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Acessos para a Mandíbula ACESSO VESTIBULAR MANDIBULAR: É uma abordagem relativamente segura para toda a superfície facial do esqueleto mandibular, do côndilo até a sínfise. Uma vantagem desse acesso é a CAPACIDADE EM AVALIAR CONSTANTEMENTE A OCLUSÃO DURANTE A CIRURGIA. A cicatriz fica oculta dentro da boca. As complicações são poucas, porém, incluem LESÃO DO NERVO MENTUAL e MAU POSICIONAMENTO DO LÁBIO. Anatomia cirúrgica: nervo mentual: é a única estrutura com alguma significância. A ARTÉRIA e a VEIA que o acompanham são insignificantes do ponto de vista cirúrgico. O NERVO MENTUAL é um RAMO TERMINAL DO NERVO ALVEOLAR INFERIOR e SENSORIAL para a pele e a mucosa do lábio inferior, a pele na região do mento e a gengiva vestibular dos dentes anteriores. O NERVO MENTUAL vai sair do FORAME MENTUAL. O NERVO MENTUAL se divide sob o MÚSCULO ABAIXADOR DO ÂNGULO DA BOCA em três ramos principais: UM RAMO DESCENDE em região à pele do mento e os outros DOIS RAMOS ASCENDEM para a pele e a membrana da mucosa do lábio inferior e da gengiva. Como os ramos penetram o lábio inferior eles se tornam mais superficiais e podem ser vistos bem abaixo da mucosa do lábio inferior, quando esta é evertida. Vasos faciais: a ARTÉRIA e a VEIA FACIAL só são encontradas nesse tipo de acesso quando a dissecação ocorre através do periósteo na região da INCISURA MANDIBULAR ANTEGÔNICA. A ARTÉRIA FACIAL se origina da ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA no TRIANGULO CAROTIDEO do pescoço. Ela é cruzada pelo VENTRE POSTERIOR DO MUSCULO DIGASTRICO, os MUSCULOS ESTILO- HIOIDEOS e o NERVO HIPOGLOSSO. No TRIANGULO SUBMANDIBULAR a ARTERIA FACIAL sobe profundamente à GLANDULA SUBMANDIBULAR, sulcando seu aspecto superior e profundo, e então passa superficialmente alcançando a BORDA INFERIOR DA MANDIBULA. Como a ARTERIA cruza a mandíbula na borda anterior do MUSCULO MASSETER, ela esta coberta em sua superfície externa pela pele e pelo MUSCULO PLATISMA e suas pulsações podem ser sentidas nessa localização. A VEIA FACIAL é a via de drenagem dos VASOS LABIAL e ANGULAR. Esta localizada mais posterior e superficial à ARTERIA. De significância cirúrgica é o fato que a ARTERIA e a VEIA FACIAIS estão próximas a mandíbula na região da borda inferior. A única estrutura que separa os vasos do osso é o PERIOSTEO. Músculo mentual: é o único musculo do lábio inferior e do mento. Se ele não for reposicionado adequadamente durante o fechamento, o mento “cairá” e o lábio inferior assumirá um aspecto não-natural, com uma aparência de desmoronamento, com exposição exagerada dos dentes inferiores. Os MUSCULOS MENTUAIS são duplos, pequenos e de formato cônico e tem sua origem na mandíbula. Eles são separados entre si por um SEPTO FIRME e por um TECIDO ADIPOSO. Na parte inferior da sua origem, o MUSCULO MENTUAL liga-se lateralmente ao TRÍGONO MENTUAL. As FIBRAS deste musculo passam de suas origens inferiormente e se inserem dentro da pele do mento, no tecido mole da proeminência do mento. As FIBRAS MAIS SUPERIORES são as mais CURTAS e passam quase horizontalmente em direção a pele do MENTO SUPERIOR. As FIBRAS INFERIORES são as mais longas e passam obliqua ou verticalmente em direção a pele, na parte inferior do mento. A origem do MUSCULO MENTUAL determina a profundidade do SULCO LABIAL na porção anterior da boca. O MUSCULO MENTUAL é inervado pelo RAMO MANDIBULAR MARGINAL DO NERVO FACIAL Coxim adiposo bucal: consiste em um CORPO PRINCIPAL e de QUATRO EXTENSÕES: BUCAL, PTERIGOIDEA, PTERIGOMANDIBULAR e TEMPORAL. O CORPO está posicionado no centro. A EXTENSÃO BUCAL repousa superficialmente dentro da bochecha, enquanto as EXTENSÕES PTERIGOIDEA, PTERIGOMANDIBULAR e TEMPORAL estão situados mais profundamente. A EXTENSÃO BUCAL é o segmento mais superficial do COXIM ADIPOSO e promove o aspecto característico da bochecha. Técnica: Infiltração de vasoconstrictor: reduz drasticamente a quantidade de hemorragia durante a incisão e dissecação. Incisão: na região anterior, de canino a canino, o lábio inferior é evertido e para incisar a mucosa, usa-se um BISTURI ou ELETROCAUTÉRIO. A incisão é CURVILINEA. É importante incisar somente através da mucosa, pois os RAMOS DO NERVO MENTUAL se estendem para dentro do lábio superior e são frequentemente vistos bem abaixo da mucosa. Uma vez ultrapassada a mucosa, os MUSCULOS MENTUAIS subjacentes são claramente visíveis. As FIBRAS MUSCULARES são incisadas em direção obliqua à mandíbula. IMPORTANTE EVITAR O NERVO MENTUAL DURANTE A INCISÃO. A incisão deve ser feita mais superiormente na região de canino e pré-molares. QUALQUER INCISÃO COLOCADA MAIS INFERIORMENTE NA REGIÃO DE CANINO/PRÉ-MOLAR PODE ROMPER OS RAMOS DO NERVO MENTUAL. No CORPO e na PARTE POSTERIOR da mandíbula, a incisão é colocada 3 a 5mm inferiormente à junção mucogengival. A extensão posterior da incisão é realizada sobre a LINHA OBLIQUA EXTERNA, atravessando a mucosa, a submucosa, musculo bucinador, a fascia bucofaringea e o periósteo. A incisão neste nível, poupa a ARTÉRIA e o NERVO BUCAL. Embora seus danos sejam mais um incomodo do que um problema clínico. Se a ARTÉRIA BUCAL é seccionada, o sangramento é facilmente controlado pela coagulação. Em MANDIBULAS EDENTULAS, a incisão é feita ao longo da crista alveolar, dividindo a gengiva inserida. A colocação nesta localização facilita o fechamento e minimiza os riscos ao NERVO MENTUAL. A atrofia alveolar traz o FEIXE NEUROVASCULAR ALVEOLAR INFERIOR e o FORAME MENTUAL para a superfície superior do osso. Posteriormente, a incisão afasta-se da crista na região de segundo molar e estende-se lateralmente para evitar o NERVO LINGUAL que pode estar localizado diretamente sobre a área do terceiro molar. Colocar a incisão sobre o RAMO ASCENDENTE ajuda a evitar o NERVO LINGUAL. Dissecação subperiosteal da mandíbula: o MUSCULO MENTUAL é descolado da mandíbula no PLANO SUBPERIOSTEAL. A dissecação subperiosteal do CORPO MANDIBULAR é relativamente simples quando comparada àquela da SINFISE porque há menor número de FIBRAS DE SHARPEY inseridas dentro do osso. O PERIOSTEO é totalmente liberado em toda a sua circunferência ao redor do FORAME MENTUAL. Retrair os tecidos faciais lateralmente tencionará suavemente o NERVO MENTUAL. Este descolamento permite a mobilização dos RAMOS DO NERVO MENTUAL, facilitando a retração facial e aumentando a exposição da mandíbula. A dissecação pode então progredir posteriormente ao longo da superfície lateral do RAMO/CORPO MANDIBULAR. Devemos permanecer dentro do envelope periosteal para prevenir LACERAÇÃO dos VASOS FACIAIS, os quais estão superficiais ao periósteo. A dissecação subperiosteal ao longo da borda anterior do ramo ascendente descola as inserções do BUCINADOR, permitindo ao musculo sua retração em direção superior, minimizando a probabilidade de HERNIAÇÃO do COXIM ADIPOSO BUCAL. Fechamento: o fechamento adequado é em uma única camada, exceto na região anterior. O fechamento inicia-se nas áreas posteriores com sutura reabsorvível. O simples fechamento da mucosa é inadequado, já que permite a retração dos MUSCULOS FACIAIS, os quais cicatrizarão em uma posição anormal e inferior ao longo da mandíbula. É imperativo que o musculo mentual seja firmemente reinserido à sua origem para prevenir a PTOSE DO LÁBIO e do MENTO. Para facilitar a sutura do musculo mentual, o lábio é evertido para expor a inserção incisada do musculo. A mucosa é então fechada com uma sutura continua reabsorvível. Um curativo de compressão é útil por alguns dias para prevenir hematoma e manter a posição dos músculos faciais reposicionados. ACESSO SUBMANDIBULAR: É uma das mais úteis abordagens para o ramo mandibular e a região de corpo posterior, é conhecido como acesso de Risdon. Pode ser usado para obtenção de acesso para uma infinidade de OSTEOTOMIAS MANDIBULARES, FRATURAS DE CORPO/ÂNGULOe até mesmo de FRATURAS CONDILARES, além de ANQUILOSE DA ATM. Em todos a INCISÃO é feita ABAIXO DA BORDA INFERIOR DA MANDÍBULA. Anatomia cirúrgica: Ramo Mandibular Marginal do Nervo Facial: após o NERVO FACIAL se dividir em RAMOS TEMPOROFACIAL e CERVICOFACIAL, o RAMO MANDIBULAR MARGINAL origina-se e estende-se ANTERIOR e INFERIORMENTE dentro do CORPO da GLÂNDULA PARÓTIDA. O RAMO MANDIBULAR MARGINAL ou SEUS RAMOS, suprem de inervação motora dos músculos faciais do lábio inferior e do mento, representa o mais importante risco anatômico durante a realização do ACESSO SUBMANDIBULAR da mandíbula. A maior distancia entre o RAMO MANDIBULAR MARGINAL e a BORDA INFERIOR DA MANDIBULA foi de 1,2cm. Muitos cirurgiões recomendam que a INCISÃO e a DISSECAÇÃO PROFUNDA seja, no mínimo, 1,5cm abaixo da borda inferior da mandíbula. Artéria Facial: após ela se originar da ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA, a ARTÉRIA FACIAL segue um curso cervical durante o qual ela se estende em direção superior e medial à mandíbula e mantem íntimo contato com a FARINGE. Ela corre superiormente, profundo aos MUSCULOS ESTILO-HIOIDEO e o VENTRE POSTERIOR DO DIGASTRICO e então cruza superior a eles para descender na superfície medial da mandíbula, sulcando ou passando através da GLANDULA SALIVAR SUBMANDIBULAR, quando contorna a borda inferior da mandíbula. Ela é visível na superfície externa da mandíbula ao redor da borda anterior do MUSCULO MASSETER. Acima da borda inferior da mandíbula, ela repousa anteriormente à VEIA FACIAL e tem trajeto tortuoso. Veia Facial: a VEIA FACIAL é o escape venoso primário da face. Ela começa como VEIA ANGULAR, no ângulo entre o nariz e o olho. Ela caminha juntamente com a ARTÉRIA FACIAL acima do nível da borda mandibular inferior, mas ela é posterior à ARTÉRIA. A VEIA FACIAL corre através da superfície da GLANDULA SUBMANDIBULAR e termina na VEIA JUGULAR INTERNA. Técnica: Preparação e Montagem dos Campos: as cirurgias que envolvem o ÂNGULO/RAMO MANDIBULAR, a comissura da boca e o lábio inferior dever estar expostos anteriormente dentro do campo cirúrgico, e a orelha, pelo menos o seu lóbulo, posteriormente. Estes pontos ajudam a visualizar mentalmente o curso do NERVO FACIAL e ao mesmo tempo, observar os movimentos labiais quando estimulados. Marcando a incisão e a vasoconstricção: a INCISÃO é realizada de 1,5 a 2cm inferior da mandíbula. Incisões feitas paralelas à borda inferior da mandíbula podem ser discretas em alguns pacientes, entretanto, extensões anteriores destas incisões podem ser perceptíveis, a menos que fiquem escondidas na “sombra” submandibular. Uma cicatriz imperceptível resulta quando a incisão é feita paralela com uma ruga da pele ou dentro desta. A INCISÃO deve ser colocada de 1,5 a 2cm para uma localização imaginada da borda inferior. ANESTESIA LOCAL com VASOCONSTRICTOR injetada no TECIDO SUBCUTANEO para ajudar na HEMOSTASIA não deve ser aplicada profundamente ao MUSCULO PLATISMA, pois o RAMO MANDIBULAR MARGINAL do NERVO FACIAL tornará a transmissão nervosa não condutível, tornando-se impossível o teste elétrico. Uma ANESTESIA LOCAL SEM VASOCONSTRICOR pode ser usada tanto superficial quanto profundamente ao MUSCULO PLATISMA para promover a HEMOSTASIA. Incisão na pele: A INCISÃO INICIAL é conduzida através da PELE e dos TECIDOS SUBCUTÂNEOS até o nível do MUSCULO PLATISMA. A PELE é divulcionada pela dissecação com tesouras em todas as direções para poder facilitar a sutura. Uma incisão de pele menor pode proporcionar uma grande extensão da exposição. A HEMOSTASIA é então conseguida com ELETROCOAGULAÇÃO do sangramento dos VASOS SUBDÉRMICOS. Incisão do Músculo Platisma: a retração das margens da pele revela o MUSCULO PLATISMA subjacente e suas fibras correm súpero-inferiormente. A divisão das fibras pode ser realizada de forma cortante. Após liberar o MUSCULO PLATISMA sob a camada branca superficial da FASCIA CERVICAL, as pontas do instrumento (uma pinça hemostática ou um Metzenbaum) são levadas para trás através do musculo Platisma na outra extremidade da incisão. Com o instrumento internamente ao musculo Platisma, um bisturi é usado para incisar o musculo de uma extremidade da incisão da pele até a outra. O musculo Platisma se contrai passivamente quando é dividido, expondo sua camada superficial da FASCIA CERVICAL PROFUNDA SUBJACENTE. A GLANDULA SALIVAR SUBMANDIBULAR pode ser visualizada através da fáscia, já que ela ajuda na formação de sua cápsula. Dissecação para a Cinta Muscular Pterigomassetérica: é o passo que requer mais atenção por causa das estruturas anatômicas com as quais ela está associada. A VEIA e a ARTERIA FACIAL são geralmente encontradas durante o acesso da área da INCISURA PRÉ-MASSETÉRICA da mandíbula, bem como o RAMO MANDIBULAR MARGINAL do NERVO FACIAL. Os VASOS FACIAIS podem ser ISOLADOS, PINÇADOS, DIVIDIDOS e LIGADOS, se estiverem passando por dentro da área de interesse. Cuidado deve ser tomado já que o RAMO MANDIBULAR MARGINAL está localizado ocasionalmente inferior à mandíbula, que é posterior à INCISURA PRÉ-MASSETÉRICA. A dissecação através da CAMADA SUPERFICIAL DA FASCIA CERVICAL PROFUNDA é realizada pela abertura com um bisturi e divulsioná-la com uma PINÇA HEMOSTÁTICA ou de METZENBAUM. O nível da incisão e da divulsão da fascia deve ser no mínimo 1,5cm inferior à mandíbula para ajudar a proteger o RAMO MANDIBULAR MARGINAL do NERVO FACIAL. A dissecação é realizada através da fáscia no nível da incisão da pele inicial, seguida por dissecação superior até o nível do periósteo da mandíbula. Um NÓDULO LINFÁTICO consistente (nódulo de Stahr) geralmente é encontrado na área da incisura pré-massetérica e pode ser retraído superior ou inferiormente. Sua presença deve alertar que a ARTÉRIA FACIAL se encontra bem anterior ao nódulo, profundamente à camada superficial da FÁSCIA CERVICAL PROFUNDA. O RAMO MANDIBULAR MARGINAL do NERVO FACIAL pode ser localizado íntima, interna ou profundamente à CAMADA SUPERFICIAL DA FÁSCIA CERVICAL PROFUNDA, passando superficialmente à VEIA e ARTÉRIA FACIAL. A dissecação continua até que o único tecido remanescente na borda inferior da mandíbula seja o PERIOSTEO ou a CINTA PTERIGOMASSETÉRICA. Divisão da Cinta Pterigomassetérica e Dissecação Submassetérica: a CINTA PTERIGOMASSETÉRICA é incisado com um bisturi através da borda inferior, que é a parte mais AVASCULARIZADA da cinta. Incisões na superfície lateral da mandíbula, no próprio MUSCULO MASSETER, frequentemente produzem hemorragia preocupante. Toda a superfície lateral do ramo mandibular e o corpo podem ser expostos até o nível da cápsula da ATM, tomando-se cuidado em evitar a perfuração para dentro da cavidade bucal através da área retromolar. Uma vez que o MUSCULO BUCINADOR tenha sido descolado da ÁREA RETROMOLAR, o único tecido que separa a cavidade bucal da área da dissecação é a MUCOSA BUCAL. Cuidado na região mais anterior do corpo mandibular para se evitar dano ao feixe NEUROVASCULAR MENTUAL. Fechamento: os MUSCULOS MASSETER e PTERIGOIDE MEDIAL são suturados juntos com SUTURAS INTERROMPIDAS REABSORVIVEIS. A CAMADA SUPERFICIAL DA FÁSCIA CERVICAL PROFUNDA não requer SUTURA DEFINITIVA. O MUSCULO PLATISMA pode ser fechado com uma SUTURA CONTINUA REABSORVIVEL. Suturas reabsorvíveis subcutâneas seguidas pelas suturas de pele são então realizadas. Abordagens Submandibulares estendidas para a Borda Inferior da Mandibula: Para aumentar a EXPOSIÇÃO IPSILATERAL, a INCISÃO SUBMANDIBULAR pode ser estendida posteriormente em direção à REGIÃO MASTÓIDEA, e anteriormente de um modo arqueado em direção à REGIÃO SUBMENTUAL. Para eliminar algumas das cicatrizes indesejáveis que podem acompanhar a mudança na direção da incisão em direção à área SUBMENTUAL, degraus na parte anterior da incisão podem ser realizados. Divisão cirúrgica do lábio inferioré outra manobra usada ocasionalmente em combinação com incisões na ÁREA SUBMANDIBULAR para aumentar a exposição de um lado da mandíbula. Cada método usa o princípio de quebra das linhas de incisão para minimizar a contratura cicatricial durante o reparo. Para a EXPOSIÇÃO BILATERAL completa da mandíbula, pode-se usar um RETALHO ENVELOPADO com ou sem divisão do lábio. INCISOES SUBMANDIBULARES BILATERAIS são estendidas para dentro do pescoço e então unidas. A incisão pode correr um pouco em direção à REGIÃO SUBMENTUAL ou manter-se para abaixo no pescoço, dependendo das necessidades cirúrgicas. ACESSO RETROMANDIBULAR: Expõe todo o RAMO por detrás da borda posterior. Ele pode ser útil para os procedimentos que envolvem a área da cabeça/pescoço condilar ou próximo desta ou seu ramo. A distância da incisão da pele até a área de interesse é reduzida quando comparada ao ACESSO SUBMANDIBULAR. Anatomia cirúrgica: Nervo Facial: o principal tronco do NERVO FACIAL emerge da BASE DO CRÂNIO pelo FORAME ESTILOMASTÓIDEO. Ele repousa medial, profunda e levemente anteriorizado à metade do PROCESSO MASTÓIDEO, na extremidade inferior da FISSURA TIMPANOMASTÓIDEA. Após se desprender do AURICULAR POSTERIOR e se ramificar para os MUSCULOS ESTILO-HIOIDEO e DIGASTRICO POSTERIOR, ele passa obliqua, no sentido inferior e lateral, e internamente ao CORPO DA GLANDULA PAROTIDA. O comprimento do tronco do NERVO FACIAL, é de aproximadamente 1,3cm. Ele se divide em CERVICOFACIAL e TEMPOROFACIAL em um ponto verticalmente abaixo da parte mais baixa do MEATO ACUSTICO EXTERNO OSSEO. A distância média do ponto mais baixo do MEATO ACUSTICO EXTERNO OSSEO até a bifurcação do NERVO FACIAL é de 2,3cm. Posterior à GLANDULA PAROTIDA, o tronco nervoso está no mínimo a 2cm de profundidade da superfície da pele. Suas divisões continuam adiante no corpo da GLANDULA PAROTIDA e divide-se em seus RAMOS TERMINAIS. O RAMO MANDIBULAR MARGINAL caminha obliqua e anteriormente em direção inferior. Esse posicionamento deixa uma lacuna entre os RAMOS BUCAIS e o RAMO MANDIBULAR MARGINAL ou seus RAMOS PRINCIPAIS, local da mandíbula onde ela possa ser acessada seguramente. Veia Retromandibular: a VEIA RETROMANDIBULAR é formada na parte superior da GLANDULA PAROTIDA, profundamente ao pescoço da mandíbula, pela confluência da VEIA TEMPORAL SUPERFICIAL e da VEIA MAXILAR. Descende posteriormente ao RAMO DA MANDIBULA através da GLANDULA PAROTIDA. A VEIA é lateral à ARTERIA CAROTIDA EXTERNA. Ambos os VASOS são cruzados pelo NERVO FACIAL. Próximo ao ápice da GLANDULA PAROTIDA, a VEIA RETROMANDIBULAR origina uma comunicação anterior descendente que se liga à VEIA FACIAL abaixo do ângulo da mandíbula. A VEIA RETROMANDIBULAR então se inclina para trás e se une com a VEIA AURICULAR POSTERIOR para formar a VEIA JUGULAR EXTERNA. Técnica: O posicionamento da incisão na pele, que também direciona a posição da dissecação subjacente, varia no acesso retromandibular para a mandíbula. A incisão é colocada ao longo da borda posterior da mandíbula, bem abaixo do lóbulo da orelha. A dissecação até a borda posterior da mandíbula é direta, atravessando a GLANDULA PAROTIDA e expondo alguns RAMOS DO NERVO FACIAL. Preparação e Montagem dos Campos: pontos anatômicos pertinentes da face tais como a COMISSURA DA BOCA, o LÁBIO INFERIOR e TODA A ORELHA devem ser deixados descobertos durante o procedimento. Pois estes pontos orientam o cirurgião para o curso do NERVO FACIAL e permite observação da FUNÇÃO MOTORA do LÁBIO. Marcação da Incisão e Vasoconstricção: a incisão para o ACESSO RETROMANDIBULAR começa 0,5cm abaixo do lóbulo da orelha e continua inferiormente de 3 a 3,5cm. Esta é colocada atras da borda posterior da mandíbula e pode ou não se estender para baixo do nível do ângulo mandibular. Mesmo o NERVO FACIAL estando localizado profundamente a 2cm do lóbulo da orelha, infiltração de ANESTÉSICOS LOCAIS PROFUNDOS ao MUSCULO PLATISMA corre o risco de tornar os RAMOS DO NERVO FACIAL não condutíveis, tornando a estimulação elétrica impossível. Incisão da Pele: a incisão inicial é realizada através da PELE e dos TECIDOS SUBCUTÂNEOS até o nível do MUSCULO PLATISMA, que é bem fino e se encontra presente nesta área. A HEMOSTASIA é obtida com ELETROCOAGULAÇÃO dos vasos subdermais sangrantes. Dissecação até a Cinta Muscular Pterigomassetérica: após a retração das margens da pele, o escasso MUSCULO PLATISMA sobrejacente ao SISTEMA MUSCULOAPONEURÓTICO SUPERFICIAL (SMAS) é visível. Um bisturi é usado para incisar através da fusão do MUSCULO PLATISMA, SMAS e CÁSPSULA DA PARÓTIDA em direção vertical. A dissecação romba começa dentro da GLANDULA em uma direção ântero-medial, direcionada à borda posterior da mandíbula. a dissecação então continua até que o único tecido remanescente na borda posterior da mandíbula seja o PERIOSTEO DA CINTA PTERIGOMASSETÉRICA. O cirurgião deve estar ciente da VEIA RETROMANDIBULAR, que corre verticalmente no mesmo plano da dissecação e é comumente exposta ao longo de todo o seu curso RETROMANDIBULAR. Esta VEIA raramente requer ligação, exceto se ela for inadvertidamente seccionada. Divisão da Cinta Pterigomassetérica e Dissecação Submassetérica: após a retração dos tecidos dissecados anteriormente, um retrator amplo, tal como um de tira, é colocado atras da borda posterior da mandíbula para retrair os tecidos retromandibulares medialmente. A CINTA PTERIGOMASSETÉRICA é incisada prontamente com o bisturi. A extremidade romba de um elevador de PERIOSTEO é deslizada ao longo de todo o comprimento da incisão para descolar os tecidos da borda posterior do ramo. O MASSETER é descolado da superfície lateral da mandíbula usando ELEVADORES DE PERIOSTEO. A dissecação perfeita é facilitada pelo descolamento do MUSCULO da parte superior até a base. Mante o elevador em íntimo contato com o OSSO reduz a FRAGMENTAÇÃO e o SANGRAMENTO do MASSETER. Toda a superfície lateral do ramo mandibular, acima do nível da cápsula da ATM, bem com o processo coronóide podem ser expostos. A retração do MUSCULO MASSETER é facilitada pela inserção de um retrator próprio dentro da incisura sigmóide. Fechamento: os MUSCULOS MASSETER e PTERIGOIDEO MEDIAL são suturados juntos com SUTURAS ISOLADAS REABSORVIVEIS. Para facilitar o fechamento, a sutura deve primeiro ser passada através do MUSCULO MASSETER. Somente duas suturas são necessárias para reaproximar a CINTA PTERIGOMASSETÉRICA ao longo da borda posterior, a não ser que a cinta abaixo do ângulo da mandíbula tenha sido incisada. O fechamento da camada da CAPSULA PAROTIDEA/SMAS e do PLATISMA é importante para se evitar uma FISTULA SALIVAR. Uma sutura continua festonada com fio de reabsorção lenta é usada para fechar firmemente a CAPSULA PAROTIDEA, o SMAS e o MUSCULO PLATISMA em uma camada perfeita. A disposição das suturas subcutâneas é seguida pelo fechamento da pele. Acessos Alternativos para o Ramo Mandibular: Combinações das abordagens tais como o ACESSO PRÉ-AURICULAR e o ACESSO RETROMANDIBULAR oferecem exposições aumentadas para alguns procedimentos, tais como aqueles para ANQUILOSE TEMPOROMANDIBULAR. Se mesmo maiores exposições forem requeridas, estas duas abordagens podem ser unidas usando uma incisão de Blair modificada. Esta incisão é usada frequentemente para cirurgias envolvendo a GLANDULA PAROTIDA, mas é também útil para aquelas envolvendo o ramo mandibular. Acesso para Ritidectomia: A RITIDECTOMIA ou o ACESSO PARA O LEVANTAMENTO DA FACE (facelift) PARA O RAMO MANDIBULAR é uma variante do ACESSO RETROMANDIBULAR. A única diferença é que a incisão cutânea é colocada em uma localização mais oculta, como no levantamento da face. A principal VANTAGEM é a cicatriz facial menos notável. A DESVANTAGEM é o tempo adicional para o fechamento. Anatomia Cirúrgica: Nervo Auricular Maior: aúnica estrutura específica significante para essa abordagem. Este NERVO SENSORIAL começa no fundo do pescoço como raízes espinhais C2 e C3 que se fundem nos MUSCULOS ESCALENOS para formar o NERVO AURICULAR MAIOR. Como o nervo torna-se mais superficial, ele emerge através da FASCIA PROFUNDA do pescoço no meio da borda posterior do MUSCULO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO. O nervo pode então, dividir-se em DOIS RAMOS quando ele cursa superiormente em direção ao lóbulo da orelha. Alguns ramos passam através da GLANDULA PAROTIDA e inervam a pele da parte da ORELHA EXTERNA e uma área invariavelmente grande na região do ângulo mandibular. Técnica: Preparação e Montagem dos Campos: o uso de acesso de ritidectomia para o ângulo/ramo mandibular, as estruturas que devem estar visíveis no campo incluem o CANTO DO OLHO, o CANTO DA BOCA (comissura), o LÁBIO INFERIOR ANTERIORMENTE, TODA A ORELHA, além da LINHA DO COURO CABELUDO descendente e de 2 a 3cm dos CABELOS SUPERIORES à linha de implantação posterior, posteriormente. A ÁREA TEMPORAL também deve estar completamente exposta. Raspar as costeletas e o cabelo temporal é desnecessário, exceto pela comodidade e pelo ponto de vista individual. Marcação da Incisão e Vasoconstricção: a incisão começa, aproximadamente, de 1 a 2cm superior ao arco zigomático, posterior à extensão da linha de implantação. A incisão então se curva posterior e inferiormente, unindo-se à incisão pré-auricular em uma ruga natural anterior até o pavilhão. A incisão continua sob o lóbulo da orelha e aproximadamente 3mm da superfície posterior do aurículo. Um vasoconstrictor é infiltrado no tecido subcutâneo para ajudar na HEMOSTASIA durante a incisão. Incisão da Pele de Dissecação: a incisão inicial é feita somente através da pele e dos tecidos subcutâneos. O retalho deve ser bastante divulcionado para criar uma cavidade subcutânea que se estende por baixo do ângulo da mandíbula e alguns centímetros anteriormente até a borda posterior da mandíbula. HEMOSTASIA é então realizada através da ELETROCOAGULAÇÃO dos vasos subdérmicos sangrantes. Acesso Retromandibular: uma vez que a pele foi retraída anterior e inferiormente, os tecidos moles sobrejacentes à metade posterior do ramo mandibular são visíveis. Desse ponto em diante, a dissecação progride exatamente como descrita para o ACESSO RETROMANDIBULAR. O ACESSO OSSEO é o mesmo em ambas as abordagens. Fechamento: o fechamento profundo é realizado como descrito para o ACESSO RETROMANDIBULAR. Após a CAMADA DE PLATISMO/SMAS/CAPSULA DA PAROTIDA estar fechada, um DRENO redondo de 22 ou 32mm, de sucção a vácuo, é colocado dentro da cavidade subcutânea para prevenir a formação de HEMATOMA. Um fechamento da pele em duas camadas é realizado.
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