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5 - Osteoartrite no idoso

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TBL 5 – HAB. MÉDICAS VII – OSTEOARTRITE 
CAMILA MATARAZZO
DEFINIÇÃO
Doença complexa que envolve processos inflamatórios, biomecânicos e degenerativos da cartilagem, do osso subcondral e das sinóvias.
Conjunto heterogênio de condições que levam a sinais e sintomas articulares, que estão associados com defeitos na integridade da cartilagem articular, além de mudanças relacionadas com o osso subjacente à margem articular.
Clinicamente, a condição é caracterizada por artralgia, rigidez, restrição de movimento, crepitação, efusão ocasional e graus variáveis de inflamação local.
EPIDEMIOLOGIA
- Distúrbio articular mais prevalente – pode acometer cerca de 6-12% da população adulta e mais de 1/3 da população >65 anos, com predomínio no sexo feminino.
- Principal causa de incapacidade na população idosa. 
- Articulações + acometidas: joelho, quadril e mãos.
- Obesidade ↑ risco de desenvolver osteoartrite.
ETIOLOGIA
Múltiplos fatores: biomecânica, bioquímica e neuromuscular.
3 fatores que levam a degeneração articular na osteoartrite: lesão de cartilagem, remodelação de osso subcondral e inflamação sinovial.
 - esses fenômenos ocorrem de maneira independente, variando de intensidade em cada organismo, o que explica a necessidade de tto multimodal e a falta de resposta uniforme a medicações isoladas
FATORES DE RISCO
QUADRO CLÍNICO
Forma insidiosa como dor protocinética (início do movimento), que melhora com o repouso associada a crepitação.
Tem ↑ volume articular (com ausência de sinais flogísticos), rigidez articular menor que 30min e que é pior pela manhã e após períodos prolongados de imobilidade.
Com o tempo, essas alterações podem levar a ↓ da amplitude articular e deformidades.
Reduz mobilidade: acometimento em MMII (alterações secundárias: perda de propriocepção e sarcopenia) risco 2,5x maior de queda, o que ↑ risco de fratura e de morbimortalidade.
Exame físico: podem-se observar alterações como ↑ volume articular, espessamento sinovial, crepitações, deformidades em varo/valgo ou em flexão e ↓ amplitude de movimento.
A dor articular pode estar relacionada com síndrome dolorosa miofascial – pode ser primária (principal causa da dor) ou secundária a alterações articulares.
Pacientes com dor osteoartrítica crônica estão sujeitos a desenvolver sensibilização central: estímulo nociceptivo periférico contínuo e intenso pode levar a alterações neuroquímicas e metabólicas nas vias centrais de supressão e percepção de dor, levando a amplificação da dor e da área de percepção dolorosa.
DIAGNÓSTICO 
É essencialmente clínico, baseado nas características clínicas e fatores de risco.
EXAMES COMPLEMENTARES
Exames de imagem de séricos devem ser solicitados apenas em apresentações atípicas ou na suspeita de causas secundárias.
 OBS: solicitação de exames de imagem está relacionada a maiores intervenções cirúrgicas desnecessárias e maior iatrogenia.
Alterações radiográficas mais comuns: ↓ espaço articular, osteófitos, esclerose cortical e cistos subcondrais.
Evitar RM em casos de suspeita de osteoartrite.
TRATAMENTO
É multiprofissional.
Tem como principais objetivos: alívio da dor; ↓ da incapacidade; desaceleração da progressão; promoção de estratégias de enfrentamento; evitar complicações secundárias; retardar tto cirúrgico.
· Exercícios: principal estratégia do tto. Devem ser individualizados em relação a intensidade, volume e progressão e respeitar o limite de cada paciente.
As atividades, realizadas por um fisioterapeuta, devem incluir fortalecimento, alongamento, ganho de amplitude de movimento e aeróbicos.
 OBS: pode haver resistência do paciente a recomendação porque a dor está associada ao movimento e já houve tempo em que se recomendava repouso.
· Perda de peso: de 5-7,5% em pacientes com IMC > 25 (2ª principal estratégia)
· Programa educativo: paciente deve ser orientado sobre a sua doença – o que é, como evolui, fatores de piora e melhora, fatores de risco associados, sinais de alerta, prognóstico e riscos relacionados a colocação de prótese.
· Medicações: uso de analgesia paliativa.
- AINEs: traz alívio da dor, mas devem ter uso restrito a períodos breves.
- AINE tópico: são bons adjuvantes, especialmente se osteoartrite nas mãos.
- Paracetamol: tem baixo potencial analgésico. Risco de hepatotoxicidade.
- Dipirona: não tem estudos sobre sua eficácia, mas clinicamente se mostra efetiva.
- Opioides: contraindicados por ↑ mortalidade.
- Duloxetina: uso em casos de dor crônica, principalemente naqueles com sinal de sensibilização central. 
· Meios físicos: não modificam o curso da doença, mas podem oferecer analgesia.
Ex: Compressas quentes; compressas de gelo; massagem; acunpuntura; terapia por ondas de choque.
· Órteses e meios auxiliares de marcha: meios adjuvantes para analgesia e melhora funcional.
Ex: bengala; joelheira elástica; palmilhas antivaro ou antivalgo; taping lateral de patela; splint para base de polegar; 
· Alterações biomecânicas: reeducação postural e mudança de hábitos podem ajudar no manejo da dor.
Ex: evitar salto alto, escadas, posturas agachadas, reorganização de atividades domésticas e de trabalho.
· Tecnologias assistivas: equipamentos que facilitem as atividades de vida diária.
Ex: calçadeiras, pegadores de objetos, elevação do sanitário.
· Terapias psicológicas: pode ser uma ferramenta de enfrentamento da dor crônica e das limitações funcionais.
· Fitoterápicos: não há evidência científica, mas sugere-se ter um potencial semelhante aos AINEs.
CIRURGIA PROTÉTICA
Encaminhar se houver falha no tto conservador.
Principais sinais de falhas terapêuticas: Restrição ao lar; evitar andar em ambiente externo, limitação para AVD; alteração radiográfica compatível com quadro clínico.
O clínico deve realizar tto de sensibilização central (25% dos pacientes mantêm quadro álgico após protetização de quadril), preparo pré-operatório com controle das comorbidades e estabilização clínica (humor estável e tto de infecções de pele, pés e dentes).
Referência: Geriatria Prática Clínica, Duarte PO, Amaral JRG.2020 Editora Manole

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