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Capítulo Fontes de Alimentação CC 7.1 INTRODUÇÃO Uma desvantagem básica dos conversores estudados no Capítulo 6 é a conexão elé- trica entre a entrada e a saída, Se a alimentação de entrada for ligada a um ponto “aterrado”, este mesmo ponto de terra deve estar presente na saída. Um modo de iso- lar eletricamente a saída da entrada é com um transformador. Se o conversor CC-CC tiver um primeiro estágio que retifica uma potência CA para CC, um transformador poderia ser usado do lado CA. Contudo, nem toda aplicação de conversão de CA para CC tem um primeiro estágio. Além do mais, um transformador funcionando em baixa frequência (50 ou 60 Hz) requer um núcleo magnético maior, pesado e caro. Um método mais eficiente para se conseguir o isolamento elétrico entre a en- trada e a saída de um conversor CC-CC é usar um transformador num esquema de chaveamento. A frequência de chaveamento é muito maior do que a frequência da fonte de alimentação CA, permitindo que o transformador seja menor. Além disto, à relação de espiras do transformador proporciona uma maior flexibilidade do projeto na relação entre a entrada e saída do conversor. Com o uso de bobinados múltiplos no transformador, os conversores chaveados podem ser projetados para fornecer tensões múltiplas na saída. 7.2 MODELOS DE TRANSFORMADOR Os transformadores têm duas funções básicas: proporcionar isolamento elétrico e au- mentar ou diminuir o tempo de variação nas tensões e correntes. Um transformador 2568 Eletrônica de Potência com duas bobinas é mostrado na Fig. 7-1a. Um modelo idealizado para o transforma- dor, conforme mostrado na Fig. 7-1b, tem as relações de entrada-saída F; “Mm Fa No H =» (7-1) bo MN O ponto convencionado é usado para indicar a polaridade relativa entre as duas bobinas. Quando a tensão no terminal com o ponto de uma das bobinas é positiva, a tensão no outro terminal com ponto é também positiva. Quando uma corrente entra pelo terminal de uma bobina, outra corrente sai pelo terminal com ponto na outra bobina, Um modelo, mais completo, de transformador é mostrado na Fig. 7-le. Os resistores r, & r, representam as resistências dos condutores, L, e L, representam as indutâncias das bobinas, L, representa a indutância de magnetização e r, representa a perda no núcleo, O transformador ideal está incorporado neste modelo para repre- sentar a transformação da tensão e corrente entre o primário e secundário, É Em algumas aplicações neste capítulo, a representação do transformador ideal é suficiente para um estudo preliminar de um circuito. O modelo ideal su- põe que as resistências em série c as indutâncias são zero e que os elementos em paralelo são infinitos. Uma aproximação um pouco melhor para as aplicações de fonte de alimentação inclui a indutância de magnetização L |, conforme mostrado na Fig. 7-1d. O valor de £, é um parâmetro importante do projeto para o conversor flyback. ij ——e. ij dz + —— e —- + + Fj Va W n L, Ny Ni; r És ip. No Mood — AM gra q .. + z AM AM Lam "j Erg 3 Ha (e) ld) Figura 7-1. (a) Transformador; (b) modelo ideal; (cy modelo completo; (dj modelo usado para maioria dos circuitos eletrônicos de potência, Capítulo 7 Fontes de Alimentação CC 269 As indutâncias de fuga L, e L, não são usualmente essenciais para o funciona- mento geral dos circuitos eletrônicos de potência descritos neste capítulo, mas elas são importantes quando considerarmos os transientes do chaveamento, Observe que nas aplicações do sistema de potência CA, a indutância de fuga é normalmente um parâmetro importante na análise e no projeto. Para o funcionamento periódico da tensão e corrente para um circuito com transformador, o fluxo magnético no núcleo deve voltar ao seu valor inicial e final a cada período de chaveamento, Caso contrário, o fluxo aumentará no núcleo € causará eventualmente a saturação. Um núcleo saturado não pode manter uma tensão num bobinado do transformador, isto levará à correntes no dispositivo além dos limites do projeto do circuito. 7.3 CONVERSOR FLYBACK Modo de condução contínua Um conversor CC-CC com isolamento entre a entrada c a saída é o circuito flyback da Fig. 7-2a. Numa primeira análise, a Fig. 7-2b usa o modelo de transformador que inclui a indutância de magnetização L,, como na Fig. 7-ld. Os efeitos das perdas é indutâncias de fuga são importantes quando se considera a proteção e o funciona- : É Vw Transformador qb) Figura 7-2 (a) Conversor flyback; (b) circuito equivalente usando um modelo de transforma- dor que inclui a indutância de magnetização, (Cc) circuito com a chave ligada: (d) circuito com a chave ligada. 270 Eletrônica de Potência MN Es: É e (5) =, O ul + z Voy = Fer vm) (e) (et) M M A = Figura 7-2 (eentinteção) mento da chave, mas o funcionamento global do circuito é melhor entendido com este modelo simplificado do transformador. Observe a polaridade dos bobinados do transformador na Fig. 7-2. Podemos fazer as seguintes suposições adicionais: 1. O valor do capacitor de saída é muito alto, resultando numa tensão de saída V constante. 2. Ocircuito funciona no estado estável, implicando que todas as tensões e corren- tes são periódicas, iniciando & terminando no mesmo ponto sobre um período de chaveamento. 3. A taxa de trabalho da chave é D, ficando fechada por um tempo DT e aberta por (-ByT. 4. A chave e o diodo são ideais. O funcionamento básico do conversor flyback é similar ao do conversor boost descrito no Capítulo 6. A energia é armazenada em L, quando a chave está fechada e é transferida para a carga quando a chave está aberta. O circuito é analisado para as duas posições da chave com a finalidade de determinar a relação entre a entrada e a saída, Análise com chave fechada Do lado do transformador da fonte (Fig. 7-2c), di Es US U= Ena dir Miro Air VE dt At DT Ly Resolvendo para a variação da corrente na indutância de magnetização do transfor- mador . KDT (A idrechada = (7-2) Capítulo 7 Fontes de Alimentação CC er No transformador do lado da carga, No 2) = merda =. V ER rá un) Ea vo= —E- u(ie)<o =0 i=ú Como o diodo está desligado, à, = O que significa que i, = 0. Logo, enquanto a chave está fechada, a corrente aumenta de maneira lincar na indutância de magnetização e não há corrente nas bobinas do transformador no modelo ideal, Lembre-se que no transformador real isto significa que uma corrente está aumentando linearmente no bobinado primário e que não existe corrente física no bobinado secundário. Análise com a chave aberta Quando a chave abre (Fig. 7-2d), a corrente não pode mudar instantaneamente na indutância L,.. logo o caminho de condução deve ser pe- las espiras da bobina do primário do transformador ideal. A corrente i, entra pelo terminal do primário sem o ponto e deve sair pelo terminal do secundário da mesma maneira que entrou. Isto é admissível visto que a corrente no diodo é positiva, Su- pondo que a tensão na saída permanece constante em V, a tensão no secundário do transformador », torna-se —V,. A tensão no secundário transforma de volta para O primário, estabelecendo a tensão em L, em = =“) As tensões e correntes para a chave aberta são Resolvendo para a variação na indutância de magnetização do transformador com a chave aberta, ua =D (ti ) (A aber = — Má (13) ai2 Eletrônica de Potência Como a variação líquida na corrente do indutor deve ser zero sobre um período para o estado estável de funcionamento, as Eqs. (7-2) e (7-3) mostram (Air )echada + (Air aberta = MOI Mi cDEM) o E Lm No Resolvendo para V, AE HT-DAM, (7-4) Observe que a relação entre a entrada e a saída para o conversor flyback é similar à do conversor buck-boost que inclui o termo adicional para a relação de transformação, As outras correntes etensões de interesse enquanto a chave está aberta são . EMI) e | Mi p= = Ny rh RA (1-5) Observe que v,, a tensão na chave aberta, é maior que a tensão da fonte. Se a tensão na saída é a mesma da entrada e a relação de espiras é 1, por exemplo, a tensão na chave será o dobro da tensão na fonte. As correntes no circuito são mostradas na Fig. 7-3. A potência absorvida pelo resistor de carga deve ser a mesma que a fornecida pela fonte para o caso ideal, resultando em p=e, ou Fi Li (7-6) £ R A corrente média na fonte, ,, é relacionada com a corrente média da indutância de magnetização |, por 1 JDT I = do = DO (7-7) Capítulo 7 Fontes de Alimentação CO Pt DT Fr 273 1 (aj AA tb) DT ria / te) I m i s ws te) (el Figura 7-3 Formas de onda da corrente e tensão no conversor flyback. (a) Corrente na indu- tância de magnetização; (b) corrente na fonte; (2) corrente no diodo; (d) corrente no capacitor; (e) tensão no primário do transformador, 274 Eletrônica de Potência Substituindo para [, na Eg. (7-6) e resolvendo para £, , 2 Vl D =" v2 (7-8) l.=To Im" YDR Usando a Eg. (7-4) para V,, a corrente média no indutor é expressa também como “D 2) ko (52) = —— — | = —= 7-9 lr Ta (1— DJRAN; Ga) Os valores máximo e mínimo da corrente no indutor são obtidos pelas Egs. (7-9) e (7-2). Air Dim = Fi ao 2 E - vw (ne) vDT no (1— DYRAM, 2L,, Ai ia = lg Em (7-1) vD (12) “VDT (1— DPRAN, da O funcionamento no modo de condução contínua requer que 7, is > Ona Eq. (1-11). No limite entre o modo de condução contínua e o modo de condução descontínua, li) = NDT (WD (1— DYRAN, 2Em 2Lmf onde fé a frequência de chaveamento. Resolvendo para o valor mínimo de 1, . que irá verificar o modo de condução continua, 1-DYR/N,Y (Laio = aa) (71-12) Num projeto de conversor flyback L, é escolhido para ser maior que L,, q, garantindo o funcionamento no modo de condução contínua. Uma expressão conveniente rela- cionando a indutância e a variação na corrente é encontrada pela Eg. (7-2). “VDT VD E:= ii Siro Dir f (7-13) Capítulo 7 Fontes de Alimentação CC | 275 A configuração na saída para o conversor flyback é a mesma para o conversor buck-boost, de modo que as tensões de ondulação na saída para os dois conversores também são as mesmas, e u RCf (17-14) Como nos conversores descritos no Capítulo 6, a resistência equivalente em sé- rie do capacitor pode contribuir de forma significativa para a tensão de ondulação na saída. À variação de pico a pico na corrente do indutor é a mesma corrente máxima no diodo e no secundário do transformador. Usando a Eg. (7-5), a tensão de ondulação devida à RES é N Exemplo 7-1 O conversor Flyback Um conversor flyback na Fig. 7-2 tem os seguintes parâmetros: V,=24V NUN, = 3,0 Ly = 500 4H R=50 C=200pF f=40kHz V,=5V Determine (a) a taxa de trabalho D necessária; (b) os valores médio, máximo e mínimo para a cor- rente em L,; e (e) a tensão de ondulação na saída. Suponha que todos os componentes são ideais, E Solução (a) Rearranjando a Eg. (7-4) temos cedo ] 1 = E = = (1,385 ai (UU VNaIND AI (24/5MM/BD+] (bl A corrente média em L, é determinada pela Eq. (7-8). vi 52 list = = = S40mA = VDR (2403855) ” A variação em il, pode ser calculada pela Eg. (7-2). “DD (24/0,385) 460MA dir LF 500(10) (40.000) 276 Eletrônica de Potência As correntes máxima e minima no indutor podem ser calculadas por Ai a TE = 540 + 2 = TIOmA di 460 hua = iu ——5E = 540 — > = 310 mA As Equações (7-10) e (7-11), que são derivadas do cálculo acima, poderiam ser usadas diretamente para obter as correntes máxima e mínima, Observe que uma (min CONfirma O modo de condução contínua em L. (cj A tensão de ondulação na saída é calculada pela Eg. (7-14). AY D 0,385 v Re” ozono *ja0000) OO = 096% Exemplo 7-2 Projeto do conversor flyback no modo de condução continua Projete um conversor para produzir uma tensão na saída de 36 V a partir de uma fonte de 3,3 V. A corrente na saída é de 0,1 A. Projete para uma tensão de ondulação na saída de 2%. Inclua a RES quando escolher um capacitor. Suponha para este problema que a RES seja relacionada com o valor do capacitor por = 10 “HC. H Solução Considerando um conversor boost para esta aplicação e calculando a taxa de trabalho pela Eq. (68-27, 33 a 0,908 O resultado de uma taxa de trabalho alta deve ser provavelmente por que O conversor não funciona como desejado por causa das perdas no circuito (Fig. 6-10), Portanto, um conversor boost não será uma boa escolha. Um conversor flyback será muito mais adequado para está aplicação. Com uma decisão mais ou menos arbitrária, comece admitindo que a taxa de trabalho seja de 0,4. Pela Eg. (7-4), a relação de espiras do transformador é calculada por (3 E “(1B) = = e) = 1636 Ni) VA D 331 04 Atredondando, faça N4N, = 16, Recaleulando a taxa de trabalho usando a relação de espiras de 16 obtém-se D = 0,405. Para determinar E, [= VIR. a — ali) E E) E (Si sjio =2,69A DRM) 1-DAM, 1— 0,405 primeiro calcule a corrente média em L, pela Eg. (7-9), usando Capítulo 7 Fontes de Alimentação CC 277 Admita que a variação na corrente seja de 40% da corrente média: Ai, = 0,42(2,69) = 1,08 A. Com uma outra escolha um tanto quanto arbitrária, admita uma frequência de chaveamento de 100 kHz. Usando a Eg. (7-13), da o — 30,405) À 24 4H Sir fo 1,/08(100.000) As correntes máxima e mínima em £,, são encontradas pelas Egs. (7-10) e (7-11) como 3,23 e 2,15, respectivamente. A tensão de ondulação na saída deve ser limitada em 2%, que é 002/36) = 0,72 NV. Su- ponha que a principal causa da tensão de ondulação seja a queda de tensão na resistência equi- valente em série Air. A variação de pico a pico na corrente do capacitor é a mesma no diodo e no secundário do transformador e está relacionada à corrente em L, por N 1 dic= lema) = (3,23 a(s) = (1,202 A Usando a Eq. (7-15), AVres OZ NV =D 8RES.N DO =3560 CCO Aic DINA a Usando a relação entre RES e a capacitância dada neste problema, 197? or? Fe 3,56 = 28 F A tensão de ondulação devida apenas à capacitância é obtida pela Eg. (7-14) como Av D 0,405 =—— = =0,004=0, o E RC (36 V/0,1 AJ28(10)*](100.000) 0,04% mostrando que a suposição de que a tensão de ondulação é devida principalmeme à RES estava correta. Um valor padrão de 3,3 p.F seria uma boa escolha. Observe que o projetista deve con- sultar as especificações dos fabricantes para a RES quando escolher um capacitor. A relação de espiras do transformador, a variação na corrente e a frequência de chave- amento foram escolhidas um tanto quanto arbitrariamente e muitas outras combinações são adequadas. Modo de condução descontínua no conversor flyback Para o modo de condução descontínua para o conversor flyback, a corrente no trans- formador aumenta linearmente quando a chave é fechada, assim como ocorre no modo de condução contínua. No entanto, quando a chave é aberta, a corrente na indu- tância de magnetização do transformador diminui até zero antes do início do próximo ciclo de chaveamento, conforme mestrado na Fig. 7-4, Como a corrente começa em zero, o valor máximo também é determinado pela Eg. (7-2). “YDT A (7-16) 278 Eletrônica de Potência is NAS, LA Figura 7-4. Modo de condução descontínua para o conversor flyback. A tensão na saída para um funcionamento no modo de condução descontínua pode ser determinada pela análise da relação da potência no circuito. Se os com- ponentes são ideais, a potência fornecida pela fonte CC é a mesma da potência ab- sorvida pelo resistor de carga. A potência fornecida pela fonte é tensão CC vezes a corrente média na fonte e a potência é V//R: p=, vê E Nim (1-17) A corrente média na fonte é a área sob a formade onda triangular da Fig. 7-4b dividi- da pelo periodo, resultando em W/ “DT EX FEDÊF dá CX E Jon(z) “E iai Equacionando a potência na fonte e a potência na carga [Eg. (7-17)], VID*T = vs 2Lm R 01-19) Resolvendo para V, para um funcionamento no modo de condução descontínua no conversor flyback, TR KR =LAI— = VD - = Vaz, DT (7-20) Exemplo 7-3 Conversor flyback no modo de condução descontinua Para o conversor flyback no Exemplo 7-1, a resistência de carga é aumentada de 5 para 20 0 com todos os parâmetros permanecendo inalterados. Mostre que a corrente na indutância de magnetização é descontínua e determine a tensão na saída, Capítulo 7 Fontes de Alimentação CC 279 H Solução Usando L,, = 500 uH, f= 40kHz, N,/N,=3,D = 0,385€ R = 20 82, a comente mínima no indutor pela Eg. (7-11) é calculada como a (e) —MDT meio (1— DYRAN, 2Lm — (240385) (1 ) o (24) (0,385) (1— 0,385)(20)43/ 2(500)(10)79(40.000) = —95 mA Visto que não é possível uma corrente negativa em L,, (,, deve ser descontínua. De maneira equivalente, a indutância mínima para um modo de condução descontínua pode ser calculada pela Eg. (7-12). (GY = 850 nH (La) mi - Ur DÊR(MS 1 amtaião 2 UN; 2(40.000) que é maior que 500 pH especificado, indicando também que a corrente é descontínua, Usando a Eg. (7-20), R 20 =VYD,| = (240, mm = 6,53 V = RD IL do 2(500)(10) (40,000) aaa Para a corrente em L, no modo de condução descontínua, a tensão na saída não é mais 5 V, mas aumenta para 6,53 V. Observe que para qualquer carga que cause uma corrente contínua, a saída permaneceria em 5 V. Resumo do funcionamento do conversor flyback Quando a chave está fechada no conversor flyback da Fig. 7-2a, a tensão na fonte é a da indutância de magnetização do transformador L,, e faz com que |, aumente de forma linear. Além disto, enquanto a chave está fechada, o diodo na saída é polari- zado reversamente e a corrente na carga é fornecida pelo capacitor de saída. Quando a chave está aberta, a energia armazenada na indutância de magnetização é transfe- rida do transformador para a saída, polarizando diretamente o diodo e fornecendo à corrente para a carga e para o capacitor de saída, A relação da tensão entrada-saída para o funcionamento no modo de condução contínua é como a do conversor CC-CC buck-boost, mas inclui um fator para a relação de espiras. 7.4 O CONVERSOR DIRETO O conversor direto, mostrado na Fig. 7-5a, é outro conversor CC-CC acoplado mag- neticamente. O período de chaveamento é T, a chave é fechada pelo tempo DT e aberta para (1-DJT. Considere o estado estável para a análise do circuito e a corrente na indutância L, é suposta como sendo contínua. O transformador tem três bobinas: as bobinas | e 2 transferem energia da fonte para a carga quando a chave está fechada: a bobina 3 é usada para fornecer um ca- minho para a corrente de magnetização quando a chave está aberta e para reduzir a 280 Eletrônica de Potência bt D, ok al + tt É HE + D, Ev, CH REv fa) e, ——- ES e " + w=V, sy, E RÉV, 1 (bj 15 " No H DE o E q + + 58 I na H A M Ss + Í te) Figura 7-5 (a) Conversor CC-CC direto; (b) corrente na chave fechada: (c) circuito para a chave aberta. Capitulo 7 Fontes de Alimentação CC 281 corrente de magnetização a zero antes do início de cada periodo de chaveamento. O transformador é modelado com três bobinas ideais com uma indutância de magne- tização L,. que é colocada em paralelo com a bobina 1. À indutância de fuga e as perdas não estão incluídas neste modelo simplificado do transformador. Para o conversor direto, a energia é transferida da fonte para a carga enquanto a chave está fechada. Lembre-se que para o conversor flyback, a energia era armazena- da em L, quando a chave estava fechada e a transferência para a carga quando a chave estava aberta. Num conversor direto, L, não é um parâmetro que é incluído na relação de entrada-saída e é geralmente de valor muito alto. Análise com a chave fechada O circuito equivalente para o conversor direto com a chave fechada é mostrado na Fig. 7-5b. Fechando a chave, a tensão é aplicada na bobina | do transformador, resultando em n=k N; N e ul?) = (32) (7-21) N, N asi o) ” ds) A tensão em D, é W=-E-w<0 mostrando que D, está desligado. Uma tensão v, positiva polariza diretamente D, e D, fica polarizado reversamente. A relação entre as tensões de entrada e de saída pode ser determinada exami- nando-se a corrente no indutor L . Supondo que a saída se mantém constante em V, Na diz, vr,=wm—4= u(né) a Vo = Li dir, VNAIND — Vo Mir, Mi, dt Es At DT (Mir Drechada ae [u(é) = v [E (7-22) N, L; A tensão na indutância de magnetização L, é também V,, resultando em = hDT Ei L (7-23) As Equações (7-22) e (7-23) mostram que a corrente está aumentando de forma li- near em L, e L, enquanto a chave está fechada, A corrente na chave e no primário do transformador físico é ta=th+i (7-24) 282 Eletrônica de Potência Análise com a chave aberta A Fig. 7-5c mostra o circuito com a chave aberta. As correntes em L, e L, não mudam instantancamente quando a chave é aberta. A continuidade de i, | estabelece que i, = —i,, Olhando na transformação da bobina 1 para a 2, a corrente que sai do terminal com ponto 1 poderia estabelecer a corrente no terminal com ponto 2, mas o diodo D, impede que haja corrente naquele sentido, Para a transformação da bobina 1 para a 3, a corrente sai do terminal com o ponto da bobina | e força a corrente para o terminal com o ponto da bobina 3. O dio- do D, é então polarizado diretamente para fornecer um caminho para a corrente no bobinado 3, que deve voltar para a fonte. Quando o diodo D, conduzir, a tensão na bobina 3 é estabelecida em = —k Estabelecida v,, v, e v, ficam sendo (17-25) Com D, em corte e uma corrente positiva em L,, D, deve conduzir. Com D, condu- zindo, a tensãoem L é dir =-VEL—S L, o “x dt resultando em di, MW Mi di dt L At (= Dr = DT (71-26) (Airdabena ==" A Portanto, a corrente no indutor diminui linearmente quando a chave é aberta. Para o funcionamento no estado estável, a variação líquida na corrente do indu- tor sobre um período deve ser zero. Pelas Egs. (7-22) e (17-26), (Mir Drechada * (Mir Daberta = N DT VA-DIT E | = V —— ED =Q La Resolvendo para V, Na v= vo(52) (7-27) Observe que a relação entre a tensão de entrada e a saída é similar à do conversor CC-CC huck, com exceção da adição do termo da relação de espiras. A corrente em L, deve ser contínua para que a Eq. (7-27) seja válida. Capítulo 7 Fontes de Alimentação CC 283 Entretanto, a tensão em L, é v,, que é negativa, resultando em N di m=u=-U(A)=1 E tm Na mo dt dis (Mm) SE dt Lm Ns A corrente em L,, deve retornar a zero antes do início do próximo período para restabelecer o núcleo do transformador (retornar o fluxo magnético a zero). Quando a chave abre, a Eg. (7-28) mostra que i, | diminui linearmente. Como D, evitará que a corrente i,,, fique negativa, a Eq. (7-28) é válida enquanto i, | for positiva, Pela Eg. (7-28), Aitm V (51) EH = É | — 7-29 At Em UN ) Para i,, retornar a zero após a chave ser aberta, à diminuição na corrente deve ser igual ao aumento na corrente dada pela Eg. (7-22). Fazendo com que AT, seja o tem- po para i,, diminuir do valor de pico até zero, Ai VDT EM La — =.5 qm mm E | ETA E ATO La Ly Ea E Resolvendo para AT, N AT.= DT (32) (7-31) Ni O tempo que a corrente i, leva para chegar a zero é tn = DT + an=Dr+DT( ME) =pr(1 +a) (71-32) Ni N Pelo fato de que a corrente deve chegar a zero antes do início do próximo período, n=T Na 1+ => spr( Re) <r Ná ms | p(1+58) l Por exemplo, se a relação de espiras N/N, = 1 (o que é uma prática comum), então a taxa de trabalhoD deve ser menor que 0,5. A tensão na chave aberta é V, — v,, resulta em (7-33) Ni Ni o uon=u (ua) = w(1+ 0) paraDT<t<t K parag=1=T (71-34) Fay 284 Eletrônica de Potência LE L l Dr F a o E DT io T ni A | DT ho DT F Figura 7-6 Formas de onda da corrente e da tensão para o conversor direto, As formas de onda da corrente e da tensão podem ser vistas na Fig. (7-6). A configuração do circuito em relação à saída do conversor direto é a mesma do conversor buck, de modo que a tensão de ondulação baseada numa capacitância ideal também é a mesma. Capítulo 7 Fontes de Alimentação CC 285 a = (7-35) A resistência equivalente em série do capacitor muitas vezes predomina sobre a ten- são de ondulação. A variação de pico a pico na tensão devida à RES é vt 2, c “Lo (7-36) AM RES = Aierc= Aigtc= | onde a Eg. (7-26) é usada para Si, . Resumo do funcionamento do conversor direto Quando a chave é fechada, a energia é transferida da fonte para a carga pelo transfor- mador. À tensão no secundário do transformador tem uma forma de onda pulsante & a saída é analisada como no caso do conversor CC-CC buck. A energia armazenada na indutância de magnetização enquanto a chave é fechada pode retornar para a fonte de entrada pelo terceiro bobinado do transformador enquanto a chave estiver aberta. Exemplo 7-4 Conversor direto O conversor direto da Fig. 7-5a tem os seguintes parâmetros: V,=48V R=100 L.=04mH, L,=5mH C = 100pF f=35 kHz NYUN, = 15, NYN,=1 D=04 (a) Determine a tensão de saída, as correntes máxima e mínima em L, e tensão de ondulação na saída. (b) Determine a corrente de pico na bobina do primário do transformador. Confirme que a corrente de magnetização é restabelecida a zero durante cada período de chaveamento. Suponha que todos os componentes são ideais. E Solução (a) A tensão na saída é determinada pela Eg. (7-27). N 1 = e , — [= 12, A (Dé) 48.0 9(:5) 28 V A corrente média em £, é a mesma da carga. ato 2 =0 — MA h, 286 Eletrônica de Potência A variação em i,, é determinada pela Eg. (7-22) ou (7-26). Usando a Eq. (7-26), HD) (12801 — 04) LF 040 (35.000) A Air, As correntes máxima e mínima em £, são então Ai 0,5 Da EE pda PO assa Ea 4 a a Air, 033 = — — em | DG = = hi = de= IDA (b) A corrente na bobina do primário do transformador é a soma da corrente refletida do secundário e as correntes de magnetização, A comente de pico no secundário é a mesma Prosa À corrente de magnetização de pico é obtida pela Eg. (7-23). uDT 48(0,4) Lm — S(10)T 35,000) HT Aire =(11 A A comente de pico no primário do transformador é, portanto, Na I Iroax = ho(2E) E ia E 156(15) +OI1L=LISA , O tempo para a corrente de magnetização retornar a zero após a chave ser aberta é deter- minada pela Eg. (7-31). a) 0.4(1) ATL=DT(—|= = II4 : (m 35000 Pe Como a chave é fechada por DT = 11,4 us, o tempo para que corrente de magnetização chegue a zero é de 22,8 pas [(Eg. 7-32)]. que é menor que o período de chaveamento. Exemplo 7-5 Projeto do conversor direto Projete um conversor direto de modo que a saída seja de 5 V para uma entrada de 170 V. A corrente na saída é de 5 A. A tensão de ondulação não deve exceder a 1%. Escolha a relação de transformação, a taxa de trabalho e a frequência de chaveamento. Escolha L, para um funcio- namento no modo de condução contínua, Inclua a RES quando for escolher o capacitor. Para este problema, use 1, = 10 “JC. E Solução Faça a relação de espiras N//N, = 1. Isto resulta numa taxa de trabalho máxima para à chave de 0,5. Dê uma margem de tolerância, faça D = 01,35. Pela Eg. (7-27), Ni MD q 170(0,35) À ME TE ; 119 Arredondando, faça NYN, = 1. Recalculando D para N UN, = 12 resulta (a) = (1) D (mi o NIB) = 0,353