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CURSO: DIREITO
	DISCIPLINA: DIREITO E LINGUAGEM 
	DOCENTE: MSC. CLÁUDIA LAIS Exercício 1 Comunicação Jurídica
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO LINGUAGEM JURÍDICA
1 – Cotejar os textos técnicos abaixo, considerando:
a) diferenças entre jargões: posturas do sociolinguista e do jurista diante do tema Linguagem e Comunicação.
b) semelhanças dos autores no emprego de normas da língua culta: colocação pronominal e uso da vírgula.
Texto 1
A Linguagem do Legislador e a Linguagem do Jurista
Paulo de Barros Carvalho
"Dentro de uma acepção ampla do vocábulo ‘legislador’ havemos de inserir as manifestações singulares e plurais emanadas do Poder Judiciário, ao exarar suas senten​ças e acórdãos, veículos introdutórios de normas individuais e concretas no sistema do direito positivo. O termo abriga também, na sua amplitude semântica, os atos administra​tivos expedidos pelos funcionários do Poder Executivo e até praticados por particulares, ao realizarem as figuras tipificadas na ordenação jurídica. Pois bem, a crítica acima adscrita não se aplica, obviamente, às regras produzidas por órgãos cujos titulares sejam portado​res de formação técnica especializada, como é o caso, por excelência, dos membros do Poder Judiciário. Se atinarmos, porém, à organização hierárquica das regras dentro do sistema, e à importância de que se revestem as normas gerais e abstratas, como fundamento de validade sintática e semântica das individuais e concretas, podemos certamente concluir que a mencionada heterogeneidade de nossos Parlamentos influi, sobremaneira, na de​sarrumação compositiva dos textos do direito posto.
Se, de um lado, cabe deplorar produção legislativa tão desordenada, por outro sobressai, com enorme intensidade, a relevância do labor científico do jurista, que surge nesse momento como a única pessoa credenciada a desvelar o conteúdo, sentido e alcan​ce da matéria legislada.
Mas, enquanto é lícito afirmar-se que o legislador se exprime numa linguagem livre, natural, pontilhada, aqui e ali, de símbolos técnicos, o mesmo já não se passa com o discurso do cientista do Direito. Sua linguagem, por ser técnica, é científica, na medida em que as proposições descritivas que emite vêm carregadas da harmonia dos sistemas presididos pela lógica clássica, com as unidades do conjunto arrumadas e escalonadas segundo critérios que observam, estritamente, os princípios da identidade, da não contradição e do meio excluído, que são três imposições formais do pensamento no que concerne às proposições apofânticas”.
(Curso de Direito Tributário)
Texto 2
A Sociolinguística e o fenômeno da diversidade na língua de um grupo social
Dino Preti
“A frequência com que certos fatores se repetem nas classificações dos estudiosos pode levar-nos à conclusão de que o trabalho de levantamento das influências que pesam sobre as variações de linguagem dentro de uma determinada comunidade, seria relativa​mente fácil e preciso. A verdade, porém, é outra:
Mesmo no interior de um grupo para alguns homogêneo, pode-se dizer que não há dois sujeitos que se exprimem exatamente da mesma maneira; é manifesto ao nível do Léxico, é igualmente notável no plano da Fonologia. Assim, encontram-se pessoas que fazem a oposição e aberto/fechado em final, parisienses da mesma idade e da mesma categoria social.
Por isso, Jespersen diz que a fala do indivíduo, considerado isoladamente dentro do grupo, não é sempre a mesma. Seu tom na conversação e, com ele, a escolha de pala​vras muda segundo a camada social em que se encontra no momento. A isto se acrescente que a linguagem toma diferente colorido segundo o tema da conversação: há um estilo para a declaração de amor, outro para a declaração oficial, outro para a negativa ou reprimenda.
Devemos observar, em função das teorias aqui expostas, que há, apesar de tudo, uma relatividade nessa tentativa de identificação entre indivíduo e língua. Nem sempre é possível dizer-se com precisão que um indivíduo de determinada região, cultura, posição social, raça, idade, sexo etc., escolheria estruturas e formas que pudéssemos de antemão prever. Como também nem sempre é possível estabelecer padrões de linguagem indivi​dual, de acordo com uma variedade muito grande de situações que pudessem servir de ponto de referência para uma classificação mais perfeita dos níveis de fala."
(PRETI, 1987, p. 11-13)
2 –Com base nos textos anteriores (1 e 2). Realize um esquema de roteiro, explicando, de forma objetiva, cada uma das fases em cada texto.
3 – Comente os enunciados abaixo, tendo em vista a significação de seus termos:
a) Perempção e preempção são parônimas, mas não pertencem à mesma família ideológica.
b) O Direito Penal possui vocabulário essencialmente unívoco, em razão da definibilidade da norma criminal, conforme se percebe nas palavras roubo e latrocínio, apesar de haver vocábulos que, sem mudarem seus significados, incorporam o inventário da linguagem usual, como a injúria/injuriado, empregado largamente no Rio de Janeiro.
c) A ab-rogação refere-se ao todo; a derrogação, porém, limita-se à parte.
d) Ilidir é verbo com íntima relação semântica com a palavra contestação.
e) Precatória pertence à família ideológica de rogatória, mas não possui liame semântico imediato com a palavra precatório.
f) Arrestar e sequestrar possuem nexo semântico com a penhora, mas não com o penhor que pertence à mesma família ideológica da hipoteca.
Texto 
No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete: CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE
Questão 3
A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo
da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:
a) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.
b) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.
c) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.
d) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.
e) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase.
Questão 4
A partir da leitura sobre a necessidade da simplificação da linguagem jurídica e da presença das qualidades da comunicação escrita nas produções de textos jurídicos faça uma analogia entre o que foi polemizado acerca de um determinado assunto no texto abaixo:
Texto II
Um professor perguntou a um dos seus alunos do curso de Direito:
- Se você quiser dar a Epaminondas uma laranja, o que deverá dizer?
O estudante respondeu:
- Aqui está, Epaminondas, uma laranja para você.
O professor gritou, furioso:
- Não! Não! Pense como um Profissional do Direito!
O estudante respondeu:
- Ok, então eu diria:
“Eu, por meio desta, dou e concedo a você, Epaminondas de tal, CPF e RG nºs., e somente a você, a propriedade plena e exclusiva, inclusive benefícios futuros, direitos, reivindicações e outras indicações, títulos, obrigações e vantagens no que concerne à fruta denominada laranja em questão, juntamente com sua casca, sumo, polpa e sementes, transferindo lhe todos os direitos e vantagens necessários para espremer, morder, cortar, congelar, triturar, descascar com a utilização de quaisquer objetos e, de outra forma, comer, tomar ou, de qualquer forma, ingerir a referida laranja,
ou cedê-la com ou sem casca, sumo, polpa ou sementes, e qualquer decisão contrária, passada ou futura, em qualquer petição, ou petições, ou em instrumentos de qualquer natureza ou tipo, fica assim sem nenhum efeito no mundo cítrico e jurídico, valendo este ato entre as partes, seus herdeiros e sucessores, em caráter irrevogável e irretratável, declarando Paulo que o aceita em todos os seus termos e conhece perfeitamente o sabor da laranja, não se aplicando ao caso o disposto no Código do Consumidor.”E o professor então comenta:
- Melhorou bastante,mas não seja tão sucinto…