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Mecânica dos Solos e Fundações Arquitetura e Urbanismo A crosta terrestre A crosta é a superfície terrestre, onde se encontram os solos e as rochas. Núcleo: parte da Terra onde se concentram os maiores níveis de pressão e temperatura, sendo a camada mais profunda. Dividida em duas partes, núcleo externo e núcleo interno, em que o externo, provavelmente, é composto por ferro metálico e outros elementos e o interno é constituído de ferro e níquel. Manto: é a maior camada da Terra, apresentando maior volume, massa e extensão, composto por rochas em estado pastoso ou fluido. Crosta: é possível considerá-la como a camada sólida do planeta, que se manifesta externamente e que é composta por rochas e minerais. Minerais A estrutura da rocha, que é constituída por minerais. Um mineral é um corpo sólido, cristalino, que resulta da interação de diversos processos físico-químicos em ambientes geológicos. Os minerais mais comuns são: Anfibólios: extremamente complexos, são constituídos por, pelo menos, 86 silicatos diversos de dupla cadeia de SiO4. Feldspatos: constituintes de rochas que compõem, aproximadamente, 60% de toda a crosta terrestre. Hematita: é bastante comum na natureza e principal constituinte do minério de ferro, apresentando cor cinza ou preta. Magnetita: é um mineral magnético formado pelo óxido de ferro (II,III), dado pela fórmula Fe3O4. Piroxênios: são cristais que se cristalizaram antes ou durante a erupção, ficando embebidos na rocha derretida resultante do resfriamento do magma. Quartzo: formado, principalmente, por cristais trigonais compostos por tetraedros de sílica (SiO2), nos quais cada oxigênio fica dividido entre dois tetraedros. Rochas As rochas são agregados naturais de um ou mais minerais e que constituem unidades mais ou menos definidas, mas distintas entre si na crosta terrestre. Quanto à quantidade de minerais formantes de uma rocha, temos: Rocha simples: formada apenas por um mineral. Por exemplo: quartzito – mineral único: quartzo. Rocha composta: formada por mais de uma espécie de mineral. Por exemplo: granito – minerais presentes: quartzo, feldspato e mica. Quanto à origem, as rochas podem ser divididas em magmáticas ou ígneas; sedimentares; e metamórficas. Rocha magmática → Formadas a partir do magma. Mineral derretido que fica abaixo da crosta terrestre. Rocha Sedimentar → Formada pela consolidação/litificação de sedimentos. Ela é formada a partir de uma outra rocha que se decompôs. Rocha metamórfica → Formada a partir do momento que ela sofre uma transformação Transformações Formas intrusivas mais comuns As formas intrusivas mais comuns são: → Dique: corpo intrusivo discordante da estratificação da rocha que atravessa. → Sill: corpo intrusivo concordante com a estratificação da rocha que atravessa. → Batólito: grande massa consolidada internamente, que abrange grandes áreas se exposta pela erosão. Ilustração esquemática de formações encontradas nas rochas magmáticas Os diques, se forem mais resistentes que a rocha que atravessam, denominada rocha encaixante, formam “muros” na topografia após a erosão e a exposição à superfície terrestre. Quando cortados por rios, provocam o surgimento de corredeiras e cachoeiras. Principais rochas magmáticas Basalto: rocha extrusiva mais abundante da crosta terrestre, originária de extensos derrames de lava. Diabásio: rocha intrusiva de composição idêntica ao basalto, mas apresentando granulação mais grossa, visível a olho nu. Ocorre, geralmente, nas formas de diques e sills. Granito: rocha intrusiva, ocorrendo, geralmente, na forma de batólitos. Apresenta coloração clara e textura uniforme, granular. Intemperismo Conjunto de processos que ocasionam a desintegração e a decomposição das rochas, pela ação de agentes atmosféricos e biológicos. Podem se distinguir dois tipos de intemperismo, o físico e o químico. O intemperismo físico (desintegração) é ação de esforços mecânicos sobre a rocha, cujos agentes são: Variação da temperatura: expansão e contração da rocha produzida por variações de temperatura. Congelamento: a água, ao se congelar, aumenta 10% em volume. Cristalização de sais: a água que circula pelas fendas da rocha pode conter sais dissolvidos. O intemperismo químico (decomposição) é a ação química de substâncias presentes na água sobre a rocha. Origem e natureza dos solos Todo solo tem sua origem imediata ou remota na ação do intemperismo sobre as rochas. Quando o solo, resultante do processo de intemperismo, permanece no próprio local em que se deu o fenômeno, ele é chamado residual. Quando é carregado pela água das enxurradas ou rios, vento, ou gravidade, ele é denominado transportado. Para que haja a formação dos solos residuais é necessário que a velocidade de decomposição da rocha seja maior que a velocidade com que os produtos da decomposição são removidos. São mais abundantes e profundos em regiões de clima quente e úmido, uma vez que nesse clima o intemperismo químico da rocha acontece mais facilmente e também ocorre vegetação suficiente para impedir que os produtos resultantes sejam transportados rapidamente. Os solos transportados são classificados de acordo com o agente transportador em aluvião (quando o agente transportador é a água), coluvião (são os solos cujo agente transportador é a gravidade) e solos eólicos (vento). Ensaios de caracterização São ensaios para a determinação de índices e parâmetros do solo a fim de se identificar, classificar e prever o comportamento mecânico dos solos. A primeira característica para a diferenciação dos solos é o tamanho das partículas constituintes (granulometria). Índices físicos O solo é constituído de partículas sólidas, mas podem ser encontrados vazios que podem estar preenchidos por água, ar ou ambos. Compõe-se, portanto, de três fases, como apresentado na figura a seguir: Solos O solo arenoso permite sentir que os grãos são ásperos ao tato e apresentam partículas que são visíveis a olho nu. O solo siltoso apresenta-se menos áspera do que a areia, sendo perceptível visualmente e ao tato. O solo argiloso, quando misturado com água, a mistura tende a se espalhar entre os dedos, apresentando uma semelhança com uma pasta de sabão escorregadia. Quando seco, os grãos finos das argilas proporcionam uma sensação similar a um talco e/ou farinha. Métodos de exploração do subsolo Sondagens Na fase de investigação e exploração do subsolo em projeto de engenharia, o mais comum é empregar métodos diretos, como sondagens à percussão, a trado e rotativa, aberturas de poços e até mesmo trincheiras para obter informações sobre o subsolo. Sondagens de simples reconhecimento O método mais comum de reconhecimento do subsolo é a sondagem de simples reconhecimento, que é objeto da norma brasileira, a NBR 6484. É ponto de partida para programas mais detalhados de investigação. Nas sondagens de simples reconhecimento, a perfuração do terreno é iniciada usando-se trado tipo cavadeira, com 10 cm de diâmetro. Repetidas operações com o trado e a inserção de hastes verticais vão aprofundando o furo. Perfuração abaixo do nível d’água Após atingido o nível d’água, a perfuração deixa de ser realizada a trado e deve prosseguir com a técnica de lavagem com circulação d’água. Uma bomba d’água motorizada injeta água na extremidade inferior do furo, através da haste, por dentro do tubo de revestimento. Índice de resistência à penetração é também chamado de NSPT ou SPT do solo. Compacidade, consistência e número de furos de sondagens Exemplo: Em 5,0 m de profundidade, fez-se a determinação do SPT com os números de golpes, resultando nos valores do ensaio apresentados na tabela a seguir: Resultados do ensaio SPT O NSPT é a soma dos dois últimos trechos, ou seja, 8+8 = 16. Note-se que se diz que o NSPT à profundidade de 5,0 m é 16, embora ele tenha sido medido entre as profundidades de 5,16 e 5,45 m. Exemplo 2: Em um terreno com área de 300 m², no primeiro furo de 8,0 m de profundidade fez-se a determinação do SPT com os números de golpes,resultando nos valores da tabela a seguir, e com a amostra coletada no amostrador realizou-se a análise táctil-visual, sendo que ao manter o contato com a água, os grãos possuem aspecto áspero ao tato e é possível ver o grão a olho nu. Pergunta-se: quantos furos devem ser realizados no terreno, qual a resistência do solo a 8 m e o respectivo tipo de solo. Resultados do ensaio SPT O NSPT é a soma dos dois últimos trechos, ou seja, 11+ 14 = 24 e o grão visto a olho nu é característica do solo arenoso. Resultando em 3 furos, NSPT 24 e solo arenoso. Localização das sondagens Procura -se obedecer às seguintes recomendações: → Distribuição homogênea na área projetada da construção. → Distância entre as sondagens aproximadamente iguais. → Evitar extrapolações (grandes trechos sem sondagens). → No caso de três ou mais sondagens, nunca distribuí-las ao longo de uma mesma reta, para que se possa ter indicações sobre eventuais inclinações das camadas do subsolo. A NBR 8036/83 recomenda que o número de sondagens seja função da área (A), de construção projetada em planta do edifício, conforme resumido a seguir: → A ≤ 200 m2 ⇒ 2 sondagens. → 200 m2 < A < 400 m2 ⇒ 3 sondagens. → 400 m2 < A < 1200 m2 ⇒ 1 sondagem para cada 200 m2 que excederem os 400 m2 . → 1200 m2 < A < 2400 m2 ⇒ 1 sondagem para cada 400 m2 que excederem os 1200 m2 . → A > 2400 m2 ⇒ fixado de acordo com o plano particular da construção. Cálculo da tensão admissível a partir do resultado da prova de carga Tensão máxima aplicada no ensaio, se não atingida a ruptura ou um recalque de 25 mm. Escolhida a tensão de ruptura de acordo com o critério anterior, a tensão admissível será o menor dos dois valores: → Tensão de ruptura dividida por um fator de segurança igual a 2 (r /2); → Tensão correspondente a um recalque de 10 mm (10). É importante conhecer o perfil geotécnico do terreno para evitar interpretações erradas
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