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1 Flávia Demartine Doenças e agravos não transmissíveis DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS DCNT- CARACTERÍSTICAS GERAIS História Natural prolongada Longo período de latência Não são propagadas por contágio direto ou indireto Início indefinido A influência de um determinado fator em sua incidência e prognóstico é variável Etiologia multifatorial – resultante de processo gradativo e cumulativo. DCNT – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS • Longo curso assintomático → “Doenças Silenciosas!!” • Curso clínico lento, prolongado, permanente • Tratamento sem cura obrigatória • Períodos de remissão e exacerbação • Lesões celulares irreversíveis • Evolução para graus variáveis de incapacidade ou morte • Terapêutica personalizada DCNT FATORES CAUSAIS: • Agentes: é conhecido em algumas doenças. Ex; vírus da Hepatite B associado ao hepatocarcinoma. • Algumas DCNT não tem agente etiológico específico. A dificuldade de definição do agente – identificação dos fatores de risco- possibilitou a compreensão da etiologia das DCNT. Fatores de risco: Circunstâncias do ambiente ou características das pessoas, herdadas ou adquiridas, que lhe conferem maior probabilidade de acometimento, imediato ou futuro, por um dano de saúde. FATORES DE RISCO Fator de Risco é usado com um dos 3 significados: • Determinante: exposição que aumenta a ocorrência de uma doença. • Fator de risco modificável: determinante que pode ser alterado por intervenção, reduzindo a probabilidade de ocorrência de um dano à saúde. • Marcador de risco e não necessariamente de fator causal. FATOR DE RISCO E CAUSALIDADE • Uma das dificuldades da atuação através da identificação dos fatores presentes em fase anterior ao aparecimento das manifestações clínicas é o fato de que eles podem estar apenas associados ao aparecimento da doença, e não estarem causalmente relacionados a ela. • Somente quando a relação é causal, a eliminação dos fatores de risco diminui a frequência da doença. • A presença de um fator informa a probabilidade de uma doença e não a certeza absoluta. Fatores de risco, exemplos: • Doença cardiovascular no sexo feminino • Mulher hipertensa, tabagista em uso de antiocncepcional, é candidata a sofrer de doença cardiovascular. Haverá a excessão. Morte prematura de adultos: • Existem pessoas que comem desbragadamente, são sedentárias obesas e vivem sob estresse permanente- • morte prematura – haverá a excessão. CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO • Não modificáveis – Sexo – Idade – Genótipo • Modificáveis – INTERVENÇÃO: Pela ação direta dos serviços de saúde - Estado imunitário - Mudanças dos hábitos alimentares - Nível de colesterol sérico - Políticas anti-tabagismo – Pela ação de outros setores - Analfabetismo - Pobreza • Predisposição do Organismo ➔ Hereditariedade (maior ou menor suscetibilidade, ou resistência) ➔ Exposição x Predispisição • Cadeia de eventos - história natural da doença crônico degenerativa. 2 Flávia Demartine MÚLTIPLAS CAUSAS E MÚLTIPLOS EFEITOS ENFOQUES NO ESTUDO DA DOENÇA Modelo Tradicional epidemiologia – identificação dos fatores de risco na população. ➔ Causa principal – como a presença de agentes ➔ Causas contribuintes ou cofatores ou fatores de risco Contribuição parcial -> ocorrência e distribuição da doença CURSO DA DOENÇA As doenças crônicas se exteriorizam e progridem com sintomatologia permanente, ou fases assintomáticas entremeadas de exacerbações clínicas ➔ Período de latência: semelhante às doenças infecciosas. ➔ Período de incubação – limitado entre a exposição ao agente e o aparecimento de manifestações – nas doenças crônico degenerativas aceita-se um “período de latência” ou “pré-clínico” de idêntico significado. Início insidioso + longo período de latência = difícil delimitação da fase patogênica • Detecção menos exata que as infecciosas • Pesquisas para detecção no período de latência. Ex. técnicas imunológicas em busca de células e enzimas – detecção antes da manifestação clínica. • Fatores prognósticos: • Possibilitam prever o curso da doença. ➔ Pesquisas com uso da epidemiologia em ambiente clínico ➔ Evolução das doenças ➔ Reconhecimento de fatores ➔ Preditivos do curso da doença. Exemplo: Fatores presentes no momento do diagnóstico do diabetes, em um grupo de 294 pacientes, foram analisados em termos de sua associação com tempo de vida. A hipertensão arterial, a albuminúria e evidências da presença de doença cardiovascular estavam associadas às menores taxas de sobrevida. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE • Prevenção Primária- Evitar ou postergar o aparecimento da doença. • Prevenção Secundária- Limitar a extensão do dano • Prevenção Terciária- Reabilitação PREVENÇÃO PRIMÁRIA • Manter o indivíduo sadio o maior tempo possível • Medidas para lidar com a prevenção primária das DCNT tem menor eficácia em relação as infeciosas devido a falta de agentes conhecidos no complexo causal além de suas características. Início Insidioso, assintomático ou de exteriorização clínica inespecífica associado a evolução longa e vagarosamente progressiva. • Redução ou eliminação das exposições ambientais • Proteção do indivíduo contra exposições do meio ambiente. Fatores de risco - BASE CIENTÍFICA QUE CONDUZ A AÇÃO DA MORBIDADE E MORTALIDADE. • Mudança do estilo de Vida • Educação para a saúde • Saneamento ambiental • Saúde ocupacional MEDIDAS INDIVIDUAIS E COLETIVAS DE PREVENÇÃO DA DOENÇA 3 Flávia Demartine PREVENÇÃO SECUNDÁRIA • Evitar ou retardar o progresso da doença • O cerne da prevenção secundária é o diagnóstico precoce. Histórico + exame clínico e laboratorial • 3 estatégias são utilizadas para diagnosticar precocemente os agravos a saúde: 1- Auto-observação: fornecimento de informações e técnicas para que o próprio paciente reconheça os sinais de alarme da doença. Na presença de algum sinal procurar atenção especializada. Ex. palpação no peito à busca de nódulos. 2- Rastreamento em massa: programas de triagem para a identificação de indivíduos. 3- Exame Periódico de Saúde: por decisão pessoal, recomendações técnicas ou imposição institucional. TEMPO GANHO PELO DIAGNÓSTICO PRECOCE PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Recuperação da Saúde: diagnóstico estabelecido – tratamento e estimativa de prognóstico. O tratamento visa: • Combater o processo da doença e manifestações já presentes no momento do diagnóstico. Ex. hérnia estrangulada. • Evitar um mal futuro: identificado como provável por estudos anteriores sobre prognóstico da afecção. Ex. prescrição de anticoagulantes em IAM. QUANTIFICAÇÃO DO PROBLEMA NA COLETIVIDADE Quais são as doenças que mais matam no Brasil? E considerando apenas crianças e adolescentes? MORTALIDADE PROPORCIONAL CID 10 BRASIL 2014 PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENFRENTAMENTO DAS DCNT NO BRASIL2011 -2022 (MINISTÉRIO DA SAÚDE) Metas nacionais propostas: • reduzir a taxa de mortalidade prematura (<70 anos) por DCNT em 2% ao ano; • reduzir a prevalência de obesidade em crianças; • reduzir a prevalência de obesidade em adolescentes; • deter o crescimento da obesidade em adultos; • reduzir as prevalências de consumo nocivo de álcool; • aumentar a prevalência de atividade física no lazer; • aumentar o consumo de frutas e hortaliças; • reduzir o consumo médio de sal; • reduzir a prevalência de tabagismo; • aumentar a cobertura de mamografia em mulheres entre 50 e 69 anos; • aumentar a cobertura de exame preventivo de câncer de colo uterino em mulheres de 25 a 64 anos; • tratar 100% das mulheres com diagnóstico de lesões precursoras de câncer.
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