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DIREITO DO TRABALHO 1 DURAÇÃO DO TRABALHO LIMITE DA DURAÇÃO DO TRABALHO Conceito: Nos termos do artigo 7º, XIII da Constituição Federal, o limite da jornada de trabalho e de 8 horas diárias e 44 horas semanais, salvo a negociação coletiva ou compensação de jornada. Se violado tal limite será devida a hora extra com adicional de no mínimo 50% (para o advogado o adicional de horas extras é de 100%). EXCLUÍDOS DO LIMITE DE JORNADA Conceito: O artigo 62 da Consolidação das Leis Trabalhistas apresenta 3 trabalhadores que estão excluídos do direito a hora extra, ou seja, não se aplica o limite de horário mencionado: A. Cargo de confiança: trata-se do empregado que exerce poderes de mando e gestão e recebe uma gratificação não inferior a 40%. B. Atividades externas: trata-se do empregado que presta serviço externamente sem a possibilidade de controle de horário, devendo constar na carteira está condição de atividade externa. C. Teletrabalho: trata-se da prestação de serviço preponderantemente fora das dependências do empregador através dos meios tecnológicos. A Consolidação das Leis Trabalhistas regula o tema no artigo 75-B e seguintes e determina que para migrar do presencial para o tele precisa de um ajuste entre empregado e empregador, mas do tele para o presencial, basta a decisão unilateral do empregador com comunicação mínima de antecedência de 15 dias. As despesas serão ajustadas entre empregado e empregador, por fim o trabalhador assina um termo de responsabilidade sobre as normas de saúde e segurança. INTERVALOS INTRAJORNADA Conceito: Trata-se do intervalo para refeições e descanso, sendo que nos termos do artigo 71 da Consolidação das Leis Trabalhistas, quem trabalha até 4 horas não tem intervalo, acima de 4 até 6 horas tem 15 minutos de intervalo, acima de 6 até 8h, tem de 1 a 2 horas de intervalo, o parágrafo quarto prevê que, violado o intervalo, será devido apenas a parte violada com adicional de 50% e de forma indenizatória, sem reflexos. O novo artigo 611-A, III da Consolidação das Leis Trabalhistas, mediante negociação coletiva, é possível a redução do intervalo para 30 minutos, para doméstico isso também ocorre por mero acordo individual. DIREITO DO TRABALHO 2 INTERVALO INTERJORNADA Conceito: Trata-se do intervalo entre as jornadas do trabalho, sendo que nos termos do artigo 66 da Consolidação das Leis Trabalhistas ele será de no mínimo 11 horas, na hipótese de violada, será devido apenas a parte violada com o adicional de 50%. Observação: ler intervalos do artigo 72, 253, 298 e 396 da Consolidação Das Leis Trabalhistas. Atenção: o intervalo para as mulheres de 15 minutos antes das horas extras, previsto no artigo 385 da Consolidação das Leis Trabalhistas, foi revogado. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO Conceito: Trata-se da folha semanal prevista no artigo 7º, XV da Constituição Federal, que será preferencialmente aos domingos. A lei 605/49 regulamenta o tema, exigindo a presença semanal para ter direito ao descanso, por fim, se violado o descanso, deverá ocorrer o pagamento em dobro. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO Conceito: Nos termos do artigo 7º, XIV da Constituição Federal, a jornada será de 6 horas, salvo negociação coletiva. Neste sentido, súmula 423 do TST. JORNADA IN ITINERE OU DE DESLOCAMENTO Conceito: A reforma trabalhista alterou o artigo 58, parágrafo segundo da Consolidação das Leis Trabalhistas, afastando o reconhecimento da jornada de deslocamento, ou seja, não é considerado tempo de serviço o período de deslocamento (casa trabalho ou inverso), prejudicadas as súmulas 90 e 320 do TST. Observação: apenas de não constar como período de trabalho, ainda consta como hipótese de acidente de trabalho. TRABALHO NOTURNO DIREITO DO TRABALHO 3 Conceito: O artigo 7º, IX da Consolidação das Leis Trabalhistas, prevê que a remuneração do trabalho noturno será superior ao diurno. Neste sentido, o artigo 73 da Consolidação das Leis Trabalhistas prevê um adicional noturno de 20% na remuneração bem como a hora noturna reduzidas, de 52 minutos e trinta segundos, sendo considerado horário noturno nos termos do artigo, das 22 horas às 5 horas. Para o advogado o adicional é de 25% e a hora noturna é das 20 horas às 5 horas, já para o rural o adicional e de 25% e o horário noturno na lavoura é das 21 horas às 5 horas, na pecuária o horário noturno é das 20 horas às 4 horas. ANOTAÇÃO DE HORÁRIO Conceito: O artigo 74 da Consolidação das Leis Trabalhistas foi alterado para prever como obrigatório a anotação de horário para as empresas com mais de 20 empregados, fica prejudicada parte da Súmula 338 que abordava a quantidade de 10 empregados. Não é válida a anotação com horários invariáveis (britânico). A não juntada dos cartões faz presumir verdadeira a jornada da inicial. O artigo 58, parágrafo primeiro da Consolidação das Leis Trabalhistas prevê um limite de tolerância de 5 minutos na entrada e 5 minutos na saída, limitado a 10 minutos no total. Leitura: artigos 4º, parágrafo segundo, 58, 59, 59-A e 60 da Consolidação das Leis Trabalhista. REMUNERAÇÃO Fundamento legal: artigos 7°, IV, V, VII, VII, VIII e XV da Constituição Federal e 457 até 467 da Consolidação das Leis Trabalhistas. Conceito: a remuneração é o salário mais as gorjetas. Sendo que, remuneração é gênero pois abrange salário e gorjetas. Salário é pago pelo empregador. Gorjetas são oriundas de um terceiro. GORJETAS Fundamento legal: artigo 457, caput e parágrafo terceiro da Consolidação das Leis Trabalhistas. Conceito: Integram a remuneração e são oriundas de terceiro. Classificação: 1. Espontâneas ou próprias: são dadas espontaneamente pelos terceiros; 2. Cobradas ou impróprias: são cobradas na nota de serviço (10%). DIREITO DO TRABALHO 4 Observação: O Direito do Trabalho brasileiro adota o sistema facultativo, mesmo as gorjetas cobradas são facultativas. Súmula 354 do TST: as gorjetas não servem de base de cálculo para as seguintes parcelas: 1. aviso prévio; 2. adicional noturno; 3. hora extra; 4. descanso semanal remunerada. As Gorjetas integram: 1. 13º salário; 2. férias; 3. FGTS. SALÁRIO PRINCÍPIOS QUE REGEM O SALÁRIO 1. Irredutibilidade salarial Fundamento legal: artigo 7°, VI da Consolidação das Leis Trabalhistas. Conceito: a regra é a impossibilidade da redução. Exceção: poderá ser reduzido o salário por meio de negociações coletivas (acordo ou convenção coletiva que possui prazo máximo de 2 anos). 2. Intangibilidade salarial Fundamento legal: artigo 462, caput da Consolidação das Leis Trabalhistas Conceito: é vedado ao empregador efetuar desconto no salário do empregado. Exceções que permitem o desconto no salário: A. adiantamento¹; B. lei autorizar²; C. Negociação coletiva, através do acordo ou convenção coletiva.³ Exemplo: abono ou vale¹; pensão alimentícia²; contribuição negocial ou assistencial³. Observação: o artigo 462, parágrafo primeiro da Consolidação Trabalhistas, autoriza o desconto no salário, em caso de dano provocado pelo empregado, nos casos de dolo ou acordo entre as partes. DIREITO DO TRABALHO 5 EQUIPARAÇÃO SALARIAL Fundamento legal: artigo 7º, XXX, XXXI e XXXII da Constituição Federal, artigos 5º e 461 da Consolidação Das Leis Trabalhistas e Súmula 6 do TST. Base: princípio da igualdade ou isonomia ou paridade de armas, duas pessoas que fazem as mesmas coisas, devem receber de forma igual. Figuras: paragonado ou equiparando (reclamante), do outro lado temos o paradigma, equiparado ou espelho (modelo). Comentários: A equiparação salarial exige requisitos cumulativos, são eles: 1. Identidade de função: conjunto de tarefas (o nome da função é irrelevante para tanto, em razão da primazia da realidade). 2. Trabalho de igual valor: envolve igual produtividade e a mesma perfeição técnica. 3. Diferença detempo de serviço, não superior a: A. 4 anos no mesmo emprego; B. 2 anos na mesma função. 4. Mesmo empregador; 5. Mesma localidade. Observação: para os itens 4 e 5 leva-se em conta o mesmo estabelecimento empresarial e não mais o mesmo município. PERICULOSIDADE Previsão legal: art 193, CLT. Conceito: Prevê que são agentes considerados como perigosos, o trabalho com inflamáveis, exclusivos, eletricidade, roubo ou outras violências físicas na atividade de segurança pessoal ou patrimonial e o trabalho com motocicleta. Na hipótese do trabalhador ficar sujeito aos agentes acima mencionados, o parágrafo primeiro do artigo citado prevê o direito ao pagamento do adicional de periculosidade de 30% do salário base do trabalhador, não incidindo prêmios, gratificações e participações nos lucros. A Súmula 447 do STS afirma que não tem direito ao adicional de periculosidade os tripulantes que permanecem dentro da aeronave DIREITO DO TRABALHO 6 durante o seu abastecimento. O art. 195 da CLT afirma que o juiz nomeará um perito para apurar a periculosidade. Observação: A Súmula 364 do TST prevê que vai ter periculosidade no contato permanente ou intermitente com a periculosidade. Não tem direito se o contato for eventual, ou ainda que habitual, em tempo extremamente reduzido. ATENÇÃO: Súmula 39 do TST, os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade; Súmula 132 do TST: I - O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extras; II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições de risco, razão pela qual é incabível a integração do adicional de periculosidade sobre as mencionadas horas; Súmula 453 do TST: o pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições perigosas. INSALUBRIDADE Fundamento legal: 189 da Consolidação das Leis Trabalhistas. Conceito: Nos termos do artigo 189 da Consolidação das Leis Trabalhistas, a insalubridade consiste na prestação de serviço em que o empregado fica sujeito aos agentes insalubres previstos na NR n° 15 do Ministério do Trabalho, como por exemplo: excesso de ruído; calor; baixa temperatura, dentre outros. A Súmula 448 do TST, prevê que para gerar direito ao adicional de insalubridade é necessário que o agente conste na NR citada, a falta de previsão na NR afasta o direito, como por exemplo: não tem direito ao adicional de insalubridade, a limpeza de lixos e banheiros de residências e escritórios, salvo a limpeza de banheiros de local de grande circulação. O artigo 192 da Consolidação das Leis Trabalhistas, prevê o direito ao adicional de insalubridade de 10%, 20% ou 40% sobre o salário-mínimo (grau mínimo, médio e máximo respectivamente). O artigo 195 da Consolidação das Leis Trabalhistas, prevê que será nomeada a perícia para apurar a insalubridade e seu respectivo grau. DIREITO DO TRABALHO 7 ATENÇÃO: Súmula 47 do TST, o trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional; Súmula 289 do TST, o simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado; Súmula 293 do TST: a verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade (pedido extra petita); OJ 173 da SDI I do TST: I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto, por sujeição à radiação solar; II - Tem direito ao adicional de insalubridade o trabalhador que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições previstas no Anexo3 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE. Observação: de acordo com o parágrafo segundo do artigo 193 da Consolidação das Leis Trabalhistas, não pode acumular os adicionais de insalubridade e periculosidade, lhe sendo permitido escolher qual será o recebido. AVISO PRÉVIO Fundamento legal: artigos 7°, XXI da Constituição Federal e 457 e seguintes da Consolidação das Leis Trabalhistas. Conceito: Trata-se da comunicação da rescisão do contrato pela parte que pretende rescindir, possui previsão nos artigos 7°, XXI da Constituição Federal e 487 e seguintes da Consolidação das Leis Trabalhistas, pode ser concedido pelo empregado ou pelo empregador, pode ser trabalhado ou indenizado. Nos termos do artigo 488 da Consolidação das Leis Trabalhistas, no aviso prévio trabalhado, concedido pelo empregador, é direito do empregado sair duas horas mais cedo, ou faltar os últimos 7 dias, neste sentido, Súmula 230 do TST. Observação: se é o empregado quem pede a demissão, não tem esse direito. Os artigos 490 e 491 da Consolidação das Leis Trabalhistas, autorizam o reconhecimento de falta grave no aviso prévio, salvo a de abandono de emprego conforme súmula 73 do TST, já o artigo 489 da Consolidação da Leis trabalhistas prevê que é possível a reconsideração do aviso prévio, desde que ocorra o aceite da outra parte. A súmula 276 do TST, prevê que o aviso prévio é irrenunciável (para o empregado, não pode haver a renúncia, dizer que não quer), salvo se o DIREITO DO TRABALHO 8 empregado obteve um novo emprego. O parágrafo 1° do artigo 487 da Consolidação das Leis Trabalhistas, prevê que o aviso prévio integra o contrato, ainda que indenizável, neste sentido OJ's 82 e 83 da SDI I do TST. Comentários: A lei 12506/11 regulamenta o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço de 3 dias por ano de trabalho completo, limitado a 60 dias, neste sentido, súmula 441 do TST. Observação: esses 3 dias serão a mais do que o prazo mínimo de 30 dias, limitado aos 60 dias em razão do tempo de serviço, o prazo máximo será de 90 dias.
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