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Anatomia da Medula Espinhal

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Anatomia da medula espinhal
	A medula espinhal é uma estrutura que compõe o Sistema Nervoso Central, de forma cilíndrica alojada no canal vertebral, sem ocupa-lo totalmente. A medula é responsável por:
1. realizar o controle dos movimentos do corpo, 
2. regular as funções viscerais, 
3. processar as informações sensoriais dos membros, tronco e órgãos internos,
4. conduzir o fluxo de informações aferentes e eferentes ao encéfalo. 
A medula trata-se de uma massa de tecido nervoso de aproximadamente 45 centímetros, e termina afinando-se para formar um cone (cone medular) que continua com um delgado filamento (filamento terminal). 
Obs.: A medula termina ao nível de L2 (2° vértebra lombar), sendo abaixo deste nível a cauda equina (aglomerado de raízes). 
	O calibre da medula não é uniforme, apresentando 2 dilatações: 
· Intumescência cervical = nível cervical (C1 a C7).
· Forma plexo braquial → Inervação dos membros superiores.
· Intumescência lombossacral = nível lombar (L1 a L5). 
· Forma plexo lombossacral → Inervação dos membros inferiores.
Tais dilatações correspondem ao local de origem das raízes nervosas que constituirão os plexos braquial e lombossacral, responsáveis pela inervação dos membros superiores (braquial) e inferiores (lombossacral).
Obs.: A medula apresenta a espessura de um dedo indicador. 
	Base do crânio
	C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7 e C8
	Nervos cervicais
	T1, T2, T3, T4, T5, T6, T7, T8, T9, T10, T11 e T12
	Nervos torácicos
	L1, L2, L3, L4 e L5
	Nervos lombares
	S1, S2, S3, S4 e S5
	Nervos sacrais e coccígeos
	CO
	Nervo coccígeo
	Cóccix
A medula também é dividida em 4 regiões topográficas – cervical (nervos cervicais), torácica (nervos torácicos), lombar (nervos lombares) e coccígea – sendo seu comprimento menor que o canal vertebral, e os nervos espinhais correlacionando topograficamente com as respectivas vértebras. 
Obs.: Limite superior é o Forame Magno, e o limite inferior é a L2. 
	O par de nervos C1 passa entre o crânio e o atlas, com pares de nervos cervicais subsequentes saindo pelo forame intervertebral acima da vértebra C2. O nervo C2 sai através do forame intervertebral acima da vértebra C2, e assim por diante até C8 (que sairá através do forame intervertebral acima da vértebra de T1). Os nervos torácicos, lombares e sacrais saem através do forame intervertebral abaixo da vértebra do mesmo número. 
Campo radicular motor: território de inervação muscular de uma única raiz ventral. A inervação de um músculo pode ser unirradicular (intercostal) ou plurirradicular (majoritariamente). 
	A principal função da medula espinhal é transmitir impulsos nervosos sensitivos captados através dos nervos espinhais para o encéfalo, e também transmitir impulsos nervosos motores do encéfalo para os neurônios motores da coluna anterior da medula espinhal. 
	Coluna anterior
	Constituída por neurônios motores, conduzindo impulsos de motricidade para os nervos espinhais.
	Coluna posterior
	Constituída por neurônios sensitivos, conduzindo impulsos de sensibilidade dos nervos para a medula.
	Observe que mesmo a medula espinhal terminando em L2, os nervos que saem de cada porção/segmento continuam saindo abaixo da coluna até a região final. 
No final da medula espinhal, abaixo da última vértebra lombar, temos os filamentos radiculares (raiz dorsal do nervo espinhal), o gânglio espinhal, o cone medular, o sacro e o filamento terminal.
 A medula em corte transversal permite a percepção do aglomerado de neurônios na parte cinzenta que formam as intumescências. Na região da intumescência cervical, a substancia cinzenta é mais desenvolvida, assim como na lombar. Na região torácica, no entanto, não há formação de plexo, e sua região cinzenta não é muito desenvolvida. 
»Organização segmentária externa
	A superfície é marcada por diversas estruturas e sulcos longitudinais, descritos como:
1. Comissura branca e comissura cinzenta.
2. Cornos lateral, anterior e posterior.
3. Funículos anterior, lateral e posterior.
4. Sulco mediano posterior.
5. Sulco ântero-lateral.
6. Sulco póstero-lateral.
7. Sulco intermediário posterior.
8. Fissura mediana anterior. 
Nos sulcos ântero-lateral e póstero-lateral ocorrem a conexão, respectivamente, com as raízes anteriores e posteriores dos nervos espinhais. 
	Na medula, a substancia cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta. Nela distinguimos de cada lado 3 colunas que aparecem como os cornos. A coluna lateral só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. No centro da substancia cinzenta, localiza-se o canal central da medula (canal do epêndima), resquício da luz do tubo neural do embrião. 
	A substancia branca da medula é formada por fibras, sendo a maioria delas mielínicas. Tais fibras sobem e descem na medula espinhal e podem ser agrupadas em funículos anterior, posterior ou lateral. 
O funículo posterior (entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, é dividido na parte cervical da medula pelo sulco intermédio em fascículos grácil e cuneiforme. 
Através de filamentos radiculares, as raízes anterior e posterior dos nervos espinhais fazem conexões com a medula espinhal nos sulcos ântero-lateral e póstero-lateral. Essas conexões com os nervos espinhais marcam os segmentos medulares (não há correspondência exata entre os segmentos medulares e as vertebras).
→Substância cinzenta	
A substancia cinzenta da medula é formada por corpos de neurônios, neuroglia e fibras que estão chegando e saindo dos neurônios.
	Parte posterior
	Chegam neurônios sensitivos (somática e visceral).
	Parte anterior e lateral
	Saem neurônios motores viscerais e somáticas.
A parte cinzenta da medula é formada por núcleos e subdividida em lâminas. São 10 laminações, sendo a 10° no canal central da medula. 
1. Dorsal 
a. Lâmina I (marginal, posteromarginal)
b. Lâmina II (substancia gelatinosa)
c. Lâmina III
d. Lâmina IV (núcleo dorsal).
2. Lateral
a. Lâmina VII (zona intermediária)
3. Ventral
a. Lâmina VII
b. Lâmina IX
4. Lâmina X (centro medular)
→Substancia branca
	É a região de trafego de fibras nervosas mielinizadas. Possui vias descendentes (encéfalo – medula), vias ascendentes (medula – encéfalo) e fibras próprias de medula (tratos propioespinnhias). 
	Fascículo cuneiforme e o fascículo grácil são os locais onde passam fibras aferentes, sensitivas, ascendentes. O trato corticoespinhal lateral e o trato corticoespinhal anterior são os locais onde passam as fibras motoras, descendentes. Por fim, o trato espino talâmico lateral e o trato espino talâmico anterior é por onde as vias sensitivas passam. 
»Envoltórios da medula espinhal
	Assim como todo o sistema nervoso central, a medula é envolvida por membranas fibrosas – meninges – que são a Dura-máter, Aracnóide-Máter e Pia-Máter. 
	Dura-máter: é a mais espessa, mais externa e mais resistente, envolvendo a medula como um dedo de luva, o saco dural. No crânio, a dura-máter continua-se como dura-máter craniana. 
	Aracnoide-máter: situa-se entre a dura e a pia-máter, compreendendo um folheto justaposto à dura-máter e uma profusão de trabéculas, que une este folheto à pia-máter. 
	Pia-máter: por fim, a pia-máter e a membrana mais delgada e mais interna, aderente ao tecido nervoso da superfície da medula espinhal. Quando a medula espinhal termina no cone medular. A pia-máter continua caudalmente, formando o filamento terminal. Em cada lado da medula, a pia-máter forma uma prega longitudinal (ligamento denticulado) que se dispõe frontalmente sobre toda a extensão da medula. 
	Na medula, também é possível observar 3 espaços:
1. Espaço epidural ou extradural: situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral.
a. Tecido adiposo + plexo venoso interno.
2. Espaço subdural: situado entre a dura-máter e a aracnoide-mater.
a. Contém uma quantidade de liquido suficiente para evitar aderência das superfícies.
3. Espaço subaracnóideo: situado entre a aracnoide e a pia-máter.
a. Contém o líquor (líquido cérebro-espinhal). 
	Lesão acima de C5 (intumescência cervical)
	A respiraçãoprovavelmente será interrompida.
	Lesão abaixo ou a nível de C5
	Paralisia dos membros superiores e inferiores (tetraplegia)
	Lesão abaixo da intumescência lombar
	Paralisia dos membros inferiores (paraplegia)
»Nervos espinhais
	Os nervos são cordões esbranquiçados constituídos por fibras nervosas (axônios) reforçadas por tecido conjuntivo, unindo o sistema nervoso central aos órgãos periféricos. 
· Os nervos podem ser espinhais ou cranianos, conforme esta união se faça com a medula espinhal ou com o encéfalo. 
Morfologia: perineuro → epineuro → fascículo → endoneuro → bainha de mielina → fibra nervosa. As fibras nervosas variam no calibre e possuem bainha de mielina ou não. 
	Gânglio: é um aglomerado de corpos de neurônios no sistema nervoso periférico, e apresentam-se geralmente como uma dilatação. 
· Gânglio nervoso: aglomerado de corpos de neurônios no sistema nervoso periférico.
· Gânglio espinhal (sensitivo), gânglio do nervo craniano (sensitivo), gânglio do sistema nervosos autônomo (motor) – gânglio visceral (parassimpático) e gânglio simpático (cadeia simpática).
Terminações nervosas: estão na extremidade de fibras sensitivas e motoras. Nas fibras motoras o exemplo mais típico é a placa motora. Já nas fibras sensitivas, são estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos. 
· Os receptores cutâneos medeiam a sensação extereoceptiva: dor superficial (lenta e rápida), temperatura (frio e calor), tato-pressão e tato-vibração, coceira ou prurido. 
→Receptores somáticos
1. Terminações livres: localizados por toda a pele, órgãos internos, vasos sanguíneos e articulações; a transdução é mecanoelétrica, termoelétrica e quimioelétrica.
a. Fibras C e Ay
b. Função: dor, temperatura (calor), tato grosseiro e propriocepção.
2. Corpúsculos de Meissner: localizados na epiderme glabra; a transdução é mecanoelétrica.
a. Fibras A-beta
b. Funções: tato, pressão vibratória (textura).
3. Corpúsculos de Paccini: localizados na derme, periósteo e paredes viscerais; a transdução é mecanoelétrica.
a. Fibras A-beta
b. Funções: pressão vibratória (textura).
4. Corpúsculos de Ruffini: localizados por toda a derme; a transdução é mecanoelétrica.
a. Fibras A-beta
b. Funções: endentação da pele.
5. Discos de Merkel: localizados por toda epiderme glabra e pilosa; a transdução é mecanoelétrica.
a. Fibras A-beta
b. Funções: tato e pressão-estática.
6. Bulbos de Krause: localizados nas bordas da pele com as mucosas; a transdução é mecanoelétrica.
a. Fibras A-beta
b. Funções: Tato e temperatura (frio).
7. Folículos pilosos: localizados por toda pele pilosa; a transdução é mecanoelétrica.
a. Fibras A-beta
b. Funções: tato.
8. Órgãos tendinosos de Golgi: localizados nos tendões; possuem transdução mecanoelétrica.
a. Fibras Ib
b. Funções: propriocepção.
9. Fusos musculares: localizados nos músculos esqueléticos; possuem transdução mecanoelétrica.
a. Fibras Ia e II
b. Funções: propriocepção.
10. Placa motora: localizadas nos músculos esqueléticos; possuem transdução motora.
a. Fibras alfa
b. Funções: motora.
→Nervos espinhais
	São 31 pares de nervos espinhais que mantêm conexão com a medula e abandonam a coluna vertebral através dos forames intervertebrais. 
		8 pares cervicais (C1 a C8).
		12 pares torácicos (T1 a T12).
		5 pares lombares (L1 a L5).
5 pares sacrais (S1 a S5).
		1 par coccígeo (CC1).
Obs.: Dermátono é o território cutâneo de inervação sensorial da pele por uma única raiz dorsal. Esse dermátono é identificado pelo nome da raiz que o inerva. 
· Os dermátonos, portanto, podem ser sacral, lombar, torácico ou cervical!
	Os plexos são formações anatômicas onde as fibras dos ramos ventrais se entrelaçam sem perder a funcionalidade individual de suas fibras. Existem 4 plexos nervosos: cervical (C1 a C4), braquial (C5 a T1), lombar e sacral (L2 a S4). Vários nervos são plurissegmentares. 
Obs.: Na região torácica os nervos espinhais não formam plexos exceto o nervo T1. 
	Nervos terminais: são nervos que saem dos plexos. Geralmente levam o nome da região de sua localização (ex. Nervo Radial e Nervo Femoral).

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