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Pesquisa de Mercado e Comportamento do Consumidor Diogo Augusto Veri Carla Patrícia Fregni © 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Imagens Adaptadas de Shutterstock. Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. Conteúdo em websites Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros. Presidência Rodrigo Galindo Vice-Presidência de Produto, Gestão e Expansão Julia Gonçalves Vice-Presidência Acadêmica Marcos Lemos Diretoria de Produção e Responsabilidade Social Camilla Veiga 2020 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Fregni, Carla Patrícia F858p Pesquisa de mercado e comportamento do consumidor / Carla Patrícia Fregni, Diogo Augusto Veri. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020. 224 p. ISBN 978-85-522-1689-6 1. Pesquisa Mercadológica. 2. Informação de Marketing. 3. Influência de Compra. I. Veri, Diogo Augusto. II. Título. CDD 331 Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753 Gerência Editorial Fernanda Migliorança Editoração Gráfica e Eletrônica Renata Galdino Luana Mercurio Supervisão da Disciplina Larissa Maria Palacio dos Santos Revisão Técnica Francisco Ferreira Martins Neto Yane Ribeiro de Oliveira Lobo mailto:editora.educacional@kroton.com.br http://www.kroton.com.br/ Sumário Unidade 1 Métodos e tipos de pesquisa mercadológica .............................................. 7 Seção 1 Introdução à pesquisa mercadológica ............................................. 8 Seção 2 Tipos de pesquisa mercadológica ...................................................22 Seção 3 Tipos de pesquisa mercadológica, fontes e métodos de levantamento de dados.................................37 Seção 4 Métodos de comunicação e observação em pesquisa .......................................................................................55 Unidade 2 Pesquisa e Sistema de Informação de Marketing ....................................69 Seção 1 Sistemas de Informações de Marketing .........................................70 Seção 2 Visão geral de pesquisa de mercado ..............................................84 Seção 3 Big Data e informações on-line ......................................................95 Seção 4 CRM – Customer Relationship Management ������������������������� 108 Unidade 3 Influências psicológicas no consumo ....................................................121 Seção 1 Influências da personalidade no consumo .................................122 Seção 2 Aprendizagem do consumidor ....................................................134 Seção 3 Percepção do consumidor ............................................................148 Seção 4 Formação e mudança da atitude do consumidor ......................161 Unidade 4 Comportamento de compra ....................................................................175 Seção 1 Processo de decisão de compra....................................................177 Seção 2 Envolvimento do consumidor e a experiência de compra .........................................188 Seção 3 Comportamento de compra on-line .............................................................................199 Seção 4 Adoção de novos produtos e serviços ...........................................................................210 Palavras do autor Olá! Seja bem-vindo! A partir de agora, abordaremos os conceitos relacionados à pesquisa de mercado e comportamento do consu-midor. No decorrer dos estudos, você verá a aplicação dos conheci- mentos relacionados à pesquisa de mercado e ao comportamento do consu- midor na atualidade de forma prática, que lhe permitirá fomentar a base para sua atuação profissional. Primeiramente, você já ouviu falar sobre pesquisa de mercado? Sabe qual a sua importância na sociedade? O objetivo aqui é ajudá-lo a responder essas questões por meio de casos do dia a dia profissional, desde uma simples pesquisa de informações para benefício próprio até estudos avançados para auxiliar em tomadas de decisões em uma empresa. Inicialmente, abordaremos o conceito de pesquisa e suas definições, aplicações, formas de comunicação e observação para sua produção. Na sequência, estudaremos os Sistemas de Informações de Marketing (SIM) e suas vantagens; big data e as informações on-line e também de Customer Relationship Management (CRM). Posteriormente, conheceremos as influ- ências psicológicas no consumo, as quais condicionam o consumidor à percepção, procura e compra de produto e serviço. Por fim, abordaremos o comportamento de compra do consumidor, focando nos princípios e/ou conceitos que o motivam para aquisição de novos produtos e serviços, bem como o seu envolvimento (experiência) nesse processo, finalizando com a adoção de novos produtos e serviços. Vamos juntos adentrar nos conhecimentos fundamentais para sua formação profissional. Bons estudos! Unidade 1 Diogo Augusto Veri Métodos e tipos de pesquisa mercadológica Convite ao estudo Olá! Nesse primeiro momento, conheceremos sobre o que é a pesquisa de mercado e sua importância, compreendendo assim, o porquê de as empresas utilizarem essa ferramenta para aumentar a competitividade entre elas. Você verá como aplicá-la em sua atuação profissional, auxiliando a empresa a obter resultados, bem como decisões assertivas baseadas em dados qualita- tivos e quantitativos. Ao longo desta unidade trabalharemos a produção de métodos e tipos de pesquisa para levantamento e coleta de dados e como desenvolver uma pesquisa para facilitar o trabalho da tomada de decisão dos gestores da empresa. Ao fim, você será capaz de olhar o ambiente de mercado e produzir um plano de pesquisa de mercado eficaz. Você entenderá o que é a pesquisa mercadológica, compreendendo o conceito e a sua necessidade para manter um empreendimento e/ou empresa competitivos no mercado. Em seguida, conhecerá quais os tipos de pesquisa existentes, para que possa escolher a que seja mais adequada à necessidade de levantamento de seus dados. Também verá sobre as fontes de dados, se os dados já estão dispo- níveis ou não e como elas podem nos ajudar a desenvolver uma boa pesquisa. Por fim, conhecerá os métodos de comunicação e observação das pesquisas para que consiga elaborar um bom plano de pesquisa de mercado e obter resul- tados adequados à tomada de decisão pelas lideranças nas empresas. A pesquisa de mercado é essencial como subsídio para definição de estratégias e tomada de decisões, uma vez que direciona os próximos passos da empresa, trazendo agilidade ao processo e oferecendo competitivi- dade empresarial. Este material foi desenvolvido para facilitar o seu aprendizado, permi- tindo que você comece seus estudos a fim de se tornar um profissional desejado pelo mercado. Portanto, a partir de agora, vamos aprender o que a pesquisa de mercado pode fazer pelas empresas? Bons estudos! 8 Seção 1 Introdução à pesquisa mercadológica Diálogo aberto Caro aluno, você deve estar se perguntando sobre a aplicabilidade deuma pesquisa de mercado. Mas por que esse assunto é tão importante para as empresas? Qual a finalidade de se aplicar uma pesquisa de mercado? Precisamos estar atentos a essas e outras reflexões para a atuação no mercado de trabalho. A produção da pesquisa para encontrar determinada informação auxilia na tomada de decisão das lideranças das empresas, trazendo maior produ- tividade e competitividade. Lembre-se: quanto mais completa a pesquisa, melhor seu resultado e o subsídio para decisões estratégicas do gestor. Para que você possa aplicar os conhecimentos adquiridos e compreender a importância dos estudos relacionados à pesquisa de mercado e compor- tamento do consumidor, considere o seguinte contexto: imagine que você trabalha no marketing de uma doceria que está no mercado há dois anos e quer expandir seu negócio. O chefe deseja fazer delivery dos produtos, vender on-line e saber por que as mulheres (entre 16 e 25 anos) compram mais brigadeiro gourmet. É importante perceber que existe o local, a produção do produto e outras variá- veis que deverão ser consideradas ao fazer a pesquisa. E para obter as respostas é necessário começar produzindo uma pesquisa de mercado. Primeiramente, será preciso conhecer as técnicas de como montar uma boa pesquisa de mercado que estarão apresentadas aqui. Para que você possa entender por que as mulheres de 16 a 25 anos compram mais brigadeiro, você precisa saber como funciona o processo de uma pesquisa. Depois que aprender o processo como um todo e quais informações são importantes, você poderá apresentá-las ao seu chefe e aos diretores para uma tomada de decisão. Uma dica é produzir um infográfico ou uma apresentação, podendo utilizar imagens para demonstrar cada etapa. Dessa forma, visando produzir uma pesquisa completa, com informações concisas e de qualidade, você compreenderá a importância da pesquisa e ajudará seu chefe com os problemas iniciais, deixando uma boa impressão para ele. 9 É chegada a hora de adentrar nos conhecimentos necessários para sua formação profissional! Preparado? Vamos lá! Bons estudos! Não pode faltar Olá, caro aluno! Estamos em busca de novos conhecimentos e o nosso objetivo aqui é aprender o que é uma pesquisa de mercado não é mesmo? Bom, vamos então identificar onde é possível encontrar a pesquisa de mercado? Mas, ainda, antes de saber onde é possível aplicá-la, vamos aprender o que ela realmente é. A pesquisa de mercado é um instrumento utilizado para entender a atual realidade de um mercado, ou seja, é uma forma de coletar informações importantes para auxiliar a tomada de decisão da empresa. Os dados podem ser coletados sobre características comportamentais, hábitos de consumo ou ainda pode ser um levantamento de benchmarking para sua empresa. Assimile Benchmark é uma análise aprofundada de melhores práticas adotadas pela sua concorrência. É uma palavra inglesa que significa “ter referência” e é uma ferramenta de gestão que aprimora processos e produtos de sua empresa. É importante para saber como ela está se saindo em relação à concorrência. Sobre a pesquisa, podemos dizer que pode ser qualitativa e quantitativa, e que a fonte desses dados pode ser primária ou secundária. Mas por que então fazer uma pesquisa de mercado? Simples: a fim de adquirir conhecimento e informação necessária para oferecer produtos de qualidade, em processos produtivos de baixo custo e ainda ficar atento ao que a concorrência está fazendo. É preciso conhecer o ambiente em que está inserido para poder enxergar as lacunas em que seu produto pode ser oferecido. Tudo isso só é bem feito com uma pesquisa de mercado bem trabalhada. Vale dizer que a pesquisa não está limitada à análise de empresas concor- rentes. Ela é capaz de enxergar problemas e direcionar melhorias dentro da empresa, trazendo competitividade empresarial. E, falando ainda de inovação, levantar informações por meio de pesquisas pode tornar as ideias mais realistas. 10 É por isso que a pesquisa de mercado tem diversos benefícios, pois ela permite avaliar a viabilidade de um projeto, testar novos produtos e serviços, explorar nichos de mercado e ainda produzir estratégias mais competitivas. Lakatos e Marconi (2017) definem pesquisa como um conceito abran- gente que consiste no processo de investigação realizado, sistematicamente, pelo conjunto de atividades metodológicas que têm por objetivo descobrir novos conhecimentos em um campo qualquer de domínio acadêmico, científico ou organizacional, entre outros possíveis. Agora que temos o conceito de pesquisa definido, vamos conceituar o que é marketing? Marketing é um conjunto de estratégias de produtos ou serviços que resolvam as necessidades de um determinado grupo. Podemos ainda dizer que o marketing conecta os produtores aos consumidores. Kotler e Fox (1994) definem mercado como “o conjunto de consumidores reais e potenciais de uma oferta de mercado”. Para as instituições de ensino, difícil definir quem está no seu mercado, uma vez que o mercado de uma instituição depende do que ela oferece. Pesquisa de mercado então é uma forma de conhecer o público que você pretende conectar ao produtor, que é o público consumidor, solucionando um problema dele. Nela conhecemos novas oportunidades, entendemos nosso cliente, percebemos tendências de consumo. Estamos conceituando a pesquisa de mercado e, para nosso material ficar ainda mais completo, segue uma dica. A dica é inteligência de marketing. É por ela que as informações sobre o mercado são levantadas, registradas e analisadas. Assim é possível monitorar e prever ameaças ou oportunidades para determinada ação. E essas informa- ções precisam estar disponíveis, em formato simplificado para que os execu- tivos da empresa possam observá-las e entendê-las, facilitando a tomada de decisão. A Figura 1.1 apresenta uma estrutura para uma boa inteligência de marketing. 11 Figura 1.1 | Estrutura da inteligência de marketing Fonte: elaborada pelo autor. Assimile A inteligência de marketing é um sistema usado para se ter uma visão geral e informações de qualidade. A inteligência de marketing é respon- sável por transformar dados em informações estratégicas – ou podemos falar em conhecimento? Você sabe a importância da inteligência de marketing nas empresas? Coloque-se no lugar de um CEO (executivo) na seguinte situação: em uma reunião com os outros diretores você precisa pedir verba para seu setor. Isso mesmo, dinheiro, para que possa partir para o desenvolvimento de um serviço novo e a expansão de um produto. Porém, você poderá receber a verba apenas para um dos projetos. Como sair dessa situação? É preciso uma análise das informações relacionadas sobre o serviço e sobre o produto para que você possa tomar a melhor decisão. Você percebe que um dos analistas definiu o público do produto como mulheres de terceira idade, que trabalham em casa e precisam de pratici- dade, e este serviço é importante para o fortalecimento de marca. Já o outro analista, com o outro produto, definiu que o perfil dos consumidores era de homens de 35 a 60 anos, que trabalham e ganham entre R$ 3.000,00 a R$ 5.000,00 por mês, toleram pontos de venda que fiquem a no máximo, 12 mil metros de distância, e que preferem comprar produtos que os ajudem a reduzir o tempo com os afazeres domésticos de suas esposas, para que possam curtir mais juntos. Pronto. E agora? Qual dos dois projetos conhece mais o público? Qual das duas permite a você melhor tomada de decisão? A segunda opção é mais clara e objetiva. E vale lembrar que o público é importante, mas não essencial para a pesquisa. Eles devem enxergar outras frentes, como lucratividade, rentabilidade e tamanho do mercado, outros KPI (indicadores). Sabe como ela consegue todas essas informações? A inteligência de marketing conta com algumas ferramentas para tornar possível operacio- nalizar e encontrar as informações necessárias. Uma delas nutre o Sistema de Informaçõesde Marketing (SIM) por meio do Customer Relationship Management (CRM) que vamos estudar mais à frente. Dica Por fim, seguem duas dicas sobre inteligência de mercado: Dica #1: Conheça os futuros clientes com dados recolhidos via formulários. Crie páginas com captura de informações para que você possa criar uma lista. Esta lista será bombardeada com conteúdo seu, e com isso você vai gerar negócio. Dica #2: Acompanhe as menções e hashtags nas redes sociais. Fique atento às menções e logo entre em contato. Isso é importante para as pessoas perceberem que você está atento às demandas. Com o processo definido, podemos então partir para a as etapas de uma pesquisa de mercado. E por falar em processo, a aplicação da pesquisa de mercado apresenta nove fases distintas: 1. Identificação do problema. 2. Identificação dos objetivos principais e específicos. 3. Elaboração do plano de trabalho. 4. Escolha do método da pesquisa. 5. Amostra da pesquisa. 13 6. Orçamento da pesquisa. 7. Execução da captação de dados. 8. Processamento das informações levantadas e da análise dos dados. 9. Apresentação dos resultados. Vamos conhecer a fundo cada um deles? Identificar o problema: o problema da pesquisa é um questionamento que se faz sobre alguma atividade de sua empresa. É uma pergunta que norteará a pesquisa. O primeiro passo é definir o problema que se pretende solucionar, e para se escrever um problema usamos uma pergunta, da seguinte maneira: Por que a quantidade de visitantes que compram em minha loja virtual está caindo? Então, lembre-se de que para se encontrar o problema, produzimos uma pergunta. Objetivos da pesquisa: a definição dos objetivos é uma das atividades mais importantes desse processo. Nessa etapa você evita que a pesquisa perca o rumo. Aproveite para dividir objetivos principais e específicos, para que tenha garantia de um bom resultado. No objetivo principal você visa a um direcionamento amplo. Já nos objetivos específicos, é apresentado um caráter mais fechado, específico. Lembrando do exemplo anterior da loja virtual, como objetivo principal podemos pensar em descobrir por que os clientes não finalizam a compra. Já no específico, podemos pensar em qual etapa de compra os clientes pararam: no carrinho? Na página do produto? Ou ainda, podemos pensar em saber que tipo de premiação seria mais aceita entre os seus consumidores ou identificar a participação da empresa X em determinado segmento específico, como pet shops de um determinado bairro de São Paulo. Precisamos conhecer onde existem mais potenciais clientes para irmos até esse local. Vale ressaltar que objetivos devem estar relacionados ao problema. Defina o plano de trabalho: definido o problema, escrevemos os objetivos. E agora? Vamos produzir o plano de trabalho, em que vamos definir métodos, procedimentos, ferramentas e instrumentos que farão parte da pesquisa. Também vamos definir quem será o pesquisador, entrevistadores, público-alvo respondente etc., qual tipo de pesquisa será adotado, qual o 14 orçamento disponível e qual o cronograma a ser considerado para as ativi- dades realizadas. Portanto, o plano de pesquisa de mercado tem a função de determinar como serão levantadas as hipóteses ou informações, se será um questionário, uma entrevista, etc. Método da pesquisa: o método de pesquisa mostra se a pesquisa será qualitativa ou quantitativa. Porém, a pesquisa ainda pode ser qualitativa e quantitativa na mesma aplicação. Se optar pela abordagem qualitativa, sua pesquisa deverá ser baseada em números estatísticos. Já se preferir a outra abordagem, o foco será a emoção, os sentimentos. Amostra da pesquisa: toda pesquisa é um retrato de um período de tempo que se deseja pesquisar. Não dá para, por exemplo, sempre pesquisar algo ou até mesmo pesquisar dez mil clientes que uma empresa tem. Fica complicado fazer esse trabalho, não é mesmo? Portanto, é preciso ter um intervalo definido para sua pesquisa. Orçamento e cronograma da pesquisa: pense bem: não dá para não se preocupar com o orçamento e o tempo de pesquisa. O orçamento é impor- tante porque não temos ideia de quanto tempo a pesquisa vai durar. Por isso uma previsão de orçamento é necessária. E mais: o tempo que a pesquisa estará disponível é necessário para que consiga controlar bem o orçamento. Se eles forem bem definidos, você não sofre com prejuízos nem imprevistos. Elaboração do questionário: em seguida, precisamos nos preocupar com quais e quantas serão as perguntas, o que será observado na pesquisa e a quantidade de pessoas que participarão dela, além de quem serão essas pessoas e qual o perfil. Feitas as perguntas nós partimos para a execução da pesquisa. Existem diversos modelos de levantar dados temos como a principal, a aplicação de questionários. Também é possível realizar uma entrevista ou até mesmo fazer a participação em painéis de discussão. Coleta de dados: pensar de que forma os clientes deverão ser bordados. Pode-se pensar em um contato pessoal, on-line, por carta, por e-mail ou até mesmo interação nas redes sociais. Análise de resultados: seguindo em frente, depois de coletar os dados, temos de tabular e processar esses dados. Tabular é deixar as respostas organi- zadas, pegar os dados soltos e transformar em informações úteis que contri- buirão para responder às perguntas e a atingir os objetivos de nossa pesquisa. 15 Para fazer a tabulação você pode utilizar um programa de planilha eletrô- nica, como o Libre Office, o Excel ou o Google Planilhas, que auxiliam na conclusão dessa etapa. É ao processar os dados que se realiza a soma das respostas e pode-se produzir os gráficos de pesquisa. Temos, ainda, as grandes coletas de dados, como as do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Imagina como seria complexo tabular centenas e milhares de dados pesquisados por eles? Mas eles conseguem isso em um curto período de tempo utilizando softwares potentes. Um deles é o SIDRA, o Sistema IBGE de Recuperação Automática. Ele permite que as informações sejam encontradas rapidamente mesmo com uma quantidade extrema de dados. Exemplificando Um banco deseja realizar uma pesquisa para saber quais clientes ainda não possuem moradia própria este ano. Foi levantado então o problema: clientes correntistas que ainda não possuem moradia própria. Definimos o objetivo, que é auxiliar o corren- tista a ter uma casa própria, e como resultado da pesquisa obtivemos o quadro a seguir. Quadro 1.1 | Correntistas que não possuem casa própria IDADE ESTADO CIVIL SEXO RAÇA/ ETNIA VOCÊ MORA EM RESIDÊNCIA 18 - 20 ANOS SOLTEIRO MASCULI- NO BRANCA ALUGADA 18 - 20 ANOS SOLTEIRO MASCULI- NO BRANCA ALUGADA 18 - 20 ANOS CASADO MASCULI- NO BRANCA ALUGADA 18 - 20 ANOS CASADO FEMININO NEGRA CEDIDA 21 - 25 ANOS SOLTEIRO MASCULI- NO PARDA PRÓPRIA 26- 30 ANOS CASADO FEMININO PARDA PRÓPRIA 26- 30 ANOS CASADO MASCULI- NO PARDA PRÓPRIA 26- 30 ANOS VIUVO FEMININO PARDA PRÓPRIA 31 - 35 ANOS CASADO MASCULI- NO BRANCA PRÓPRIA 16 31 - 35 ANOS CASADO MASCULI- NO PARDA PRÓPRIA 26- 30 ANOS CASADO MASCULI- NO NEGRA PRÓPRIA 21 - 25 ANOS SOLTEIRO FEMININO BRANCA ALUGADA Fonte: elaborado pelo autor. Se vamos apresentar por meio de gráficos o resultado da idade e da residência, a comunicação das informações da imagem anterior poderia ser feita conforme a figura a seguir. Figura 1.2 | Resultado gráfico de coleta de pesquisa 18 - 20 ANOS 21 - 25 ANOS 26 - 30 ANOS 31 - 35 ANOS 36 - 40 ANOS ACIMA DE 40 33,3% 16,7% 33,3% 16,7% ALUGADA PRÓPRIA CEDIDA 33,3% 58,3% 8,3% Idade Moradia Fonte: elaborada pelo autor. Bem, já que estamos introduzindo esse tema, é oportuno que chamemos a atenção para aspectos sociais. Porque para planejar sua pesquisa, os aspectos ambientais, comportamentais e culturais fazem toda diferença quando traba- lhamos com isso. Uma pergunta mal interpretada ou uma imagem, por exemplo, pode ser considerada ofensivaem uma determinada cultura ou insignificantes em outras, e isso influenciará o resultado de sua pesquisa. 17 Imagine uma multinacional do setor automotivo que realizou test drive de seu carro nos Estados Unidos. Ao final, as pessoas tinham de responder se comprariam ou não o carro. A maioria das pessoas adorou o conforto e disse que gostaria de comprar o carro. Tendo isto em vista, a empresa resolveu oferecer seu carro nas lojas de carro americanas. Porém, o carro não vendeu nada e, depois disso, ficou claro que no test drive ninguém havia informado que o produto não tinha airbag nem roda de liga leve. A decisão foi correta, pois a empresa usou os dados da pesquisa, porém a pesquisa foi equivocada ao omitir que não havia os itens no test drive, esquecendo de uma informação muito importante: a de que o povo americano prefere um carro completo, com todos os recursos necessários. Um outro caso muito eficaz aconteceu aqui no Brasil. A aplicação da pesquisa de mercado foi feita por uma fabricante de cosméticos que reali- zava a distribuição dos seus produtos somente por meio de lojas físicas, que percebeu que poderia aumentar suas vendas em regiões que não disponibi- lizassem lojas oferecendo seu produto por meio de vendas diretas. Antes de partir para a ação, o que a empresa fez? Uma pesquisa de mercado. Ela enviou consultoras para várias cidades brasileiras para entender como sua marca estava nesses locais, verificando se as consumidoras locais usariam seus produtos. Dessa maneira, a empresa conseguiria vender o suficiente para abrir uma loja física, ainda assim gerando receita nas vendas porta a porta. Ainda podemos falar sobre as pesquisas que o varejo faz para entender o comportamento do consumidor de sua loja. Quer um exemplo? Pense em uma loja que tem um local para escrever sobre a qualidade do atendimento, ou ainda, pessoas na rua fazendo perguntas rápidas sobre como aquela loja pode ser melhor, ou como conquistar o cliente. O varejo usa muito a pesquisa de mercado para ter uma base sobre qual direção seguir. Percebeu como a qualidade da pesquisa é importante? Pensar no mundo todo mas agir em determinado local. Com base em uma pesquisa equivo- cada, problemas de produção, interpretação ou análise, corre-se o risco de dar errado. Mas, por outro lado, se temos qualidade de pesquisa o sucesso é iminente. Sem medo de errar Voltemos ao caso da doceria que está no mercado há dois anos e quer expandir seu negócio. Lembra de que ela precisa descobrir algumas infor- mações para seu chefe? Pois é. O chefe deseja fazer delivery dos produtos, vender on-line e saber por que as mulheres entre 16 e 25 anos compram mais brigadeiros gourmet. 18 Esse é o primeiro desafio lançado que você vai enfrentar, e está relacio- nado com a pesquisa de mercado. Seu chefe deseja que você elabore um resumo de cada etapa da pesquisa e o que é necessário para executá-la, medindo o grau de satisfação dos clientes em relação ao prazo de entrega que a empresa pratica hoje. A primeira coisa que precisamos fazer é ter um problema. Isso mesmo, ter um problema. O nosso é: saber por que as mulheres entre 16 e 25 anos compram mais brigadeiros gourmet. Depois precisamos do objetivo: entender por que as mulheres de 16 e 25 anos tem preferência por briga- deiro gourmet. Se quiser um objetivo mais específico, podemos pensar em um determinado período: a hora do almoço por exemplo. A partir daí, vamos para o plano de trabalho pensando no método de pesquisa, que neste caso será quantitativa. De amostra, que será 200 pessoas, no período de 30 de janeiro a 15 de fevereiro, com um orçamento de R$ 2.000,00. Então precisamos do nosso questionário, que é o que vamos perguntar para as pessoas. As perguntas serão: 1. Nome e idade. Vem mais de uma vez por semana na doceria? 2. De qual doce você gosta mais? 3. Você gosta do brigadeiro gourmet? 4. O que mais gosta nele? 5. Qual horário você acha melhor para comer um brigadeiro gourmet? Quadro 1.2 | Pesquisa da doceria 1. Nome e idade. Vem mais de uma vez por semana na doceria? 2. De qual doce você gosta mais 3. Você gosta do brigadeiro gourmet? 4. O que mais gosta nele? 5. Qual horário você acha melhor para comer um brigadeiro gourmet? Lisa, 18, 2x Brigadeiro Sim Sabor Depois do almoço Joana, 24, 1x Brigadeiro Sim Textura No fim de tarde Taila, 30, 2x Beijinho Sim Sabor Depois do almoço Monique, 24, 3x Brigadeiro Sim Sabor Depois do almoço Adriana, 19, 2x Brigadeiro Sim Sabor Depois do almoço Fonte: elaborado pelo autor. 19 Depois da pesquisa feita temos de tabular os dados. Descobrimos que: 80% das mulheres de 16 a 25 anos gostam de brigadeiro; 60% das mulheres de 16 a 25 anos gostam de brigadeiro pelo sabor e o melhor horário para comê-lo é depois do almoço. Com isso, o chefe vai poder abrir sua loja virtual e oferecer desconto para compra de brigadeiros que forem entregues no horário do almoço. Ainda implantará o delivery, pois as entregas no horário do almoço serão frequentes, o que justifica o trabalho dos motoboys. Avançando na prática Uma faculdade tem dificuldades Uma faculdade com 50 anos de mercado percebeu ao longo dos últimos dois anos que seus alunos do curso de Sistemas de Informação frequente- mente pedem transferência ou trancam o curso ao final do segundo semestre. Isso veio se repetindo ao longo do tempo, e então o reitor encomendou uma pesquisa para apurar o motivo dessa evasão. Dessa forma, você foi elencado como responsável pela elaboração da pesquisa, precisando diagnosticar os fatores que estão ocasionando a evasão anual. Resolução da situação-problema Para conseguir auxiliar o reitor e a faculdade, existem algumas variáveis que precisamos perceber. Se estão perdendo alunos no final do primeiro ano letivo pode ser por infraestrutura, corpo docente ou porque o curso não está atrativo. Para resolver, é preciso elaborar uma pesquisa de mercado com o objetivo de manter os alunos na faculdade e para levantar os dados do motivo da evasão, perguntando o que os alunos acham da infraestrutura da faculdade, dos professores e do curso. Esses dados auxiliarão a descobrir o porquê da evasão. 20 Faça valer a pena 1. Para que as empresas mantenham a competitividade, elas precisam de diversas formas de descobrir sobre a concorrência, com o uso de sistemas informatizados e automatizados para poder tomar decisões efetivas a fim de ter destaque no mercado. Para que possamos trabalhar com pesquisa de mercado e comportamento do consumidor, precisamos pensar que muitos dados serão necessários e que a adoção de um sistema para gerenciar isso será importante. O principal tipo de ferramenta que pode auxiliar na tomada de decisão pode ser chamado de: a. Customer Relationship Management. b. Sistema de Informações de Marketing. c. Marketing. d. Pesquisa de mercado. e. Inteligência de marketing. 2. Uma pesquisa de mercado pode ser aplicada para levantar hipóteses sobre os clientes e também sobre os concorrentes. Mas para se produzir uma pesquisa de mercado é preciso respeitar uma sequência de etapas distintas, que vão da concepção até a entrega de sua conclusão. Quando falamos de pesquisa, qual é a sequência correta destas etapas? a. Problema, objetivos, perguntas, aplicação, coleta, apresentação e comunicação. b. Problema, objetivos, perguntas, aplicação, tabulação, coleta. c. Problema, objetivos, perguntas, aplicação, tabulação, apresentação e comunicação. d. Problema, perguntas, aplicação, tabulação, apresentação e comunicação. e. Problema, objetivos, perguntas, somatória, tabulação, apresentação e comunicação. 21 3. Os executivos de uma empresa de energia precisam, em sua maioria, utilizar para a tomada de decisão, informações resumidas que serão produ- zidas de acordo com a dinâmica da empresa. Pensando que não é possível demorar muito com a mineração e entrega de dados de qualidade para que eles possam tomar a devida decisão,podemos perceber que: Depois de uma pesquisa de mercado e com dados fundamentados, como os executivos podem monitorar o desempenho do produto, prevendo ameaças e oportunidades para uma empresa? a. CRM. b. Sistema de Informações. c. Inteligência de mercado. d. Pesquisa de marketing. e. Marketing global. 22 Seção 2 Tipos de pesquisa mercadológica Diálogo aberto Caro aluno, Por vezes, é possível que você tenha notado que, quando um novo produto é lançado no mercado, ele se adequa às suas necessidades, bem como de pessoas do seu núcleo comum, não é mesmo? Esse conceito pode estar associado à realização de uma pesquisa de mercado, visando atender os anseios dos consumidores e, dessa forma, fazendo com que adquiram um produto. Essa é apenas uma das aplicações da pesquisa de mercado, sendo uma poderosa arma para análise de cenários e tomada de decisão. Você deve estar curioso para saber sobre os tipos de pesquisa de mercado. Mas por que esse assunto é tão importante? Qual a finalidade de se aplicar uma pesquisa de mercado? E ainda, por que escolher um tipo de pesquisa? A escolha do tipo de pesquisa permite que compreendamos a maneira mais adequada para realizar uma pesquisa de acordo com o cenário merca- dológico. Lembre-se: quanto mais completa a pesquisa, melhor seu resultado e melhor ainda a tomada de decisão do gestor. Para que você possa aplicar os conhecimentos adquiridos e compreender a importância dos estudos relacionados à pesquisa de mercado e comporta- mento do consumidor, você deve considerar que: Você trabalha no marketing de uma doceria que está no mercado há 2 anos e quer expandir seu negócio. O chefe deseja fazer delivery dos produtos, vender online e saber por que as mulheres (entre 16 e 25 anos) compram mais brigadeiro gourmet. É importante perceber que existe o local, a produção do produto e outras variá- veis que deverão ser consideradas ao fazer a pesquisa. Então, vamos lá. Precisamos trabalhar com os três tipos de pesquisas para ter um resultado de qualidade e entregar informações corretas para tomar as melhores decisões, por isso, precisamos produzir uma pesquisa explora- tória para saber se os clientes comprariam da Doceria em uma loja online ou o que os clientes acham da Doceria abrir uma loja virtual, qual produto ele, comprariam? Como gostaria de retirar o produto: na loja ou que seja entregue em seu trabalho ou residência? Como pesquisa descritiva, você precisa perguntar informações do tipo qual a idade da pessoa, nacionalidade, estado civil. Depois de ter estas 23 informações podemos avançar com a pesquisa explicativa ou causal. Nesse sentido, você deve perguntar ao cliente o por que desse modelo de entrega respondido por ele, por exemplo, por que gosta de ir buscar sua encomenda na loja de doces. Entenda que aqui precisamos verificar como a pesquisa exploratória pode ser aplicar e como ela traz um retorno benéfico, e, ainda, com a pesquisa descritiva e causal conseguir ter informações corretas e coerentes para que seja verificada a resolução do problema proposto, de abrir uma loja virtual. Depois que aprender os tipos de pesquisa, você poderá melhorar seu plano de pesquisa para, ao final, entregar ao chefe para que possa tomar a melhor decisão sobre os assuntos da Doceria. Dessa forma, visando produzir uma pesquisa completa, com informações concisas e de qualidade, você compreenderá a importância da pesquisa e ajudará seu chefe com os problemas iniciais, deixando uma boa impressão para ele. É chegada a hora de começarmos. Vamos adentrar nos conhecimentos necessários para sua formação profissional! Preparado? Bons estudos. Não pode faltar Caro aluno, nosso objetivo aqui é aprender os tipos de pesquisa de mercado e, para isto, imagino que já sabe o que é uma pesquisa de mercado e como produzir um plano de pesquisa. Vamos então identificar onde é possível encontrar a pesquisa de mercado? Mas, antes de saber onde é possível aplicá-la, vamos aprender seus tipos de como eles podem ajudar na produção da pesquisa. Então, vamos abordar os tipos de pesquisa que são: pesquisa explora- tória, pesquisa descritiva e pesquisa causal. Para lhe ajudar apresentamos uma ilustração a seguir. Figura 1.3 | Pesquisas mais aplicadas em marketing Modelos de pesquisa Pesquisa descritiva Pesquisa causal ou explicativa Pesquisa exploratória Fonte: elaborada pelo autor. 24 A pesquisa exploratória serve para se conhecer um cenário onde têm-se poucas ou nenhuma informação. Conforme Silva (2008), o objetivo é se familiarizar com o problema, deixá-lo explícito ou até mesmo criar uma hipótese. O levantamento bibliográfico é um exemplo, assumindo geral- mente formas de Pesquisa Bibliográficas e Estudos de Caso. Podemos entender melhor se uma pessoa quiser encontrar uma resposta do por que determinado produto no mercado está em queda. Isso faz com que o pesquisador tenha de aprofundar suas especulações e encontrar as reais causas da ocorrência da queda do produto. A pesquisa descritiva tem como objetivo descrever características, seja ele um fato ou fenômeno. E, para isso, é preciso ter um padrão de coletas de dados como questionários e observação sistemática. Um bom exemplo são os dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que produz relatórios de quantos computadores há nas casas dos brasileiros ou quantas pessoas moram na residência e também quando você precisa descrever deter- minado cenário por exemplo uma faixa de pessoas que moram em Manaus. A pesquisa causal ou explicativa procura descrever o porquê determi- nado problema acontece ou qual a importância de isso estar ocorrendo. Ela é muito profunda no quesito conhecimento da realidade, pois explica a razão e também o porquê disso e geralmente são aplicados testes e experimentos para comprovação. Notou a diferença entre as três? Vamos então agora nos aprofundarmos em cada uma delas. O principal objetivo da pesquisa exploratória é entender preliminarmente um problema. Por isso, ela começa com um estudo do tipo exploratório. A pesquisa exploratória inicial começa com a busca de dados em fontes secundárias, como a literatura, os documentos internos de uma empresa, conversas com especialistas e pesquisa em Internet, entre outras fontes. Assimile Dados secundários são aqueles já coletados e tratados, disponíveis em fontes como: livros, jornais, periódicos, Internet, relatórios internos às empresas etc. Um estudo exploratório, é identificar as variáveis que caracterizaram um problema e formular hipóteses sobre o objeto de estudo. Uma hipótese estatística é uma suposição sobre determinado parâmetro populacional. E quando falamos de suposição ela pode ser verdadeira ou não. Ao final, estas 25 tais hipóteses podem ser rejeitadas ou não, por intermédio de pesquisas mais formais. Existem dois tipos de hipóteses estatísticas. Ela pode ser nula quando as observações da amostra resultam puramente do acaso ou pode ser alterna- tiva, que é a hipótese de que as observações da amostra são influenciadas por alguma causa não aleatória. Gosta de cara e coroa? Imagine uma moeda e que queremos saber se ela é justa e equilibrada. Uma hipótese nula pode ser que ao jogarmos a moeda para cima, metade das vezes resultaria em cara e metade em coroa. Já a hipótese alternativa poderia ser que haveria 3x mais caras do que coroas. Mas vamos colocar isso em números. Jogarmos 50 vezes uma moeda e, ao final temos, 40 caras e 10 coroas. Tendo isto em vista, estaríamos inclinados a rejeitar a hipótese nula. Poderíamos concluir que, com base no que vimos, a moeda provavel- mente não era justa e equilibrada. Em alguns casos, uma pesquisa exploratória pode fornecer respostas satisfatórias para um problema gerencial, não sendo necessário desenvolver novos estudos. Já em outros, pode ser somente um esforço inicial para se conhecer mais o problema de pesquisa, antes de se empreender uma pesquisa mais específica. Podemos dizer queas pesquisas exploratórias são, em geral, informais e pouco estruturadas. Quaisquer dados ou informações, obtidos no percurso da pesquisa, podem alterar a forma de pensar sobre o problema. Portanto, a pesquisa exploratória levanta dados, sendo o pontapé inicial para realização de pesquisas mais detalhadas. Como resultado aqui podemos conhecer e compreender um problema usando uma pequena amostragem. Podemos esclarecer o problema e levantar hipóteses para realizar uma pesquisa mais objetiva, profunda e que seja efetiva. Imagine que sua empresa deseja fazer o levantamento de um fato histó- rico que queira compreender e conhecer a memória das pessoas e precisa fazer entrevistas para saber mais sobre esse assunto. Seria necessário saber quem estava na data em questão e o que cada um deles se lembra. Exemplificando Uma empresa que produz palha de aço, percebeu queda em suas vendas após três meses consecutivos de crescimento de vendas negativo. Percebendo este cenário adverso, encomendou uma pesquisa explo- ratória para levantar os motivos dessa queda, buscando dados preli- 26 minares nos indicadores econômicos, entre os concorrentes e entre os próprios consumidores, que, depois, seriam analisados mais profunda- mente, por outro tipo de pesquisa. Como resultado dessa pesquisa foi notado que 15 dias antes da queda nas vendas, a concorrente fez o lançamento de um produto novo que não risca e ainda tem aroma de hortelã. Conduzir uma pesquisa do tipo exploratória, se inicia levantando os dados que te auxiliem a elucidar um fato nebuloso ou que pode trazer benefícios para a empresa. Esse modelo serve como levantamento de informações, ou um brainstorming e levanta o máximo possível de infor- mações para, posteriormente, ir eliminando o que não serve deixando o que realmente importa. E se a empresa de palha de aço concluísse, com base na pesquisa exploratória, que a redução de preços seria a melhor alternativa para combater o produto concorrente. O risco é grande demais de se chegar ao fracasso e por isso é impor- tante o uso desse tipo de pesquisa. Ao se detectar um problema, é necessário investigá-lo. Uma barreira a ser vencida é a falta de informações sobre esse problema, para assim formular hipóteses e, em seguida, testar a sua resolução. As empresas entendem a pesquisa exploratória como uma forma de investigação de uma suspeita. Significa que a pesquisa exploratória permite aumentar o conhecimento sobre algum assunto, principalmente se é algum assunto novo, do qual ainda não há coleta de informações para desenvolvimento de novas pesquisas. Reflita Você tem ideia de quais as consequências desta decisão? Uma decisão tomada sem embasamento detalhado? Será que vale a pena tomar uma decisão sem ouvir o seu cliente, aquele que usa teus produtos? Vamos a mais um exemplo? Imagine que sua empresa começa a vender menos. Para saber o porquê desse fato, ela precisa, realizar uma pesquisa exploratória para identificar os motivos da baixa nas vendas. Tendo isto em vista, é possível listar as hipóteses e partir para resolução dos problemas. Assim, poderia ser realizada uma pesquisa na internet para analisar a concor- rência ou até uma abordagem informal com o cliente para saber por que ele parou de comprar. 27 Figura 1.4 | Motivos colhidos por uma pesquisa exploratória que podem causar queda nas vendas de uma empresa Entrada de novo concorrente Preço alto demais Queda nas vendas Problema na economia Promoção deficiente Problemas com qualidade Vendedores com pouca qualificação Fonte: elaborada pelo autor. A pesquisa exploratória possui alguns modelos, como grupo de foco, entrevista em profundidade e técnicas projetivas. Vamos falar delas a seguir. A reunião de pessoas selecionadas por um pesquisador para discutir um assunto ligado a um problema de pesquisa é chamada de Grupo de foco. Nesse grupo, os participantes são escolhidos de acordo com critérios definidos no planejamento da pesquisa. Podemos exemplificar como o comportamento de compra de consumidores; preferências; teste de novos conceitos de produtos ou de versões; avaliação de preço. Considere uma Faculdade que lançará seu vestibular e, dois meses antes, chama a agência que cuida das campanhas para apresentação de um conceito ou, como falamos, teste de campanha publicitária. Um grupo é formado e uma análise criteriosa é feita a fim de que, ao lançar a campanha, não haja problemas conceituais e com a mensagem do que se vai transmitir. Entrevista em profundidade é um outro exemplo. Constitui uma abordagem de pesquisa exploratória bastante similar ao grupo de foco. É não-estruturada e busca profundidade nas respostas. O que diferencia a entrevista em profundidade do grupo de foco é que a primeira é pessoal 28 (realizada com os respondentes um a um). Opta-se pela entrevista em profundidade principalmente quando o tema do estudo é embaraçoso para uma discussão em grupo. Ao fim das entrevistas, o pesquisador relata os resultados. Como nos grupos de foco, os resultados de pesquisa não podem ser extrapolados para a população. Considere ainda que a Faculdade percebeu que precisa implantar um sistema de avaliação de desempenho dos seus professores. Imagine se o nome do aluno fica vinculado à crítica que ele fez do professor. Técnicas projetivas também são formas de abordagem não-estruturada, como as duas anteriores. Entretanto, diferente das outras, ela é produzida de forma a não revelar aos entrevistados o propósito da pesquisa. São meios de se realizarem perguntas indiretas: apresentação de situações não diretamente relacionadas à vida do respondente, associação de palavras, completar frases ou histórias e interpretar papéis, entre outros recursos. Considere aqui uma empresa automobilística que pretende lançar um carro novo e que quer testar o design e os itens de montagem. Para se ter a vantagem competitiva é preciso que o produto não seja revelado a quem está fazendo a pesquisa, para não vazar informações e principalmente não “viciar” os olhos de quem vai respondê-la. A pesquisa descritiva, como o nome já diz, descreve características do objeto de estudo. Vamos imaginar uma empresa de cosméticos que deseja vender um produto pela internet. Com a pesquisa descritiva podemos prever o comportamento dos consumidores (o quê, como, quando e onde compram), atributos de produtos, satisfação e opinião de consumidores além de pesquisa de imagem da empresa. As pesquisas descritivas mais comuns são os questionários e as pesquisas por observação. Os questionários são uma abordagem baseada no interrogatório de pessoas sobre um problema de pesquisa. O instrumento de coleta de dados mais usado é o questionário e, por ser uma modalidade de pesquisa conclu- siva, ele é estruturado, isto é, as perguntas são formalmente apresentadas ao respondente e devem seguir uma sequência estabelecida previamente. A pesquisa por observação não precisa ficar interrogando nenhum participante, o pesquisador posiciona-se em um local e observa o compor- tamento de pessoas em certas situações. Esta abordagem é feita quando é impossível entrevistar diretamente seus participantes. Imagine uma empresa de brinquedos que pretende saber sobre determinado brinquedo e precisa 29 fazer sua pesquisa com as crianças que ainda não começaram a falar. Nesse caso, temos de usar o método de observação. Essa modalidade de pesquisa pode ser disfarçada quando o pesquisador observa o pesquisado, sem ser notado, ou utiliza dispositivos ocultos, como câmeras, espelhos de uma face etc. Esse tipo de pesquisa requer alto custo, cuidado, mas são úteis em situações em que o contato com o observado afeta o resultado de uma pesquisa; ou pode ser uma pesquisa não disfarçada, os entrevistados têm conhecimento de que estão sendo analisados diretamente, ou por meio de instrumentos como audiômetros e psicogalvanômetros. O psicogalvanômetro é um aparelho para medir a resistência elétrica da pele sofridapor diferentes estímulos, isso permite o estudo de um dos aspectos da emoção. Já o audiômetro é um instrumento para medir a audiência na televisão ou no rádio. A observação pode se dar, ainda, em ambiente natural ou simulado. Considere um mercado no centro da cidade. Um exemplo de observação em ambiente natural é quando temos pessoas dentro do mercado reali- zando a pesquisa ali, com você, que chegou para comprar algo. Já o ambiente simulado, pensando na mesma problemática, para o mesmo problema de pesquisa, seria uma sala com produtos dispostos e gôndolas. As desvantagens da pesquisa por observação é que não permitem conhecer as causas dos comportamentos observados, já que não se questionam os participantes. As pesquisas descritivas ainda podem ser classificadas em transversais e longitudinais. Se ao coletar informações você a faz em um único período para todos os entrevistados, a pesquisa é nomeada como transversal. Já se as informações são coletadas, no grupo todo, várias vezes no ano por exemplo, a pesquisa é chamada longitudinal ou de painel. Nesse caso, é possível avaliar mudanças que ocorrem ao longo do tempo. A pesquisa descritiva não tem a preocupação de explicar as razões de certas características ou comporta- mentos, isso fica a cargo da pesquisa causal. A pesquisa causal tem como objetivo identificar e testar relações de causa e efeito, assumindo, em sua grande maioria, forma de experimento. É uma opção viável para quem quer ter um resultado de forma prática. Imagine uma empresa de artigos esportivos, quanto a venda de um equipamento de ginástica aumentaria se seu preço fosse reduzido? Em pesquisa de mercado, esse tipo de abordagem é bastante usada para explicar as razões de certos tipos de comportamento de consumidores. Você pode imaginar, por exemplo, porque pessoas que gostam do sorvete de deter- minada sorveteria têm preferência em consumi-lo na unidade do centro ou 30 então na unidade que fica próxima a bairros periféricos. Ou ainda, como o consumidor se sente mais satisfeito com determinado tipo de pagamento para suas compras. A abordagem mais usada em pesquisa causal é a experimentação, isto é, provocam-se alterações em uma ou mais variáveis (independentes) e se mede o efeito sobre uma ou mais variáveis (dependentes). Tome como exemplo uma pesquisa que tem o objetivo de medir o efeito de merchandising de uma quitanda sobre as vendas de hortifruti. Imagine que a empresa ao colocar em um mercado um ponto de venda novo tenha aumentado 15% nas vendas do produto. Para que possa estabelecer uma relação entre as variáveis, seria necessário controlar outras variáveis como ação promocional, por exemplo. A pesquisa causal tem ainda algumas peculiaridades que a ajudam na eficácia ao aplicá-la, mas que não são simples de entender. A observação das características do mercado se dá por meio da medição de certas variáveis. Existem alguns tipos delas, e a análise muda conforme a classificação. Para estas caraterísticas damos o nome de níveis de mensu- ração, que são: nominal, ordinal, intervalar e nível da razão. O nível nominal resulta de uma classificação por tipo, em que não existe ordenação nas categorias. Podemos imaginar aqui o sexo dos entrevistados como exemplo. O nível ordinal é uma extensão do nível nominal, mas se no nominal não é necessária a classificação, no ordinal é necessária; é como informar o nível de escolaridade classificado em primeiro ou segundo grau completo. O nível intervalar é uma escala numérica, na qual a diferença numérica entre dois valores indica a distância entre eles. Pode-se dizer que dois respon- dentes com posições 1 e 4 na escala estão tão distantes entre si quanto dois elementos com posições 5 e 9, mas não é possível afirmar que um elemento com posição 10 na escala seja duas vezes mais “forte” que outro com posição 5. E o nível da razão é exatamente o contrário do intervalar. Uma forma de entendermos mais sobre isso é pensando em nosso salário. Uma variável nos níveis da razão ou intervalar pode ser “transformada” em uma variável ordinal, mas o contrário não pode ocorrer. Exemplo: pode-se transformar a variável salário em duas categorias ordinais – menor que 1.000 reais e maior que 1.000 reais ou mantemos o intervalo de até 100 reais, de 1000 a 2000 reais etc. Viu como há pequenas diferenças que auxiliam o chefe a tomar as melhores decisões? É muito comum que a alta gestão se cerque de evidências 31 concretas sobre as consequências que a sua decisão ou ação poderá produzir nos resultados da empresa. Ele precisa ter informações suficientes para que possa tomar uma determinada decisão, assim ele correrá menos riscos e aumentará as chances de se obter o resultado esperado. Mas, antes de finalizarmos, veja fantástica dica! Você pode fazer pesquisas utilizando ferramentas gratuitas na internet! Isso mesmo. Você pode usar o Google e também pode usar o Survio e o Surveymonkey. Ambos são ótimos para essas pesquisas. Aproveito ainda para lhe falar sobre cidadania e ética na produção das pesquisas. Lembre-se de que a ética é importante para contribuir com a produção de sua pesquisa e que você precisa pensar na cultura local e em perguntas que não deem nenhum tipo de abertura para a intolerância racial, de gênero, cultural e demais tipos de intolerância. Não se esqueça, seja íntegro e tenha ética na produção de suas pesquisas. Quadro 1.3 | Resumo: Tipos de pesquisa Pesquisa descritiva Pesquisa exploratória Pesquisa causal Objetivo Reunir dados.Analisar dados. Descobrir novas expli- cações. Explicar algo, causas e efeitos. Metodologia Levantar dados quantitativos. Pesquisa teórica + expe- rimentações práticas. Métodos experimen- tais. Exemplos Estudos de caso e pesquisas de opinião. Descobertas científicas. Aprofundamento da pesquisa descritiva. Fonte: elaborado pelo autor. Percebeu como utilizar o tipo correto o ajuda a trazer qualidade para sua pesquisa? Não se esqueça que, com base em uma pesquisa equivocada, ou com problemas de produção, interpretação ou análise, corre-se o risco de dar errado. Por outro lado, se temos qualidade de pesquisa o sucesso é iminente. Boa sorte e bons estudos. Sem medo de errar Voltemos ao caso da Doceria que está no mercado há 2 anos e quer expandir seu negócio. Lembra que ela precisa descobrir algumas informa- ções para seu chefe? Pois é. O chefe deseja vender pela internet por meio de um e-commerce. Você já resolveu o primeiro desafio lançado e está relacionado com a pesquisa de mercado. Agora, você precisa ver qual dos tipos de pesquisa é o 32 mais adequado para que ele possa de uma vez por todas saber se pode vender pela internet. Então, mão na massa! A primeira pesquisa que precisamos fazer é a exploratória para saber se os clientes da Doceria, caso ela venda pela internet, comprariam os produtos oferecidos. Isso pode ser feito da seguinte forma: A Doceria precisa elaborar uma abordagem perguntando se o cliente que vai em sua loja compraria os produtos se fossem vendidos pela internet. Depois, qual o sentimento do cliente ao saber que os produtos serão ofere- cidos pela internet. Ao final, qual produto ele compraria no e-commerce. Vamos imaginar que, de 100 pessoas que responderam as perguntas do garçom que se aproximou da mesa dos clientes aleatoriamente, obteve-se o seguinte resultado: Pergunta: Você compraria em um loja online de doces? Resposta: 83 sim. 17 não. Pergunta: A nossa loja de doces quer abrir uma loja virtual, você compraria em nossa loja? Resposta: 68 sim. 32 não. Ainda explorando qual produto ele compraria e se deseja a entrega. Pergunta: Qual dos produtos você compraria? Reposta: a. Brigadeiro Gourmet. ( 34 ) b. Docinho de uva. ( 24 ) c. Quindim. ( 2 ) d. Docinho de leite ninho. ( 40 ) e. Trufa. ( 0 ) Pergunta: Como você gostaria de receber o produto? Resposta: a. Gostaria que fosse entregue em minha empresa. ( 21 ) b. Gostaria que fosse entregue em minha casa.( 12 ) c. Gostaria de retirar na loja. ( 67 ) 33 Como pesquisa descritiva, precisamos perguntar o sexo e a idade destas pessoas para poder filtrar posteriormente, sabendo que mulheres de meia idade são maiores consumidoras do produto da doceria. Pergunta: Qual seu sexo? Reposta: ( 78 ) Feminino. ( 20 ) Masculino. ( 2 ) Prefiro não opinar. Pergunta: Qual a sua idade? Resposta: ( 25 ) até 20 anos. ( 40 ) de 21 a 30 anos. ( 15 ) de 31 a 40 anos. ( 20 ) mais de 40 anos. Para trabalhar a pesquisa causal, podemos inserir mais uma pergunta aberta para que o cliente responda porque ele gostaria de receber o produto daquela forma. Pergunta: Por que gostaria de receber o produto dessa forma? Resposta: A maioria das pessoas respondeu que gostaria de retirar na loja o produto porque pode olhar se há alguma outra guloseima a mais para adquirir. Porque gostam de doce e querem olhar para comprar o que mais atrai. A segunda maior resposta foi para entregar no trabalho, e o porquê foi para poder ratear o frete com o pessoal do trabalho, diminuindo o valor da despesa. Com isso podemos observar que há uma aceitação prévia do e-commerce da empresa. As pessoas que consomem em sua loja física têm a leve propensão de comprar na internet, em sua grande maioria, brigadeiro gourmet. Eles têm costume de comprar pela internet e o que mais incomoda é a demora na entrega. Com essas informações, a doceria vai poder abrir sua loja virtual e oferecer os brigadeiros gourmet e ainda pode colocar os motoboys exclusivos para entregar em tempo e evitar a insatisfação com a demora na entrega. 34 Avançando na prática Recruta à solta O zoológico de Belo Horizonte está produzindo uma pesquisa para saber qual das atrações é a mais requisitada. Além disso, quer mudar o sistema para dar maior qualidade de vida para os animais, instalando alguns objetos para tornar o dia deles mais tranquilo. Resolução da situação-problema Para resolver a questão, o zoológico preparou um questionário e ouviu cerca de 1000 pessoas, chegando neste resultado: 1. Idade 290 pessoas – entre 40 e 50 anos. 150 pessoas – entre 30 e 40 anos. 110 pessoas – de 20 a 30 anos. 550 pessoas – até 20 anos. 2. Quantas vezes veio até o zoo? 230 pessoas – Mais de 1 vez. 320 pessoas – Apenas 1 vez. 450 pessoas – Primeira vez. 3. Qual animal é o seu favorito? 340 pessoas – Leão. 240 pessoas – Tigre. 135 pessoas – Hipopótamo. 275 pessoas – Girafa. 4. Qual sua sugestão para melhorar o zoológico? Pergunta aberta, mas que a maioria do público respondeu que poderia ter menos grades e jaulas e que o animal pudesse viver como vive na selva, sem mudar o seu habitat. 35 Ao final da pesquisa o Zoológico chegou à seguinte conclusão: Em sua grande maioria as crianças são as que mais frequentam o zooló- gico, que a maioria das pessoas tem vindo pela primeira vez e o leão é o animal que eles mais adoram. Ainda, querem que o zoológico se preocupe com o bem-estar dos animais e ofereça um ambiente completo para vida plena dele. Faça valer a pena 1. Grupo de foco é uma reunião de pessoas selecionadas por um pesqui- sador para discutir um assunto ligado a um problema de pesquisa. Os parti- cipantes de um grupo de foco são escolhidos, do mercado-alvo, de acordo com critérios definidos no planejamento de uma pesquisa, formando um grupo homogêneo. Devem ter tido alguma experiência com o objeto de pesquisa, seja um produto, seja um serviço, ou uma situação. Os selecionados são convidados a integrar o grupo, recebendo, em geral, algum estímulo, na forma de dinheiro ou de produtos e serviços gratuitos. Há uma série de informações para se produzir uma pesquisa. Tendo em vista os tipos de pesquisa, em qual deles se encaixa melhor esse método? a. Pesquisa de mercado. b. Pesquisa exploratória. c. Pesquisa causal. d. Pesquisa descritiva. e. Pesquisa explicita. 2. A pesquisa conclusiva é formal e estruturada, tem objetivos delineados e deve resultar em informações que auxiliem a tomada de decisões. Os grupos de entrevistados são grandes e representativos. Isso permite que os resul- tados de estudos conclusivos possam ser extrapolados para a população. Nesse tipo de abordagem, hipóteses são testadas, características são descritas e/ou variáveis são avaliadas, umas em relação às outras. Quando estamos trabalhando a pesquisa conclusiva devemos ter em mente: a. Produzir a pesquisa descritiva e causal ou ambas. b. Produzir a pesquisa descritiva e causal sequencialmente. c. Produzir a pesquisa descritiva ou causal. 36 d. Produzir a pesquisa descritiva e exploratória. e. Produzir a pesquisa descritiva e causal ordinariamente. 3. Pesquisa descritiva e causal sobre comportamento do consumidor revelou que as marcas líderes e de alto preço voltaram a seduzir os consumidores, depois de terem perdido mercado para as marcas “B”. A compra de marcas líderes subiu de 13%, em 2003, para 19%, em 2004. As marcas de alto preço tiveram aumento de vendas de 17%, em 2003, para 20%, em 2004. A pesquisa aponta as seguintes razões dessa mudança de comportamento do consu- midor: a marca volta a ser um diferencial importante na hora da compra; a fidelidade em algumas categorias, como higiene e limpeza, é muito forte; os consumidores optam por versões de produtos consagrados, estrategicamente lançados por empresas (Fonte: http://www.acnielsen.com.br). Sobre pesquisa descritiva é correto afirmar: a. São os levantamentos de dados empíricos e as pesquisas por observação. b. São bases de dados aleatórias e as pesquisas por observação. c. As pesquisas descritivas mais comuns são os observatórios de pesquisa. d. Nas pesquisas descritivas avalia-se quanto a variação de um fator influencia a variação de outro ou de outros fatores. e. As pesquisas descritivas mais comuns são os questionários e as pesquisas por observação. http://www.acnielsen.com.br 37 Seção 3 Tipos de pesquisa mercadológica, fontes e métodos de levantamento de dados Diálogo aberto Caro aluno, em seu cotidiano, é possível que você tenha notado que, quando um novo produto é lançado no mercado, ele se adequa às suas neces- sidades, não é mesmo? Esse conceito pode estar associado à realização de uma pesquisa de mercado, visando atender aos anseios dos consumidores e, dessa forma, fazendo com que adquiram um produto. Imagine o mundo sem a pesquisa de mercado... Difícil imaginar, não é? Ela é um parâmetro importante para as empresas e será importante para você poder conhecer e aprender sobre cenários mercadológicos. É importante para sua aprendi- zagem aprender mais sobre a pesquisa de mercado. Ela é uma ferramenta poderosa na produção de dados para a tomada de decisão de uma empresa. Nela produzimos informação relevante e importante para a sobrevivência da empresa no mercado. Depois de compreender como fazer e estruturar uma pesquisa, e saber quais são os tipos e em que momento os utilizar para extrair os dados mais importantes, chegou a hora de aprender os métodos de pesquisa, as fontes de dados e as formas para realizar a coleta dos mesmos. Atualmente, as empresas precisam de pessoas para levantar informações e apresentar soluções baseada em dados. A escolha do método adequado dá oportunidade de filtrar melhor sua pesquisa, escolher os dados que serão coletados e de que forma isso aconte- cerá em campo. Lembre-se: quanto mais completa a pesquisa, melhor o seu resultado e a tomada de decisão do gestor. Para que você possa aplicar os conhecimentos adquiridos e compreender a importância dos estudos relacionados nesta seção, considere que você trabalha no setor de marketing de uma Doceria que está no mercado há 2 anos e quer expandir seu negócio. O chefe deseja fazer delivery dos produtos, vender online e saber por que as mulheres (entre 16 e 25 anos) compram mais brigadeiro gourmet. É importante perceber que existe o local, a produção do produto e outras variá- veis que deverão ser consideradas ao fazer a pesquisa. Para entendermosmelhor o cenário qualitativo, precisamos fazer uma pesquisa qualitativa para saber quais as pessoas que realmente gostam do 38 brigadeiro gourmet e também perceber, através dos depoimentos coletados, dados importantes sobre a empresa. Em seguida, podemos melhorar esta pesquisa usando a pesquisa quantitativa estatística, para que possa tomar as melhores decisões para seu chefe. Tendo isto em vista, podemos saber se os clientes comprariam da Doceria em uma loja online ou a opinião dos clientes sobre uma Doceria virtual, e qual produto ele compraria? Como ele gostaria de retirar o produto: na loja ou que fosse entregue em seu trabalho ou residência? Entenda que precisamos descobrir com a pesquisa qualitativa quais as pessoas que realmente gostam e querem comprar em nossa Doceria. Também queremos com a pesquisa quantitativa verificar o melhor público e, assim, poder vender de maneira acertada; ainda deve-se verificar a resolução do problema proposto, sobre abrir uma loja virtual. Ao final, você deverá realizar uma pesquisa qualitativa e quantitativa por meio de um questionário e de uma entrevista, depois usar dados secundá- rios para traçar um perfil da pessoa que compraria o brigadeiro gourmet da sua Doceria. Dessa forma, visando produzir uma pesquisa completa, com informa- ções concisas e de qualidade, você compreenderá a importância da pesquisa e ajudará seu chefe com os problemas iniciais, deixando uma boa impressão para ele. Vamos adentrar aos conhecimentos necessários para sua formação profissional! Bons estudos. Não pode faltar Caro aluno, conhecer sobre pesquisa de mercado e suas estratégias é importante para sua carreira, pois é de vital importância para a sobrevivência da empresa. Vamos, então, identificar os métodos de pesquisa, as fontes de dados e a melhor forma de aplicação de uma pesquisa? Mas, ainda, antes de saber onde é possível aplicá-la, vamos aprender o que cada item da pesquisa realmente significa. A pesquisa de mercado é um instrumento utilizado para entender a atual realidade de um mercado, ou seja, é uma forma de coletar informações importantes para auxiliar a tomada de decisão da empresa. Anteriormente, conhecemos os tipos de pesquisa mais aplicadas: a exploratória, a descri- tiva e a causal (ou explicativa). Mas você sabe quais são os métodos de uma pesquisa? Sabe como podemos medi-la? 39 Uma pesquisa quantitativa é uma pesquisa da qual vamos extrair uma informação estatística. A quantidade de seus dados vai responder a um problema ou responder a uma pergunta. É possível quantificar com a coleta de dados por meio de um questionário ou até mesmo em uma análise de algum resultado e sua apresentação ao final. Pesquisa quantitativa é utili- zada em momentos que você deseja comprovar, por meio de estatística, uma hipótese, mas sem necessariamente entender as motivações fornecidas por aquela resposta. Aqui é aplicada uma ciência para obter resultados válidos e adequados para resolver algum tipo de necessidade, por meio de um questionário ou uma entrevista, pois quando utilizamos esta modalidade de pesquisa, quem a aplica já sabe o problema que vai resolver, precisa apenas comprovar ou até mesmo derrubar uma hipótese. Por vezes, a aplicação pode formular novos questionamentos. Aqui, então, deve ser aplicado um formulário que tem um padrão definido, porque são necessários caminhos pré-determinados para seguirmos. Os resultados obtidos pela pesquisa quantitativa vêm no formato de dados, facilitando manuseá-los e transformá-los em informação relevante para a tomada de decisão. Por exemplo, podemos utilizar uma loja de roupas que quer saber se os clientes indicariam a loja para um amigo, utilizando a seguinte pergunta: “Pensando de 0 a 10, quanto você indicaria nossa loja para um amigo? Dessa forma, o estabelecimento pode obter resultados que facilitarão um entendimento mais padronizado de dados. Os resultados da pesquisa poderão ser expressos em um gráfico ou tabela por serem fáceis de produzir o resultado. A pesquisa quantitativa é um método conclusivo, tem objetivo de eviden- ciar com números e oferecer uma dimensão dele. É um tipo de pesquisa que apresenta informações de dados, números, sobre o comportamento do consumidor. Veja a figura a seguir: 40 Figura 1.5 | Exemplo de pesquisa quantitativa Fonte: https://glo.bo/2TuK2jp. Acesso em: 11 fev. 2020. Esta pesquisa é geralmente utilizada para medir o Market-share, frequ- ência de compra, segmento de mercado, lembrança de marca para o cliente, níveis de distribuição, dentre outros. E se você deseja aplicar uma pesquisa quantitativa há algumas perguntas que, se bem respondidas, auxiliam na definição de uso. Elas são: • Existem dados anteriores a esta pesquisa? Se sim, é um indicador de que se pode usar a pesquisa quantitativa. • Você vai confirmar uma hipótese? Se sim, muito bom, seguimos com a pesquisa quantitativa. Quer saber sobre comportamento do seu cliente? Há conceitos que não geram dúvida nenhuma? É possível medir os dados usando escala? Os dados coletados nesse formato são os que afetam diretamente a tomada de decisão igual como na outra pesquisa, mas esta pode mostrar as informações que poderão ser apresentadas, principalmente se é para convencer sobre algum direcionamento da empresa? Por ser uma pesquisa de cunho estatístico, a amostra é muito importante para que a pesquisa obtenha êxito. Ela deve gerar métricas que se baseiam em amostras determinadas. O que é o tamanho da amostra? O tamanho da amostra é o número de respostas completas recebidas em um questionário. É preciso ainda se ter o tamanho da população a ser estudada; por exemplo, pode-se estudar o Brasil todo, nossa amostra será de mais de 207 milhões, ou ainda, se você vai aplicar um questionário dentro de sua empresa, o tamanho da população será o número total de funcionários da empresa. Ainda temos a margem de erro, que é uma porcentagem indicando o nível de correspondência dos resultados do questionário com as opiniões da https://glo.bo/2TuK2jp 41 população total. Essa margem quanto menor mais próxima de uma resposta exata com um grau de confiança específico. Se a pesquisa gera métrica, ela precisa usar questionários, não é mesmo? Ela usa questionários estruturados com perguntas fechadas, que lhe permitem selecionar uma lista de respostas pré-definidas, e as perguntas podem ser: múltipla escolha; dicotômicas; perguntas RU (Resposta única); ranking; matriz e aberta. Vocabulário Market-share é uma porcentagem correspondente à importância de uma empresa diante de seus concorrentes diretos. Mas qual a diferença entre cada uma delas? Falamos de pesquisa qualitativa e como ela busca por informações mais subjetivas, considerando as particularidades dos entrevistados e analisando amplamente algo que é possível medir ou quantificar. É conduzida de forma exploratória, pela qual o entrevistado pode opinar livremente e nem sempre é possível medir em números ou até mesmo palavras. Isso porque elas seguem um roteiro de aplicação que permitem e proporcionam maior liberdade de opinião do participante. Com a aplicação desse modelo, podemos receber diversos tipos de resul- tados como entrevistas de profundidade ou grupos focais. Opte, então, pelo tipo o qualitativo quando quiser entrar no detalhe e validar um teste de produtos, conceito ou até mesmo uma campanha. Assimile Grupos focais é uma técnica de pesquisa de mercado que, ao agrupar algumas pessoas, provocam-se discussões com a presença de um moderador. O moderador é a pessoa que direciona a conversa e o andamento produtivo do grupo. A entrega dessa pesquisa é apresentada por meio de relatórios aprofun- dados, ao invés de gerar números, gráficos e tabelas. Esses relatórios destacam entrevistas, opiniões e frases que são relevantes e que foram levantadas durante a pesquisa. Percebe como é importante ter um plano de pesquisa bem produzido? É preciso ter claramente sua problemática, objetivosa serem encontrados, como os dados serão apresentados e, assim, ao final, tomar a melhor decisão. 42 Mas existe a possibilidade de utilizar ambos os métodos em uma mesma pesquisa? Sim! Nesse caso, temos uma pesquisa quali-quantitativa. A pesquisa qualitativa levanta as hipóteses por meio de uma entrevista e, em seguida, você pode dar sequência na pesquisa. As perguntas de múltipla escolha são aquelas em que escolhemos uma ou mais opções listadas. Temos as perguntas dicotômicas – duas opções de resposta – e apenas uma delas pode ser assinalada, como “sim ou não” e “verdadeiro ou falso”. A pergunta de resposta única (perguntas RU), é aquela que tem um resul- tado correto. Servem para levantar informações objetivas, como faixa etária, gênero ou escolaridade. A pergunta no formato de Ranking pede ao usuário que ordene as respostas segundo uma escala determinada na pergunta (ex.: escolha do melhor ao pior). Outro modelo de pergunta é o tipo Matriz e neste formato de pergunta, avalia-se uma série de itens utilizando uma mesma escala. Por fim, temos a pergunta aberta que é o espaço para o entrevistado escrever o que desejar. Neste tipo de pergunta o correspondente descreve sua opinião. Falamos de tipos de pesquisa. Mas precisamos saber de onde estes dados serão coletados. É importante saber que a fonte de dados primária é consideravelmente mais cara que a fonte secundária, e mais, há muita fidelidade dos dados ao se fazer uma pesquisa metodologicamente adequada e executada corretamente. Os dados primários são aqueles que não possuem coleta anterior, que nunca foram levantados. Eles são coletados com o propósito de atender a determinada questão e os dados ainda estão em posse dos pesquisados. O quadro a seguir apresenta os principais tipos de coleta de dados primários: Quadro 1.4 | Tipos de dados primários Características demográficas, socioeconô- micas e de estilo de vida Sexo, escolaridade, estado civil, número de filhos, renda, ocupação, bens e produtos. Atitudes e opiniões Prevê o comportamento de compra, avalia propagandas e promoções de venda. Conscientização e conhecimento Verifica onde o produto está disponível para ser adquirido, seu preço, empresa que pro- duz, onde é produzido, como deve ser usado e com que finalidade, diferenças em relação ao produto dos concorrentes. 43 Motivações Verifica as necessidades, desejos, vonta-des que conduzem o comportamento das pessoas. Comportamento passado e presente Verifica o que o consumidor conhece anteriormente e, assim, pode antecipar o seu futuro. Intenções Maior credibilidade há para grandes itens de compra (casas, terrenos, televisores etc.). Fonte: elaborado pelo autor. Os dados secundários são os que já foram coletados anteriormente. Já foram coletados, tabulados e organizados, com a análise dos dados até reali- zada; tem como objetivo ajudar e atender a necessidades de outras pesquisas em andamento. Elas podem ser produzidas com várias finalidades, como as do quadro a seguir. Quadro 1.5 | Dados secundários A própria empresa (dados secundários internos) Levantamento de informações internas de sistemas da empresa, como o detalhamento do número de vendas efetuadas; preços, formas de pagamento. Publicações Há várias publicações de diversos tipos que podem con-tribuir com dados para diferentes tipos de pesquisa. Governos A consulta às fontes governamentais pode oferecer diversos tipos de dados secundários. Instituições não governamentais Universidades, faculdades, centros de pesquisa, asso- ciações, sindicatos podem oferecer material de grande ajuda na produção de uma pesquisa. Serviços padronizados de infor- mações de marketing Aqui o sistema pode classificar os dados em tipos como: do consumidor, do varejo, do atacado, da indústria e dos meios de comunicação. Fonte: elaborado pelo autor. Falando ainda sobre dados secundários, como podemos avaliar se os dados são ou não efetivos? Existem algumas maneiras para avaliar. Vamos ver quais são? Especificações: metodologia usada para coletar os dados A metodologia para coletar os dados deve ser examinada cuidadosa- mente a fim de identificar possíveis fontes de erro. Há alguns fatores, como o tamanho da amostra, o índice de respostas e sua qualidade e a elaboração do relatório, que são dados importantes na identificação de erros, assim como 44 na análise da relevância dos dados. Uma das vantagens em usar os dados da fonte original é que a concepção da pesquisa é fornecida como parte do estudo original publicado. Erro: precisão dos dados Tanto os dados secundários quanto os primários podem conter erros, originados dos estágios de abordagem e concepção da pesquisa, amostragem, coleta de dados, análise e elaboração do relatório do projeto. Além disso, é difícil avaliar a precisão dos dados secundários quando o pesquisador não participou diretamente da coleta. Os dados secundários podem ser obtidos diretamente da fonte que os originou ou de uma fonte secundária que garanta os dados de outras pessoas. Quanto mais afastado você estiver da fonte de dados original, maior é a possi- bilidade de problemas de imprecisão. Prefira sempre utilizar a fonte original para que garanta a qualidade de seus dados. Atualidade: quando os dados foram coletados Tenha em mente que os dados secundários, mesmo os publicados recen- temente, podem não ser atuais. Há um intervalo entre a coleta dos dados e a sua publicação, como é o caso dos dados do Censo, devido à complexidade na coleta de dados, validação dos dados obtidos e tempo de publicação. Reflita Embora os dados do Censo de 2017 sejam completos, eles podem não ser aplicáveis a uma área metropolitana cuja população tenha mudado rapidamente nos últimos anos. Esses dados podem não ser suficiente- mente atuais para serem usados no planejamento de locais para novas lojas em 2019. Felizmente, várias empresas de pesquisa de mercado atualizam os dados do Censo periodicamente e tornam as informações atuais disponíveis por um certo preço. Além disso, os dados podem não ser atualizados frequentemente para que respondam às questões relacionadas ao problema em pauta. Exemplificando Considere os dados secundários relacionados às vendas no varejo. Quando as informações forem interpretadas, surgirão perguntas a respeito da definição das vendas: se foram brutas ou líquidas ou se representam vendas à vista ou a crédito. Por exemplo, se uma empresa de cartões decidir investigar as vendas dos serviços de cartão de crédito, 45 esse nível de distinção se torna crítico. Ela gasta milhões de dólares com a comercialização do cartão para os varejistas e anuncia o cartão para os consumidores com o tema “Está em todos os lugares em que você estiver”. Ainda podemos dizer que os dados podem ser medidos em unidades diferentes do atual problema. Por exemplo, a renda pode ser medida por indivíduo, família, domicílio; bruta ou líquida. Se as categorias de renda relatadas nas fontes secundárias forem diferentes das exigidas pela pesquisa, as informações podem não ser úteis. Se a pesquisa tem como objetivo consumidores com rendas brutas anuais por domicílio acima de 90 mil reais, os dados secundários com as categorias de renda inferiores não terão utilidade. Por isso, é importante que avaliemos os dados antes de produzir uma pesquisa. E falando em tipos de abordagem de pesquisa podemos utilizar a técnica de abordagem pessoal. Uma delas é a entrevista, uma forma de coleta de dados na o investigador tem contato direto com o pesquisado, para se inteirar das opiniões sobre um assunto previamente determinado em no plano de pesquisa. Marconi e Lakatos (1999) define entrevista como agrupamento de duas ou mais pessoas, que tem como objetivo obter informações sobre determinado assunto. Segundo Dencker (2000), a entrevista pode ser estruturada, quando é seguida de um roteiro estabelecido no plano da pesquisa; nessa prática não é permitida a alteração das perguntas, inverter a
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