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DPOC: Diagnóstico, Tratamento e Nutrição

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Profª. Drª. Carla Laíne
Nutricionista
Introdução
Respiração
• Utiliza O2 do ambiente e elimina CO2 produzido nas células
• Pacientes com DPOC evoluem intolerância ao esforço
Introdução
Os pulmões têm diversas funções metabólicas:
1. Equilíbrio adequado entre CO2 e O2 →
equilíbrio ácido-base
2. Os pulmões sintetizam ácido araquidônico→
prostaglandinas ou leucotrienos
3. Os pulmões convertem angiotensina I em 
angiotensina II através da enzima conversora 
de angiotensina (ECA) →aumenta a pressão 
sanguínea
4. Surfactante → estabilidade pulmonar
DPOC
Enfermidade respiratória
• Prevenível e tratável
• Obstrução lenta e progressiva das vias aéreas/ parcialmente reversível
• Exacerbação leva à hospitalização, entubação e ventilação mecânica
Enfisema (tipo I) Bronquite Crônica (Tipo II)
Alargamento e 
destruição anormal e 
permanente dos 
alvéolos
Tosse produtiva com 
inflamação dos 
brônquios e outras 
alterações pulmonares
Epidemiologia
Afeta
• 300 milhões de pessoas no mundo
• 7,3 milhões de Brasileiros
• Prevalente em >50 anos
• É a 7º causa de morte no país
• 37 mil óbitos por ano
• Em 2008 → >128 mil pessoas hospitalizadas
Fonte: Datasus
Fatores de Risco
• Genes
• Exposição à partículas
• Crescimento e desenvolvimento pulmonar
• Sexo masculino
• Idade (>40)
• Insuficiência respiratória na infância
• Status sócio-econômico
• Desnutrição
• Comorbidades
1. Fumaça de cigarro
2. Poeiras ocupacionais
3. Combustão de lenha
4. Poluição do ar exterior
Fisiopatologia
VEF1: o volume de ar expirado 
vigorosamente durante o primeiro 
segundo depois de fazer uma 
inspiração completa
AVDS: limitação nas atividades da vida 
diaria (AVDs).
Dispneia é a sensação de falta de 
ar, dificuldade de respirar ou 
respiração incompleta
Paciente com DPOC
Hipermetabólico e Hipercatabólico
Enfisema (tipo I):
• Magros e frequentemente caquéticos. Em geral são mais velhos e apresentam
hipoxia leve, com valores normais de hematócrito. A condição de insuficiência
cardíaca se desenvolve tardiamente no curso da doença.
Bronquite crônica (tipo II):
• Sem perda de peso, inclusive presença de obesidade (exceto fase terminal). Processo
infeccioso e Tosse crônica. A hipoxia é proeminente nesses pacientes, os valores de
hematócrito mostram-se aumentados e a insuficiência cardíaca se desenvolve
precocemente.
Paciente com DPOC
Sintomas
• Fadiga
• Dificuldade em respirar
• Tosse com produção de catarro
• Dificuldade em realizar exercício físico
• Síndrome da Disfunção Muscular Esquelética (SDM)→ atrofia (sarcopenia), perda de 
força e potência muscular
Sedentarismo, Hipóxia, Hipercapnia (↑CO2), Depleção 
nutricional, uso crônico de medicamentos, alterações induzidas 
pela idade, disfunção hormonal e inflamação sistêmica
• Cefaleia e confusão mental
• Dificuldade de mastigação e de deglutição por causa da dispneia, 
• Constipação intestinal decorrente da escolha de alimentos com baixo teor de fibras, 
• Diarreia→ peristaltismo defeituoso, resultante da falta de oxigênio no TGI
• Gasto de energia elevado →obstrução do fluxo → Aumento do esforço respiratório.
• Inflamação respiratória →Mediadores bioquímicos (hormônios e citocinas) 
• Aumento da suscetibilidade a infecções. 
Sintomas
Diagnóstico
• Sintomas crônicos respiratórios: tosse, secreção, dispnéia. 
• Exposição a fatores de risco. 
• Avaliação espirométrica: VEF1/CVF< 70%. 
• Outros exames: RX tórax, oximetria/gasometria. 
Diagnóstico preciso e prematuro é a chave do tratamento
Vef1 : volume Expiratório Forçado no 
Primeiro segundo / Capacidade Vital 
Forçada (CVF)
Diagnóstico
Tratamento Médico
• Programas de reabilitação pulmonar
• Terapia com oxigênio
• Medicamentos: broncodilatadores, glicocorticoides e agentes
• mucolíticos, em conjunto com antibióticos para tratar infecções.
• Transplante de pulmão
Objetivo da Terapia Nutricional
• Melhorar o estado nutricional: preservar a função respiratória e músculos 
respiratórios
• Tratar desnutrição e obesidade
• Melhorar anorexia
• Controlar interação droga-nutrientes
• Evitar infecções respiratórias
• Prevenir e tratar desidratação
• Evitar constipação e distensão abdominal
• Exacerbações: reduzir catabolismo e perda nitrogenada
• Estabilidade: promover a repleção nutricional
Meta calórica 
1,3 x maior do que a taxa metabólica em 
repouso para o paciente com DPOC
Condutas
• Suspensão do tabagismo 
• Oxigênio (manter SpO2 entre 90-82) 
• Exercício físico 
• Técnicas de respiração 
• Medicação (antibióticos, corticoesteróides, broncodilatadores, mucolíticos, alfa-1-
antitripsina- inibe a elastase neutrofílica pulmonar.) 
• Vacinação (gripe, pneumonia) - reduz 50% da mortalidade 
• Apoio familiar 
Identificar o Estado Nutricional
• Desnutrição
• Sobrepeso/Obesidade
Avaliação Nutricional
Desnutrição
• Tipo marasmático (calórico-proteica)
• Maior proporção entre idosos. 
• Aumenta a morbidade, hospitalização, permanência hospitalar e mortalidade. 
• Reduz força muscular respiratória 
• Reduz cinética de trocas gasosas 
• Compromete imunocompetência
• Compromete tolerância ao exercício 
• Eleva o risco de depressão e ansiedade 
Sobrepeso/Obesidade
• Eleva atividade cardíaca 
• Eleva atividade pulmonar 
• Aumento da gordura abdominal impede boa expansão pulmonar
Avaliação Nutricional
Capacidade Funcional
Avaliação Nutricional
• IMM: índice de massa magra
• Massa magra (kg)/ Estatura² (m)
• BIA
• Boa correlação com VO2
Avaliação Nutricional
IMC ponto de corte diferente
Se IMC < 21kg/m²→ Depleção
Ideal →22-27 kg/m²
Avaliação Nutricional
4 diferentes fenótipos 
Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4
Caquexia Semi-inanição Atrofia muscular Eutrofia
IMC< 21 e IMM < 16 (♂) ou < 
15 (♀) kg/m²
IMC < 21 e IMM ≥ 16 (♂) ou 
≥ 15(♀) kg/m²
IMC ≥21 e IMM < 16 
(♂) ou < 15(♀) kg/m²
IMC ≥21 e IMM ≥ 16 
(♂) ou ≥ 15(♀) kg/m²
Energia
Energia
Proteína
• Micro: Mg, Ca, D, K
• Cor pulmonale: restrição de líquido e sódio
Carboidrato
Lipídeo
Micronutrientes
Avaliar!!
Somente em 
casos de 
deficiência!
Zinco, selênio, E
Líquido
Características da Dieta
• Consistência modificada: redução do trabalho mastigatório; controle da anorexia 
• Aumentar fracionamento e reduzir volume 
• Aumentar densidade nutricional das refeições 
• Controle da distensão e empachamento 
• Ingerir alimentos com maior densidade calórica no início do dia e da refeição 
• Não utilizar líquidos durante a refeição - 1 hora após 
• Evitar líquidos muito frios ou muito quentes 
Estratégias para aumento do aporte calórico
1. Descansar antes das refeições e comer devagar
2. Agendar uso de medicações expectorantes longe do horário das refeições
3. Ingerir primeiramente os alimentos mais calóricos
4. Ter alimentos preparados para os períodos de aumento da dispineia e fadiga
5. Aumentar a quantidade de fibras e a ingestão de água, se necessário
6. Adicionar manteiga, margarina, maionese, creme de leite para aumentar o valor calórico
dos alimentos, se necessário
Se o paciente apresentar: anorexia, saciedade precoce, dispneia, fadiga, constipação,
disfagia
Dieta Enteral e Suplementos
• A suplementação nutricional enteral pode ser usada para aumentar a ingestão de
calorias e de nutrientes para alguns pacientes portadores de DPOC.
A redução no consumo alimentar no paciente com Doença Pulmonar Obstrutiva 
Crônica (DPOC) é decorrente de diversos sintomas característicos da doença. 
Assinale a alternativa que contém os principais.
A) Cefaleia, tosse e secreção, vertigem.
B) Diarreia, anorexia, dor muscular, êmese.
C) Dispneia, anorexia, tosse e secreção, saciedade precoce.
D) Mucosite, constipação, dispneia, tosse.
E) Flatulência, saciedade precoce, êmese, diarreia.

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