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Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Problema 2 – Vou perder meus pacientes! Paciente do sexo masculino, Sr. C.R.S, psicoterapeuta de casais, 45 anos, chegou ao consultório do neurologista, Dr Derek, com queixa de lombociatalgia com duração de aproximadamente 2 anos. Atualmente apresenta dor de intensidade moderada, localizada na região lombar com irradiação para o membro inferior direito associada a “falta de força” nas pernas e dificuldade de caminhar e subir escadas. Relatou ao médico que há um ano as dores pioraram, principalmente, em ocasiões que ficava muito tempo em pé ou quando necessitava caminhar por mais de 500m. Para alívio da dor, precisava sentar com tronco fletido para frente, posição que lhe dava um pouco mais de conforto. Contou que foi inicialmente ao médico generalista e o mesmo orientou tratamento medicamentoso para sua dor crônica e sugeriu iniciar RPG. Em relação aos antecedentes pessoais: HAS controlada, sobrepeso, sedentário e passado de trauma na coluna por uma queda de cavalo na infância. Ao exame físico: o paciente apresenta dificuldade de caminhar na ponta do pé direito, hipoestesia tátil e dolorosa em dermátomos de L5 a S1, hiporreflexia em reflexo aquileu, ambos do lado direito, diminuição da força MID ( grau 3 ) e retificação da lordose fisiológica. A manobra de Mingazzini evidenciou déficit de força na perna direita. Reflexo patelar normal . Exames complementares: RX da região de coluna lombossacra com alterações degenerativas moderadas e redução da altura dos discos vertebrais de L4, L5-S1 RNM da coluna lombosacra: identificou hérnia discal centro-lateral em L5-S1, com compressão de raiz nervosa à direita. Após a consulta, o Dr Derek reforçou a necessidade da fisioterapia e utilização de AINE. Orientou o tempo correto de uso do AINE, alertando para os cuidados com o uso prolongado, ainda mais por ele fazer tratamento para HAS. Apesar do tratamento indicado, o Sr. C.R.S continuou sentindo fortes dores com necessidade de várias idas ao PA, sendo então prescrita a dexametasona injetável. O Sr. C.R.S ficou preocupado, porque uma amiga tinha comentado que um dos efeitos do uso dessa injeção é a osteoporose e diabetes. Foi prescrito ainda, um colete estabilizador para manutenção da postura ereta e afastamento do trabalho, visto que este exigia a permanência de muito tempo sentado. O paciente voltou ao seu consultório 15 dias depois de seu afastamento do trabalho, muito ansioso, com medo de perder os pacientes, pois estava há 15 dias sem atendê-los. Falou do interesse em realizar uma cirurgia, mas não sabia se havia indicação. Demonstrou medo de estar com osteoporose, dúvidas sobre que medicamentos deveria usar, além do receio de ficar sem trabalhar. Afinal, ele deve parar de trabalhar? Objetivos: 1. Definir a dor crônica. 2. Entender a lombociatalgias (fisiopatologia; quadro clínico; diagnóstico-escalas de força; rotina semiológica-manobras e reflexos; exames complementares). 3. Reconhecer as principais complicações da hérnia de disco. 4. Conhecer o tratamento para hérnia de disco (não medicamentoso, medicamentoso e cirúrgico). 5. Citar os efeitos adversos do uso prolongado dos glicocorticoides e dos AINEs. Definir dor crônica: Dor crônica é aquela que persiste ou recorre por > de 3 meses, persiste por > de 1 mês após a resolução de uma lesão tecidual aguda ou acompanha uma lesão que não se cura. As causas incluem doenças crônicas (p. ex., câncer, artrite, diabetes), lesões (p. ex., hérnia de disco, ligamento rompido) e várias doenças primárias (p. ex., dor neuropática, fibromialgia, cefaleia crônica). Várias fármacos e tratamentos psicológicos são utilizados. Doenças duradouras e sem resolução (p. ex., câncer, artrite reumatoide e hérnia de disco) que produzem estímulos nociceptivos ou neuropáticos contínuos podem ser completamente responsáveis pela dor crônica. Alternativamente, lesões, mesmo leves, podem levar a alterações a longo prazo nos sistema nervoso (sensibilização) — dos receptores periféricos ao córtex cerebral — que podem causar dor persistente na ausência de estímulo nociceptivo contínuo. Com a sensibilização, o desconforto decorrente de uma doença praticamente resolvida e que poderia ser percebido sob outros aspectos como brando ou trivial é, em vez disso, percebido como dor significativa. Em alguns casos (p. ex., dor crônica no dorso após lesão), o agente original da dor é evidente; em outros Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS (p. ex., cefaleia crônica, dor facial atípica, dor abdominal crônica) o agente é remoto ou oculto. Os fatores psicológicos podem aumentar a dor persistente. Portanto, a dor crônica pode parecer desproporcional aos processos físicos identificáveis. A dor crônica comumente pode provocar ou exacerbar problemas psicológicos (p. ex., depressão, ansiedade). A distinção entre a causa psicológica e o efeito costuma ser difícil, mas se houver coexistência de dor, depressão e ansiedade, elas tipicamente intensificam a experiência geral da dor. Vários fatores no meio ambiente em que o paciente vive (p. ex., familiares, amigos) podem reforçar comportamentos que perpetuem a dor crônica. Fibromialgia Fibromialgia é a síndrome da dor crônica mais comum. A prevalência é de 2 a 3%. É mais comum em mulheres; entretanto, com os critérios diagnósticos mais recentes, que não enfatizam a necessidade de uma quantidade específica de pontos sensíveis localizados, agora mais homens são diagnosticados com fibromialgia do que no passado e a diferença entre os sexos diminuiu. A fisiopatologia é desconhecida, mas uma síndrome de sensibilização central com comprometimento da regulação da dor pode estar envolvida; as vias nociceptivas e os centros de processamento estão de prontidão e hiper-reativos a estímulos. O diagnóstico é clínico, e não há testes diagnósticos confirmatórios. Entretanto, várias organizações desenvolveram critérios diagnósticos específicos. Sinais e sintomas da dor crônica: A dor crônica provoca, com frequência, sinais vegetativos (p. ex., cansaço, distúrbio de sono, diminuição do apetite, perda do paladar por comida, perda ponderal, diminuição da libido, constipação intestinal), que se desenvolvem gradualmente. A dor constante e persistente limita pode causar depressão e ansiedade e interferir em quase todas as atividades. Os pacientes podem se tornar inativos, socialmente afastados e preocupados com a saúde física. O prejuízo psicológico e social pode ser grave, causando ausência de função na prática. Diagnóstico: • Avaliação de causa física inicialmente e se os sintomas mudarem Deve-se avaliar a etiologia da dor crônica adequadamente e caracterizá-la para, se possível, chegar a um diagnóstico. No entanto, uma vez realizada a avaliação completa, não são úteis testes de repetição na ausência de novos achados. A melhor conduta é parar o teste e concentrar-se no alívio da dor e na restauração da função. Deve-se estimar o efeito da dor na vida do paciente; pode ser necessária a avaliação por um terapeuta ocupacional. Deve-se considerar a avaliação psiquiátrica formal se houver suspeita de transtorno psiquiátrico preexistente (p. ex., depressão maior ou transtorno de ansiedade) como sendo a causa ou o efeito. O alívio da dor e a melhora funcional são improváveis se os transtornos psiquiátricos concomitantes não forem tratados. Tratamento da dor crônica: Em geral, tratamento multimodal (p. ex., analgésicos, métodos físicos, tratamentos psicológicos) Deve-se tratar as causas específicas da dor crônica. O tratamento agressivo precoce da dor aguda é sempre preferível e pode limitar ou prevenir a sensibilização e a remodelação e, portanto, prevenir a progressãopara dor crônica. Contudo, depois que a dor crônica é estabelecida e persiste, estratégias de tratamento multimodais são necessárias. Pode-se usar fármacos ou métodos físicos; terapias psicológicas e comportamentais geralmente são úteis. Se os pacientes apresentam comprometimento funcional acentuado ou não respondem a uma tentativa razoável no tratamento pelo médico, podem se beneficiar da abordagem multidisciplinar disponível em uma clínica para dor. Os objetivos variam de eliminar totalmente a dor a limitar seus efeitos e otimizar a função e a qualidade de vida. Entender a lombociatalgias (fisiopatologia; quadro clínico; diagnóstico-escalas de força; rotina semiológica-manobras e reflexos; exames complementares). A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar inferior. A lombociatalgia é a dor lombar que se irradia para uma ou ambas as nádegas e/ou para as pernas na distribuição do nervo ciático. Pode ser aguda (duração menor que 3 semanas), subaguda ou crônica (duração maior que 3 meses). É uma dor mista, ou seja, uma dor com componente somático e componente neuropático. A dor neuropatia Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS é aquela que surge como consequência de uma lesão ou doença que afeta o sistema somatossensorial (nervos, terminações nervosas). ANATOMOFISIOPATOLOGIA: Principais causas: hérnia discal, síndrome do piriforme/síndrome do bumbum durinho Em 15% das pessoas, o nervo ciático passa no meio do piriforme, comprimindo. ETIOLOGIA: As principais etiologias da lombociatalgia são, 1. Protrusão discal: Cerca de 90% dos casos de ciatalgia lombar estão relacionados a um processo inflamatório sobre a raiz nervosa causada pela reação inflamatória consequente a aumento de pressão intradiscal e protrusão do disco intervertebral no interior do canal vertebral. 2. Hérnia de disco: Condição em que além do processo inflamatório sobre a raiz nervosa há uma compressão mecânica dessa raiz pelo disco intervertebral, com prevalência de 5%. Tal condição tem maior incidência entre a terceira e quarta décadas de vida. Isso, pois nessa fase da vida o processo degenerativo do disco intervertebral encontra-se em um momento em que ainda há pressão no interior do núcleo pulposo, porém o ânulo fibroso já apresenta redução de sua capacidade de resistir a essa pressão interna. Com isso ocorrem rupturas no ânulo fibroso e consequente compressão de uma raiz nervosa no interior do canal vertebral ou no forame intervertebral. 3. Estenose de canal vertebral: Condição que pode ser congênita, na minoria dos casos e degenerativa, na maioria, em que o diâmetro do canal vertebral está entre 10 e 12mm secundário ao espessamento ósseo das lâminas e facetas articulares, hipertrofia do ligamento amarelo, ossificação do ligamento longitudinal posterior e hiperlordose. Tal condição está relacionada à compressão nervosa mecânica e também a insuficiência vascular e isquemia relativa. 4. Síndrome pós-laminectomia: Cerca de 10 a 40% dos pacientes que são submetidos a cirurgia de coluna lombar para alívio de dor, independente da técnica cirúrgica utilizada, evoluem com dor crônica neuropática no membro inferior que é responsável por perda da qualidade de vida. Tal condição tem etiologia multifatorial e está relacionada a eventos pré, intra e pós-operatórios. 5. Síndrome do piriforme: Cerca de 6% dos casos de ciatalgia lombar podem ser relacionados à síndrome do piriforme. Tal condição está relacionada à compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme ou mesmo pelo tendão desse músculo no assoalho pélvico. Isso ocorre quando há hipertrofia, inflamação ou variação anatômica do músculo. ETIOPATOGENIA: Causas Mecânico-Degenerativas Na coluna vertebral existe um equilíbrio mecânico entre o segmento anterior da unidade anátomo funcional (corpos vertebrais e disco) e o segmento posterior (articulações interapofisárias ou zigoapofisárias). Quando ocorre a ação de forças mecânicas sobre essas estruturas, pode haver um desequilíbrio levando à dor por estimulação direta de terminações nervosas aí existentes, ou pela liberação de substâncias do núcleo pulposo que desencadeiam dor e processo inflamatório pela degeneração do disco intervertebral. Todas as estruturas do segmento motor podem constituir causas de dor. Porém, há evidências de que o ponto central seria o disco intervertebral (85% dos casos) – discopatias – cuja degeneração aumentaria a carga nas facetas articulares e alteraria a distribuição de cargas no platô vertebral e osso subcondral. O disco degenerado tem sua capacidade de nutrição pela difusão passiva reduzida, levando a um acúmulo de íon hidrogênio que estimula receptores químicos de dor, situados na parte externado anel fibroso. As discopatias compreendem as fissuras, rupturas, abaulamentos, diminuição da altura do disco e hérnias que podem ser protrusas e extrusas. Essas alterações degenerativas do disco intervertebral acrescentam um esforço adicional nas outras estruturas de suporte da coluna como as articulações das facetas, ligamentos e cápsulas articulares. Consequentemente, espessamento da membrana sinovial e cápsula articular, formação de tecido cicatricial, diminuição do espaço articular nas articulações facetárias, formação de osteófitos e esclerose do osso subcondral. Essas alterações são Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS responsáveis pela dor em 10% a 15% dos pacientes com lombalgia crônica e lombociatalgia. Causas Não Mecânicas INFLAMATÓRIAS: As principais causas são as espondiloartropatias soronegativas, como a espondiliteanquilosante, síndrome de Reiter, espondilite psoriásica e as espondiloartropatias associadas a doenças intestinais (doença de Chron, retocolite ulcerativa inespecífica e doença de Whipple). INFECCIOSAS: Espondilodiscites infecciosas. METABÓLICAS: Osteoporose, osteomalácia e hiperparatireoidismo, originando fraturas vertebrais que consequentemente levarão a transtornos biomecânicos nas unidades anátomo-funcionais provocando a lombalgia ou lombociatalgia. Psicossomáticas: Causas emocionais que podem levar à lombalgia ou agravar outras causas já existentes. Quanto à sua duração, podem ser classificadas em: aguda: até sete dias; subaguda: de sete dias até três meses;. crônica: quando os sintomas duram mais de três meses. QUADRO CLÍNICO: O diagnóstico preciso do padrão de dor é essencial para se obter bom resultado terapêutico, visto que o fármaco deve ser específico para cada tipo de dor: nociceptiva, neuropática ou mista. A identificação do componente neuropático depende de anamnese e exame físico minuciosos, além dos exames complementares. A dor neuropática é espontânea e pode ter algumas características clínicas específicas, como: Hiperalgesia: dor exagerada (desproporcional) a um estímulo habitualmente doloroso; Hiperpatia: reação exagerada aos estímulos álgicos intensos ou repetitivos aplicados em regiões hipoestésicas; Alodínea: dor devido a um estímulo que normalmente não provoca dor. O exame físico deve incluir inspeção estática e dinâmica, marcha, manobras especiais provocativas, palpação (partes ósseas e partes moles), além da avaliação de pontos-gatilho (PG) miofasciais. Os PG estão presentes em 85% dos pacientes avaliados em centros de dor e é uma das principais causas de dores crônicas. O exame neurológico deve avaliar motricidade, sensibilidade (tátil, dolorosa, térmica e vibratória) e reflexos tendíneos profundos no tendão patelar (L4) e Aquileu (S1). A manobra provocativa mais utilizada é o teste da elevação da perna estendida, que é considerada positiva para comprometimento do nervo ciático quando reproduz os sintomas radiculares em uma elevação entre 35º e 70º DIAGNÓSTICO: A história clínicaé essencial para avaliação diagnóstica do paciente com lombalgia e lombociatalgia. A idade do paciente poderá indicar a causa de sua dor, pois a incidência de certas doenças varia de acordo com a idade e com o sexo. Trabalho e lazer, isto é, esportes praticados, também são importantes para o diagnóstico, pois com base nos achados de Nachemson (1965, 1985), a flexão e rotação da coluna lombar aumenta a pressão no segmento motor inferior. Kelsey et alii (1984), ao investigarem os fatores de risco para prolapso agudo do disco intervertebral referiram que, se se curvar mais de 20 vezes ao dia, com um peso superior a 10kg, este será o maior fator de risco. O tabagismo influencia a nutrição do disco intervertebral e aumenta a chance de sua degeneração; por conseguinte, torna mais frequente a incidência de dor lombar. Atualmente, o excesso de peso corporal também tem sido pesquisado e confirmado por alguns autores, como fator predisponente na gênese da dor lombar. Com relação às características da dor, deve-se investigar: • a intensidade e o horário de seu aparecimento; • a relação existente entre a dor e a atividade corporal e/ou o repouso; • uma possível associação com queixas sistêmicas, chamadas “sinais de alerta” como febre, calafrios, emagrecimento, anemia, disúria, massa abdominal ou outros achados. • o tipo de irradiação da dor, se existe distribuição dermatomérica ou não; • se a dor é de origem raquidiana ou extra- raquidiana; • as características psicossomáticas da dor. O Primeiro Consenso Brasileiro sobre Lombalgias e Lombociatagias estabeleceu as seguintes diretrizes: Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS • Deve-se avaliar se a dor aparece de manhã ou no decorrer do dia, lembrando que nas hérnias discais e lombalgias de causa infamatória ela ocorre pela manhã. No canal estreito artrósico pode também iniciar de manhã e piorar ao longo do dia. • No osteoma osteóide, a dor aparece de madrugada • Nas espondiloartropatias a dor é matinal, projeta-se nas nádegas, melhora ao longo do dia, e às vezes desaparece à tarde. • Na lombalgia mecânico-degenerativa a dor aparece com os movimentos, no fim da tarde após o trabalho e se relaciona com estresse físico e emocional. • Quando as lombalgias e lombociatalgias surgem acompanhadas de “sinais de alerta” (queixassistêmicas), é necessário fazer anamnese de outros órgãos e sistemas. • A dor raquidiana geralmente tem relação com os movimentos da coluna; a extra-raquidiana não tem (p.ex., cólica renal). • Nas compressões radiculares, a dor obedece quase sempre um trajeto dermatomérico. Algumas vezes, isso pode não ocorrer (superposição de dermátomos e esclerótomos). • Nas hérnias de disco centrais, pode não haver dor irradiada. Instrumentos de avaliação da dor neuropática: 1. O questionário Douleur Neuropathique 4 (DN4) foi desenvolvido pelo French Neuropathic Pain Group e é uma ferramenta simples e objetiva, com capacidade de distinguir a dor nociceptiva da neuropática; 2. A escala de dor de avaliação de sintomas e sinais neuropáticos de Leeds (LANSS) é uma ferramenta de avaliação usada pela comunidade médica para analisar e classificar a dor; 3. O questionário painDETECT é um instrumento notável para rastreamento da dor neuropática. EXAME FÍSICO: O paciente com lombalgia ou lombociatalgia deve ser examinado levando-se em conta que a pressão intradiscal varia em função dos movimentos e das posições do corpo. Desta forma, deve-se sempre observar: INSPEÇÃO: • O paciente caminhando, tipo de marcha e se existe posição antálgica; • Se existem assimetrias (desnível dos ombros, pregas subcostais, cristas ilíacas, pregas glúteas, alteração nas curvaturas da coluna lombar como retificação da lordose, acentuação da cifosetorácica ou escoliose); • A presença de lesões de escaras, traumas ou cirurgia anterior. PALPAÇÃO: • a presença ou não de hipertonia muscular e pontos dolorosos; • deve-se lembrar de palpar as articulações sacrilíacas; ESTUDO DOS MOVIMENTOS DA COLUNA LOMBAR: Flexão: se a dor aparece ou é agravada por este movimento ou se irradia para os membros inferiores, admite-se que existe lesão discal (protrusão ou hérnias discais). Teste de Shober: tem como finalidade avaliar a flexibilidade da coluna lombar. O paciente permanece em posição ortostática e a sua coluna é marcada com uma caneta, tendo como ponto de referência a espinha ilíaca posterossuperior. Um segundo ponto é mensurado 10 cm acima. Solicita-se que o paciente flexione o tronco na tentativa de tocar o chão. Nessa posição é mensurada a distância entre os pontos marcados. Um aumento igual ou superior a 5cm na medida entre os pontos é considerado normal para a flexibilidade da coluna lombar. Espondilite anquilosante se menor que 5cm. Extensão: a dor aparece nos casos de artrose zigoapofisárias e estenose de canal artrósico. Flexão lateral direita e esquerda: pesquisar dor e ou limitação da amplitude dos movimentos Rotação direita e esquerda: dor e/ou limitação da amplitude dos movimentos. Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS TESTES ESPECÍFICOS: Manobra de Valsalva: Apneia com compressão no abdome seguido de dor. A exacerbação da dor ou sua irradiação até o pé pode significar que exista compressão radicular. Manobra de Lasègue ou teste da perna estendida: o exame deve ser feito com o paciente em decúbito supino, a mão esquerda do examinador deve imobilizar o ilíaco e a mão direita elevar-lhe o membro inferior segurando-o na altura do tornozelo. O teste é considerado positivo se houver irradiação ou exacerbação da dor no dermátomo de L4-L5 ou L5-S1 em um ângulo de35° a 70°. Em hérnias extrusas ou volumosas pode ser positiva abaixo de 35°. Dor acima de 70°resulta em teste é negativo, isto é, não existe compressão radicular. Sinal do arco da corda: deve-se proceder como na manobra de Lasègue: ao iniciar a dor, dobra-se o joelho (flexão); se a dor diminuir ou desaparecer significa que o teste é positivo. Sinal de Bragard: flexão do pé Sinal das pontas de “De Sèze”: CASO • Andar no calcanhar (dorsiflexão do tornozelo), não consegue: compressão da raiz de L4 ou L5. • Andar na ponta dos pés (flexão plantar do tornozelo), não consegue: compressão da raiz de S1. Pesquisa de reflexos: • Ausência do reflexo patelar indica comprometimento da raiz de L3 e/ou L4. • Ausência do reflexo aquiliano indica comprometimento da raiz de S1. Pesquisa da força de flexão e extensão dos pododáctilos: • Hálux: ausência ou força diminuída indica deficiência motora por compressão radicular de L5. • O 2º e 3º pododáctilos: ausência ou força diminuída indica deficiência motora por compressão radicular de S1. Sinais não orgânicos de lombalgia psicossomática: • Sensibilidade dolorosa exacerbada em locais de distribuição não anatômica e superficial. • Lombalgia que aparece após compressão crânio caudal ou à rotação da pelve e ombros semmovimentar a coluna. Sinal de Lasègue exagerado quando pesquisado sentado ou deitado: • Alterações regionais de sensibilidade (hiperestesia em bota) em pacientes não diabéticos e fraqueza generalizada. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA COMPLEMENTAR Radiologia convencional: • Nas lombalgias mecânicas agudas ou subagudas (até quatro semanas), sem “sinais de alerta”, os estudos de imagens não são necessários. • Nas lombalgias crônicas e agudas com “sinais de alerta” se faz necessário solicitar a radiografia simples na primeira consulta. Tomografia axial computadorizada (TC), indicadas em comprometimentos: • Discais, • Das faces intervertebrais (platôs vertebrais), • Das articulações zigoapofisárias, • Do canal vertebral e forames intervertebrais. Ressonância nuclear magnética (RNM): é superiorà tomografia axial computadorizada em razão da melhor visualização dos tecidos moles e por ser multiplanar com amplo plano de visão. • Infecção, Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS • Câncer ou • Comprometimento neurológico persistente. Mielografia e mielotomografia: métodos invasivos com indicação voltada para casos de dúvidas de compressão radicular após TC e RNM ou associadas a radiografias dinâmicas em casos de estenose de canal vertebral e foraminal. Discografia: método invasivo e de indicação restrita nos casos de hérnia de disco com reprodução da dor referida. Cintilografia: nos casos suspeitos de tumor, infecção e doença óssea difusa. Eletroneuromiografia: indicada no diagnóstico diferencial entre envolvimento radicular e outras doenças do sistema nervoso periférico. Densitometria óssea: nos casos de osteoporose primária ou de osteoporose secundária, devendo ter em mente que somente a presença de perda de massa óssea não justifica a lombalgia ou lombociatalgia. EXAMES COMPLEMENTARES: Os dados da anamnese e do exame físico devem formular hipóteses diagnósticas, que devem ser confirmadas com os exames complementares quando necessário. Os red flags são indicadores de investigação por meio de exames de imagem e devem ser considerados para tentar excluir casos de fraturas, infecções, tumores e a síndrome da cauda equina. Atualmente os exames complementares têm sido amplamente utilizados para justificar as dores dos pacientes, no entanto alterações nos exames nem sempre têm relação com a etiologia da dor, já que alterações degenerativas são comuns mesmo em pacientes assintomáticos. Contudo, devem ser indicados de acordo com a anamnese/exame físico e valorizados se forem compatíveis com o quadro clínico. Protrusão discal e hérnia de disco: A tomografia computadorizada (TC) pode demonstrar a protrusão do disco intervertebral ao interior do canal vertebral, porém o padrão-ouro é a ressonância nuclear magnética (RNM) que demonstra o processo degenerativo do disco intervertebral, além de rupturas do ânulo fibroso e fragmentos do núcleo pulposo migrados. Estenose do canal vertebral: A radiografia de coluna vertebral e a TC demonstram a hipertrofia óssea. Ela também demonstra o estreitamento do canal vertebral. Já a RNM adiciona informações relativas as partes moles como hipertrofia ligamentar. Síndrome pós-laminectomia: A radiografia, TC e RNM pós-operatórias podem não demonstrar anormalidades. Anormalidades possíveis: são descompressão insuficiente, hematomas, infecção, instabilidade vertebral, posicionamento inadequado de órteses e fraturas vertebrais. Síndrome do piriforme: RNM da pelve demonstra o músculo piriforme e sua relação com o nervo ciático Reconhecer as principais complicações da hérnia de disco. Se não tratado de forma adequada, a hérnia de disco pode trazer algumas complicações sérias à saúde do paciente, como: • Dor nas costas a longo prazo e piora progressiva dos sintomas (dor crônica) • Perda de movimento ou de sensibilidade nas pernas e nos pés. • Perda de funcionalidade de intestinos e bexiga. • Mais raramente, lesão medular permanente. Conhecer o tratamento para hérnia de disco (não medicamentoso, medicamentoso e cirúrgico). Conservador 1° REPOUSO Posição: decúbito supino, joelhos fletidos e pés apoiados sobre o leito e/ou com flexão das pernas num ângulo de 90° com as coxas e destas com a bacia. Objetivo: retificar a coluna lombar (posição de Zassirchon). Duração: em média 3 a 4 dias, máximo 5 a 6 dias, não deve ser prolongado, pois a inatividade tem ação deletéria sobre o aparelho locomotor. O retorno às atividades habituais deve ser feito o mais rápido possível. Com o corpo em DL com o joelho e quadril fletidos com travesseiro entre os MMII - posição semi-Fowler Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 2° MEDICAMENTOS Analgésicos Não Opióides: 1. Paracetamol (acetaminofen) 500mg de 4 a 6 vezes ao dia, nas dores leve a moderada. Cautela em pacientes com hepatopatias e associado a anti-inflamatório não hormonal. 2. Dipirona 500mg até 4 vezes ao dia. Analgésicos Opióides: Usados em lombalgia aguda e lombociatalgia por hérnias discais resistentes a outros analgésicos, fraturas e metástases. Fosfato de codeína 30mg 3 a 4 vezes ao dia (fraco) Cloridrato de tramadol 100 a 400mg por dia (fraco) Oxicodona 5 a 10mg, 3 a 4 vezes ao dia (forte) Sulfato de morfina: indicação restrita a casos graves (forte) Anti-inflamatórios Não Hormonais (AINE): São utilizados frequentemente, pois apresentam efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e antipiréticos associados. Uma revisão do “Cochrane Controlled Trials Reistry” mostrou que são efetivos no controle dos sintomas em curto prazo, nas lombalgias mecânicas agudas, e nenhum tipo específico mostrou claramente ser mais efetivo que outro. • Inibidores da atividade das cicloxigenases (COX 1/COX 2) e das prostaglandinas: todas as classes podem ser utilizadas nas doses usuais recomendadas. • Inibidores da cicloxigenases II (COX 2): pacientes de risco para complicações gastrointestinais e idosos. • Valdecoxibe: 10mg/dia • Rofecoxibe: 50 mg/dia • Celecoxibe: 100 a 200mg de 12/12 horas. Relaxantes Musculares: Podem ser associados aos AINEs mostrando melhor resultado do que quando usados isoladamente. Podem ser utilizados por um curto período para dor crônica. • Ciclobenzaprina: 5 a 10 mg/dia, relaxante muscular de ação central estruturalmente relacionados com os antidepressivos tricíclicos. • Carisoprodol: 350 mg/dia, medicação de uso em curto prazo. Antidepressivos: Indicados nas lombalgias crônicas com componente psicossomático e nas fibromialgias. 3° INFILTRAÇÃO Apenas as infiltrações epidurais com glicocorticóides, anestésicos e opióides podem ser utilizadas nos casos de lombociatalgia aguda após falha com o tratamento medicamentoso e medidas físicas. Deve ser feita por especialistas experientes e se possível com fluoroscopia. 4° REABILITAÇÃO Deve ser baseada em seis pilares: Controle da dor e do processo inflamatório através dos meios físicos. Restauração da amplitude dos movimentos articulares e alongamento dos tecidos moles. Exercícios de extensão podem reduzir a compressão radicular, assim como exercícios de flexão reduzem a tensão nas facetas articulares e o espasmo da musculatura dorso lombar. O uso de ultrassom pode melhorar a extensibilidade do colágeno. Melhora da força e resistência musculares. Exercícios de treinamento para melhorar e fortalecer a estrutura musculo ligamentar, buscando minimizar o risco de lesão das estruturas envolvidas na dor (disco intervertebral, articulações interfacetárias e estruturas ligamentares). Iniciar com exercícios isométricos e a seguir exercícios isotônicos. Coordenação motora. Exercícios dinâmicos com atividade coordenada de grupos musculares que proporcionam o controle da postura e da função muscular com estabilidade da coluna. Melhora do condicionamento físico. Através de programas de caminhada, atividades aquáticas, bicicleta ou esteira pode-se aumentar os níveis de endorfina, promovendo sensação de bem-estar e diminuição da percepção dolorosa. Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Manutenção de programas de exercícios. Prática de exercícios em casa que devem ser programados de acordo com a tolerabilidade e habilidade do paciente. Exercícios (Base Fisiológica): O exercício aumenta o nível de ß endorfina no sangue periférico e diminui o pH no interior do disco intervertebral por aumentar a concentração de O2 , diminuindo assim, o estímulo doloroso. A. Na fase aguda das lombalgias e lombociatalgias os exercícios devem ser considerados com cautela, sendo, no entanto, importantes para o tratamentoda lombalgia crônica, podendo ser feitos: 1. Alongamento 2. Relaxamento 3. Exercícios isométricos de quadríceps e tríceps sural. B. Exercícios aeróbicos - Devem ser considerados na fase crônica. A caminhada continua sendo a melhor forma de exercício: corrige todos os aspectos da fisiologia corporal, envolve todos os tecidos assegurando seu alongamento fisiológico inclusive das fibras anulares do disco intervertebral. • Outros: natação e ciclismo. C. Exercícios de flexão • Indicado na síndrome. Do recesso lateral por osteoatrose zigoapofisária. • Contra-indicado nas hérnias discais e protrusões discais difusas acentuadas. D. Exercícios de Extensão Indicados nas hérnias, protrusões difusas e focais do disco, fora do período agudo. Órtese Indicada na lombalgia aguda e lombociatalgia, para manter as articulações em repouso. Alivia ador e promove o relaxamento muscular por diminuir o estresse raquídio através do aumento dapressão intraabdominal com ação de um cilindro semirrígido ao redor da coluna lombar. Manipulação Deve ser realizada por médicos especialistas capacitados. Abrange desde o estiramento suave(mobilização) até a aplicação de força manual (manipulação). Ainda não se confirmaram os benefícios desta técnica. Terapia Comportamental Nas lombalgias crônicas pode-se reduzir a incapacidade através da mudança dos padrões comportamentais. Há evidências obtidas por meio de meta-análises que demonstram melhorada dor e capacidade funcional na lombalgia crônica, porém não existem evidências de melhora acurto prazo. Tratamento Cirúrgico Deve ser baseado no diagnóstico clínico e nos exames por imagens. Na lombalgia mecânica é indicado apenas nos casos resistentes ao tratamento conservador com evolução atípica, podendo ser feitas infiltrações nas discopatias, dos pontos dolorosos e perifacetárias além de denervação facetária e artrodese do segmento vertebral. Nas hérnias discais é indicado nos casos de déficit neurológico grave agudo com ou sem dor, nas lombociatalgias de difícil controle álgico após três meses de tratamento conservador e na síndrome da cauda equina. Na síndrome do canal estreito é realizado em caráter individual nos casos incapacitantes e progressivos. Na lombalgia de origem tumoral através de técnica por abordagem direta. Em alguns casos de fraturas por osteoporose podem ser realizadas vertebroplastia, descompressão e artrodese, porém, tais procedimentos são raramente utilizados. Nas lombalgias infamatórias como a espondilite anquilosante indica-se raramente o tratamento cirúrgico nos casos de dor por compressão do canal vertebral e instabilidade. Nas espondilodiscites (lombalgias infecciosas) é indicado nos casos de evolução desfavorável com o tratamento clínico, recomendando-se a biópsia diagnóstica fechada ou aberta. Citar os efeitos adversos do uso prolongado dos glicocorticoides e dos AINEs. A osteoporose induzida por corticóides (OPIC) constitui a causa mais frequente de osteoporose secundária, correspondendo a cerca de 25% de todas as causas de osteoporose. Metade dos doentes que realizam corticoterapia, por mais de seis meses, têm osteoporose e cerca de 1/3desenvolve fraturas, se o tratamento se prolongar por 1 ano. As fraturas osteoporóticas vertebrais e dos ossos longos são causa de morbilidade e associam-se a diminuição da esperança média de vida em idades avançadas. Alguns Dor | P5 Mt1 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS autores constataram uma incorreta aplicação das recomendações Os corticoesteróides são fármacos utilizados no tratamento de diversas patologias, pelas suas propriedades anti-inflamatórias e imunossupressoras. No entanto, secundariamente, produzem alterações importantes na fisiologia normal da remodelação óssea que predispõem à osteoporose. Os impactos de morbilidade e mortalidade da osteoporose são conhecidos. Os corticoesteróides são a causa mais comum de osteoporose secundária; contudo, vários estudos documentam uma má aplicação das recomendações internacionais na prevenção da osteoporose induzida por corticoesteróides. AINEs: Os AINEs inibem a COX 1 presente na mucosa gastrointestinal, resultando numa série de efeitos adversos com diversas gravidades, desde a dor abdominal, diarreia e dispepsia até úlceras, hemorragias gastrointestinais e perfuração Alguns efeitos são esperados ou previstos quando se faz uso de AINEs, pois conhecemos a função normal de determinadas substâncias produzidas por ação das COXs, e, estando inibida tal função, podemos imaginar algumas consequências. Ao utilizar um AINEs que inibe a COX 1, nós perdemos as funções fisiológicas que ela desempenha. Glicocorticoides: Dentre os efeitos que podem acarretar, podemos citar: desenvolvimento da diabetes, redistribuição do tecido adiposo se concentrando na face e abdômen, redução da massa muscular, osteoporose, hipertensão arterial, depressão, síndrome de Cushing (DAMIANI et al, 2001). Na fase ativa da doença. Fase aguda. Referências: https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- neurol%C3%B3gicos/dor/dor-cr%C3%B4nica https://www.scielo.br/j/rdor/a/MYLDhstMcWV9x7yys 9ZvCyz/?lang=pt&format=html# http://www.atenas.edu.br/uniatenas/assets/files/ma gazines/EFEITOS_COLATERAIS_NO_ORGANISMO_HU MANO_NO_USO_DE_GLICOCORTICOIDES.pdf https://www.minhavida.com.br/saude/temas/hernia- de-disco https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dor/dor-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dor/dor-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dor/dor-cr%C3%B4nica https://www.scielo.br/j/rdor/a/MYLDhstMcWV9x7yys9ZvCyz/?lang=pt&format=html https://www.scielo.br/j/rdor/a/MYLDhstMcWV9x7yys9ZvCyz/?lang=pt&format=html http://www.atenas.edu.br/uniatenas/assets/files/magazines/EFEITOS_COLATERAIS_NO_ORGANISMO_HUMANO_NO_USO_DE_GLICOCORTICOIDES.pdf http://www.atenas.edu.br/uniatenas/assets/files/magazines/EFEITOS_COLATERAIS_NO_ORGANISMO_HUMANO_NO_USO_DE_GLICOCORTICOIDES.pdf http://www.atenas.edu.br/uniatenas/assets/files/magazines/EFEITOS_COLATERAIS_NO_ORGANISMO_HUMANO_NO_USO_DE_GLICOCORTICOIDES.pdf https://www.minhavida.com.br/saude/temas/hernia-de-disco https://www.minhavida.com.br/saude/temas/hernia-de-disco
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