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Coleta de Preventivo

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AMANDA	FARIA	
Coleta de Preventivo 
VISÃO GERAL 
A	 coleta	 de	 preventivo	 (colpocitologia	 oncótica	
cervical),	também	conhecido	como	Papanicolau,	é	um	
teste	feito	para	detectar	alterações	nas	células	do	colo	
do	 útero.	 É	 importante	 os	 profissionais	 da	 saúde	
orientar	a	população	sobre	a	necessidade	da	realização	
desse	 exame	 para	 a	 detecção	 precoce	 do	 câncer	 de	
colo	 de	 útero,	 isto	 é,	 antes	 do	 aparecimento	 dos	
sintomas.	
INDICAÇÕES 
Segundo	 o	Ministério	 da	 Saúde,	 a	 orientação	 para	 a	
realização	do	preventivo	é	 toda	mulher	ou	qualquer	
pessoa	com	colo	do	útero	 (incluindo	homens	trans	e	
pessoas	não	binárias)	com	idade	entre	25	e	64	anos	e	
que	já	tiveram	atividade	sexual.		
Importante	lembrar	que	a	priorização	da	faixa	etária	
não	impossibilita	a	realização	em	mulheres	mais	
jovens	ou	mais	velhas	dependendo	na	necessidade.	
A	 orientação	 para	 a	 realização	 nessa	 faixa	 etária	 se	
justifica	pela	maior	ocorrência	das	lesões	de	alto	grau,	
passíveis	 de	 serem	 tratadas	 efetivamente	 para	 não	
evoluírem	para	câncer.	Segundo	a	OMS,	a	incidência	do	
câncer	 aumenta	 nas	mulheres	 entre	 30	 e	 39	 anos	 e	
atinge	o	pico	na	5ª	ou	6ª	década.	Enquanto	isso,	antes	
dos	 25	 anos	 prevalecem	 as	 infecções	 por	 HPV	 e	 as	
lesões	de	baixo	grau,	que	regridem	espontaneamente	
especialmente	após	a	virada	imunológica.	
ROTINA DE EXAMES 
O	 preconizado	 é	 a	 realização	 a	 cada	 três	 anos	 após	
dois	resultados	negativos	em	um	intervalo	de	1	ano,	
isto	é,	a	mulher	faz	dois	exames	com	intervalo	de	1	ano	
e	 sendo	 eles	 negativos,	 ela	 realiza	 os	 próximos	 com	
intervalo	de	3	anos.		
Já	 nas	 mulheres	 imunodeprimidas	 por	 HIV,	 a	
realização	do	 preventivo	 deve	 ser	 feita	 assim	que	 se	
inicia	 a	 vida	 sexual	 e	 deve	 ser	 realizado	anualmente	
após	dois	resultados	negativos	feitos	em	intervalo	de	
6	meses.	
Mulheres	sem	histórico	de	vida	sexual	ou	submetidas	
a	histerectomia	total	não	devem	ser	incluídas	no	
rastreamento.	
	
	
CONTRAINDICAÇÕES 
Existem	algumas	contraindicações	para	a	 coleta.	Não	
se	deve	coletar	quando	a	paciente	estiver	no	período	
menstrual,	além	disso	não	se	coleta	quando	ela	relata	
ter	tido	relações	sexuais,	exames	endovaginais	(USG),	
usado	 duchas	 vaginais	 ou	 medicamentos	 vaginais	
durante	as	72h	antes	do	exame.		
A	exceção	é	quando	a	mulher	possui	um	sangramento	
uterino	anormal,	fazendo	com	a	escova	endocervical.	
MATERIAL 
O	 material	 deve	 ser	 preparado	 antes,	 em	 alguns	
serviços	existem	kits	já	pronto	com	todos	os	itens.	
1. Espéculo;	
2. Escova	Campos	da	Paz;	
3. Espátula	de	Ayre;	
4. Lâmina;	
5. Fixador;	
6. Frasco	para	acondicionamento	das	lâminas;	
7. Luvas	de	procedimento.	
Além	disso,	é	necessário	ter	o	foco	de	luz,	lençol	para	
cada	paciente	e	lápis	para	identificação	das	lâminas.	
PROCEDIMENTO 
O	procedimento	será	dividido	didaticamente.	
APLICAÇÃO DO ESPÉCULO 
Antes	de	introduzir	o	espéculo,	é	necessário	afastar	os	
grandes	e	pequenos	lábios.	Isso	é	feito	utilizando	a	mão	
não	 dominante	 para	 afastar	 os	 lábios	 e	 com	 a	 mão	
dominante	se	insere	o	espéculo.	
O	espéculo	deve	ser	inserido	obliquamente	à	vulva,	em	
um	ângulo	de	45°	 graus	 com	o	meato	uretral,	 o	que	
desvia	 o	 espéculo	 de	 lesar	 o	 meato	 e	 do	 tubérculo	
anterior	da	vagina,	os	quais	são	muito	sensíveis.	Ele	é	
inserido	 em	 um	 movimento	 helicoidal	 (girando	 no	
sentido	 horário),	 o	 que	 permite	 que	 a	 válvula	
(“borboleta”)	esteja	voltada	para	baixo	para	a	abertura	
do	espéculo.		
AMANDA	FARIA	
	
VISUALIZAÇÃO DO COLO 
Com	o	espéculo	já	inserido,	realiza-se	a	sua	abertura,	
girando	 a	 válvula	 no	 sentido	 anti-horário.	Quando	 já	
introduzido	 na	 paciente,	 é	 importante	 segurar	 o	
espéculo	 para	 que	 ele	 não	 retorne	 e	 tenha	 que	 ser	
inserido	novamente.	
Dica:	para	abrir	o	espéculo,	gira	a	válvula	no	sentido	
da	paciente	e	para	fechar,	gira	no	sentido	do	
examinador.	
Com	 o	 espéculo	 aberto,	 é	 possível	 visualizar	 e	
inspecionar	 o	 colo	 uterino	 e	 as	 paredes	 vaginais.	
Apesar	 desse	 exame	 possibilitar	 perceber	 alterações	
como	 leucorreias,	 o	 seu	 intuito	 é	 a	 coleta	 de	
colpocitologia	para	o	diagnóstico	de	câncer	de	colo	de	
útero.	Caso	não	seja	possível	visualizar	o	colo	após	a	
abertura,	 fecha	 o	 espéculo	 e	 coloca-o	 mais	
posteriormente,	abrindo	novamente.	
	
COLETA 
A	coleta	é	feita	inicialmente	com	a	espátula	de	Ayre,	
colhendo	 o	 material	 da	 ectocérvice	 na	 junção	
escamocolunar,	 fazendo	uma	 rotação	de	360°	 com	a	
espátula.	 O	 material	 colhido	 pela	 espátula	 deve	 ser	
aplicado	na	lâmina	limpa	e	identificada,	sendo	aplicado	
no	 início	da	 lâmina,	 isto	é,	na	parte	mais	próxima	do	
segmento	fosco	(onde	é	anotado	com	o	lápis	as	iniciais	
do	nome	completo	da	paciente).	
Após	 a	 coleta	 com	 a	 espátula,	 é	 feita	 a	 coleta	 da	
endocérvice	com	a	escova	Campos	da	Paz,	girando	a	
escova	no	orifício	externo	do	colo	em	um	movimento	
circular	 de	 360°.	 Esse	 é	 um	momento	que	 gera	mais	
incômodo,	por	 isso	convém	avisar	a	paciente	que	ela	
possa	 sentir	 um	 desconforto	 como	 uma	 cólica.	 O	
material	colhido	é	aplicado	no	fim	da	lâmina	girando	a	
escova	apenas	uma	vez.	
A	coleta	deve	ser	iniciada	pela	espátula,	pois	ela	colhe	
o	material	da	ectocérvice.	Caso	iniciasse	pela	escova,	
a	qual	colhe	da	endocérvice,	haveria	o	risco	de	trazer	
células	da	endo	para	a	ecto,	o	que	atrapalharia	o	
resultado	do	exame.	
							 	
ARMAZENAMENTO DO MATERIAL 
Imediatamente	 após	 a	 coleta,	 o	 material	 deve	 ser	
acondicionado	em	um	recipiente	adequado	para	que	
posa	 ser	 futuramente	 analisado,	 visa	 manter	 as	
características	originais	das	células,	preservando-as	do	
dessecamento	que	impossibilitará	a	leitura	do	exame.	
Há	três	formas	utilizadas	para	a	fixação:	
1. Álcool	 a	 96%:	 fixador	 de	 uso	 preferencial.	 A	
lâmina	 com	 material	 deve	 ser	 submersa	 no	
álcool	 a	 96%	 em	 tubete	 de	 boca	 larga,	
permanecendo	 ali	 até	 a	 chegada	 ao	
laboratório.	 Deve-se	 fechar	 o	 frasco	
imediatamente	após	a	colocação	da	lâmina.	
2. Propinilglicol:	 spray	 ou	 aerossol	 fixador	
aplicado	 a	 uma	 distância	 de	 até	 20cm,	 o	
esfregaço	 deve	 ser	 totalmente	 coberto.	 O	
fixador	não	deve	ficar	exposto	ao	sol;	
3. Polietilenoglicol:	pingar	3	a	4	gotas	da	solução	
fixadora	 sobre	 o	 material,	 que	 deverá	 ser	
completamente	 coberto	 pelo	 lóquido.	 Deixar	
secar	 ao	 ar	 livre,	 em	 posição	 horizontal,	 até	
formar	 uma	 película	 leitosa	 e	 opaca	 na	
superfície.	
Importante	lembrar	que	o	frasco	já	possui	ranhuras,	o	
que	favorece	a	sustentação	da	lâmina,	ou	seja,	impede	
que	 ela	 fique	 se	 movimentando	 no	 frasco,	 o	 que	
AMANDA	FARIA	
poderia	 atrapalhar	 o	 exame	 ao	 danificar	 células	 do	
material.	O	frasco	também	deve	ser	 identificado	com	
uma	 etiqueta,	 a	 qual	 consta	 o	 nome	 completo	 da	
paciente.	 A	 requisição	 do	 exame	 devidamente	
preenchida	 deve	 ficar	 junto	 com	 o	 fraco,	 podendo	
prender	com	uma	liga.	
Se	o	profissional	tiver	um	auxiliar,	essa	fixação	e	
colocação	no	frasco	pode	ser	feito	pelo	auxiliar,	o	que	
otimiza	o	exame.	
RETIRADA DO ESPÉCULO 
A	retirada	do	espéculo	é	 feita	 retraindo-o	 levemente	
para	que	o	fechamento	não	machuque	o	colo	uterino.	
Em	 seguida,	 é	 feito	 o	 mesmo	 movimento	 helicoidal	
para	a	retirada,	fechando	a	válvula	(girar	no	sentido	do	
profissional).	
Após	a	 retirada,	o	profissional	auxilia	a	paciente	a	se	
levantar	da	mesa	do	exame.	
TESTES PRÉ E PÓS-COLETA 
Alguns	 testes	podem	ser	 feitos	antes	e/ou	depois	da	
coleta.		
1. pH	 vaginal:	 colocar	 a	 fita	 diretamente	 em	
contato	com	a	secreção	da	parede	vaginal,	usa-
se	fitas	universal	indikator	Merck.	
2. Exame	 a	 fresco:	 preparar	 uma	 lâmina	 com	
esfregaço	 de	 amostra	 da	 secreção	 vaginal	 e	
colocar	duas	gotas	de	solução	fisiológia	a	0,9%	
e	 em	 seguida	 observar	 ao	 microscópio,	
pesquisando	 presença	 de	 hifas,	 esporos	 de	
fungos,	trichomonas,	leucócitos	e	clue	cells;	
3. Teste	 deaminas:	 coloca	 na	 lâmina	 secreção	
vaginal	 e	 uma	 gota	 de	 hidróxido	 de	 potássio	
(KOH	 10%),	 quando	 há	 liberação	 de	 aminas	
voláteis	 (odor	 desagradável)	 diagnóstico	 de	
vaginose	bacteriana;	
4. Teste	de	Schiller:	aplica-se	ácido	acético	a	2%	
no	colo	(observando	se	há	presença	de	lesões	
aceto-brancas	 que	 são	 induzidas	 por	 HPV)	 e	
aplica-se	 lugol	 fazendo-se	 uma	 embrocação	
vaginal	 com	 gaze	 montada	 em	 pinça	 de	
Cherron	que	é	 fixado	pelas	células	hígidas	do	
colo	e,	que	quando	não	ocorre	pode	ressaltar	
eventuais	lesões	celulares.

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