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B
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TA
L
Cartografi a e 
Geoprocessamento 
Ambiental
Camila Leonardo Mioto
Cartografia e 
geoprocessamento 
ambiental
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Mioto, Camila Leonardo 
 
 ISBN 978-85-8482-628-5
 1. Cartografia. I. Título.
 CDD 526 
Leonardo Mioto. – Londrina : Editora e Distribuidora 
Educacional S.A., 2017.
 160 p.
M669c Cartografia e geoprocessamento ambiental / Camila 
© 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Tema 1 | Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
Tema 2 | Noções de escala e projeções cartográficas
Tema 3 | Sistema de informação geográfica
Tema 4 | Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento 
Remoto
Tema 5 | Dados ambientais e geoprocessamento
Tema 6 | Estudos de caso
7
33
61
87
111
135
Sumário
Convite à leitura
Neste tema você irá aprender sobre o Geoprocessamento, ou Geotecnologias, 
ciência relacionada às técnicas de coleta, processamento e análise de dados ambientais 
e espaciais. Entre as geotecnologias destacam-se os Sistema de Posicionamento 
Global, Sensoriamento Remoto, Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), sendo 
enfatizada neste tema a área da Cartografia, a qual está diretamente relacionada 
à elaboração de mapas. Os principais conceitos relacionados a essa ciência serão 
apresentados, assim como informações relacionadas ao seu histórico, desde os 
primeiros mapas reconhecidos, até os dias atuais com sua modernização. A leitura 
desse tema irá possibilitar o maior entendimento sobre o Geoprocessamento/
Geotecnologias com aprofundamento sobre a Cartografia, de modo a fazer você 
entender que atualmente tais ciências estão sendo empregadas nas mais diversas 
áreas, não somente na parte ambiental, mas também em estudos relacionados à 
saúde, saneamento, transporte, planejamento urbano, entre outros. Isso ocorre 
principalmente pelo fato das Geotecnologias trazerem como resultado os mapas, 
que facilitam a visualização e interpretação das informações de modo mais intuitivo.
Tema 1
Introdução ao 
geoprocessamento – 
conceitos de cartografia
Geoprocessamento 
Geoprocessamento, também conhecido como Geotecnologias, é o conjunto 
de técnicas relacionadas a coleta, processamento e análise de dados espaciais 
ou informações geográficas (PARANHOS FILHO et al., 2016). Ou seja, podemos 
compreender também pela conceituação feita por Rosa (2005) que são as tecnologias 
utilizadas para gerar, processar e analisar informações que possuam referência 
geográfica. Essa ciência tem influenciado diversas áreas, como a Cartografia, Análise 
de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Planejamento Urbano, Segurança 
Pública, entre outros (CÂMARA et al., 2001). 
Dentre outras utilizações, está seu emprego principalmente na caracterização 
da área de estudo, como por exemplo, através da demarcação dos seus limites, 
da identificação do seu uso do solo, da verificação das áreas de preservação 
permanente e de reserva legal presentes na área. 
Câmara et al. (2001) diz que “Se onde é importante para seu negócio, então 
Geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho”. Nesse sentido, toda vez que 
o “onde” aparece, dentre as problemáticas que precisam ser resolvidos por um 
sistema informatizado, haverá oportunidade para considerar a utilização de um 
SIG (Sistema de Informação Geográfica), ressaltando que o SIG são ferramentas 
computacionais para geoprocessamento.
O Geoprocessamento pode ser dividido em três linhas gerais (PARANHOS 
FILHO et al., 2016):
• Cartografia: área do Geoprocessamento relacionada à elaboração de 
mapas e de cartas. De modo digital ou não, podendo ser cadastral, temática 
ou de outras áreas relacionadas com a topografia e agrimensura.
POR DENTRO DO TEMA
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
8
• Sensoriamento Remoto: a mais importante forma de obtenção de dados 
ambientais. É a obtenção de imagens ou dados de um objeto sem contato 
direto entre o mesmo e o sensor de amostragem. Envolve imagens de 
satélite e de radar, assim como fotografias aéreas, digitais ou não. 
• SIG – Sistemas de Informações Geográficas: são sistemas que envolvem 
hardware (computador), software (programas), dados geográficos e pessoal 
qualificado para capturar, armazenar, manipular e analisar informações 
referenciadas geograficamente. Representam uma importante ferramenta 
para análises ambientais.
Dentro do Geoprocessamento, a Cartografia desempenha papel fundamental, 
pois os mapas são os principais meios de divulgação dos resultados, tornando 
a visualização e interpretação das informações mais rápidas e intuitivas (TIMBÓ, 
2001). Sendo assim, neste capítulo serão discutidos os principais conceitos 
relacionados à Cartografia. As outras áreas que compõem o Geoprocessamento, 
ou as Geotecnologias, serão discutidas nos próximos capítulos.
Cartografia
O histórico da Cartografia confunde-se com a história da humanidade. O 
homem sempre apresentou necessidade de identificar recursos, encontrar abrigos 
e alimentos e demarcar seu território, registrando sua movimentação. Nesse 
sentido, os mapas remetem à primeira forma de expressão utilizada, surgindo 
antes mesmo da escrita (IBGE, 2016 a).
O mapa citado como o mais antigo do mundo é o mapa de Ga-Sur, fabricado 
por volta de 2.500 a.C. pelos povos babilônicos (Figura 1.1). Produzido em um bloco 
de argila cozida, tal mapa retratava o vale de um rio, provavelmente o Eufrates, na 
antiga Mesopotâmia (IBGE, 2016 b).
Fonte: Geo Guia (2010).
Figura 1.1. Mapa de Ga-Sur datado em 2.500 a.C. 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
9
Entretanto, pesquisas recentes trazem o mapa da cidade de Catal Hyük, na 
região turca da Anatólia, como o mapa mais antigo, datado de 6.200 a.C. (Figuras 
1.2 e 1.3) (ÇATALHÖYÜK, 2016).
Fonte: Çatalhöyük (2016).
Figura 1.2. Mapa da cidade de Catal Hyük, na Anatólia, que hoje é a Turquia, de 6.200 a.C. 
Fonte: Mendonça (2007); Çatalhöyük (2016).
Figura 1.3. O mapa representava uma habitação denominada de “colméia” e um vulcão em 
erupção, o Hasan Dag.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU, 1949), a Cartografia é 
mais do que uma ferramenta básica no desenvolvimento econômico, mostrando-
se a primeira ferramenta que deve ser usada antes de outras ferramentas serem 
empregadas no trabalho.
A primeira vez em que a palavra Cartografia foi utilizada foi em 1839, pelo 
Visconde de Santarém Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo 
Leitão, com a concepção original relacionada à ideia do traçado de mapas (IBGE, 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
10
1998; 2016 c).
Em 1966, a Associação Cartográfica Nacional (ACI) definiu a Cartografia como 
a arte, ciência e tecnologia de fazer e usar mapas:
“A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e 
operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por 
base os resultados de observações diretas ou da análise de 
documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas 
e outras formas de expressão ou representação de objetos, 
elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, 
bem como a sua utilização” (IBGE, 1998).
Nesse sentido, a Cartografia envolve diversos pontos, partindo da coleta de 
dados, estudos, análises, representações defenômenos e ambientes de diferentes 
campos científicos relacionados à superfície terrestre (IBGE, 1998). De uma forma 
resumida, a Cartografia é a ciência de representar a superfície terrestre em um 
mapa, sendo assim uma simplificação da realidade.
As representações cartográficas são divididas em: mapa, carta e planta (IBGE, 
1998). De acordo com o IBGE:
“Mapa é a representação no plano, normalmente em escala 
pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e 
artificiais de uma área tomada na superfície de uma Figura 
planetária, delimitada por elementos físicos, político 
administrativos, destinada aos mais variados usos, temáticos, 
culturais e ilustrativos.” (IBGE, 1998).
Dentre as características dos mapas destacam-se a representação plana, 
pequenas escalas (grandes áreas), delimitação de acidentes naturais (bacias 
hidrográficas, planaltos), podendo ser utilizados para fins temáticos, culturais e em 
análises qualitativas ou quantitativas (IBGE, 1998). 
Já as cartas são utilizadas para representações em escala média ou grande e 
definida pelo IBGE (1998) como:
“A representação no plano, em escala média ou grande, dos 
aspectos artificiais e naturais de uma área tomada de uma 
superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
11
linhas convencionais - paralelos e meridianos - com a finalidade 
de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão 
compatível com a escala.” (IBGE, 1998).
Quando a representação se restringe a escalas muito grandes, utilizam-se as 
plantas, que são tipos especiais de cartas. Segundo o IBGE (1998):
De uma maneira resumida, tem-se que principal diferença entre mapa, carta 
e planta está relacionada à escala que cada um deles suporta. Mas afinal, o que é 
escala?
Escala apresenta a relação entre a representação e a realidade, ou seja, para 
a representação da realidade do mapa é necessário o estabelecimento de uma 
correspondência entre as dimensões reais dos objetos ou lugares representados e 
as do papel (SENE, 2013). É definida de acordo com a Equação 1.1:
Onde, “d” significa a distância no desenho e “D” a distância no terreno. 
Geralmente são apresentadas na forma de proporção, como 1:1.000, 1:250.000. 
Escalas maiores possuem denominadores menores, porém representam áreas 
menores com maior riqueza de detalhes. Escalas com denominadores maiores 
representam grandes extensões, porém com nível de detalhamento menor. O 
conceito de escala será abordado detalhadamente no próximo tema.
Os elementos que compõem o espaço geográfico são representados nos 
mapas através de pontos, linhas, cores, texturas e textos – são os símbolos próprios 
da Cartografia (SENE, 2013). De acordo com o IBGE (1998), as convenções 
cartográficas abrangem símbolos que representam de modo mais expressivo o 
local e o objeto. 
Os sistemas de coordenadas são fundamentais em um mapa, pois é através deles 
que se torna possível descrever a posição de um objeto no globo. Esses sistemas 
podem ser estabelecidos de diversas maneiras (IBGE, 2011). Com o objetivo de 
“Carta que representa uma área de extensão suficientemente 
restrita para que a sua curvatura não precise ser levada em 
consideração, e que, em consequência, a escala possa ser 
considerada constante.” (IBGE, 1998).
E = d
D
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
12
facilitar o cálculo das coordenadas da superfície terrestre, foram adotadas algumas 
superfícies matemáticas simples: o geoide e o elipsoide (Figura 1.4). 
Fonte: Adaptado de Paranhos Filho et al. (2016)
Figura 1.4. As três superfícies que devem ser levadas em consideração na hora de construir 
um mapa: geoide, elipsoide e superfície terrestre. 
O geoide foi proposto por Carl Friedrich Gauss e representa a superfície que 
leva em consideração a gravidade e a rotação da Terra. Pode-se considerar que o 
mesmo é a extensão do nível médio dos mares através dos continentes, sendo a 
superfície de referência para os levantamentos geodésicos (PARANHOS FILHO et 
al., 2016). 
Já o elipsoide é a superfície de referência empregada nos cálculos que fornecem 
subsídios para a elaboração de uma representação cartográfica. O elipsoide é a 
forma que mais se aproxima da forma real da Terra (IBGE, 1998; PARANHOS FILHO 
et al., 2016).
Levando em consideração o modelo esférico da Terra, têm-se as coordenadas 
geográficas, as quais se baseiam na divisão imaginária da Terra em linhas horizontais 
e verticais. Se as coordenadas são apresentadas em um modelo elipsoidal, ou 
seja, levam em consideração o elipsoide como referência, são denominadas de 
coordenadas geodésicas. Entretanto, se as coordenadas são apresentadas em 
uma superfície plana são denominadas de acordo com a projeção as quais estão 
associadas, como as coordenadas planas UTM (IBGE, 2011). 
Em relação às coordenadas geográficas tem-se a latitude e a longitude. A 
latitude divide o globo horizontalmente, sendo a distância em graus de qualquer 
ponto da superfície terrestre até a Linha do Equador. Os planos de referência de 
latitude também são denominados de paralelos. Apresentam o valor de 0º na Linha 
do Equador e 90º nos polos, sendo positivo no Hemisfério Norte e negativo no 
Hemisfério Sul (CARVALHO e ARAÚJO, 2008; SENE, 2013; PARANHOS FILHO et 
al., 2016).
Já a longitude divide o globo verticalmente, sendo a distância em graus de 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
13
qualquer ponto do globo até o Meridiano de Greenwich. Seus planos de referência 
são chamados de meridianos. Seus valores variam de 0 até 180º para leste (valores 
positivos) e de 0 a 180º para oeste (valores negativos) (CARVALHO e ARAÚJO, 
2008; SENE, 2013; PARANHOS FILHO et al., 2016).
Tal sistema de coordenadas pode ser escrito na forma de graus, minutos e 
segundos, como Latitude (ϕ)= 16º15’00”S e Longitude(λ)= 46o15’00”W.Gr. Ou, 
então, em graus decimais, como Latitude (ϕ)= -10,309S e Longitude(λ)= -35,76W. 
Na Figura 1.5 tem-se a divisão do globo terrestre em latitude e longitude.
Figura 1.5. As coordenadas geográficas são determinadas através da latitude e longitude. 
Fonte: Adaptado de NASCIMENTO (2014).
O sistema de coordenadas planas mais utilizado é o sistema de UTM (Universal 
Transversa de Mercator), sendo baseado no plano cartesiano (eixo X, Y) e que utiliza 
o metro (m) como a unidade para medir de distâncias e localizar a posição de um 
objeto. Esse sistema não acompanha a curvatura da Terra e seus fusos indicam em 
qual parte do globo as coordenadas obtidas se aplicam (SILVA et al., 2013).
No sistema UTM, o globo é dividido em 60 fusos, onde cada fuso se estende 6º 
de longitude e 4º de latitude. São numerados de um (1) a 60, iniciando no fuso 180º 
a 174º W Greenwich e continuando para leste (IBGE, 1998). Para definir a latitude, 
estabeleceu-se o valor de 10 milhões de metros para o Equador, sendo que os 
valores aumentam no sentido norte e diminuem para sul. 
Já para a obtenção da longitude, determinou-se o valor de 500 mil metros para 
cada meridiano central (MC), com os valores crescendo para leste e diminuindo 
para oeste (Figuras 1.6 e 1.7). Devido à sua extensão, o Brasil possui oito fusos (do 
18, a oeste, ao 25 a leste).
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
14
Fonte: Laboratório de Cartografia – UFSM.
Figura 1.6. Sistema UTM. 
Fonte: Cartografia Escolar.
Figura 1.7. Zonas UTM que dividem o globo terrestre. 
Além das coordenadas, para complementar a localização de um ponto, ou 
seja, para identificar com maior precisão um local na superfície terrestre, pode-se 
utilizar uma informação a mais: o nível do mar (altitude).
Outro ponto que deve ser aqui discutido e de fundamental importância 
dentro da Cartografia é o conceito de datum. É caracterizado como sendo uma 
superfície de referência posicionada em relação ao planeta. Existem dois tipos de 
, o planimétrico (horizontal) e o altimétrico (ou vertical).
Introduçãoao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
15
O datum planimétrico é a origem para o sistema de coordenadas (latitude 
e longitude) e refere-se ao modo como o geoide e o elipsoide se relacionam 
espacialmente (PARANHOS FILHO et al., 2016). 
No Brasil foram empregados vários planimétricos, como o Córrego Alegre 
e o SAD69, sendo o último utilizado como referencial na maioria do material 
cartográfico produzido no Brasil. Atualmente, de acordo com o Decreto nº 
5.334/2005 (BRASIL, 2005), o datum planimétrico que deve ser empregado nos 
trabalhos cartográficos é o Sirgas 2000.
Como origem e referência das altitudes (em relação ao nível do mar) tem-se o 
datum altimétrico ou datum vertical que se refere à superfície de referência usada 
para definir as altitudes de pontos da superfície terrestre, sendo considerado a 
continuação do nível médio dos mares em relação ao continente.
Para o território brasileiro utiliza-se o datum altimétrico de Imbituba – Santa 
Catarina, com exceção do Estado do Amapá, o qual utiliza o Porto de Santana 
(IBGE, 1998). 
É de fundamental importância o conhecimento de que a produção de mapas 
não é realizada de modo aleatório. Devem ser levadas em considerações as 
exigências estabelecidas no Decreto Lei nº 89.817/1984 e Decreto nº 5.334/2005 
(BRASIL, 1984; 2005), os quais regulam as normas técnicas da cartografia nacional 
e estabelecem as normas que devem ser observadas por todas as entidades que 
produzam e utilizam serviços cartográficos. 
Além disso, tais decretos apresentam os elementos obrigatórios de uma carta, 
classificam as cartas quanto à sua exatidão (Padrão de Exatidão Cartográfica – PEC) 
e também estabelecem quais os datuns que devem ser empregados na elaboração 
de mapas, cartas e plantas. 
Na Figura 1.6 tem-se um exemplo de como os mapas devem ser apresentados 
e os itens obrigatórios que os mesmos devem conter.
Fonte: Matos Filho et al. (2005).
Figura 1.6. Os elementos obrigatórios que um mapa deve apresentar são: título (se necessário 
subtítulo – ponto 1), norte ou indicação de orientação (ponto 2), escala (numérica, gráfica 
– ponto 3), sistemas de coordenadas (ponto 4), legenda, fonte. 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
16
Em relação aos tipos de produtos cartográficos, têm-se dois tipos: os mapas 
topográficos e os mapas temáticos. 
O produto cartográfico pode ser classificado quanto a natureza da sua 
representação em mapas gerais (cadastral, topográfico ou geográfico), temáticos 
(fenômenos representativos) e especiais (aeronáutica, náutica, por exemplo.
Nos mapas topográficos busca-se representar a superfície terrestre de forma 
mais fiel possível, representando os acidentes naturais e artificiais, informações 
altimétricas (altitude) e elementos planimétricos (TAVARES, 2011).
Nos mapas temáticos a relação entre a representação e a realidade é mais 
precisa, pois é feita em escala média ou grande (SENE, 2013). São utilizados 
para representar fenômenos combinados ou particularizados, sintéticos ou de 
correlação. Alguns exemplos são os mapas geológicos e de uso e ocupação do 
solo (TAVARES, 2011).
Os mapas e as cartas topográficas resultam de levantamentos sistemáticos, 
realizados por órgãos como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 
do governo federal, entre outros, e também por empresas privadas (SENE, 2013). 
Uma carta topográfica (Figuras 1.7 e 1.8) apresenta os objetos da superfície de 
modo mais detalhado, o que possibilita a identificação da posição planimétrica 
(fenômenos geográficos representados no plano, como cidades, matas, corpos 
hídricos) e da posição altimétrica (representação vertical, como a altitude do 
relevo) (SENE, 2013).
Fonte: IBGE (1984).
Figura 1.7. Parte da carta topográfica da Região Sudeste do Brasil, na escala de 1:50.000. 
Nas cartas são apresentados dois sistemas de coordenadas – UTM (metros) e geográficas 
(graus, minutos e segundos). 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
17
Fonte: baseada em Philippi et al. (1999).
Figura 1.8. Parte da carta topográfica da Região da Região Centro-Oeste, na escala de 
1:25.000. O site do IBGE disponibiliza cartas topográficas de diversas áreas do Brasil e em 
diversas escalas.
Os mapas topográficos são utilizados como base para a construção dos mapas 
temáticos, que por sua vez possuem informações referentes a um determinado fenômeno 
ou tema do espaço geográfico. Podem ser informações naturais, como geologia, solo, 
relevo; ou sociais, como população, urbanização, agricultura (SENE, 2013). 
São fundamentais por facilitar as ações planejadas pelo governo e outras 
entidades, pois auxilia na compreensão da organização de fenômenos que 
compõem e estruturam o espaço geográfico, como na organização de sistemas 
de transporte, produção agrícola, entre tantos outros (SENE, 2013).
Exemplos de mapas temáticos são apresentados nas Figuras 1.9 a 1.11. 
Fonte: Coutinho (2005).
Figura 1.9. Mapa temático do Estado de Mato Grosso, demonstrando a vegetação e o uso 
da terra no ano de 1999. 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
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18
Fonte: IBGE (2000).
Figura 1.10. Mapa temático apresentando os domicílios com abastecimento de água por 
rede geral do ano de 2000. 
Fonte: Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo (2011).
Figura 1.11. Mapa temático apresentando a distribuição dos serviços de oncologia nas 
regiões de saúde do Estado de São Paulo. 
O mapeamento do globo terrestre até o início do século XX era realizado a 
partir de metodologias e referencias distintas. A padronização da representação 
das cartas foi proposta por Albrecht Penck, em um Congresso Internacional de 
Londres, no ano de 1909, chamado de Plano de Mapeamento Mundial, o qual tinha 
como objetivo padronizar a Carta Internacional ao Milionésimo (CIM) (DUARTE, 
2014; SEED, 2016). De acordo com o IBGE (1998):
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
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“Fornece subsídios para a execução de estudos e análises de 
aspectos gerais e estratégicos, no nível continental.” (IBGE, 
1998).
A distribuição das folhas ao Milionésimo resultou da divisão do globo terrestre 
em 60 fusos de 6º de amplitude no sentido Oeste-Leste e cada um desses foi 
dividido a partir da Linha do Equador em 21 zonas de 4º de amplitude para o Norte 
e para o Sul, sendo que cada carta está na escala 1:1.000.000.
A divisão dos fusos para a representação das cartas é semelhante à adotada 
no sistema de coordenadas UTM. A representação CIM serviu de base para o 
estabelecimento das especificações de tal sistema de coordenadas (IBGE, 1998).
A nomenclatura das folhas ao Milionésimo é composta por um conjunto de três 
caracteres, sendo (IBGE, 1998):
1. Letra N ou S – indica se a folha está ao Norte ou ao Sul da Linha do Equador;
2. Letras A a U – informa em qual zona de 4º de latitude, a partir do Equador, 
está localizada a carta;
3. Número de 1 a 60 – descreve a qual fuso pertence a carta.
Esta nomenclatura aplica-se na denominação de todas as folhas de cartas 
do mapeamento sistemático, nas escalas de 1:1.000.000 a 1:25.000. Cartas 
produzidas em escalas maiores que 1:25.000 ainda não apresentam normas que 
legaliza sua nomenclatura (IBGE, 1998). A Figura 1.12 e a Tabela 1.1 apresentam esta 
nomenclatura.
Fonte: IBGE (1998); PARANHOS FILHO et al. (2016).
Figura 1.12. Cartas ao Milionésimo no Brasil.
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
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Fonte: IBGE (1998); PARANHOS FILHO et al. (2016)
Tabela 1.1. Cartas ao Milionésimo no Brasil. As cartas na escala de 1:1.000.000 são 
identificadas com a letra do hemisfério e o número do fuso. 
Como no exemplo, tem-se a carta SD 21. Essa carta pode ser subdividida em 
quatro folhas na escala de 1:500.000 indicadas pelas letras V, X, Y e Z – exemplo SD 
21-V (marcada pelo retângulo vermelho). De maneira análoga, a carta 1:500.000 
pode ser subdivida em outras quatro cartas na escala de 1:250.000, nominadas por 
A, B,C e D – exemplo SD 21-V-A. 
Cartas produzidas na escala 1:250.000 são divididas em seis cartas na 
escala 1:100.000, sendo chamadas de I, II, III, IV, V e VI – exemplo SD 21-V-A-I. 
Consequentemente, as cartas 1:100.000 geram quatro cartas na escala 1:50.000, 
designadas de 1, 2, 3 e 4 – exemplo SD 21-V-A-I-2. E por fim, as cartas 1:50.000 
são subdividas em quatro cartas em 1:25.000, intituladas em NO, NE, SO e SE – 
exemplo SD 21-V-A-I-2-SE.
Desse modo, tendo-se a nomenclatura da carta é possível identificar em qual 
fuso a mesma se encontra e também em qual escala foi produzida. Do mesmo 
modo, tendo-se a coordenada do ponto e a escala, é possível reconhecer em qual 
carta o ponto de encontra.
Anteriormente, a maioria dos mapas era disponibilizada somente em papel, 
os quais muitas vezes acabavam se desgastando, tornando difícil sua utilização. 
Nos dias atuais, com a introdução de novas tecnologias, a produção, coleta, 
armazenamento e processamento de dados geográficos tornaram-se mais rápidos 
e menos dispendiosos. 
Imagens de satélite, sistemas de informações geográficas (SIGs), de veículos 
aéreos não tripulados (VANT ou DRONE), sistemas de posicionamento globais 
baseados em satélites (GNSS) estão sendo utilizados pelos mais diferentes 
usuários, popularizando o Geoprocessamento.
A produção de mapas digitais facilita sua utilização e um SIG permite combinar 
informações de diversas origens e escalas. A grande questão dentro do Geoprocessamento 
é trazer a natureza (realidade) para dentro do computador, de modo a reproduzi-la de 
modo mais compatível possível com o real. Ou seja, é representar computacionalmente 
os dados ambientais (PARANHOS FILHO et al., 2016). 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
21
Esses, por sua vez, mostram-se normalmente como um conjunto de valores, 
regular ou irregularmente distribuídos, dependendo da forma como foram 
coletados e modelados (PARANHOS FILHO et al., 2016). Para essa modelização 
é importante levar em consideração que os dados ambientais também são 
dados espaciais, possuindo posição no espaço, ou seja, os dados ambientais são 
posicionados em uma determinada região do globo terrestre (MEDEIROS, 2010; 
PARANHOS FILHO et al., 2016).
Geotecnologias na Geografia Aplicada
O artigo desenvolvido por Roberto Rosa aborda os principais aspectos relacionados 
às Geotecnologias. Ao ler o artigo você revisará alguns dos temas abordados neste 
capítulo e aprenderá um pouco mais sobre cada uma dás áreas que compõem o 
Geoprocessamento. 
Geotecnologias na Geografia Aplicada. Disponível em < http://www.geografia.
fflch.usp.br/publicacoes/RDG/RDG_16/Roberto_Rosa.pdf>. Acesso em 17 de 
março de 2016.
Ação e Meio Ambiente – Geoprocessamento
Em um episódio do Programa Ação e Meio Ambiente é apresentado um resumo 
sobre os conceitos de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto, indicando sua 
utilização no nosso dia a dia e nas atividades relacionadas ao meio ambiente. É 
exibida uma série de exemplos, discussões com profissionais e com o então diretor 
do Google, o qual explica o funcionamento do Google Earth. Tempo: 22:21 minutos
Ação e Meio Ambiente. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=m5LLDaYsXhY>. Acesso em 17 de março de 2016. 
Geografia (Longitude e Latitude)
No episódio do programa Eureka, da TV Educativa, são apresentados alguns fatores 
relacionados à latitude e à longitude. O apresentador contextualiza os motivos por 
estarem selecionados os meridianos e os paralelos. Tempo: 17:25.
Geografia (Longitude e Latitude). Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=zNDDLRbzfNI>. Acesso em 22 de março de 2016. 
Navegador chinês pode ter chegado à África Oriental antes de Vasco da Gama
ACOMPANHE NA WEB
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
22
O que você aprende na escola é que a América foi descoberta pelos portugueses 
em 1492, certo? Porém, pesquisas revelam que um chinês pode ter a descoberto 
antes disso. De acordo com Gavin Menzie, o navegador Zheng He foi o primeiro a 
navegar por todo o planeta, descobrindo a América antes de Cristovão Colombo. 
Isso porque foi encontrado um mapa do globo terrestre datado de 1421.
Navegador chinês pode ter chegado à África Oriental antes de Vasco da Gama. 
Revista Veja. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/navegador-
chines-pode-ter-chegado-a-africa-oriental-antes-de-vasco-de-gama>. Acesso em 
17 de março de 2016.
Leitura de coordenada geográfica na carta topográfica
No site do Laboratório de Cartografia da Universidade Federal de Santa Maria 
(UFSM) é apresentado detalhadamente como é realizada a leitura de coordenadas 
geográficas em uma carta topográfica, através de cálculos matemáticos, razões e 
proporções.
Leitura de coordenada geográfica na carta topográfica. Laboratório de Cartografia 
da Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em: <http://coral.ufsm.br/
cartografia/index.php?option=com_content&view=article&id=42&Itemid=38>. 
Acesso em 17 de março de 2016.
Biblioteca Digital – SBSR
Para quem está começando a trabalhar com Geoprocessamento, uma dica é 
visitar a Biblioteca Digital dos Simpósios Brasileiros de Sensoriamento Remoto 
(SBSR). Nesse site estão disponibilizados os trabalhos publicados em todos os SBSR 
já realizados. Assim, você terá noção de alguns trabalhos que podem ser feitos 
utilizando o Geoprocessamento.
Biblioteca Digital – SBSR. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/sbsr2007/
biblioteca/>. Acesso em 22 de março de 2016. 
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
AGORA É A SUA VEZ
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
23
Questão 1
As Geotecnologias ou Geoprocessamento é uma ciência que está sendo muito 
utilizada nas mais diversas áreas do conhecimento, como a Cartografia, Análise de 
Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Planejamento Urbano, Segurança 
Pública, entre outros. Conceitue Geoprocessamento e suas divisões. 
Questão 2
Assinale V para verdadeiro ou F para falso, de acordo com os conceitos apresentados 
neste capítulo:
( ) Dados ambientais não são considerados dados espaciais.
( ) Cartografia é a ciência de representar a superfície terrestre em um mapa, sendo 
assim uma simplificação da realidade.
( ) Para a elaboração de mapas não é necessário o cumprimento de regras.
( ) Pela nomenclatura das cartas não se consegue identificar em qual fuso e em 
qual escala a carta se encontra.
( ) A latitude representa os paralelos, que dividem o globo terrestre verticalmente.
Assinale a alternativa correta que corresponde ao preenchimento das lacunas 
acima:
a) V, V, F, V e F
b) V, F, F, V e F
c) V, F, F, V e V
d) F, V, F, V e V
e) F, V, F, F e F
Questão 3
Em relação à definição de mapas e cartas pode-se afirmar que:
I. Mapa é a representação no plano, normalmente em escalas grandes.
II. Cartas são representações no plano de escalas médias ou grandes.
III. As plantas são cartas que representam uma área de extensão suficientemente 
restrita para que a sua curvatura precise ser levada em consideração.
IV. Em ambiente SIG é possível trabalhar com dados vetoriais e raster em conjunto.
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
24
Está (ão) correto(s), apenas, o(s) item(s):
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) II e IV.
e) I, II e III.
Questão 4
De acordo com o índice de nomenclatura, indique em qual hemisfério e em qual 
fuso está a carta abaixo. Por que chegou a tal conclusão?
FOLHA SE 22-V-D-I. 
Questão 5
Neste capítulo foram apresentados os sistemas de coordenadas e as superfícies 
que devem ser levadas em consideração na hora de confecciona r um mapa. 
Sendo assim, defina o que são geoide e o elipsoide e apresente como os mesmos 
se relacionam espacialmente. 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografiaT1
25
Neste tema, você aprendeu sobre os conceitos e sobre a importância do 
Geoprocessamento e da Cartografia em diversos estudos, já que os mesmos estão 
intimamente relacionados à elaboração de mapas, os quais são os principais meios 
de divulgação dos resultados obtidos, o que facilita a visualização e interpretação 
das informações de forma mais rápida e de modo mais intuitivo. Observou 
também que a elaboração de mapas deve seguir critérios estabelecidos na 
legislação, não sendo os mesmos produzidos sem padronização. Você verificou 
que as Geotecnologias podem ser utilizadas nas mais diversas áreas e que seu uso 
tem se popularizado devido ao menor custo e à maior rapidez na produção de 
informações.
FINALIZANDO
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
26
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
27
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revoga o art. 22 do Decreto Nº 89.817 de 20 de Junho de 1984. Normas técnicas 
da cartografia nacional. Diário Oficial da Presidência da República. Ministério do 
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T1
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Topografia: Faz parte da Cartografia e é a ciência que se baseia na geometria e 
na trigonometria plana e que utiliza medida de distâncias horizontais, diferenças de 
nível, ângulos e orientação com o objetivo de representar uma porção limitada do 
terreno, sem levar em consideração a curvatura terrestre (LOCH e CORDINI, 2000). 
Superfície terrestre: Superfície real da Terra, com elevações (morros, montanhas) 
e desníveis, onde são realizadas as medições e observações cartográficas.
Projeção: Para se fazer uma uma carta é necessário estabelecer uma forma onde 
GLOSSÁRIO
T1
31Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
cada ponto da superfície da Terra corresponda a um ponto na carta/mapa e vice-
versa. Para obter essa correspondência são utilizados os sistemas de projeções. 
Existem várias projeções cartográficas diferentes, sendo classificadas de acordo 
com o tipo de superfície de projeção adotada e pelas deformações que as 
caracterizam (IBGE, 1998; CÂMARA et al., 2001).
Precisão: Está relacionada ao grau de concordância de um conjunto de medidas 
feitas sobre as mesmas condições. É o quanto as medidas feitas em laboratório, 
por exemplo, estão próximas umas das outras. Dentro da Cartografia, este conceito 
deve ser levado em consideração para a classificação das cartas (PEC).
Altitude: Diferentemente da altura, a altitude é medida levando em consideração o 
nível médio do mar, ou seja, é a distância vertical em relação o nível médio do mar.
Veículos aéreos não tripulados (VANT): De acordo com a ANAC – Agência Nacional 
de Aviação Civil (2015), VANT significa toda a aeronave não tripulada utilizada para 
fins que não sejam somente para recreação. Também conhecido como Drone, 
esses equipamentos têm sido utilizados nas mais diversas atividades, como controle 
e fiscalização do espaço aéreo e do território federal, monitoramento ambiental, 
segurança pública, entre outros (LIMA, 2013; ANAC, 2015 a, b).
Sistemas de Posicionamento Global baseado em Satélite (GNSS): Popularmente 
conhecidos como GPS (sistema de posicionamento global), são equipamentos 
que fornecem a posição do usuário no globo terrestre, em diferentes níveis de 
precisão e acurácia. São vários os modelos disponíveis no mercado, que vão dos 
mais simples (como os GPS de carro e os GPS presentes nos celulares) aos mais 
sofisticados (utilizados em levantamentos geodésicos).
Tema 2
Noções de escala e projeções 
cartográficas
Noções de Escala 
As representações cartográficas são utilizadas para reproduzir a superfície terrestre, 
ou uma parte dela, na forma de mapas, as cartas e as plantas. Essas representações 
consistem em projetar os detalhes e as características presentes na superfície terrestre 
no plano horizontal, de modo convencional (impressa) ou digital (IBGE, 1998).
• Os elementos representados podem ser de dois tipos (IBGE, 1998):
• Naturais – elementos presentes na natureza, como os rios, serras, lagos, mares, 
etc.
• Artificiais – elementos produzidos pelo ser humano, como edificações, ruas, 
pontes, etc.
A grande questão dessa representação é a necessidade de alterar as proporções 
dos objetos que se desejam representar em um espaço limitado. A proporção 
adotada para essa representação recebe o nome de escala, cuja presença é 
obrigatória em um mapa, visto que visualmente não é possível identificar em qual 
proporção tal material foi produzido (IBGE, 1998; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 a). 
Segundo o IBGE (1998):
POR DENTRO DO TEMA
“Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar 
representado no papel e sua medida real. Duas figuras 
semelhantes têm ângulos iguais dois a dois e lados homólogos 
proporcionais. Verifica-se, portanto, que será sempre possível, 
através do desenho geométrico, obter-se figuras semelhantes 
às do terreno.” (IBGE, 1998).
T2
34 Noções de escala e projeções cartográficas
Sendo assim, a escala apresenta a relação entre a representação e a realidade, ou 
seja, para a representação da realidade do mapa é necessário o estabelecimento de 
uma correspondência entre as dimensões reais dos objetos ou lugares representados 
e as do papel (SENE, 2013). Sendo “D” um comprimento medido no terreno e “d” o 
comprimento correspondente no mapa, tem-se:
Sendo, E = escala.
Na Cartografia são utilizados dois tipos de escala: a escala numérica e a escala 
gráfica. A primeira é representada por uma fração em que o numerador (d) indica 
a distância no mapa e o denominador (D) indica a distância real (no terreno). Assim, 
tem-se:
Substituindo em N na
equação 2, tem-se: 
Onde N = denominador da escala; 
D = distância real (no terreno); 
d = distância na carta ou mapa.
Onde E = escala; N = denominador da escala.
Logo
E = d
D
E = d
D
E =
E =
N
N
1
1
(1)
(2)
E = d
D
Geralmente, a escala numérica é apresentada no formato 1:50.000, podendo 
ser representada também como 1/50.000. É interessante destacar que a escala é 
adimensional, não possuindo dimensão. Sendo assim, 1:50.000 indica que uma 
unidade no mapa equivale a 50.000 unidades no terreno. Entretanto, na maioria dos 
casos estabelece a unidade de centímetros para os cálculos, como, por exemplo, 1 
cm no mapa corresponde a 50.000 cm na realidade. O importante é sempre utilizar a 
mesma unidade de medida para a realização dos cálculos de distâncias. 
Uma das vantagens da escala numérica é que ela facilita a compreensão de quem 
está observando a carta. Se o mapa apresenta a escala 1:100.000, o usuário faz a 
relação de que 1 cm no mapa corresponde a 100.000 cm no terreno, ou então, 1 km. 
Para realizar essa transformação de centímetro para quilômetro devem-se levar em 
consideração os múltiplos e submúltiplos do metro (Tabela 2.1).
Fonte: O autor.
Tabela 2.1 - Escalas de trabalho e erro gráfico associado. 
Submúltiplos do metro Metro Múltiplos do metro
mm cm dm m dam hm km
Milímetro Centímetro Decímetro Metro Decâmetro Hectômetro Quilômetro
0,001 m 0,01 m 0,1 m 1 10 m 100 m 1000 m
T2
35Noções de escala e projeçõescartográficas
Já a escala gráfica é representada por uma linha reta graduada (Figura 2.1). Para 
alguns é mais compreensível que a escala numérica, pois não há necessidade de 
conversão das unidades (IBGE, 1998; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 a).
Fonte: Carvalho e Araújo (2008 a).
Figura 2.1 - Escala gráfica. Nessa escala não é preciso converter as unidades de cm 
(centímetros) para km (quilômetros), pois a mesma já indica a correspondência entre km 
e cm. 
A escala gráfica é utilizada para calcular as distâncias no mapa, pois a mesma 
acompanha qualquer ampliação ou redução no desenho, mantendo as relações de 
distâncias determinadas na hora de criar a carta. O ideal é que sejam apresentadas as 
duas escalas, tanto numérica como gráfica (CARVALHO e ARAÚJO, 2008 a). As cartas 
topográficas apresentam os dois tipos de escala, a numérica (indica em qual escala foi 
produzido o material) e a gráfica (utilizada para os cálculos de distância).
Existem algumas confusões em relação à escala. A principal está relacionada aos 
conceitos de escalas maiores e escalas menores. Escalas grandes são aquelas em que 
há redução do espaço representado pelo mapa, permitindo o maior detalhamento 
dos elementos existentes. Apresentam denominadores menores e são utilizadas 
em plantas, por exemplo. Já as escalas que possuem denominador grande são 
denominadas de escalas menores ou escalas pequenas, pois mostram uma porção 
maior do terreno, porém sem riqueza de detalhes. Por exemplo: a escala 1:2.500 
é considerada uma escala grande e a escala 1:250.000 é considerada uma escala 
pequena. Sendo assim, a escala 1:2.500 é maior que a escala 1:250.000.
É interessante destacar que o nível de detalhe não depende somente da escala, 
mas também da base de dados que deu origem às cartas, além do trabalho de campo 
realizado para levantar as informações que não puderam ser obtidas na interpretação 
das imagens, mas que são importantes e que precisam ser representadas no desenho 
(PARANHOS FILHO et al., 2016).
Nas Figuras 2.2 e 2.3 apresenta-se a forma como a escala interfere no nível de 
detalhe do que pode ser representado em um mapa. 
T2
36 Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: Fontanailles (2013).
Fonte: IBGE (1999).
Figura 2.2 - No mapa 1 (esquerda) apresenta-se uma porção maior do globo, sendo a 
escala pequena. No mapa 2 (direita), a porção apresentada é menor, porém a escala é 
maior. Neste caso, apresenta-se somente a escala gráfica. 
Figura 2.3 - Exemplo de como a escala pode interferir na representação de objetos da 
superfície terrestre e no detalhamento de uma carta. 
Para escolher a escala mais adequada à representação cartográfica que se deseja 
fazer, devem-se levar em consideração diversos aspectos, como a representatividade 
e a natureza do que deve ser representado; o conhecimento da escala da base de 
dados que será utilizado; e a precisão do trabalho que se deseja realizar. 
Desse modo, outro conceito que deve ser aqui apresentado é o de precisão 
gráfica. A menor grandeza medida no terreno e que pode ser representada no 
mapa em uma escala é denominada de precisão gráfica, conhecida também por 
T2
37Noções de escala e projeções cartográficas
erro gráfico ou então erro de graficismo. De acordo com alguns estudos, o menor 
objeto que pode ser representado em um desenho ou observado a olho nu possui 
o valor de 0,2 mm, sendo este o erro admissível (IBGE, 1998; PARANHOS FILHO 
et al., 2016).
Com este valor é possível calcular o erro ou então o menor objeto que se 
pode representar em uma determinada escala, ou então qual a melhor escala para 
representar o objeto, sendo os mesmos calculados de acordo com a Equação 2.1.
Por exemplo: considerando que a porção da superfície terrestre que se queira 
representar possua objetos de 20 m de extensão, a escala que se deve utilizar para 
representá-los deverá ser igual ou maior que 1:100.000, já que:
N = 20 / 0.0002 → N = 100.000 → Escala = 1:100.000
Exemplos de escalas e os erros gráficos a elas associados são apresentados na 
Tabela 2.2.
N = D / e
m
Equação 
2.1
Onde N = denominador da escala; D = extensão 
do objeto; e
m
 = erro tolerável em metros
Fonte: Adaptado de Paranhos Filho et al. (2016).
Tabela 2.2 - Escalas de trabalho e erro gráfico associado. 
Escala
Erro de Graficismo ou a dimensão do menor 
objeto que se pode representar
1:1.000 0,2 m
1:10.000 2 m
1:50.000 10 m
1:100.000 20 m
Os elementos ou objetos que são menores que o erro tolerável não poderão 
ser representados no mapa. Porém, dependendo da relevância que os mesmos 
possuem no desenho, utilizam-se convenções cartográficas ou símbolos 
cartográficos para representá-los (IBGE, 1998; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 a).
A escala numérica está relacionada também a medidas lineares, indicando 
quantas vezes a distância foi ampliada ou reduzida. Já quando se trata de superfície, 
emprega-se a escala de área, podendo estabelecer quantas vezes uma carta foi 
ampliada ou reduzida (IBGE, 1998). 
Nesse caso, uma consideração importante que se deve fazer quando se 
trata dos erros de trabalhos em cartas é que a variação linear em uma carta tem 
propagação quadrática em área (PARANHOS FILHO et al., 2016). 
T2
38 Noções de escala e projeções cartográficas
Essa situação deve ser considerada quando se altera a escala de uma carta, sendo 
que a legislação específica (Decreto nº 89.817/1984 e Decreto nº 5.334/2005– 
BRASIL, 1984; 2005) traz que:
“Art 11 - Nenhuma folha de carta será produzida a partir da 
ampliação de qualquer documento cartográfico. 
§ 1º - Excepcionalmente, quando isso se tornar absolutamente 
necessário, tal fato deverá constar explicitamente em cláusula 
contratual no termo de compromisso; 
§ 2º - Uma carta nas condições deste artigo será sempre 
classificada com exatidão inferior à do original, devendo 
constar obrigatoriamente no rodapé a indicação: “Carta 
ampliada, a partir de (... documento cartográfico) em escala 
(... tal)”. 
§ 3º - Não terá validade legal para fins de regularização 
fundiária ou de propriedade imóvel a carta de que trata o 
“caput “ do presente artigo.” (BRASIL, 1984).
Na Tabela 2.3 apresentam-se exemplos dessa variação.
Fonte: Adaptado de Paranhos Filho et al. (2016).
Tabela 2.3 - Exemplo de como uma área de 25 km² é representada em uma carta e os 
valores envolvidos com a transformação para diferentes escalas, tendo como base uma 
carta na escala de 1:100.000. 
Área no terreno: 25 km² = 5 km x 5 km
Área no terreno: 25 km² = 5 km x 5 km
Escala Erro gráfico (m) Área no mapacm x cm
Variação linear em 
relação a 1:100.000
Variação de área em 
relação a 1:100.000
1:100.000 20 5 x 5 1 1
1:50.000 10 10 x 10 Ampliação 2x Ampliação 4x (2²)
1:25.000 5 20 x 20 Ampliação 4x Ampliação 16x (4²)
1:10.000 2 50 x 50 Ampliação 10x Ampliação 100x (10²)
1:1.000 0,2 500 x 500 Ampliação 100x Ampliação 10.000x (100²)
1:200.000 40 2 x 2 Redução 2x Redução 4x (2²)
1:500.000 100 1 x 1 Redução 5x Redução 25x (5²)
1:1.000.000 200 0,5 x 0,5 Redução 10x Redução 100x (10²)
Sendo assim, de uma maneira geral, para estabelecer a escala adequada para 
o trabalho deve-se levar em consideração os conceitos de erro gráfico e PEC 
(Padrão de Exatidão Cartográfica), bem como os conceitos de precisão e acurácia 
(para atendimento da legislação específica), além de observações sobre os limites 
entre a topografia e a geodésia. 
T2
39Noções de escala e projeções cartográficas
O PEC, determinado pelo Decreto-Lei nº 89.817/1984 (BRASIL, 1984), estabelece 
o erro padrão, que permite controlar a qualidade do produto cartográfico 
(levantamento topográfico – planimetria e altimetria), classificando as cartas em A, 
B ou C (Tabela 2.4) (PARANHOS FILHO et al., 2016).
Alguns exemplos de valores toleráveis de erros de localização e altimetria, de 
acordo com a escala da carta, são apresentados na Tabela 2.5.
1PEC – Padrão de Exatidão Cartográfica, 2Erro padrão, desvio padrão e erro médio quadrático são considerados sinônimos.
Fonte: Brasil (1984).Tabela 2.4 - Valores de PEC e erro padrão planimétricos e altimétricos de acordo com o 
Decreto nº 89.817/1984 (BRASIL, 1984). 
Carta PEC Planimétrico Erro padrão2 PEC Altimétrico Erro padrão2
Classe A 0,5 mm x Escala 0,3 mm x Escala 1/2 equidistância 1/3 da equidistância
Classe B 0,8 mm x Escala 0,5 mm x Escala 3/5 equidistância 2/5 da equidistância
Classe C 1,0 mm x Escala 0,6 mm x Escala 3/4 equidistância 1/2 da equidistância
Fonte: Adaptado de Martin (2016 a).
Tabela 2.5 - Exemplos de erros toleráveis na carta de acordo com a escala do trabalho 
(BRASIL, 1984). 
Escala Classe
PEC 
Planimétrico 
(m)
Altimétrico 
(m)
1:2.000
A 1,0 0,5
B 1,6 0,6
C 2,0 0,75
1:10.000
A 5,0 2,5
B 8,0 3,0
Atualmente, com a introdução de novas tecnologias, muitos produtos 
cartográficos são gerados através de processos digitais. Sendo assim, os erros 
relacionados a esses processos diferem dos erros que ocorriam antigamente. 
Portanto, está sendo desenvolvido o PEC-PCD (Produtos Cartográficos Digitais) 
que determina valores específicos para mapeamentos digitais (PARANHOS FILHO 
et al., 2016) (Tabela 2.6).
Com os novos valores estabelecidos através do PEC-PDC, as classes A, B e C 
do Decreto 89.817/1984 passam a ser as classes B, C e D (BRASIL, 1984). Na Tabela 
2.7 exemplifica-se essa modificação.
Tabela 2.6 - Valores de PEC-PCD e erro-padrão planimétricos (INDE).
Classe A Classe B Classe C Classe D
PEC-PCD 0,28 mm 0,5 mm 0,8 mm 1,0 mm
Erro padrão 0,17 mm 0,3 mm 0,5 mm 0,6 mm
T2
40 Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: Adaptado de Martin (2016 b).
Tabela 2.7 - Padrão de Exatidão Cartográfica da Planimetria de Produtos Cartográficos 
Digitais. 
PEC 
decreto 
89.817/1984
PEC-PCD
1:1.000 1:2.000
PEC (m) EP (m) PEC (m) EP (m)
A 0,28 0,17 0,56 0,34
A B 0,50 0,30 1,0 0,6
B C 0,80 0,50 1,6 1,0
C C 1,0 0,60 2,0 1,2
De acordo com Paranhos Filho et al. (2016), o PEC deve ser considerado 
determinante à acurácia da correção da imagem (de satélite, por exemplo), bem 
como a relação entre o PEC e a resolução espacial para a escolha da carta. Por 
exemplo, não se pode utilizar imagens Landsat com resolução espacial de 30 
m para produzir materiais na escala de 1:50.000, sendo então sugerida a escala 
1:80.000. 
Projeções Cartográficas
Antes de estabelecer em qual escala o mapa ou a carta serão produzidos, é 
necessário estabelecer um método onde cada ponto da superfície terrestre 
corresponda a um ponto na carta, simultaneamente. Ou seja, a elaboração de um 
mapa requer um método que combine os pontos da superfície terrestre e seus 
pontos correspondentes no plano de projeção do mapa. Essa correspondência 
é obtida através dos sistemas de projeções cartográficas (IBGE, 1998; CÂMARA et 
al., 2001).
Os sistemas de projeções cartográficas são fórmulas matemáticas que 
transformam as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície elipsoidal 
(forma da Terra), em coordenadas planas, conservando a correspondência entre 
elas. Foram desenvolvidos de modo a solucionar o problema de transpor uma 
porção da superfície curva da Terra para um plano da carta (CARVALHO e ARAÚJO, 
2008 b). 
É interessante destacar que, mesmo utilizando sistemas de projeções, sempre 
haverá deformações, porém de forma reduzida. Sendo assim, não se possui solução 
perfeita para a questão – diferentes técnicas de representação são aplicadas de 
modo a atingir determinado objetivo, ou seja, é necessário considerar a finalidade 
da carta que se quer construir para se estabelecer qual o sistema de projeção que 
melhor se ajusta ao pretendido (IBGE, 1998; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). 
T2
41Noções de escala e projeções cartográficas
Portanto, características como a localização da superfície a ser representada, 
direções e áreas devem ser observadas na escolha do sistema de projeção a ser 
adotado. Outros fatores, como forma e dimensão da região e a finalidade do 
trabalho (precisão), também devem ser considerados (CARVALHO e ARAÚJO, 
2008 b).
Na literatura cartográfica são detalhadas 400 projeções, apesar de ser 
teoricamente possível um número infinito de projeções, sendo que dessas 400, 
apenas algumas dezenas são realmente empregadas (PISSARRA, 2016). 
As projeções cartográficas são classificadas de acordo com o tipo de superfície 
de projeção adotada e de acordo com as propriedades de deformação que as 
caracterizam (Figura 2.4). Em relação ao tipo de superfície de projeção adotada 
têm-se as projeções planas ou azimutais, cilíndricas, cônicas. Já em relação às 
propriedades que a projeção conserva, têm-se as equidistantes, equivalentes ou 
isométricas, conformes ou isogonais e afiláticas (IBGE, 1988; CÂMARA et al., 2001).
O tipo de contato com a superfície de projeção é classificado em tangente 
ou secante. Quando tangente, o cilindro, cone ou o plano encosta na Terra em 
um único ponto ou em uma única linha. Quando secante, as formas cortam ou 
interceptam a Terra em mais de um ponto. Independente se secante ou tangente, 
o local de contato é muito importante, pois ele define a linha ou o ponto onde 
haverá menor distorção na projeção (PISSARRA, 2016).
Figura 2.4 - Classificação das projeções cartográficas. 
Planas
Planas
Polar – plano tangente ao 
polo
Equatorial – plano tangente 
ao Equador
Cônicas
Cônicas
Normal – eixo do cone 
paralelo ao eixo da Terra
Transversa – eixo do cone 
perpendicular ao eixo da 
Terra
Cilíndricas
Cilíndricas
Equatorial – eixo do 
cilindro paralelo ao eixo da 
Terra
Transversa – eixo do 
cilindro perpendicular ao 
eixo da Terra
T2
42 Noções de escala e projeções cartográficas
Planas
Horizontal – plano tangente 
em um ponto qualquer
Cônicas
Horizontal – eixo do cone 
inclinado em relação ao 
eixo da Terra
Cilíndricas
Horizontal – eixo do 
cilindro inclinado em 
relação ao eixo da Terra
Fonte: Modificado de IBGE (1998).
Na projeção plana ou azimutal o mapa é elaborado através de uma superfície 
de projeção plana tangente ou secante a um ponto na superfície da Terra (Figura 
2.5) (CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). 
Podem ser polares, equatoriais e oblíquas, dependendo da localização do ponto 
de tangência (CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). A distorção 
aumenta conforme se distancia do ponto de tangência e secância (Figura 2.6). É 
ideal para mapas das regiões polares e somente uma parte da superfície terrestre 
é visível.
Fonte: Câmara et al. (2001); Francisco (2016).
Fonte: Câmara et al. (2001); Francisco (2016).
Figura 2.5 - Projeção plana ou azimutal.
Figura 2.5 - Projeção plana ou azimutal.
T2
43Noções de escala e projeções cartográficas
O símbolo da ONU (Organização das Nações Unidas) é o globo terrestre em 
uma projeção azimutal, sendo o ponto escolhido no polo Norte, por ser um local 
que possibilita a visualização de todos os continentes (Figura 2.18) (TAVARES, 2014; 
SEED, 2016).
Fonte: Tavares (2014).
Figura 2.18 - O símbolo da ONU é o globo terrestre representado na projeção azimutal.
Na projeção cônica, a superfície de projeção utilizada é um cone que envolve 
a Terra e que, posteriormente, é desenvolvido num plano (Figura 2.7). Podem 
ser tangentes ou secantes, apresentando paralelos circulares e meridianos 
que convergem para um único ponto (vértice do cone) (CÂMARA et al., 2001; 
CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). 
São utilizadas para representar mapas de países de latitudes intermediárias ou 
os hemisférios Norte ou Sul. Através da utilização da secância, a deformação pode 
ser diminuída desde que os dois paralelos escolhidos sejam dois terços da área a 
ser mapeada (Figura 2.8) (PISSARRA, 2016).
Fonte: Câmara et al. (2001); Francisco (2016).
Figura 2.7 - Projeção cônica.
T2
44 Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: Pissarra (2016).
Figura 2.8 - Distorções da projeção cônica.
Na projeção cilíndrica emprega-se um cilindro, tangente ou secante, à superfície 
terrestre como superfície de projeção e desenvolve-se esse cilindro num plano 
(Figura 2.9). Nessa projeção os paralelos são retose horizontais e os meridianos são 
retos e verticais, e acarreta deformação exagerada onde as latitudes são elevadas 
(Figura 2.10) (CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b).
Fonte: Francisco (2016).
Fonte: Francisco (2016).
Figura 2.9 - Projeção cilíndrica.
Figura 2.9 - Projeção cilíndrica.
A projeção cilíndrica é a mais empregada para representar toda a superfície 
terrestre, pois tende a diminuir a grande distorção que as projeções cônicas e 
azimutais geram em áreas que estão distantes do ponto de contato. A projeção 
de Mercator é uma projeção cilíndrica, sendo uma das mais antigas e importantes 
(CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b).
T2
45Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: Câmara et al. (2001).
Figura 2.11 - Mesma área representada em projeções diferentes.
Na Figura 2.11 tem-se a comparação da representação de uma porção da 
superfície terrestre nos sistemas de projeção descritos anteriormente.
As projeções equidistantes conservam as proporções entre as distâncias 
na superfície amostrada, em determinadas direções. São as projeções que 
não apresentam deformações lineares. A mais comum é a projeção cilíndrica 
equidistante, onde os meridianos e paralelos são linhas retas que se cortam em 
ângulos retos (Figura 2.12) (CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). 
São empregadas para mapas de rádio ou sismologia e também para a navegação 
(QGIS, 2016). Alguns exemplos são as projeções cônica equidistante, cilíndrica 
equidistante e azimutal equidistante.
Fonte: QGIS (2016).
Figura 2.12 - Projeção cilíndrica equidistante de Plate Carree.
A projeção equivalente ou isométrica é aquela que conserva a área, porém há 
deformação dos ângulos (Figura 2.13). São consideradas as mais adequadas para trabalhar 
em ambiente SIGs (sistemas de informações geográficas). Projeções cilíndricas, cônicas 
e azimutais podem ser equivalentes ou isométricas. Alguns exemplos são as de Alber, de 
Lambert e de Mollweide (CÂMARA et al., 2001; QGIS, 2016). 
T2
46 Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: QGIS (2016).
Figura 2.13 - Projeção cilíndrica equivalente de Mollweide. Os paralelos são linhas retas e 
os meridianos curvas. Na maioria dos atlas atuais os mapas múndi seguem essa projeção.
As projeções conformes ou isogonais mantêm os ângulos ou as formas de pequenos 
objetos, sendo utilizadas quando é importante que haja a preservação das relações 
angulares (Figura 2.14). Projeções cônicas, cilíndricas e azimutais também podem ser 
conformes ou isogonais. São utilizadas para tarefas de navegação ou meteorologia. A 
projeção de Mercator e a projeção cônica conforme Lambert são exemplos desse tipo 
de projeção (CÂMARA et al., 2001; QGIS, 2016).
Fonte: QGIS (2016).
Figura 2.14 - A Projeção de Mercator é uma projeção cilíndrica conforme. Mantém os 
ângulos, mas não respeita as proporções reais, aumentando o Hemisfério Norte.
Uma das projeções mais empregadas é a projeção Universal Transversa de Mercator 
(UTM), onde a superfície de projeção é um cilindro transverso e a projeção é conforme. 
Sendo assim, os meridianos e paralelos não são linhas retas, com exceção do meridiano 
de tangência e do Equador. Esse sistema divide o globo terrestre em 60 fusos, de 6º 
em 6º de longitude (Figura 2.15) (IBGE, 1998). Devido à sua extensão, o Brasil possui oito 
fusos (do 18, a oeste, ao 25 a leste) (Figura 2.16).
T2
47Noções de escala e projeções cartográficas
O mapeamento sistemático do Brasil nas escalas 1:500.000 e maiores é realizado 
na projeção UTM (IBGE, 1998). Já as cartas na escala 1:1.000.000 são representadas na 
projeção cônica conforme de Lambert, com dois paralelos padrão (PARANHOS FILHO 
et al., 2016).
Fonte: Cartografia Escolar.
Fonte: Loch (2006).
Figura 2.15 - Zonas UTM que dividem o globo terrestre.
Figura 2.16 - O Brasil é dividido em oito zonas (fusos) UTM.
O sistema UTM somente pode ser empregado se a área de estudo está dentro de 
um único fuso ou se a área de estudo se prolonga até 30’ sobre os fusos adjacentes 
(55 km no Equador). Por exemplo, para trabalhar com áreas que se encontram em dois 
os mais fusos, sugere-se trabalhar com mapeamentos distintos (caso a área seja muito 
grande), extrapolar o fuso em até 30’ tentando abranger toda a área, ou então adotar 
outro sistema de projeção que possibilite trabalhar com grandes áreas (HOLLER, 2009).
No caso do Estado de Mato Grosso do Sul, por exemplo, ao se fazer sua representação 
T2
48 Noções de escala e projeções cartográficas
em um mapa não se pode aplicar o sistema de projeção UTM, pois o mesmo se encontra 
em dois fusos: o fuso 21 e o fuso 22.
Já nas projeções afiláticas, o comprimento, área e ângulos não são conservados 
(CÂMARA et al., 2001). A projeção de Robinson é um exemplo de projeção afilática, 
sendo utilizada nos livros atuais para a representação do globo terrestre (Figura 2.17).
Fonte: IBGE (2016).
Figura 2.17 - Globo terrestre representado na Projeção de Robinson.
A projeção policônica é um exemplo, sendo muito utilizada pelo US Geological 
Survey (Serviço Geológico dos Estados Unidos). Sua superfície de representação 
é formada por diversos cones e possui pequena deformação próxima ao centro do 
sistema, aumentando conforme se aproxima da periferia. Sua utilização é apropriada 
para representar países ou regiões com extensão predominantemente norte-sul e 
reduzida extensão leste-oeste (IBGE, 1998).
Existem vários outros sistemas de projeções, como a projeção interrompida de Goode, 
a qual é diferente das demais projeções e cuja finalidade principal é valorizar as áreas 
continentais, tanto sua forma quanto sua área (Figura 2.18). Apresenta a desvantagem 
de não possibilitar a medida de distâncias intercontinentais e de não representar áreas 
oceânicas e polares (CÂMARA et al., 2001; PENA, 2016).
T2
49Noções de escala e projeções cartográficas
De uma maneira resumida, apresentam-se na Tabela 2.8 os mais importantes 
sistemas de projeções cartográficas. 
Fonte: PENA (2016).
Figura 2.18 - Projeção interrompida de Goode.
Tabela 2.8 - Principais projeções, suas classificações, aplicações e características. 
Albers Cônica Equivalente
Mapeamentos temáticos 
e de áreas com extensão 
predominante leste-oeste.
Preserva área. Substitui com 
vantagens todas as outras 
cônicas equivalentes.
Bipolar Oblíqua Cônica Conforme
Indicada para base 
cartográfica confiável dos 
continentes americanos.
Preserva ângulos. Usa dois 
cones oblíquos.
Cilíndrica 
Equidistante Cilíndrica Equidistante
Mapas Múndi e mapas 
em pequenas escalas. 
Trabalhos computacionais
Altera área e ângulos.
Gauss-Krüger Cilíndrica Conforme Cartas topográficas antigas.
Altera a área, porém as 
distorções não ultrapassam 
0,5%. Preservam os ângulos.
Projeção Classificação Aplicações Características
Estereográfica 
Polar Azimutal Conforme
Mapeamento das regiões 
polares, da Lua, Marte e 
Mercúrio.
Preserva ângulos e tem 
distorções de escala.
Lambert Cônica Conforme
Mapas temáticos, 
políticos. Cartas militares e 
aeronáuticas.
Preserva ângulos.
Lambert Million Cônica Conforme Cartas ao Milionésimo. Preserva ângulos
Mercator Cilíndrica Conforme
Cartas náuticas. Mapas 
geológicos, magnéticos e 
Múndi.
Preserva ângulos
Miller Cilíndrica Mapas Múndi e mapas em escalas pequenas. Altera área e ângulos.
Policônica Cônica Mapeamento temático em escalas pequenas. Altera área e ângulos.
UTM Cilíndrica
Mapeamento básico em 
escalas médias e grandes. 
Cartas topográficas.
Preserva ângulos. Altera a 
área, porém as distorções não 
ultrapassam 0,5%.
Fonte: Adaptado de Câmara et al. (2001).
T2
50 Noções de escala e projeções cartográficas
Decreto nº 89.817, de 1984 
No Decreto nº 89.817, de 1984, são disponibilizadas as normas técnicas para elaboração 
de material cartográfico. Dispõe dos principais pontos que devem ser analisados quando 
se está fazendo um mapa, carta ou planta: erro de graficismo, principais elementos que 
devem ser apresentados em um mapa (escalas, projeção),referencial que deve ser 
utilizado no levantamento.
Decreto nº 89.817, de 1984. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1980-1989/D89817.htm>. Acesso em 30 de março de 2016.
Geografia (Escalas) 
Em um episódio do Programa Eureca da TV Educativa, a Professora Eliane G. O. Dias 
apresenta um resumo sobre os principais conceitos relacionados à escala. Apesar de ser 
um vídeo sobre preparação para o vestibular, a temática dos episódios é muito relevante, 
visto que a professora, através de linguagem simplificada e de fácil entendimento, trata 
dos principais conceitos relacionados à escala, como sua definição e os tipos de escala.
A evolução da Cartografia. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=VhoDiOveDNU>. Acesso em 30 de março de 2016. 
Tempo: 16 minutos.
Projeções Cartográficas
Em um episódio do Programa Eureca da TV Educativa, a Professora Eliane G. O. 
Dias apresenta um resumo sobre os principais conceitos relacionados à Cartografia 
e também aos sistemas de projeções cartográficas. São indicados os motivos pelos 
quais tais sistemas são necessários para a representação de mapas.
Projeções Cartográficas. Programa Eureca. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=YJ9NW7nnloU>. Acesso em 30 de março de 2016. 
Tempo: 11:17 minutos
Noções Básicas de Cartografia – Elementos de Representação
De acordo com o IBGE (1998), quando se produz cartas e mapas, é necessário 
associar os elementos representáveis a símbolos e convenções. Tais convenções 
abrangem símbolos que representam as feições e objetos do terreno, 
proporcionalmente à sua importância sob o ponto de vista das aplicações da 
ACOMPANHE NA WEB
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51Noções de escala e projeções cartográficas
carta. Sendo assim, na página disponibilizada pelo IBGE são apresentados os 
símbolos utilizados nas cartas e mapas. Você irá identificar como elementos da 
hidrografia, da vegetação, das unidades político-administrativas e localidades são 
representados nas cartas.
Noções Básicas de Cartografia – Elementos de Representação. Disponível 
em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/
elementos_representacao.html>. Acesso em 30 de março de 2016.
PEC, o que é e como aplicar (partes 1 e 2)
Na publicação feita por Laurent Martin (agrônomo e mestre em Sensoriamento 
Remoto Aplicado no Reino Unido) apresenta-se uma discussão sobre o Padrão 
de Exatidão Cartográfica (PEC), estabelecido no Decreto nº 89.817/1984. O autor 
apresenta as modificações ocorridas nos valores toleráveis devido à criação do 
Padrão de Exatidão Cartográfica dos Produtos Cartográficos Digitais (PEC-PDC).
PEC, o que é e como aplicar (partes 1 e 2). Engesat. Disponível em: <http://coral.
ufsm.br/cartografia/index.php?option=com_content&view=article&id=42&Item
id=38>. Acesso em 02 de abril de 2016.
Exercício – Padrão de Exatidão Cartográfica
Para quem está começando a trabalhar com Geoprocessamento, uma dica é visitar 
a Biblioteca Digital dos Simpósios Brasileiros de Sensoriamento Remoto. Nesse site 
estão disponibilizados os trabalhos publicados em todos os SBSR já realizados. 
Assim, você terá noção de alguns trabalhos que podem ser feitos utilizando o 
Geoprocessamento.
Biblioteca Digital – SBSR. Disponível em: <http://aquarius.ime.eb.br/~ivanildo/
prodcart/Qualidade_exercicio_pec_gabarito>. Acesso em 02 de abril de 2016.
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas 
questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e 
atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
Para a representação de porções da superfície terrestre em mapas devem ser 
AGORA É A SUA VEZ
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52 Noções de escala e projeções cartográficas
levados em consideração diversos fatores fundamentais, como escala e sistema 
de projeção cartográfica. Sendo assim, conceitue a escala, indicando quais são os 
tipos de escala que podem ser utilizados. Por que ela é importante?
Questão 2
Assinale V para verdadeiro ou F para falso, de acordo com os conceitos apresentados 
neste tema:
( ) A escala empregada no trabalho não interfere no nível de detalhe que poderá 
ser visualizado no mapa.
( ) O menor objeto que pode ser representado em um desenho possui o tamanho 
de 0,2 mm.
( ) Todos os sistemas de projeções geram algum tipo de deformação na 
representação.
( ) Para trabalhos em ambiente SIG, a projeção cartográfica mais adequada é a 
projeção equivalente ou isométrica.
( ) As projeções afiláticas conservam o comprimento, área e ângulos dos objetos 
que são representados.
Assinale a alternativa correta que corresponde ao preenchimento das lacunas 
acima:
a) V, V, F, V e F
b) V, F, F, V e F
c) V, F, F, V e V
d) F, V, V, V e F
e) F, V, F, F e V.
Questão 3
Em relação à definição de mapas e cartas pode-se afirmar que:
I. A escala é um dos elementos obrigatórios em um mapa.
II. Nas escalas, maiores denominadores indicam maior riqueza de detalhes. 
Enquanto menores denominadores indicam nível de detalhamento menor.
III. Os sistemas de projeções cartográficas levam em consideração a superfície 
geoidal para fazer a correspondência entre coordenadas geográficas e coordenadas 
planas.
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53Noções de escala e projeções cartográficas
IV. As projeções que levam em consideração o tipo de superfície de projeção 
adotadas são as projeções cilíndricas, planas ou azimutais e cônicas.
Está(ão) correto(s), apenas, o(s) item(s):
a) I.
b) II
c) II e III
d) I e IV
e) Todas estão corretas.
Questão 4
Indique qual a menor dimensão real de um elemento natural ou artificial 
representável nas seguintes escalas:
1:25.000
1:50.000
1:250.000
Questão 5
Qual a escala de uma carta na qual uma estrada de 1600 m reais é representada 
por 64 cm?
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54 Noções de escala e projeções cartográficas
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55Noções de escala e projeções cartográficas
Neste tema você aprendeu sobre os conceitos e sobre a importância da definição 
da escala e do sistema de projeção cartográfica utilizados na elaboração dos mapas. 
É de fundamental importância que você não se esqueça de que, de acordo com o 
Decreto-Lei 89.817/1984, tais informações são de presença obrigatória nos mapas, 
cartas e plantas. Ressalta-se que a escala é a proporção entre o que se deseja representar 
(realidade) e a própria representação e que existem dois tipos de escala, a numérica e a 
gráfica. Existem vários tipos de projeções que podem ser utilizados, mas nenhuma deles 
representa a superfície terrestre sem deformações, sendo que a finalidade do mapa será 
um dos fatores que irá contribuir para a escolha da projeção mais adequada.
FINALIZANDO
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56 Noções de escala e projeções cartográficas
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57Noções de escala e projeções cartográficas
BRASIL. Decreto nº 89.817, de 20 de Junho de 1984. Normas técnicas da cartografia 
nacional. Diário Oficial da Presidência da República. Secretaria de Planejamento 
da Presidência da Repúbica – SEPLAN/PR. Disponível em <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D89817.htm>. Acesso em: 17 mar. 2016.
BRASIL. Decreto Nº 5.334, de 6 de janeiro de 2005. Dá nova redação ao art. 21 e 
revoga o art. 22 do Decreto Nº 89.817 de 20 de Junho de 1984. Normas técnicas 
da cartografia nacional. Diário Oficial da Presidência da República. Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão – MP. Disponível em <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5334.htm>. Acesso em: 17 mar. 2016.
CÂMARA, Gilberto; DAVIS, Clodoveu; MONTEIRO, Antônio Miguel Vieira. 
Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos, Instituto Nacional 
de Pesquisas Espaciais – INPE. 2001. Disponível em <http://mtc-m12.sid.inpe.br/
col/sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf>. Acesso em: 17 mar. 
2016.
CARTOGRAFIA ESCOLAR. A cartografia da sala de aula. Disponível em <https://
cartografiaescolar.wordpress.com/coordenada-utm/>. Acesso em Acesso em: 22 
mar. 2016.
CARVALHO, Edilson Alves de; ARAÚJO, Paulo César de. Escala. Leituras cartográficas

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