Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bioquímica Aplicada à Enfermagem Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Fabrício Ribeiro de Campos Revisão Textual: Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital Introdução à Bioquímica Introdução à Bioquímica • Conceituar Bioquímica; • Conceituar a célula viva; • Conceituar Química Orgânica; • Conceituar compostos orgânicos; • Classificar as substâncias orgânicas de acordo com as funções químicas. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Definição; • Por que Estudar Bioquímica? • Célula Viva; • Noções de Química Orgânica. UNIDADE Introdução à Bioquímica Definição Você conhece o significado da palavra Bioquímica? Se não conhece, vamos enten- der um pouco o seu significado! “Bios” significa “vida”. Bioquímica: é a química da vida. A vida no seu sentido mais íntimo nada mais é que um fenômeno bioquímico. A Bioquímica estuda os componentes químicos dos seres vivos em âmbito celular e molecular, bem como as reações e processos que neles ocorrem. Figura 1 – Representação de uma molécula em 3D e 2D Fonte: Wikimedia Commons Por que Estudar Bioquímica? A Bioquímica nos permite compreender os fatores responsáveis pela manutenção da vida, a qual se relaciona com a nutrição adequada e a medicina preventiva. Auxilia também no entendimento e tratamento eficiente das doenças e anormalidades em âmbito molecular, das reações químicas e seus processos. Por meio da Bioquímica podemos compreender os diversos ciclos da vida, suas modificações ao longo do tempo e, principalmente, as alterações moleculares sofridas pelas células em seus processos durante o seu metabolismo. Portanto, a Bioquímica pertence ao ramo da Biologia e, por isso, para compre- endê-la necessitamos relembrar alguns conceitos sobre as células, suas estruturas funcionantes e características universais. Retomando... você se lembra quais são as principais estruturas de uma célula viva? 8 9 Célula Viva A célula constitui a unidade formadora dos organismos vivos, estes ora possuem apenas uma unidade em sua composição estrutural, ora são compostos por milhões delas. Todas as células vivas apresentam algumas características estruturais comuns. A seguir, na Figura 2, apresentam-se as principais estruturas e características das células vivas. Figura 2 - As características universais das células vivas Fonte: Adaptado de LEHNINGER (2014, p. 3) Todas as células têm núcleo ou nucleoide, membrana plasmática e citoplasma. O citosol é definido como a porção do citoplasma que permanece no sobre- nadante após rompimento suave da membrana plasmática e centrifugação do extrato resultante a 150.000 g por 1 hora. As células eucarióticas têm uma variedade de organelas contidas por membranas (mitocôndrias e cloroplastos) e partículas maiores (ribossomos, p. ex.), que são sedimentadas por esta centri- fugação e podem ser recuperadas do precipitado. Os organismos vivos estão divididos em três grandes grupos de vida e representam os três domínios que compõem os ramos da árvore evolucionária da vida, originada a partir de um ancestral em comum, conforme demonstrado na Figura abaixo: Figura 3 – Árvore fi logenética da vida Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons 9 UNIDADE Introdução à Bioquímica Além disso, os organismos vivos são diferenciados pela forma que obtém suas fontes de energia. Alguns obtêm por meio da luz solar (fototróficos), outros da combustão de compostos químicos oxidáveis e/ou pela fonte de carbono (quimioautotróficos ou quimio-heteroatrotóficos), para a promoção da síntese do material celular. Apesar dessas diferenças naturais, os organismos vivos possuem algumas seme- lhanças na sua constituição celular, e do ponto de vista bioquímico torna-se mais evidente, todos os organismos vivos possuem inúmeras características e processos químicos em comum. Portanto, por meio do conhecimento da bioquímica e seus processos vitais, há a compreensão dos fenômenos envolvidos na síntese e nos metabolismos celulares. Para compreendermos esses fenômenos moleculares, necessitamos recordar desde o início o conceito da composição química dos seres vivos. Vamos recordar as carac- terísticas dos seres vivos? Características dos Seres Vivos Os seres vivos e não vivos são constituídos por átomos. Os seres vivos, prin- cipalmente, possuem certos tipos de elementos químicos em maior quantidade e frequência que os seres não vivos. Esses elementos são: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N), e em proporções menores o fósforo (F) e o enxofre (S). Dezenas de átomos desses elementos se juntam por meio de ligações químicas originando as moléculas que constituem os organismos vivos, essas moléculas são cha- madas de substâncias orgânicas. Dentre essas substâncias podemos citar as proteínas, glicídios, lipídios e ácidos nucleicos. A seguir, observe na Tabela 1 a porcentagem de alguns desses elementos químicos na composição dos seres vivos e não vivos. Tabela 1 – Alguns elementos químicos em seres vivos e no mundo não-vivo Elemento Químico Símbolo Ocorrência de átomos do elemento (%) Universo Terra Espécie Humana Alfafa Bactéria Carbono C 0,02 0,2 10,6 6,7 6,6 Hidrogênio H 99 0,2 61,5 61,9 65,0 Nitrogênio N 0,04 Traços 2,4 0,4 1,4 Oxigênio O 0,06 47 23,0 30,6 26,7 Fósforo P Traços Traços 0,13 0,16 0,12 Enxofre S Traços Traços 0,13 0,02 0,06 Fonte: AMABIS; MARTHO (2004, p. 3) 10 11 Metabolismo Celular Você já parou para pensar como o nosso organismo é capaz de transformar os nutrientes que adquirimos durante a alimentação em fontes de energia para executar nossas atividades diárias? E como ocorre esse processo em âmbito molecular? As células vivas estão constantemente realizando a troca de átomos e moléculas, e com isso há a degradação de substâncias celulares e, consequentemente, substituição por novas substâncias recém-fabricadas. Por meio dos nutrientes orgânicos (moléculas orgânicas: C, H, O, N, P, S) as células são capazes de obter energia e transformar as substâncias em novos compostos, utilizando o processo de montagem e degradação de substâncias. Os nutrientes orgâ- nicos, portanto, além de fornecer energia para a célula são também responsáveis pela matéria-prima na fabricação de novas moléculas. Esse processo químico de transformação (montagem e degradação de subs- tâncias) no interior da célula recebe o nome de metabolismo, que significa mudança ou transformação em novos compostos necessários à manutenção celular. O processo como ocorre o metabolismo celular é dividido em duas partes: ana- bolismo e catabolismo. O anabolismo pode ser definido como a produção de novos compostos a partir de substâncias mais simples, (reações de síntese), como exemplo podemos citar a fabricação de novas proteínas a partir da junção de uma sequência de aminoácidos. Já o catabolismo está relacionado ao processo inverso do anabolismo, no catabolismo há a degradação de substâncias mais complexas em outras mais simples (reação de degradação), como exemplo podemos citar a quebra da molécula de glicose (C6H12O6) em moléculas de gás carbono (CO2) e de água (H2O), em um processo que libera energia. Figura 4 – Estrutura do trifosfato de adenosina, um intermediário central no metabolismo energético Fonte: Wikimedia Commons 11 UNIDADE Introdução à Bioquímica glicose C H O CH CH H CH OH OH OH HO OHH2C C Figura 5 – Fórmula estrutural da glicose: cadeia aberta Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons Agora que você já relembrou alguns conceitos sobre a célula e suas características principais, precisamos recordar também algumas noções de química orgânica para compreendermos as principais reações químicas que envolvem o organismo humano. Então, vamos lá? Noções de Química Orgânica Recordando os conceitos de química orgânica, você conseguiria defini-la? Vou ajudá-lo: Ela compreende o estudo dos compostos orgânicos que possuem o carbono (C) como principal constituinte. Cabe ressaltar que as moléculas orgânicas incluem também o hidrogênio (H) emsua composição, e a ligação entre ambas é responsável pela deno- minação de compostos orgânicos. Todos os organismos vivos são constituídos por compostos orgânicos, as proteínas que constituem o cabelo, pele, músculos, o material genético (DNA), os alimentos que nos nutrem, todos são compostos orgânicos. CH H H H Elétrons de hidrogênio Elétrons de carbono Figura 6 – Representação da ligação entre carbono e hidrogênio Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons 12 13 Por que o carbono é tão especial? Por que, dos mais de 30 milhões de compostos químicos atualmente conhecidos, mais de 99% deles contêm carbono? As respostas a esses questionamentos estão relacionadas à estrutura eletrônica do carbono e a sua posição na tabela periódica (Figura 7). O carbono pertence ao grupo 14 na tabela periódica, portanto, ele pode compartilhar quatro elétrons de valência e formar quatro ligações covalentes. Além disso, é capaz de ligar-se a outros átomos de carbono formando compostos complexos em cadeias e anéis. Ele sozinho é capaz de formar diversos compostos, desde substâncias simples até as mais complexas – do metano, apenas um átomo de carbono, até o DNA formado por mais de 100 bilhões de átomos de carbono. Existem outros elementos que compõem essas ligações químicas entre os átomos de carbono e hidrogênio, são eles o nitrogênio (N), oxigênio (O) e, eventualmente, enxofre (S), fósforo (P) e os halogênios: cloro (Cl), bromo (Br) e iodo (I). Observe os compostos na tabela periódica a seguir (Figura 7): Figura 7– Tabela periódica Fonte: Wikimedia Commons Portanto, os compostos orgânicos são oriundos dos seres vivos e os inorgânicos são derivados do reino mineral, e o carbono constitui-se como um dos principais elementos na composição da matéria viva. Agora que você entendeu um pouco sobre o carbono, vamos aprofundar um pou- co mais e estudar sobre suas principais características? Características do Carbono A estrutura química dos seres vivos é constituída em torno do elemento carbono, o qual representa mais da metade do peso seco de todas as células de um organismo. 13 UNIDADE Introdução à Bioquímica O carbono possui a capacidade de ligar-se a outros elementos químicos por meio de ligações simples com átomos de hidrogênio, ligações duplas com átomos de oxi- gênio e/ou nitrogênio, ou mesmo ligações triplas com outros átomos de carbono. Ele é considerado tetravalente, portanto, para se estabilizar necessita perder quatro elétrons da sua última camada. Essa capacidade de realizar ligações químicas simples com até quatro outros átomos de carbono representa relevante importância dentro da Biologia. CC C C C H H H H H H H H H H Figura 8 – Versatilidade das ligações do carbono (ligação simples, dupla e tripla) Devido à versatilidade que o átomo de carbono apresenta em suas ligações quí- micas, nenhum outro elemento químico na natureza possui tal capacidade de formar novas moléculas com tamanha multifuncionalidade (forma, tamanho e composição). C CH H H H H H H HO NH2 S OON H O OH C Figura 9 – A versatilidade do carbono em formar ligações com outros compostos (oxigênio, nitrogênio, enxofre) Classificação das Cadeias Carbônicas (Ligações Químicas) Os elementos químicos (átomos) são capazes de fazer ligações químicas entre si, para se unirem e formar compostos químicos mais complexos. Essas ligações quí- micas são dividas em dois tipos: ligações covalentes e ligações iônicas. Nas ligações covalentes, os átomos compartilham pares de elétrons e perma- necem unidos, esse tipo de ligação ocorre sem que haja perda ou ganho de elétrons; como exemplo temos o metano CH4, principal constituinte do gás natural. Nesse caso, os átomos de carbono se ligam a outros átomos (hidrogênio) compartilhando seus elétrons, não havendo transferência destes. Esse conjunto de átomos neutros unidos uns aos outros através de ligações covalentes dá-se o nome de molécula. As ligações iônicas ocorrem quando há transferência de um ou mais elétrons para outro átomo, tornando este com carga elétrica positiva e o que recebeu os elétrons com carga elétrica negativa. Quando um átomo ou um grupo de átomos trocam cargas elétricas entre si, e permanecem carregados eletricamente, são chamados de íons. As ligações iônicas, portanto, são aquelas em que há a atração entre átomos com cargas elétricas diferentes (positivo/negativo). Como exemplo, temos a ligação entre flúor e lítio, nesse caso, o átomo de lítio (Li) cede um elétron para o átomo de 14 15 flúor (F) (Figura 10). Igual acontece com o composto cloreto de sódio (NaCl), conhe- cido como sal de cozinha, nesse caso o átomo de sódio (Na) cede um elétron para o átomo de cloro (Cl) (Figura 11). Figura 10 – Confi guração eletrônica do fl úor Fonte: Wikimedia Commons O lítio tem um elétron em sua camada de valência, mantido com dificuldade, porque sua energia de ionização é baixa. O flúor possui 7 elétrons em sua camada de valência. Quando um elétron se move do lítio para o flúor, cada íon adquire a configuração de gás nobre. A energia de ligação dos dois íons de cargas opostas tem valor negativo suficiente para que a ligação se torne estável. Na Cl Figura 11 – Átomo de sódio (Na) cedendo um elétron para o átomo de cloro (Cl) Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons Cada átomo pode estabelecer um número de ligações químicas específicas com outros átomos, isso corresponde a sua valência química, e é característico de cada elemento químico. Assim, por exemplo, o hidrogênio (H) pode fazer apenas uma ligação química, e é chamado de monovalente; um átomo de oxigênio (O) pode rea- lizar duas ligações químicas, portanto, bivalente; o enxofre (S) também é bivalente; o nitrogênio é considerado trivalente, o carbono tetravalente e o fósforo pentavalente. Essas características são importantes para compreendermos o potencial de ligações entre os átomos e as reações químicas. C Figura 12 – 4 elétrons da última camada do carbono Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons 15 UNIDADE Introdução à Bioquímica Figura 13 – Ligação tetravalente do átomo de carbono com o átomo de oxigênio Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons H O H Figura 14 – Ligação bivalente entre o átomo de oxigênio e átomos de hidrogênio Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons Os compostos orgânicos são formados, em sua maioria, por uma cadeia de átomos de carbono. Estas cadeias são chamadas de cadeias carbônicas. As cadeias carbônicas podem ser classificadas em relação ao: • Fechamento da cadeia: aberta, fechada (aromáticas e não aromáticas) ou mista; • Disposição dos átomos de carbono: normal ou ramificada; • Tipos de ligação: saturada ou insaturada; • Natureza dos átomos: homogênea ou heterogênea. Vamos conhecer um pouco mais sobre a classificação das cadeias carbônicas? Para ajudá-lo a entender melhor o assunto, acesses os links: • “Classificação das Cadeias Carbônicas”, disponível em: https://bit.ly/2NqneOY • “Nomenclatura IUPAC”, disponível em: https://bit.ly/31ek1dl Em relação ao fechamento da cadeia carbônica, ela pode ser: • Aberta: os átomos de carbono são ligados entre si. Essas cadeias são chamadas de acíclicas ou alifáticas, possuem extremidades livres e não possuem um ciclo ou um anel aromático. Exemplos de cadeia carbônica aberta: C H H H3C CH3 CH3 CH C H H C H HH H Figura 15 – Exemplos de cadeia carbônica aberta Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons 16 17 • Fechada: são chamadas de cíclicas, pois não possuem extremidades livres. Os átomos de carbono se ligam formando um círculo fechado (ciclo geométrico, um triângulo ou quadrado, ou um anel aromático) (Figura 16). As cadeias carbônicas fechadas ainda são subdividas em: » aromáticas; » não aromáticas (Figuras 17 e 18); H C C C C CC HH H H2 H2C CH2 C H H (C6H6) Figura 16 – Exemplos de cadeias carbônicas fechadas Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons • Mista: representada por diferentes formas de cadeias carbônicas (abertas e fe- chadas). Exemplos:N N N H H Figura 19 – Cadeia carbônica mista Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons Em relação à divisão dos átomos de carbono: • Normal: os átomos de carbono estão dispostos de forma linear (numa reta) e possuem apenas duas extremidades. Exemplo: Figura 17 – Cadeia carbônica aromática (com anel benzênico) Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons Figura 18 – Cadeia carbônica não aromática (sem anel benzênico) Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons 17 UNIDADE Introdução à Bioquímica H C C H C Figura 20 – Cadeia carbônica normal • Ramificada: os átomos de carbono estão dispostos em mais de duas extremidades (presença de carbonos terciários e quaternários). Exemplos: CH3 CH3 CH3 CH2 CHC CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3CCHCH CH3CH2 CH2 CHH3C H3C Figura 21 – Cadeia carbônica ramificada Em relação aos tipos de ligação, temos: • Saturada: os átomos de carbonos estão ligados por ligações simples, não ha- vendo ligações duplas ou triplas entre eles. Exemplo: CH3 CH3 OH O CCH2CH2H5C H5C Figura 22 – Cadeia carbônica saturada • Insaturada: os átomos de carbono mantêm ligações duplas e/ou triplas entre si. Exemplo: H H H H HC CC C CH2 CH3 3 4 21 Figura 23 – Cadeia carbônica insaturada, com ligações duplas e triplas entre os carbonos Em relação à natureza dos átomos: • Cadeia carbônica homogênea: quando na cadeia carbônica há apenas ligações entre átomos de carbono, ou seja, sem a presença de um heteroátomo. Exemplo: 18 19 CH2 OH OH CH aldeido glicérico C O H Figura 24 – Cadeia carbônica homogênea • Cadeia carbônica heterogênea: quando na cadeia carbônica há a presença de um heteroátomo fazendo ligação entre os átomos de carbono (qualquer ele- mento químico que esteja fazendo ligação química entre os átomos de carbono, podendo ser O, S, N, P, B, etc). Exemplo: CH3 CH3CH2 S C (Etoxietano – presença de um heteroátomo (O) entre as ligações carbônicas) (Dissulfeto de carbono – presença de dois átomos de enxofre ligados a um átomo de carbono) CH2O S Figura 25 – Cadeia carbônica heterogênea Então, revisando o que discutimos, observe as cadeias carbônicas no link a seguir e suas classifi- cações. “Classificação das cadeias carbônicas”, disponível em: https://bit.ly/2LOxgZe Funções Orgânicas Para ajudá-lo a compreender um pouco mais sobre as funções orgânicas dos compostos orgânicos, acesse os links: • “Grupos funcionais”, disponível em: https://bit.ly/3cTlLee • “Identificação das Funções Orgânicas”, disponível em: https://bit.ly/31jd0Ii São grupos de compostos orgânicos que possuem algumas propriedades químicas muito semelhantes entre si, devido à presença de igual grupo funcional em sua estrutura. Os grupos funcionais sofrem reações químicas iguais e são capazes de determinar as propriedades químicas da molécula. Os principais grupos são: • Hidrocarbonetos: possuem somente átomos de carbono e hidrogênio. Exemplo: H3C CH CH3 CH3 Figura 26 – Exemplo de Hidrocarboneto 19 UNIDADE Introdução à Bioquímica • Álcoois: possuem a hidroxila (OH) ligada a um carbono saturado. Exemplo: CH3 – CH2 – CH = CH – OH (hidroxila) • Fenóis: possuem a hidroxila (OH) ligada a um carbono insaturado de um anel benzênico (núcleo aromático). Exemplo: OH Figura 27 – Orto-cresol representando um grupo fenol • Aldeídos: possuem a carbonila (=O) ligada ao carbono da extremidade. Exemplo: O C R H Figura 28 – Exemplo do grupo aldeído • Cetonas: possuem a carbonila (= O) ligada entre dois carbonos. Exemplo: O C R1 R2 Figura 29 – Exemplo do grupo cetona • Ácidos carboxílicos: possuem a carbonila (= O) ligada a um grupo hidroxila (grupo carboxila): O C R OH Figura 30 – Exemplo do grupo ácidos carboxílicos 20 21 • Ésteres: são derivados dos ácidos carboxílicos, em que há a substituição do hidro- gênio da carboxila por algum grupo orgânico (– COOH por – COOR’). Exemplo: O C R OR’ O C CH3 H O Figura 31 – Exemplo do grupo ésteres • Éteres: possuem um átomo de oxigênio entre dois carbonos. Exemplo: O R R’ Figura 32 –Exemplo do grupo éteres • Aminas: derivadas da substituição de um hidrogênio do grupo amônia por ca- deias carbônicas. Exemplo: O C R’’ R N R’ Figura 33 – Exemplo do grupo amina A partir desses conhecimentos podemos então aprofundar nossos estudos na bioquímica das principais moléculas envolvidas nos processos fisiológicos do corpo humano. Na próxima unidade iremos estudar sobre a importância da água e dos carboidratos nos processos celulares. 21 UNIDADE Introdução à Bioquímica Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Biologia das Células: Origem da Vida, Citologia e Histologia, Reprodução e Desenvolvimento AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia das células: origem da vida, citologia e histologia, reprodução e desenvolvimento. 2. ed. Moderna: São Paulo, 2004. Química Orgânica MCMURRY, J. Química orgânica. Tradução All Tasks. Revisão técnica Robson Mendes Matos. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. Leitura Manual da Química https://bit.ly/3cTlLee Cadeias Carbônicas https://bit.ly/2NqneOY 22 23 Referências AREAS DAU, A. P. Bioquímica humana. São Paulo: Pearson, 2015. (e-book) NELSON, D. L; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. São Paulo: Artmed, 2014. 23
Compartilhar