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Infecção do Trato Urinário Thalia Feitosa e Lorena Soares Introdução • Infecção urinária pode ser definida como colonização bacteriana da urina, que resulta em infecção das estruturas do aparelho urinário-do rim ao meato uretral. Epidemiologia • ITU pode ocorrer em ambos os sexos e tem prevalência variada, de acordo com a faixa etária e as situações individuais em relação a idade e sexo. • Na vida adulta, as mulheres tem cerca de 50 vezes mais chances de desenvolver ITU do que os homens, sendo que 30% vão ser sintomáticas ao longo da vida. • A incidência nos homens aumenta após os 50 anos. Epidemiologia • Variações epidemiológicas acontecem em decorrência de vários fatores: flora bacteriana habitual de áreas anatômicas especificas, fatores antibacterianos e iatrogênicos (sondagens) e doenças associadas congênitas e adquiridas (diabetes). • Na infância: malformação obstrutivas e refluxo vesicureteral. • Na gravidez ocorre alterações anotofuncionais do aparelho urinário que aumenta a incidência de bacteriúria. ITU ▪ ITU baixa e ITU alta ▪ Infecções não complicadas e infecções complicadas ▪ ITU primária e ITU recorrente (infecção não resolvida, persistência bacteriana e reinfecção. Há pelo menos 3 vezes ao ano ou 2 episódios nos últimos 6 meses. ITU Etiologia e patogênese ❑ ITU pode ser causada por bactérias, fungos, vírus e agentes específicos. ❑ Há uma prevalência de bactérias gram-negativas, como Escherichia coli. ❑ No contexto hospitalar: Pseudomonas sp., Enterococcus e Staphylococcus aureus. Etiologia e patogênese ❑ A infecção urinária se desenvolve de maneira ascendente, sempre em decorrência do desequilíbrio entre virulência bacteriana e as chamadas defesas naturais do organismo. ❑ Virulência: A mucosa vesical é rica em mucina, uma substância que dificulta a aderência da bactéria na região. As bactérias melhora a motilidade (flagelo), induz a formação de poros, cria resistência a fagocitose, produção de antígeno O. Fatores de risco ❑ Sexo Feminino: ❑ Obstrução do trato urinário : estenose uretral, hipertrofia prostática até mesmo litíase e tumores. ❑ Bexiga neurogênica : lesão da medula espinhal, esclerose múltipla e DM. Diagnóstico ▪ Anamnese e exame físico fundamentais ▪ A urocultura é o exame que define diagnóstico de ITU + antibiograma Diagnóstico ▪ O resultado é positivo quando encontra-se uma contagem ≥ 10^5 Unidades Formadoras de Colônia por mL (UFC/mL). ▪ Quando a urocultura é realizada por meio de punção suprapúbica ou quando é realizada em mulheres com sintomas altamente sugestivos, pode-se considerar o diagnóstico na presença de 10² UFC/ml. Diagnóstico ▪ Sumário de urina e sinais de ITU: : leucocitúria/piúria, nitrito positivo, hematúria. Diagnóstico ▪ Pacientes com cateter renal: retira-se o cateter e tentar coletar a urina obtendo uma amostra que corresponderia ao “jato médio”. ▪ No entanto, quando não é possível realizar a técnica acima, pode ser feita a coleta da urina para amostra através da porta do cateter destinada a aspiração, devendo a mesma ser limpa antes do procedimento Exames de imagem ▪ Quando solicitar? ▪ ausência de melhora da febre após 72h ▪ ITU recorrente ▪ Suspeita de complicações (ex: abcessos) ▪ USG: permite visualização de cálculos, cistos e abscessos. ▪ Tomografia: menos solicitada, mas permite melhor visualização destes processos patológicos. Exames de imagem ▪ Urografia Excretora (UGE): Fornece informações sobre alterações anatômicas como dilatação calicial, pélvica e ureteral, estenose de JUP, duplicidade pielocalicial e adequação do esvaziamento vesical ou identificar presença de obstrução ou cálculo. ▪ Uretrocistografia Miccional: “Gold-standard” para o diagnóstico de Refluxo-Vesicoureteral (RVU). ▪ Cintilografia com DMSA: Detectar presença de lesões corticais ou cicatriz renal secundária ao refluxo, auxiliando portanto no diagnóstico diferencial com pielonefrite Bacteriúria assintomática ▪ O diagnóstico de bacteriúria assintomática é exclusivamente microbiológico com base, portanto, no resultado da urocultura. ▪ Esta condição costuma ser comum em gestantes (aproximadamente 10%), diabéticos e idosos. ▪ É indicado o tratamento de bacteriúria assintomática apenas nas seguintes condições: gestantes, neutropênicos, transplantados de órgãos sólidos ou pré-operatório de cirurgias urológicas ou colocação de próteses. Tratamento ▪ Tratamento empírico até que se obtenha o resultado da urocultura e antibiograma. ▪ Para escolha do tratamento deve-se avaliar o estado geral do paciente, se o quadro clínico é mais sugestivo de cistite ou pielonefrite e presença ou não de sonda vesical. ▪ Atenção redobrada deve ser dada às mulheres com sintomas de ITU, devendo-se realizar o teste do betahCG para confirmação de gravidez, pois o tratamento a ser realizado para gestantes é diferenciado. Tratamento ▪ Cistite ▪ Nitrofurantoína 100mg, VO, 12/12h, 5 dias (1ª escolha!) ▪ ou SMX-TMP 160-800mg, VO, 12/12h 3 dias (A depender da resistência local!) ▪ ou Fosfomicina 3g, VO, dose única (Eficácia menor. Evitar se possível pielonefrite). • Para homens o tratamento deve ter duração de 7 dias! • Gestantes devem ter como opção: Cefalexina ou Amoxicilina por 7 dias. • Idosos: Ciprofloxacina 250mg, VO, 12/12h, 3 dias. Tratamento ▪ Pielonefrite ▪ Ciprofloxacina 440mg IV ou 550mg VO, 12/12h, 7 dias ▪ ou Ceftriaxone 1-2g, IM ou IV, 1x/dia ▪ ou Amicacina 15mg/kg IM ou IV. Tratamento ▪ Pacientes com infecção associada a cateter: ▪ Caso o paciente não possua infecção por gram-positivo o tratamento pode ser feito com Ceftriaxone 2g/dia ou Ciprofloxacina 400 mg, EV, 10/10h. ▪ Em caso de suspeita de Pseudomonas deve-se utilizar Ceftazidima 2g, 8/8h. ▪ Se houver suspeita de Enterococos pode ser utilizada Vancomicina 1g, 12/12h. Prevenção ▪ Principalmente para mulheres com ITU recorrente. ▪ Ingestão oral de fluidos com frequência; ▪ Aumentar a frequência de micções (a cada 2-3h); ▪ Evitar uso de espermicidas como método anticoncepcional; ▪ Profilaxia medicamentosa: SMZ- -TMP 200mg/40mg 1x/dia ou 3x/ semana ou Nitrofurantoína 50mg/ dia ou Cefalexina 250mg/dia. ▪ Profilaxia pós-coito: igual aos antibióticos utilizados na profilaxia geral; Prevenção ▪ Profilaxia em gestantes: Nitrofurantoína 50-100mg ou Cefalexina 250- 500mg pós-coito ou antes de dormir. Se fator de risco para pielonefrite: usar profilaxia desde a 1º ITU da gestação; ▪ Uso de creme vaginal com estrógeno para mulheres na menopausa com ITU recorrente; ▪ Retirada precoce de sonda vesicais; ▪ Evitar cateterização vesical. Obrigada!
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