Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente O sentimento de infância surge em determinada época, ou sempre existiu, mas por conveniências era desconsiderado. O sentimento de infância presente na sociedade moderna, nem sempre recebeu esta importância. Ariès, por meio do estudo da iconografia da época, observou que a distinção entre o mundo do adulto e o mundo infantil foi algo que surgiu no final do século XVI e durante o século XVII. Durante a idade média, inexistia um sentimento de infância e ainda menos de adolescência. Até o século XVIII a adolescência foi confundida com infância. A criança era vista como adulto em miniatura, logo que apresentava algum desenvolvimento misturava-se ao mundo dos adultos, participando das mesmas atividades como festas, jogos e brincadeiras. O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente O índice de natalidade elevado, somado a crença de que as crianças não tinham personalidade, os números de óbitos infantis eram elevados, sem que os adultos se preocupassem muito com isso, diferenciando-se da atualidade. A partir do século XVII, começa-se a perceber um novo sentimento em relação à infância. Começou- se reconhecer na criança personalidade e alma infantil, sob influência direta da cristianização dos costumes. A evolução do sentimento da infância também pode ser percebida na análise dos trajes, jogos brincadeiras, noções de sexualidade e escolaridade. O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente Ariès vai chamar de paparicação, os gestos de carinho que começam a ser identificados no cuidado com as crianças a partir do século XVIII. No século XVII, tem início a produção de literatura moral e pedagógica direcionada para a infância, deixando claro desta forma o surgimento de um novo conceito segundo Ariès: o de inocência infantil. O sentimento de um estado particular da vida humana começa a se moldar a partir do surgimento da escola. Com o surgimento do chamado sentimento de infância, passa a ser comum a irritação em função da infantilidade. O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente Outra consequência do surgimento deste novo sentimento, segundo Ariès, foi a necessidade de preservar a criança da sexualidade tolerada, fortalecê-la desenvolvendo o caráter e a razão, além de preservá-la da sujeira da vida. A criança passa a ser o centro da família, merecedora dos cuidados daqueles que deveriam ser os responsáveis não só por colocá-los no mundo, mas também enviá-los a escola. Esse sentimento resultou numa aproximação das pessoas de um núcleo familiar com a consequente retração da sociabilidade. O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente Concepção atual de infância – ECA: perspectiva história datada. O atendimento público às crianças e adolescentes é recente em nossa história. Durante o Período Colonial e o Período Imperial não há registro de instituições públicas que atendesse às crianças e os adolescentes. A igreja, por meio de suas organizações, recolhia as crianças que se apresentavam em situação de risco pessoal e social. Período da Doutrina da Indiferença: ações pautadas em uma perspectiva assistencialista, marcada por ações paliativas O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente Doutrina da Situação Irregular: no final do século XIX e no decorrer do século XX, concomitante ao atendimento assistencialista, surge a visão de que as condutas antissociais das crianças e adolescentes deveriam ser encaradas como caso de polícia. O tratamento da questão passa a se basear em um modelo disciplinar: corrigir e redimir. Essa visão de infância baseou as políticas direcionadas a esta população até a década de 1980. No decorrer desta década torna-se mais intensa a luta pelas Direitos Humanos, é quando vislumbramos mais mudanças. O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente A sociedade civil e a ONU, por meio da Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), impulsionam a promulgação da lei 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente. O ECA regulamenta o artigo 227 da Constituição Federal Brasileira de 1988 que atribui à criança e ao adolescente prioridade absoluta no atendimento aos seus direitos como cidadãos brasileiros. O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente Doutrina da Proteção Integral: reconhece que as crianças e adolescentes são pessoas em condição peculiar de desenvolvimento, tendo como direitos fundamentais: a vida, a saúde, a alimentação, a educação, o lazer, a profissionalização, a cultura, a dignidade, o respeito, a liberdade, a atenção integral e convivência familiar e comunitária. Significa que a criança e o adolescente deixam de ser vistos como portadores de necessidades, de carências, de vulnerabilidades, para serem reconhecidos como sujeitos de direitos exigíveis em lei. O Sentimento de infância e o Estatuto da Criança e Adolescente A fim de promover e proteger os direitos das crianças e adolescentes, o ECA cria uma estrutura fundamental que é composta por: Dois órgãos: Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Conselho Tutelar; E por recursos destinados ao atendimento dessa população por meio do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O CMDCA, o CT e o FMDCA articulados com o Poder Judiciário e o Ministério Público, correspondem à estrutura fundamental da rede municipal. O atendimento deve acontecer por meio de um conjunto de ações articuladas. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Art. 2o Considera-se criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. Art. 3o A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Art. 4o É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. ADOLESCÊNCIA: Desenvolvimento emocional. Arminda Aberastury e Maurício Knobel Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel Adolescência – elemento sociocultural - Base psicobiológico(universal) Adolescência período de transição entre a puberdade e a vida adulta DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel Adolescência período de transição entre a puberdade e a vida adulta Características do período – reformulação de conceitos a respeito de si, abandono da autoimagem infantil e projeção do futuro Problema da adolescência – é um processo universal de troca, despreendimento, influenciada pelas situações externas de cada cultura DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel Definição – etapa da vida durante a qual o indivíduo procura estabelecer sua idade adulta , apoiando-se nas primeiras relações objeto-parentais internalizadas e verificando a realidade que o meio social oferece , mediante o uso de elementos biofísicos em desenvolvimento à sua disposição e que, por sua vez, tendem à estabilidade da personalidade em um plano genital, o que só é possível quando consegue o luto pela identidade infantil DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel Síndrome normal da adolescência Entidade semipatológica que apresenta a seguinte sintomatologia : busca de si mesmo e da identidade tendência grupal necessidade de intelectualizar e fantasiar crises religiosas – ateísmo ao misticismo fervoroso deslocamento temporal evolução sexual manifesta – autoerotismo à heterossexualidade genital atitude social reivindicatória – com tendências antissociais contradições sucessivas nas manifestações de conduta dominadas pela ação separação progressiva dos pais flutuação de humor e de ânimo DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel 1- Busca de si mesmo e da identidade O amadurecimento genital junto com a reavaliação das etapas pré-genitais Processo de individualização – a partir de figuras parentais internalizadas , incorporadas à personalidade do sujeito Sentimento de identidade – é uma verdadeira experiência de auto-conhecimento. Tipos de identidade: - Transitórias – adotadas durante um curto espaço de tempo - Ocasionais – aparecem frente à situações novas. P. ex. primeira festa - Circunstanciais – conduzem às identidades transitórias que confundem os adultos. P. ex. depende do lugar DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel 2-Tendência grupal Comportamento defensivo da uniformidade para gerar a segurança e a estima pessoal Super-identificação em massa Grupo – representa a oposição às figuras parentais e uma forma de determinar uma identidade diferente da família; transição necessária no mundo externo para a individualização No fenômeno grupal o adolescente procura um líder para se submeter ou ele é o líder para exercer o poder do pai ou da mãe. Facilita a conduta psicopática normal do adolescente – acting-out motor ( descontrole frente a perda do corpo infantil) une-se ao acting-out afetivo (descontrole pela perda do papel infantil) – condutas de desafeto, crueldade, indiferença , falta de responsabilidade DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel 3- Necessidade de intelectualizar e fantasiar Mecanismo de defesa frente às situações de perda Fuga no mundo interior que permite um reajuste emocional que leva ao aumento da intelectualização; Preocupação com princípios éticos, sociais , filosóficos. DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel 4- Crises religiosas Importante para a construção definitiva de uma ideologia. 5- Deslocamento temporal As urgências são enormes. A dimensão temporal vai adquirindo características discriminativas. A discriminação e percepção temporal permitem ao adolescente sair da relação narcisista e da ambiguidade. Vai poder reconhecer o passado, formular projetos futuros com capacidade de espera e elaboração do presente DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel 6- Evolução sexual manifesta Oscila permanente entre a atividade masturbatória e o início do exercício genital Característica do contato genital – exploratório e preparatório para uma genitalidade definida Aceitação da genitalidade e busca do parceiro de forma íntima, mas não intensa É normal aparecerem períodos de predomínio de aspectos femininos no rapaz e masculino na moça – bissexualidade Heterossexualidade adulta – exige flutuações e aprendizagem em ambos os sexos. Atividade masturbatória tem finalidade exploratória, de aprendizagem e preparatória para a vida procriativa DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel 7- Atitude social reivindicatória A sociedade impõe restrições ao adolescente. O adolescente tenta mudar a sociedade. Grande parte da oposição que vive por parte dos pais é transferida para o campo social. Descarrega contra a sociedade e contra os seus pais seu ódio e inveja podendo vir a desenvolver atitudes destrutivas em relação aos mesmos. DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel 8- Contradições sucessivas A conduta do adolescente está dominada pela ação; o pensamento precisa tornar-se ação para poder ser controlado. Podendo gerar : Personalidade esponjosa – personalidade permeável, que recebe tudo. Há uma instabilidade permanente que é comparada à normal anormalidade. A rigidez na conduta pode ser a indicação de uma patologia da personalidade do adolescente. DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel 9- Separação progressiva dos pais Uma das tarefas básicas é a separação dos pais da infância. Deve-se observar a intensidade e a qualidade da angústia na relação com os pais. A separação dos pais está determinada pela forma como realizou e elaborou as experiências infantis e as experiências da própria adolescência. A presença internalizada de boas imagens parentais, papéis bem definidos,permitirá uma boa separação dos pais, facilitará a passagem para a maturidade e o exercício da genitalidade em um plano adulto. DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL – Aberastury e Knobel 10- Flutuação de humor e de ânimo O sentimento básico da adolescência é a ansiedade e a depressão. A intensidade e frequência dos processos de introjeção e projeção obrigam o adolescente a realizar rápidas modificações em seu estado de ânimo: desesperança ou quando elabora e supera seus lutos, comportamento destemido. Unidade I – ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES SOCIOCULTURAIS DEPENDÊNCIA QUÍMICA Adolescência – recorrentes condições de estresse _forte carga de pressão social Adultos – ponto de equilíbrio processo gradativo de autonomia X tornar-se presa fácil ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Idade mais precoce do uso de drogas em pesquisas – 7 anos Maiores fatores de risco –uso de drogas por parte dos pais _ alcoolismo dos pais Teorias – vulnerabilidade genética (dependência transmitida) _ aprendizado social ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Problemas da infância X problemas da adolescência Pais tem possibilidade de resolver X problemas ultrapassam a esfera familiar ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Fatores preponderantes de risco Falta de relações empáticas Falta de apoio familiar Pressão do grupo Violência doméstica Baixa autoestima ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Fatores protetores Religiosidade Estrutura familiar empática Conhecimentos sobre os efeitos das drogas Capacidade de enfrentar situações adversas ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Tratamento dos adolescentes independente do tipo de tratamento – dificuldade em receber ajuda; questões de busca da autonomia; onipotência; limitação em vislumbrar o futuro; tentativa de negar ou minimizar o problema – todo mundo na minha idade faz. ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Curso do tratamento – processo longo com melhoras e recaídas. Variáveis : gravidade da dependência; funcionamento global antes do uso de drogas; motivação; presença de co-morbidade psiquiátrica. P. ex. usar maconha para se sentir menos angustiado Tratamento em grupo – treino de habilidades; facilita mudanças cognitivas , afetivas e comportamentais ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Escolha do tratamento - presença de situações de risco - tipo de droga utilizada - suporte familiar ou social - grau de prejuízo no funcionamento total ADLESCÊNCIA : QUESTÕES SOCIOCULTURAIS GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA Gravidez na adolescência – assunto atual , fenômeno não é novo – novas formas de compreensão Implicações biopsicossociais Ter um bebê – decisão difícil ; envolve renúncias; apoio familiar Sexualidade precoce – comportamento de risco. ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Falta de conhecimento do uso de contraceptivos ? Não fazem uso de contraceptivos devido ao pensamento mágico de que não engravidam porque não desejam. ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Fatores que acompanham a gravidez na adolescência – Desorganização familiar Pobreza Desemprego Falta de esperança no futuro Interrupção da instrução escolar ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Fatores psicológicos envolvidos na gravidez na adolescência: Experiência simbólica de renascimento Preenchimento de uma carência afetiva ou de um vazio (gerado pela crise de identidade) Suprir uma relação insatisfatória com a mãe Inserção no mundo do adulto Ideologia da maternidade Sentimentos desencadeados Alegria – projeto de vida Frustração – aspirações futuras Medo – responsabilidades Indiferença ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Sentimentos desencadeados Alegria – projeto de vida Frustração – aspirações futuras Medo – responsabilidades Indiferença ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Complicações psicossociais: Abandono do lar dos pais Opressão e discriminação dos pais Interrupção dos estudos ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Prevenção Primária – educação sexual nas escolas e serviços de saúde sobre o comportamento sexual responsável Secundário – uso eficiente dos contraceptivos pelos jovens sexualmente ativos Terciário – evitar danos à saúde das mães adolescentes e seus bebês com um pré-natal adequado ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES SOCIOCULTURAIS Processo de parto: Problemas anatômicos Desinformação Temores Fantasias ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS A sociedade sofre intensas e rápidas transformações ( talvez, melhor dito, um conjunto de rupturas ) de uma série de paradigmas ( ideias, valores morais e estéticos, processos de pensamento, etc. ) que podem ser considerados dentro do conflito “ modernidade versus pós-modernidade”. ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS O tempo rápido ou A geração fast. O mundo delivery Os adolescentes vivem em função de suas transformações psíquicas o afastamento do tempo cronológico . Esta situação é mais intensa quando a Sociedade sofre, ela própria intensas e rápidas transformações em sua concepção de tempo . A globalização fez, através das comunicações rápidas e mais fáceis, um tempo fast ... ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS A cultura do descartável ou o permanente versus o efêmero Os adolescentes convivem e lidam com um sem-número de objetos descartáveis em seu cotidiano. As relações entre as pessoas também poderão ter características descartáveis. ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS A banalização Uma criança ou um adolescente assistindo a vários assassinatos, diariamente, pela televisão modificará sua maneira de perceber a violência da mesma forma que modificará sua erótica se constantemente exposto a uma sexualidade, em todas as suas formas e matizes, desde quando assiste a um filme, uma novela ou uma propaganda. ADOLESCÊNCIA : QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS Uma nova erótica, o “ ficar “ na adolescência Na adolescência inicial é comum “ ficar “ com vários parceiros numa mesma festa e quem os observa poderá ter a impressão de um “ grande enamoramento “ ( que durará, entretanto, apenas alguns minutos ) e, no dia seguinte, não será de bom tom cumprimentar o parceiro, devendo-se, inclusive, ignorá-lo e não fazer menção ao acontecido. É evidente que os pais dos adolescentes também vivenciaram estas experiências. A diferença é que “ romanticamente “ ( ou de uma forma moderna ) davam ao fato um nome “ elegante “, como “ saída à francesa “ e, o mais importante, buscava-se não encontrar o parceiro, ou a parceira , nos dias seguintes por um certo sentimento de constrangimento ou culpa de ter criado uma expectativa no outro; tal consideração hoje é praticamente inexistente. ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS A estética da pós-modernidade Estética do corpo na cultura contemporânea, particularmente no tocante aos jovens, haveria um predomínio dos transtornos alimentares ( anorexia nervosa, obesidade e bulimia ) ADOLESCÊNCIA: QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS Ética Devemos pensar nos modelos e identificações que a sociedade contemporânea oferece: a família em rápida mudança de valores e perplexa, por um lado, e a sociedade, de outro, revelando e transmitindo - através da mídia, da política, etc - uma cultura, em alguns aspectos, perversa. DESENVOLVIMENTO NA VIDA ADULTA FAMÍLIA Definição – “núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços consangüíneos . Este núcleo , por seu turno , se acha relacionado com a sociedade, que lhe impõe uma cultura e ideologia particulares, bem como recebe dele influências específicas”. Enrique Pichon-Rivière ALGUMAS IDÉIAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO NA VIDA ADULTA Ser adulto é: estabilidade emocional e financeira; definição da identidade profissional; relacionamento afetivo mais estável; independência; responsabilidade sobre suas atitudes; assumir as próprias escolhas com danos, perdas e lidar com isso sem culpar ninguém. Ideia de desenvolvimento na idade adulta: em espiral FATORES QUE ENVOLVEM O DESENVOLVIMENTO NA IDADE ADULTA Sócio histórico Culturais Família de origem Experiências de vida Situação financeira OBS: a dificuldade é estabelecer estágios na vida adulta. ASPECTOS IMPORTANTES NO DESENVOLVIMENTO ADULTO Eventos balizadores – comemorações que marcam a passagem de um certo momento para outro esperado na sociedade. Representam estágios esperados no decorrer da vida adulta. Acontecimentos extemporâneos – eventos inesperados que mudam o ciclo de vida do indivíduo. Nem sempre são negativos Impulso para crescer – faz buscar mudanças, que geram um desequilíbrio, que provocam crises, que são momentos de crescimento. DINÂMICA DA DEPENDÊNCIA X AUTONOMIA Conflito que nos acompanha desde que nascemos até a morte União – segurança Separação – maior liberdade, maior independência A forma como vivemos esse conflito na infância é fundamental; influencia nas escolhas da vida adulta DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO Identidade – diferenciação entre o que é meu e o que é do outro em termos subjetivos Renúncia da aprovação Renúncia à rigidez defensiva Renúncia ao egocentrismo ALGUMAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ADULTO Teoria dos Traços – concentra-se em atributos mentais, emocionais e comportamentais influenciando o desenvolvimento. Estudos baseados nesta teoria constatam que a personalidade na idade adulta muda muito pouco. Críticas : personalidade é mais dinâmica, não apenas um conjunto de fatores; apresenta continuidade e modificações ao longo do desenvolvimento. ALGUMAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ADULTO Modelo normativo de crises – há uma sequência típica no desenvolvimento relacionada à idade na vida adulta. As pessoas seguem uma “planta baixa” básica , variando em alguns detalhes. Planta baixa – sequência de mudanças normativas ou não, sociais e emocionais relacionadas à idade Mudanças normativas – comuns à maioria dos membros de uma população. Aparecem em períodos ou estágios do desenvolvimento. ALGUMAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ADULTO Modelo normativo de crises A- Erik Erikson – intimidade x isolamento – à medida que os adultos trabalham para resolver estas necessidades conflitantes de intimidade, competitividade e distanciamento B- Vaillant – a vida é moldada pela adaptação à circunstâncias e pela qualidade dos relacionamentos. Padrão ou mecanismos adaptativos: maduro; imaturo; psicótico (distorcendo, negando ou criando uma outra realidade); neurótico (ansiedade e medos irracionais) ALGUMAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ADULTO C- Levinson – as pessoas passam quase metade de suas vidas adultas , em transição. A forma de lidar com estas transições da vida adulta afetarão o envelhecimento. Críticas à abordagem normativa: questionamento em relação à ideia de uma sequência previsível de mudanças relacionadas à idade durante a vida adulta; a idade pode ser um bom indicador de desenvolvimento na infância, mas na vida adulta as circunstâncias ambientais e os eventos da vida são mais significativos. ALGUMAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ADULTO D - Regulação por eventos – eventos são marcadores do desenvolvimento; pessoas mudam do relógio biológico para o relógio social; maturação biológica é menos importante do que os efeitos dos eventos socioculturais. Ex: casamento, filhos, aposentadoria, viuvez... Os adultos se desenvolvem em resposta a acontecimentos críticos que ocorrem ou deixam de ocorrer. Eventos normativos – eventos sociais que a maioria das pessoas vivem (eventos balizadores); são esperados pela sociedade Eventos não normativos - eventos incomuns que não podem ser previstos (eventos extemporâneos) Eventos individuais Eventos culturais Crítica : uso limitado a culturas e períodos históricos com normas de comportamento estáveis e generalizados ALGUMAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ADULTO E- Humanista – enfatiza o potencial de desenvolvimento positivo e saudável. Enfatizam a capacidade das pessoas, independente de idade ou circunstâncias assumirem o controle de suas vidas e promoverem o seu desenvolvimento por meio da escolha, criatividade e auto realização. teoria do traço – personalidade formada no início da vida adulta modelo normativo – mudanças em função da idade regulação por eventos – pessoas se desenvolvem reagindo aos eventos OBS: limitações da abordagem humanista – subjetividade, conceitos não estão claramente definidos PENSAMENTO PÓS-FORMAL Mais relativista Lida com verdades parciais Mais flexível, aberto e adaptativo em algumas circunstâncias É individualista, porque é construído pela pessoa Predomina a lógica, a intuição e a experiência Lida com a causalidade múltipla – uma rede complexa de fatores podem intervir na situação, assim como há uma multiplicidade de soluções para cada situação. PENSAMENTO PÓS-FORMAL Critérios do pensamento pós-formal Capacidade de transitar do raciocínio abstrato para considerações práticas do mundo real Causalidade múltipla , soluções múltiplas Pragmatismo – capacidade de escolher a melhor solução utilizando e reconhecendo os critérios de sua escolha Consciência dos paradoxos – reconhecimento de que um problema ou solução envolve conflitos inerentes OS ALICERCES DOS RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS Intimidade É uma experiência de proximidade afetuosa e comunicativa, pode incluir ou não contato sexual Auto revelação Revelar informações importantes sobre si mesmo a outra pessoa Amizades ou paixões adolescentes Podem tornar-se vínculos vitalícios ou desaparecer, para serem substituídas por novos relacionamentos, muitas vezes, com pessoas que conheceram na faculdade ou no trabalho Relacionamentos íntimos satisfatórios São um fator de grande importância para que as pessoas sejam mais saudáveis, física e mentalmente, e vivam mais tempo ESTILOS DE VIDA CONJUGAIS E NÃO-CONJUGAIS As atuais normas não ditam mais que as pessoas devem casar-se, permanecer solteiro, viver com um parceiro ou ter filhos, e em que idade fazer isso. A proporção de lares formados por pessoas solteiras sem filhos dobrou, tornando-se o esquema de vida mais comum nos Estados Unidos. VIDA DE SOLTEIRO O número de jovens adultos que ainda não se casaram aumentou drasticamente Algumas pessoas permanecem solteiras porque não encontraram o parceiro certo, outras por opção, querem ser livres, gostam de ficar sozinhas, apreciam a liberdade sexual Muitas mulheres se sustentam, e existe menos pressão social para se casar Embora muitos jovens permaneçam solteiros, a maioria deles não é solitário, são ocupados e ativos e sentem-se seguros a seu próprio respeito. RELACIONAMENTOS HOMOSSEXUAIS MASCULINOS E FEMININOS Adultos apresentam maior probabilidade do que adolescentes de se identificar como homossexuais. A identificação ocorre em quatro estágios, que podem jamais se realizar plenamente Reconhecimento de ser homossexual Conhecer outros homossexuais e estabelecer relacionamentos sexuais e românticos Contar para a família e para os amigos Abertura completa A maioria dos homossexuais de ambos os sexos, buscam amor, companheirismo e realização sexual e um relacionamento comprometido. Hoje eles lutam para obter o reconhecimento legal de suas uniões. INGRESSO NO MATRIMÔNIO A típica idade para se casar varia entre as culturas O casamento é universal em todas as culturas, embora a vestimenta, os costumes de celebração e até o número de parceiros variem. Para ajudar os recém-casados a se adaptarem, algumas sociedades tradicionais lhes concedem privacidade extra, em outras sociedades, suas atividades sexuais e de outros tipos estão sujeitos a regras prescritas e à supervisão. FATORES NO ÊXITO OU NO FRACASSO CONJUGAL O fator mais forte no êxito conjugal é o sentimento de obrigação com o cônjuge O êxito no casamento está intimamente ligado com como os parceiros comunicam-se, tomam decisões e lidam com conflitos Como vivem os casais de renda dupla Os casamentos em que tanto o marido como a esposa têm emprego remunerado apresentam tanto oportunidades como desafios Torna as mulheres mais independentes, reduz a pressão sobre os homens de serem provedores, e um relacionamento mais próximo entre o pai e seus filhos Em aspectos negativos casais enfrentam possível ansiedade e culpa em relação ao atendimento das necessidades dos filhos DIVÓRCIO O aumento no Divórcio acompanhou a aprovação de leis de Divórcio mais liberais, as quais eliminam a necessidade de encontrar um cônjuge em falta Uma mulher que é financeiramente independente é menos propensa a permanecer em um mau casamento; atualmente as mulheres são mais propensas do que os homens a pedir o divórcio ADAPTANDO-SE AO DIVÓRCIO O divórcio não é um evento isolado. É uma sequência de experiências potencialmente estressantes que se iniciam antes da separação física e continuam depois dela A adaptação depende em parte de como o ex-cônjuge sente-se em relação a si mesmo e em relação um ao outro e de como lidam com o divórcio Um fator importante na adaptação é o desligamento emocional do ex-cônjuge O SEGUNDO CASAMENTO SER PADRASTO OU MADRASTA A elevada taxa de divórcio não é um sinal de que as pessoas não querem estar casadas. Ela, muitas vezes, reflete, isto sim, o desejo de ser feliz no casamento Casar-se outra vez pode trazer uma transição para a condição de padrasto ou madrasta Ainda que ser padrasto ou madrasta possa representar um desafio, um estudo constatou que as famílias mistas não são mais propensas do que famílias intactas a experimentar conflitos conjugais ESTRATÉGIAS BEM-SUCEDIDAS PARA CONSTRUIR UMA FAMÍLIA MISTA INCLUEM: Manter expectativas realistas: Uma família mista é diferente de uma família biológica Reconhecer conflitos de lealdade: A criança que rejeita um padrasto ou madrasta carinhosa pode estar sofrendo um conflito de lealdade Desenvolver novos costumes e novos relacionamentos com a segunda família: Precisam identificar o que é positivo em relação as suas diferenças, construir novas tradições e desenvolver novos modos de fazer as coisas Buscar apoio social: Compartilhar sentimentos, frustrações e triunfos com pessoas que vivenciam a mesma situação e beneficiar-se com as experiências dos outros
Compartilhar