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Anatomia Morfofuncional do Sistema Reprodutor do Macho e da Fêmea_ Ciclos Reprodutivos

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ANATOMIA MORFOFUNCIONAL DO MACHO E DA FÊMEA; CICLOS REPRODUTIVOS
21/08/2019
Aparelho reprodutor feminino
· Ovários;
· Ovidutos;
· Cornos uterinos;
· Corpo do útero;
· Cérvix;
· Vagina;
· Genitália externa.
Vulva
	Tambem chamada de genitália externa, constitui-se de: vestíbulo, clitóris, pequenos e grandes lábios.
	O vestíbulo é a abertura da vagina no exterior. A uretra e os ductos das glândulas vestibulares (glândulas de Bartholin), possuidores de células com atividade muco-secretora, abrem-se nesta região. As inflamações envolvendo a obstrução dos ductos das glândulas maiores são conhecidas clinicamente como bartholinites, por afetarem tais glândulas.
	O clitóris corresponde a um pênis rudimentar, embora contenha tecido erétil.
	Os pequenos lábios são dobras da mucosa vaginal, cujo epitélio queratinizado contem melanina e origina glândulas sebáceas.
	Os grandes lábios exibem uma transição entre pele e mucosa, sendo a parte externa uma pele fina e a interna uma mucosa semelhante aos pequenos lábios.
	A vulva corresponde à primeira barreira anatômica do sistema reprodutivo feminino e sua função é atuar como uma barreira física que impede a entrada de elementos nocivos no aparelho reprodutivo. Durante o cio (ciclo estral) a vulva apresenta edema vulvar e sangramento vulvar.
Vagina
	Constitui-se de uma mucosa, uma camada muscular e uma adventícia. A mucosa é formada por epitélio de revestimento poliestratificado pavimentoso, no qual se nota que a camada mais superficial pode se mostrar queratinizada, dependendo do grau de desgaste.
	O epitélio vaginal sofre a influência do estrogênio e sob a ação deste hormônio é estimulado a sintetizar e acumular glicogênio, o qual é lançado na luz vaginal durante a descamação das células epiteliais. Bactérias encontram-se presentes normalmente na vagina, onde metabolizam o glicogênio, formando ácido lático, responsável pelo baixo pH vaginal (pH ácido). Quando o estímulo hormonal não ocorre, não há síntese de glicogênio, e o pH torna-se elevado, favorecendo a proliferação de organismos patogênicos.
	A vagina é a segunda barreira de proteção anatômica do sistema reprodutivo feminino, possuindo estrutura musculo-tubular com comprimento variado dependendo da espécie.
Além disso, durante o ciclo estral pode-se observar as seguintes características:
· No proestro há um predomínio de células superficiais que aumentam gradativamente, e os leucócitos estão ausentes na metade da fase enquanto os eritrócitos são numerosos;
· No estro as células superficiais são abundantes e seus contornos citoplasmáticos passam de arredondados a mais retos, há aumento gradual de restos celulares e diminuição da quantidade de eritrócitos;
· No metaestro há uma diminuição gradual do número de células superficiais queratinizadas e um aumento gradual de leucócitos (neutrófilos);
· No diestro os leucócitos são abundantes no início e diminuem no final, desaparecem os eritrócitos e os restos celulares, enquanto reaparecem as células epiteliais pequenas, arredondadas e não queratinizadas;
· No anestro encontramos poucos leucócitos (neutrófilos) e muitas células não queratinizadas, arredondadas ou ovaladas, com núcleos volumosos e bem definidos; podem ser vistos ainda restos celulares.
Cérvix (colo)
	Representa a terceira barreira anatômica de proteção do útero. Possui estrutura fibro-muscular, apresenta coaptação e atua como a porta de entrada do útero, protegendo seu meio interno. Os únicos momentos onde o cérvix normalmente apresenta abertura é durante o cio e durante o parto. É importante notar que existem diferenças anatômicas nas diferentes espécies.
Útero
	É dividido em corpo e cornos uterinos e suas principais funções são: transporte de espermatozoides, implantação do embrião e manutenção da gestação.
	A parede do útero é espessa e constitui-se, a partir da luz do órgão, das camadas: endométrio, miométrio e perimétrio.
	O endométrio compreende um epitélio e uma lâmina própria que juntos constituem a mucosa uterina. O epitélio de revestimento geralmente é do tipo monoestratificado cilíndrico. O miométrio contem os estratos submucoso (mais interno), vascular (mediano) e subseroso (mais externo) nos quais se dispõem fibras musculares lisas. O perimétrio é uma serosa (membrana de tecido liso) e consiste em tecido conjuntivo frouxo e mesotélio.
Ovidutos (trompas)
	Histologicamente a parede tubária compreende uma mucosa, constituída de um epitélio de revestimento monoestratificado cilíndrico pseudopoliestratificado cinociliado e uma lâmina própria formada por conjuntivo frouxo, uma camada muscular lisa e uma serosa.
	Possui 4 segmentos funcionais: fímbrias, infundíbulo, ampola e istmo.
	A mucosa é pregueada e forma estruturas alongadas, semelhantes às vilosidades do intestino delgado, denominadas franjas ou fímbrias, que são características da ampola e do infundíbulo. Nas outras regiões, a mucosa se evagina, formando pregas bem mais curtas.
	As fímbrias são responsáveis pela captação do oócito e inserção dele na luz do oviduto, enquanto a ampola é o local onde ocorre a fecundação.
Ovários
	É um órgão par que produz e libera ovócitos e hormônios, o que lhe confere o caráter de glândula mista (endócrina e exócrina). Na maioria dos animais, com exceção da égua, constitui-se de duas regiões distintas com limites mal definidos: a cortical (córtex) e a medular (medula). Na égua estas regiões estão invertidas e o tecido cortical limita-se à fossa de liberação do ovócito.
	É no interior do ovário que se dá o desenvolvimento, a maturação e a ruptura dos folículos, tendo por consequência a formação do corpo lúteo que, ao degenerar, origina o corpo albicans. O desenvolvimento e a maturação folicular sofrem a influência do hormônio FSH (folículo-estimulante) produzido pela adeno-hipófise, enquanto a rotura do folículo maduro sofre a influência do hormônio LH (luteinizante) também produzido pela adeno-hipófise.
	O córtex contem os folículos e os corpos amarelos (lúteos). É revestido por epitélio monoestratificado cúbico que, com a idade, pode passar a pavimentoso. 
	A medula é formada por tecido conjuntivo frouxo, contendo fibras elásticas e reticulares, no qual encontramos vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e algumas estruturas embrionárias remanescentes constituídas por células epiteliais dispostas em cordões sólidos e curtos em carnívoros e ruminantes. Da artéria ovariana, tem origem a irrigação da medula e a partir desta região ocorre uma distribuição para o córtex, onde os folículos e corpos lúteos são nutridos.
	A região cortical do ovário constitui a zona parenquimatosa, e a medular a zona vascular.
	A função endócrina do ovário se dá na produção e secreção de estrógeno (E2) e progesterona (P4). Já a função exócrina se dá na produção cíclica de óvulos fertilizáveis (oócito).
Aparelho reprodutor masculino
· Escroto;
· Prepúcio;
· Testículos;
· Epidídimos;
· Pênis;
· Glândulas anexas.
Testículos 
	É um órgão par revestido por uma cápsula conjuntiva (túnica albugínea) e localizado, um de cada lado do corpo, na bolsa escrotal. Constitui-se de unidades tubulares (túbulos seminíferos), onde são formados os espermatozoides.
	A síntese do hormônio esteroide testosterona é feita a partir do acetato ou do colesterol circulante pelo testículo. O FSH hipofisário inicia o processo de formação dos espermatozoides (espermatogênese) enquanto a testosterona encarrega-se da maturação destes gametas. Além disso, a testosterona tem influência sobre o desenvolvimento gonadal, as glândulas acessórias, os órgãos responsáveis pelos caracteres sexuais secundários masculinos, a descida testicular para o escroto e sobre o funcionamento de células e tecidos de outras regiões do organismo.
	Os túbulos seminíferos são os responsáveis pela produção espermática e pela produção de testosterona.
Epidídimo
	É o local de amadurecimento dos espermatozoides. Possui um epitélio de revestimento monoestratificado cilíndrico pseudopoliestratificado estereociliado e fibras musculares lisas.
	Os espermatozoides, antes de alcançaremo epidídimo, passam dos túbulos seminíferos para os tubos retos e destes para a rede testicular, de onde seguem para os ductos eferentes.
	O trajeto realizado na maturação espermática é: cabeça do epidídimo, corpo do epidídimo e cauda do epidídimo.
	Durante a ejaculação, o sêmen é secretado pelo aparelho reprodutor masculino. O sêmen trata-se da junção de espermatozoides (que vêm da cauda do epidídimo) com o plasma seminal (que vem das glândulas anexas) na uretra.
CICLOS REPRODUTIVOS
	Existem diferenças e variações dos ciclos entre as diferentes espécies, mas, de maneira geral, os primatas passam pelo ciclo menstrual ao passo que os mamíferos domésticos passam pelo ciclo estral. Ambos os ciclos são responsáveis pela ovulação.
Ciclo menstrual
	Ocorrendo nos primatas, o ciclo menstrual apresenta três ciclos muito diferentes: o ciclo ovariano, o ciclo uterino e o ciclo cervical. Esses ciclos estão integrados por hormônios do hipotálamo, da hipófise e do ovário.
Ciclo ovariano
	Durante o ciclo ovariano ocorre o desenvolvimento dos folículos ovarianos, maturação e liberação do ovócito. Duas gonadotrofinas estão implicadas na regulação da ovogênese: o hormônio folículo estimulantes (FSH) e o hormônio luteinizante (LH).
	Tem-se como início do ciclo ovariano a fase da menstruação, período que se nota um considerável aumento de FSH na corrente sanguínea, produzido pela hipófise. Esse hormônio promove o crescimento e o desenvolvimento dos ovócitos, que, junto com o LH (também produzido pela hipófise), fazem com que as células foliculares desprendam quantidades crescentes de estrógeno, hormônio que auxilia o crescimento folicular.
	O aumento crescente do estrógeno na corrente sanguínea faz com que a hipófise diminua sua produção de FSH. O estrógeno também estimula as células da granulosa a secretar um hormônio peptídico inibidor, o qual igualmente colabora no processo de supressão da secreção de FSH pela hipófise.
Baixas concentrações de estrógeno inibem a produção de LH, e a alta concentração estimula sua produção. Em torno do 14º dia o LH atinge um pico suficiente para causar a ovulação. Tambem se nota um aumento de FSH nesse período e, tanto a maturação do ovócito como a ovulação nos mamíferos são acionadas diretamente por ondas de LH.
	A estimulação dos ovócitos é mediada pela progesterona produzida pelas células foliculares em resposta a estímulos gonadotróficos. A progesterona é necessária para estimular a maturação do ovócito.
	Depois da ovulação, o LH promove a conversão do folículo (sem o ovócito) em uma glândula endócrina chamada corpo lúteo, responsável pela produção de progesterona e pequenas quantidades de estrógeno, resultando na inibição da produção de FSH e LH. Em consequência, como o corpo lúteo era mantido pelo LH, na falta deste ele começa a degenerar e, evidentemente, a produção de progesterona também decresce consideravelmente. Como era a progesterona que mantinha o endométrio, na sua falta o endométrio começa a descamar, ocorrendo a menstruação.
	
A redução de esteroides na corrente sanguínea, em decorrência da degeneração do corpo lúteo, desfaz a inibição da hipófise, e ela reassume a produção das gonadotrofinas, reiniciando o ciclo.
Ciclo uterino
	O endométrio uterino é regulado pela taxa de esteroides presentes na corrente sanguínea. Logo após a menstruação, quando ocorre um aumento de estrógeno, esse hormônio também influi no crescimento do endométrio, enriquecendo-o por vasos sanguíneos.
	Durante a primeira metade do ciclo, o endométrio encontra-se na fase proliferativa (ou estrogênica). Na segunda metade do ciclo, com o aumento da produção de progesterona pelo corpo lúteo, além de o endométrio ser mantido, ele entra na sua fase secretora (ou progestacional), época que atinge seu clímax e está pronto para receber o ovo fecundado.
Ciclo cervical
	O muco cervical também apresenta variações conforme a fase do ciclo considerada. É durante o período de ovulação que o muco cervical, produzido pelas glândulas cervicais uterinas, apresenta condições ótimas para permitir a entrada e o direcionamento dos espermatozoides no trato genital feminino em busca do ovócito a ser fecundado.
Ciclo estral
	O ciclo menstrual ocorre apenas nas mulheres e nos primatas. Nos demais mamíferos o ciclo reprodutivo corresponde a modificações periódicas do aparelho reprodutor relacionadas com o ciclo estral, e está subdividido em cinco estágios contínuos: proestro, estro, metaestro, diestro e anestro.
Proestro
	Marca o início do ciclo reprodutivo. Nesse estágio o crescimento folicular é acelerado sob a influência do FSH. O folículo começa a secretar estrógeno, que tem influência sobre os órgãos genitais. O endométrio hipertrofia e o conjuntivo torna-se congestionado pelo grande aumento vascular. A proliferação glandular e a invasão de leucócitos no epitélio têm início nessa fase.
Estro
	Durante o estro, o folículo ou os folículos atingem a maturidade e a secreção estrogênica chega a seu pico. A secreção de FSH começa a decair, enquanto a secreção de LH é iniciada. Disso decorre a ovulação. É nesse período que a fêmea apresenta um comportamento receptivo ao macho.
	A influência do estrógeno tem sua máxima expressão. A ovulação pode ser considerada um período transitório entre o estro e o metaestro ou parte do estágio deste. Durante o estro, a proliferação epitelial e glandular endometrial é mais aparente. O conjuntivo endometrial torna-se altamente congestionado e edemaciado.
Metaestro
	Após a ovulação, o folículo que restou no ovário modifica-se e torna-se corpo lúteo. A progesterona tem sua máxima produção. Caso tenha havido fecundação, o corpo lúteo continua sendo mantido pelas gonadotrofinas coriônicas elaboradas pelo sinciciotrofoblasto do embrião, e a secreção da progesterona é mantida. O endométrio é caracterizado pela contínua hiperplasia das glândulas endometriais cuja atividade secretora é intensa.
Diestro
	Se a fecundação não ocorre, a fase final do diestro é caracterizada pela involução do copo lúteo e sua degeneração para corpo albicans. A vascularização do conjuntivo e a atividade secretória das glândulas endometriais involuem.
Anestro
	Segue-se um período estacionário de tempo variável, antecedendo o próximo proestro. É nessa época que os órgãos reprodutores se mostram relativamente quiescentes. O endométrio é de pequena espessura, sendo delineado por um epitélio cuboidal simples.

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