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Clínica de Pequenos 3 (TUDO MESMO) (1)

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CLÍNICA DE PEQUENOS III (TUDO)
Prof.ª Adriana Tomoko Nishiya (partes moles e oncologia) atnishiya@anhembi.br
Prof. Fabiano Braz (tecidos moles mais para trato urinário) fabiano.braz@anhembi.br
Prof.ª Andrea Barbosa (oftalmologista)
Observações:
- Aulas teóricas e práticas no hospital e laboratório de habilidades = ambos usar pijama. Não pode jaleco. 
- Sempre levar pijama nas aulas de 4ªe 5ª, pois pode mudar em cima da hora. 
- Trazer lápis de cor para desenhar (Prof.ª Tomoko).
- Materiais opcionais (será fornecido em aula):
	- Porta-agulha Hegar Mayo (12, 14 ou 16 cm)
	- Pinça anatômica
	- Tesoura standard reta (com ponta romba fina)
	- Conjunto de agulhas trifacetadas (tipo de circunferência: 1/2 ou ¾; comprimento: 2 ou 3 cm)
	- Bastidor para bordado (casa de artesanato)
	- Feltro (para colocar no bastidor)
- Livros: Teresa Fossum (Prof. Fabiano gosta, mais fácil de ler, com desenhos, etc), Douglas Slatter (mais aprofundado) e Karen Tobias. Dica: levar nas aulas práticas para ficar estudando a técnica enquanto preparam o animal.
P1: prova de sutura (prática) = 18/03 (valor 10)
P2: prova teórica dissertativa = 08/04 (valor 10: teste + dissertativa)
P3: teste de progresso = 30/04
N2 = 17/06 (valor 9) + APS (valor 1)
12/02/2020 (ok) – Tempos de Cirurgia e Nomenclatura
Tempos Fundamentais da Cirurgia
Os tempos fundamentais da cirurgia são:
1º: Diérese
2º: Hemostasia
3º: Manipulação
4º: Síntese
1º: DIÉRESE
INCISÃO 🡺 DIVULSÃO 🡺 PULSÃO 🡺 CURETAGEM
Se inicia pela INCISÃO (= corte) da PELE, seguido pela DIVULSÃO (como se estivesse descolando o tecido com a tesoura. Vai abrindo o subcutâneo). 
2º: HEMOSTASIA
É o controle do sangramento. Ocorre por 2 motivos principais. São eles:
1) Manter o animal vivo (não perder muito sangue);
2) Facilitar a visualização do campo operatório.
3º: MANIPULAÇÃO
Também considerada como sendo o 2º tempo “B”, a MANIPULAÇÃO é a cirurgia em si (ex.: visualização, exposição, ligação de vasos). 
4º: SÍNTESE
Período em que se faz a SUTURA (a sutura é o que se faz com o fio e a agulha. Já o tempo cirúrgico em que é feita a sutura é chamado de SÍNTESE).
MESA CIRÚRGICA
É preciso montar a mesa cirúrgica seguindo a ordem dos tempos (DIÉRESE 🡺 HEMOSTASIA 🡺 MANIPULAÇÃO 🡺 SÍNTESE). Desta forma, caso ocorra uma emergência fica fácil para que o cirurgião ou o instrumentador encontre o material desejado com rapidez. Assim, cada material tem indicação para um tempo. O professor monta até de acordo com o tamanho. 
1º: DIÉRESE
INCISÃO 🡺 DIVULSÃO 🡺 PULSÃO 🡺 CURETAGEM
1.1: INCISÃO
	Pode ser feita com:
a. Bisturi
b. Tesoura
c. Bisturi Elétrico (faz corte e coagulação ao mesmo tempo)
a. Bisturi: 
O BISTURI é formado pelo CABO (reutilizável; NÃO se descarta. Ele é lavado e esterilizado, pois é de aço inoxidável) com a LÂMINA (descartável; o tipo de lâmina vai depender da cirurgia que será realizada). O tipo de cabo do bisturi vai depender do tamanho da lâmina. Ex.: o cabo nº 4 é utilizado com lâminas maiores enquanto que o cabo nº 3 é usado com lâminas menores. NÃO é preciso memorizar o tamanho das lâminas. O importante é saber segurar o cabo do bisturi de forma correta (cai na prova prática!!!). A forma correta de segurar pode ser: 
· Como caneta (dedo indicador é que vai dar a pressão na lâmina): NÃO se deve segurar na ponta. Sempre mais para trás. 
· Como garra (“pato”): apoia o bisturi e faz a incisão de uma vez (NÃO se deve ir cortando aos poucos). Se apertar pouco, não corta. Se pressionar muito, ao invés de incisar apenas a pele, vai entrar também na cavidade. A pressão deve ser leve e uniforme (= de uma vez). 
c. Bisturi Elétrico
Ele pode ser: Monopolar ou Bipolar. 
Antes da cirurgia começar, monta-se o cautério e coloca-se uma placa-terra (com gel ou com um pano umedecido em álcool para fazer com que a placa tenha contato com a pele do paciente, pois o pelo atrapalha) embaixo do paciente para formar o circuito da corrente elétrica. Por isso que quando acionamos a caneta e a colocamos no paciente o bisturi cauteriza (= queima). Sendo assim, só o indivíduo que está encostado na placa é que irá sofrer a queimadura (ou seja, a equipe cirúrgica não se queima. Apenas sente o calor.) A caneta pode ser acionada através de botão ou pedal. A caneta e as ponteiras são as partes estéreis do eletrocautério (sendo necessário utilizar luva estéril). Dependendo do tecido onde for feita a incisão e coagulação se escolhe um tipo de ponteira. 
1.2: DIVULSÃO
É feita com TESOURA (faz-se o deslocamento do subcutâneo para se chegar no local desejado). Há diferentes tipos de tesoura. São elas:
i. Mayo
i. Standard
ii. Metzembaum: mais longa e fina (mais delicada)
Já a ponta da tesoura (que é escolhida de acordo com o tecido que será seccionado) tem diferentes nomenclaturas:
i. Romba ou pontiaguda
ii. Lisa ou serrilhada
iii. Reta ou curva
Exemplos
Romba Romba: igual a de cortar papel (imagem esquerda).
Fina Fina: duas pontas pontiagudas (imagem direita).
Romba Fina: um lado parece a de cortar papel e o outro fina.
Se formos colocar uma tesoura dentro da cavidade, NÃO se utiliza uma Fina Fina pois tem o risco de perfurar algum órgão. Sendo assim, deve-se usar uma Romba Fina ou uma Romba Romba. Varia a indicação.
 
	Além disso, a ponta pode ser:
i. Curva (com variações na curvatura)
ii. Reta
 
Como segurar a tesoura?
Deve-se utilizar os dedos: polegar e anelar. O dedo indicador serve para direcionar a pinça e a tesoura. Deve-se treinar com ambas as mãos. 
1.4: CURETAGEM
Nesse momento é utilizada a CURETA (é no formato de uma concha de sorvete fina). Geralmente ela é utilizada em cirurgias ortopédicas (ex.: quando é preciso “raspar” o sulco troclear para que a patela fique melhor no lugar). No caso das cirurgias de tecidos moles, a Cureta é mais utilizada em cirurgia de orelha (ex.: otite interna, quando é preciso curetar a bula timpânica). 
A DIÉRESE (incisão) IDEAL:
· Tem que ter uma extensão suficiente para boa visualização. [Professor acredita que grandes cirurgiões fazem grandes incisões. É muito melhor fazer uma incisão grande o bastante para conseguir ver o que se está fazendo, do que operar em uma incisão pequena e não ter ideia do que está acontecendo. Além disso, incisões menores doem mais do que as maiores, pois incisões menores precisam de um maior afastamento para que seja possível observar. Quando se faz uma incisão pequena e traciona demais, ocorre uma dor como se fosse a da musculatura na academia].
· Bordas regulares: por isso que a incisão deve ser única e retilínea. Além disso, cicatriza melhor.
· Atravessar os tecidos respeitando a anatomia regional: para não correr o risco de incisar, por exemplo, a artéria femoral. 
· Não comprometer grandes vasos e nervos da região
2º: HEMOSTASIA
É o controle do sangramento. Existem diferentes tipos de hemostasia para artéria, para veia e para capilar. Se pensarmos em diâmetro de vaso e em pressão. Por exemplo, fazer a hemostasia de um capilar é bem fácil (às vezes ele para sozinho). Enquanto, que fazer a hemostasia de uma artéria é bem mais difícil, pois ela pulsa (mesmo o calibre da veia sendo muito maior do que o da artéria. A artéria tem um diâmetro menor, mas uma parede mais espessa, que está pulsando o tempo todo. Já na veia o sangue apenas escorre dentro dela.). 
Pinças Hemostáticas
Forma de segurar: igual a da tesoura, ou seja, com o polegar e o anelar (treinar fazer com as duas mãos). 
A Kelly, a Rochester e a Kocher possuem tamanhos iguais, mudando apenas a ranhuras. 
· Halsted mosquito: parece uma Rochester, mas é bem pequena.
· Kelly: metade com ranhura e metade lisa.
· Rochester: inteira com ranhura.
· Kocher: parece uma Rochester e tem na ponta um dente de rato.
Os mecanismos de hemostasia podem ser: 
A. Hemostasia Natural ou Espontânea: um capilar que faz coagulação e para o sangramento, por exemplo. Assim, se for um capilar ou uma veia bem pequena, consegue-se uma boa hemostasia sem ser necessário fazer o uso de algum procedimento.
- Coagulação 
- Espasmo da Artéria ou Veia Agredida
- Tampão plaquetário– adesão das plaquetas
B. Hemostasia Cirúrgica: 
B.1 Temporária: é quando realizamos uma hemostasia temporária (= interrompemos o fluxo de sangue para o local temporariamente), pois queremos que a vascularização volte ao normal após a cirurgia (= liberamos o fluxo).
B.2 Permanente: quando interrompemos definitivamente o fluxo sanguíneo de modo que ele não chegue nunca mais ao local.
B.1 Hemostasia Cirúrgica Temporária
Pode ser realizada através de:
· Compressão lateral ou digital: é o que fazemos pós punção venosa (= após tirar a agulha, comprimimos o local). 
· Compressão circular: é o garrote (ex.: ao redor do braço para parar o fluxo sanguíneo e assim conseguir ver a veia). 
· Tamponamento compressivo: colocar um pano limpo sobre o vaso e depois comprimir para evitar a perda de sangue excessiva. 
· Clampeamento vascular: são pinças hemostáticas, que são colocadas no vaso, fechando-o e, consequentemente, interrompe o fluxo sanguíneo. Quando soltamos a pinça o fluxo se reestabelece. Os clamps vasculares são pinças hemostáticas um pouco diferenciadas, pois elas NÃO lesam a parede do vaso (se a pinça lesionasse a parede do vaso, iria causar turbilhonamento, predispondo a formação de trombo). 
B.2 Hemostasia Cirúrgica Definitiva
Pode ser realizada através de: 
· Ligadura: Ex.: castração de fêmea (= ovariossalpingo-histerectomia), esplenectomia (= retirar o baço. O baço é repleto de vasos e por isso não dá para seccionar eles. É preciso ligá-los e fazer uma hemostasia definitiva), PDA (= comunicação da aorta com a veia pulmonar. Para interromper esse fluxo se faz uma ligadura definitiva). Na maioria das vezes a ligadura é feita com um fio (o fio abraça os vasos e recebe nós, que são feitos ou com um porta-agulha ou com a mão). A ligadura também pode ser feita com um grampo. Existem dois tipos de ligadura, são eles: 
· Ligadura Simples: quando a ligadura é feita em apenas 1 vaso.
· Ligadura em Massa: quando a ligadura é feita em mais de 1 vaso (ex.: juntamente com veia, artéria, tecido adiposo ao redor, etc.). Devemos evitar ligaduras em massa, principalmente quando há uma artéria no meio do caminho.
· Transfixação: faz-se quando há um vaso muito grande, que temos receio de fechá-lo de uma vez, pois o mesmo pode ficar um pouco aberto. Pega-se a agulha, perfura o vaso pelo meio, liga de um lado (= faz uma ligadura bem pequena de modo a diminuir o diâmetro desse vaso), depois abraça o restante do vaso e faz outro nó, terminando de fechar assim todo o diâmetro. 
· Torção: torcer o vaso. Pega uma pinça, pinça o vaso e roda o vaso até ele se romper. Quando o vaso se rompe, o mesmo retrai, fazendo a hemostasia. Isso só pode ser feito com vasos de pequeno calibre, pois a pressão é baixa.
· Termocauterização: [professor não comentou]
· Eletrocoagulação: é quando usamos o cautério para cauterizar os vasinhos.
· Angiotripsia: é arrancamento do vaso. Ele estica e rompe. No momento em que ele se rompe, o mesmo se retrai e faz a hemostasia. É feito em vasos pequenos. Ex.: o professor faz a mastectomia por arrancamento das mamas.
· Sutura compressiva: quando, por exemplo, o tecido subcutâneo tem um vaso pequeno sangrando, aproxima-se o subcutâneo, comprimindo o vaso, resultando em uma hemostasia definitiva.	
 
REGRAS NO CONTROLE DAS HEMORRAGIAS
· Hemostasia plano por plano: devemos controlar o sangramento do plano mais profundo para o mais superficial. 
· Hemorragias capilares (compressão, eletrocoagulação): pode-se fazer tanto compressão como eletrocoagulação. 
· Vasos maiores (ligadura e transfixação): em vasos maiores deve-se fazer ou ligadura ou transfixação.
· Mínimo de tecido: significa NÃO fazer ligadura em massa. Devemos procurar ligar o vaso única e exclusivamente. 
· Fístulas arteriovenosas: tomar cuidado, pois quando se faz ligadura em bloco pode-se formar fístulas arteriovenosas, pois elas ficam muito juntas e acabam tendo comunicação. 
· Neoplasias e infecções (ligar primeiro as veias de drenagem): em casos de neoplasias e infecções, obrigatoriamente deve-se fazer a ligadura da veia. Ex.: há um tumor no baço e o órgão precisa ser retirado. Nesse caso devemos começar ligando as veias esplênicas, pois a manipulação do órgão pode liberar células neoplásicas, que podem se espalhar para outros órgãos. Se ligarmos primeiro a artéria, só estamos fazendo com que pare de chegar sangue. 
4º: SÍNTESE
[Será a APS da N2]
O material para sutura é composto por: 
· Porta-agulha
· Agulha
· Fio [NÃO falar “linha”. Usar carretel linha 10 para treinar.]
· Pinça de tecido
· AGULHA:
A) Ponta:
A.1 Trifacetada: a ponta forma um triângulo.
A.2 Cilíndrica: ponta circular.
A.3 Romba: sem ponta (não é pontiaguda).
B) Corpo:
B.1 Cilíndrico
B.2 Achatado
B.3 Triangular
C) Fundo:
C.1 Verdadeiro: (ou fechado) como a agulha de costura comum.
C.2 Falso: (ou aberto ou francesa) tem uma abertura e por isso é muito mais fácil de passar o fio.
Quando falamos em ¼, ¾, devemos sempre imaginar uma circunferência. A agulha terá esse formato (ex.: ¼ da circunferência). A agulha pode ser tanto curva quanto reta. Ela também pode ser:
· Agulha Traumática: quando o orifício que a agulha fez for maior do que o fio (vai ficar um “buraquinho”). 
· Agulha Atraumática: quando o orifício que a agulha fez for do tamanho do fio (ou seja, quando o fio passa ele preenche o orifício feito pela agulha). 
Diâmetro/Espessura do Fio:
Ex.: Nylon 3-0. Conforme o número vai aumentando acima de 0 (ou seja, 0 🡺 0-1 🡺 0-2 🡺 0-3 🡺 0- 4...) o fio vai ficando mais grosso. Já quando o número é de 0 para baixo (ou seja, 2-0 🡺 3-0 🡺 4-0 🡺 5-0) o fio vai ficando mais fino (ex.: 10-0 = fio de cabelo). Para pequenos se utiliza no máximo um fio 0. Geralmente na rotina de pequenos se utiliza um fio 2-0 ou 3-0, que são mais finos e delicados. Além disso, costuma-se comprar fio agulhado. 
Porta-Agulhas:
Devem ser seguradas da mesma forma que os outros instrumentos: com o dedo polegar, com o anelar e com o indicador dando apoio.
· Mayo-Hegar
· Mathieu: usado para grandes. Difícil manuseio. 
Pinça de Tecidos:
Varia de acordo com o tecido sendo suturado. Há dois tipos:
· Dente de rato: para estruturas mais grosseiras como a pele e a musculatura.
· Anatômica: para tecidos delicados como o intestino.
Regras Para uma Boa Sutura
- Assepsia e antissepsia: fazer uma boa assepsia e antissepsia, pois se suturarmos algo contaminado pode acarretar na abertura dos pontos (= deiscência).
- Hemostasia: é importante, pois se sangrar embaixo da sutura formará coágulo, que predispõe à infecção, que predispõe à deiscência (= abertura espontânea) dos pontos. Coágulo é fonte de infecção: há sangue + umidade + temperatura (pois fica abaixo da pele onde é mais quente), o que é propício para o crescimento de bactérias.
- Bordas Regulares: a sutura é o seu “cartão de visita” e por isso tem que estar bem feita.
- Material Delicado: utilizar material delicado (fio e instrumentos) para ter um trabalho mais refinado. 
- Tração Moderada: é muito importante que a sutura da pele não tenha tensão/tração, caso contrário a chance dos pontos se abrirem é muito grande. É preciso ter aposição (= justaposição) de pele. 
- Evitar Espaço Morto: se fizermos a Divulsão (= deslocamento) da pele e suturamos, entre a pele e a musculatura ficará um vácuo (que é chamado de Espaço Morto), que propicia um acúmulo de líquido inflamatório (= Seroma), o que retarda a cicatrização. 
- Não Deixar Corpos Estranhos Entremeados Ou Tecido Necrosado na Sutura: corpos estranhos como fiapos de gaze. 
-	Distribuição Adequada Dos Pontos: tentar ser uniforme/linear/homogêneo nos espaços entres os pontos, caso contrário o trabalho fica muito feio e a sutura fica com tensão diferente, predispondo a deiscência de algum ponto. 
Instrumental Auxiliar
- Pinça Allis: utilizada para pinçar/segurar musculatura, para ajudar na abertura da cavidade. Ela pega o músculo, mas não traumatiza. 
- Pinça Backhaus: serve para fixar o pano de campo no paciente. É preciso ter muito cuidado, pois ela perfura e machuca. Quando for colocar devolta na caixa, deve-se sempre fechar para não espetar o dedo de alguém. A Backhaus tem sido substituída por panos de campo com fita adesiva, pois não traumatiza tanto como a Backhaus. 
- Afastador Manual de Farabeuf: pode encaixar na parede muscular, por exemplo, e o auxiliar com a mão puxa/afasta.
- Afastador de Gosset e de Finochietto: são afastadores autoestáticos (= eles mesmos se mantêm abertos, não precisando que o auxiliar segure). São usados para tórax (entre uma costela e outra) e no abdômen. 
Fios de Sutura (tema da APS):
· MATERIAL 
Dependendo do órgão que será suturado se escolhe um tipo de fio. O material do fio de sutura pode ser:
· Absorvível: é utilizado quando desejamos que o fio seja absorvido. Locais utilizados: bexiga e dentro do canal vaginal, por exemplo. Ex.: se após a retirada de um cálculo na bexiga um fio não absorvível permanecer dentro da bexiga, formará um novo cálculo.
· NÃO Absorvível: nylon, por exemplo. É utilizado em casos em que o fio não pode desaparecer de forma alguma, como, por exemplo o PDA, pois nesse caso se o fio desaparecer o fluxo será restabelecido (algo que NÃO queremos). Local: pálpebra, por exemplo. No caso da pálpebra, normalmente se utiliza fio de seda, que é um dos menos reativos existentes. É importante saber que cães são altamente reativos a fio de algodão (o organismo forma uma fístula no flanco para eliminar o fio), apesar de quase não ser mais utilizado. 
· Fio Metálicos:
· Fio de Aço: usado para ossos e aproximar costela. 
 
Tabela: Tipos de Fios (NÃO precisa decorar). 
Xxx (ok)
13/02/2020 (OK) - Profilaxia da Infecção
Profilaxia da Infecção
Esterilização: 
- Destruição de todos os microrganismos (bactérias, vírus ou esporos). Tanto os patogênicos quanto os não patogênicos. Só para objetos inanimados. Sendo assim, NÃO é possível um animal ou humano ser esterilizado. 
- Exemplos: panos de campo, aventais, instrumental, luvas. 
Desinfecção:
- Destruição da maior parte dos microrganismos patogênicos presentes em objetos.
- Exemplos: piso, mesa cirúrgica (de material e do paciente),calha cirúrgica e aparelho de anestesia (que fica dentro do centro cirúrgico e precisa ser limpado com frequência).
- NÃO mata esporos: somente bactérias patogênicas. 
- TIPOS DE DESINFETANTES: álcool etílico e isopropílico, hipoclorito (= cloro), iodóforos (= iodo; Iodopovidona), glutaraldeido, Clorexidine.
- Produto ideal: atóxico, solúvel em água (pois se ocorrer qualquer irritação é possível retirar o desinfetante lavando a região com água) e NÃO apresentar diminuição de poder de ação quando estiver em contato com matéria orgânica (= sangue, tecido ou qualquer secreção do corpo).
- Álcool: (etílico 70% e isopropílico 50 a 70%) ele leva de 5 a 10 minutos para desinfetar. Sendo assim, NÃO adiantar passar ele antes de aplicações ou canulações com agulhas, por exemplo. Mesmo assim, devemos passar para “manter o teatro” e não haver reclamação. Recomendado para desinfecção e antissepsia. 
- Hipoclorito e Compostos Liberadores de Cloro Ativo (Cândida): também chamado de Dakin, NÃO é mais utilizado, pois, como ele NÃO é seletivo, acaba matando as células. Além disso, ele irrita a pele e mucosas e corrói metais. Tempo de disposição para desinfecção: 10 a 30 minutos. O Hipoclorito é o desinfetante mais utilizado no ambiente.
- Compostos Iodados: apresenta propriedades desinfetantes e antissépticas, sendo mais utilizado como antisséptico do que desinfetante. A matéria orgânica reduz a atividade dos Compostos Iodados. Ou seja, NÃO adianta passar um composto iodados em um corte, pois sua ação será reduzida. É bom pois cora tecidos vivos (e sintéticos), fazendo com que seja possível visualizar a região que sofreu a antissepsia antes da cirurgia (a pele fica corada em amarelo com o Povidine) [atualmente se utiliza Clorexidine para antissepsia antes da cirurgia]. 
- Promove iodação e oxidação de moléculas
- Ex.: PVPI (polivinilpirrolidona + iodo)
Antissepsia:
- Destruição da maioria dos microrganismos patogênicos presentes na pele (e NÃO no objeto). - Exemplos: paciente e equipe cirúrgica.
- Também se refere à preparação cutânea (cirurgião e paciente) para a intervenção cirúrgica. 
- ANTISSÉPTICOS:
· Iodo: (Iodóforos)
· Álcool
· Clorexidine: (Gluconato de Clorexidine) é o de eleição. Grande afinidade pela pele sem ser irritante. É o que causa menos reação. Possui um efeito residual e cumulativo durante 6 horas (= ação de até 6 horas após aplicação e cumulativo). Sendo assim, se for feita uma antissepsia com Clorexidine antes da cirurgia, a região ficará antisséptica por 6 horas (mesmo após o término da cirurgia). É medicação que menos apresenta reação adversa (ex.: alergia). 
	
Assepsia:
- É o conjunto desses 3 conceitos acima (= limpeza + desinfecção + esterilização + antissepsia). Ou seja, quando dizemos que uma cirurgia é asséptica, significa que: foi feita a esterilização do material, a desinfecção do ambiente e a antissepsia da equipe cirúrgica e do paciente. Sendo assim, no caso de cirurgia a campo NÃO tem como falar em assepsia, pois não tem como fazer desinfecção do ambiente (diferentemente de uma cirurgia em um hospital). Entretanto, na cirurgia a campo tem que ter esterilização do material e antissepsia tanto do cirurgião como do paciente. 
Técnica Asséptica: métodos e práticas utilizados para evitar a contaminação cirúrgica. Inclui o preparo adequado das instalações.
Material Cirúrgico: tudo o que for descartável ou for para a lavanderia. Ex.: pano, compressa, gaze.
Instrumentais Cirúrgicos: é a caixa de material cirúrgico. 
Fora o material cirúrgico e os instrumentais, qualquer outra coisa é mais descartável do que reutilizável
PRINCÍPIOS DA ASSEPSIA CIRÚRGICA
Para se ter uma assepsia da ferida cirúrgica, é preciso:
· Esterilizar o material cirúrgico: 
· Antissepsia da equipe
· Antissepsia do paciente
· Desinfecção da sala
· Esterilização dos instrumentais cirúrgicos
· Esterilização ou Desinfecção de equipamentos cirúrgicos: vai depender do equipamento. Ex.: a caneta e a ponteira do bisturi elétrico (= Eletrocautério) são as únicas partes que são possíveis serem esterilizadas. O aparelho propriamente dito (produtor da corrente elétrica), a placa e a pedaleira (que o cirurgião irá utilizar para acionar o Eletrocautério caso a caneta não tenha botão) só é possível realizar a desinfecção (NÃO é possível esterilizar). 
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO
Pode ser:
· Métodos Físicos
· A Seco: é a estufa. 
· O material precisa ficar na estufa por 2 horas a 160°C (sem contar o tempo que a estufa leva para chegar nessa temperatura) ou por 1 hora a 180°C para ser esterilizado.
· É cada vez menos utilizada. 
· Precisa deixar a caixa fechada na estufa, pois se mantermos ela aberta, apesar de esterilizar, quando abrirmos a porta da estufa o contato com o ambiente vai contaminar o instrumental. O material é antes lavado e bem seco (não pode ser colocado úmido, pois oxida/enferruja). É preciso usar luvas para retirar as caixas (pois fica muito quente) ou esperar esfriar. Não dá para retirar da estufa quente e operar. Na frente da estufa tem o termostato e o termômetro, que a própria estufa regula o timer de acordo com a temperatura desejada. Normalmente se abre a estufa para acelerar o processo de resfriamento. 
· Problemas:
· Só tem indicação para instrumental e caixa cirúrgica. 
· A estufa diminui o tempo de vida útil do instrumental. Como os instrumentos são feitos de aço inoxidável, que sofre dilatação no calor e quando esfria ele se contrai, a estufa vai deformando o instrumental, fazendo com que, por exemplo, as tesouras percam o corte/fio e as pinças hemostáticas não vedem/fechem de forma correta (elas fecham, mas não como antes). Ou seja, o fato de o material dilatar e depois encolher acaba fazendo com que o instrumento vá perdendo sua função , diminuindo assim sua vida útil. Sendo assim, talvez em 3 ou 4 anos o instrumental é perdido, enquanto que um instrumental de 12 anos esterilizado na autoclave continuaria ótimo. Por isso que a estufa está entrandoem desuso. 
· Tanto pano de campo (tecido) quanto papel, compressas e gazes podem pegar fogo/queimar na estufa. 
· A Vapor: é a autoclave.
· É a principal forma de esterilização.
· A gaveta/bandeja da autoclave é toda perfurada, pois é preciso que o calor úmido da autoclave circule pelo material para que ele seja bem esterilizado.
· Para que a caixa com o instrumental seja devidamente esterilizada, é preciso que ela seja colocada sem a tampa em um envelope de papel crepado ou embrulhada (também sem a tampa) em um pano de algodão, para o calor circular entre o instrumental. Também há caixas para instrumental que são furadas. Essas devem ser colocadas tampadas e embrulhadas em um pano de algodão ou em um envelope de papel crepado. Porém, essas caixas furadas NÃO podem ser colocadas em estufas, pois como é calor seco (e não precisa circular o ar dentro da caixa para esterilizar), quando abrirmos a porta da estufa o instrumental será contaminado. 
· Hoje em dia há furadeiras e serras autoclaváveis. 
· Benefícios: 
· Leva menos tempo para esterilizar: o processo inteiro costuma demorar 45 minutos. É preciso mantes o instrumental por 10 a 25 min na temperatura de 132 a 135°C ou de 15 a 30 min em 121°C.
· Conseguimos preservar o material cirúrgico por um tempo mais longo (pois não há dilatação). 
· Não pega fogo. Sendo assim, pode-se esterilizar na autoclave: panos cirúrgicos, gazes, compressas; avental; material cirúrgico. O pano de campo é feito de TNT, que derrete na estufa, mas não na autoclave.
· O Anel Ameróide (que é usado para tratamento de Shunt) NÃO pode ser colocado na autoclave e nem na estufa. Isso porque, o Anel Ameróide é poroso e absorve líquido (já que o objetivo dele é ocluir o vaso de forma lenta e gradual), fazendo com que o ameróide derreta se colocado na estufa e expanda se colocado na autoclave. 
· Embalagens: coloca quem uma cesta, para o ar úmido circular. A caixa do instrumental pode ser furada ou se for fechada (não pode ir para a estufa), tem que estar aberto, dentro de um pano de algodão. Por durar mais tempo (8 semanas) a validade da esterilização, o ideal é fechar o material em papel crepado e guarde-o após a esterilização em armário fechado. Antes de fechar o material, o professor sempre pede para o enfermeiro colocar seu nome (para saber o responsável) e a data do dia de esterilização na embalagem (na parte de papel do envelope).
· Papel crepado: método mais comumente utilizado. Nada mais é do que um rolo de um papel dividido em dois, onde um lado é plástico transparente e do outro é papel. É vendido tanto em rolo (corta o tamanho necessário e usa uma seladora para selar) como em envelopes com tamanhos já pré-determinados. Pode ser utilizado para esterilizar compressas, gazes, instrumental cirúrgico, pano de campo e avental. No papel crepado NÃO há a fita com os riscos amarelos para checar se o material foi realmente esterilizado. Porém, na lateral do papel crepado há indicadores. São manchas azuis ou rosas, que quando sofre o processo de esterilização mudam de cor, se transformando em preto (quando é esterilizado em autoclave) ou marrom (quando é esterilizado em óxido de etileno). 
Validade de Esterilização: armário fechado = 8 semanas. Prateleira/ambiente aberto = 3 semanas. Na lateral do papel tem indicadores que ficam preto (autoclave) ou marrom (óxido de etileno).
· Pano de algodão: embrulha o material em pano de algodão. Deve ser vedado com uma fita própria para esterilização, que possui riscos amarelos nela. Quando o material está esterilizado, o risco muda de cor se transformando em marrom, quase preto (tanto na autoclave quanto na estufa). Significa que houve um processo efetivo de esterilização do material. É um método para saber se o processo de esterilização está sendo efetivo (se a máquina está funcionando direito, por exemplo). 
Validade de Esterilização: armário fechado = 1 semana (camada simples) e 7 semanas (camada dupla). Prateleira/ambiente aberto = 2 dias (camada simples) e 3 semanas (camada dupla). 
· Papel pardo: embrulha o material no papel pardo.
· Radiação Ionizante: cobalto 60.
· Processo restrito a uso/produção comercial em larga escala, pois é muito caro. Por isso não é muito utilizado em clínicas e hospitais.
· Exemplos de materiais comercializados, que precisam ser estéreis: luvas, panos de campo, aventais, gazes, compressas, seringas, agulhas, fios de sutura (com ou sem agulha). 
· Métodos Químicos de Esterilização
· A Gás: óxido de etileno, formaldeído. 
· Óxido de Etileno:
· Muito utilizado.
· Uso: para esterilização de instrumentais ópticos, seringas, sondas de borracha, agulhas de biópsia óssea (possui ponta de plástico, que até na autoclave derrete) e anéis ameróides (ambos não podem ir na autoclave). Ou seja, para materiais que não podem ir para a autoclave. Obs.: NÃO devemos reaproveitar agulhas de biópsia óssea, pois ela vai perdendo o corte. 
· Algumas clínicas e hospitais enviam seus materiais para centros que fazer a esterilização com óxido de etileno. 
· Ação: alteração do DNA dos microrganismos
· Gás termolábil e explosivo! Tóxico.
· Não usar em acrílico soluções e itens farmacêuticos. 
· Formaldeído:
· São pastilhas de formol. 
· Não é mais utilizado.
· Não é mais comercializado, pois eram utilizadas para fabricação de bombas caseiras e refinamento de drogas. 
· Ação: coagulação de proteína. A pastilha de formol passava do estado sólido para o gasoso (= processo de sublimação) e soltava um pó altamente irritante. Exala um cheiro forte e é hidrossolúvel (= quando cai água ela se desfaz). Se o material ficar 30 minutos fechado/vedado no formol ele sofre desinfecção. Já para ocorrer a esterilização é preciso que fique 10 horas (o que não é viável). 
· Utilização: material cirúrgico, panos (s/ autoclave). 
· Fria: glutaraldeido (2%).
· É muito utilizado por veterinários endoscopistas após os procedimentos. 
· NÃO é corrosivo.
· Ideal para instrumentos com lentes. Exemplo: endoscópios. Acabando o procedimento, lava-se a fibra do endoscópio com água e mergulha em uma bandeja com glutaraldeido para fazer a desinfecção (deixando por 10 minutos, em temperatura ambiente) ou a esterilização (deixando por 10 horas). Lembrando que o endoscópio só precisa sofrer desinfecção, pois em qualquer orifício do corpo em que ele for utilizado haverá contaminação. Às vezes o endoscópio é esterilizado, como no caso de uma Broncoscopia para coleta de material em uma suspeita de infecção. Porém, não é garantido que o endoscópio chegará aos brônquios estéril, já que ele pode ser contaminado quando passar pela cavidade oral, laringe, etc. 
· Alguns possuem coloração rosa fluorescente. 
	
Estrutura do Centro Cirúrgico
- Vestuário: para entrar no centro cirúrgico todos precisam estar vestidos com pijama cirúrgico, gorro e máscara. Não necessariamente é preciso usas propé, pois as bactérias do calçado não vão entrar em contato com a mesa de cirurgia. Alguns locais adotam o uso de calçados exclusivos para serem usado nos centros cirúrgicos. 
- Sala de Preparação Anestésica e Cirúrgica: é um local adjacente à área cirúrgica. (= fica antes da sala de cirurgia), onde se prepara o animal para a cirurgia: recebe o animal, conversa com o tutor, faz a medicação pré-anestésica (MPA), canula o acesso (cateterização venosa), faz a tricotomia. Tem anestesista que gosta de fazer a indução anestésica e a intubação do animal na sala de preparação (= no pré-cirúrgico), enquanto outros preferem fazer isso dentro do centro cirúrgico. No HOVET da UAM a indução é feita no centro cirúrgico, pois no pré-operatório o proprietário ainda está vendo (não é legal o tutor ver o animal sofrer a indução anestésica e ser intubado). O professor também prefere fazer isso no centro cirúrgico, assim se houver qualquer intercorrência é possível intervir. 
- Área de Paramentação: no caso do HOVET da UAM, fica no trajeto de uma sala de cirurgia para outra, mas normalmente ela fica em um local separado (NÃO é a sala de preparação anestésica e cirúrgica!). A paramentação precisa ser feita em umlugar separado, pois é preciso que a equipe se lave de maneira correta (= faça limpeza e antissepsia das mãos e antebraços) e se paramentar (colocar avental e luvas estéreis) sem encostar em nada e em ninguém para não se contaminar. 
- Centro Cirúrgico: onde é feita a cirurgia.
- Área de Recuperação Pós-operatória: é um local diferente do pré-operatório, pois é preciso que a sala seja aquecida (com gaiolas para que o animal fique em repouso: individuais, com aquecimento de 21 a 25ºC), já que tanto a anestesia quanto a cirurgia (quanto mais tempo mantivermos o paciente com a cavidade aberta – abdômen ou tórax – ou quanto mais pele retirarmos, mais demorada será a recuperação da temperatura comporal do animal) abaixam a temperatura corporal. Além disso, é preciso que o paciente seja monitorado o tempo todo (pois na recuperação anestésica pode ocorrer intercorrências, podendo parar) até recuperação completa. É interessante que essa sala tenha tanto equipamentos de monitoração quanto equipamentos para uma intervenção de emergência (ex.: desfibriladores, pontos de oxigênio, ambu para ventilar, sondas endotraqueais para fazer traqueostomias e intubação), além de presença de medicamentos (analgésicos, anti-inflamatórios).
	
Preparo do Paciente:
- Limpeza:
· É preciso dar banho 1 dia antes (24 horas antes) da cirurgia. O banho não pode ser dado algumas horas antes da cirurgia, pois a umidade da pele predispõe à infecção. 
· Tricotomia (máquina): o professor solicita para o tutor que faça tosa higiênica para já abaixar bastante o pelo e avisa que irá tosar ainda mais. É preciso fazer uma tricotomia ampla da região a ser operada (Ex.: quando o professor opera tórax de um cão, ele faz a tricotomia do esterno até a vértebra transversa, da primeira costela até a última) para que não caia pelos na região operada e ocorra infecção. Cães que têm subpelo (ex.: Spitz e Chow-chow) podem demorar muito para a pelagem/pelame voltar. Sempre fazer tricotomia com a máquina, primeiro no sentido do pelo e depois no sentido contrário ao pelo para que ele abaixe bastante. A tricotomia nunca deve ser feita com lâmina de barbear (= gilete), pois ela machuca a pele, aumentando a incidência de infecção (pois quando machucamos a pele, aprofundamos a flora bacteriana, o que predispõe à infecção). 
· Limpeza com Antisséptico: deve ser feita uma antissepsia antes da cirurgia, sendo que o produto mais utilizado é o Clorexidine. Como é feita: o cirurgião (paramentado), com uma pinça de antissepsia (que tem na caixa) vai pegar uma gaze estéril, que vai receber um produto jogado (de longe, sem encostar) pelo auxiliar de sala, encharcando essa gaze para que o cirurgião faça a antissepsia. Há duas formas de se fazer a antissepsia: em Caracol ou Escama de Peixe. NUNCA em uma antissepsia devemos fazer um movimento da borda para o centro da ferida. É preciso sempre “levar para fora” a sujeira. Lembrando que a antissepsia tem o objetivo de diminuir microrganismos de pele, mucosa e ferimentos, com substâncias que podem ser o álcool iodado (1% iodo), PVPI ou o Clorexidine Alcoólico (essa frase o professor não falou, mas os dados estavam no slide). 
· Em Caracol: a partir do centro do campo operatório vai ampliando o círculo. Quando chegar na borda do campo (raspando no pelo), joga fora a gaze no lixo. Esse movimento (utilizando uma gaze nova) deve ser realizado pelo menos 3 vezes. É o movimento mais fácil. 
· Escama de Peixe: primeiro passa a gaze com o antisséptico no centro, de cima para baixo. Depois ela deve ser passada do centro e para fora. Vira (muda ela de lado) a gaze, e passa do centro para fora do outro lado. Nunca da borda para o centro.
· Colocação de Pano de Campo: pode ser colocado 4 panos grandes ou 1 pano fenestrado (que é aquele que já vem com o buraco). Só pode encostar na região acima do pano de campo, aqueles que estiverem paramentados (com gorro, máscara, avental e luva), ou seja, cirurgião, instrumentador e auxiliar. Sendo assim, o anestesista precisa verificar tudo por baixo do pano de campo. O pano de campo deve ser pinçado com a pinça Backaus para ele não cair ou sair do lugar. 
	 
Preparo do Cirurgião
- No centro cirúrgico todos devem estar usando pijama cirúrgico, gorro e máscara (alguns lugares pedem propé). 
- Cirurgião, auxiliar e instrumentador: devem fazer a antissepsia das mãos e antebraços (com mais de 5 a 10 escovadas por superfície). Dicas: comer (não ficar de jejum, pois a temperatura pode ficar mais alta quando estiver paramentado, causando desmaios) e ir ao banheiro antes de se paramentar e ficar com as mãos em posição de reza próximo ao peito assim que acabar de se paramentar (e NÃO se coçar. Não devemos encostar em nada). No caso de óculos, colocar um esparadrapo para grudar na máscara. 
Conduta na sala cirúrgica:
- Mínimo trânsito: quanto mais movimentação, maior é a predisposição para infecções. Sendo assim, o ideal é que entremos na sala e acompanhemos a cirurgia até o fim.
- Todos de gorro, máscara e pijama cirúrgico (aqueles que forem participar ativamente devem estar paramentados).
- Conversação limitada
- Não tocar objetos estéreis: sempre quem NÃO estiver com luva e avental deve ir por baixo dos panos de campo.
- Postura de equipe
Profilaxia da Infecção
- É importante
- Devemos fazer a antissepsia da equipe cirúrgica, do animal e da sala, para fazer tudo asséptico.
Fatores que predispõe uma infecção cirúrgica:
- Quantidade de microrganismos: se NÃO for feita uma antissepsia ou esterilização adequada, pode predispor à uma infecção. 
- Presença de Coágulos, Seroma e Hematoma: predispõem à infecção, pois oferecem calor, umidade e alimento aos microrganismos. 
- Aporte Sanguíneo Deficiente: se suturarmos um tecido necrosado ou prestes a necrosar, predispõe à infecção. 
- Conteúdo do TGI (Trato Gastrointestinal): quando abrimos o estômago ou o intestino para retirar um corpo estranho, por exemplo, há um potencial da flora intestinal sair do intestino e provocar uma infecção.
- Tempo de Cirurgia: (tem relação com o cirurgião) quanto mais tempo a cavidade ficar exposta, mais chance de infeccionar. 
- Destreza do Cirurgião: quanto mais destreza o cirurgião tiver, menor será a chance de infeccionar. Ou seja, se o cirurgião tiver mais habilidade/destreza, ele fará a cirurgia mais rápido e manipulará menos. Suturando menos (fazendo uma quantidade menor de pontos), utilizando menos fio no paciente, diminui a chance de infecção. 
- Corpos Estranhos: fiapos de gaze (é o mais comum) e pelo na ferida/sutura, propiciam o aparecimento de infecção. 
- Ferimentos Traumáticos: se suturarmos necroses (= desvitalização de tecidos) vai predispor à infecção.
- Tratamento Protelado: se houver algo que precise ser tratado imediatamente e protelarmos o tratamento, também irá predispor à infecção. Exemplo: fratura exposta (exposição óssea é emergência) precisa ser tratada imediatamente. 
Classificação das Feridas Cirúrgicas por Potencial para Infecção:
- Limpas: realizadas em tecidos estéreis, na ausência de processo infeccioso ou inflamatório, ou técnica asséptica. Ex.: cirurgias eletivas (Orquiectomia, OSH, Esplenectomia...), quando foi feita antissepsia do paciente, tudo foi esterilizado e limpo, da forma mais “perfeita possível”. Ex.2: cardíaca.
- Potencialmente contaminada: são feridas limpas com potencial de se transformarem em contaminadas. É qualquer ferida que penetre no TGI (Trato Gastrointestinal), trato respiratório e geniturinário, pois eles têm contato com o meio externo e flora bacteriana. Ex.: Enterotomia. Ex.2: retirada de corpo estranho do intestino: é uma ferida limpa pois houve uma preparação para que ela fosse limpa, mas como foi aberto o intestino, há potencial do conteúdo extravasar (fazendo com que ela seja potencialmente contaminada). 
- Contaminadas: são aquelas feridas que possuem uma flora bacteriana abundante, mas sem supuração local. Ex.1: abrimos o intestino e deixamos extravasar conteúdo intestinal. 
- Infectadas: são feridas que possuem uma flora bacteriana ampla e produzindo sinais deinfecção, como pus, necrose, secreção. Ex.: fratura exposta, que teve o tratamento retardado. Ex.2: mordedura, que teve o tratamento retardado, chegando na clínica com necrose e secreção purulenta. Ex.3: Enterotomia com peritonite.
É preciso saber classificar as feridas, pois cada uma possui um tipo de tratamento e prognóstico (o tutor precisa saber quanto tempo vai demorar o tratamento e quais são os risco). Um ferida potencialmente contaminada conseguimos resolver muito mais rápido do que a ferida infectada. 
XXX (OK)
19/02/2020- Laparotomia e OSH
LAPAROTOMIA
· DEFINIÇÃO: É a abertura da cavidade abdominal (mas NÃO necessariamente pelo flanco como o nome indica) Laparotomia: láparo = flanco; tomia = incisão/corte. 
Cisto = bexiga. 
Entero = intestino.
Orqui = testículo
Ectomia = ressecção = remoção. 
Pexia = fixação (ex.: Gastropexia = fixar o estômago na parede). 
Stomia = novo orifício (ex.: Uretrostomia).
TIPOS DE LAPAROTOMIA: 
- Laparotomia pela Linha Média do Ventre: é a principal técnica para abertura da cavidade abdominal). 
- Laparotomia pelo Flanco: técnica utilizada para a realização de cesariana em vacas. É feita na dobra da perna. 
- Laparotomia Paracostal (= paralela à última costela)
- Laparotomia Paramediana (= paralela à linha média)
TÉCNICA:
A região central do abdômen ventral possui uma linha branca e visível chamada Linha Alba, que une os músculos retos do abdômen. A incisão da Laparotomia pela Linha Média Ventral é exatamente em cima da Linha Alba (onde ocorre a junção dos músculos retos). Lateralmente e dorsalmente no abdômen, há 3 músculos sobrepostos: Oblíquo Abdominal Interno, Oblíquo Abdominal Externo e Transverso do Abdômen. Na região mais ventral há os músculos retos do abdômen, somente. O limite cranial do abdômen é o músculo chamado diafragma respiratório. O Diafragma Pélvico é um conjunto de músculos caudais. Ou seja, o abdômen está rodeado por músculos. 
VANTAGENS: 
· Menor sangramento;
· Menor dor (pois é a única que não faz incisão no músculo);
· Acesso a todos os órgãos abdominais: todas as outras limitam os órgãos que podem ser observados.
SUBTIPOS: da Laparotomia pela Linha Média Ventral.
· Pré-Umbilical: “acima do umbigo”. Ex.: Fígado.
· Retro-Umbilical: “abaixo do umbigo”. Ex.: Bexiga.
· Pré-Umbilical e Retro-Umbilical: do xifoide até o púbis. Ex.: Rim + Ureter. 
INDICAÇÕES: tudo começa com a Laparotomia pela Linha Média Ventral e depois é feito o outro procedimento:
· Hepatopatia
· Neoplasia
· Corpo Estranho Intestinal = Enterotomia.
· Distocia = Cesariana.
· Piometra = OSH
· Ureter ectópico: = Neoureterocistostomia (= Reimplantação do ureter). 
· Ureter Extramural
· Ureter Ectópico Intramural = Cistotomia + Neoureterostomia.
· Torção gástrica = Gastropexia. 
· Intussuscepção = Enterectomia. 
· Litíase vesical = Cistotomia. 
· Hemoperitôneo: a origem desse sangue pode ser, em geral, resultado de uma neoplasia tanto do fígado quanto do baço, que são os órgãos mais vascularizados. Para retirar o baço, faz-se a Esplenectomia. Já para retirar a neoplasia de fígado, faz-se a Lobectomia Hepática.
· Fecaloma = Enterectomia. 
· Neoplasia/Cisto Prostático = Prostatectomia.
· Hidronefrose = Nefrectomia.
· Ruptura do Diafragma = é preciso suturar = Herniorrafia. 
· Uroperitônio: laparotomia + lavagem da cavidade + Cistorrafia. 
· Testículo ectópico = Orquiectomia.
SLIDES:
· Cistos ovarianos = Laparotomia pela Linha Média Ventral + OSH.
· Hiperplasia Endometrial Cística = Laparotomia pela Linha Média Ventral + OSH
· Neoplasias Ovarinas = Laparotomia pela Linha Média Ventral. 
· Lipoma = tumor de gordura benigno.
· Para retirar formações grandes é preciso fazer um incisão desde o xifoide até o púbis.
· Baço: geralmente se faz uma esplenectomia total.
· Fígado: NÃO é possível retirar ele totalmente. É possível tirar 70% do fígado.
· Cálculo em Vesícula Urinária: faz-se Laparotomia pela Linha Média Ventral, podendo ser feito um subtipo dela: Laparotomia pela Linha Média Ventral Retro-umbilical (= abre só do umbigo para baixo) para poder fazer uma Cistotomia e retirar o cálculo. 
· Neoplasia na Vesícula Urinária: geralmente se faz uma Cistectomia Parcial, pois na bexiga há uma área nobre (que é a parte dos ureteres), que NÃO pode ser removida.
· Neoplasia em Rim: para que seja possível realizar um Nefrectomia e a ressecção (= remoção) do ureter junto (de um dos lados), é preciso fazer uma Laparotomia pela Linha Média Ventral (porém NÃO é suficiente se fizermos só Retro-Umbilical, já que os rins estão localizados na região mesogástrica) Pré-Umbilical e Retro-Umbilical. Ou seja, é preciso fazer uma incisão do xifoide ao púbis. 
· Neoplasia de Fígado: faz-se a Laparotomia pela Linha Média Ventral Pré-Umbilical. 
· Ruptura de Diafragma: faz-se Laparotomia pela Linha Média Ventral Pré-Umbilical e Retro-Umbilical.
TÉCNICA: Laparotomia pela Linha Média Ventral.
1º Colocar o animal em decúbito dorsal na calha. Deverá ter sido feita a tricotomia e a antissepsia do abdômen (o mais usado é o Clorexidine). 
2º Colocação de panos de campo para delimitar a área que está limpa e livre de pelos. Esses panos de campo são presos com pinças Backaus.
3º Faz uma incisão da pele na linha média entre os tetos com o bisturi. No HOVET da UAM é usado tanto o bisturi normal quanto o elétrico, que corta e já vai ocluindo os pequenos vasos. 
4º Faz a divulsão (= separação) do tecido subcutâneo (é a gordura), que é feito com tesoura (geralmente é a Mayo). 
5º Faz a tração dos músculos reto-abdominal e incisão da linha alba (corta-se a linha alba com um bisturi normal ou elétrico). 
Se corta 3 sutura 3.
Fechamento do Abdômen:
1. Sutura o músculo reto do abdômen + fascia externa. Padrão de sutura simples (tanto o interrompida quanto o contínuo). Nylon.
O músculo reto do abdômen tem uma membrana chamada fascia externa e fascia interna. Além disso, ele tem uma outra mebrana por dentro que é o peritônio, que reveste todo o abdômen. Na hora de suturar só precisamos passar na Fascia externa e no músculo. A sutura tem que estar bem resistente. Não precisa suturar as outras camadas. Se não fechar direito, pode ocorrer evisceração. É preciso suturar as três camadas separadamente. 
2. Sutura o tecido subcutâneo (= gordura). Padrão simples contínuo. Nylon.
3. Sutura a pele. Padrão simples (interrompido ou contínuo), colchoeiro, x, u. Nylon.
Fio de Sutura:
Podem ser sintéticos (nylon, poliglactina, poliglecaprone, polipropileno) ou de origem natural (algodão, ceda, cagut). Sintéticos são mais resistentes e causam menos reação inflamatória local. 
Não absorvíveis = nylon e polipropileno. Algodão e ceda.
Absorvíveis = pologlactina e poliglecaprone. Catgut. 
PIOMETRA
Definição: inflamação e infecção do endométrio (útero)
Ocorrência: cadelas adultas a idosas. O cliclo da cadela começa com o pro estro, estro, diestro e anestro. A Piometra ocorre na fase do diestro. Quando a cadela está em pro estro e estro, os ... a progesterona alta faz com que aumente as glândulas da parede endometrial. Sob a ação da progesterona, o útero aumenta as glândulas endometriais. Aumenta também a secreção delas. A progesterona (que é o hormônio da gestação) vai diminuir a motilidade do útero (hipomotilidade). Tem também uma tendência ao fechamento da cérvix. Isso tudo acontece pois o organismo acredita que vai haver uma gestação. Na fase de diestro, as bactérias que estão no trato genito urinário inferior vão ascender (não se sabe o porque), gerando uma infecção. Nessa fase o útero está susceptível. Quando abactéria entra e o organismo começa a combater elas (neutrófilos) começa ocorrer a formação de secreção purulenta na luz do útero. O útero começa a ficar com um aumento de volume (conteúdo). Pode ser tanto em um corno como nos dois. Pode haver também um aumento de volume do abdômen. E também pode haver secreção vaginal. O problema é que quando a bactéria cai na circulação sanguínea, o animal começa a ter febre, ficar apático. Quando chegam nos rins (principalmente as toxinas), podem inibir receptores de ADH -> diurese ->poliúria -> desidratar -> polidipsia compensatória. Imunocomplexo (pedaços de bactéria com anticorpo) nos rins, causando glomerulonefrite imunomediada. Diminui a taxa de filtração do rim. Aumenta a ureia e a creatinina (azotemia renal), gerando mais apatia, mais hiporexia, êmese. O diestro 6 meses e a maior parte do tempo a progesterona. Já a gata, não está sempre nessa fase de diestro, por isso não é comum, pois o ciclo estral é diferente (só ovula quando há cópula). Se não tem corpo lúteo não tem Piometra.
Sinais e sintomas: secreção vaginal (nem sempre isso ocorre, pois depende da cérvix. Piometra aberta = com secreção vaginal. Piometra fechada = sem secreção vaginal), aumento de volume do abdômen, sensibilidade abdominal. Febre, apatia (quando cai toxinas na circulação). Poliúria, desidratação, polidipsia compensatória. Anorexia/hiporexia, êmese. 
Diagnóstico: ultrassom abdominal (útero aumentado com conteúdo anecogênico com alta celularidade. Hemograma (aumento de leucócitos com desvio à esquerda = jovens, bastonetes). Para ver a evolução da Piometra, Perfil Renal (ureia e creatinina que podem estar aumentadas, dependendo se a bactéria...). 
Tratamento: cirúrgico (OSH) e clínico (antibiótico (gram + ou -). Se o rim estiver com baixa taxa de filtração glomerular, o antinflamatório que faz vasoconstrição renal vai prejudicar o rim. Por isso não fazemos antinflamatório. Protetor gástrico (omeprazol para diminuir HCL), Ranitidina, Ondansetrona, analgésico (buscopam: dipirona com escopolamina), fluido (hidratar, aumentar a taxa de filtração glomerular, PU/ êmese). 
Prognóstico: bom (no começo, se recupera e fica curado), reservado (pode ter lesão renal, fica um doente renal) ou mau (morte). 
Piometra de Coto Uterino = castrou e deixaram ovários remanescentes. Sobrou um tecido ovariano que fará o próximo ciclo e produzir progesterona. 
Técnica de OSH: ovário salpingo histerectomia.
Definição: remoção de ovário/útero/oviduto.
Anatomia Cirúrgica: decúbito dorsal. Tudo começa com uma laparotomia. 
Técnica: Técnica Clássica das 3 Pinças. 3 Pinças hemostáticas (= parada de sangue. que parece uma tesoura, mas tem ranhuras, pois colocamos em um vaso e oclui a luz do vaso). Depois tira a pinça e coloca uma ligadura (fio com nó). Corta entre a segunda e a terceira pinça. Passa um fio ao redor da primeira pinça e depois outro ao redor da primeira pinça. Se uma soltar tem a outra. É a técnica mais segura. As ligaduras vão ficar pra sempre lá. Pode ser a piça Kelly (só é metade ranhurada) ou a Crile (é inteira cheia de ranhura). Lembrando que a pinça hemostática pode ser reta ou curva (usada bastante). 
Artéria ovariana + veia ovariana + ligamento ovariano = pedículo ovariano. Pedículo direito, pedículo esquerdo e depois vai para o.... abaixo da primeira e abaixo da segunda. O ureter está próximo, podendo pegar ele na hora de fazer a ligadura. Corta com lâmina de bisturi. 
Lado esquerdo aveia ovariana desemboca na veia renal. 
Hemorragias
Ligadura de ureter e vasos renais
Granuloma e fistula por fio de sutura
Deiscencia
Eventração
Evisceração
20/02/2020 (ok) – Sistema Reprodutor Masculino
AFECÇÕES CIRÚRGICAS DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
ANATOMIA do APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
· Composto por: próstata, testículos, pênis, osso peniano (cão), epidídimo, ducto deferente (que sai do epidídimo), bolsa/saco escrotal, prepúcio, bulbo e uretra (que no macho, faz parte faz parte tanto do sistema reprodutor quanto do urinário). 
· É fácil palpar testículo, osso peniano e expor o pênis.
· Exame de próstata: é preciso fazer palpação retal, usando o dedo indicador ou o dedo médio no assoalho pélvico. Um próstata normal é pequena, com consistência firma, porém macia. Ela possui um formato bilobado (com dois lobos simétricos) e deve ser indolor. 
· GATO: pênis com espículas, testículos, epidídimo, ducto deferente, bolsa escrotal, prepúcio, próstata e uretra. Qual é a diferença entre o aparelho reprodutor masculino do cão e do gato? O aparelho reprodutor do cão, sai da bexiga, segue caudal para a região perineal, faz a flexura e volta cranial (= a ponta do pênis é no sentido cranial). Já nos gatos, sai da bexiga, vai na direção perineal e é ali que desemboca o pênis. Sendo assim, o acesso cirúrgico muda entre essas duas espécies. O gato tem o pênis no mesmo local onde a vulva se encontra. Já o pênis do cão fica em uma posição bem diferente quando comparado à vulva da cadela. 
· Testículo: epidídimo (cabeça, corpo e cauda), ducto deferente, artéria e veia testicular (vasos que irrigam o testículo, que vem pelo plexo pampiniforme). Entre o plexo pampiniforme e o ducto deferente está o mesórquio (que é o ligamento que ajuda a sustentar o testículo). A túnica albugínea é uma membrana que protege o testículo. Ela é o prolongamento do peritônio. O testículo é formado dentro do abdômen, no mesmo local que os ovários. A diferença é que quando o animal está se desenvolvendo e nasce, o testículo desce para a bolsa escrotal. Ele passa pelo anel inguinal, levando o peritônio junto, que vai envolver o testículo. Sendo assim, o testículo é considerado como sendo um órgão abdominal, que está localizado fora do abdômen.
TÉCNICA CIRÚRGICA da ORQUIECTOMIA
· É sabido também, que quando se castra o animal a testosterona que já foi produzida e já está na corrente sanguínea pode demorar de 3 a 6 meses para diminuir. Sendo assim, pode demorar para o animal demonstrar mudança no comportamento. 
· A castração no macho não previne tumor. Pelo contrário, os animais castrados são aqueles que mais apresentam neoplasia prostática (idosos, que costumam ser mais acometidos por tumor, possuem um nível de testosterona bem baixo. O mesmo acontece se o cão for castrado). Sendo assim, a castração NÃO é recomendada como um modo de prevenção de neoplasia (diferentemente das fêmeas) prostática. É recomendado castrar machos para controle populacional, para melhorar comportamento indesejado, mas NÃO para prevenir neoplasia prostática (mesmo porque a incidência desse tipo de neoplasia nos cães é baixa). 
· CÃO: temos 2 opções de incisão. São elas:
1) Pré-Escrotal: a incisão é feita antes/na frente da bolsa escrotal. É a técnica de eleição. Primeiramente, com o animal em decúbito dorsal (= barriga para cima), é feita a tricotomia (o abdômen até a bolsa escrotal) e a antissepsia. Faz uma incisão na pele do testículo, do tamanho ou um pouquinho menor que o testículo, espreme/apertando-o e empurrando-o em direção cranial, que sairá da bolsa e irá para a região pré-escrotal. Faz então a incisão da túnica (como a túnica é aderida ao testículo na região da cabeça do epidídimo, é preciso soltá-la, ou com a mão ou com uma pinça hemostática - não é preciso cortar, somente desgrudar), expondo o testículo, e começa a técnica das 3 pinças. A pinça 1 é a mais próxima da pele do animal e é colocada primeiro, seguida pela pinça 2 e pela pinça 3. É feita então uma secção entre as pinças 2 e 3, saindo o testículo (e a pinça 3, ficando apenas a pinça 1 e 2). Em seguida, é preciso fazer a ligadura, que começa abaixo da pinça 1 (lembrando que toda ligadura substitui uma pinça). Assim que ligar, retiramos a piça 1, sobrando a pinça 2 (de segurança). Vira o fio para o outro lado, liga de novo e solta a segunda pinça. Depois que soltar as pinças, é preciso verificar se algo está sangrando. Caso nada esteja sangrando, deve-se cortar o fio, solta/deixa o cordão ir lá para dentro (porque ele volta para o abdômen) e fecha a túnica albugínea (faz um pontinho só), que é para fechar o peritônio. Repete a mesma coisa do outro lado. A sutura é bem pequena, feita com fio não absorvível (Nylon). O padrão de sutura pode ser o simples interrompido, o Wolf, o Colchoeiro, o Sultan, variando de acordo com cada cirurgião. A Orquiectomia geralmente demora em torno de 10 minutos. 
PÓS-OPERATÓRIO: deve-se evitar fazer antibioticoterapia pós-operatório quando só é realizada a orquiectomia, já que é uma cirurgia muito rápida e não tem muita manipulação e lesão de tecido. Sendo assim, o recomendado é administrarCefalotina (ou Cefazolina) intravenoso 30 minutos ANTES da cirurgia (pois depois de meia hora da aplicação esse fármaco entrará em um nível sérico adequado), que irá agir por 2 horas (sendo assim, o período da cirurgia estará coberto por esse antibiótico. Se tudo for feito de forma correta, NÃO haverá risco de contaminação). Normalmente se prescreve para casa analgesia com Dipirona por 2 a 3 dias. 
2) Escrotal: a incisão é pela bolsa escrotal. Como a pele escrotal é muito fina e sensível, quando incisa a bolsa escrotal para retirar o testículo por ali, a resposta inflamatória que o organismo produz é muito maior, causando no pós-operatório edema e dor. Por isso que devemos evitar fazer a técnica ESCROTAL. Além disso, quando o animal se senta, o primeiro local que tem contato é a bolsa escrotal. 
· GATO: só há 1 opção de incisão, pois NÃO é possível fazer a Pré-Escrotal, já que o testículo está para trás. Sendo assim, nos gatos a Orquiectomia é feita com técnica ESCROTAL: expõe o testículo, abre a túnica, coloca as 3 pinças e faz tudo igual. Porém, há variações nessa técnica no gato. Existem cirurgiões que gostam de dar o nó usando o próprio plexo pampiniforme e ducto deferente (ao invés de usar o fio). O professor acha mais seguro ligar com o fio de Nylon (e ter certeza que está ligado) e seccionar. 
· Técnicas: tanto na Pré-Escrotal como na Escrotal, pode-se usar as técnicas: ABERTA ou FECHADA.
A) Técnica ABERTA: abre o peritônio. Abre a túnica vaginal e expõe o testículo. É possível ver o testículo sem a membrana recobrindo-o. Ou seja, é possível observar o epidídimo, ducto deferente, plexo pampiniforme, mesórquio, etc. Quando se faz a técnica aberta, depois que castra, deve-se fechar a túnica vaginal. 
Vantagem: maior visibilidade da estruturas, fazendo com que tenhamos certeza que os vasos foram bem ligados e nada está sangrando. 
Desvantagem: favorece contaminação, pois quando se abre a túnica albugínea, abre-se também a comunicação do abdômen para o meio externo. 
B) Técnica FECHADA: expõe o tecido ainda envolto pela túnica albugínea e liga em blocos (= em massa), tudo de uma só vez. Desta forma, NÃO é conseguimos ver as estruturas testiculares.
Vantagem: NÃO abre a cavidade expondo-a. Quando seccionar, já teremos ligado. Ou seja, em nenhum momento o peritônio ficará aberto/exposto. 
C) Desvantagem: NÃO é possível ver se algum vaso escorregar e causar hemorragia no pós. Como tudo será ligado junto (túnica com a artéria, o ducto deferente, a veia, etc.), se NÃO apertarmos bem a ligadura o vaso pode escapar. Se isso acontecer, haverá hemorragia no pós-operatório e NÃO conseguiremos ver. 
TÉCNICA CIRÚRGICA da VASECTOMIA
· Evita prenhez: É feito somente a ligadura ou a secção do ducto deferente para interromper o fluxo/passagem de espermatozoides (do testículo para se juntar no ejaculado prostático e sair pela uretra). Sendo assim, o animal NÃO consegue fecundar (= interfere na fertilidade).
· Continua produzindo hormônio: ou seja, o animal vai continuar tendo libido e os mesmos comportamentos (ex.: de monta, agressividade, demarcação de território...). 
· Raramente é indicada: pois seu único benefício é evitar a fecundação.
· TÉCNICA: na região inguinal, onde passa o ducto deferente (é possível palpar o ducto deferente), incisa a pele, divulsiona esse ducto, faz duas ligaduras (somente o ducto sofrerá a ligadura. O plexo pampiniforme NÃO!) e secciona (= corta. Para se ter certeza que não haverá comunicação, pois se ligarmos de uma maneira frouxa, ainda irá passar alguma coisa). É uma cirurgia rápida, que costuma durar entre 10 a 15 minutos. Professor prefere a Orquiectomia, que demora o mesmo tempo e o resultado é muito melhor.
· Pós-vasectomia: após a cirurgia de vasectomia, os espermatozoides já produzidos podem permanecer no ejaculado por até 3 semanas (= 21 dias). Ou seja, se ele copular com uma cadela no cio dentro desse período, pode ser que fecunde. 
AFECÇÕES TESTICULARES
Anomalias congênitas: 
- Anorquidismo: ausência de testículo. Incidência: muito baixa.
- Monorquidismo: possui apenas 1 testículo. Incidência: baixa.
- Criptorquidismo: é a NÃO migração de um ou ambos os testículos até o escroto. Ou seja, o animal possui os dois testículos, porém 1 ou os dois NÃO estão na posição correta.
· Incidência: alta (e cada vez mais). 
· Mais comum em raças pequenas. As raças que atualmente demonstram uma incidência maior são: Spitz, Maltês, Golden, York e Poodle. 
· É raro em gatos. É bem mais difícil de fazer o diagnóstico e localizar o testículo ectópico subcutâneo (não o abdominal), pois a posição do trato reprodutivo deles é diferente. O canal por onde o testículo vai tem o púbis, sendo o gato bem gordinho nessa região, fazendo com que dificilmente consigamos palpar o testículo nessa região. 
· Pode ser unilateral ou bilateral: o testículo é formado no mesmo local onde se forma o ovário (no polo caudal do rim) e migra para a bolsa escrotal. Quando ele (um ou os dois) NÃO completa essa migração, ele fica em um lugar errado, sendo considerado como criptorquidio. Os testículos que NÃO ficam na bolsa escrotal, podem ficar na região (localização ectópica): 
· Pré-escrotal
· Inguinal
· Abdominal: nesse caso, o problema é que o testículo no abdômen fica com uma temperatura maior do que deveria (temperatura corporal anormal para os testículos), podendo desenvolver neoplasia (“e torções” = professor não comentou). Sendo esse outro motivo para indicar a castração. O testículo fora da bolsa tem maior predisposição para se tornar um testículo neoplásico. Há um aumento da chance de incidência de neoplasia TESTICULAR. 
· Normalmente se espera até que o animal tenha em torno de 4 meses (pois é preciso estar com todas as vacinas e uma maturidade dos órgãos para passar por uma cirurgia e consequentemente anestesia). Entretanto, se o filhote ao nascer não estiver com os testículos na bolsa escrotal (nos primeiro 15 dias de vida), dificilmente isso correrá depois. Alguns animais às vezes possuem o anel inguinal aberto, fazendo com que o testículo vá para a bolsa escrotal e volte. Nesse caso, espera o animal amadurecer para ver se o anel fecha e o testículo fica na bolsa. Se o testículo NÃO descer em qualquer uma dessas situações, será preciso castrar. 
· Defeito testicular congênito mais comum (hereditário, recessivo). Sendo assim, o animal criptorquida tem que sair da reprodução. 
· DIAGNÓSTICO: palpação e ultrassom (“após 6 meses de idade” = professor não comentou). O processo de diagnóstico deve começar pela inspeção, observando se há algum aumento de volume na bolsa escrotal. Se não tiver, devemos palpar para checar se há dois testículos ou não. Se o testículo for pré-escrotal ou inguinal, na maioria das vezes (exceto no Spitz, pois é muito pequeno) é possível encontrá-lo na palpação. Já se o testículo estiver na região abdominal, NÃO é possível senti-lo na palpação, sendo preciso fazer um ultrassom. Na maioria das vezes, o testículo abdominal está localizado bem cranial à bexiga. Mesmo palpando, o professor sempre solicita um ultrassom, pois ele ajuda tanto com o abdominal quanto com o inguinal e com o pré-escrotal. Além disso, o ultrassom deixa documentado o diagnóstico de que o testículo está fora de sua cavidade. 
· TRATAMENTO: cirúrgico. Devemos em todos os casos retirar o testículo (Orquiectomia).
· Inguinal (Testículo Ectópico Subcutâneo) = Orquiectomia.
· Pré-Escrotal = Orquiectomia.
· Abdominal = Laparotomia + Orquiectomia. 
NEOPLASIAS TESTICULARES
· Normalmente acomete cão idoso e criptorquídico.
· DIAGNÓSTICO: feito por observação de aumento de volume (Ex.: um testículo maior que o outro na bolsa escrotal). Dependendo dos sinais clínicos, é feito um ultrassom abdominal, onde é possível observar uma formação, que quando vai operar percebe que é o testículo.
· SINAIS CLÍNICOS: quando o tumor é abdominal (pois o testículo está dentro da cavidade), como consequência da formação o animal pode começar a apresentar: 
· Disúria
· Tenesmo (pois a formação está comprimindo os órgãos).
· TRATAMENTO:Orquiectomia. A diferença é que, ao contrário da orquiectomia comum em que se faz uma incisão bem pequena e espreme o testículo para que ele saia por lá, quando a orquiectomia envolve um testículo neoplásico é preciso fazer uma incisão bem maior, pois não podemos espremer uma formação neoplásica e jogar células neoplásicas na corrente sanguínea. 
· Existem 3 tipos de tumores testiculares:
1. Células de Sertoli (ou Sertolinomas)
2. Células Germinativas (ou Seminomas)
3. Células Intersticiais (ou Leydigomas)
1. Sertolinomas:
· Pode causar Hiperestrogenismo, ou seja, Síndrome de Feminização. 
· É o mais agressivo (é raro metástase de neoplasia testicular). 
· SINTOMAS: 
· Alopecia simétrica bilateral
· Pele adelgaçada com pigmentação
· Ginecomastia (= aumento das mamas)
· Atrofia peniana
· Acomete testículos que estão tanto dentro como fora da bolsa escrotal.
· Geralmente são unilaterais (mas podem ser bilaterais).
· TRATAMENTO: Orquiectomia e em alguns casos Quimioterapia. 
2. Seminomas:
· Qualquer testículos pode ser acometido (normais ou ectópicos).
· Pode ser unilateral ou bilateral.
· NÃO causa feminização (professor disse isso em aula, apesar do slide dizer diferente).
· Metástases são raras
· Pode estar associado a outras neoplasias testiculares. Ou seja, é possível um paciente ter Seminoma associado a outro tipo de neoplasia, como por exemplo, um Seminoma e um Sertolinoma (= dois nódulos testiculares e cada um contendo um diagnóstico diferente). 
· TRATAMENTO: Orquiectomia.
3. Leydigomas:
· Geralmente acomete testículos em bolsa escrotal.
· Maioria é benigno.
· Pode estar associado a HPB (Hiperplasia Prostática Benigna), hérnias perineais e adenomas perianais.
· Atrofia do testículo contralateral (tendo normalmente assimetria na bolsa escrotal: o testículo neoplásico grande e o outro bem pequeno).
· TRATAMENTO: Orquiectomia.
FIMOSE
- É uma afecção de prepúcio, onde o animal apresenta dificuldade em expor seu pênis (a abertura do prepúcio é menor). 
- Congênita ou adquirida.
- SINAIS E SINTOMAS: 
· Ele NÃO consegue se limpar muito bem, pois ele não expõe o pênis. 
· Distensão prepucial por urina: o paciente acaba urinando dentro do prepúcio, acumulando urina no local. A ponta do prepúcio distende, pois acumula uma grande quantidade de urina, que vai saindo aos poucos (fica gotejando). 
· NÃO é possível visualizar o diâmetro do orifício prepucial (ou diminuição do diâmetro). 
· Corrimento prepucial purulento ou hemorrágico em grande quantidade: produção de esmegma em uma quantidade muito maior, pois o animal NÃO se limpa muito bem. Essa falta de higienização pode predispor ao aparecimento de infecções e neoplasias. 
- TRATAMENTO: cirúrgico, pois o paciente tem uma anomalia anatômica (sendo assim NÃO adianta entrar com medicação sendo que o orifício quase não existe). Será preciso abrir a ponta do prepúcio para que o paciente consiga expor melhor seu pênis. Há 2 tipos de cirurgia nesse caso: 
1) Retira só uma cunha (= um pedacinho em formato de “V”): isso faz com que o animal consiga expor seu pênis com mais facilidade, NÃO acumule urina e que ele consiga se limpar.
2) Reconstrução do orifício prepucial: é quando se retira a “tampa” (= corta tudo) e se sutura a mucosa do prepúcio na pele, fazendo com que o animal exponha melhor o pênis. NÃO vai mais acumular urina, pois é possível extravasá-la. NÃO vai acumular tanto esmegma, pois o animal vai conseguir se limpar. Após 10 dias se retira os pontos. Nesses casos, que são raros, o professor gosta de suturar com fio ABSORVÍVEL, pois é uma região chata de se tirar ponto. No pós-operatório é preciso que o tutor coloque colar elizabetano no cão e mantenha a região limpa com soro fisiológico. 
PARAFIMOSE
- É o contrário da Fimose. Ou seja, é quando o cão expõe o pênis, mas não consegue recolher (ele fica com o pênis exposto). O animal estava em seu estado normal (ex.: brincando, dormindo. Ou seja, ele não tem uma excitação) e fica com o pênis exposto, que pode causar ressecamento da mucosa e, consequentemente, traumas. Por isso é preciso intervir para recobrir o pênis novamente (colocando-o dentro do prepúcio para o pênis ficar protegido). 
- SINTOMAS:
· Pênis edemaciado: às vezes o animal expõe tanto o pênis, que até o bulbo incha, não deixando o pênis retrair de forma alguma. 
· Pênis exposto
· Pênis dolorido
· Traumatismo
· Sangramento
· Necrose: em casos mais graves. Difícil, mas pode acontecer. 
- CAUSAS: 
· Hiperatividade sexual
· Discopatias
· Constrição do orifício prepucial (tecido cicatricial ou anel de pelos)
· Lambedura constante
· Trauma 
· Neoplasias
- TRATAMENTO: cirúrgico.
1º Primeiro, devemos tentar diminuir o edema do pênis com compressas geladas, lavar e tentar reposicionar o pênis.
2º Segundo, deve-se castrar (Orquiectomia) para também diminuir a influência hormonal. 
3º Terceiro, deve-se corrigir o orifício do prepúcio para recobrir esse pênis.
- TÉCNICA CIRÚRGICA: retira-se um pouquinho de pele na parte da frente e depois essa pele será puxada para frente (ou seja, se retirarmos um pouquinho de pele do abdômen e puxarmos a pele para frente, estaremos consequentemente puxando a pele do prepúcio também. Deslocamos a pele para a frente, que acaba recobrindo o pênis do cão de um modo mais fácil. Na maioria dos cães, há dois filetinhos de músculo no abdômen, que ficam bem craniais ao prepúcio (chamados de Músculos Prepuciais). É feita uma prega de desse músculo para segurar o prepúcio lá na frente, recobrindo melhor o pênis. Resumindo: se retira um pedaço de pele da parte cranial do abdômen, resultando em um defeito no local (= não tem pele lá). Pega-se então a borda da pele cranial ao prepúcio e sutura ela onde a outra pele foi retirada. Puxando essa borda, faz com que a borda do prepúcio caminhe em direção cranial, fazendo com que o prepúcio recubra o pênis. Caso haja uma dificuldade maior em puxar essa pele, bem embaixo desse defeito de pele que é causado, há dois filetinhos de músculo. Se fizermos uma prega nesse músculo (sutura ele nele mesmo), tracionaremos ainda mais para frente o prepúcio e acaba recobrindo tudo. 
PRIAPISMO
É a exposição do pênis quando o animal está excitado constantemente (ex.: tenta cruzar com tudo o que vê pela frente), inchando o bulbo, fazendo com que ele não consiga recolhê-lo. Quando isso acontece, a ponta do prepúcio “estrangula” o pênis, que está edemaciado, resultando em inflamação. Quanto mais ele inflama, mais ele incha, consequentemente o pênis não consegue voltar, fazendo com que o animal sinta muita dor. Nesse caso, se não intervirmos rápido, haverá uma necrose. Sendo assim, é preciso agir o mais rápido possível para diminuir o pênis e fazer com que ele volte para dentro do prepúcio. Para isso, coloca-se açúcar CRISTAL (e NÃO o refinado!), que é osmótico, ajudando a sugar/puxar/drenar o líquido rapidamente, conseguindo assim reintroduzir o pênis. Também pode-se fazer compressa com gelo ou lubrificar ele com gel, para que ele deslize mais facilmente para dentro. Às vezes é preciso pegar uma pinça e puxar a pele do prepúcio para abrir e o pênis voltar. Lembrando que o animal estará com muita dor, então é bom sedar o paciente. Após conseguir reintroduzir o pênis no prepúcio, devemos indicar a castração, pois o animal vai voltar a ter o mesmo problema em função do desejo constante de copular. 
PERGUNTA DE PROVA: Qual é a diferença entre PARAFIMOSE e PRIAPISMO? E qual é o tratamento para os dois?
O pênis fica expostos nos dois casos, porém, no Priapismo o animal precisa estar excitado enquanto na Parafimose não. Em relação ao tratamento, no caso da Parafimose é preciso realizar uma plástica de prepúcio para recobrir o pênis e fazer uma Orquiectomia. Já no Priapismo só é preciso reintroduzir o pênis no Prepúcio e castrar (não é preciso realizar nenhuma plastia de pele, pois esse paciente não tem nenhum defeito de prepúcio recobrindo o pênis.
TRAUMATISMO E NEOPLASIA PENIANAS
· Incidência muito baixa (tanto traumas quanto neoplasias penianas).
· O traumatismo peniano mais comum é quando o machoe a fêmea estão copulando e alguém tenta separar à força. Como o bulbo está inchado, preso no canal vaginal, fazendo com que o pênis não saia. Se alguém forçar a saída dele, pode fraturar o osso peniano, formando edema e hematoma. 
· Cães peludos, às vezes o pelo forma um “elástico” que vai lesando a mucosa, penetrando nela. Quando se retira esse pelo/elástico, verifica-se que o tecido abaixo está necrosado. Nesse caso, como NÃO é possível suturar, é preciso amputar o pênis. A amputação pode ser tanto parcial quanto total. 
· Traumatismo: 
· Pode ter laceração.
· Fissuras de pênis são raras, pois ele está sempre protegido pelo prepúcio, a não ser que o animal tenha Parafimose ou Priapismo. 
· TVT: (Tumor Venéreo Transmissível) é uma neoplasia muito comum (dependendo da região geográfica) que pode ser observada tanto no pênis quanto no prepúcio. Ele é muito comum em cães de rua e cães que ficam no portão e tem contato com cães que passam na rua. DIAGNÓSTICO: histórico (ex.: animal vive na rua), queixa de sangramento pelo pênis, no exame físico quando foi exposto o pênis foi observado uma formação neoplásica muito característica de TVT: formação com aparência de couve-flor, que é extremamente friável (só o fato de tentarmos expor o pênis já cai pedaços da formação para fora. Ou seja, a formação se desfaz na manipulação. Sendo assim, pode-se pegar esses fragmentos da neoplasia, “carimba” eles na lâmina, corando-a e observa-se a citologia. Fecha-se o diagnóstico de TVT pela citologia. PROGNÓSTICO: bom, pois é uma neoplasia benigna. TRATAMENTO: quimioterapia (com o quimioterápico Vincristina, sendo aplicada semanalmente, com um total de 6 a 8 aplicações. Normalmente na 8ª aplicação o paciente já está livre da neoplasia. Porém, se com 8 aplicações o TVT permanecer, será preciso cauterizar), resolvendo na maioria das vezes muito rápido. 
· Hemangiomas: neoplasia benigna que tem origem de epitélio vascular.
· Papilomas: neoplasia benigna, que tem origem viral. Ela é imunomediada, ou seja, animais imunossuprimidos acabam desenvolvendo.
· Histiocitoma: neoplasia benigna, muito comum em cães jovens. Ela tem resolução espontânea. 
· Melanoma: uma das neoplasias mais malignas, principalmente quando ele fica em junção muco-cutânea. 
· Mastocitoma: neoplasia de alta malignidade em cães, sendo sua malignidade/agressividade maior quando ela está localizada em extremidades (ex.: membros, orelhas, cauda, pênis/prepúcio/bolsa escrotal, vulva). Tem como origem os mastócitos (que estão muito presentes na pele). É um tumor extremamente agressivo e muito comum. Às vezes o diagnóstico é feito em uma verruga bem pequena (e a cirurgia é bem ampla) e às vezes o diagnóstico é realizado em formações bem agressivas. Por menor que seja a formação, é preciso fazer uma cirurgia muito grande. É preciso ter pelo menos 3cm de margem para todos os lados e profundidade. No caso de membros, por exemplo, dificilmente haverá pele para fechar e profundidade. Sendo assim, é indicado amputar. Ou seja, por conta de um nódulo de 0,5cm pode ser necessário a realização de amputação. No caso dos machos, quando acomete prepúcio ou bolsa escrotal, é muito agressivo. 
· Hemangiossarcorma: é uma neoplasia epitelial maligna, sendo sua origem o epitélio vascular. É bem vascularizado, com coloração roxa. 
· CEC: (Carcinoma Espinocelular ou Carcinoma de Células Escamosas) é extremamente agressivo. Possui um aspecto/aparência de corroer/destruir o tecido, possuindo várias áreas de necrose.
AMPUTAÇÃO PENIANA
· Pode ser PARCIAL ou TOTAL.
· DIFICULDADE DA CIRURGIA: o corpo cavernoso é muito vascularizado, resultando em um sangramento significativo. 
· TÉCNICA CIRÚRGICA: como o corpo cavernoso é muito vascularizado, o primeiro procedimento a ser feito é um garrote para a extremidade NÃO sangrar. Em seguida, deve-se seccionar o corpo cavernoso, que desejamos remover, até a região da uretra. Se tiver osso peniano, será preciso fraturá-lo para que toda porção desejada seja removida. Depois, pega-se a mucosa uretral, everte (= vira) ela e a sutura na mucosa peniana, resultando em um pênis com tamanho diminuído (= menor). O problema é que, se só fizermos isso e deixarmos o prepúcio como ele originalmente era, o paciente irá urinar dentro do prepúcio, pois ele NÃO conseguirá expor tão bem a porção do pênis que restou. Por isso é raríssimo se optar por Penectomia Parcial. Normalmente se opta por fazer a Penectomia Total, onde é retirado todo o prepúcio e bolsa escrotal (inclusive pênis, que será amputado), sendo feito um novo orifício da uretra (abre a uretra na região da bolsa escrotal), fazendo com que o animal comece a urinar como uma fêmea. Quando NÃO é possível tirar a formação neoplásica com margem de segurança (de 2 a 3cm para todos os lados e profundidade) e fechar a cirurgia, é preciso fazer uma Penectomia Total. Quando NÃO se tem uma margem cirúrgica muito boa, como em Mastocitomas por exemplo, pode-se associar à cirurgia e à quimioterapia a Eletroquimioterapia (é feita a amputação do membro, depois, durante a cirurgia é aplicado na veia um quimioterápico, que espalha no organismo, mas NÃO penetra muito bem nas células. Os pulsos elétricos gerados pelo aparelho elétrico, que são aplicados em todo o campo durante a cirurgia (normalmente em animais onde é retirado o tumor, mas não tem margem, faz-se em todo o leito em que foi retirado o tumor e em toda a margem da cirurgia, para alcançar o máximo de células possível junto com a remoção), alteram a permeabilidade da membrana, favorecendo a entrada de quimioterápicos nessas células, destruindo-as e é realizada então a sutura. Já nas outras células do organismo esse quimioterápico NÃO conseguirá penetrar. Assim, quase NÃO tem efeito colateral. 
PRÓSTATA
· Neoplasia de Próstata é rara e acomete mais cães castrados. 
· É importante SEMPRE fazer o exame/palpação de próstata nos exames físicos dos cães, principalmente nos mais idosos. 
· ANATOMIA: a próstata saudável é bilobada, macia, indolor e simétrica.
· É difícil operar próstata, pois o acesso NÃO é fácil. Se a próstata NÃO estiver muito grande, ela NÃO está na cavidade abdominal, ela está no canal pélvico. Sendo assim, para se ter acesso à próstata é preciso fraturar o púbis do cachorro. O púbis é martelado em 3 locais, quebra, a tampinha do púbis é retirada, opera no canal pélvico e depois coloca de volta no lugar a tampinha do púbis. Uma outra opção para abrir a região do canal pélvico, é com um osteótomo martelar a sínfise púbica, separando o púbis direito do esquerdo. Com o afastador de Gelpi afastamos os dois lados da sínfise, o que permite que acessemos o canal pélvico. Acabando a cirurgia, junta os púbis e coloca a cerclagem (= fio de aço). 
HPB: 
· Animal NÃO castrado pode desenvolver.
· AÇÃO HORMONAL: os testículos produzem hormônios durante a vida inteira, que agem na próstata. Essa ação crônico do hormônio faz com que a próstata aumente. Ela continua bilobada, macia, indolor, simétrica e com superfície lisa. A única alteração é o aumento de tamanho. 
· A Hiperplasia pode ocorrer a partir de 1-2 anos de idade.
· Normalmente acomete animais mais velhos.
· SINTOMAS:
· Tenesmo: pois quando a próstata cresce ela comprime o reto.
· Disúria: pois quando cresce a próstata pode dificultar a passagem da urina, que passa pelo meio da próstata.
· Fezes em Fita: como há uma compressão do reto pela próstata, o animal defeca achatado.
· Secreção Peniana: que na maioria das vezes é hemorrágica (fica gotejando sangue), apesar da glande NÃO ter apresentado infecção. 
· NÃO tem dor!
· DIAGNÓSTICO:
· Palpação: toque retal.
· Ultrassom: vai mostrar se o parênquima é homogêneo ou não.
· Citologia Guiada: se houver dúvida, devemos fazer esse exame pelo abdômen. Coloca o transdutor, localiza a próstata e faz uma biópsia. NUNCA devemos fazer biópsia de órgãos abdominais sem ser guiada por um ultrassom. 
· TRATAMENTO: Orquiectomia. De 30 a 45 dias após a orquiectomia deve-se realizar uma nova palpação e ultrassom, para verificar a redução do tamanho da próstata.

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