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NUTMED_Pediatria_RNBP,_Prematuridade,_Pré_escolar_e_escolar

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186 
 
 
 
 
Classificação do recém nascido: 
 
 Peso ao nascimento (deve ser medido na 1º hora 
de vida ): 
o Recém-nascido de baixo peso ao nascer (RNBP) 
é aquele com igual ou menos de 2500g 
o Recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer 
são aquele com peso inferior a 1500g 
o Recém-nascido de extremo baixo peso é aquele 
com peso de nascimento menor que 1000g. E menos de 28 
semanas de gestação (Chemin) 
 
 Idade gestacional (IG) 
o Inferior a 37 semanas são chamados de 
prematuros ou pré-termos (RNPT) 
o Entre 37 e 41 semanas e 6 dias é uma gestação a 
termo 
o 42 semanas completas ou mais são os pós 
termos 
 
 Percentil: relaciona peso e idade gestacional 
(Chemin): 
o PIG: peso ao nascimento menor do que o 
percentil 10 do peso padrão para aquela idade gestacional 
o AIG (apropriado para idade gestacional): peso ao 
nascimento entre p10 e p90 na curva de crescimento intra 
uterina 
o GIG (grande para idade gestacional): acima do 
p90 no gráfico de crescimento intra-uterino 
 
A aceleração ou o retardo do crescimento pode 
ocorrer independente do tempo de duração normal da 
gestação (Chemin). Os RN podem ter nascido a termo, 
mas apresentar condição desfavorável devido a um RCIU 
ou à desnutrição fetal. Neste caso, será chamado de 
pequeno para idade gestacional (PIG). 
Porém existe aquele que é AIG e apresenta baixo 
peso ao nascer (BPN) devido ao parto prematuro que 
pode ter sido ocasionado por condições como 
desnutrição, etilismo e tabagismo maternos. 
O BPN pode ser atribuído a um período de 
gestação abreviado, a prematuridade ou a taxa de 
crescimento intra uterino retardada, o que o torna PIG. 
Para classificar se o bebê, seja ele prematuro ou 
não, é PIG, AIG ou GIG, é necessária a utilização de 
curvas de crescimento, essa relação influenciará nas 
necessidades fisiológicas, nutricionais e em toda 
abordagem clínica e de desenvolvimento. 
Essa relação reflete o adequado crescimento 
intrauterino e tem como objetivo antecipar a avaliação 
da morbimortalidade neonatal, sendo recomendada pela 
Academia Americana de Pediatria para todos os RN 
(Chemin). Os PIG ou GIG irão apresentar problemas 
clínicos imediatos ou tardios inerente à sua categoria, o 
que torna importante a sua classificação (Chemin). 
O retardo de crescimento intrauterino pode ser 
classificado de acordo com a duração e qual fase da 
gestação foi acometida por certas afecções. 
 
Proporcional ou crônico (= simétrico – Chemin) 
Nasce com baixo peso, mas proporcional em 
relação ao comprimento que está comprometido (e 
perímetro cefálico < p10). Acometimento ocorre no início 
da gestação, resultando em um menor crescimento 
esquelético e cerebral. Dificilmente a criança consegue 
recuperar a estatura no período pós natal, mas pode 
manter o canal de crescimento ascendente se apresentar 
velocidade de crescimento adequada; porém sempre se 
manterá abaixo do referencial. 
 
Desproporcional ou agudo (= assimétrico – Chemin) 
Seu peso é baixo e desproporcional em relação à 
altura que não está comprometida (e perímetro cefálico 
entre p10-p90). O RN sofreu restrição somente no último 
período de gestação. Pode ser resultante de patologias 
obstétricas, diminuição da permeabilidade da placenta. 
No período pós natal, se houver condições ambientais 
favoráveis, ocorrerá catch up e essa criança mudará o 
canal de crescimento, atingindo valores de referência. 
 
Determinação da idades gestacional: 
 
A) Pré natal 
Pode ser estimada: DUM; Altura uterina; Presença de 
quickening (primeiros movimentos do feto que podem ser 
sentidos pela mãe); Batimentos cardíacos; Avaliação da 
ultrassonografia. 
 
B) Após o nascimento 
É determinada pela avaliação clínica, cujos 
parâmetros são: sinais neurológicos que dependem 
principalmente das posturas e sons; e características 
externas que refletem a maturidade física do lactente. 
A determinação da idade gestacional é feita pelo 
método de Capurro, mas pode ser estimada pela 
seguinte simples equação, que permite a classificação da 
prematuridade: 
 
 
 
O método de Capurro pode ser realizado logo 
após o nascimento, mas não oferece precisão para 
prematuros com menos de 34 semanas (Chemin). 
Avaliam-se características como textura da pele, 
dobras plantares, glândulas mamárias, forma de orelha 
e formação do mamilo. 
No caso de prematuros com menos de 34 
semanas se faz o New Ballard. 
 
 
 
 
 
 
 
IC = peso (g) x 4 / 5 
RECÉM-NASCIDO DE BAIXO 
PESO E PREMATURIDADE 
Prof Alessandra Mulder 
alessandra.mulder@gmail.com 
 
187 
 
Classificação da prematuridade 
 
Idade Gestacional 
Classificação 
Características 
37 a 38 
35 a 37 (Chemin) 
Prematuridade limítrofe 
Apresentam boa evolução, 
pode ter sucção débil. 
Cuidados mais específicos 
quanto à sucção, ou seja, 
o método de alimentação 
31 a 36 
31 a 35 (Chemin) 
Prematuridade moderada 
Esse bebê geralmente tem 
entre 1600 e 2500g, 
comprimento entre 39 e 
46 cm e perímetro cefálico 
de 29 a 33cm. São mais 
susceptíveis a anóxia 
(imaturidade pulmonar), 
hiperbilirrubinemia, 
hipoglicemia, hipocalcemia, 
hiponatremia e infecções 
pela maior vulnerabilidade 
imunológica. Neste grupo 
aplica-se a correção para 
IG * 
24 a 30 
Prematuridade extrema 
Este tem geralmente peso 
< 1500g, comprimento < 
38 cm e perímetro cefálico 
< 29 cm. Podem ter o 
mesmo problema que os 
moderados, mas com 
maior gravidade e maior 
risco para enterocolite 
necrotizante e anomalias 
cardíacas. 
*Correção = IG (idade cronológica) – tempo em 
semanas que faltou para completar o termo (40sem). Ex: 
RNPT com 8 semanas de vida, nasceu com 35 SG; logo 
possui Idade Corrigida = 3 semanas idade cronológica (8 
sem) – falta para o termo (40 – 35 = 5 sem). A idade corrigida 
deve ser aplicada: 
 
Medidas Accioly 2009 
Comprimento 36 meses 
Peso 24 meses 
PC 18 meses 
 
Avaliação do crescimento 
 
Estas crianças são avaliadas utilizando-se as 
curvas de crescimento de crianças normais, utilizando-se 
a idade corrigida (Accioly). 
Mas segundo a Chemin, o RN de muito baixo peso, 
por apresentar mais intercorrências clínicas prolongando 
o tempo de internação, deve ser acompanhado pelo 
gráfico de Ehrenkranz, que considera evolução do peso, 
do comprimento e do perímetro cefálico em um período 
de 104 dias, já os de baixo peso, poderão ser 
acompanhados durante os primeiros 40 dias pelo gráfico 
de evolução ponderal descrito por Shaffer (Chemin). 
Pode-se usar complementarmente pode-se utilizar 
algusn índices como: Roher, ganho de peso diário e 
evolução semanal de comprimento e do perímetro cefálico 
que são bons parâmetros para a avaliação do crescimento: 
 
1) Índice de Roher 
É um índice de proporcionalidade, indica risco de 
morbidade perinatal, é um índice de crescimento que 
caracteriza o tipo de crescimento intra-útero, dada pela 
equação: 
 
 
 
 
Classificação: 
< 2,2 = crescimento retardado 
2 ,2 -3,0 = crescimento normal 
> 3,0 = crescimento excessivo 
 
2) Ganho de peso diário e de comprimento e 
perímetro cefálico semanais 
 
 A termo Prematuro 
Ganho de peso 
médio/dia 
25 a 30g/dia 14,5 g/dia 
Incremento de 
altura 
5 cm/mês 1,28 
cm/semana 
Perímetro 
cefálico 
1,1 cm/semana 0,98 
cm/semana 
 
O recém nascido pré-termo tem 4 fases de 
crescimento: 
 
1) Fase inicial (período de perda de peso): 
Não há ganho de peso real, só redistribuição 
hidroeletrolítica, com perda de peso fisiológica de 5 a 10% 
do peso do nascimento.A perda de peso é inversamente 
proporcional ao peso do nascimento. 
 
2) Fase transitória (período de mínimo crescimento – 
Chemin): Tem ganho ponderal discreto, desde que haja 
aporte protéico calórico mínimo. Espera-se que as 
intercorrências clínicas tenham sido controladas. Quanto 
menor o RN maior a sua duração. 
 
3) Fase de crescimento acelerado ou de crescimentode recuperação (catch up): Controladas as intercorrências, 
nesta fase o recém nascido tem incremento no ganho de 
peso e no crescimento linear. É a fase de crescimento 
compensatório. Ele ultrapassa a velocidade de 
crescimento normal, sendo inversamente proporcional ao 
peso de nascimento. O pico de velocidade ocorre nos 
primeiros 2 meses (Chemin). 
 
4) Fase de crescimento normal (período de 
normalização do crescimento – Chemin): O déficit do 
nascimento é compensado e o recém nascido assume a 
velocidade de crescimento de crianças nascidas a termo, 
sendo inversamente proporcional ao peso de nascimento. 
Dentro de suas potencialidades genéticas (Chemin). 
 
 
IC = peso x 100 / comprimento (cm3) 
 
188 
 
Características estruturais do RNBP ou RNPT 
 Redução da estatura, comprimento do fêmur, 
comprimento dos pés, perímetros cefálico (PC), torácico 
(PT) e abdominal (PA), 
 Redução da circunferência da coxa, do braço e 
PCT (reserva adiposa insuficiente) 
 Desproporção da relação cérebro-fígado (fígado é 
proporcionalmente diminuído em relação ao cérebro) 
 Desproporção da relação PC/PT (PC>PT) 
 Retardo no desenvolvimento epifisário 
 
Características sistêmicas 
 Perda de peso fisiológica: PIG: < 5% do peso ao 
nascer; AIG: 5 – 10% do peso ao nascer. Quanto mais 
imatura a criança maior a perda (Dan). A perda de água é 
mais intensa em prematuros extremos (< 1000g) pelo fato 
de sua pele não ser queratinizada e ser mais permeável à 
água (Chemin). 
 Diminuição da filtração glomerular (↓ reabsorção 
de sódio, glicose e aminoácidos, além da excreção de 
bicarbonato) e do envoltório de gordura (isolamento 
térmico) 
 Aumento da viscosidade sanguínea (massa 
eritrocitária, hematócrito) 
 Diminuição do envoltório de gordura (isolamento 
térmico) 
 Retardo na maturação pulmonar (hipóxia crônica 
e consumo de oxigênio c/ retenção de gás carbônico) 
 Diminuição do glicogênio cardíaco e da largura 
das fibras miocárdicas 
 
Características metabólicas 
 
 Metabolismo de glicídeos: Tem-se hipoglicemiade 
vido à: 
o imaturidade dos mecanismos de adaptação ao 
jejum, 
o aumento do consumo de glicose pelo cérebro, 
diminuição da gliconeogênese, 
o diminuição das reservas de glicogênio hepático e 
cardíaco, 
o desproporção entre o tamanho cérebro/fígado (o 
consumidor de glicose é maior que o produtor) e 
o pela redução da resposta de liberação de 
catecolaminas. 
O cérebro dos RNPT são mais resistentes à 
hipoglicemia quando comparados aos adultos, porém os 
sinais clínicos não são tão evidentes e podem ocorrer 
danos neurológicos. Para evitar a hipoglicemia é 
recomendado (Accioly 09): 
 
 
 Metabolismo das proteínas: A redução da reserva 
energética ao nascimento (seria feita nos último 3 meses 
de gravidez) provoca um estado catabólico protéico, 
promovendo aumento plasmático do íon amônio (com a 
imaturidade do ciclo da uréia pode levar a hiperamonemia), 
uréia e ácido úrico, e creatinina, que podem levar a 
acidose metabólica. 
Há redução da atividade da cistationase (conversão 
da metionina em cisteína), com isso a taurina e a cistina se 
tornam AA essenciais no RNPT. A taurina é essencial para 
o desenvolvimento da retina, do fígado e do SNC. 
 
 
 
 Metabolismo de lipídeos: Tem-se acentuada 
capacidade de lipólise, dificuldade de prolongar a cadeia 
do ácido linoléico a ácido graxo ômega 3 (fazendo com 
que o ácido linoléico e alfa-linolênico sejam essenciais, 
estes são precurssores do AA e DHA) e a deficiência do 
sistema carnitina para β-oxidação, tornado-os essenciais 
para os PMT. 
 
Particularidades morfofuncionais digestivas: 
 BOCA: debilidades em relação à sucção (iniciaria 
na 28º sem) e a coordenação sucção-deglutição (iniciaria a 
partir da 32 até a 34º semana). As papilas gustativas se 
desenvolvem com 16 semanas e a capacidade de 
diferenciar sabores é plena ao nascimento (Dan) 
 
 ESÔFAGO: refluxo gastro-esofágico pela 
imaturidade esfincteriana e lento esvaziamento gástrico. 
 
 ESTÔMAGO: lento peristaltismo, retardo do 
esvaziamento gástrico, reduzida capacidade gástrica, 
limitada produção de HCl (50% da do adulto pela ↓ das 
células parietais e imaturidade dos receptores de gastrina) 
e a secretina e a gastrina estão presentes a partir da 20º 
semana. 
 
 FÍGADO: Diminuição das concentrações de 
ácidos biliares (↓ circulação entero-hepática) e menor 
capacidade para conjugação da bilirrubina. 
 
 INTESTINO: vilosidades presentes a partir da 12º 
sem e aprimoramento funcional no último trimestre. 
Peptídeos reguladores no TGI (presentes entre a 6º e a 
16º sem, porém com maturação só nas últimas 10 
semanas) modulam o desenvolvimento morfo-funcional, 
por isso se faz alimentação precoce e enteral mínima para 
promover a maturação dos peptídeos que servirão de 
estímulo trófico à mucosa intestinal. E retardo do 
peristaltismo. 
 
 PULMÃO: Síndrome da angustia respiratória: 
doença pulmonar causada por deficiência de surfactantes, 
 
189 
 
desenvolve-se logo após o nascimento e é comum nos 
lactentes pré termo. 
 
Enzimas digestivas: 
 
 GLICÍDEOS: a absorção de glicose em RNPT 
corresponde a 50-60% da capacidade do adulto. 
 Amilase salivar: importante a partir da 22º sem. 
Ao nascer equivale a 5 a 10% da do adulto. 
 Amilase pancreática (Accioly, 2009): níveis 
bastante reduzidos. 
 Maltase, sacarase e α-dextrinase: aparecem entre 
a 4º e a 10º sem. Na 28º-34º apresentam 70% da atividade 
total. 
 Lactase: aparece a partir da 10º sem, e entre a 28 
e a 30º apresenta somente 30% da atividade total a termo. 
 
Cae ressaltar que a absorção de glicose em RNPT 
corresponde a 50 a 60% da capacidade do adulto. Por 
esse motivo, os processos digestivos da matodextrina e 
outros polímeros de glicose são mais satisfatórios do que o 
da lactose. 
Assim, a oferta de polímeros de glicose associados a 
menor proporção de lactose, é a melhor estratégia de 
fornecimento de carboidratos para RNPT, nas formulas 
industrializadas (Accioly 09). 
Por esse motivo, as fórmulas para prematuros 
incluem além de lactose, polímeros de glicose, já que o 
transporte ativo de monossacarídeos pela mucosa está 
presente (Dan). 
 
 
 PROTEÍNAS 
 O processo de digestão do RNPT é limitado, mas 
não compromete o aproveitamento nitrogenado. 
 Restrita produção de HCl: leva a menores níveis 
de pepsina, no entato não compromete a o processo 
digestivo da proteína 
 Elevação das proteases pancreáticas a partir da 
28º sem. A partir da 26º sem, o tripsinogênio aparece e a 
tripsina apresenta níveis semelhantes aos do adulto. 
 Quimiotripsina e carboxipeptidase: ao nascimento 
tem de 10 a 60% da atividade do adulto. 
 Aminopeptidases: níveis reduzidos, mas não 
limitam o processo digestivo. 
 
 LIPÍDEOS 
 Lípase do leite materno: é a principal enzima 
lipolítica. Porém, como o leite da própria mãe, na maioria 
das vezes não é ofertado ou é oferecido em pequenas 
quantidades, esta enzima pode ter pouca importância no 
processo de aproveitamento das gorduras (x O LM é 
vantajoso por conter sua própria lípase que auxilia na 
digestão de triglicerídeos - Dan) 
 Lípase lingual e gástrica: importantes no processo 
de hidrólise de TG de cadeia curta e média 
 Lípase pancreática: aparece a partir da 16º sem 
com produção restrita, limita o processo de aproveitamento 
dos lipídeos dietéticos. 
 Sais biliares; na 32º sem encontra-se 50% da 
produção do recém nascido a termo. 
 
O feto inicia a deglutição do líquido aminiótico a partir 
da 16º semana gestacional, de modo que no 3º trimestre o 
volume ingerido é de 150ml/kg/dia, esse líquido contém 
fatores tróficos, como fator de crescimento epidermal, além 
de carboidratos, proteínas, gordura, imunoglobulinas, 
eletrólitos e ainda é bacteriostático. A osmolaridade do 
líquido aminiótico é de 275mOsmol/Le o valor energético é 
de 15kcal/L (Chemin). O RNPT é privado deste preparo 
intraluminal o que pode gerar intolerâncias alimentares 
(Chemin). 
 
 
 
Necessidades nutricionais e aspectos metabólicos do 
RNPT/RNBP 
Objetivo do cuidado nutricional é tentar fornecer 
condições de nutrição semelhantes àquelas que teria no 
útero materno, veiculando os nutrientes necessários ao 
seu crescimento e desenvolvimento (Accioly), 
principalmente o desenvolvimento neurológico, que é o de 
maior risco. 
Baixo aporte nutricional no período em que o cérebro 
está se desenvolvendo resulta em diminuição das células 
cerebrais e dificuldade de comportamento, aprendizagem e 
memória (Accioly 09). Além de prevenir a morbidade 
relacionada à alimentação e melhorar os resultados 
nutricionais a longo prazo (Chemin). 
Algumas estratégias dietéticas utilizadas para o 
RNPT são aplicáveis ao RNBP que não são prematuros, a 
depender do seu estado nutricional e intercorrências as 
quais podem contribuir para um quadro semelhante ao da 
prematuridade (Accioly 09). 
Antes da 34º semana NÃO há uma coordenação 
adequada entre sucção, deglutição e respiração, por isso 
RNPT com essa idade não são introduzidos na via oral e 
sim na sonda naso ou orogástrica até apresentarem 
 
190 
 
coordenação (Chemin), necessitando escolher uma via 
alternativa para fornecimento das necessidades 
nutricionais. 
O valor das necessidades irá variar de acordo com: 
 Idade gestacional; 
 Peso ao nascimento; 
 Via de administração (enteral ou parenteral); 
 Intercorrências clínicas (Chemin). 
 
Necessidade hídrica 
A necessidade em RNPT é muito variável, pois ocorre 
alta perda renal em decorrência de sua imaturidade 
(Chemin). São estimadas com base no elevado conteúdo 
corpóreo hídrico do RNPT/RNBP. Podem exigir: 
 Aumentar a oferta em casos de atividade física 
aumentada (convulsões, desconforto respiratório), 
umidade ambiental baixa, frio ou febre, perdas gastro-
intestinais, calor radiante, fototerapia (aumenta em 20% X 
10 a 16% - Chemin). Além de taquipnéia, infecção e 
glicosúria (Chemin). 
 Diminuir a oferta: insuficiência renal, insuficiência 
cardíaca, pós operatório e meningite. Além da síndrome de 
secreção inapropriada do hormônio antidiurético (10 a 
20%), uso de plástico, umidificação da incubadora, 
ventilação mecânica e encefalopatia hipóxica isquêmica. 
 Aporte em excesso pode levar a: displasia 
broncopulmonar, enterocolite necrotizante e aumento da 
incidência de persistência do canal arterial (Accioly e 
Chemin). E insuficiência cardíaca congestiva e edema 
(Accioly). 
 Aporte inadequado pode levar a: desidratação, 
desequilíbrio de eletrólitos e hipotensão 
 
Período ml/kg para RNBP, 
prematuro ou não 
Capacidade 
gástrica 
1º dia 50 -60 2 ml/kg 
2º dia 90 
3º dia 120 
4º dia 140 16 ml/kg 
5º dia 150 
1ª 
semana 
150-180 (RNBPT) 
180-120 (RNPT) 
Para os de muito baixo 
peso (<1500g) começa-
se com 60 ml e 
aumenta 15 a 30 ml/dia 
até 150 ml/kg/dia entre 
7º e 8º dia 
 
10ª dia 27 ml/kg 
 
 
Necessidades energéticas: 
As necessidades energéticas variam de acordo com o 
metabolismo basal, a velocidade de crescimento, a 
atividade física, o clima, o tipo de alimento, a via de 
administração e a presença de enfermidade (Dan). 
Os RNPT têm necessidade de aporte especial pelo 
seu grau de imaturidade bioquímica, crescimento 
acelerado e maior incidência de complicações clínicas 
(Chemin). 
 
Accioly: Suas necessidades são estimadas com base nos 
gastos energéticos do RNBP, os quais utilizam em torno 
de 40% do seu gasto energético para síntese de proteínas 
(Accioly 09): 
 
 
* Pode variar de 60 a 75 kcal/kg/dia, sendo que o metabolismo 
cerebral corresponde a 40% do metabolismo global. 
 
Na pratica clínica, em geral o aporte de 
120kcal/kg/dia é suficiente para que os RNBP atinjam um 
crescimento satisfatório (Accioly 09): 
 
1ª semana 50-100 kcal/lg/dia 
2ª semana 110-150 kcal/kg/dia 
 
Entretanto, para alguns deles e para os RNPT PIG, 
por vezes, é necessário 200 kcal/kg/dia. 
Aumenta-se o aporte lentamente e deve-se observar 
as melhores fontes de glicídeos (maltodextrina e 
oligossacarídeos) e lipídeos (TCM + ácidos graxos 
essenciais) mais convenientes pelos processos 
enzimáticos e metabólicos alterados do prematuro. 
 
Vasconcelos: energia para RNPT devem girar em torno de 
110 a 150 kcal/kg/dia, sendo 25 a 50% de carboidratos, 30 
a 40% de lipídeos e 10 a 20% de proteínas. 
 
Chemin: Embora a recomendação seja de 110 a 
150kcal/kg/dia, existe uma dificuldade em se alcançar 120 
kcal/kg/dia em razão da inabilidade de se conseguir a 
ingestão adequada, considerando a restrição de líquidos, 
intolerância à infusão das soluções de glicose, 
hiperbilirrubinemia, sepse e etc... Oferta de nutrientes em 
excesso pode acarretar acidose metabólica, edema, 
persistência do canal arterial e enterocolite necrotizante; e 
o déficit levar a perda de peso, hipernatremia, desidratação 
e apnéia. 
 
Dan: A temperatura corporal influencia no aumento da 
demanda energética, uma vez que o aumento de 1ºC na 
temperatura aumenta 13% o metabolismo basal, e esse 
aumento pode ser maior quanto menor for a criança. 
 
Necessidades proteicas: 
Influenciam na utilização de proteínas pelo RNBP: 
estado nutricional, ritmo de crescimento, relação kcal/ptn 
(geralmente ≥ 40), valor biológico (cistina, taurina e 
carnitina essenciais para o prematuro), uso de 
fórmulas industrializadas (excretam mais creatinina do que 
os amamentados exclusivamente). 
A qualidade ou o tipo de proteína é uma 
consideração importante, pois as necessidades de 
 
191 
 
aminoácidos dos lactentes prematuros são diferentes dos 
RN a termo. 
As fórmulas destinadas ao prematuro têm maior teor 
protéico, relação lactoalbumina:caseína de 60:40, e 
maiores quantidades de cisteína, que é condicionalmente 
essencial neste caso (Dan). 
Consequências do excesso de proteínas: aumento de 
amônia e uréia, acidose metabólica, sobrecarga 
metabólica e renal (imaturidade do processo de filtração 
glomerular). Pode levar a distúrbios neurológicos também 
(Dan). 
 
Dan 17 
 Recém-nascidos pré-termo estáveis a partir da 
segunda semana de vida podem receber até 
4,4g/kg/dia de proteína. 
 
Accioly: 
 
 
 
Chemin: Em geral, são necessárias de 1,5 a 2g/kg/dia para 
evitar catabolismo, mas de acordo com a Academia 
Americana de Pediatria, o RNPT deve ingerir de 1 a 
3g/kg/dia na 1º semana, de 3,5 a 4g/kg/dia no crescimento 
estável e 2,2g/kg/dia após a alta. 
 
Vasconcelos: Recomendação: 10 a 20% do VET. Em 
decorrência da imaturidade do TGI e hepática, a qualidade 
dos aas ofertados terão mais importância do que a 
quantidade. Sendo os mais importantes: tirosina, 
cisteína, taurina, histidina, glicina, glutamina e 
arginina. 
 
Considerações: 
 Percebe-se que em média, essas recomendações 
variam de 3 a 4 g/kg/dia. Em geral, são necessárias de 1,5 
a 2g/kg/dia para evitar catabolismo (Accioly 09 e Chemin). 
 Os RN alimentados somente com glicose perdem 
cerca de 1,2g/kg/dia de proteínas (Chemin). 
 Para agregação proteica recomenda-se 
3,85g/kg/dia, com ingestão energética mínima de 50 a 60 
Kcal/kg/dia (Accioly 09). 
 RNBP depositam menor quantidade de proteína e 
energia do que os RN AIG, quando ingerem o mesmo 
aporte nutricional. 
 
Necessidades lipídicas 
Os RNPT são mais vulneráveis à falta de aporte 
lipídico já que o aporte intra-útero, que ocorre no 3º 
trimestre, foi impedido pela prematuridade (Chemin). 
Importância dos lipídeos: desenvolvimento do SNC e da 
retina, fontes de ácidos graxos essenciais (AGE) e isolante 
térmico. Além de ser responsável por 50% da fonte 
energética e transportar vitaminas lipossolúveis (Chemin). 
Um importante componente para atingir as 
recomendações é o TCM. É necessário a inclusão do 
TCM, pois osRNPTs possuem dificuldade na digestão e 
absorção de lipídios, pela ineficiência das lipases. 
As necessidades de lipídeos são estimadas com base 
na importância nutricional e funcional dos lipídeos para 
RNBP cumprindo as seguintes funções: 
 Fonte de AGE 
 Desenvolvimento do SNC e retina 
 Isolante térmico 
 
Accioly: Recomenda-se proporção de 40% de TCM o 
restante em AGE. 
 
 
 
Chemin: A oferta deve ser composta de 10% de PUFA, 
10% de saturadas, 80% monossaturados, na dosagem de 
1 a 3,5g/kg/dia e de ácidos graxos essenciais (ômega 3 e 
6): 0,6 a 1,2g/kg/dia. 
 
Vasconcelos: Recomendação: 30 a 40% VET. Os AG 
essenciais possuem grande importância no crescimento e 
desenvolvimento do SNC (mielinização e crescimento dos 
neurônios), no desenvolvimento da retina, fazem parte na 
composição dos fosfolipídeos da membrana plasmática e 
também são de fácil absorção. A recomendação gira em 
torno de 4,7g/kg/dia, com variação de 4 a 9 g/kg/dia. 
 
Necessidades glicídicas 
Estima-se que a necessidade de CHO seja de 40 a 
45% das calorias totais o que corresponde a 10 a 14 
g/kg/dia, e como a atividade da lactase está baixa, a 
maioria das fórmulas contém 50% de lactose e 50% de 
polímeros de glicose (Dan) 
O consumo médio está em torno de 10 a 15 g/kg/dia. 
Quando oferta-se glicídeos em torno de 20g/dia observa-
se que os lipídeos são preferencialmente depositados no 
tecido adiposo. 
 
 
 
As melhores fontes glicídicas são maltodextrina e 
oligossacarídeos. 
O fornecimento de lactose deve ser em torno de 3 a 
12g/100kcal, não ultrapassando 8g/100ml X não 
ultrapassar de 11g/dl, pois pode ocorrer diarréia osmótica 
e distorção na proporção energia-proteína (Chemin). 
 
Accioly 09: Para se evitar a hipoglicemia, o recém nascido 
deve receber em torno de 3 a 4mg de glicose/kg/min; o 
RNPT necessita mais e, em casos extremos, até 10 a 
 
192 
 
12mg/kg/min. A velocidade de infusão de glicose inicial é 
de 4 a 6 mg/kg/min (Chemin) 
 
 
Chemin: Os níveis mínimos de glicose toleráveis para os 
prematuros são valores entre 45 e 55ml/dl. 
 
Vasconcelos: Recomendação: 25 a 50% do VET. A 
glicose é a principal fonte de energia, uma vez que os 
depósitos de glicogênios são limitados, pois possuem 
dificuldade de produzi-los. No LH, o principal carboidrato é 
a lactose e nas fórmulas infantis (FI) há: 50% de lactose e 
50% de polímeros de glicose. Essa adição tem o objetivo 
de adequar a oferta calórica, diminuir a carga osmótica e 
melhorar a absorção de carboidratos. Propõe-se a 
ingestão de 3,2 a 12g de carboidrato para cada 100 kcal 
(LH ou FI especial de RNPT), não devendo ultrapassar 8g 
por 100 ml. Uma ingestão maior pode causar diarreia 
osmótica, por conta da dificuldade do RNPT absorver 
grandes quantidades de lactose. 
 
Considerações: 
 A glicose apesar de ser a principal fonte de 
energia, a sua tolerância é limitada, principalmente nos 
PMTMBP, em razão da produção inadequada de insulina, 
resistência à insulina e liberação hepática contínua de 
glicose enquanto a glicose intravenosa esta sendo 
infundida. 
 A hiperglicemia é menos provável de acontecer 
quando a glicose é administrada com aas, pois estes 
exercem um efeito estimulatório de insulina. E a prevenção 
de hiperglicemia é importante, pois pode acarretar diurese 
e desidratação. 
 
Quadro resumo (Vasconcelos): 
 
Macronutrientes Peso < 1000g Peso entre 1000-
1500 g 
Energia (kcal) 130 a 150 110 a 130 
Proteína (g) 3,8 a 4,4 3,4 a 4,2 
Carboidrato (g) 9 a 20 7 a 17 
Gorduras (g) 6,2 a 8,4 5,3 a 7,2 
Ácido linoléico (mg) 900 a 1680 600 a 1440 
DHA (mg) >21 >18 
AA (mg) >28 >24 
Sódio (mEq) 3 a 5 3 a 5 
Cloro (mEq) 3 a 7 3 a 7 
Potássio (mEq) 2 a 3 2 a 3 
Cálcio (mg) 100 a 200 100 a 200 
Fósforo (mg) 60 a 140 60 a 140 
Magnésio (mg) 7,9 a 15 7,9 a 15 
Ferro (mg) 2 a 4 2 a 4 
 
Necessidades de vitaminas e minerais 
As fórmulas e ao leite materno de pool podem 
apresentar diminuição de Na, Fe, Ca, Cu e P. O depósito 
de cálcio, fósforo e ferro, nos ossos do feto, ocorre durante 
o 3º trimestre, assim prematuros não recebem estes 
minerais, estando associados a osteopenia e raquitismo da 
prematuridade. 
As fórmulas para prematuros têm aumento de cálcio, 
fósforo e vitamina D, necessária à incorporação óssea, e 
prevenção da osteopenia da prematuridade (Dan). Os RN 
têm maior risco de desenvolver deficiências de elementos 
traços como zinco, cobre, selênio, pois a passagem deles 
é maior no final da gestação e o crescimento pós natal é 
muito rápido (Chemin). 
 
 Ferro: tem suas reservas depositadas no último 
trimestre de gestação, por isso RNPT têm maior risco de 
anemia. É necessária a suplementação de 2mg/kg/dia com 
início entre 1,5 e 2 meses, continuando até 1 ano de idade, 
independente do tipo de alimentação. No caso de recém 
nascidos com peso < 1500g, a suplementação é de 3 
mg/kg/dia e < 1000g é de 4 mg/kg/dia. A suplementação 
rotineira deve ser iniciada ao redor de 6 semanas de 
vida, na dose de 2 a 5 mg/kg/dia de ferro elementar ( a 
introdução da suplementação antes das 6 semanas de 
idade cronológica pode alterar a imunidade e 
promover hemólise (Dan 17). 
 
 Zinco e oligoelementos (Se, Mo, Co, Mn): ocorre 
deficiência em RN antes da 28º sem. Todas as fórmulas 
para RNPT contém 0,5mg/100kcal (Dan 17). 
 
 Vitaminas A e D: suplementação a partir dos 10 
dias de vida em doses de 1500UI (1000 a 1500UI - 
Chemin) e 400UI, respectivamente. A vitamina A é 
adicionada às fórmulas na dose de 240 a 970 UI/dL ou 
300 a 1200UI/100kcal para proteger o epitélio 
respiratório, especialmente na displasia 
broncopulmonar (Dan 17). 
 
 Vitamina E: a necessidade é maior em RNPT - 
35UI/dia – Chemin; suplementação a partir da 1º sem, 
tanto em LM quanto em fórmulas. Recomendada dose de 
5U/dia, com a finalidade de incrementar a eritropoese 
(Dan 17). 
 
 Complexo B: suplementação a partir da 1º sem, 
tanto em LM quanto em fórmulas. 
 
 Vitamina C: 25mg/dia (Chemin), suplementação a 
partir da 1º sem, tanto em LM quanto em fórmulas. 
 
 Vitamina K: 0,5 a 1 mg/semana (Chemin) 
 
 Cálcio: 130 – 150mg/kg/dia (64% de retenção) 
(132 – 175mg/100kcal; 140 a 210mg/kg/dia – Dan 17) 
 
 Fósforo: 60 – 75mg/kg/dia (76% de retenção). A 
melhor relação Ca/P é encontrada no LM (2:1). 102 a 
120mg/100kcal; 90 a 140 mg/kg/dia – Dan 17 
 
 Sódio: considerar as necessidades aumentadas 
pela perda urinária. As fórmulas devem conter de 2,5 a 
3,5mEq de Na/kg/dia (Dan) 
 
 
193 
 
 Magnésio: 5 a 7 mg/100kcal (Dan 17) 
 
 Potássio (Dan) as necessidades são similares 
às de RN a termo: 2 a 3 mEq/kg/dia (Dan) 
 
 Probióticos e Prebióticos: Estudos ainda não 
comprovam os benefícios e segurança (Dan 17). 
 
 Quadro de Vasconcelos: 
Vitaminas Quantidades diárias 
Vitamina A (UI) 700 a 1500 
Vitamina D (UI) 150 a 400 
Vitamina E (UI) 6 a 12 
Vitamina K (µg) 8 a 10 
Vitamina C (mg) 18 a 24 
Tiamina (µg) 180 a 240 
Riboflavina (µg) 250 a 360 
Niacina (µg) 3,6 a 4,8 
Folato (µg) 25 a 50 
Vitamina B12 (µg) 0,3 
Ácido pantotênico (mg) 1,2 a 1,7 
Biotina (µg) 3,6 5,0 
 
Estratégias alimentares 
A superioridade do leite materno para os RNPT é 
indiscutível, muito embora alguns pesqusiadores defendam 
a suplementação de cálcio, fósforo e proteínas do leite 
materno, alegando que o leite da mãe do prematuro não 
apresenta composição compatível. Na realidade o que 
ocorre é uma defasagem entre a porduçõaz de nutrientes 
pela própria mãe ordenhando e as necessidades muito 
aumentadas do prematuro. 
 A 1º indicação é a utilização do leite materno, 
principalmente pelo seu elevado teor de fatores 
imunológicos. O risco de enterocolite necrotizante e a 
mortalidade em prematuros são menores quando se utiliza 
o leite materno ordenhado em comparação às fórmulas 
infantis (Dan). 
As fórmulas para prematuros, em síntese, têm maior 
teor de energia,proteínas, TCM, vitaminas e minerais, e 
menor teor de lactose (Dan). 
O LM transfere toda a proteção imunológica natural, 
anticorpos produzidos pela colonização com bactérias 
hospitalares e células do sangue, evitando a infecção 
hospitalar da criança; por isso a importância da presença 
da mãe no hospital para ter contato com estas bactérias 
(Chemin). 
Pool de leites do banco de leite, pasteurizado 
adequadamente para eliminar o possível HIV, é 
considerado inadequado por ter baixo teor de proteínas e 
minerais, levando a hiponatremia, hipofosfatemia e 
raquitismo. Sendo necessária, a suplementação com Ca, P 
(envolvidos na mineralização óssea), Na, Zn, vit C e Co, já 
que o leite de outra mãe não está adaptado às 
necessidades do RNPT. Segundo Dan 17, é possível 
usar leite de banco segundo seu valor calórico (> 
700kcal/L) e proteico (> 2g/dL) para promover 
crescimento nos Recém-nascidos muito baixo peso, 
praticamente sem complicações. 
Os aditivos de leite humano são recomendados a 
partir da segunda semana de vida, quando o aporte da 
nutrição enteral atinge 100ml/kg/dia. Essa 
recomendação se refere a RNMBP ou menores de 32 
semanas gestacionais, para os quais a utilização do 
leite humano ou de banco pode ser insuficiente para 
suprir as necessidades energéticas, proteicas, de 
sódio, cálcio e fósforo. Se a oferta for de 200ml de leite 
humano/kg, não há necessidade de aditivo, porém 
esse volumen muitas vezes é excessivo (Dan 17). 
 
Comparação entre o leite materno de mãe de recém 
nascido a termo e de mãe de RNPT: 
 Calorias, lipídio, proteína, sódio e IgA: Maior 
concentração (Dan 17) 
 Carboidratos: menor quantidade no LMPT (menor 
teor de lactose – Dan 17) 
 Osmolaridade, volume, cálcio: semelhante dos 2 
tipos (menor concentração de cálcio e fósforo – Dan 
17) 
 Restante: maior quantidade no LMPT 
 Imunologicamente o LMPT é superior 
 
 
Atenção!! Para o Chemin ainda são maiores as 
calorias, o cloro e a IgA secretória, mantendo essas 
características durante as 4 primeiras semanas. 
 
O leite de mães de prematuros tem de 3,5 a 4g de 
proteína/kg/dia para 180ml/kg/dia e esse conteúdo vai 
diminuindo com o amadurecimento do leite, após 2 
semanas de lactação (2 a 2,5g/kg/dia), a relação 
caseína/albumina (caseína/soro) é de 30:70% (30:70 a 
40:60), sendo esta albumina digerida mais facilmente, 
acelerando o esvaziamento gástrico (Chemin; Dan 17). 
Os lipídios correspondem a 50% do teor calórico, 
com elevado teor de ácido palmítico, oleico, linoleico e 
linolênico (fornecem ácido araquidônico e DHA), de 
fácil absorção e com a presença de lipase, cuja ação é 
estimulada pelos sais biliares (Dan 17). 
Os carboidratos presentes são lactose e 
oligossacarídeos complexos, com capacidade de 
absorção da lactose em 90%) (Dan 17). 
 
Leite de vaca: Quando consumido por prematuros 
pode causar azotemia, acidose metabólica e 
hiperamonemia. Tem quantidades insuficientes de 
aminoácidos essenciais. Quanto a gordura, esta é melhor 
absorvida no LM devido à presença da lipase, além da 
posição do ácido palmítico nos TGs no LM impedir a 
formação de sabões de cálcio contendo este ácido graxo. 
 
Fórmulas: Existem no mercado algumas fórmulas 
adaptadas as particularidades do prematuro, além disso, a 
mãe tem dificuldade de oferecer seu próprio leite, devido à 
imaturidade do reflexo sucção-deglutição, dificultando a 
produção láctea. Nestes casos, a melhor opção é o uso de 
fórmulas para RNPT em vez de pool de LM. As 
desvantagens são a possibilidade de ocorrência de 
fenômenos de sensibilização (embora isso seja mais 
comum em lactentes a termo), ausência de fatores imunes 
 
194 
 
e maior facilidade de transtornos gastrointestinais. As 
fórmulas devem ter osmolalidade entre 240 a 
300mOsm/kg e densidade calórica ao redor de 
80kcal/100mL (Dan 17). A oferta proteica é de 2,0 a 
2,4g/100mL (excesso de ptn causa hiperamonemia, 
uremia e acidose metabólica). Com relação ao CHO, as 
fórmulas apresentam 50% de lactose e 50% de 
polímeros de glicose, geralmente maltodextrina + FOS 
e GOS para efeito prebiótico (Dan 17). Os lipídios que 
constituem as fórmulas são 20 a 50% triglicerídeos de 
cadeia média (85% de absorção), além da 
suplementação de DHA e ARA devido a ineficiência 
dos prematuros em convertê-los a partir dos seus 
precursores (Dan 17). 
 
Vias e técnicas de alimentação para o RNPT 
Mesmo considerando imaturo o TGI do RNPT, é 
necessário iniciar um aporte nutricional nas primeiras 24 a 
72hs de vida, pois esses bebês têm baixo estoque de 
energia, suas características incluem baixa reserva, alto 
metabolismo, peristalse lenta, maior perda de água 
insensível, necessidade aumentada de gordura, alto 
metabolismo protéico e limitada produção enzimática 
(Chemin). 
A pequena capacidade estomacal, o trato gastro 
intestinal imaturo e uma enfermidade, tornam difícil a 
progressão de uma dieta enteral em lactentes de baixo 
peso, tornando a parenteral essencial. 
 
1) Intravenosa (nutrição parenteral) indicada para 
todos prematuros extremos e para aqueles com idade 
mais avançada que apresentem distúrbios digestivo-
absortivos graves. 
Indicado também para aqueles com má formação 
congênita, enterocolite necrotizante, insuficiência 
respiratória gravee RN a termo impossibilitado de iniciar a 
via enteral em um prazo de 5 dias ou 48hs em caso de pré 
termo, que não obtêm aporte adequado via TGI e para 
aqueles que não podem fazer enteral (Chemin) 
As necessidades são menores em parenteral pois 
não ocorre perda de absorção. 
Com relação ao RNPT gravemente doente, o objetivo 
da NPT não é promover ganho de peso, mas sim 
adequada oferta de proteínas e energia para prevenção do 
catabolismo (Chemin). 
É válido lembrar que os prematuros alimentados por 
esta via têm atrofia de mucosa intestinal pela diminuição 
de hormônios e enzimas na borda em escova (Chemin). 
 
Vasconcelos: Geralmente a NP é indicada no 2º dia 
de vida; 
 
Macronutrientes: 
 Glicose: até 3,4 g/kg/dia (monitorar velocidade de 
infusão – produção de insulina pelo fígado é 
insuficiente); 
 Proteínas: 1 g/kg/dia, com aumento diário de 0,5 
g/kg/dia, atingindo o máximo de 3 g/kg/dia; A 
necessidade diária é de 3,5 a 4,5 g/kg/dia 9Dan 
17) 
 Lipídios: 0,5 g/kg/dia, com incremento diário do 
mesmo valor, podendo chegar a no máximo 2,5 a 
3,0 g/kg/dia. 
 
2) Via digestiva inicia-se em recém nascidos com 
peso em torno de 1300g e com o tubo digestivo 
funcionante, mesmo que com volumes pequenos para 
estímulo trófico (alimentação enteral mínima, que varia de 
2,5 a 20ml/kg/dia), além do estímulo para motilidade 
intestinal e proteção contra translocação bacteriana. 
 A presença de leite no lúmen intestinal estimula o 
desenvolvimento de sua mucosa, a maturação da atividade 
motora e a secreção de hormônios reguladores, sendo 
importante a nutrição enteral mínima ou nutrição trófica 
para preparar o TGI da criança para a real nutrição 
Deve-se observar a ausência de distensão abdominal 
e alterações gastrointestinais, presença de peristalse e 
prévia eliminação do mecônio. 
 
Pode ser por: 
 
 Sonda oro-entérica usada em casos de grave 
risco de refluxo e com uso de ventilação mecânica 
 
 Sonda oro-gástrica através de gastróclise 
que propicia melhor retenção nitrogenada e energética, 
porém contra indicada em casos de refluxo gastro-
esofágico grave, quando a principal limitação é a 
capacidade de sucção. 
o NÃO é indicada a transpilórica ou nasojejunal pois 
aumenta chance de enterocolite necrotizante (Chemin) 
o A indicação é a gavagem simples ou intermitente 
ou a gavagem contínua (Chemin). 
A primeira é a forma mais freqüente, seu custo 
e risco são baixos, é de fácil administração, requer o 
mínimo de equipamento, tem baixo risco de precipitação 
da sonda, sendo a forma mais fisiológica, mas tem 
desvantagens comocomplicações do refluxo 
gastroesofágico, hipoxemia transitória e apnéia 
Já a contínua utiliza bomba infusora e é 
indicada para aqueles prematuros extremos com 
insuficiência respiratória importante, pós operatório de 
cirurgia abdominal, refluxo gastroesofágico e resíduo 
gástrico persistente, neste caso a termogênese da dieta é 
menor, acelerando o ganho ponderal. 
 
Vasconcelos: A via de administração mais usada é a 
sonda em posição gástrica; A administração intermitente é 
preferível que a contínua, com volumes iniciais de 1 a 2 ml 
com intervalos de 1 a 2hs. Conforme a evolução do 
quadro, os volumes devem ser aumentados cerca de 5 a 
10 ml/kg/dia até atingir 10 a 20 ml/kg/dia, conforme a 
tolerância.A administração contínua é mais utilizada em 
RNPT extremos com quadros respiratórios graves ou em 
RNPT com intolerância à administração intermitente em 
consequência de refluxos ou resíduo gástrico persistente. 
 
 Escolha da nutrição enteral 
Objetivo primário do início da alimentação enteral é 
estabelecer tolerância ao leite que está sendo fornecido. 
 
195 
 
Após o período de ajuste, o objetivo passa a ser o 
fornecimento de suporte nutricional completo visando o 
crescimento e rápido desenvolvimento dos órgãos. 
As opções de alimentação são: 
 Leite humano fortificado com fortificantes e ferro 
 Fórmulas fortificadas com ferro (para lactentes 
com menos de 2000g) 
 Fórmulas padrão fortificadas com ferro para 
lactentes com mais de 2000 g 
Quando em alta os lactentes vão para casa com 
fórmulas de transição e devem ser suplmentados com 
multivitamínico até atingir 3kg. 
 
O leite humano é o alimento ideal para prematuros e 
o leite de mães de prematuro tem característica diferente 
das mães de a termo. No entanto, precisa ser fortificado 
com suplemento de cálcio e fósforo para mineralização 
óssea do lactente prematuro. 
 
Nutrição enteral mínima: Pode ser iniciada nos primeiros 
dias de vida, desde que o neonato se encontre estável, 
com um volume de 1 a 20ml//kg/dia (Vasconcelos: 12 a 24 
ml/kg/dia; Dan 17: 10 a 20mL/kg/dia), sugere-se que esta 
medida possa intensificar a função intestinal com maior 
absorção de cálcio e fósforo, além de intensificar também 
o desenvolvimento da atividade da lactase (Chemin). O 
ideal é que se utilize o leite da própria mãe do pré termo, 
fresco ou leite anterior (Chemin). Na fase inicial da nutrição 
trófica, o leite que atende a necessidade é o de baixo teor 
calórico (< 500kcal/l), chamado leite anterior, mas quando 
o RN está em enteral plena o aporte deve ser de > 
700kcal/l, ou o leite posterior, que favorecerá um ganho 
ponderal mais rápido (Chemin). 
Vantagens da NE precoce: 
Promoção da motilidade intestinal. 
Melhora da tolerância alimentar. 
Redução de incidência de sepse 
Indução da atividade da lactose. 
> ganho de peso. 
< incidência de disfunção hepática. 
< ocorrência de raquitismo clínico. 
< incidência de enterocolite necrosante 
 
Dan 17: Escolha do leite para nutrição enteral mínima: 
1. Leite da própria mãe cru ou pasteurizado 
2. Colostro pasteurizado 
3. Leite pasteurizado de mãe de prematuro 
4. Leite de BLH de mãe de RN pequeno para a 
idade gestacional 
5. Leite de baixo valor calórico de mãe de recém-
nascido a termo (abaixo de 600kcal/L). 
 
Sucção: inicia-se com peso em torno de 1600-1800g e 
idade superior a 34 semanas gestacionais, quando o bebê 
já consegue coordenar os mecanismos de sucção e 
deglutição. É a melhor forma de alimentar um RN, então 
deve ser escolhida logo que as condições fisiológicas 
estejam estabilizadas. 
 
Avaliação nutricional e controles laboratoriais durante 
a nutrição enteral (Dan 17) 
 Todo RN deve ser avaliado SEMANALMENTE 
durante a NE por meio da antropometria (peso, 
comprimento, perímetro cefálico). Em situações 
especiais, estão indicados prega cutânea triciptal, 
circunferência braquial, cálculo da massa muscular 
braquial e IMC. 
 Avaliação laboratorial: Amônia sérica e relação 
ureia sérica e plasmática (depleção proteica); Acidose 
metabólica (oferta proteica elevada > 5g/kg/dia); 
Calciúria (doença metabólica óssea). 
 
 
 
 
 
Definição: 
 Pré escolar 1 a 6 anos 
 Escolar 7 a 10 anos 
Nos 2 primeiros anos de vida o crescimento é intenso 
e reflete as condições da gestação e do nascimento, mas 
após essa fase a velocidade de crescimento se estabiliza 
em patamares menores e é determinada pelo potencial 
genético, e na adolescência, com início da puberdade, há 
novamente aumento do ritmo de crescimento (Chemin). 
 
 
PRÉ ESCOLAR: 
 As fases pré escolar caracteriza-se por um declínio 
no ritmo de crescimento, visto pela redução da velocidade 
de ganho de peso e estatura, com conseqüente 
decréscimo no apetite e menor necessidade de nutrientes. 
 Esta alteração é decorrente de diversos fatores 
(Accioly 09): 
 Diminuição da velocidade de ganho de peso e 
estatura, reduzindo a necessidade de energia por unidade 
de peso; 
 Alcance de maturidade neurológica que permite à 
criança livre deambulação a fim de explorar o mundo que a 
rodeia, buscar o alimento por si só e expressar aceitação e 
recusa pelos alimentos; 
 A alimentação é relegada a segundo plano em 
virtude da maior dimensão da vida da criança. 
 
 As alterações do comportamento alimentar não 
significam que a criança esteja alimentando-se de maneira 
insuficiente. Uma boa progressão de peso e altura 
representa adequada nutrição, mesmo que o consumo 
habitual não pareça adequado. O acompanhamento da 
curva de crescimento é essencial para avaliar a adequação 
alimentar da criança nessa faixa etária. As crianças 
desenvolvem o corte alimentar ou períodos em que 
alimentos previamente aceitos são recusados, ou elas 
podem pedir um alimento em particular a cada refeição. 
 Na fase pré escolar, as crianças quase sempre 
limitam a variedade de alimentos ingeridos, diminuem 
consumo de vegetais e carne e aumentam o de doces e 
guloseimas, prolongam muito as refeições e se distraem 
com facilidade. 
 
PRÉ ESCOLAR E ESCOLAR 
 
196 
 
FASE ESCOLAR 
O crescimento é lento e constante sendo maior em 
membros inferiores que na região do tronco. É 
freqüentemente chamado de período latente ou 
quiescente. 
Na fase escolar, elas tendem a comer com menos 
freqüência, mas aumentam a ingestão alimentar. Em 
relação à composição corporal, quando a criança começa 
a andar e explorar o meio ambiente há diminuição da 
proporção de gordura corporal, atingindo o mínimo entre 4 
e 6 anos de idade e esta permanece estável durante toda 
a infância e ocorre também o desenvolvimento de massa 
muscular. 
Apresentam crescimento constante com ganho 
médio de 2 a 3kg de peso/ano, sendo mais acentuado 
próximo a adolescência, e crescem 5 a 7 cm/ano, para 
ambos os gêneros, até a puberdade (Dan 17). 
Os meninos apresentam maior massa magra que as 
meninas, mas após os 7 anos ocorre aumento de tecido 
adiposo em ambos os sexos como preparo para o estirão 
puberal (recuperação ou rebote da adiposidade). Nesta 
fase ocorre o fenômeno da repleção energética, em que 
meninos e meninas apresentam maior velocidade de 
ganho de peso, como uma forma de guardar energia para 
ser usada na fase de intenso crescimento pubertário. 
Por esse motivo, se o pré-púbere apresentar sobre-
peso (110% a 120% do peso relativo) e não houver 
evidências de fatores de risco para obesidade, não há 
necessidade de intervenção. E para esse aumento de 
reserva energética, a criança modifica seus hábitos 
alimentares e apetite, com aumento do consumo de 
alimentos energéticos (biscoitos, doces, sorvetes). E se a 
presença destes não estiver prejudicando a ingestão de 
pelo menos 80% dos nutrientes ao crescimento adequado, 
não é necessário restringi-los. A inapetência comum do 
pré-escolar transforma-se em apetite voraz nessa fase. 
 
Erros alimentaresA criança nesta faixa etária passa a ser mais 
independente, decidindo por si mesma, seus gostos, 
preferências e aversões. E esses fatores irão refletir nos 
hábitos gerais e alimentares da criança (Accioly). 
 Alguns grupos de referência devem ser 
considerados no estabelecimento de hábitos 
alimentares e comportamentos: FAMÍLIA (1º grupo de 
referência), ESCOLA, MÍDIA e a GLOBALIZAÇÃO 
CULTURAL (influência nos valores e estilo de vida) 
(Dan 17). 
 E é bastante comum a OMISSÃO do CAFÉ DA 
MANHÃ, o que acarreta menor desempenho escolar, 
devido ao menor consumo de energia e outros nutrientes. 
E é nessa fase também que se inicia o comportamento 
sedentário. Quem não toma o café pode ter queda na 
atenção e na habilidade de concentração, já as que 
consomem e são mais atentas, criativas, energéticas e 
apresentam melhor desempenho escolar, de modo que o 
café da manhã deve conter fontes de riboflavina, zinco, 
ferro, vitamina C e cálcio, além de ser realizado em família, 
para servirem de exemplo (Dan 09). 
 A escola desempenha um papel fundamental no 
desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis. O 
programa de merenda escolar é uma das maneiras de 
promover saúde e reforçar bons hábitos alimentares. 
Devido os avanços da vida moderna, verifica-se uma maior 
freqüência na alimentação fora do lar e de alimentos 
prontos para o consumo, o que leva a consumo de 
refeições mais gordurosas e ao uso de refrigerantes e 
guloseimas. 
 Verifica-se na alimentação das crianças uma ênfase 
em proteínas animais, alimentos ricos em gordura, 
alimentos refinados e excesso de sal (Dan 09). 
 O principais erros alimentaresdetectados no 
escolar, independete do estado nutricional, são (Dan 
17): 
 Ingestão energética inadequada, 
desproporção entre macronutrientes e 
preferência alimentar; 
 Baixa ingestão de cálcio 
 Baixa de vitamina D no organismo por falta de 
exposição solar e erro alimentar; 
 Consumo insuficiente de frutas, legumes , 
verduras e cereais integrais; 
 Baixa ingestão de fibras; 
 A omissão do café da manhã; 
 Utilização de lanches não programados ou 
beliscos; 
 Fracionamento inadequado em consequência 
da omissão do desjejum, lanche da tarde e 
jantar; 
 Os horários irregulares e a ausência de padrão 
alimentar regular; 
 Consumo excessivo de alimentos em uma 
única refeição; 
 Inluência do hábito alimentar dos pais e 
familiares (especialmente erros alimentares 
qualitativos). 
 
Guias alimentares (Chemin e Dan): 
 Tem a finalidade de orientar a população, os quais 
atuam como instrumentos educativos para orientação 
nutricional e alimentar, que, baseados nas recomendações 
nutricionais, nos hábitos e nos comportamentos 
alimentares, informam os indivíduos sobre a seleção, a 
forma e a quantidade de alimentos a ser consumida (Dan). 
 O guia alimentar da pirâmide foi desenvolvido para 
crianças acima de 2 anos de idade e é norteado por 3 
princípios: 1. Variedade (nenhum grupo é mais ou menos 
importante que o outro); 2. Moderação (consumir de 
acordo com porções recomendadas); 3. Proporcionalidade 
(consumir mais alimentos da base da pirâmide e menos do 
cume). 
Chemin: 
 
 
197 
 
 
Dan 09: 
 
 
 
Dan 17 
 
 
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS 
 A importância do atendimento às exigências 
nutricionais é que a saúde na fase pré-escolar e escolar se 
refletirá definitivamente na adolescência e na vida adulta. 
A desnutrição nesta fase pode retardar o crescimento e 
desenvolvimento da criança, causar apatia, retardo da 
linguagem, diminuição na capacidade de concentração e 
baixa resposta a estímulos. As crianças precisam de mais 
alimentos nutritivos em proporção ao seu peso do que os 
adultos. 
 A prática alimentar baseada na dieta balanceada 
desde a infância é importante para o crescimento e 
desenvolvimento saudável, visando à prevenção de 
distúrbios nutricionais, além de reduzir os riscos de 
doenças futuras como osteoporose e doenças crônicas 
não transmissíveis. 
 A Sociedade Brasileira de Pediatria refere que 15% 
das crianças brasileiras são obesas e o MS diz que até 
50% apresentam anemia (Dan). 
 
Energia: 
 No início da vida 40% da ingestão energética é 
utilizada para o crescimento, por isso a necessidade de 
energia é maior (110Kcal/kg/dia), mas esse percentual 
decresce até 3% aos 2 anos de idade e permanece estável 
até a adolescência (Chemin). 
 A energia dietética deve ser suficiente para assegurar 
o crescimento e poupar proteína, sem ser de modo 
excessivo que leve a obesidade. 
 
Dan: um escolar necessita em média 70 a 90 kcal/kg/dia 
4-6 anos (20kg) – 1800 kcal 
7-10 anos (28kg) – 2000 kcal 
Accioly09: 
 
 
 
 
 
 
197 
 
 
Chemin: Para determinar a estimativa das necessidades 
de energia (EER) em crianças menores de 3 anos utiliza-
se somente o peso da criança. A partir desta idade, 
considera-se gênero, idade, altura, peso e nível de 
atividade física além de adicional de 20kcal/dia para 
formação de tecidos com o crescimento, até 8 anos de 
idade (Chemin) -3 a 8 anos: 
 
Meninos: EER = 88,5 – 61,9 x idade + CAF x (26,7 x 
peso + 903 x altura) + 20 
Meninas: EER = 135,3 – 30,8 x idade + CAF x (10 x peso 
+ 934 x altura) + 20 
 
Coeficiente de Atividade Física (CAF): 
 Meninos Meninas 
Sedentário 1 1 
Pouco ativo 1,13 1,16 
Ativo 1,26 1,31 
Muito ativo 1,42 1,56 
 
 
 Dependendo do método escolhido, os valores 
encontrados serão bem diferentes. Sabe-se que a RDA 
superestima em aproximadamente em 25% e que para 
pacientes internados, imobilizados e sem os adicionais 
energéticos relacionados a lesões, a melhor opção para o 
cálculo é o GEB, pois a criança estará praticamente em 
metabolismo basal. 
 Crianças que apresentam baixo peso ou retardo de 
crescimento nutricional precisam de mais energia e 
proteínas para realizarem o catch up. Recomenda-se neste 
caso utilizar o peso ideal para estatura para os cálculos 
energéticos. 
 
Vasconcelos: Recomendação de energia a patir da IOM 
2005 que recomenda uso da DRI e cálculo da EER x CAF 
 
 
Distribuição de macronutrientes: 
 
Distribuição energética (Chemin) 
Carboidratos 55 a 60% Mínimo de 5 
g/kg/dia 
Evita cetose 
e 
hipoglicemia 
Lipídeos 25 a 30% 
25 a 35% 
(Dan) 
Mínimo de 
0,5 a 1 
g/kg/dia 
Evita 
deficiência 
de ac. 
Linoleico 
Proteínas 10 a 15% 
 
Distribuição energética (Accioly – IOM 2005) 
Idade Proteínas 
(%) 
Lipídeos 
(%) 
Carboidratos 
(%) 
1 – 3 anos 5 – 20 30 - 40 45 - 65 
> 4 anos 10 - 30 25 - 35 45 - 65 
 
 
 Lipideos: 
 Deve ser suficiente para promover crescimento e 
desenvolvimento normais e ao mesmo tempo reduzir o 
risco de doença aterosclerótica. A fim de reduzir a 
prevalência de condições crônicas tais como doença 
cardíaca, câncer, diabetes e obesidade tem se usado as 
recomendações da NCEP para crianças acima de 2 anos. 
 
Accioly 09: 
 
 
 
 A restrição excessiva de lipídeos pelas crianças 
estabelecida para evitar a obesidade, ou tratamento, sem 
supervisão, de hipercolesterolemias, acarreta o risco de 
consumo deficiente de ácido graxos essenciais e vitaminas 
lipossolúveis além de energia insuficiente para o 
crescimento normal (Chemin). 
 
Vasconcelos: 25 a 35%VET para crianças de 4 a 18 ano. 
 
Idade Sexo Gorduras 
totais 
(g/dia) 
Ácido 
linoléico 
(g/dia) 
Ácido 
linolênico 
(g/dia) 
4-8 Meninos ND* 10 0,7 
Meninas ND* 10 0,7 
9-13 Meninos ND* 12 1,2 
Meninas ND* 10 1,0 
 
 
 Proteínas: 
 As necessidades por kilograma de peso são maiores 
que as do adulto, necessitando também maior proporção 
de aminoácidos essenciais. 
 A necessidade de proteína na infância é conceituada 
como a dose mais baixa de proteína ingerida na dieta que 
compensa as perdas orgânicas de nitrogênio associadas 
com a formação de tecidos exigida para o crescimento. 
Dose inócua é definida como a necessidade média de 
proteína acrescida de 2 desvios-padrão.Crianças com dieta vegetariana ou com alergias 
alimentares ou que façam seleções alimentares limitadas 
têm maior probabilidade de estar em risco de ingestão 
inadequada de proteína, embora sua deficiência seja 
incomum. 
 
 
Accioly 09: O consumo deve ser ajustado de acordo com a 
digestibilidade e o valor biológico (escore de aminoácidos). 
Para tanto, corrigir a recomendação de proteínas pela 
digestibilidade de proteínas corrigido pelo escore de 
aminoácidos. 
 
 
 
 
 
198 
 
 Necessidade proteica de acordo com FAO/OMS, 
2007: 
 
Idade (anos) Proteína (g/kg/dia) 
1 1,14 
1,5 1,03 
2 0,97 
3 0,90 
4 0,86 
5 0,85 
6 0,89 
7 0,91 
8 0,92 
9 0,92 
10 0,91 
 
 Digestibilidade de proteína corrigida pelo escore 
de aminoácido de dieta a base de trigo, ervilha e 
leite em pó (FAO/OMS, 2007) 
 
Idade (anos) Meninos e meninas 
0 a 5 anos 0,67 
1 a 2 anos 0,72 
4 a 18 anos 0,79 
 
 
Chemin: para garantir a quantidade de aminoácidos 
essenciais, deve-se dar 2/3 do total recomendado de AVB. 
 
Idade (anos) g/dia g/kg/dia 
1 -3 13 1,1 
4- 8 19 0,95 
9 – 13 34 0,95 
 
Dan (de acordo com RDA, 89): 
 
Idade (anos) g/kg/dia 
< 6 meses 2,2 
6 12 meses 1,6 
1 -3 1,2 
4 - 6 1,1 
7 - 10 1,0 
 
 
 
Vasconcelos: 
 
Idade (anos) Proteína 
segundo OMS 
(g/kg/dia) 
Proteína 
segundo DRI 
(g/dia) 
0 a 6 meses 1,52 9,1 
7 a 12 meses 1,2 11 
1 a 3 anos 1,05 13 
4 a 8 anos 0,95 19 
9 a 13 anos 0,95 34 
14 a 18 anos 0,85 52 – meninos 
46 - meninas 
 
Recomendação de proteínas para adolescentes: 
 
 
 
Idade (anos) RDA 
Feminino Masculino 
10 a 13 34 34 
14 a 18 46 52 
19 46 56 
 
 
 Carboidrato: 
 Existe uma tendência de aumento na ingestão do 
CHO simples, que está relacionado com redução no 
consumo de leite, carne e vegetais e elevado consumo de 
sucos, resultando na deficiência de Fe, Zn e vit D. Em 
escolares, parece haver aumento da prevalência de 
obesidade, consumo elevado de açúcar e petiscos (34% 
do consumo energético diário), percepção inadequada do 
peso corporal e conteúdo do desjejum inadequado. 
 NRC (1989) recomenda que o consumo de CHO 
represente: 55% do consumo de energia total / dia, sendo 
até 10% de sacarose (Accioly 09). 
 A fibra é necessária para a saúde e é um laxante 
normal das crianças. Sua importância no cardápio das 
crianças de deve ao seu efeito na diminuição dos níveis de 
gordura total, saturada e colesterol, diminuindo os riscos 
de doença coronariana e alguns tipos de câncer (Dan). 
 
Recomendações: 
Dan 09 Idade + 5 = g de fibra /dia. 
Até máximo de 25 a 30 
g/dia 
Accioly09 (g) 1 – 3 = 19,0 
4 – 8 = 25,0 
9 – 13 = meninos – 31 / 
meninas - 26 
14 – 18 = meninos – 38 / 
meninas - 26 
 
 O Public Health Service (Accioly) recomenda que as 
crianças devam aumentar a ingestão de vegetais (frutas e 
hortaliças) para, pelo menos, 5 porções ao dia. 
 
Água e sódio: 
 Segundo a RDA as recomendações giram em torno 
de 1,5ml/gasto energético/dia (Dan). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
199 
 
Vasconcelos: 
 
Idade (anos) L/dia 
0 a 6 meses 0,7 
7 a 12 meses 0,8 
1 a 3 anos 1,3 
4 a 8 anos 1,7 
9 a 13 anos 2,4 
14 a 18 anos 3,3 
 
 
 Vitaminas e minerais: 
As deficiências mais comuns são: 
 Chemin, Dan 09: ferro, cálcio e vit A 
 Chemin, Dan 17: zinco 
 Dan 09: vitamina C 
 Dan 17: vitamina D 
 
A AAP não recomenda a suplementação de vitaminas 
e minerais de rotina salvo em situações de risco como em 
crianças com anorexia, baixa ingestão de alimentos, 
doenças crônicas, dietas restritivas, baixo consumo de 
produtos lácteos, falta de exposição solar. 
 
Ferro: 
Crianças entre 1 e 3 anos de idade estão em alto 
risco de anemia ferropriva, devido ao aumento de 
hemoglobina e massa total de ferro, e a dieta não ser rica 
neste nutriente. A anemia ferropriva atinge 9% das 
crianças que estão engatinhando, é um problema menos 
significativo entre as crianças pré escolar e escolar. 
A deficiência de ferro pode alterar a 
neurotransmissão dopaminérgica, com redução da 
mielinização, prejudicando funções cognitivas. 
Crianças anêmicas apresentam padrão que consiste 
no atraso da aquisição da linguagem, da coordenação 
do equilíbrio corpóreo e do desenvolvimento motor 
(Dan 17). 
Deve-se estabelecer uma alimentação adequada com 
presença de facilitadores de absorção de ferro, como os 
ácidos orgânicos (málico, tartárico, ascórbico, cítrico) e 
diminuição dos inibidores da absorção (Chemin). 
DRI (Dan, 17): 
- 4 a 8 anos = 10mg/dia 
- 9 a 13 anos = 8mg/dia 
Políticas públicas de fortificação das farinhas 
com ferro e ácido fólico e a oferta de múltiplos 
micronutrientes em creches públicas (NutriSUS) são 
estratégias governamentais para minimizar a anemia 
(Dan 17). 
 
Cálcio: 
 A ingestão adequada de cálcio é um dos fatores que 
auxiliam a maximização da massa óssea durante a 
infância e a adolescência, contribuindo para prevenção de 
riscos de fraturas na vida adulta. Sua necessidade 
depende das taxas individuais de absorção e da 
quantidade de proteína, vit D e fósforo. 
 A recomendação é facilmente atingida com 2 copos 
de leite, ou 01 iogurte + 01 copo de leite. Cada copo de 
leite contem 250mg de cálcio e a alta biodisponiblidade 
nos produtos lácteos está relacionada com o conteúdo de 
vit D e com a presença de lactose. Fontes: produtos 
lácteos e vegetais de folhas verdes, leguminosas, tofu, 
ovos, mariscos, nozes e castanhas. 
 De 1 a 3 anos deve-se manter o consumo de leite 
para garantir o fornecimento de 500mg/dia (ingestão 
adequada), mas evitar a substituição de refeições salgadas 
por leite, prejudicando o consumo dos demais nutrientes. 
 A biodisponibilidade do cálcio de origem vegetal pode 
ser afetada por inibidores de absorção (oxalatos e fitatos), 
A soja é uma exceção, pois apesar de conter inibidores, os 
produtos derivados industrializados têm alta 
biodisponibilidade do mineral. São boas fontes de cálcio: 
soja, brócolis, couve flor e couve, por conterem pouco 
ácido oxálico. 
 A prevenção de osteoporose é mais eficiente durante 
a infância e adolescência, quando os ossos estão 
crescendo rapidamente e estão mais sensíveis à influência 
ambiental como a dieta e atividade física. 
 
Recomendação: 
 
 1 a 3 anos: 700 mg/dia (Dan 17) 
 4 a 8 anos: 1000 mg/dia ( Dan 17 – 800mg/dia) 
 9 a 18 anos : 1300 mg/dia (Dan 17 – 1300mg/dia 
9 a 13 anos) 
 
 
Zinco: 
 O zinco é essencial para o crescimento. Sua 
necessidade está aumentada em função da sua 
participação na síntese de ac nucléico e no metabolismo 
das proteínas (Chemin). 
 A sua deficiência resulta em insuficiência no 
crescimento, falta de apetite, acuidade de paladar 
diminuída, e cicatrização de feridas prejudicada, alopecia, 
diarréia, atraso na maturação sexual, prejuízo no sistema 
imunológico e acrodermatite. 
 Suas principais fontes são carnes de frutos do mar, e 
nos alimentos de origem vegetal tem baixa 
biodisponibilidade pela presença de fitatos e fibras. 
Segundo Dan 17, os principais alimentos que contém 
zinco são carnes bovina, de frango e de peixe, fígado, 
gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais, 
legumes e tubérculos. 
 
Recomendação: 
 1 a 3 anos: 3mg/dia, 
 4 a 8 anos: 5mg/dia (Dan 17) 
 9 a 13 anos: 8mg/dia (Dan 17) 
 
Vitamina D 
 É necessária para absorção de cálcio e deposição 
deste nos ossos, bem como para a prevenção do câncer, 
distúrbios autoimunes, doenças cadiovascularese 
infecciosas. A alimentação contribui com menos de 
10% para a biodisponibilidade dessa vitamina (Dan 17). 
As principais fontes alimentare são salmão, atum, 
 
200 
 
sardinha, arenque, óleo de fígado de bacalhau, gema 
de ovo, bife de fígado, leites, sucos e cereais 
fortificados (Dan 17). A principal forma d eobtenção é a 
partir da exposição a radiação ultravioleta (Dan 17). 
 
Recomendação: 
 Lactentes (até 1 ano): 400 UI(10 mcg) 
 Crianças (1 a 18 anos): 600 UI (15 mcg) 
 
Vitamina A (Chemin) 
 Contribui para um maior risco de hipovitaminose A: a 
introdução de alimentos pobres em vitamina A, o aumento 
da necessidade do nutriente para o crescimento, as 
múltiplas patologias freqüentes neste grupo etário, que 
aumentam a demanda metabólica e a desnutrição que 
compromete seu estoque, transporte e utilização. 
 A hipovitaminose A é considerada um problema de 
saúde pública quando os valores séricos de retinol em 
20% da população são inferiores a 0,7 μmol/L. Está 
associada a 23% das mortes por diarreia de crianças 
brasileiras, por isso se faz a suplementação em crianças 
de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós parto 
imediato residentes em regiões de alta prevalência. 
Crianças com deficiência de vitamina A são mais 
susceptíveis a infecções. 
 As principais fontes são leite humano (melhor 
fonte para o lactente), e alimentos de origem animal 
como carnes, fígado, óleos de diferentes pescados, 
v´siceras, gema de ovo, manteiga e leite de vaca 
integral (Dan 17). Os principais alimentos de origem 
vegetal, ricos em carontenoides e betacaroteno são os 
vegetais amarelo-alaranjados (cenoura, abóbora), 
vegetais verde-escuros (espinafre, brócolis) e frutas 
não cítricas laranjas (manga, pêssego, mamão), óleos 
e frutas oleaginosas (buriti, pupunha, dendê, pequi). 
(Dan 17). 
 Demonstrou-se que a suplementação de vitamina A 
pode aumentar os níveis séricos de ferro e na deficiência 
de vit A há facilidade para ocorrência de anemia. 
 
 
 
 A suplementação de vitaminas e minerais é 
recomendada para crianças: 
 com anorexia 
 com doenças crônicas (ex. Fibrose cística, DII, 
doença hepática) 
 famílias carentes ou aquelas que são abusadas 
ou neglicenciadas 
 que fazem uso de um programa dietético para 
obesidade 
 que não consomem quantidades adequadas de 
produtos lácteos 
 com dificuldades de desenvolver 
 
Recomendações em relação à atividade física: 
 É fundamental para prevenção da obesidade e 
manutenção de um bom estado de saúde. Em relação à 
atividade física, recomenda-se que a criança pratique 
atividade física ou participe de brincadeiras vigorosas 
durante 60 minutos/dia. Devem ser desestimulados hábitos 
de vida sedentários, e o tempo de permanência assistindo 
televisão ou brincando com vídeo games e computador 
deve ser limitado a no máximo 2 horas/dia, sendo prudente 
recomendar que se evite televisão no quarto das crianças. 
 
Determinantes do consumo alimentar: 
1. Número de intervalos entre as refeições: Está 
positivamente relacionado com o volume da refeição. 
Grandes refeições estão associadas a intervalos maiores, 
e pequenas refeições com intervalos mais curtos. 
2. Tamanho das refeições: A criança é capaz de 
regular a quantidade ingerida. Crianças ingerem maior 
quantidade de dietas de menor densidade energética e 
vice-versa. Após refeições muito densas elas selecionam 
menor variedade de alimentos dando preferência aos 
preferidos que comumente são ricos em açúcar e gordura. 
3. Tipos de alimentos presentes nas refeições: Há 
uma preferência inata pelo sabor doce e rejeição do sabor 
amargo e azedo. Mas ela também pode ser moldada por 
experiências repetidas com o alimento (8 a 9 vezes – 
Chemin), contexto social (preferem alimentos associados 
com contextos positivos) e com as conseqüências 
fisiológicas da ingestão do alimento. Crianças 
amamentadas ao seio têm menor rejeição ao novo 
alimento. 
 
Padrões de ingestão: 
Os nutrientes mais prováveis de serem baixos ou 
deficientes em dietas de crianças são cálcio, ferro, zinco, 
vit B6 e vit A. Comparado com a ingestão de nutrientes na 
lactância, a dos pré-escolares têm diminuição em cálcio, 
fósforo, riboflavina, ferro e vit A. As principais influências 
na ingestão alimentar são: 
Ambiente familiar (pais e parentes servem de 
modelo, e os hábitos e aversões estabelecidos nesta fase 
serão levados até a fase adulta, as crianças pequenas não 
possuem a capacidade de escolher uma dieta balanceada, 
nutritiva) 
Tendências sociais (mães que trabalham fora de 
casa) 
Meios de comunicação (a televisão pode ser 
prejudicial ao crescimento e desenvolvimento na medida 
 
201 
 
em que encoraja a inatividade, as crianças são incapazes 
de distinguir as mensagens de comerciais do programa 
normal) 
Pressão dos colegas (A influência de colegas 
pode se manifestar por uma recusa súbita de um alimento 
ou o pedido de um alimento 
“ popular”) 
Enfermidade ou doença (podem ter o apetite 
diminuído e ingestão alimentar limitada) 
 
As crianças não aceitam o alimento novo 
prontamente, o que é conhecido como neofobia (é uma 
resposta normal e que pode ser modificada pelas ofertas 
repetidas do alimento), preferindo os doces e calóricos, 
além disso, às vezes a criança só aceita os lácteos pelo 
conforto de ingerir um alimento conhecido, ou pelo medo 
dos pais em oferecer sólidos, ou elas têm preferência por 
alimentos pastosos ou líquidos e os pais com medo que a 
criança perca peso oferecem só aqueles alimentos que 
são aceitos. 
A recusa alimentar pode também ser resultado de 
ameaças, subornos, insistência dos pais, o que pode levar 
até a uma anorexia verdadeira. A anorexia ou inapetência 
é uma das mais freqüentes queixas na pediatria, mais no 
2º ano de vida (principalmente entre 14 a 60 meses de 
idade), quando a velocidade de crescimento diminui e 
consequentemente diminuem também as necessidades 
nutricionais e o apetite. A maioria das queixas é, na 
verdade, indisciplina alimentar, seletividade alimentar e 
preferência por alimentos líquidos ou semi-sólidos, 
principalmente os lácteos. Os estimulantes de apetite não 
devem ser utilizados, é necessário que a criança 
experimente o alimento várias vezes e para aquelas que 
estão abaixo do peso esperado, deve-se aumentar o 
aporte calórico. 
 
 
Orientações que devem ser dadas aos pais como forma de 
garantir a aquisição de bons hábitos alimentares pela 
criança: 
 A criança deve controlar seu consumo alimentar, 
principalmente em relação ao tamanho da refeição. Deixar 
a criança auto limitar-se. 
 Diversificar alimentos, formas de preparo e 
apresentação das refeições. A refeição deve ter um 
aspecto saboroso para estimular o apetite. 
 Servir pequenas porções de alimentos, 
oferecendo novas quantidades se necessário. A porção do 
alimento deve ser de acordo com a aceitação, o ideal é 
oferecer sempre pequenas quantidades e perguntar se 
deseja mais. 
 As crianças em idade escolar, devido à menor 
capacidade e apetites variáveis, se dão melhor com 
porções pequenas e mais freqüentes, a maioria se 
alimenta de 4 a 6 vezes/dia. 
 Fracionamento da dieta: 6 refeições diárias 
incluindo os lanches. Mas estabelecer rotina para 
alimentação com horários definidos e regulares 
 Evitar alimentos de alta concentração energética 
e calorias vazias, principalmente nas 2 horas antes das 
grandes refeições. Não devem receber nenhum alimento 
ou bebida 1½ h antes de uma refeição 
 Guloseimas não devem ser proibidas pois 
estimularão mais ainda o interesse da criança, mas deve 
ser consumido em horários adequados 
 Reduzir a ingestão hídrica durante as grandes 
refeições para evitar a saciedade precoce. Podem ser 
oferecidos após as refeições, de preferência água ou 
sucos naturais (Chemin). 
 Não forçar a criança, nem castigá-la em caso de 
recusa alimentar. Há uma variação normal no apetite da 
criança e aceitação das refeições 
 Oferecer o alimento novo em pequenas 
quantidades, se houver recusa, mudar a forma de 
preparação ou aguardar um intervalo até a próxima 
apresentação. Chemin: substituir por outro alimento do 
mesmo grupo. 
 Sobremesas não devem ser utilizadas como 
recompensas para evitar sua supervalorização 
 Horário da refeição deve ser agradável, mas não 
umentretenimento. Uma atividade quieta ou descanso 
imediatamente antes da alimentação conduz a uma 
refeição relaxada e agradável. Se o escolar se mostrar 
inapetente, verificar os alimentos que ele está consumindo 
entre as refeições (Chemin) 
 Deixar a criança manipular os alimentos. 
Incentivar a criança a explorar o alimento 
 Evitar ao máximo o uso da mamadeira, oferecer 
líquidos em copo 
 Instituir práticas alimentares saudáveis (Accioly): 
 ↓ consumo de doces e similares nos intervalos 
das refeições; 
 ↓ uso de açúcar refinado para adoçar 
preparações; 
Evitar compartilhar utensílios às refeições. 
 Servir os alimentos em temperatura agradável 
 Habituar a comer petiscos saudáveis, como frutas 
frescas e desidratadas, legumes, queijo picado, etc. Mas 
não estimular o consumo de petiscos enquanto se assiste 
televisão. 
 Evitar alimentos com risco de sufocamento: 
salsichas inteiras, bala dura, amendoim, pipoca, frutas 
pequenas (uvas, cerejas) e pedaços grandes de alimentos. 
E castanhas e azeitonas 
 Alimentos ricos em gordura saturada e colesterol 
devem ser substituídos pelos ricos em poliinsaturados. 
 Aumentar o consumo de frutas e hortaliças in 
natura. 
 Integrar a criança na cozinha pode torná-la mais 
responsável e comprometida com a alimentação 
 Fazer companhia às refeições, pois isso influencia 
na aceitação das mesmas 
 Em caso de restrições alimentares a família deve 
tentar preparar alimentos semelhantes aos proibidos, mas 
que possam ser consumidos, em vez de consumir 
escondido ou parar de consumir 
 
Orientações para prevenção de obesidade e doenças 
cardiovasculares (Accioly 09): 
 
202 
 
Dieta deve conter valor energético suficiente para 
permitir crescimento adequado. 
Não incluir na mesma na refeição mais de um 
alimento rico em amido, como cereais, tubérculos e raízes 
Aumentar o consumo de frutas e hortaliças cruas 
ou na forma de preparações culinárias agradáveis e 
variadas. 
Evitar consumo excessivo de sucos. Limitar o 
consumo para cerca de 1 copo por dia, para a faixa etária 
de 1 a 6 anos, e dois copos por dia, para a faixa etária de 7 
a 18 anos. 
Aumentar o consumo de peixe para cerca de 2 
vezes por semana. 
Utilizar óleos vegetais no preparo dos alimentos. 
Evitar frituras e alimentos gordurosos. 
Evitar alimentos ricos em gordura saturada e 
colesterol. 
Não se recomenda restrição de gordura e 
colesterol para crianças menores de 2 anos de idade. Após 
essa idade, a criança poderá receber leite desnatado ou 
semi-desnatado. 
Restringir doces e refrigerantes. 
Reduzir o consumo de sal especialmente de 
alimentos processados. 
 
Problemas de saúde mais frequentes 
 
Desnutrição: Após o desmame e adaptação à dieta familiar 
aumenta o risco de deficiências nutricionais e desnutrição 
protéico-energética, agravadas pelas comuns infecções 
em crianças menores de 5 anos, especialmente em países 
em desenvolvimento. 
 
Obesidade: Objetivo do tratamento do obeso é reduzir o 
ritmo de aumento ponderal com restrição da ingestão 
excessiva sem provocar depleção e aumentar a atividade 
física da criança. Não deve ser feita redução energética 
abaixo das necessidades a ponto de provocar perda de 
peso, pois pode causar prejuízos sobre a estatura e 
desenvolvimento do SNC. Quanto mais tempo a criança 
estiver com sobrepeso, mais provável é que o estado 
continue na adolescência e na fase adulta. As crianças 
cujo rebote de adiposidade de crescimento normal ocorre 
antes de 5 anos e 6 meses têm probabilidade maior de 
serem mais pesadas na fase adulta do que aquelas cujo 
rebote ocorre após os 7 anos. 
 
Cárie dentária: 
Tem relação direta com o consumo de açúcar. Parece que 
a higiene bucal regular tem maior impacto na prevenção de 
cárie do que restrição de açúcar, portanto é recomendada 
a escovação após as refeições em crianças maiores e 
limpeza da cavidade oral de bebês com gaze ou fralda 
limpa umedecida com água. Deve-se habituar o paladar da 
criança a um sabor doce de menos intensidade, reduzir o 
consumo de doces e similares nos intervalos das 
refeições, e evitar a utilização compartilhada de utensílios 
nas refeições evitando problema de origem infecciosa. 
 
Os alimentos protéicos (queijo, nozes e carnes) quando 
consumidos junto com os mais fermentáveis podem ajudar 
a proteger os dentes contra cárie, pois impedem a 
diminuição do pH, então as sobremesas e doces devem 
ser incorporados às refeições e com pouca frequência. O 
flúor deve ser fornecido às crianças através de suprimento 
de água fluoretada ou com um suplemento de flúor. 
 
Accioly: 
Alimentos contendo açúcares e amidos podem ser 
facilmente hidrolisados pela Alfa amilase e bactérias, 
podendo produzir ácidos que aumentam o risco de cáries. 
Evidências tem apontado que o hábito alimentar de 
mamadeiras noturnas, especialmente adicionadas de 
sacarose e cereais, está associado ao desenvolvimento de 
cáries. 
 
Medidas preventivas contra a cárie: 
• Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses 
• Restringir açúcar refinado, balas e refrigerantes na 
alimentação da criança 
• Se a criança dormir enquanto estiver sendo 
amamentada, é importante que a mãe limpe a boca da 
criança 
• É totalmente contra indicado oferecer mamadeiras 
ou qualquer outra bebida à criança enquanto estiver 
dormindo 
• Não é recomendada a utilização de creme dental 
com flúor antes de 2 anos de idade e enxaguatórios bucais 
com flúor antes de 6 nos de idade. 
 
Constipação: Deve-se estimular o consumo de alimentos 
ricos em fibras, mas evitando seu excesso, pois sua 
densidade energética é baixa e a capacidade gástrica 
infantil é reduzida. Além disso, pode prejudicar a absorção 
de cálcio, ferro, cobre, magnésio, fósforo e zinco. Pode 
resultar em falta de apetite, menor ingestão de alimentos e 
dificuldade em se desenvolver. 
 
Recomendações: 
 Estimular o consumo de uma porção de fruta a 
cada refeição sob a forma de sucos não coados, saladas 
ou cremes. 
 Variar as opções culinárias utilizando hortaliças 
em geral e frutas desidratadas. 
 Aumentar a ingestão de líquidos. A 
recomendação é de cerca de 1,5ml/kcal. É desejável que 
cerca de 50% da ingestão diária de líquidos seja de água, 
com exceção dos lactentes em AM, já que o LH contém 
cerca de 80% de água. Em geral, a criança perde cerca de 
800 ml de água/dia, sendo cerca de 200 ml nas fezes. 
Portanto recomenda-se a ingestão de 4 a 6 copos de 
água/dia. 
 Estimular o consumo de alimentos com grande 
concentração de fibras (leguminosas, cereais integrais, 
legume, verduras, frutas e vegetais folhosos). O consumo 
de legumes e vegetais folhosos devem ser oferecidos 
preferencialmente crus. Em relação às frutas, deve-se dar 
preferência às laxativas (mamão, ameixa fresca e 
desidaratada, laranja com bagaço, abacate, abacaxi, 
tangerina, melancia, fruta de conde); inteiras ou em 
pedaços e sempre que possível com casca, pois fornecem 
mais fibras do que na forma de sucos e de polpa 
 
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amassada. Frutas desidratadas mantidas em remolho (ex: 
ameixa) podem ser mais fáceis de consumir. Estimular o 
consumo de 1 porção de fruta a cada refeição. 
 Pode-se tb substituir parte da farinha de trigo no 
preparo de bolos e outras preparações, por aveia em 
flocos ou farelo de aveia ou de arroz. 
 Alimentos que estimulam pouco (maçã, 
banana, pães, arroz, batata, farinha de mandioca, 
maisena), não precisam ser excluídos do plano alimentar, 
porém devem ser utilizados em combinação com alimentos 
que estimulem o trânsito intestinal. 
 Recomenda-se o uso de lactobacilos: O 
Lactobacillus acidophilus ou Lactobacillus bifidus ajudam a 
criar uma flora intestinal favorável, produtora de ácidos 
orgânicos, o que é útil para aliviar a constipação. 
 Evitar ou usar moderadamente alimentos 
flatulentos, os quais

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