduação 
constitui-se em um instrumental de uso diário que poderá auxiliá-lo a 
aprimorar sua comunicação oral e escrita em diferentes situações no 
circuito de sua vida acadêmica. Nele encontram-se quatro capítulos em 
Apresentação
VIII UNIUBE
que estão desenvolvidos os temas:comunicação e textos acadêmicos, 
linguagem, trabalho e prática social, a prática comunicacional no contexto 
das organizações e oralidade e escrita − leitura e interpretação de textos. 
Os conteúdos de cada capítulo abrangem uma introdução, os objetivos 
do es tudo, um esquema inicial que apresenta o desenvolvimento dos 
itens abordados, um texto contendo conceitos, exemplos, reflexões, 
questionamentos, links para leitura e pesquisa e, ainda, um breve 
resumo do conteúdo abordado, indicações de textos para ampliação do 
conhecimento e atividades de aprendizagem.
 
Nesse percurso, ficamos com você, acreditando na voz do poeta 
Drummond, em O lutador, que já nos dizia “lutar com palavras/ é a luta 
mais vã./ Entanto lutamos/ Mal rompe a manhã”. 
 As autoras
Ivanilda Barbosa
Introdução
Comunicação e textos 
acadêmicos
Capítulo
1
A leitura de textos científi cos, jornalísticos e literários, dentre 
outros, faz parte do cotidiano do universitário. A variedade de 
suportes, nos quais esses textos circulam hoje, propicia a cada 
um escolher o que melhor se adapta aos seus hábitos de leitura: 
a tela do computador, as páginas dos livros impressos, as revistas 
especializadas ou mesmo os jornais de circulação diária.
O certo é que, nesses suportes, os textos nos põem em contato 
com as informações sobre economia e política, com as discussões 
sobre as questões ambientais, invenções tecnológicas, os fatos e 
as fi cções que nos situam no dinâmico universo da sociedade em 
que vivemos. A leitura, portanto, faz parte da nossa agenda diária, 
enquanto nos sentimos motivados a aprender, a criar, a manter 
diálogos sobre os mais variados temas com as mais diversas 
pessoas.
Neste capítulo, apresentaremos alguns procedimentos adequados 
para a leitura de um texto didático e científi co. Também teremos a 
oportunidade de observar as formas de textos acadêmicos mais 
frequentes para se realizarem os registros dos estudos nos cursos 
de graduação.
O que pretendemos é proporcionar-lhe alguns instrumentos para 
que amplie seu conhecimento sobre as formas de organização 
e o uso adequado de textos acadêmicos, para o seu melhor 
desempenho nos estudos.
2 UNIUBE
Ao final deste capítulo, esperamos que você esteja apto a: 
• ampliar a noção de texto; 
• reconhecer a organização de textos acadêmicos orais e 
escritos; 
• diferenciar o modo de organização da entrevista e do debate; 
• identificar grupos distintos de textos acadêmicos escritos 
mais frequentes nos cursos de graduação; 
• realizar a leitura compreensiva de um texto didático-científico. 
Objetivos
Por isso, além de demonstrar os modos de se realizar a leitura 
de alguns dos gêneros textuais, vamos sugerir atividades para o 
exercício da leitura. Esperamos que os comentários dos textos 
apresentados neste capítulo possam lhe ser úteis, quando for 
expressar suas ideias e opiniões a partir dos estudos que realizar 
no seu curso de graduação.
1.1 Comunicação verbal no contexto acadêmico
1.2 O texto acadêmico – uma definição
1.3 Modos de organização dos textos acadêmicos orais e es critos
1.3.1 Textos orais – a entrevista e o debate
1.3.2 Textos escritos
1.3.3 Outras formas de registro de estudos
1.4 Leitura de um texto didático-científico
1.4.1 Procedimentos
Resumo
Atividades
Referências
Esquema
 UNIUBE 3
Para compreender o que é um texto acadêmico e como ele se organiza, 
seria interessante investigar o lugar que a palavra texto vem assumindo 
em nossa vida dentro e fora da escola. Desde que aprendemos a ler 
e a escrever, ouvimos diariamente as pessoas dizerem “leia o texto”, 
“escreva um texto”, “gostei de seu texto”, “foi publicado um texto no jornal 
sobre...”, “o texto constitucional garante...”. Ouvindo essas expressões, 
relacionamos texto a uma sequência articulada de palavras escritas que, 
em maior ou menor extensão, nos permite:
• obter informações; 
• expressar o que pensamos; 
• dizer do que ou de quem gostamos; 
• saber da física, da química, da biologia, das leis de uma sociedade, 
da política e dos costumes dos povos; 
• aprender a geografia e a história de um país; 
• conhecer o pensamento do colega, do cientista, do poeta.
Poderíamos enumerar uma infinidade de situações e de pessoas com as 
quais nos envolvemos por meio de um texto escrito. E o gesto, o desenho, 
a fala? É possível construir situações e relações humanas com os gestos, 
os desenhos e as falas, assim como fazemos com as palavras escritas? 
Basta-nos lembrar da língua de sinais, usada pelas pessoas surdas. Ela 
é de natureza visioespacial e se constitui em sistemas de línguas assim 
como os sistemas de língua portuguesa, inglesa, espanhola e outros.
 
Entre os povos que não adotaram a escrita como um recurso de 
comunicação e de trabalho existe texto? Como são passadas as 
tradições, os costumes, as normas de convivência em grupos sociais 
que não adotam a língua escrita?
 
À medida que essas questões são respondidas, a imagem de texto 
se diversifica, pois empregamos a palavra TEXTO para nomear as 
sequências: 
• de gestos nos rituais; 
Comunicação verbal no contexto acadêmico1.1
4 UNIUBE
• de linhas e de cores, em uma pintura; 
• de sons nos diálogos e nas músicas.
Assim, é comum ouvirmos: “esse texto fotográfico foi tirado da revista 
x”, “o texto em quadrinho era do Ziraldo...”, “o texto cinematográfico ...”. 
Então, perguntamos: 
O que há de comum entre uma fotografia, uma história em quadrinho, um 
filme, uma letra de música, um ritual indígena e uma sequência musical 
para que todos sejam denominados TEXTO?
Vamos refletir juntos. 
surgem de uma necessidade: a pessoa (o 
autor) quer se expressar para se relacionar 
com outra (ouvinte, leitor, expectador); 
trazem as marcas do seu autor e do seu 
destinatário; 
referem-se a uma situação; 
formam uma unidade de sentido, pois suas 
partes remetem umas às outras; 
mantêm relação com o mundo do autor e do 
destinatário; 
são produzidos com base em um código. 
Todos esses textos
O texto verbal é um espaço de diálogo, de interlocução. E, como todo 
diálogo, necessita de condições para sua existência. Entre essas condições 
se destacam a coesão e a coerência. Da coesão, depende a organização 
interna entre as partes do texto. Da coerência, depende o sentido histórico 
do texto, o seu conteúdo, que poderá ser ponto de partida e de chegada 
para o conhecimento de mundo. Portanto, um texto resulta das relações 
de coesão e de coerência que se juntam para constituir uma unidade 
de sentido.
SINTETIZANDO...
 UNIUBE 5
Interlocução: conversação entre duas ou mais pessoas. Todo aquele que 
produz um texto tem em mente uma pessoa a quem se dirige quando fala, 
escreve, gesticula, desenha, ou seja, o seu interlocutor.
Coesão: relações de sentido entre os componentes do texto.
Coerência: relações de sentido do texto com o mundo, isto é, com o 
contexto externo.
SAIBA MAIS
Sendo uma unidade de sentido, cada texto tem existência própria, 
embora se relacione com tantas outras unidades de sentido, isto é, 
outros textos, que o antecederam ou que dele poderão surgir.
 
Como você pode perceber, o ato de ler deve ser entendido em seu 
sentido mais amplo. Estamos continuamente lendo os textos que 
são produzidos no cotidiano do espaço cultural em que vivemos. 
Figura 1: Texto e unidade de sentido. 
O ato de ler pode ser definido como o momento em que o leitor se volta 
para compreender essa unidade de sentido que é o texto. 
Seria diferente ler um artigo de jornal ou um poema? Um romance ou um 
tratado científico? Se eles têm formas e finalidades diferentes, é possível 
que nós os leiamos de variadas maneiras. Mas quem determina as maneiras 
de ler um ou outro texto?
PARADA PARA REFLEXÃO
6 UNIUBE
Para responder a essas indagações, vamos ler dois textos. 
O lobo e o burro
Um burro estava comendo, quando viu um lobo escondido espiando tudo 
que ele fazia. Percebendo que estava em perigo, o burro imaginou um plano 
para salvar a sua pele.
Fingiu que era aleijado esaiu mancando com a maior dificuldade. Quando o 
lobo apareceu, o burro todo choroso contou que tinha pisado num espinho 
pontudo.
– Ai, ai, ai! Por favor, tire o espinho de minha pata! Se você não tirar, ele vai 
espetar sua garganta quando você me engolir.
O lobo não queria se engasgar na hora de comer seu almoço, por isso, 
quando o burro levantou a pata, ele começou a procurar o espinho com todo 
cuidado. Nesse momento, o burro deu o maior coice de sua vida e acabou 
com a alegria do lobo.
Enquanto o lobo se levantava todo dolorido, o burro galopava satisfeito para 
longe dali.
Moral: Cuidado com os favores inesperados.
Fonte: ABREU, 2000, p. 98. 
TEXTO 1
Esse é um gênero textual em que predomina o tipo narrativo, uma fábula. 
As fábulas apresentam questões complexas de uma forma simples e 
concisa. Algumas circulam há séculos, mas, em cada época em que são 
lidas, elas se renovam.
 
Observe, nessa fábula, as partes da narrativa simples: 
• uma situação inicial (a refeição de um burro); 
• uma mudança de situação (um lobo espiando); 
 UNIUBE 7
• o desenvolvimento (o plano para se salvar); 
• uma situação final (a atitude inesperada do burro).
O que garante a conexão entre as partes da narrativa são alguns 
elementos de coesão como: a pontuação, os tempos verbais (fingiu, 
saiu mancando, levan tava), expressões “quando”, “enquanto”. Estando 
articuladas e bem conectadas, a história vai progredindo, e as partes 
formam um texto único, um todo coeso.
 
Também podemos estabelecer a relação da situação vivenciada pelos 
dois per sonagens com as situações cotidianas, com os valores culturais 
e com os pontos de vista das pessoas de nosso convívio social; isto 
é, relacionarmos o contexto do texto com o conhecimento de mundo 
que temos, e aí, encontrarmos uma coerência na história narrada, 
embora saibamos que animais não falam. Ocorre que, em textos 
literários, essa coerência advém de um pacto do leitor com a criação, 
com a inventividade, com a imaginação do autor para representar, 
simbolicamente, situações da vida cotidiana dos seres humanos.
 
Vejamos um outro texto. 
O termo “Direito” 
Não é fácil perceber todas as significações encerradas no termo “Direito”, ou 
tirar desse termo o conteúdo que possa nos aproximar da compreensão do 
que seja a finalidade da ciência que pretendemos conhecer: direito, do latim 
directus, adj. − co locado em linha reta; direito, reto; certeiro; direto; preciso. 
O vocábulo ora significa: a) ordenamento ou norma − conjunto de normas ou 
sistema jurídico vigente num país: o Direito da Alemanha; b) autorização ou 
permissão de fazer o que a norma não proíba, ou o que a norma autorize, 
ou seja, certo poder de exigir ou dispor de uma ação: isso é direito meu; c) 
qualidade do que atende a um anseio de justiça e retidão, do que é justo 
e reto: isso não é direito; d) prerrogativa que alguém possui de exigir de 
outrem a prática ou abstenção de certos atos: defendo-me porque alguém 
põe em risco o meu direito; e) ciência de norma coercitivamente imposta 
(obrigatória): o Direito é a ciência normativa; f) conjunto de conhecimentos 
acerca dessa ciência: essa regra de Direito.
TEXTO 2
8 UNIUBE
Também pode significar um conjunto de conhecimentos englobantes, que 
se ocupa de uma série de disciplinas diferentes: “a filosofia do Direito, a 
sociologia do Direito, a história do Direito e a Jurisprudência (“dogmática 
jurídica”), para se referir somente às mais importantes.
(1) 
Fonte: NERY, 2002.
 
(1) LARENZ, 2012, p. 261.
Esse texto foi retirado de uma publicação dirigida a pessoas que se 
interessam por adquirir conhecimentos básicos sobre Direito. Lendo-o, 
podemos observar que o autor: 
• situa-se como alguém solidário ao leitor, quando usa as expressões 
"... nos aproximar ... pretendemos"; 
• fornece pistas para o leitor ampliar seu conhecimento acerca do 
assunto quando fundamenta suas explicações, recorrendo a outros 
autores; 
• usa termos técnicos: preocupa-se em traduzir, nos parênteses, 
cada palavra que possa impedir a compreensão do significado do 
termo Direito. 
O leitor se sente amparado pelo autor que parece compreender suas 
dificuldades de se relacionar com um assunto novo. Podemos afirmar 
que o objetivo do autor é didático, ou seja, facilitar a compreensão do 
significado do termo Direito.
 
Como você pode observar, cada um dos textos exige um tipo de leitura. 
Portanto, é o próprio texto que nos fornece o caminho para a leitura. 
Vamos prosseguir nossa reflexão, procurando compreender o que se 
denomina “texto acadêmico”. 
O texto acadêmico – uma definição1.2
Usando a linguagem verbal, os cidadãos produzem textos orais e 
escritos, conforme suas necessidades e as suas circunstâncias sociais e 
 UNIUBE 9
históricas. A produção dos textos orais é tão variada quanto variadas são 
as situações de encontros entre as pessoas. Mas, ainda assim, podemos 
identificar uma estrutura de base em todos os textos orais. É a estrutura 
do diálogo:
• há sempre a suposição de que uma pessoa se dirige a outra; 
• a fala pode ser mais espontânea ou mais formal, conforme a 
pessoa esteja mais ou menos à vontade na situação; 
• gestos, expressões faciais, complementam a fala; 
• as pessoas falam a mesma língua. 
Em geral, distinguimos dois tipos de diálogos: os informais (bate-papos) 
e as conversas dirigidas (entrevistas e debates).
 
A universidade é um espaço de pesquisa, 
de produção e de difusão de conhecimentos 
acumulados ao longo da história da humanidade. 
Se considerarmos as funções da escrita em dada 
sociedade, identificamos cinco grandes gêneros 
de texto: literário; comercial e oficial (incluindo 
nestes últimos os textos legal e jurídico); científico 
(e didático-científico); jornalístico e publicitário; 
religioso. 
Cada um deles pode se apresentar sob diferentes formas – variantes – 
que resultam de técnicas de redação escolhidas a partir dos objetivos do 
autor, nas diferentes situações em que se usa a escrita.
Observe o Quadro 1. 
Geralmente são os textos técnicos e científicos os mais indicados como 
referência para a ampliação das reflexões realizadas em sala de aula 
com colegas e professor ou para subsidiar a pesquisa e o conhecimento 
do que já se produziu sobre assuntos de interesse para a sua formação 
profissional, estejam esses textos nos livros, em revistas especializadas 
e em jornais im pressos ou on-line. 
Gêneros de texto
Os gêneros de 
textos surgem de 
uma prática social, 
uso da linguagem 
em determinadas
situações e para 
determinados fins.
10 UNIUBE
Quadro 1: Gêneros e variantes.
Gênero Objetivos Variantes do gênero
Grupo 1 Literário
Expressar-se 
artisticamente pela 
escrita.
poemas e narrativas 
(conto, romance, crônica, 
novela)
Grupo 2
Oficial (legal, 
jurídico) e 
comercial
Estabelecer comunicação 
formal e documentar em 
ambientes de trabalho
memorando, ofício, 
parecer, requerimento, 
leis, regimentos, 
correspondência 
comercial
Grupo 3
Científico 
(técnico e 
didático-
científico)
Comunicar corretamente 
fatos, fenômenos 
estudados e resultados 
de investigação científica
artigos, resenhas, 
relatórios, monografia, 
dissertação, resumo
Grupo 4 Jornalístico e publicitário
Divulgar informações, 
produtos e formar opinião
notícias, publicidades, 
reportagens, editoriais
Grupo 5 Religioso Difundir princípios religiosos; doutrinar
parábolas, sermões, 
evangélicos, cânticos
Fonte: Adaptado de SANTOS (2001, p. 33).
Ao mesmo tempo, você também é solicitado(a) a registrar o que ouve e 
lê, a dizer o que leu, a opinar sobre o assunto que pesquisou, de forma 
oral ou escrita. Ou seja: você também produz textos para apresentar ao 
professor e aos colegas em sala de aula, em eventos científicos ou para 
publicar em periódicos.
 
Na prática escolar, o debate, a entrevista, o artigo, a resenha, o 
resumo, o relatório, a monografia, o memorial e o portfólio são 
produzidos com a fina lidade específica de alimentar o processo de 
ensinar e de aprender.
 
A escola adota,então, alguns modelos de textos, adequando-os aos 
estudos que os alunos e os professores desenvolvem para a progressiva 
ampliação e troca de conhecimentos necessários à formação profissional. 
A esses textos estamos denominando textos acadêmicos. 
 UNIUBE 11
Textos acadêmicos: conjunto de textos com os quais lidamos, no dia a 
dia de nossos estudos na universidade, com o objetivo de ampliar nossos 
conhecimentos científicos sobre determinado assunto, ou que produzimos 
para registrar o estudo que realizamos.
EXPLICANDO MELHOR
1.3 Modos de organização dos textos acadêmicos orais e 
escritos
No contexto da universidade desenvolvemos um conjunto de ações que 
nos levam a memorizar, analisar, interpretar, compreender e produzir 
textos orais e escritos.
 
Para cada situação, procuramos recuperar o que já conhecemos 
e adequar a nossa fala e escrita, com o propósito de realizar mais 
competentemente os nossos estudos. Por exemplo, se o professor pede 
a você que participe de um debate, como já assistiu a debates entre 
candidatos a cargos políticos, entre especialistas em esportes, entre 
cientistas e educadores, faz uma ideia do que o professor espera de você 
enquanto debatedor. 
Da mesma forma, podemos pensar sobre uma entrevista, que pode 
ser instrumento de coleta de dados para uma pesquisa ou para a 
realização de uma matéria jornalística. Temos expe riência, conhecimento 
dos componentes de um debate ou de uma entrevista, pois são duas 
práticas de linguagem muito frequentes no nosso contexto social. Somos, 
também, capazes de contrapor uma carta familiar a uma correspondên cia 
oficial; de distinguir um artigo científico de uma reportagem. Quanto mais 
temos contato com essas formas de textos, mais fácil se torna reconhecê-
las e identificar o espaço delas no contexto social.
 
Afirmamos, no item anterior, que, na prática escolar, esses gêneros 
textuais são adequados ao exercício do ensinar e do aprender. Na 
escola, além de usarmos a linguagem para estabelecer os vínculos 
de cooperação e de interação, como em qualquer outro espaço da 
12 UNIUBE
sociedade, também simulamos situações de co municação como um 
recurso de aprendizagem. 
Assim, para nossa maior competência comunicativa, é interessante 
conhecer um pouco mais sobre a composição e finalidade dos textos 
acadêmicos. Preci samos aprender a adequar o que já sabemos fazer com 
os objetivos de nossos estudos. Ou, ainda, saber como usar o debate, 
a entrevista, a reportagem, o artigo científico para o desenvolvimento 
de habilidades que são esperadas dos profissionais que têm formação 
universitária. 
1.3.1 Textos orais – a entrevista e o debate 
1.3.1.1 Entrevista 
Você já foi entrevistado(a)? Já entrevistou alguém? Já assistiu a uma 
entrevista de algum grupo musical ou de uma equipe esportiva?
 
Certamente, em todas essas situações, reconhecemos dois papéis 
distintos, presentes em toda entrevista: o papel do entrevistador, que 
é o responsável por abrir o diálogo, fazer as perguntas, dar continuidade 
ao assunto, controlar os rumos da conversa e encerrar a entrevista; e o 
papel do entrevistado, que é o de responder às perguntas. 
A entrevista se organiza a partir de um esquema padrão:
• situação inicial: apresentação dos interlocutores e as razões da 
entrevista (INTRODUÇÃO);
• desenvolvimento do diálogo: sequência de perguntas, respostas 
e co mentários que estabelecem a relação entre um e outro ponto 
da conversa (DESENVOLVIMENTO);
• finalização da entrevista: palavras finais, despedidas, 
agradecimentos que nem sempre vêm transcritos quando a 
entrevista é publicada (FECHA MENTO). 
No entanto, é diferente a entrevista que o profissional da saúde faz com 
o pa ciente, que o repórter realiza com o político ou o gerente da empresa 
 UNIUBE 13
com o candidato a um emprego, o advogado com o seu cliente. Essa 
variação decorre dos propósitos das pessoas em cada situação. Em 
todas elas, as habilidades de comunicação oral do entrevistador e do 
entrevistado contribuem para o êxito da entrevista e, consequentemente, 
para o alcance dos objetivos. 
Vamos, aqui, fazer um exercício de busca para entender melhor a 
estrutura da entrevista. 
Sugerimos que encontre em jornais e revistas de circulação nacional, 
que são direcionados a um grande número de leitores, as sessões 
denominadas en trevistas. Um exemplo bem ao nosso alcance são 
as publicadas nas páginas amarelas da revista Veja. Ao realizá-las, o 
entrevistador e o entrevistado estão cientes de que a sua finalidade é 
ser divulgada na mídia impressa. Assim, a linguagem varia de um tom 
(registro de fala) mais formal a passagens bem informais. Esse pode 
ser um recurso para que o leitor se descontraia e con tinue a leitura. 
Experimente ler uma delas do começo ao fim, observando as partes do 
texto. 
Há programas na mídia televisiva que se sustentam no ar, há anos, e são 
cui dadosamente direcionados a um público mais restrito, por exemplo, 
o Roda Viva, cujo nome evoca a ideia de movimento, que é confirmada 
no cenário do programa: o entrevistado ao centro, os entrevistadores em 
volta e, à medida que é cedida a palavra a um e a outro entrevistador, 
o entrevistado se volta para um ou outro lado, movimentando a cadeira 
giratória. 
Poderíamos enumerar aqui tantos outros, mas vamos ficar com mais 
duas possibilidades de você buscar o material de seu estudo: um convite 
é para que você assista ao programa Sala de Leitura, na TV Cultura. 
Semanal mente, um escritor é entrevistado. Além de ver uma variação 
no modo de entrevistar, você poderá conhecer ensaístas, romancistas e 
poetas brasilei ros. E o outro é para que busque, na Internet, entrevistas 
com educadores de expressão nacional. 
14 UNIUBE
Entrevista: pode ser definida como uma situação comunicativa em que 
estão envolvidos o entrevistador e o entrevistado e que:
a) se organiza com base na apresentação dos motivos, na sequência de 
perguntas e respostas, no fechamento;
b) se apresenta em estilos diferentes: entrevista jornalística, médica, 
empresarial, científica;
c) deve ser adequada ao suporte (meio utilizado para sua divulgação), 
conforme o público que se quer alcançar: ao vivo, transmitida pela TV e 
rádio; publicada, em periódicos impressos ou on-line;
d) é realizada com finalidades diversas: selecionar candidatos; conhecer 
o paciente ou dar um diagnóstico; esclarecer a população sobre 
determinado assunto; divulgar conhecimentos científicos; colher dados 
para pesquisa.
SINTETIZANDO...
1.3.1.2 Debate 
Quem participa de um debate usa argumentos para defender um ponto 
de vista sobre determinado assunto e quer levar o seu interlocutor e o 
público ouvinte a pensar, persuadir como ele; ou, pelo menos, a conhecer 
as razões que o levam a pensar daquela maneira sobre o tema em 
questão. No meio acadêmico, o debate con tribui para a ampliação das 
reflexões e para a divulgação dos conhecimentos.
 
A realização de um debate, no espaço acadêmico, requer: 
• uma definição dos objetivos: para quê? Qual a finalidade do 
debate?
• o estabelecimento de normas: os debatedores devem conhecer 
as regras estabelecidas e concordar com elas. Essas normas 
definem, por exemplo, o tempo para a exposição, para a formulação 
de perguntas e de respostas; 
 UNIUBE 15
• a presença do moderador: aquele que coordena o debate e é o 
responsável por garantir a progressão das ideias acerca do tema 
apresentado. No espaço da sala de aula, essa função normalmente 
é exercida pelo profes sor. Entretanto, nada impede que seja 
desempenhada por um aluno; 
• a presença dos debatedores: eles podem se servir de 
documentos, anotações para fundamentar o seu ponto de vista ou 
para comprovar suas afirmações. 
O debate é uma situação de comunicação motivada pela necessidade 
de escla recimento sobre temas polêmicos, pela existência de novas 
descobertas cien tíficas e pelo interesse em buscar soluções para 
questões sociais, econômicas e políticas.
 
As novas tecnologias proporcionam formas inovadorasde debate. 
São cada vez mais frequentes os debates on-line por meio de listas e 
de fóruns de discus são. Assim como os estudantes e os professores 
se reúnem em um auditório ou na sala de aula para exporem ideias, 
confrontarem opiniões sobre um assunto de interesse de todos, a mídia 
eletrônica proporciona a criação de espaços virtuais em que o debate 
se desenvolve com grande potencial de reflexão sobre os mais variados 
temas.
O esquema de base do debate é sempre o mesmo: pessoas se reúnem 
para apresentar suas razões a favor ou contra uma ideia ou acontecimento. 
Porém, as suas formas variam em decorrência dos propósitos, dos espaços 
sociais dos meios de comunicação em que o debate ocorre. No contexto 
universitário, a situação de debate pode ser vivenciada em seminários, aula 
dialogada e mesa redonda.
SINTETIZANDO...
Você já deve ter vivenciado alguma situação de comunicação em sua vida 
acadêmica. Certamente já percebeu que se trata de um momento importante 
para partilhar ideias, para interagir com colegas e com professores.
REFLETINDO...
16 UNIUBE
1.3.2 Textos escritos
Vamos mostrar aqui a organização de alguns gêneros científicos e 
didático -científicos mais frequentes tanto para a leitura como para a 
redação de trabalhos que desenvolvemos na universidade. 
Os textos científicos resultam da necessidade de se difundirem as 
investi gações no âmbito das ciências. A comunidade científica, por meio 
de agre miações, academias ou sociedades, define os critérios para o 
reconhecimento e a validação de resultados de estudos e de pesquisas 
nas variadas áreas do conhecimento. Embora um tratado de Direito e 
um tratado de Genética ou de Linguística pareçam distintos entre si, para 
que eles tenham crédito e possam ser divulgados como conhecimento 
científico, eles passam por uma avaliação da comunidade científica.
 
As universidades, no mundo todo, têm sido um lugar privilegiado para a 
produção, validação e certificação do conhecimento. Outro compromisso 
da comunidade acadêmica é o de difundir o conhecimento científico. 
Com essa finalidade, são criados os periódicos especializados e os 
livros didáticos. O intuito é torná-lo mais acessível para os pesquisadores 
iniciantes. Colaboram para essa prática algumas formas de textos que 
se tornaram recorrentes no desenvolvimento dos estudos no espaço da 
universidade.
 
A seguir, serão apresentados alguns deles. 
Se considerarmos a organização e as finalidades, podemos identificar 
três gru pos distintos entre as formas de textos acadêmicos mais utilizados 
nos cursos de graduação.
1.3.2.1 Primeiro grupo: relatório, relato de experiência e informe 
	 científico
Textos que têm por objetivo relatar o que se desenvolveu em uma 
pesquisa ou o que foi observado durante um período de estudo. 
Todos têm sua origem em um trabalho já realizado. São considerados 
documentos de grande importância para o desenvolvimento de uma 
pesquisa, para a gestão de recursos humanos e para a destinação de 
 UNIUBE 17
recursos financeiros, seja no meio acadêmico, seja no setor público ou 
empresarial. Embora apresentem algumas variações, são organizados 
de forma muito semelhante. 
Verifique os esquemas no quadro a seguir.
 
Quadro 2: Relatório de pesquisa.
Relatório de Pesquisa
Introdução
Apresentação do tema da pesquisa, de sua importância 
científica, social e cultural: como o assunto foi 
problematizado, os objetivos do pesquisador.
D
es
en
vo
lv
im
en
to
Referencial 
teórico
Apresentação das teorias nas quais se sustentaram 
as reflexões desenvolvidas, discutindo o tratamento 
científico que já havia sido dado ao tema.
Metodologia
Descrição detalhada dos instrumentos, métodos e 
procedimentos utilizados para coleta e seleção do 
material (ou corpus) a ser estudado e do processo de 
tratamento dos dados obtidos.
Apresentação dos 
resultados
Exposição dos resultados obtidos, ordenados conforme 
os objetivos da pesquisa.
Análise dos 
resultados
Exame e interpretação dos dados, relacionando os ao 
referencial teórico de forma a levar à aceitação ou a 
refutar as hipóteses estabelecidas.
Conclusão
Breve retomada dos aspectos desenvolvidos em cada um 
dos itens anteriores, comparando os resultados obtidos 
aos objetivos que nortearam a pesquisa. Apresentação 
de sugestões ou de recomendações, sobretudo quando 
a pesquisa tem por objetivo a resposta imediata a uma 
situação problema. Sugestões e/ou recomendações 
são necessárias quando a pesquisa realizada visa à 
solução de um problema concreto ou à resposta a uma 
necessidade imediata.
 
Vejamos um exemplo de um relatório final de subprojeto, elaborado 
pelo professor André Luís Teixeira Fernandes (2002).
Ministério da Agricultura e Abastecimento
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EXEMPLIFICANDO!
18 UNIUBE
PROGRAMA NACIONAL DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE CAFÉ
Relatório Final de Subprojeto
Código: 19.2000.304.04 Unidade/Instituição Executora: Uniube
Título: Avaliação da fertirrigação com diferentes fontes de fertilizantes 
químicos e orgânicos na nutrição do cafeeiro cultivado em condições de 
cerrado
Período: 2001 a 2004 Ano de Relatório: 2002
Responsável: André Luís Teixeira 
Fernandes
Situação: em 
andamento
Categoria: 
P&D
Data de Elaboração: 20/02/2002
Unidades/Instituições Participantes
Unidade Participação
Universidade de Uberaba / Instituto de 
Ciências e Tecnologia do Ambiente Execução
Ministério da Agricultura / Procafé Apoio técnico
CACCER (Conselho das Cooperativas de 
Cafeicultores do Cerrado). Apoio técnico
Resumo final
Com a ampliação da cafeicultura para regiões consideradas marginais 
climaticamente, a irrigação passou a ser uma tecnologia necessária para a 
garantia da qualidade e produtividade do cafeeiro. Muitos são os sistemas 
utilizados para irrigação de café, porém, têm-se destacado aqueles que 
permitem a economia de água, energia e mão de obra, como o gotejamento. 
No entanto, uma das principais vantagens desse sistema e que não está 
sendo corretamente utilizada pelos cafeicultores irrigantes é a fertirrigação, 
que se constitui na técnica da aplicação simultânea de água e fertilizantes, 
por meio do sistema de irrigação. Dentro dessa perspectiva, foi instalado 
um experimento na Fazenda Escola da Universidade de Uberaba (Uberaba 
MG), em Latossolo Vermelho amarelo textura arenosa, a 850 metros de 
 UNIUBE 19
altitude, em lavoura de café Catuaí 144, plantado em dezembro de 1998 
no espaçamento de 4,0 x 0,5m, e irrigada por gotejamento. Antes do 
início do experimento, procedeu-se a avaliação do sistema de irrigação, 
para determinação de sua uniformidade de aplicação. Esse procedimento 
se repetiu após a colheita da primeira safra, sendo obtidos coeficientes 
de uniformidade superiores a 90% para todos os tratamentos, o que 
permite concluir que o sistema opera de forma extremamente satisfatória, 
especialmente para a prática da fertirrigação. Os tratamentos se referiram às 
variações na forma e parcelamento da adubação recomendada de cobertura, 
da seguinte forma: a) Adubação de cobertura convencional química em 
quatro aplicações; b) Adubação de cobertura com adubos convencionais, 
via fertirrigação em 16 aplicações, via água de irrigação; c) Adubação de 
cobertura com adubos próprios para fertirrigação em 16 aplicações, via água 
de irrigação; d) Adubação de cobertura com fertilizantes organominerais 
sólidos, em quatro aplicações; e) Adubação de cobertura com fertilizantes 
organominerais líquidos em 16 aplicações, via fertirrigação. Para efeito de 
comparação, foram mantidas para os diferentes tratamentos as mesmas 
dosagens de N, K2O e P2O5. O delineamento experimental utilizado foi 
inteiramente ao acaso, com cinco tratamen tos e três repetições, totalizando 
15 parcelas experimentais de 100m. O controle da irrigação foi realizado 
a partir de uma estação agrometeorológica automática, que possibilitou 
a estimativa da evapotranspiração da cultura pelo Método de Penman 
Monteith, segundo recomendaçõesda FAO. Analisando-se os dados, 
obtidos após as duas primeiras safras, observa-se que não foram verificadas 
grandes diferenças estatísticas entre os tratamentos, com produtividades de 
53,2 até 67,7 sacas bene ficiadas por hectare. O tratamento que se baseou 
na aplicação de fontes químicas de nutrientes aplicados diretamente no solo 
foi superior aos demais. Após a análise sensorial, o melhor tratamento em 
relação à qualidade de bebida foi a fertilização com produtos organominerais 
via água de irrigação, que resultou em bebida apenas mole. O restante dos 
tratamentos forneceu café com bebida dura, notando-se, no geral, grande 
quantidade de frutos verde sem todas as amostras (valores superiores 
a 40%), característica de áreas irrigadas de café. Em relação à peneira, 
verificou-se uma porcentagem mínima de 65% de peneira 16 ou acima, 
sendo o melhor trata mento nesse quesito o referente à aplicação de produtos 
químicos via adubação convencional, com a porcentagem de 85% de 
peneira 16 ou acima. Em linhas gerais, após duas safras, pode-se concluir 
20 UNIUBE
preliminarmente que: a) a fonte de fertilizante não afeta significativamente a 
produção do cafeeiro, desde que este seja bem suprido de água e nutrientes; 
b) a irrigação promove desuniformidade de colheita, o que afeta a qualidade 
final da bebida, apesar de garantir a produtividade da lavoura mesmo em 
anos subsequentes; c) em geral, a fonte de fertilizante e o número de 
parcelamentos não afetou a qualidade final do café colhido.
Exemplo de um relato de experiência
Título (subtítulo) A Saúde da Família no curso de Odontologia da UEPG
Autor(es) Crédito 
do(s) autor(es)
Profa. Cristina Berger Fadel; Profa. Márcia Helena Baldani 
Pinto
Resumo
São apresentadas as atividades desenvolvidas pela 
disciplina de Odontologia Social do curso de Odontologia da 
Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná. Esta tem 
por objetivo a qualificação do acadêmico de Odontologia 
para atuar em gestão e planejamento em serviços de 
saúde pública, mais especificamente dentro do contexto 
do Programa de Saúde da Família. No campo do ensino-
aprendizagem, o conteúdo trabalhado pela disciplina 
visa a dar mais ênfase a conhecimentos epidemiológicos 
sobre os agravos em saúde bucal, metodologias para o 
trabalho comunitário, princípios da promoção de saúde, 
desigualdades sociais e suas repercussões em saúde e 
habilidades clínicas contextualizadas na saúde da família. A 
disciplina é curricular, ministrada no último ano da graduação, 
e o enfoque prático do Programa de Saúde da Família tem 
sido incorporado buscando a atuação nas comunidades 
mais carentes do município. Essa experiência educacional, 
apesar de recente, tem alcançado importantes resultados 
na quebra de paradigmas institucionais, buscando uma 
estratégia de mudança na formação de recursos humanos 
para a área de saúde.
Introdução Apresentação do assunto, problematização, objetivos.
Corpo do Relatório Metodologias e materiais, análise e interpretação de dados, apresentação de resultados
Conclusão
Breve retomada dos itens contidos no corpo do relatório, 
comparação dos dados obtidos com os objetivos da pesquisa, 
sugestões e encaminhamentos possíveis.
Referências Indicadas conforme normas da ABNT.
Fonte: FADEL; PINTO, 2013, p. 23.
EXEMPLIFICANDO!
 UNIUBE 21
1.3.2.2	Segundo	grupo:	comunicação,	paper,	artigo	científico	e	
monografia	
Textos geralmente elaborados para publicação em periódicos 
especializados ou em anais de eventos científicos. Têm por objetivo 
apresentar e avaliar as novida des em pesquisas ou refletir sobre fatos 
de relevância científica e cultural. São eles: a comunicação científica 
(paper), o artigo científico e a monografia. Estes se apresentam como 
um texto integral, organizados em introdução, desenvolvimento (corpo) 
e conclusão. Os dois primeiros, de extensão reduzida; a monografia tem 
o seu desenvolvimento subdividido em partes ou capítulos. Verifique os 
quadros seguintes. 
Quadro 3: Comunicação científica (paper).
Comunicação científica (paper)
Título (subtítulo)
Estes itens são exigidos para fins de publicação 
e/ou envio para apresentação em eventos 
científicos.
Autor(es)
Credenciais do(s) 
autor(es)
Sinopse
Texto Sem subdivisões, embora seja organizado em introdução, desenvolvimento e conclusão.
Referências
Indicação de textos usados como fontes de 
informação e/ou confirmação dos aspectos 
estudados, apresentadas conforme normas da 
ABNT.
 
Quadro 4: Artigo científico
Artigo científico
Título (subtítulo)
Estes itens são exigidos para fins de publicação 
e/ou envio para apresentação em eventos 
científicos.
Autor(es)
Créditos do(s) 
autor(es)
Resumo (do artigo)
Introdução Apresentação, delimitação do assunto e objetivos do estudo.
22 UNIUBE
O corpo do artigo Com subtítulos, porém não constituem capítulos.
Conclusão
Considerações finais, relacionando os dados 
obtidos ou reflexões realizadas sobre a questão 
levantada e possíveis encaminhamentos.
Referências
Indicação de textos, documentos e outras fontes 
utilizadas na confecção do artigo, apresentados 
conforme normas da ABNT.
 
1.3.2.3 Terceiro grupo: resumo, resenha e portfólio 
O resumo e a resenha têm origem em outros textos, pois a finalidade 
deles é apresentar obras já prontas, sejam elas jornalísticas, artísticas 
ou científicas. 
Esses textos requerem de seu autor habilidades de observação e de 
análise, em um nível mais complexo, exigem também consistentes 
conhecimentos sobre o assunto tra tado na obra, pois é preciso identificar 
o pensamento do autor, saber traduzi-lo e, no caso da resenha, saber 
situar a obra e o pensamento do autor, comparando-os com outras obras 
para emitir um julgamento sobre ela.
 
A organização textual da resenha e do resumo varia em decorrência:
• do gênero da obra que lhes dá origem; 
• dos objetivos com que são produzidos e; 
• do suporte para sua publicação. 
Resumo: apresenta dimensões menores do que as do texto que lhe dá 
origem. Sua finalidade é traduzir, em menos palavras, o pensamento 
do autor, preser vando suas intenções e realçando os pontos para os 
quais ele dispensou maior atenção. Um mesmo texto pode originar vários 
resumos, pois cada pessoa considera relevantes os aspectos que estão 
relacionados ao motivo pelo qual está lendo a obra. 
 UNIUBE 23
Exemplos de resumos de comunicação científica
Título As publicações eletrônicas dentro da comunicação científica
Autoria
Marcelo Sabbatini
Instituição: UMESP
Resumo / texto
1ª parte:
situa o tema
O presente trabalho caracteriza e descreve o 
surgimento das publicações eletrônicas científicas na 
Internet, traçando o histórico de seu desenvolvimento 
e abordando também as principais questões 
envolvidas na transição do modelo de publicação 
baseado no papel para o modelo eletrônico... IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
2ª parte:
destaca as 
questões da 
transição entre 
os modelos de 
publicação
...dentre as quais se destacam as questões dos 
direitos autorais, a questão econômica, a legitimidade 
acadêmica, a percepção de qualidade e o acesso e 
preservação destas publicações, que são tratadas na 
revisão da literatura sobre o tema.
D
ES
EN
VO
LV
IM
EN
TO
3ª parte:
conclui, 
situando a 
relevância do 
tema para a 
ciência
Dentro destas questões, é de grande relevância o 
papel que as publicações eletrônicas terão dentro 
do sistema sociotecnológico presente atualmente 
na sociologia e nos processos comunicacionais da 
ciência. C
O
N
C
LU
SÃ
O
Fonte: SABBATINI, 1999, p. 2.
EXEMPLIFICANDO!
Título Um olhar sobre o humor em Dom Casmurro
Autoria
Acadêmica: Márcia Regina Pires
Orientador(a): Profa.Msc. Ivanilda Barbosa
Instituição/curso: Universidade de Uberaba UNIUBE/
Curso de Letras
EXEMPLIFICANDO!
24 UNIUBE
Resumo / texto
1ª parte:
situa o tema, o 
autor e a obra
Uma característica marcante do discurso literário 
de Machado de Assis é o humor, que se evidencia, 
sobretudo, em seus romances da segunda fase. O 
romance Dom Casmurro,publicado em 1899, é uma 
das obras mais discutidas pela crítica literária ainda 
nos dias de hoje. Esta obra participa da segunda 
fase da produção machadiana e se distingue pela 
abordagem psicológica, pela análise crítica dos 
sentimentos e intervenções do narrador que dialoga, 
constantemente, com os leitores.
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
2ª parte:
apresenta o 
objetivo; os 
pressupostos e 
a metodologia 
para análise
O objetivo deste estudo foi observar o humor que é 
configurado na narração deste romance sob o foco 
do personagem protagonista, Bentinho. Uma análise 
semântica e estilística permitiu-nos observar o humor 
sob três perspectivas: o humor-graça, o humor-
intimidade e o humor-ironia. Percebeu-se que o humor 
foi instituído, não de forma evidente e despojada, 
mas sutilmente, provocando o envolvimento do leitor, 
de maneira quase imperceptível, porém gradativa. 
Constatou-se que a maturidade do narrador 
possibilita uma visão mais ampla de sua história e, 
assim, Bentinho assume a posição de quem assiste 
cenas de sua existência, construindo uma narração 
crítica como quem, a distância, observa, comenta e 
ironiza situações.
D
ES
EN
VO
LV
IM
EN
TO
3ª parte:
conclui, emitindo 
um julgamento 
sobre a obra no 
que se refere 
ao aspecto 
estudado: o 
humor
Concluiu-se que o humor em Dom Casmurro foi 
propositalmente empregado, ora para estabelecer 
uma intimidade com o leitor, ora para surpreendê-lo, 
ora para chamar-lhe a atenção e convidá-lo a refletir 
sobre a condição humana. C
O
N
C
LU
SÃ
O
Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes
Palavras chaves: humor, romance, literatura
Fonte: PIRES, 2000. p.181.
Resumo
Texto sem subdivisões, embora apresente três partes:
1ª parte
Introdução Situa o assunto do texto que está sendo resumido.
2ª parte
Desenvolvimento
Apresenta o conteúdo das partes do texto que está 
sendo resumido.
3ª parte
Conclusão
Apresenta as conclusões do autor do texto que foi 
resumido.
 UNIUBE 25
Veja um breve resumo do romance Caim, do escritor português José 
Saramago, publicado em 2009. 
Sinopse
Quem diabo é este Deus que, para enaltecer Abel, despreza Caim?
Se em O evangelho segundo Jesus Cristo José Saramago nos deu a 
sua visão do
Novo Testamento, em Caim regressa aos primeiros livros da Bíblia. Num 
itinerário heterodoxo, percorre cidades decadentes e estábulos, palácios 
de tiranos e campos de batalha pela mão dos principais protagonistas do 
Antigo Testamento, imprimindo ao texto o humor refinado que caracteriza 
a sua obra.
Caim revela o que há de moderno e surpreendente na prosa de Saramago: 
a capacidade de fazer nova uma história que se conhece do princípio ao fim. 
Um relato irônico e mordaz no qual o leitor assiste a uma guerra secular, e, 
de certa forma, involuntária, entre o criador e a sua criatura.
Fonte: PORTAL DA LITERATURA, 1999.
EXEMPLIFICANDO!
Para redigir um resumo é preciso ter compreendido detalhadamente 
o texto. Vale lembrar: um aluno do curso de Teologia e outro do curso 
do curso de Letras tendo lido esse romance, provavelmente, vão 
destacar em seu resumo os aspectos relevantes a sua área de estudos. 
Mas, uma coisa é fundamental: é importante que os dois mantenham 
as informações ou o ponto de vista do autor sobre cada aspecto que 
indicarão como relevantes. 
Resenha: é um texto completo, redigido de forma contínua, que tem 
por fina lidade apresentar uma obra: descrevendo o seu conteúdo e sua 
composição, analisando os recursos utilizados bem como a pertinência 
do pensamento do autor em relação ao conhecimento já disponível, a 
importância da obra e a sua contribuição para o desenvolvimento do 
contexto social, científico e cultural. 
26 UNIUBE
Exemplo 1
Resenha de livro publicada em revista impressa
A questão ambiental – Diferentes abordagens
de Sandra Baptista da Cunha e Antonio José Teixeira Guerra (Orgs.), 
Bertrand Brasil, 252 p.
Ecologia virou moda, disciplina de escola, programa de TV, bandeira política 
e campo profissional. O assunto envolve vários discursos arriscados: o 
reducionismo do senso comum, o tecnicismo dos burocratas, a demagogia 
dos governantes de plantão. Como entender as causas econômicas e 
políticas das agressões à natureza e, ao mesmo tempo, capacitar-se para 
enfrentá-las no campo dos conceitos históricos, filosóficos e políticos? Esta 
coletânea de ensaios tenta encontrar um equilíbrio entre ideologização e 
prática, causa e consequência, técnicas e leis. É o sétimo de uma série de 
obras da Bertrand Brasil sobre o meio ambiente.
Fonte: Fluxos – Revista do Instituto de Humanidades da Universidade de Uberaba. p. 46, 
1º/2003.
Exemplo 2
Resenha de livro, publicada em uma revista eletrônica de jornalismo 
científico.
Identificação da obra
MCCLURE, Stuart; SCAMBRAY, Joel; KURTZ, 
George. Hackers expostos: segredos e soluções 
para a segurança de redes. São Paulo: Makron 
Books, 2000.
Autoria por Fábio Júnior Beneditto
Apresentação dos 
autores da obra 
e de sua atuação 
profissional
Stuart McClure é gerente-sênior do grupo eSecurity 
Solutions, da Ernest & Young. Ele é co-autor da 
Security Watch da revista InfoWorld, uma coluna 
que trata de assuntos atuais relativos à segurança 
eletrônica, bem como invasões e vulnerabilidade 
de sistemas de computadores. Além disso, possui 
uma vasta experiência em software e hardware de 
segurança de redes (firewall, sistemas de detecção 
de intrusos, entre outros). 
EXEMPLIFICANDO!
 UNIUBE 27
Apresentação dos 
autores da obra 
e de sua atuação 
profissional
Joel Scambray é gerente do grupo eSecurity Solutions, onde 
fornece serviços de consultoria de segurança em sistemas 
de informação para diversos tipos de organizações. Também 
é co-autor da Security Watch. George Kurtz é gerente-sênior 
do grupo eSecurity Solutions e diretor nacional de "Ataque 
e Penetração da linha de serviços Profiling" da Ernest & 
Young. Como consultor, executou centenas de avaliações 
em firewalls, redes e sistemas de comércio eletrônico ao 
longo dos anos. É um dos principais instrutores do aclamado 
curso "Extreme Hacking - Defending Your Site".
Apresentação da 
obra, destacando 
o tema e o gênero
Hackers expostos, apesar do nome, trata única e 
exclusivamente de segurança de redes e sistemas. 
Com uma enorme quantidade de detalhes, o livro é uma 
espécie de manual, já que serve de alerta para todos 
os administradores de sistemas e usuários, para que 
percebam o quão vulnerável seus preciosos dados podem 
estar, trafegando livremente pela Internet. 
Organização da 
obra
Para que a leitura e a compreensão fossem facilitadas, 
o livro foi todo estruturado em pequenos módulos, como 
em um guia de referências, onde o leitor não precisa ler 
tudo para encontrar a resposta para a sua dúvida sobre um 
determinado assunto.
Resumo 
comentado sobre 
o assunto de cada 
módulo do livro
Todos os assuntos estão agrupados por área de interesse: 
a "Identificação do Alvo" trata de como fazer o footprint 
(espécie de planta baixa da rede de computadores 
utilizados por um determinado domínio) e a varredura, onde 
são identificados e verificados todos os serviços que estão 
disponíveis no sistema, e a sua enumeração. O segundo 
módulo trata de "Hacking de sistemas", trazendo as 
características e as falhas, comuns ou não, dos principais 
sistemas operacionais utilizados em estações de trabalho 
e servidores, sempre focalizando o grau de dificuldade 
para o atacante obter sucesso em sua empreitada de 
quebrar o sistema (uso de exploits), além de sugestões 
para a correção ou minimização das chances dessas 
empreitadas ocorrerem. O terceiro trabalha com "Hacking 
de rede", onde são vistas formas de proteger os dados da 
empresa do acesso indevido através de exploits, como os 
encontrados em sistemas de firewall, roteadores, dialup's 
e falhas nos protocolos de rede. É dada uma maior ênfase 
para a prevenção aos Ataques de Recusa de Serviço (Dos 
Denial Of Service) que nos últimos anos tem tirado muitos 
websites do ar (por exemplo oUOL). No último módulo se 
enfoca "Hacking de software". É nesse campo que entram 
os softwares de administração remota (autorizada ou não), 
os "cavalos de tróia", conhecidos como trojans, que são 
os maiores causadores das noites de insônia de muitos 
administradores de sistemas, porque permitem, através 
de programas aparentemente inofensivos, a instalação 
de servidores de acesso remoto, facilitando o roubo de 
informações, entre muitas outras possibilidades de prejuízo.
28 UNIUBE
Análise e 
avaliação da obra
Houve uma grande preocupação dos autores em detalhar 
os ataques mais comuns às redes e sistemas operacionais, 
baseando-se em suas próprias vivências como consultores e 
em sites/newsgroups especializados, de forma a exibir uma 
visão mais abrangente do problema: a visão do atacante 
(cracker) que não tem nada a perder. Como os autores 
citam nos agradecimentos, "Conhecimento e informação os 
libertará", referindo-se aos nobres hackers que, no sentido 
literal e correto da palavra, têm-se preocupado em expor e 
solucionar esses problemas.
Indicação da 
leitura
É uma obra que não pode faltar na bibliografia de qualquer 
administrador de sistemas preocupado em garantir a paz 
e a tranquilidade de sua empresa e que quer proteger 
os dados vitais da mesma do acesso não autorizado e, 
dessa forma, garantir por mais tempo o seu emprego e o 
desenvolvimento de sua organização.
Fonte: BENEDITTO, 2002.
Exemplo 3 
Resenha de filme 
Título da obra Gattaca
Dados da identificação
Gattaca – A experiência Genética
(Gattaca). EUA, 1997. Dir. Andrew Niccol. Com Ethan 
Hawke, Uma Thurman, Jude Law, Loren Dean, Alan 
Arkin, Gore Vidal e Ernest Borgnine.
Contextualização 
situa o momento 
sociocultural 
em que a obra 
é produzida, 
articula o 
motivo de sua 
realização a esse 
contexto
A recente divulgação do final dos trabalhos de 
sequenciamento do genoma humano trouxe 
um importante questionamento com relação às 
consequências deste novo conhecimento. Ao mesmo 
tempo que gera a esperança de cura de muitas 
doenças de origem genética, gera também muitas 
especulações algumas gratuitas, outras não sobre a 
possibilidade de um uso indesejável do conhecimento 
genético.
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Apresentação da 
obra, situando o 
gênero, o autor e 
o tema
Dentro desta última perspectiva, o filme Gattaca, de 
Andrew Niccol é uma interessante reflexão sobre os 
caminhos a que a engenharia genética pode levar e 
os impactos que esta tecnologia e a ciência de um 
modo geral pode ter na sociedade.
 UNIUBE 29
Breve resumo 
do enredo, 
ressaltando 
o tempo da 
história e o 
personagem 
principal
Passado em um tempo futuro, Gattaca mostra uma 
sociedade em que as corporações tornaram-se mais 
poderosas que o Estado e em que a manipulação 
genéticacriou uma nova espécie de preconceito e 
hierarquia racial, legitimada pelaciência. Aos pais 
que desejam ter filhos é dada a oportunidade de 
manipular a interação entre seus DNAs de modo que 
gerem filhos com a melhor combinação de qualidades 
genéticas possível. Este procedimento acaba criando 
duas categorias diferentes de pessoas: os Válidos, 
frutos desta combinação genética planejada, que são 
quase super-homens, com raras doenças genéticas; 
e os Inválidos, frutos de nossa interação sexual 
usual. Aos empregos e as melhores oportunidades 
enquanto que os Inválidos chegam a ser impedidos 
de frequentar determinados lugares. A história do 
filme é a de dois irmãos, um concebido da maneira 
natural e o outro manipulado geneticamente. O 
Inválido, interpretado por Ethan Hawke, tem várias 
doenças genéticas e, ao ter seu DNA examinado 
quando nasce, já tem uma data prevista para sua 
morte.
Contudo, o garoto sonha em viajar ao espaço emprego 
impensável para alguém com seus problemas e vai 
buscar todas as maneiras possíveis para superar 
suas limitações ao mesmo tempo em que tem que 
esconder de todos que é um Inválido.
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Comentário 
crítico
Com roteiro e direção de Andrew Niccol, que também 
foi roteirista de O Show de Truman, Gattaca é um 
ensaio sobre o que pode ser uma sociedade em 
que o destino das pessoas esteja pré-determinado 
cientificamente em que não haja o mínimo espaço 
para a ação do indivíduo na construção de seu próprio 
futuro. Também é uma reflexão sobre como a ciência 
pode ser usada para legitimar e, no caso, criar uma 
hierarquia social, principalmente se feita sem crítica e 
controle da sociedade. 3
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Autor da resenha Rafael Evangelista
Fonte: EVANGELISTA, 2000.
Mas será que resumo e resenha são textos diferentes?
Diferente do resumo, a resenha inclui também uma avaliação 
crítica por aparte de quem a redige e, ainda, uma indicação 
para leitura da obra, considerando os interesses do leitor a 
quem mais diretamente a obra se dirige.
30 UNIUBE
Se compararmos os quadros aqui apresentados, podemos afirmar que 
os textos acadêmicos escritos contêm uma estrutura básica: Introdução, 
Desenvolvimento e Conclusão. Quando redigidos e enviados para 
publicação, devem conter os dados de identificação do autor e do tipo de 
texto que se apresenta.
Pertencendo todos ao gênero científico e/ou didático-científico, esses 
textos dialogam entre si, para que o autor alcance o objetivo de comunicar 
suas investigações por meio dos estudos que realiza.
SINTETIZANDO...
Portfólio é uma palavra de origem latina, muito utilizada pelos 
norte-americanos e significa coleção daquilo que está ou pode ser 
guardado em um porta fo lhas. No meio acadêmico, é usado para 
comportar as diferentes produções do aluno, baseadas nos registros 
de suas reflexões, de suas leituras, de suas indagações. Sendo assim, 
pode-se dizer que esse ‘álbum’ acadêmico guarda textos que expressam 
o desenvolvimento de sua própria aprendizagem.
 
Em cursos de graduação e de pós-graduação, o portfólio tem sido muito 
utili zado para que o aluno, de maneira bastante pessoal, demonstre seu 
processo de aprendizagem. Na Internet, você encontrará uma diversidade 
de conceitos e de possibilidades de se elaborar esse rico material. Não há 
uma única forma de se elaborar um portfólio. É importante, todavia, que o 
autor siga os objetivos, os cri térios ou as orientações a ele apresentados, 
quando lhe solicitam a composição de seu portfólio. 
Compreender a organização e a finalidade dos textos com os quais lidamos 
no dia a dia contribui para ampliar nossa competência de leitura. É importante 
que a nossa familiaridade com esses textos nos estimule não só a ler, mas 
também a escrever, a nos identificar como autores de textos acadêmicos. 
Esse é um processo que se inicia com o registro das leituras que fazemos.
IMPORTANTE!
 UNIUBE 31
1.3.3 Outras formas de registro de estudos
Quais são os nossos objetivos quando tomamos um texto para objeto 
de es tudo?
 
Lemos para conhecer, analisar, interpretar situações, dados e 
informações, para ampliar nosso conhecimento do mundo e, assim, 
construir novos conhecimentos.
 
Na condição de cidadãos participantes, o que se espera de um estudante 
univer sitário é que ele seja agente no processo de sua formação 
profissional. Para isso, é necessário que desenvolva suas habilidades 
de lidar com o conhecimento já dis ponível na sociedade, aplicando-o, 
avaliando-o, criticando-o para transformá-lo.
 
Mas, toda construção de conhecimentos, além de uma motivação 
pessoal, exige métodos e técnicas, pois, quando é grande o volume de 
informações e de operações com que precisamos trabalhar, por melhor 
que seja a nossa memória, ela precisa ser ativada. 
As anotações, os registros que fazemos auxiliam nessa ativação e 
na recuperação dos conhecimentos que já adquirimos no decorrer da 
nossa existência, por isso, em um curso de formação profissional, esses 
registros devem ser frequentes. 
Todos os textos acadêmicos apresentados neste capítulo são formas 
de registro dos estudos realizados no âmbito da universidade. Embora 
tenhamos destacadoo resumo, a resenha e o portfólio, há outras formas 
de registros. São elas:
 
• relatório: expressa o processo de desenvolvimento de uma 
situação de estudo ou de pesquisa, isto é, tem sua origem em 
um trabalho realizado. É conside rado documento de grande 
importância para a continuidade da investigação científica, para 
a gestão de recursos humanos, para a destinação de recursos 
financeiros, para o planejamento político e educacional.
• monografia: caracteriza-se pelo tratamento escrito de um tema 
específico que re sulte de uma pesquisa científica e apresente uma 
32 UNIUBE
contribuição relevante para a ciência. Por extensão, identifica um 
trabalho científico que resulte de pesquisa, por exemplo, trabalho 
de conclusão de curso de graduação (TCC), deve estar re lacionado 
a uma disciplina do curso e ser feito sob orientação docente. 
Uma forma prática de conhecer a estrutura da monografia é consultar 
bi bliotecas e bancos de dissertações de mestrado na Internet. Sempre 
que lhe for proposto um tema para estudos, visite um site de busca e 
procure por dissertações de mestrado, indicando também o assunto. 
O estudo de um texto acadêmico inicia-se por um processo de 
identificação e de localização, isto é, por um processo de fichamento 
do texto. Esse processo consiste em uma prática acadêmica que tem 
por objeto de estudo um livro, ou um capítulo de livro, ou um artigo, ou 
um filme, ou um documento, entre outros. O fichamento pode consistir, 
também, em uma reunião de da dos e proposições sobre determinado 
tema. Por ser um procedimento básico de identificação, o fichamento está 
sempre relacionado a outras práticas de escrita acadêmica.
 
Prosseguiremos nosso estudo, abordando agora os procedimentos 
de leitura. Antes, porém, vamos retomar alguns pontos para a nossa 
reflexão. 
Até aqui, refletimos sobre conceito, modos de organização e finalidades 
dos textos acadêmicos. Se recorrermos aos esquemas propostos 
para a composição desses textos, poderemos constatar que as partes 
da dissertação se encontram presentes em todos eles: introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
Segundo Soares e Campos (1987, p. V):
 
[...] a dissertação é a forma de redação mais usual. 
Com mais fre quência é a forma de redação solicitada 
às pessoas envolvidas com a produção de trabalhos 
escolares, com a administração e produção de 
pesquisas em Instituições que fazem Ciência, com 
a administração e execução técnico-burocráticas 
de ser viços ligados à Indústria, Comércio etc. A 
prosa dissertativa é, assim, predominante nos textos 
de trabalhos escolares, nos textos de produção e 
 UNIUBE 33
divulgação científicas (monografias, ensaios, artigos 
e relatórios técnico-científicos) e nos textos técnico-
administrativos. 
Dependendo da intenção do autor, em um texto dissertativo, pode 
predominar: 
• a descrição: quando o autor quer conceituar um termo, apresentar 
as fases de um processo ou caracterizar um objeto, ele constrói 
um texto dissertativo -expositivo;
• a argumentação: quando o objetivo do autor é defender um ponto 
de vista, ele constrói um texto dissertativo-argumentativo.
Raramente encontramos uma dessas formas de dissertar em estado 
puro. No texto argumentativo, para a defesa de uma ideia, de uma tese, 
de uma opinião, o autor se serve tanto da descrição quanto da narração. 
Assim, garante o efeito desejado: persuadir o interlocutor. Um bom 
exemplo disso é o texto de acusação e de defesa nos tribunais.
Leitura de um texto didático-científico1.4
Se várias são as intenções de quem escreve e variadas são as formas 
da escrita, diante de diferentes textos, precisamos ter procedimentos de 
leitura diferentes.
Como deve ser, então, o procedimento do leitor diante de um 
texto científico ou didático-científico?
1.4.1 Procedimentos
Alguns procedimentos nos auxiliam a realizar uma leitura adequada dos 
textos com os quais lidamos no dia a dia da vida universitária.
34 UNIUBE
1.4.1.1	Ler	para	identificar	
A primeira leitura deve ser realizada de forma sequencial e integral. É 
importante ficar atento(a) às marcas de composição gráfica: os tipos de 
letras e fontes costumam ser diferentes para o título, para as partes e 
para os itens dentro de cada parte. Pode ser também observado o estilo 
do autor. 
Ou seja, lemos para identificar:
 
• gênero de texto: é um capítulo de um livro, um artigo científico?
• autoria: quem o escreveu? 
• suporte: foi publicado em um livro, jornal ou periódico? 
• data de produção e de publicação, editora e localidade da 
publicação;
• extensão do texto: número de páginas; 
• assunto: qual o conteúdo é desenvolvido no texto?
• plano geral do texto: como o autor organizou o texto? 
1.4.1.2 Ler para delimitar as partes 
Após tomar conhecimento do plano geral do texto, é importante ler para 
delimitar:
 
• a introdução; 
• o desenvolvimento; 
• a conclusão.
 
A seguir, veja como podem ser delimitados a introdução, o 
desenvolvimento e a conclusão de um texto dissertativo-expositivo.
 UNIUBE 35
A Nova Economia
Contextualização 
das tecnologias 
e do mercado de 
trabalho
A difusão acelerada das novas tecnologias de 
informação e comunicação vem promovendo 
profundas transformações na economia mundial e 
está na origem de um novo padrão de competição 
globalizado, em que a capacidade de gerar inovações 
em intervalos de tempo cada vez mais reduzidos 
é de vital importância para as empresas e países. 
A utilização intensiva dessas tecnologias introduz 
maior racionalidade e flexibilidade nos processos 
produtivos, tornando-os mais eficientes quanto ao uso 
de capital, trabalho e recurso naturais. Propiciam, ao 
mesmo tempo, o surgimento de meios e ferramentas 
para a produção e comercialização de produtos e 
serviços inovadores, bem como novas oportunidades 
de investimento.
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Efeitos das 
mudanças 
provocadas 
pelas Novas 
Tecnologias da 
Informação e da 
Comunicação 
- NTIC, sobre 
a dinâmica do 
mercado
As mudanças em curso estão provocando uma onda 
de "destruição criadora" em todo o sistema econômico. 
Além de promover o aparecimento de novos 
negócios e mercados, a aplicação das tecnologias 
de informação e comunicação vêm propiciando, 
também, a modernização e revitalização de 
segmentos maduros e tradicionais; em contrapartida 
está ameaçando a existência de setores que já não 
encontram espaço na nova economia.
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Vantagens
A globalização e a difusão das tecnologias de 
informação e comunicação são uma via de mão 
dupla: por um lado, viabilizaram a expansão das 
atividades das empresas em mercados distantes; 
por um outro, a atuação globalizada das empresas 
amplia a demanda por produtos e serviços de rede 
tecnologicamente mais avançados. Neste processo, 
as empresas passam a definir suas estratégias de 
competição, conforme os mais variados critérios 
(disponibilidade e capacitação de mão-de-obra, 
benefícios fiscais e financeiros, regulamentação 
etc.), estabelecendo, de maneira descentralizada, 
unidades produtivas em locais mais vantajosos, 
independentemente das fronteiras geográficas.
EXEMPLIFICANDO!
36 UNIUBE
Exigências
Através das redes eletrônicas que interconectam 
as empresas em vários pontos do planeta, trafega 
a principal matéria prima desse novo paradigma: 
a informação. A capacitação de gerar, tratar e 
transmitir informação é a primeira etapa de uma 
cadeia de produção que se completa com sua 
aplicação no processo de agregação de valor a 
produtos e serviços. Nesse contexto, impõe-se, para 
empresas e trabalhadores, o desafio de adquirir a 
competência necessária para transformar informação 
em um recurso econômico estratégico, ou seja, o 
conhecimento. 2ª
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Perspectivas 
do mercado 
de trabalho 
com políticas 
direcionadas 
para as NITCs
Na transição para a nova economia, esse padrão 
de especialização poderá agravar ainda mais a 
desigualdade entre os países especializadosem 
gerar novos produtos e serviços e os demais, que 
implementam os projetos desenvolvidos pelos países 
líderes.
Tal padrão de especialização tem profundo impacto 
na distribuição das oportunidades de trabalho, no 
padrão de consumo da sociedade e na repartição 
da renda entre os países. A despeito das grandes 
desigualdades entre nações, novas oportunidades se 
abrem para os países em fase de desenvolvimento 
econômico que saibam estruturar suas políticas e 
iniciativas em direção a sociedade da informação.
3ª
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Fonte: TAKAHASHI, 2000. p.1728.
1.4.1.3 Ler para analisar 
Na sequência, o foco da leitura deve priorizar a observação e a análise da: 
• adequação no uso de termos técnicos;
• consistência dos dados; 
• relação entre ilustrações, gráficos e tabelas e sua pertinência com 
o assunto tratado; 
• coerência dos argumentos apresentados.
 
Platão e Fiorin (1996) definem cinco tipos de argumentos como principais 
recur sos usados em textos dissertativos e que se aplicam ao texto 
científico:
 UNIUBE 37
• Argumento de autoridade: a citação de autores renomados, de 
autoridades num certo domínio do conhecimento ou da atividade 
humana, o que confirma o pensamento do autor, demonstrando 
que ele pesquisou sobre o assunto. Por isso, é muito importante 
dar atenção às notas de rodapé ou ao final de texto, às citações, 
às alusões ou referências, ainda que breves, a outros autores e a 
outros textos.
Exemplo: 
Afirmação: “A ligação entre arte e ciência não é nova”.
 
Argumentação: “Entre outros, o físico inglês Paul Dirac, autor da 
descoberta teórica da antimatéria, foi um dos que defenderam essa ideia. 
Em um dos seus escritos mais conhecidos, Dirac propôs que o melhor 
critério para avaliação de uma teoria deve ser sua beleza”. 
Fonte: Ponto de vista Ciência e beleza, Revista Scientific American Brasil, 
ano 1, n. 11, p. 5.
 
• Argumento baseado no consenso: são afirmações de base 
científica e aceitas como verdadeiras, não necessitando, portanto, 
serem demonstradas. Em todas as áreas do conhecimento, 
existem argumentos universalmente aceitos: os axiomas da 
matemática e as proposições como as que constam da declaração 
dos direitos humanos, por exemplo.
 
Exemplo: Diante de um mesmo delito, algumas pessoas são punidas e 
outras não. Isso não poderia acontecer, pois todos são iguais perante a 
lei e sem distinção.
 
Afirmação: “Diante de um mesmo delito, algumas pessoas são punidas 
e outras não. Isso não poderia acontecer, (...)”.
 
Argumentação: “(...) pois todos são iguais perante a lei e sem distinção”. 
• Argumento baseado em provas concretas: afirmações 
fundamentadas em dados de pesquisa, em fatos comprovados 
e em documentos ou simila res. Usam-se, para tanto, dados 
divulgados por órgãos oficiais nacionais e internacionais. 
38 UNIUBE
Exemplo: 
Afirmação: “A família brasileira está diminuindo, ao mesmo tempo que 
cresce a proporção de famílias lideradas por mulheres. Além dessas 
mudanças nos padrões de organização familiar no Brasil, dados da 
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) mostram que, nas 
duas últimas décadas, cresceu a proporção de pessoas que moram 
sozinhas, embora ainda predomine no Brasil o tipo de família formada 
pelo casal e seus filhos”.
 
Apresentação dos dados: Com base nos dados da PNAD de 1992 
a 2001, é possível destacar algumas tendências recentes no perfil da 
família brasileira. Nesse período, cresceu de forma contínua o número 
relativo de famílias nas quais a pessoa de referência é mulher e reduziu-
se a quantidade de componentes das famílias, como reflexo do ritmo 
de queda da fecundidade. A PNAD 2001 estimou em cerca de 13,8 
milhões o número de arranjos familiares em que a mulher era a pessoa 
de referência, ou 27,3% das 50,4 milhões de famílias brasileiras. Em 
duas décadas, a proporção desse tipo de arranjo familiar cresceu 
cerca de 24,7% no país. O fenô meno é mais recorrente nas regiões 
metropolitanas, dentre as quais se destacam Belém e Salvador, com, 
respectivamente, 40,4% e 35,9% de famílias com pessoa de referência 
do sexo feminino.
 
Fonte: Síntese dos indicadores sociais 2002, IBGE.
 
• Argumento com base no raciocínio lógico: são argumentos 
baseados nas relações de causa e consequência. Muito comuns 
nos textos de ciências da natureza e de matemática.
 
Exemplo:
 
Afirmação: Os conhecimentos são adquiridos.
 
Explicação: A engenharia genética não é capaz de incorporá-los aos 
cromos somos. Eles existem na forma de uma rede. Ou seja, seria preciso 
transplantar um cérebro inteiro para as crianças.
 
 UNIUBE 39
Conclusão: Daqui a 25 anos, portanto, os estudantes ainda terão 
que apren der para saber, isto é, terão de desenvolver uma atividade 
mental intensa para compreender, memorizar, comparar e organizar os 
conhecimentos.
 
Fonte: PERRENOUD, 2003. 
 
• Argumento de competência linguística: demonstrada na 
atualização e na adequação no uso de termos técnicos e científicos, 
de expressões linguísticas no encadeamento de enunciados, de 
parágrafos e de partes do texto (essas ex pressões possibilitam ao 
leitor acompanhar o raciocínio do autor) e no domínio no uso da 
língua culta.
 
Exemplo:
 
“Grandes efeitos sobre a diversidade biológica em áreas urbanas também 
podem resultar de fontes menos diretas, incluindo muitos dos poluentes 
oriun dos do ar e da água que colocam em perigo a saúde humana. 
Descobriu-se que subprodutos tóxicos de produção industrial, como a 
bifenila policlorada, o dióxido de enxofre e oxidantes, assim como os 
pesticidas direcionados para espécies daninhas, afetam os ecossistemas 
naturais, descortinando-os (EHRLICH; EHRLICH, 1981).” 
Fonte: MURPHY, 1997, p. 91.
1.4.1.4 Ler para estabelecer relação
• do texto com outros textos da mesma área do conhecimento;
• do texto com o conteúdo da disciplina; 
• do texto com a realidade sociocultural em que o texto foi produzido 
e na qual, você, leitor, está inserido.
1.4.1.5 Ler para emitir um julgamento
Utilizando dos registros que foram feitos em cada uma das etapas 
anteriores, o leitor poderá, com a maior clareza possível:
40 UNIUBE
• traduzir o conteúdo do texto, isto é, dizer ou escrever com outras 
palavra, mantendo o pensamento do autor;
• analisar a consistência do raciocínio do autor em relação aos 
conhecimentos já produzidos na mesma área de estudo; 
• reconhecer a coerência do pensamento elaborado pelo autor;
• avaliar uma produção acadêmica;
• avaliar a contribuição do estudo do texto para a ampliação dos 
seus conhe cimentos e para sua formação profissional.
É importante salientar que leitura e a escrita são práticas necessárias 
para am pliar a nossa competência na produção de diferentes textos.
Resumo
Neste capítulo, estudamos o texto acadêmico, por meio de algumas 
reflexões sobre o seu conceito e a sua organização. Sugerimos alguns 
procedimentos mais adequados para a leitura de um texto científico 
e abordamos as formas de textos acadêmicos mais usadas para os 
registros dos estudos realizados nos cursos de graduação.
 
Ao apresentar alguns exemplos para o exercício da leitura, esperamos 
que você tenha ampliado seus conhecimentos sobre as formas de 
organização e o uso adequado de textos acadêmicos, para o seu melhor 
desempenho nos estudos.
Atividades
Atividade 1
As afirmativas a seguir contemplam algumas características de TEXTOS 
ACADÊMICOS. Marque V, nas alternativas verdadeiras, ou F, nas 
alternativas falsas.
 UNIUBE 41
A. ( ) São textos característicos da difusão e produção do 
conhecimento nas universidades.
B. ( ) São textos técnicos e científicos.
C. ( ) São textos intuitivos e cotidianos na universidade em 
geral.
D. ( ) São textos produzidos por alunos e professores para 
publicação em eventos científicos.
E. ( ) São textos elaborados só por professores universitários.
F. ( ) São textos que visam a progressiva ampliação e troca 
de conhecimentos necessários à formação profissional.
G. ( ) São textos

Outros materiais