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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1


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DISCIPLINA: PRÁTICA JURÍDICA TRIBUTÁRIA
ACADÊMICA: GEYSE MONTEIRO MARIA
TURMA: 9º DIN
DATA: 04.05.2022
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1° REGIÃO.
PROCESSO DE ORIGEM N° xxxxxxxx-xx
AGRAVANTE: Sociedade Empresária Beta S/A.
AGRAVADO: Fazenda Pública da União.
Sociedade Empresária Beta S/A, inscrita no CNPJ sob o n° ..........., com sede no município de Macapá no estado do Amapá, e endereço ......, n° ...., bairro ......, CEP ....., por meio de sua advogada constituída, que esta subscreve ( procuração em anexo), vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos cf. Art. 7º, § 1º, da Lei nº 12.016/09 ou o Art. 1.015, inciso I, do CPC. Interpor:
AGRAVO DE INSTRUMENTO c/c EFEITO SUSPENSIVO
Contra a respeitável decisão interlocutória proferida pelo Exmo. Juiz de Direito a quo, que negou a concessão de tutela provisória através da Ação de Mandado de Segurança, com fulcro nas decisões a seguir elucidadas.
Em cumprimento ao artigo 1.017 e 1.019, I, do CPC/15, a Agravante instrui o presente recurso com as seguintes peças: 
(i) cópia da petição inicial; 
(ii) cópia da contestação; 
(iii) cópia da petição que ensejou a decisão agravada; 
(iv) cópia da decisão agravada; 
(v) cópia da certidão da respectiva intimação; 
(vi) Cópia da Certidão Positiva de débitos tributários federais;
(vii) cópia das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. Requer seja juntada a guia de custas de preparo recursal, devidamente recolhida, como determina o art. 1.007 do CPC/15. 
Ademais, requer o recebimento do presente recurso, bem como seu regular processamento perante o Egrégio Tribunal Regional Federal da 1º Região. Por fim, requer a intimação do Agravado para, querendo, oferecer contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
Local, data. 
Advogado _ OAB nº _ 
RAZÕES RECURSAIS PROCESSO
PROCESSO DE ORIGEM N° xxxxxxxx-xx
AGRAVANTE: Sociedade Empresária Beta S/A.
AGRAVADO: Fazenda Pública da União. 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DO ESTADO DO AMAPÁ,
COLENDA TURMA,
PRECLARO DESEMBARGADOR
1. DOS FATOS 
Cumpre esclarecer que a sociedade empresária Beta S/A, ingressou com mandado de segurança preventivo contra ato do Delegado da Receita Federal do Brasil, no Município de Macapá, com o objetivo de impedir a iminente cobrança de IPI sobre operações que entendia estarem isentas. Prestadas as informações pela autoridade coatora, e após ouvidas a União e o Ministério Público Federal, foi deferida liminar em mandado de segurança para que o Fisco federal se abstivesse de qualquer cobrança até a sentença. Contudo, o Fisco federal, para prevenir a decadência do direito de constituir os créditos tributários discutidos, realizou seu lançamento, juntamente com cobrança de multa de ofício e multa de mora. 
E após breve busca via Internet, verificou-se que que a certidão para débitos tributários federal testou positivo para a Sociedade Beta, o que impediria a participação da Agravante em processo licitatório. Inconformada com tal ato do Fisco, a empresa apresenta nos próprios autos do mandado de segurança pedido para determinar que o Fisco se abstenha de violar a liminar anteriormente concedida, uma vez que: o Fisco fizera lançamento com cobrança de multa de ofício e multa de mora, em contrariedade ao Art. 63 da Lei no 9.430/96. o Fisco estava emitindo Certidão Positiva de um débito cuja exigibilidade estava suspensa por liminar em mandado de segurança. Todavia, tal pedido foi indeferido pelo juízo a quo.
2. DA TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO
É tempestivo o recurso, uma vez que se passaram apenas 7 (sete) dias úteis da intimação da decisão guerreada, estando, portanto, dentro do prazo estabelecido pelos artigos 231, inc. VII c/c 1.003, § 2º, § 5° do Código de Processo Civil.
Quanto ao cabimento, deve-se constatar que cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias que versarem sobre tutelas provisórias em mandado de segurança, conforme Art. 7º, § 1º, da Lei nº 12.016/09 ou o Art. 1.015, inciso I, do CPC.
3. DO DIREITO
3.1. DA INOBSERVÂNCIA DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO
Nobre julgador, é certo que o Fisco se utilizou do lançamento de créditos tributários para prevenir a decadência, ocorre que como mencionado, de antemão já houvera sido determinada a suspenção da exigibilidade de tais créditos por liminar em mandado de segurança pelo juízo a quo, conforme disciplina o Código Tributário Nacional artigo 151, incisos IV, V, nesse aspecto corrobora, o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, in verbis:
EMENTA: DIREITO PROCESSUAL E TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITO, NEGATIVA. PLEITO DE COMPENSAÇÃO NA VIA ADMINSTRATIVA.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. CTN 151, III. NEGA-SE PROVIMENTO.
01. O mandado de segurança é uma garantia constitucional e sua impetração deve ocorrer quanto é manifesta a resistência do Poder Público, por ato omissivo ou comissivo, de forma ilegal ou abusiva, dificultando/impedindo de a parte, portadora de um direito líquido e certo, dele não poder fazer uso. É o caso dos autos. Preliminar de indeferimento da inicial rejeitada. 02. Os créditos adquiridos por escritura pública, devidamente registrada, decorrentes de acordo entre o cedente e o Município/agravante, em Processo de Desapropriação, os quais são aceitos, pelo cessionário/agravada, com finalidade expressa de pagar débitos municipais, visando compensação, oferecidos pelo devedor/cessionário, em reclamação impugnativa, é razão suficiente para autorizar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário enquanto se discute o direito à compensação. fls. 1 AL - 2 03. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (TJBA. AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0015015-14.2011.8.05.0000. Segunda Câmara Cível. Relator: Des. Clésio Rômulo Carrilho Rosa. Data de Julgamento: 25/06/2012) (grifos nossos).
No mesmo sentido, nota-se que não houve o cumprimento de determinação concedida pelo juízo, do caso em tela, incorrendo em falha pelos sujeitos do processo. Todavia, não há que se falar em lançamento que seja previamente acompanhado de multa de ofício ou de multa moratória, tratando-se de prática ilegal que agrega notório prejuízo ao contribuinte, conforme fundamenta o artigo 63 da Lei nº 9.430/96, in verbis: 
“Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício.
 § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição”.
Destarte, resta claro que que uma vez concedida a pretensão através de medida liminar, não caberia nem a exigibilidade do crédito tributário, tampouco a incidência de multa de mora, uma vez que já existia decisão interlocutória prévia sobre a matéria, e mesmo que não tenha sido apreciada em decisão posterior decisão, veemente contraditória. Portanto, uma vez que houve a concessão da suspensão da exigibilidade, o Fisco não poderia efetuar a cobrança do tributo e, tampouco, ajuizar a execução fiscal, cuja contagem do prazo prescricional ficará suspensa até a resolução da demanda, razões as quais ignoradas pelo R. juízo a quo.
Eis, pois, a decisão interlocutória guerreada, a qual indeferiu o pedido para proibição de o Fisco violar a liminar anteriormente concedida pelo magistrado, a qual, sem sombra de dúvidas, permissa vênia, merece ser reformada.
3.2. QUANTO A IRREGULARIDADE DA CERTIDÃO POSITIVA
A mencionada Certidão positiva, a qual foi solicitada pela Agravante por meio digital, é inegavelmente irregular, incorrendo em erro formal, utilizando como fundamento a inteligência do artigo 206 do Código Tributário Nacional, assevera que a Certidãocorreta a ser emitida, quando há débitos tributários com a exigibilidade suspensa, é a Certidão positiva com efeitos de negativa, conforme corrobora o Supremo Tribunal de Justiça, RESP nº 850.332 - SP (2008/00000-00):
TRIBUTÁRIO - EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - COMPENSAÇÃO - HOMOLOGAÇÃO INDEFERIDA PELA ADMINISTRAÇÃO - RECURSO ADMINISTRATIVO PENDENTE - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO TRIBUTO - FORNECIMENTO DE CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA.
1. As impugnações, na esfera administrativa, a teor do CTN, podem ocorrer na forma de reclamações (defesa em primeiro grau) e de recursos (reapreciação em segundo grau) e, uma vez apresentadas pelo contribuinte, têm o condão de impedir o pagamento do valor até que se resolva a questão em torno da extinção do crédito tributário em razão da compensação. 2. Interpretação do art. 151, III, do CTN, que sugere a suspensão da exigibilidade da exação quando existente uma impugnação do contribuinte à cobrança do tributo, qualquer que seja esta. 3. Nesses casos, em que suspensa à exigibilidade do tributo, o fisco não pode negar certidão positiva de débitos, com efeito de negativa, de que trata o art. 206 do CTN. 4. Embargos de divergência providos.
Veja, Nobre Julgador, o Agravante tem direito à certidão positiva com efeito de negativa, onde se possa verificar a pendência de ordem fiscal, e de nenhuma forma considerar desde logo que este esteja em dívida com o Fisco, sem nem mesmo haver decisão de mérito na exação no âmbito judicial, que condene o contribuinte. Estando evidente a completa irregularidade da Certidão positiva apresentada à Agravante. Seguindo o mesmo entendimento, consta no julgado do Tribunal Regional Federal da 3ª Região TRF-3 - REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL: RemNecCiv 5002797-72.2019.4.03.6111 SP
E M E N T A TRIBUTÁRIO – CERTIDÃO POSITIVA DE DÉBITOS COM EFEITOS DE NEGATIVA – DÉBITOS FISCAIS COM A EXIGIBILIDADE SUSPENSA – DIREITO A CERTIDÃO DE REGULARIDADE FISCAL.
1. A expedição da certidão negativa é possível nos casos de extinção do crédito tributário, conforme disposto no artigo 156 do CTN, e a expedição da certidão positiva com efeito de negativa é possível nos casos de existência de créditos não vencidos, de créditos em curso de cobrança executiva na qual se tiver efetivado a penhora e de créditos cuja exigibilidade esteja suspensa, conforme disposto no artigo 151 do CTN. 2. Consta da Sentença que o crédito impeditivo à emissão da certidão foi anotado em duplicidade e o crédito tributário validamente constituído por parcelamento, está com exigibilidade suspensa. 3. A União deixou de apelar, uma vez que reconheceu que os débitos estão com a exigibilidade suspensa. 4. Remessa oficial não provida.
Destarte, conforme visto, o entendimento sobre a correta Certidão a ser atribuída à Agravante, é matéria já pacificada pelos Tribunais, merecendo, portanto, ser imediatamente corrigida imediatamente. 
Por fim, através dos muitos entendimentos jurisprudenciais, que versam acerca das questões aqui abordadas, como por exemplo, a suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário e incorrência de multa, uma vez que já havia ocorrido decisão concedendo tal pedido de suspensão pelo juiz a quo, quanto, a ilegalidade da Certidão agregada ao Agravante, causando-lhe grave prejuízo. Por essas razões, requer a reforma total da decisão objeto desde recurso.
4. DO EFEITO SUSPENSIVO
As questões levantadas no presente Agravo de instrumento, comprovam a necessidade de intervenção da nobres Desembargadores, em razão das ilegalidades flagrantes apresentadas nos fundamentos que deram ensejo a irregular decisão guerreada.
vislumbra-se nesse caso, a presença do pressuposto da probabilidade de provimento do recurso, expressa nos artigos 995, parágrafo único c/c art. 1.019, I, do CPC, quanto a decisão irregular que deu ensejo ao presente agravo, é de se reconhecer que a peça recursal destaca a confissão ficta, traz à tona inúmeros documentos comprobatórios, doutrina, normas, vasta quantidade de arestos de jurisprudência.
Relativo ao periculum na demora da providência judicial, urge demonstrar que a Agravante se encontra irregular no sistema Fiscal, causando grave prejuízo , pois a empresa está sendo impedida, em detrimento da expedição de Certidão Positiva de débitos, de participar de processo licitatório, a ocorrer dentro de 15 dias, conforme edital convocatório em sua área de atuação, fato este comprovável de plano, não há dúvida que essa inclusão traz transtornos imensuráveis. 
Por fim, não há outra alternativa que não seja a atribuição de efeito suspensivo ao presente agravo de instrumento, a fim de resguardar ao direito para anulação da multa de ofício e de multa moratória quanto a débitos tributários com exigibilidade suspensa, e a correção da certidão, para certidão positiva com efeito negativo.
 5. DOS PEDIDOS 
a) A concessão de tutela provisória (efeito suspensivo ativo) para anulação da multa de ofício e de multa moratória quanto a débitos tributários com exigibilidade suspensa; 
b) A concessão de tutela provisória (efeito suspensivo ativo) para que o Fisco emita certidões positivas com efeitos de negativa quanto a tais débitos tributários com exigibilidade suspensa; 
c) Que seja dado provimento ao recurso, para reformar a decisão denegatória do juízo a quo, confirmando as tutelas provisórias requeridas; 
d) A juntada dos documentos obrigatórios, nos termos do art. 1.017 do CPC;
e) A intimação da Agravada para, querendo, apresentar contrarrazões; 
f) A intimação do Ministério Público Federal, para, querendo, opinar. 
Nesses termos,
pede deferimento.
Local, Data.
Advogado
(OAB)