Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

U
N
O
PA
R
C
A
RTO
G
RA
FIA
 E G
EO
PRO
C
ESSA
M
EN
TO
 A
M
B
IEN
TA
L
Cartografi a e 
Geoprocessamento 
Ambiental
Camila Leonardo Mioto
Cartografia e 
geoprocessamento 
ambiental
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Mioto, Camila Leonardo 
 
 ISBN 978-85-8482-628-5
 1. Cartografia. I. Título.
 CDD 526 
Leonardo Mioto. – Londrina : Editora e Distribuidora 
Educacional S.A., 2017.
 160 p.
M669c Cartografia e geoprocessamento ambiental / Camila 
© 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Tema 1 | Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
Tema 2 | Noções de escala e projeções cartográficas
Tema 3 | Sistema de informação geográfica
Tema 4 | Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento 
Remoto
Tema 5 | Dados ambientais e geoprocessamento
Tema 6 | Estudos de caso
7
33
61
87
111
135
Sumário
Convite à leitura
Neste tema você irá aprender sobre o Geoprocessamento, ou Geotecnologias, 
ciência relacionada às técnicas de coleta, processamento e análise de dados ambientais 
e espaciais. Entre as geotecnologias destacam-se os Sistema de Posicionamento 
Global, Sensoriamento Remoto, Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), sendo 
enfatizada neste tema a área da Cartografia, a qual está diretamente relacionada 
à elaboração de mapas. Os principais conceitos relacionados a essa ciência serão 
apresentados, assim como informações relacionadas ao seu histórico, desde os 
primeiros mapas reconhecidos, até os dias atuais com sua modernização. A leitura 
desse tema irá possibilitar o maior entendimento sobre o Geoprocessamento/
Geotecnologias com aprofundamento sobre a Cartografia, de modo a fazer você 
entender que atualmente tais ciências estão sendo empregadas nas mais diversas 
áreas, não somente na parte ambiental, mas também em estudos relacionados à 
saúde, saneamento, transporte, planejamento urbano, entre outros. Isso ocorre 
principalmente pelo fato das Geotecnologias trazerem como resultado os mapas, 
que facilitam a visualização e interpretação das informações de modo mais intuitivo.
Tema 1
Introdução ao 
geoprocessamento – 
conceitos de cartografia
Geoprocessamento 
Geoprocessamento, também conhecido como Geotecnologias, é o conjunto 
de técnicas relacionadas a coleta, processamento e análise de dados espaciais 
ou informações geográficas (PARANHOS FILHO et al., 2016). Ou seja, podemos 
compreender também pela conceituação feita por Rosa (2005) que são as tecnologias 
utilizadas para gerar, processar e analisar informações que possuam referência 
geográfica. Essa ciência tem influenciado diversas áreas, como a Cartografia, Análise 
de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Planejamento Urbano, Segurança 
Pública, entre outros (CÂMARA et al., 2001). 
Dentre outras utilizações, está seu emprego principalmente na caracterização 
da área de estudo, como por exemplo, através da demarcação dos seus limites, 
da identificação do seu uso do solo, da verificação das áreas de preservação 
permanente e de reserva legal presentes na área. 
Câmara et al. (2001) diz que “Se onde é importante para seu negócio, então 
Geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho”. Nesse sentido, toda vez que 
o “onde” aparece, dentre as problemáticas que precisam ser resolvidos por um 
sistema informatizado, haverá oportunidade para considerar a utilização de um 
SIG (Sistema de Informação Geográfica), ressaltando que o SIG são ferramentas 
computacionais para geoprocessamento.
O Geoprocessamento pode ser dividido em três linhas gerais (PARANHOS 
FILHO et al., 2016):
• Cartografia: área do Geoprocessamento relacionada à elaboração de 
mapas e de cartas. De modo digital ou não, podendo ser cadastral, temática 
ou de outras áreas relacionadas com a topografia e agrimensura.
POR DENTRO DO TEMA
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
8
• Sensoriamento Remoto: a mais importante forma de obtenção de dados 
ambientais. É a obtenção de imagens ou dados de um objeto sem contato 
direto entre o mesmo e o sensor de amostragem. Envolve imagens de 
satélite e de radar, assim como fotografias aéreas, digitais ou não. 
• SIG – Sistemas de Informações Geográficas: são sistemas que envolvem 
hardware (computador), software (programas), dados geográficos e pessoal 
qualificado para capturar, armazenar, manipular e analisar informações 
referenciadas geograficamente. Representam uma importante ferramenta 
para análises ambientais.
Dentro do Geoprocessamento, a Cartografia desempenha papel fundamental, 
pois os mapas são os principais meios de divulgação dos resultados, tornando 
a visualização e interpretação das informações mais rápidas e intuitivas (TIMBÓ, 
2001). Sendo assim, neste capítulo serão discutidos os principais conceitos 
relacionados à Cartografia. As outras áreas que compõem o Geoprocessamento, 
ou as Geotecnologias, serão discutidas nos próximos capítulos.
Cartografia
O histórico da Cartografia confunde-se com a história da humanidade. O 
homem sempre apresentou necessidade de identificar recursos, encontrar abrigos 
e alimentos e demarcar seu território, registrando sua movimentação. Nesse 
sentido, os mapas remetem à primeira forma de expressão utilizada, surgindo 
antes mesmo da escrita (IBGE, 2016 a).
O mapa citado como o mais antigo do mundo é o mapa de Ga-Sur, fabricado 
por volta de 2.500 a.C. pelos povos babilônicos (Figura 1.1). Produzido em um bloco 
de argila cozida, tal mapa retratava o vale de um rio, provavelmente o Eufrates, na 
antiga Mesopotâmia (IBGE, 2016 b).
Fonte: Geo Guia (2010).
Figura 1.1. Mapa de Ga-Sur datado em 2.500 a.C. 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
9
Entretanto, pesquisas recentes trazem o mapa da cidade de Catal Hyük, na 
região turca da Anatólia, como o mapa mais antigo, datado de 6.200 a.C. (Figuras 
1.2 e 1.3) (ÇATALHÖYÜK, 2016).
Fonte: Çatalhöyük (2016).
Figura 1.2. Mapa da cidade de Catal Hyük, na Anatólia, que hoje é a Turquia, de 6.200 a.C. 
Fonte: Mendonça (2007); Çatalhöyük (2016).
Figura 1.3. O mapa representava uma habitação denominada de “colméia” e um vulcão em 
erupção, o Hasan Dag.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU, 1949), a Cartografia é 
mais do que uma ferramenta básica no desenvolvimento econômico, mostrando-
se a primeira ferramenta que deve ser usada antes de outras ferramentas serem 
empregadas no trabalho.
A primeira vez em que a palavra Cartografia foi utilizada foi em 1839, pelo 
Visconde de Santarém Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo 
Leitão, com a concepção original relacionada à ideia do traçado de mapas (IBGE, 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
10
1998; 2016 c).
Em 1966, a Associação Cartográfica Nacional (ACI) definiu a Cartografia como 
a arte, ciência e tecnologia de fazer e usar mapas:
“A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e 
operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por 
base os resultados de observações diretas ou da análise de 
documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas 
e outras formas de expressão ou representação de objetos, 
elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, 
bem como a sua utilização” (IBGE, 1998).
Nesse sentido, a Cartografia envolve diversos pontos, partindo da coleta de 
dados, estudos, análises, representações defenômenos e ambientes de diferentes 
campos científicos relacionados à superfície terrestre (IBGE, 1998). De uma forma 
resumida, a Cartografia é a ciência de representar a superfície terrestre em um 
mapa, sendo assim uma simplificação da realidade.
As representações cartográficas são divididas em: mapa, carta e planta (IBGE, 
1998). De acordo com o IBGE:
“Mapa é a representação no plano, normalmente em escala 
pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e 
artificiais de uma área tomada na superfície de uma Figura 
planetária, delimitada por elementos físicos, político 
administrativos, destinada aos mais variados usos, temáticos, 
culturais e ilustrativos.” (IBGE, 1998).
Dentre as características dos mapas destacam-se a representação plana, 
pequenas escalas (grandes áreas), delimitação de acidentes naturais (bacias 
hidrográficas, planaltos), podendo ser utilizados para fins temáticos, culturais e em 
análises qualitativas ou quantitativas (IBGE, 1998). 
Já as cartas são utilizadas para representações em escala média ou grande e 
definida pelo IBGE (1998) como:
“A representação no plano, em escala média ou grande, dos 
aspectos artificiais e naturais de uma área tomada de uma 
superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
11
linhas convencionais - paralelos e meridianos - com a finalidade 
de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão 
compatível com a escala.” (IBGE, 1998).
Quando a representação se restringe a escalas muito grandes, utilizam-se as 
plantas, que são tipos especiais de cartas. Segundo o IBGE (1998):
De uma maneira resumida, tem-se que principal diferença entre mapa, carta 
e planta está relacionada à escala que cada um deles suporta. Mas afinal, o que é 
escala?
Escala apresenta a relação entre a representação e a realidade, ou seja, para 
a representação da realidade do mapa é necessário o estabelecimento de uma 
correspondência entre as dimensões reais dos objetos ou lugares representados e 
as do papel (SENE, 2013). É definida de acordo com a Equação 1.1:
Onde, “d” significa a distância no desenho e “D” a distância no terreno. 
Geralmente são apresentadas na forma de proporção, como 1:1.000, 1:250.000. 
Escalas maiores possuem denominadores menores, porém representam áreas 
menores com maior riqueza de detalhes. Escalas com denominadores maiores 
representam grandes extensões, porém com nível de detalhamento menor. O 
conceito de escala será abordado detalhadamente no próximo tema.
Os elementos que compõem o espaço geográfico são representados nos 
mapas através de pontos, linhas, cores, texturas e textos – são os símbolos próprios 
da Cartografia (SENE, 2013). De acordo com o IBGE (1998), as convenções 
cartográficas abrangem símbolos que representam de modo mais expressivo o 
local e o objeto. 
Os sistemas de coordenadas são fundamentais em um mapa, pois é através deles 
que se torna possível descrever a posição de um objeto no globo. Esses sistemas 
podem ser estabelecidos de diversas maneiras (IBGE, 2011). Com o objetivo de 
“Carta que representa uma área de extensão suficientemente 
restrita para que a sua curvatura não precise ser levada em 
consideração, e que, em consequência, a escala possa ser 
considerada constante.” (IBGE, 1998).
E = d
D
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
12
facilitar o cálculo das coordenadas da superfície terrestre, foram adotadas algumas 
superfícies matemáticas simples: o geoide e o elipsoide (Figura 1.4). 
Fonte: Adaptado de Paranhos Filho et al. (2016)
Figura 1.4. As três superfícies que devem ser levadas em consideração na hora de construir 
um mapa: geoide, elipsoide e superfície terrestre. 
O geoide foi proposto por Carl Friedrich Gauss e representa a superfície que 
leva em consideração a gravidade e a rotação da Terra. Pode-se considerar que o 
mesmo é a extensão do nível médio dos mares através dos continentes, sendo a 
superfície de referência para os levantamentos geodésicos (PARANHOS FILHO et 
al., 2016). 
Já o elipsoide é a superfície de referência empregada nos cálculos que fornecem 
subsídios para a elaboração de uma representação cartográfica. O elipsoide é a 
forma que mais se aproxima da forma real da Terra (IBGE, 1998; PARANHOS FILHO 
et al., 2016).
Levando em consideração o modelo esférico da Terra, têm-se as coordenadas 
geográficas, as quais se baseiam na divisão imaginária da Terra em linhas horizontais 
e verticais. Se as coordenadas são apresentadas em um modelo elipsoidal, ou 
seja, levam em consideração o elipsoide como referência, são denominadas de 
coordenadas geodésicas. Entretanto, se as coordenadas são apresentadas em 
uma superfície plana são denominadas de acordo com a projeção as quais estão 
associadas, como as coordenadas planas UTM (IBGE, 2011). 
Em relação às coordenadas geográficas tem-se a latitude e a longitude. A 
latitude divide o globo horizontalmente, sendo a distância em graus de qualquer 
ponto da superfície terrestre até a Linha do Equador. Os planos de referência de 
latitude também são denominados de paralelos. Apresentam o valor de 0º na Linha 
do Equador e 90º nos polos, sendo positivo no Hemisfério Norte e negativo no 
Hemisfério Sul (CARVALHO e ARAÚJO, 2008; SENE, 2013; PARANHOS FILHO et 
al., 2016).
Já a longitude divide o globo verticalmente, sendo a distância em graus de 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
13
qualquer ponto do globo até o Meridiano de Greenwich. Seus planos de referência 
são chamados de meridianos. Seus valores variam de 0 até 180º para leste (valores 
positivos) e de 0 a 180º para oeste (valores negativos) (CARVALHO e ARAÚJO, 
2008; SENE, 2013; PARANHOS FILHO et al., 2016).
Tal sistema de coordenadas pode ser escrito na forma de graus, minutos e 
segundos, como Latitude (ϕ)= 16º15’00”S e Longitude(λ)= 46o15’00”W.Gr. Ou, 
então, em graus decimais, como Latitude (ϕ)= -10,309S e Longitude(λ)= -35,76W. 
Na Figura 1.5 tem-se a divisão do globo terrestre em latitude e longitude.
Figura 1.5. As coordenadas geográficas são determinadas através da latitude e longitude. 
Fonte: Adaptado de NASCIMENTO (2014).
O sistema de coordenadas planas mais utilizado é o sistema de UTM (Universal 
Transversa de Mercator), sendo baseado no plano cartesiano (eixo X, Y) e que utiliza 
o metro (m) como a unidade para medir de distâncias e localizar a posição de um 
objeto. Esse sistema não acompanha a curvatura da Terra e seus fusos indicam em 
qual parte do globo as coordenadas obtidas se aplicam (SILVA et al., 2013).
No sistema UTM, o globo é dividido em 60 fusos, onde cada fuso se estende 6º 
de longitude e 4º de latitude. São numerados de um (1) a 60, iniciando no fuso 180º 
a 174º W Greenwich e continuando para leste (IBGE, 1998). Para definir a latitude, 
estabeleceu-se o valor de 10 milhões de metros para o Equador, sendo que os 
valores aumentam no sentido norte e diminuem para sul. 
Já para a obtenção da longitude, determinou-se o valor de 500 mil metros para 
cada meridiano central (MC), com os valores crescendo para leste e diminuindo 
para oeste (Figuras 1.6 e 1.7). Devido à sua extensão, o Brasil possui oito fusos (do 
18, a oeste, ao 25 a leste).
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
14
Fonte: Laboratório de Cartografia – UFSM.
Figura 1.6. Sistema UTM. 
Fonte: Cartografia Escolar.
Figura 1.7. Zonas UTM que dividem o globo terrestre. 
Além das coordenadas, para complementar a localização de um ponto, ou 
seja, para identificar com maior precisão um local na superfície terrestre, pode-se 
utilizar uma informação a mais: o nível do mar (altitude).
Outro ponto que deve ser aqui discutido e de fundamental importância 
dentro da Cartografia é o conceito de datum. É caracterizado como sendo uma 
superfície de referência posicionada em relação ao planeta. Existem dois tipos de 
, o planimétrico (horizontal) e o altimétrico (ou vertical).
Introduçãoao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
15
O datum planimétrico é a origem para o sistema de coordenadas (latitude 
e longitude) e refere-se ao modo como o geoide e o elipsoide se relacionam 
espacialmente (PARANHOS FILHO et al., 2016). 
No Brasil foram empregados vários planimétricos, como o Córrego Alegre 
e o SAD69, sendo o último utilizado como referencial na maioria do material 
cartográfico produzido no Brasil. Atualmente, de acordo com o Decreto nº 
5.334/2005 (BRASIL, 2005), o datum planimétrico que deve ser empregado nos 
trabalhos cartográficos é o Sirgas 2000.
Como origem e referência das altitudes (em relação ao nível do mar) tem-se o 
datum altimétrico ou datum vertical que se refere à superfície de referência usada 
para definir as altitudes de pontos da superfície terrestre, sendo considerado a 
continuação do nível médio dos mares em relação ao continente.
Para o território brasileiro utiliza-se o datum altimétrico de Imbituba – Santa 
Catarina, com exceção do Estado do Amapá, o qual utiliza o Porto de Santana 
(IBGE, 1998). 
É de fundamental importância o conhecimento de que a produção de mapas 
não é realizada de modo aleatório. Devem ser levadas em considerações as 
exigências estabelecidas no Decreto Lei nº 89.817/1984 e Decreto nº 5.334/2005 
(BRASIL, 1984; 2005), os quais regulam as normas técnicas da cartografia nacional 
e estabelecem as normas que devem ser observadas por todas as entidades que 
produzam e utilizam serviços cartográficos. 
Além disso, tais decretos apresentam os elementos obrigatórios de uma carta, 
classificam as cartas quanto à sua exatidão (Padrão de Exatidão Cartográfica – PEC) 
e também estabelecem quais os datuns que devem ser empregados na elaboração 
de mapas, cartas e plantas. 
Na Figura 1.6 tem-se um exemplo de como os mapas devem ser apresentados 
e os itens obrigatórios que os mesmos devem conter.
Fonte: Matos Filho et al. (2005).
Figura 1.6. Os elementos obrigatórios que um mapa deve apresentar são: título (se necessário 
subtítulo – ponto 1), norte ou indicação de orientação (ponto 2), escala (numérica, gráfica 
– ponto 3), sistemas de coordenadas (ponto 4), legenda, fonte. 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
16
Em relação aos tipos de produtos cartográficos, têm-se dois tipos: os mapas 
topográficos e os mapas temáticos. 
O produto cartográfico pode ser classificado quanto a natureza da sua 
representação em mapas gerais (cadastral, topográfico ou geográfico), temáticos 
(fenômenos representativos) e especiais (aeronáutica, náutica, por exemplo.
Nos mapas topográficos busca-se representar a superfície terrestre de forma 
mais fiel possível, representando os acidentes naturais e artificiais, informações 
altimétricas (altitude) e elementos planimétricos (TAVARES, 2011).
Nos mapas temáticos a relação entre a representação e a realidade é mais 
precisa, pois é feita em escala média ou grande (SENE, 2013). São utilizados 
para representar fenômenos combinados ou particularizados, sintéticos ou de 
correlação. Alguns exemplos são os mapas geológicos e de uso e ocupação do 
solo (TAVARES, 2011).
Os mapas e as cartas topográficas resultam de levantamentos sistemáticos, 
realizados por órgãos como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 
do governo federal, entre outros, e também por empresas privadas (SENE, 2013). 
Uma carta topográfica (Figuras 1.7 e 1.8) apresenta os objetos da superfície de 
modo mais detalhado, o que possibilita a identificação da posição planimétrica 
(fenômenos geográficos representados no plano, como cidades, matas, corpos 
hídricos) e da posição altimétrica (representação vertical, como a altitude do 
relevo) (SENE, 2013).
Fonte: IBGE (1984).
Figura 1.7. Parte da carta topográfica da Região Sudeste do Brasil, na escala de 1:50.000. 
Nas cartas são apresentados dois sistemas de coordenadas – UTM (metros) e geográficas 
(graus, minutos e segundos). 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
17
Fonte: baseada em Philippi et al. (1999).
Figura 1.8. Parte da carta topográfica da Região da Região Centro-Oeste, na escala de 
1:25.000. O site do IBGE disponibiliza cartas topográficas de diversas áreas do Brasil e em 
diversas escalas.
Os mapas topográficos são utilizados como base para a construção dos mapas 
temáticos, que por sua vez possuem informações referentes a um determinado fenômeno 
ou tema do espaço geográfico. Podem ser informações naturais, como geologia, solo, 
relevo; ou sociais, como população, urbanização, agricultura (SENE, 2013). 
São fundamentais por facilitar as ações planejadas pelo governo e outras 
entidades, pois auxilia na compreensão da organização de fenômenos que 
compõem e estruturam o espaço geográfico, como na organização de sistemas 
de transporte, produção agrícola, entre tantos outros (SENE, 2013).
Exemplos de mapas temáticos são apresentados nas Figuras 1.9 a 1.11. 
Fonte: Coutinho (2005).
Figura 1.9. Mapa temático do Estado de Mato Grosso, demonstrando a vegetação e o uso 
da terra no ano de 1999. 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
18
Fonte: IBGE (2000).
Figura 1.10. Mapa temático apresentando os domicílios com abastecimento de água por 
rede geral do ano de 2000. 
Fonte: Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo (2011).
Figura 1.11. Mapa temático apresentando a distribuição dos serviços de oncologia nas 
regiões de saúde do Estado de São Paulo. 
O mapeamento do globo terrestre até o início do século XX era realizado a 
partir de metodologias e referencias distintas. A padronização da representação 
das cartas foi proposta por Albrecht Penck, em um Congresso Internacional de 
Londres, no ano de 1909, chamado de Plano de Mapeamento Mundial, o qual tinha 
como objetivo padronizar a Carta Internacional ao Milionésimo (CIM) (DUARTE, 
2014; SEED, 2016). De acordo com o IBGE (1998):
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
19
“Fornece subsídios para a execução de estudos e análises de 
aspectos gerais e estratégicos, no nível continental.” (IBGE, 
1998).
A distribuição das folhas ao Milionésimo resultou da divisão do globo terrestre 
em 60 fusos de 6º de amplitude no sentido Oeste-Leste e cada um desses foi 
dividido a partir da Linha do Equador em 21 zonas de 4º de amplitude para o Norte 
e para o Sul, sendo que cada carta está na escala 1:1.000.000.
A divisão dos fusos para a representação das cartas é semelhante à adotada 
no sistema de coordenadas UTM. A representação CIM serviu de base para o 
estabelecimento das especificações de tal sistema de coordenadas (IBGE, 1998).
A nomenclatura das folhas ao Milionésimo é composta por um conjunto de três 
caracteres, sendo (IBGE, 1998):
1. Letra N ou S – indica se a folha está ao Norte ou ao Sul da Linha do Equador;
2. Letras A a U – informa em qual zona de 4º de latitude, a partir do Equador, 
está localizada a carta;
3. Número de 1 a 60 – descreve a qual fuso pertence a carta.
Esta nomenclatura aplica-se na denominação de todas as folhas de cartas 
do mapeamento sistemático, nas escalas de 1:1.000.000 a 1:25.000. Cartas 
produzidas em escalas maiores que 1:25.000 ainda não apresentam normas que 
legaliza sua nomenclatura (IBGE, 1998). A Figura 1.12 e a Tabela 1.1 apresentam esta 
nomenclatura.
Fonte: IBGE (1998); PARANHOS FILHO et al. (2016).
Figura 1.12. Cartas ao Milionésimo no Brasil.
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
20
Fonte: IBGE (1998); PARANHOS FILHO et al. (2016)
Tabela 1.1. Cartas ao Milionésimo no Brasil. As cartas na escala de 1:1.000.000 são 
identificadas com a letra do hemisfério e o número do fuso. 
Como no exemplo, tem-se a carta SD 21. Essa carta pode ser subdividida em 
quatro folhas na escala de 1:500.000 indicadas pelas letras V, X, Y e Z – exemplo SD 
21-V (marcada pelo retângulo vermelho). De maneira análoga, a carta 1:500.000 
pode ser subdivida em outras quatro cartas na escala de 1:250.000, nominadas por 
A, B,C e D – exemplo SD 21-V-A. 
Cartas produzidas na escala 1:250.000 são divididas em seis cartas na 
escala 1:100.000, sendo chamadas de I, II, III, IV, V e VI – exemplo SD 21-V-A-I. 
Consequentemente, as cartas 1:100.000 geram quatro cartas na escala 1:50.000, 
designadas de 1, 2, 3 e 4 – exemplo SD 21-V-A-I-2. E por fim, as cartas 1:50.000 
são subdividas em quatro cartas em 1:25.000, intituladas em NO, NE, SO e SE – 
exemplo SD 21-V-A-I-2-SE.
Desse modo, tendo-se a nomenclatura da carta é possível identificar em qual 
fuso a mesma se encontra e também em qual escala foi produzida. Do mesmo 
modo, tendo-se a coordenada do ponto e a escala, é possível reconhecer em qual 
carta o ponto de encontra.
Anteriormente, a maioria dos mapas era disponibilizada somente em papel, 
os quais muitas vezes acabavam se desgastando, tornando difícil sua utilização. 
Nos dias atuais, com a introdução de novas tecnologias, a produção, coleta, 
armazenamento e processamento de dados geográficos tornaram-se mais rápidos 
e menos dispendiosos. 
Imagens de satélite, sistemas de informações geográficas (SIGs), de veículos 
aéreos não tripulados (VANT ou DRONE), sistemas de posicionamento globais 
baseados em satélites (GNSS) estão sendo utilizados pelos mais diferentes 
usuários, popularizando o Geoprocessamento.
A produção de mapas digitais facilita sua utilização e um SIG permite combinar 
informações de diversas origens e escalas. A grande questão dentro do Geoprocessamento 
é trazer a natureza (realidade) para dentro do computador, de modo a reproduzi-la de 
modo mais compatível possível com o real. Ou seja, é representar computacionalmente 
os dados ambientais (PARANHOS FILHO et al., 2016). 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
21
Esses, por sua vez, mostram-se normalmente como um conjunto de valores, 
regular ou irregularmente distribuídos, dependendo da forma como foram 
coletados e modelados (PARANHOS FILHO et al., 2016). Para essa modelização 
é importante levar em consideração que os dados ambientais também são 
dados espaciais, possuindo posição no espaço, ou seja, os dados ambientais são 
posicionados em uma determinada região do globo terrestre (MEDEIROS, 2010; 
PARANHOS FILHO et al., 2016).
Geotecnologias na Geografia Aplicada
O artigo desenvolvido por Roberto Rosa aborda os principais aspectos relacionados 
às Geotecnologias. Ao ler o artigo você revisará alguns dos temas abordados neste 
capítulo e aprenderá um pouco mais sobre cada uma dás áreas que compõem o 
Geoprocessamento. 
Geotecnologias na Geografia Aplicada. Disponível em < http://www.geografia.
fflch.usp.br/publicacoes/RDG/RDG_16/Roberto_Rosa.pdf>. Acesso em 17 de 
março de 2016.
Ação e Meio Ambiente – Geoprocessamento
Em um episódio do Programa Ação e Meio Ambiente é apresentado um resumo 
sobre os conceitos de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto, indicando sua 
utilização no nosso dia a dia e nas atividades relacionadas ao meio ambiente. É 
exibida uma série de exemplos, discussões com profissionais e com o então diretor 
do Google, o qual explica o funcionamento do Google Earth. Tempo: 22:21 minutos
Ação e Meio Ambiente. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=m5LLDaYsXhY>. Acesso em 17 de março de 2016. 
Geografia (Longitude e Latitude)
No episódio do programa Eureka, da TV Educativa, são apresentados alguns fatores 
relacionados à latitude e à longitude. O apresentador contextualiza os motivos por 
estarem selecionados os meridianos e os paralelos. Tempo: 17:25.
Geografia (Longitude e Latitude). Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=zNDDLRbzfNI>. Acesso em 22 de março de 2016. 
Navegador chinês pode ter chegado à África Oriental antes de Vasco da Gama
ACOMPANHE NA WEB
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
22
O que você aprende na escola é que a América foi descoberta pelos portugueses 
em 1492, certo? Porém, pesquisas revelam que um chinês pode ter a descoberto 
antes disso. De acordo com Gavin Menzie, o navegador Zheng He foi o primeiro a 
navegar por todo o planeta, descobrindo a América antes de Cristovão Colombo. 
Isso porque foi encontrado um mapa do globo terrestre datado de 1421.
Navegador chinês pode ter chegado à África Oriental antes de Vasco da Gama. 
Revista Veja. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/navegador-
chines-pode-ter-chegado-a-africa-oriental-antes-de-vasco-de-gama>. Acesso em 
17 de março de 2016.
Leitura de coordenada geográfica na carta topográfica
No site do Laboratório de Cartografia da Universidade Federal de Santa Maria 
(UFSM) é apresentado detalhadamente como é realizada a leitura de coordenadas 
geográficas em uma carta topográfica, através de cálculos matemáticos, razões e 
proporções.
Leitura de coordenada geográfica na carta topográfica. Laboratório de Cartografia 
da Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em: <http://coral.ufsm.br/
cartografia/index.php?option=com_content&view=article&id=42&Itemid=38>. 
Acesso em 17 de março de 2016.
Biblioteca Digital – SBSR
Para quem está começando a trabalhar com Geoprocessamento, uma dica é 
visitar a Biblioteca Digital dos Simpósios Brasileiros de Sensoriamento Remoto 
(SBSR). Nesse site estão disponibilizados os trabalhos publicados em todos os SBSR 
já realizados. Assim, você terá noção de alguns trabalhos que podem ser feitos 
utilizando o Geoprocessamento.
Biblioteca Digital – SBSR. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/sbsr2007/
biblioteca/>. Acesso em 22 de março de 2016. 
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
AGORA É A SUA VEZ
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
23
Questão 1
As Geotecnologias ou Geoprocessamento é uma ciência que está sendo muito 
utilizada nas mais diversas áreas do conhecimento, como a Cartografia, Análise de 
Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Planejamento Urbano, Segurança 
Pública, entre outros. Conceitue Geoprocessamento e suas divisões. 
Questão 2
Assinale V para verdadeiro ou F para falso, de acordo com os conceitos apresentados 
neste capítulo:
( ) Dados ambientais não são considerados dados espaciais.
( ) Cartografia é a ciência de representar a superfície terrestre em um mapa, sendo 
assim uma simplificação da realidade.
( ) Para a elaboração de mapas não é necessário o cumprimento de regras.
( ) Pela nomenclatura das cartas não se consegue identificar em qual fuso e em 
qual escala a carta se encontra.
( ) A latitude representa os paralelos, que dividem o globo terrestre verticalmente.
Assinale a alternativa correta que corresponde ao preenchimento das lacunas 
acima:
a) V, V, F, V e F
b) V, F, F, V e F
c) V, F, F, V e V
d) F, V, F, V e V
e) F, V, F, F e F
Questão 3
Em relação à definição de mapas e cartas pode-se afirmar que:
I. Mapa é a representação no plano, normalmente em escalas grandes.
II. Cartas são representações no plano de escalas médias ou grandes.
III. As plantas são cartas que representam uma área de extensão suficientemente 
restrita para que a sua curvatura precise ser levada em consideração.
IV. Em ambiente SIG é possível trabalhar com dados vetoriais e raster em conjunto.
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
24
Está (ão) correto(s), apenas, o(s) item(s):
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) II e IV.
e) I, II e III.
Questão 4
De acordo com o índice de nomenclatura, indique em qual hemisfério e em qual 
fuso está a carta abaixo. Por que chegou a tal conclusão?
FOLHA SE 22-V-D-I. 
Questão 5
Neste capítulo foram apresentados os sistemas de coordenadas e as superfícies 
que devem ser levadas em consideração na hora de confecciona r um mapa. 
Sendo assim, defina o que são geoide e o elipsoide e apresente como os mesmos 
se relacionam espacialmente. 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografiaT1
25
Neste tema, você aprendeu sobre os conceitos e sobre a importância do 
Geoprocessamento e da Cartografia em diversos estudos, já que os mesmos estão 
intimamente relacionados à elaboração de mapas, os quais são os principais meios 
de divulgação dos resultados obtidos, o que facilita a visualização e interpretação 
das informações de forma mais rápida e de modo mais intuitivo. Observou 
também que a elaboração de mapas deve seguir critérios estabelecidos na 
legislação, não sendo os mesmos produzidos sem padronização. Você verificou 
que as Geotecnologias podem ser utilizadas nas mais diversas áreas e que seu uso 
tem se popularizado devido ao menor custo e à maior rapidez na produção de 
informações.
FINALIZANDO
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
26
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
27
ANAC. Agência Nacional de Aviação Civil. Regulamento Brasileiro da Aviação 
Civil Especial. 2015. a. Disponível em < http://www2.anac.gov.br/transparencia/
audiencia/2015/aud13/anexoI.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2016. 
ANAC. Agência Nacional de Aviação Civil. 2015. b. Disponível em < http://www2.
anac.gov.br/rpas/>. Acesso em: 17 mar. 2016. 
BRASIL. Decreto nº 89.817, de 20 de Junho de 1984. Normas técnicas da cartografia 
nacional. Diário Oficial da Presidência da República. Secretaria de Planejamento 
da Presidência da Repúbica – SEPLAN/PR. Disponível em <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D89817.htm>. Acesso em: 17 mar. 2016.
BRASIL. Decreto Nº 5.334 de 6 de janeiro de 2005. Dá nova redação ao art. 21 e 
revoga o art. 22 do Decreto Nº 89.817 de 20 de Junho de 1984. Normas técnicas 
da cartografia nacional. Diário Oficial da Presidência da República. Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão – MP. Disponível em <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5334.htm>. Acesso em: 17 mar. 2016.
CÂMARA, Gilberto; DAVIS, Clodoveu; MONTEIRO, Antônio Miguel Vieira. Introdução 
à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos, Instituto nacional de Pesquisas 
Espaciais – INPE. 2001. Disponível em <http://mtc-m12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/
sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2016.
CARTOGRAFIA ESCOLAR. A cartografia da sala de aula. Disponível em <https://
cartografiaescolar.wordpress.com/coordenada-utm/>. Acesso em Acesso em: 22 
mar. 2016.
CARVALHO, Edilson Alves de; ARAÚJO, Paulo César de. Localização: coordenadas 
geográficas. Leituras cartográficas e interpretações estatísticas I. Natal: EDUFRN. 
2008. 248 p. Disponível em <http://www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/
geografia/leituras_cartograficas/Le_Ca_A08_J_GR_260508.pdf>. Acesso em: 17 
mar. 2016.
COUTINHO, Alexandre Camargo. Dinâmica das queimadas no Estado de Mato 
Grosso e suas relações com as atividades antrópicas e a economia local. Tese 
(Doutorado em Ciência Ambiental). Universidade de São Paulo. 2005. 308 p.
ÇATALHÖYÜK. Çatalhöyük Research Project. 2016. Disponível em: <http://www.
catalhoyuk.com/>. Acesso em: 17 mar. 2016.
DUARTE, Rildo Borges. Cartografia para o Imperialismo: a participação do Brasil no 
projeto da Carta do Mundo ao Milionésimo. In: VII CONGRESSO BRASILEIRO DE 
REFERÊNCIAS
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
28
GEÓGRAFOS, 7., 2014, Vitória. Anais... Vitória, ES. 2014. 11 p.
GEO GUIA. A história da Cartografia. 2010. Disponível em < http://geoguia.blogspot.
com.br/2010/02/historia-da-cartografia.html >. Acesso em: 17 mar. 2016.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Carta de Guarulhos, 1984. Folha 
SF.23-Y-C-III-4. Escala 1:50.000.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Noções Básicas de Cartografia. 
1998. 127 p. 
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Carta Córrego Olho-D’ Água. 
1984. Folha SD.23-Y-C-V-1-SO. Escala 1:25.000. 2012.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Distribuição espacial e nível de 
abrangência das redes de saneamento. Atlas de Saneamento. 2000. Disponível em 
< http://mapas.ibge.gov.br/images/pdf/mapas/mappag18.pdf>. Acesso em Acesso 
em: 17 mar. 2016.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistema de Referência. 2011. 
Disponível em: ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/sisref_2.pdf. 
Acesso em 17 de março de 2016. Acesso em: 17 mar. 2016.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A Origem da Cartografia. 2016. 
a. Disponível em <http://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/historia-da-
cartografia/a-origem.html>. Acesso em: 17 mar. 2016.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O Mapa mais antigo. 2016. b. 
Disponível em <http://7a12.ibge.gov.br/voce-sabia/curiosidades/o-mapa-mais-
antigo.html>. Acesso em: 17 mar. 2016.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O que é Cartografia? 2016. 
c. Disponível em <http://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-
cartografia.html>. Acesso em: 17 mar. 2016.
LABORATÓRIO DE CARTOGRAFIA. Universidade Federal de Santa Maria. UTM – 
Universal Transversa de Mercator. Disponível em < http://coral.ufsm.br/cartografia/
index.php?option=com_content&view=article&id=26:utm-universal-transversa-
de-mercator&catid=14:basico&Itemid=30>. Acesso em: 22 mar. 2016.
LIMA, Paola. Regras para uso de aeronaves não tripuladas já estão em análise no 
Brasil. Senado Federal, 24 jun. 2013. Disponível em < http://www12.senado.gov.
br/noticias/materias/2013/06/24/regras-para-uso-de-aeronaves-nao-tripuladas-ja-
estao-em-analise-no-brasil>. Acesso em: 16 mar. 2016.
LOCH, Carlos; CORDINI, Jucilei. Topografia Contemporânea: planimetria. 2. ed. 
Florianópolis: Editora da UFSC. 2000. 321 p.
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
29
MATOS FILHO, Humberto José Sepa de; PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; 
CARRIJO, Martha Gilka Gutierrez; TORRES, Thais Gisele; LASTORIA, Giancarlo; 
GAMARRA, Roberto Macedo; FERREIRA, Thiago da Silva. Carta de combustível no 
bioma cerrado, utilizando imagens do satélite CBERS-2. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO 
DE SENSORIAMENTO REMOTO, 12., 2005, Goiânia. Anais... Goiânia, GO. 2005. INPE. 
Disponível em < http://marte.sid.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2004/11.23.03.16/
doc/1019.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2016. 
MEDEIROS, Anderson Maciel Lima de Medeiros. Dados Geográficos. 2010. 
Disponível em < http://www.infoescola.com/geografia/dados-geograficos/>. 
Acesso em: 28 mar. 2016.
MEDEIROS, Anderson Maciel Lima de Medeiros. O que são Dados Geográficos? 
Como são armazenados? 2016. Disponível em < http://andersonmedeiros.com/
conceitos-dados-geograficos/>. Acesso em: 28 mar. 2016.
MENDONÇA, Ana Teresa Pollo. Por mares nunca dantes cartografrados: a 
permanência do imaginário antigo e medieval na cartografia moderna dos 
descobrimentos marítimos ibéricos em África, Ásia e América através dos oceanos 
Atlântico e Índico nos séculos XV e XVI. Dissertação (Mestrado em História). Pontifícia 
Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2007. 57 p. 
MIOTO, Camila Leonardo; RIBEIRO, Vinicius de Oliveira; SOUZA, Dulcélya Mônica 
de Queiroz; PEREIRA, Thiago Vieira; ANACHE, Jamil Alexandre Ayach Anache; 
PARANHOS FILHO, Antonio Conceição. Morfometria de bacias hidrográficas 
através de SIGs livres e gratuitos. Anuário do Instituto de Geociências da UFRJ. v. 
37, n. 2. p. 16-22. 2014.
NASCIMENTO, Helton. O que é Latitude e Longitude. 2014. Disponível em <http://
tegepi.blogspot.com.br/2014/09/latitude-e-longitude.html>. Acesso em: 17 mar. 
2016.
ONU. Departament of Social Affair. Modern Cartography - Base Maps For Worlds 
Needs. Lake Success. 1949.
PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; MIOTO, Camila Leonardo; MARCATO 
JUNIOR, José; CATALANI, Thais Gisele Torres. Geotecnologias em Aplicações 
Ambientais. 1. Ed. Campo Grande: Editora UFMS. 2016. 383 p.
ROSA, Roberto. Geotecnologias na Geografia Aplicada. Revista do Departamento 
de Geografia, v. 16, p. 81-90. 2005. Disponível em <http://www.geografia.fflch.usp.
br/publicacoes/RDG/RDG_16/Roberto_Rosa.pdf>.Acesso em: 17 mar. 2016.
SANTOS, Suzana Daniela Rocha; HUINCA, Suelen Cristina Movio; MELO, Lineardo 
Ferreira de Sampaio; SILVA, Marly Terezinha Quadri Simões da; DELAZARI, 
Luciene Stamato. Considerações sobre a utilização do PEC (Padrão de Exatidão 
Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
T1
30
Cartográfica) nos dias atuais. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS GEODÉSICAS 
E TECNOLOGIAS DA GEOINFORMAÇÃO, 3., 2010, Recife. Anais... Recife, PE, 2010. 
Disponível em < https://www.ufpe.br/cgtg/SIMGEOIII/IIISIMGEO_CD/artigos/
CartografiaeSIG/Cartografia/A_259.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2016.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. Estado de São Paulo. Mapas Temáticos. 
Serviços de Oncologia. 2011. Disponível em < http://www.saude.sp.gov.br/
ses/perfil/gestor/elaboracao-do-plano-estadual-de-saude-2012-2015/mapas-
tematicos>. Acesso em: 03 abr. 2016.
SEED. Secretaria da Educação. Governo do Estado do Paraná. Carta Internacional 
ao Milionésimo – 1909. 2016. Disponível em < http://www.geografia.seed.pr.gov.
br/modules/galeria/detalhe.php?foto=417&evento=5>. Acesso em: 17 mar. 2016.
SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. 
2 Ed. São Paulo: Scipione. 2013. 
SILVA, Célio Henrique Souza; GUALBERTO, Sandoval; TUPINAMBÁS, William Junio 
Marques; SARAIVA, Cláudia. Coordenadas topográficas x Coordenadas UTM. 
MundoGeo. 2013. Disponível em < http://mundogeo.com/blog/2013/06/05/
coordenadas-topograficas-x-coordenadas-utm/>. Acesso em: 22 mar. 2016. 
TAVARES, Mário Miguel. Abordagens conceituais sobre produtos cartográficos 
e a relação de precisão x aplicação. Esteio Engenharia e Aerolevantamentos 
S. A. 2011. Disponível em < http://www.esteio.com.br/downloads/2011/
ProdutosCartograficos.pdf>. Acesso em> 11 abr. 2016.
TIMBÓ, Marcos A. Elementos de Cartografia. Departamento de Geografia. 
Universidade Federal de Minas Gerais. 2001. 59 p. Disponível em < http://www.uff.
br/cartografiabasica/elementoscartografia.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2016.
Topografia: Faz parte da Cartografia e é a ciência que se baseia na geometria e 
na trigonometria plana e que utiliza medida de distâncias horizontais, diferenças de 
nível, ângulos e orientação com o objetivo de representar uma porção limitada do 
terreno, sem levar em consideração a curvatura terrestre (LOCH e CORDINI, 2000). 
Superfície terrestre: Superfície real da Terra, com elevações (morros, montanhas) 
e desníveis, onde são realizadas as medições e observações cartográficas.
Projeção: Para se fazer uma uma carta é necessário estabelecer uma forma onde 
GLOSSÁRIO
T1
31Introdução ao geoprocessamento – conceitos de cartografia
cada ponto da superfície da Terra corresponda a um ponto na carta/mapa e vice-
versa. Para obter essa correspondência são utilizados os sistemas de projeções. 
Existem várias projeções cartográficas diferentes, sendo classificadas de acordo 
com o tipo de superfície de projeção adotada e pelas deformações que as 
caracterizam (IBGE, 1998; CÂMARA et al., 2001).
Precisão: Está relacionada ao grau de concordância de um conjunto de medidas 
feitas sobre as mesmas condições. É o quanto as medidas feitas em laboratório, 
por exemplo, estão próximas umas das outras. Dentro da Cartografia, este conceito 
deve ser levado em consideração para a classificação das cartas (PEC).
Altitude: Diferentemente da altura, a altitude é medida levando em consideração o 
nível médio do mar, ou seja, é a distância vertical em relação o nível médio do mar.
Veículos aéreos não tripulados (VANT): De acordo com a ANAC – Agência Nacional 
de Aviação Civil (2015), VANT significa toda a aeronave não tripulada utilizada para 
fins que não sejam somente para recreação. Também conhecido como Drone, 
esses equipamentos têm sido utilizados nas mais diversas atividades, como controle 
e fiscalização do espaço aéreo e do território federal, monitoramento ambiental, 
segurança pública, entre outros (LIMA, 2013; ANAC, 2015 a, b).
Sistemas de Posicionamento Global baseado em Satélite (GNSS): Popularmente 
conhecidos como GPS (sistema de posicionamento global), são equipamentos 
que fornecem a posição do usuário no globo terrestre, em diferentes níveis de 
precisão e acurácia. São vários os modelos disponíveis no mercado, que vão dos 
mais simples (como os GPS de carro e os GPS presentes nos celulares) aos mais 
sofisticados (utilizados em levantamentos geodésicos).
Tema 2
Noções de escala e projeções 
cartográficas
Noções de Escala 
As representações cartográficas são utilizadas para reproduzir a superfície terrestre, 
ou uma parte dela, na forma de mapas, as cartas e as plantas. Essas representações 
consistem em projetar os detalhes e as características presentes na superfície terrestre 
no plano horizontal, de modo convencional (impressa) ou digital (IBGE, 1998).
• Os elementos representados podem ser de dois tipos (IBGE, 1998):
• Naturais – elementos presentes na natureza, como os rios, serras, lagos, mares, 
etc.
• Artificiais – elementos produzidos pelo ser humano, como edificações, ruas, 
pontes, etc.
A grande questão dessa representação é a necessidade de alterar as proporções 
dos objetos que se desejam representar em um espaço limitado. A proporção 
adotada para essa representação recebe o nome de escala, cuja presença é 
obrigatória em um mapa, visto que visualmente não é possível identificar em qual 
proporção tal material foi produzido (IBGE, 1998; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 a). 
Segundo o IBGE (1998):
POR DENTRO DO TEMA
“Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar 
representado no papel e sua medida real. Duas figuras 
semelhantes têm ângulos iguais dois a dois e lados homólogos 
proporcionais. Verifica-se, portanto, que será sempre possível, 
através do desenho geométrico, obter-se figuras semelhantes 
às do terreno.” (IBGE, 1998).
T2
34 Noções de escala e projeções cartográficas
Sendo assim, a escala apresenta a relação entre a representação e a realidade, ou 
seja, para a representação da realidade do mapa é necessário o estabelecimento de 
uma correspondência entre as dimensões reais dos objetos ou lugares representados 
e as do papel (SENE, 2013). Sendo “D” um comprimento medido no terreno e “d” o 
comprimento correspondente no mapa, tem-se:
Sendo, E = escala.
Na Cartografia são utilizados dois tipos de escala: a escala numérica e a escala 
gráfica. A primeira é representada por uma fração em que o numerador (d) indica 
a distância no mapa e o denominador (D) indica a distância real (no terreno). Assim, 
tem-se:
Substituindo em N na
equação 2, tem-se: 
Onde N = denominador da escala; 
D = distância real (no terreno); 
d = distância na carta ou mapa.
Onde E = escala; N = denominador da escala.
Logo
E = d
D
E = d
D
E =
E =
N
N
1
1
(1)
(2)
E = d
D
Geralmente, a escala numérica é apresentada no formato 1:50.000, podendo 
ser representada também como 1/50.000. É interessante destacar que a escala é 
adimensional, não possuindo dimensão. Sendo assim, 1:50.000 indica que uma 
unidade no mapa equivale a 50.000 unidades no terreno. Entretanto, na maioria dos 
casos estabelece a unidade de centímetros para os cálculos, como, por exemplo, 1 
cm no mapa corresponde a 50.000 cm na realidade. O importante é sempre utilizar a 
mesma unidade de medida para a realização dos cálculos de distâncias. 
Uma das vantagens da escala numérica é que ela facilita a compreensão de quem 
está observando a carta. Se o mapa apresenta a escala 1:100.000, o usuário faz a 
relação de que 1 cm no mapa corresponde a 100.000 cm no terreno, ou então, 1 km. 
Para realizar essa transformação de centímetro para quilômetro devem-se levar em 
consideração os múltiplos e submúltiplos do metro (Tabela 2.1).
Fonte: O autor.
Tabela 2.1 - Escalas de trabalho e erro gráfico associado. 
Submúltiplos do metro Metro Múltiplos do metro
mm cm dm m dam hm km
Milímetro Centímetro Decímetro Metro Decâmetro Hectômetro Quilômetro
0,001 m 0,01 m 0,1 m 1 10 m 100 m 1000 m
T2
35Noções de escala e projeçõescartográficas
Já a escala gráfica é representada por uma linha reta graduada (Figura 2.1). Para 
alguns é mais compreensível que a escala numérica, pois não há necessidade de 
conversão das unidades (IBGE, 1998; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 a).
Fonte: Carvalho e Araújo (2008 a).
Figura 2.1 - Escala gráfica. Nessa escala não é preciso converter as unidades de cm 
(centímetros) para km (quilômetros), pois a mesma já indica a correspondência entre km 
e cm. 
A escala gráfica é utilizada para calcular as distâncias no mapa, pois a mesma 
acompanha qualquer ampliação ou redução no desenho, mantendo as relações de 
distâncias determinadas na hora de criar a carta. O ideal é que sejam apresentadas as 
duas escalas, tanto numérica como gráfica (CARVALHO e ARAÚJO, 2008 a). As cartas 
topográficas apresentam os dois tipos de escala, a numérica (indica em qual escala foi 
produzido o material) e a gráfica (utilizada para os cálculos de distância).
Existem algumas confusões em relação à escala. A principal está relacionada aos 
conceitos de escalas maiores e escalas menores. Escalas grandes são aquelas em que 
há redução do espaço representado pelo mapa, permitindo o maior detalhamento 
dos elementos existentes. Apresentam denominadores menores e são utilizadas 
em plantas, por exemplo. Já as escalas que possuem denominador grande são 
denominadas de escalas menores ou escalas pequenas, pois mostram uma porção 
maior do terreno, porém sem riqueza de detalhes. Por exemplo: a escala 1:2.500 
é considerada uma escala grande e a escala 1:250.000 é considerada uma escala 
pequena. Sendo assim, a escala 1:2.500 é maior que a escala 1:250.000.
É interessante destacar que o nível de detalhe não depende somente da escala, 
mas também da base de dados que deu origem às cartas, além do trabalho de campo 
realizado para levantar as informações que não puderam ser obtidas na interpretação 
das imagens, mas que são importantes e que precisam ser representadas no desenho 
(PARANHOS FILHO et al., 2016).
Nas Figuras 2.2 e 2.3 apresenta-se a forma como a escala interfere no nível de 
detalhe do que pode ser representado em um mapa. 
T2
36 Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: Fontanailles (2013).
Fonte: IBGE (1999).
Figura 2.2 - No mapa 1 (esquerda) apresenta-se uma porção maior do globo, sendo a 
escala pequena. No mapa 2 (direita), a porção apresentada é menor, porém a escala é 
maior. Neste caso, apresenta-se somente a escala gráfica. 
Figura 2.3 - Exemplo de como a escala pode interferir na representação de objetos da 
superfície terrestre e no detalhamento de uma carta. 
Para escolher a escala mais adequada à representação cartográfica que se deseja 
fazer, devem-se levar em consideração diversos aspectos, como a representatividade 
e a natureza do que deve ser representado; o conhecimento da escala da base de 
dados que será utilizado; e a precisão do trabalho que se deseja realizar. 
Desse modo, outro conceito que deve ser aqui apresentado é o de precisão 
gráfica. A menor grandeza medida no terreno e que pode ser representada no 
mapa em uma escala é denominada de precisão gráfica, conhecida também por 
T2
37Noções de escala e projeções cartográficas
erro gráfico ou então erro de graficismo. De acordo com alguns estudos, o menor 
objeto que pode ser representado em um desenho ou observado a olho nu possui 
o valor de 0,2 mm, sendo este o erro admissível (IBGE, 1998; PARANHOS FILHO 
et al., 2016).
Com este valor é possível calcular o erro ou então o menor objeto que se 
pode representar em uma determinada escala, ou então qual a melhor escala para 
representar o objeto, sendo os mesmos calculados de acordo com a Equação 2.1.
Por exemplo: considerando que a porção da superfície terrestre que se queira 
representar possua objetos de 20 m de extensão, a escala que se deve utilizar para 
representá-los deverá ser igual ou maior que 1:100.000, já que:
N = 20 / 0.0002 → N = 100.000 → Escala = 1:100.000
Exemplos de escalas e os erros gráficos a elas associados são apresentados na 
Tabela 2.2.
N = D / e
m
Equação 
2.1
Onde N = denominador da escala; D = extensão 
do objeto; e
m
 = erro tolerável em metros
Fonte: Adaptado de Paranhos Filho et al. (2016).
Tabela 2.2 - Escalas de trabalho e erro gráfico associado. 
Escala
Erro de Graficismo ou a dimensão do menor 
objeto que se pode representar
1:1.000 0,2 m
1:10.000 2 m
1:50.000 10 m
1:100.000 20 m
Os elementos ou objetos que são menores que o erro tolerável não poderão 
ser representados no mapa. Porém, dependendo da relevância que os mesmos 
possuem no desenho, utilizam-se convenções cartográficas ou símbolos 
cartográficos para representá-los (IBGE, 1998; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 a).
A escala numérica está relacionada também a medidas lineares, indicando 
quantas vezes a distância foi ampliada ou reduzida. Já quando se trata de superfície, 
emprega-se a escala de área, podendo estabelecer quantas vezes uma carta foi 
ampliada ou reduzida (IBGE, 1998). 
Nesse caso, uma consideração importante que se deve fazer quando se 
trata dos erros de trabalhos em cartas é que a variação linear em uma carta tem 
propagação quadrática em área (PARANHOS FILHO et al., 2016). 
T2
38 Noções de escala e projeções cartográficas
Essa situação deve ser considerada quando se altera a escala de uma carta, sendo 
que a legislação específica (Decreto nº 89.817/1984 e Decreto nº 5.334/2005– 
BRASIL, 1984; 2005) traz que:
“Art 11 - Nenhuma folha de carta será produzida a partir da 
ampliação de qualquer documento cartográfico. 
§ 1º - Excepcionalmente, quando isso se tornar absolutamente 
necessário, tal fato deverá constar explicitamente em cláusula 
contratual no termo de compromisso; 
§ 2º - Uma carta nas condições deste artigo será sempre 
classificada com exatidão inferior à do original, devendo 
constar obrigatoriamente no rodapé a indicação: “Carta 
ampliada, a partir de (... documento cartográfico) em escala 
(... tal)”. 
§ 3º - Não terá validade legal para fins de regularização 
fundiária ou de propriedade imóvel a carta de que trata o 
“caput “ do presente artigo.” (BRASIL, 1984).
Na Tabela 2.3 apresentam-se exemplos dessa variação.
Fonte: Adaptado de Paranhos Filho et al. (2016).
Tabela 2.3 - Exemplo de como uma área de 25 km² é representada em uma carta e os 
valores envolvidos com a transformação para diferentes escalas, tendo como base uma 
carta na escala de 1:100.000. 
Área no terreno: 25 km² = 5 km x 5 km
Área no terreno: 25 km² = 5 km x 5 km
Escala Erro gráfico (m) Área no mapacm x cm
Variação linear em 
relação a 1:100.000
Variação de área em 
relação a 1:100.000
1:100.000 20 5 x 5 1 1
1:50.000 10 10 x 10 Ampliação 2x Ampliação 4x (2²)
1:25.000 5 20 x 20 Ampliação 4x Ampliação 16x (4²)
1:10.000 2 50 x 50 Ampliação 10x Ampliação 100x (10²)
1:1.000 0,2 500 x 500 Ampliação 100x Ampliação 10.000x (100²)
1:200.000 40 2 x 2 Redução 2x Redução 4x (2²)
1:500.000 100 1 x 1 Redução 5x Redução 25x (5²)
1:1.000.000 200 0,5 x 0,5 Redução 10x Redução 100x (10²)
Sendo assim, de uma maneira geral, para estabelecer a escala adequada para 
o trabalho deve-se levar em consideração os conceitos de erro gráfico e PEC 
(Padrão de Exatidão Cartográfica), bem como os conceitos de precisão e acurácia 
(para atendimento da legislação específica), além de observações sobre os limites 
entre a topografia e a geodésia. 
T2
39Noções de escala e projeções cartográficas
O PEC, determinado pelo Decreto-Lei nº 89.817/1984 (BRASIL, 1984), estabelece 
o erro padrão, que permite controlar a qualidade do produto cartográfico 
(levantamento topográfico – planimetria e altimetria), classificando as cartas em A, 
B ou C (Tabela 2.4) (PARANHOS FILHO et al., 2016).
Alguns exemplos de valores toleráveis de erros de localização e altimetria, de 
acordo com a escala da carta, são apresentados na Tabela 2.5.
1PEC – Padrão de Exatidão Cartográfica, 2Erro padrão, desvio padrão e erro médio quadrático são considerados sinônimos.
Fonte: Brasil (1984).Tabela 2.4 - Valores de PEC e erro padrão planimétricos e altimétricos de acordo com o 
Decreto nº 89.817/1984 (BRASIL, 1984). 
Carta PEC Planimétrico Erro padrão2 PEC Altimétrico Erro padrão2
Classe A 0,5 mm x Escala 0,3 mm x Escala 1/2 equidistância 1/3 da equidistância
Classe B 0,8 mm x Escala 0,5 mm x Escala 3/5 equidistância 2/5 da equidistância
Classe C 1,0 mm x Escala 0,6 mm x Escala 3/4 equidistância 1/2 da equidistância
Fonte: Adaptado de Martin (2016 a).
Tabela 2.5 - Exemplos de erros toleráveis na carta de acordo com a escala do trabalho 
(BRASIL, 1984). 
Escala Classe
PEC 
Planimétrico 
(m)
Altimétrico 
(m)
1:2.000
A 1,0 0,5
B 1,6 0,6
C 2,0 0,75
1:10.000
A 5,0 2,5
B 8,0 3,0
Atualmente, com a introdução de novas tecnologias, muitos produtos 
cartográficos são gerados através de processos digitais. Sendo assim, os erros 
relacionados a esses processos diferem dos erros que ocorriam antigamente. 
Portanto, está sendo desenvolvido o PEC-PCD (Produtos Cartográficos Digitais) 
que determina valores específicos para mapeamentos digitais (PARANHOS FILHO 
et al., 2016) (Tabela 2.6).
Com os novos valores estabelecidos através do PEC-PDC, as classes A, B e C 
do Decreto 89.817/1984 passam a ser as classes B, C e D (BRASIL, 1984). Na Tabela 
2.7 exemplifica-se essa modificação.
Tabela 2.6 - Valores de PEC-PCD e erro-padrão planimétricos (INDE).
Classe A Classe B Classe C Classe D
PEC-PCD 0,28 mm 0,5 mm 0,8 mm 1,0 mm
Erro padrão 0,17 mm 0,3 mm 0,5 mm 0,6 mm
T2
40 Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: Adaptado de Martin (2016 b).
Tabela 2.7 - Padrão de Exatidão Cartográfica da Planimetria de Produtos Cartográficos 
Digitais. 
PEC 
decreto 
89.817/1984
PEC-PCD
1:1.000 1:2.000
PEC (m) EP (m) PEC (m) EP (m)
A 0,28 0,17 0,56 0,34
A B 0,50 0,30 1,0 0,6
B C 0,80 0,50 1,6 1,0
C C 1,0 0,60 2,0 1,2
De acordo com Paranhos Filho et al. (2016), o PEC deve ser considerado 
determinante à acurácia da correção da imagem (de satélite, por exemplo), bem 
como a relação entre o PEC e a resolução espacial para a escolha da carta. Por 
exemplo, não se pode utilizar imagens Landsat com resolução espacial de 30 
m para produzir materiais na escala de 1:50.000, sendo então sugerida a escala 
1:80.000. 
Projeções Cartográficas
Antes de estabelecer em qual escala o mapa ou a carta serão produzidos, é 
necessário estabelecer um método onde cada ponto da superfície terrestre 
corresponda a um ponto na carta, simultaneamente. Ou seja, a elaboração de um 
mapa requer um método que combine os pontos da superfície terrestre e seus 
pontos correspondentes no plano de projeção do mapa. Essa correspondência 
é obtida através dos sistemas de projeções cartográficas (IBGE, 1998; CÂMARA et 
al., 2001).
Os sistemas de projeções cartográficas são fórmulas matemáticas que 
transformam as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície elipsoidal 
(forma da Terra), em coordenadas planas, conservando a correspondência entre 
elas. Foram desenvolvidos de modo a solucionar o problema de transpor uma 
porção da superfície curva da Terra para um plano da carta (CARVALHO e ARAÚJO, 
2008 b). 
É interessante destacar que, mesmo utilizando sistemas de projeções, sempre 
haverá deformações, porém de forma reduzida. Sendo assim, não se possui solução 
perfeita para a questão – diferentes técnicas de representação são aplicadas de 
modo a atingir determinado objetivo, ou seja, é necessário considerar a finalidade 
da carta que se quer construir para se estabelecer qual o sistema de projeção que 
melhor se ajusta ao pretendido (IBGE, 1998; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). 
T2
41Noções de escala e projeções cartográficas
Portanto, características como a localização da superfície a ser representada, 
direções e áreas devem ser observadas na escolha do sistema de projeção a ser 
adotado. Outros fatores, como forma e dimensão da região e a finalidade do 
trabalho (precisão), também devem ser considerados (CARVALHO e ARAÚJO, 
2008 b).
Na literatura cartográfica são detalhadas 400 projeções, apesar de ser 
teoricamente possível um número infinito de projeções, sendo que dessas 400, 
apenas algumas dezenas são realmente empregadas (PISSARRA, 2016). 
As projeções cartográficas são classificadas de acordo com o tipo de superfície 
de projeção adotada e de acordo com as propriedades de deformação que as 
caracterizam (Figura 2.4). Em relação ao tipo de superfície de projeção adotada 
têm-se as projeções planas ou azimutais, cilíndricas, cônicas. Já em relação às 
propriedades que a projeção conserva, têm-se as equidistantes, equivalentes ou 
isométricas, conformes ou isogonais e afiláticas (IBGE, 1988; CÂMARA et al., 2001).
O tipo de contato com a superfície de projeção é classificado em tangente 
ou secante. Quando tangente, o cilindro, cone ou o plano encosta na Terra em 
um único ponto ou em uma única linha. Quando secante, as formas cortam ou 
interceptam a Terra em mais de um ponto. Independente se secante ou tangente, 
o local de contato é muito importante, pois ele define a linha ou o ponto onde 
haverá menor distorção na projeção (PISSARRA, 2016).
Figura 2.4 - Classificação das projeções cartográficas. 
Planas
Planas
Polar – plano tangente ao 
polo
Equatorial – plano tangente 
ao Equador
Cônicas
Cônicas
Normal – eixo do cone 
paralelo ao eixo da Terra
Transversa – eixo do cone 
perpendicular ao eixo da 
Terra
Cilíndricas
Cilíndricas
Equatorial – eixo do 
cilindro paralelo ao eixo da 
Terra
Transversa – eixo do 
cilindro perpendicular ao 
eixo da Terra
T2
42 Noções de escala e projeções cartográficas
Planas
Horizontal – plano tangente 
em um ponto qualquer
Cônicas
Horizontal – eixo do cone 
inclinado em relação ao 
eixo da Terra
Cilíndricas
Horizontal – eixo do 
cilindro inclinado em 
relação ao eixo da Terra
Fonte: Modificado de IBGE (1998).
Na projeção plana ou azimutal o mapa é elaborado através de uma superfície 
de projeção plana tangente ou secante a um ponto na superfície da Terra (Figura 
2.5) (CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). 
Podem ser polares, equatoriais e oblíquas, dependendo da localização do ponto 
de tangência (CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). A distorção 
aumenta conforme se distancia do ponto de tangência e secância (Figura 2.6). É 
ideal para mapas das regiões polares e somente uma parte da superfície terrestre 
é visível.
Fonte: Câmara et al. (2001); Francisco (2016).
Fonte: Câmara et al. (2001); Francisco (2016).
Figura 2.5 - Projeção plana ou azimutal.
Figura 2.5 - Projeção plana ou azimutal.
T2
43Noções de escala e projeções cartográficas
O símbolo da ONU (Organização das Nações Unidas) é o globo terrestre em 
uma projeção azimutal, sendo o ponto escolhido no polo Norte, por ser um local 
que possibilita a visualização de todos os continentes (Figura 2.18) (TAVARES, 2014; 
SEED, 2016).
Fonte: Tavares (2014).
Figura 2.18 - O símbolo da ONU é o globo terrestre representado na projeção azimutal.
Na projeção cônica, a superfície de projeção utilizada é um cone que envolve 
a Terra e que, posteriormente, é desenvolvido num plano (Figura 2.7). Podem 
ser tangentes ou secantes, apresentando paralelos circulares e meridianos 
que convergem para um único ponto (vértice do cone) (CÂMARA et al., 2001; 
CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). 
São utilizadas para representar mapas de países de latitudes intermediárias ou 
os hemisférios Norte ou Sul. Através da utilização da secância, a deformação pode 
ser diminuída desde que os dois paralelos escolhidos sejam dois terços da área a 
ser mapeada (Figura 2.8) (PISSARRA, 2016).
Fonte: Câmara et al. (2001); Francisco (2016).
Figura 2.7 - Projeção cônica.
T2
44 Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: Pissarra (2016).
Figura 2.8 - Distorções da projeção cônica.
Na projeção cilíndrica emprega-se um cilindro, tangente ou secante, à superfície 
terrestre como superfície de projeção e desenvolve-se esse cilindro num plano 
(Figura 2.9). Nessa projeção os paralelos são retose horizontais e os meridianos são 
retos e verticais, e acarreta deformação exagerada onde as latitudes são elevadas 
(Figura 2.10) (CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b).
Fonte: Francisco (2016).
Fonte: Francisco (2016).
Figura 2.9 - Projeção cilíndrica.
Figura 2.9 - Projeção cilíndrica.
A projeção cilíndrica é a mais empregada para representar toda a superfície 
terrestre, pois tende a diminuir a grande distorção que as projeções cônicas e 
azimutais geram em áreas que estão distantes do ponto de contato. A projeção 
de Mercator é uma projeção cilíndrica, sendo uma das mais antigas e importantes 
(CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b).
T2
45Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: Câmara et al. (2001).
Figura 2.11 - Mesma área representada em projeções diferentes.
Na Figura 2.11 tem-se a comparação da representação de uma porção da 
superfície terrestre nos sistemas de projeção descritos anteriormente.
As projeções equidistantes conservam as proporções entre as distâncias 
na superfície amostrada, em determinadas direções. São as projeções que 
não apresentam deformações lineares. A mais comum é a projeção cilíndrica 
equidistante, onde os meridianos e paralelos são linhas retas que se cortam em 
ângulos retos (Figura 2.12) (CÂMARA et al., 2001; CARVALHO e ARAÚJO, 2008 b). 
São empregadas para mapas de rádio ou sismologia e também para a navegação 
(QGIS, 2016). Alguns exemplos são as projeções cônica equidistante, cilíndrica 
equidistante e azimutal equidistante.
Fonte: QGIS (2016).
Figura 2.12 - Projeção cilíndrica equidistante de Plate Carree.
A projeção equivalente ou isométrica é aquela que conserva a área, porém há 
deformação dos ângulos (Figura 2.13). São consideradas as mais adequadas para trabalhar 
em ambiente SIGs (sistemas de informações geográficas). Projeções cilíndricas, cônicas 
e azimutais podem ser equivalentes ou isométricas. Alguns exemplos são as de Alber, de 
Lambert e de Mollweide (CÂMARA et al., 2001; QGIS, 2016). 
T2
46 Noções de escala e projeções cartográficas
Fonte: QGIS (2016).
Figura 2.13 - Projeção cilíndrica equivalente de Mollweide. Os paralelos são linhas retas e 
os meridianos curvas. Na maioria dos atlas atuais os mapas múndi seguem essa projeção.
As projeções conformes ou isogonais mantêm os ângulos ou as formas de pequenos 
objetos, sendo utilizadas quando é importante que haja a preservação das relações 
angulares (Figura 2.14). Projeções cônicas, cilíndricas e azimutais também podem ser 
conformes ou isogonais. São utilizadas para tarefas de navegação ou meteorologia. A 
projeção de Mercator e a projeção cônica conforme Lambert são exemplos desse tipo 
de projeção (CÂMARA et al., 2001; QGIS, 2016).
Fonte: QGIS (2016).
Figura 2.14 - A Projeção de Mercator é uma projeção cilíndrica conforme. Mantém os 
ângulos, mas não respeita as proporções reais, aumentando o Hemisfério Norte.
Uma das projeções mais empregadas é a projeção Universal Transversa de Mercator 
(UTM), onde a superfície de projeção é um cilindro transverso e a projeção é conforme. 
Sendo assim, os meridianos e paralelos não são linhas retas, com exceção do meridiano 
de tangência e do Equador. Esse sistema divide o globo terrestre em 60 fusos, de 6º 
em 6º de longitude (Figura 2.15) (IBGE, 1998). Devido à sua extensão, o Brasil possui oito 
fusos (do 18, a oeste, ao 25 a leste) (Figura 2.16).
T2
47Noções de escala e projeções cartográficas
O mapeamento sistemático do Brasil nas escalas 1:500.000 e maiores é realizado 
na projeção UTM (IBGE, 1998). Já as cartas na escala 1:1.000.000 são representadas na 
projeção cônica conforme de Lambert, com dois paralelos padrão (PARANHOS FILHO 
et al., 2016).
Fonte: Cartografia Escolar.
Fonte: Loch (2006).
Figura 2.15 - Zonas UTM que dividem o globo terrestre.
Figura 2.16 - O Brasil é dividido em oito zonas (fusos) UTM.
O sistema UTM somente pode ser empregado se a área de estudo está dentro de 
um único fuso ou se a área de estudo se prolonga até 30’ sobre os fusos adjacentes 
(55 km no Equador). Por exemplo, para trabalhar com áreas que se encontram em dois 
os mais fusos, sugere-se trabalhar com mapeamentos distintos (caso a área seja muito 
grande), extrapolar o fuso em até 30’ tentando abranger toda a área, ou então adotar 
outro sistema de projeção que possibilite trabalhar com grandes áreas (HOLLER, 2009).
No caso do Estado de Mato Grosso do Sul, por exemplo, ao se fazer sua representação 
T2
48 Noções de escala e projeções cartográficas
em um mapa não se pode aplicar o sistema de projeção UTM, pois o mesmo se encontra 
em dois fusos: o fuso 21 e o fuso 22.
Já nas projeções afiláticas, o comprimento, área e ângulos não são conservados 
(CÂMARA et al., 2001). A projeção de Robinson é um exemplo de projeção afilática, 
sendo utilizada nos livros atuais para a representação do globo terrestre (Figura 2.17).
Fonte: IBGE (2016).
Figura 2.17 - Globo terrestre representado na Projeção de Robinson.
A projeção policônica é um exemplo, sendo muito utilizada pelo US Geological 
Survey (Serviço Geológico dos Estados Unidos). Sua superfície de representação 
é formada por diversos cones e possui pequena deformação próxima ao centro do 
sistema, aumentando conforme se aproxima da periferia. Sua utilização é apropriada 
para representar países ou regiões com extensão predominantemente norte-sul e 
reduzida extensão leste-oeste (IBGE, 1998).
Existem vários outros sistemas de projeções, como a projeção interrompida de Goode, 
a qual é diferente das demais projeções e cuja finalidade principal é valorizar as áreas 
continentais, tanto sua forma quanto sua área (Figura 2.18). Apresenta a desvantagem 
de não possibilitar a medida de distâncias intercontinentais e de não representar áreas 
oceânicas e polares (CÂMARA et al., 2001; PENA, 2016).
T2
49Noções de escala e projeções cartográficas
De uma maneira resumida, apresentam-se na Tabela 2.8 os mais importantes 
sistemas de projeções cartográficas. 
Fonte: PENA (2016).
Figura 2.18 - Projeção interrompida de Goode.
Tabela 2.8 - Principais projeções, suas classificações, aplicações e características. 
Albers Cônica Equivalente
Mapeamentos temáticos 
e de áreas com extensão 
predominante leste-oeste.
Preserva área. Substitui com 
vantagens todas as outras 
cônicas equivalentes.
Bipolar Oblíqua Cônica Conforme
Indicada para base 
cartográfica confiável dos 
continentes americanos.
Preserva ângulos. Usa dois 
cones oblíquos.
Cilíndrica 
Equidistante Cilíndrica Equidistante
Mapas Múndi e mapas 
em pequenas escalas. 
Trabalhos computacionais
Altera área e ângulos.
Gauss-Krüger Cilíndrica Conforme Cartas topográficas antigas.
Altera a área, porém as 
distorções não ultrapassam 
0,5%. Preservam os ângulos.
Projeção Classificação Aplicações Características
Estereográfica 
Polar Azimutal Conforme
Mapeamento das regiões 
polares, da Lua, Marte e 
Mercúrio.
Preserva ângulos e tem 
distorções de escala.
Lambert Cônica Conforme
Mapas temáticos, 
políticos. Cartas militares e 
aeronáuticas.
Preserva ângulos.
Lambert Million Cônica Conforme Cartas ao Milionésimo. Preserva ângulos
Mercator Cilíndrica Conforme
Cartas náuticas. Mapas 
geológicos, magnéticos e 
Múndi.
Preserva ângulos
Miller Cilíndrica Mapas Múndi e mapas em escalas pequenas. Altera área e ângulos.
Policônica Cônica Mapeamento temático em escalas pequenas. Altera área e ângulos.
UTM Cilíndrica
Mapeamento básico em 
escalas médias e grandes. 
Cartas topográficas.
Preserva ângulos. Altera a 
área, porém as distorções não 
ultrapassam 0,5%.
Fonte: Adaptado de Câmara et al. (2001).
T2
50 Noções de escala e projeções cartográficas
Decreto nº 89.817, de 1984 
No Decreto nº 89.817, de 1984, são disponibilizadas as normas técnicas para elaboração 
de material cartográfico. Dispõe dos principais pontos que devem ser analisados quando 
se está fazendo um mapa, carta ou planta: erro de graficismo, principais elementos que 
devem ser apresentados em um mapa (escalas, projeção),referencial que deve ser 
utilizado no levantamento.
Decreto nº 89.817, de 1984. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1980-1989/D89817.htm>. Acesso em 30 de março de 2016.
Geografia (Escalas) 
Em um episódio do Programa Eureca da TV Educativa, a Professora Eliane G. O. Dias 
apresenta um resumo sobre os principais conceitos relacionados à escala. Apesar de ser 
um vídeo sobre preparação para o vestibular, a temática dos episódios é muito relevante, 
visto que a professora, através de linguagem simplificada e de fácil entendimento, trata 
dos principais conceitos relacionados à escala, como sua definição e os tipos de escala.
A evolução da Cartografia. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=VhoDiOveDNU>. Acesso em 30 de março de 2016. 
Tempo: 16 minutos.
Projeções Cartográficas
Em um episódio do Programa Eureca da TV Educativa, a Professora Eliane G. O. 
Dias apresenta um resumo sobre os principais conceitos relacionados à Cartografia 
e também aos sistemas de projeções cartográficas. São indicados os motivos pelos 
quais tais sistemas são necessários para a representação de mapas.
Projeções Cartográficas. Programa Eureca. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=YJ9NW7nnloU>. Acesso em 30 de março de 2016. 
Tempo: 11:17 minutos
Noções Básicas de Cartografia – Elementos de Representação
De acordo com o IBGE (1998), quando se produz cartas e mapas, é necessário 
associar os elementos representáveis a símbolos e convenções. Tais convenções 
abrangem símbolos que representam as feições e objetos do terreno, 
proporcionalmente à sua importância sob o ponto de vista das aplicações da 
ACOMPANHE NA WEB
T2
51Noções de escala e projeções cartográficas
carta. Sendo assim, na página disponibilizada pelo IBGE são apresentados os 
símbolos utilizados nas cartas e mapas. Você irá identificar como elementos da 
hidrografia, da vegetação, das unidades político-administrativas e localidades são 
representados nas cartas.
Noções Básicas de Cartografia – Elementos de Representação. Disponível 
em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/
elementos_representacao.html>. Acesso em 30 de março de 2016.
PEC, o que é e como aplicar (partes 1 e 2)
Na publicação feita por Laurent Martin (agrônomo e mestre em Sensoriamento 
Remoto Aplicado no Reino Unido) apresenta-se uma discussão sobre o Padrão 
de Exatidão Cartográfica (PEC), estabelecido no Decreto nº 89.817/1984. O autor 
apresenta as modificações ocorridas nos valores toleráveis devido à criação do 
Padrão de Exatidão Cartográfica dos Produtos Cartográficos Digitais (PEC-PDC).
PEC, o que é e como aplicar (partes 1 e 2). Engesat. Disponível em: <http://coral.
ufsm.br/cartografia/index.php?option=com_content&view=article&id=42&Item
id=38>. Acesso em 02 de abril de 2016.
Exercício – Padrão de Exatidão Cartográfica
Para quem está começando a trabalhar com Geoprocessamento, uma dica é visitar 
a Biblioteca Digital dos Simpósios Brasileiros de Sensoriamento Remoto. Nesse site 
estão disponibilizados os trabalhos publicados em todos os SBSR já realizados. 
Assim, você terá noção de alguns trabalhos que podem ser feitos utilizando o 
Geoprocessamento.
Biblioteca Digital – SBSR. Disponível em: <http://aquarius.ime.eb.br/~ivanildo/
prodcart/Qualidade_exercicio_pec_gabarito>. Acesso em 02 de abril de 2016.
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas 
questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e 
atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
Para a representação de porções da superfície terrestre em mapas devem ser 
AGORA É A SUA VEZ
T2
52 Noções de escala e projeções cartográficas
levados em consideração diversos fatores fundamentais, como escala e sistema 
de projeção cartográfica. Sendo assim, conceitue a escala, indicando quais são os 
tipos de escala que podem ser utilizados. Por que ela é importante?
Questão 2
Assinale V para verdadeiro ou F para falso, de acordo com os conceitos apresentados 
neste tema:
( ) A escala empregada no trabalho não interfere no nível de detalhe que poderá 
ser visualizado no mapa.
( ) O menor objeto que pode ser representado em um desenho possui o tamanho 
de 0,2 mm.
( ) Todos os sistemas de projeções geram algum tipo de deformação na 
representação.
( ) Para trabalhos em ambiente SIG, a projeção cartográfica mais adequada é a 
projeção equivalente ou isométrica.
( ) As projeções afiláticas conservam o comprimento, área e ângulos dos objetos 
que são representados.
Assinale a alternativa correta que corresponde ao preenchimento das lacunas 
acima:
a) V, V, F, V e F
b) V, F, F, V e F
c) V, F, F, V e V
d) F, V, V, V e F
e) F, V, F, F e V.
Questão 3
Em relação à definição de mapas e cartas pode-se afirmar que:
I. A escala é um dos elementos obrigatórios em um mapa.
II. Nas escalas, maiores denominadores indicam maior riqueza de detalhes. 
Enquanto menores denominadores indicam nível de detalhamento menor.
III. Os sistemas de projeções cartográficas levam em consideração a superfície 
geoidal para fazer a correspondência entre coordenadas geográficas e coordenadas 
planas.
T2
53Noções de escala e projeções cartográficas
IV. As projeções que levam em consideração o tipo de superfície de projeção 
adotadas são as projeções cilíndricas, planas ou azimutais e cônicas.
Está(ão) correto(s), apenas, o(s) item(s):
a) I.
b) II
c) II e III
d) I e IV
e) Todas estão corretas.
Questão 4
Indique qual a menor dimensão real de um elemento natural ou artificial 
representável nas seguintes escalas:
1:25.000
1:50.000
1:250.000
Questão 5
Qual a escala de uma carta na qual uma estrada de 1600 m reais é representada 
por 64 cm?
T2
54 Noções de escala e projeções cartográficas
T2
55Noções de escala e projeções cartográficas
Neste tema você aprendeu sobre os conceitos e sobre a importância da definição 
da escala e do sistema de projeção cartográfica utilizados na elaboração dos mapas. 
É de fundamental importância que você não se esqueça de que, de acordo com o 
Decreto-Lei 89.817/1984, tais informações são de presença obrigatória nos mapas, 
cartas e plantas. Ressalta-se que a escala é a proporção entre o que se deseja representar 
(realidade) e a própria representação e que existem dois tipos de escala, a numérica e a 
gráfica. Existem vários tipos de projeções que podem ser utilizados, mas nenhuma deles 
representa a superfície terrestre sem deformações, sendo que a finalidade do mapa será 
um dos fatores que irá contribuir para a escolha da projeção mais adequada.
FINALIZANDO
T2
56 Noções de escala e projeções cartográficas
T2
57Noções de escala e projeções cartográficas
BRASIL. Decreto nº 89.817, de 20 de Junho de 1984. Normas técnicas da cartografia 
nacional. Diário Oficial da Presidência da República. Secretaria de Planejamento 
da Presidência da Repúbica – SEPLAN/PR. Disponível em <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D89817.htm>. Acesso em: 17 mar. 2016.
BRASIL. Decreto Nº 5.334, de 6 de janeiro de 2005. Dá nova redação ao art. 21 e 
revoga o art. 22 do Decreto Nº 89.817 de 20 de Junho de 1984. Normas técnicas 
da cartografia nacional. Diário Oficial da Presidência da República. Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão – MP. Disponível em <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5334.htm>. Acesso em: 17 mar. 2016.
CÂMARA, Gilberto; DAVIS, Clodoveu; MONTEIRO, Antônio Miguel Vieira. 
Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos, Instituto Nacional 
de Pesquisas Espaciais – INPE. 2001. Disponível em <http://mtc-m12.sid.inpe.br/
col/sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf>. Acesso em: 17 mar. 
2016.
CARTOGRAFIA ESCOLAR. A cartografia da sala de aula. Disponível em <https://
cartografiaescolar.wordpress.com/coordenada-utm/>. Acesso em Acesso em: 22 
mar. 2016.
CARVALHO, Edilson Alves de; ARAÚJO, Paulo César de. Escala. Leituras cartográficase interpretações estatísticas I. Natal: EDUFRN. 2008. 248 p. a. Disponível em <http://
www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras_cartograficas/Le_
Ca_A05_J_GR_260508.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2016.
CARVALHO, Edilson Alves de; ARAÚJO, Paulo César de. Projeções Cartográficas. 
Leituras cartográficas e interpretações estatísticas I. Natal: EDUFRN. 2008. 248 p. 
b. Disponível em <http://www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/
leituras_cartograficas/Le_Ca_A11_J_GR_260508.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2016.
FONTANAILLES, Gilvan. 2013. Blog Geografalando. Disponível em <http://
geografalando.blogspot.com.br/2013/02/1-serie-em-3-bimestre.html>. Acesso 
em: 05 abr. 2016.
FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. Projeções Cartográficas. Brasil Escola. 2016. 
Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecoes-cartograficas.
htm>. Acesso em: 31 mar. 2016.
HOLLER, Wilson. Além das coordenadas UTM. Mundo GEO. 2009. Disponível em 
<http://mundogeo.com/blog/2009/01/06/alem-das-coordenadas-utm/>. Acesso 
em: 06 abr. 2016.
REFERÊNCIAS
T2
58 Noções de escala e projeções cartográficas
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Noções Básicas de Cartografia. 
1998. 127 p. 
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Noções Básicas de Cartografia. 
Elementos de Representação. 1999. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/
home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/elementos_representacao.html>. 
Acesso em: 30 mar. 2016.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas Escolar. Planisfério Político. 
2016. Disponível em <http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_mundo/
mundo_planisferio_politico_a3.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2016.
LGA. Laboratório de Geoprocessamento Aplicado da Universidade Federal de 
Juiz de Fora. 2011. 44 p. Disponível em <http://www.ufjf.br/lga/files/2011/03/10-
Caracter%C3%ADsticas-da-Imagens.pdf>. Acesso em 02 abr. 2016.
LOCH, Ruth Emília Nogueira. Cartografia: representação, comunicação e 
visualização de dados espaciais. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006.
MARTIN, Laurent. PEC, o que é e como aplicar? Parte 1. 2016. a. Disponível em 
<http://www.engesat.com.br/pec-o-que-e-e-como-aplicar-1/>. Acesso em 02 abr. 
2016.
MARTIN, Laurent. PEC, o que é e como aplicar? Parte 2. 2016. b. Disponível em 
<http://www.engesat.com.br/pec-o-que-e-e-como-aplicar-2/>. Acesso em 02 abr. 
2016
PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; MIOTO, Camila Leonardo; MARCATO 
JUNIOR, José; CATALANI, Thais Gisele Torres. Geotecnologias em Aplicações 
Ambientais. 1. ed. Campo Grande: Editora UFMS. 2016. 383 p.
PENA, Rodolfo Alves. Projeção Descontínua de Goode. Brasil Escola. 2016. 
Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecao-descontinua-
goode.htm>. Acesso em 01 abr. 2016.
PISSARRA, Teresa Cristina Tarlé. Projeções Cartográficas. 2016. 28 p. Disponível 
em <http://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/engenhariarural/
TERESACRISTINATARLEPISSARRA/edital.pdf>. Acesso em 01 abr. 2016.
QGIS. Sistemas de Referência das Coordenadas. 2016. Disponível em <http://
docs.qgis.org/2.6/pt_BR/docs/gentle_gis_introduction/coordinate_reference_
systems.html>. Acesso em 01 abr. 2016.
SANTOS, Suzana Daniela Rocha; HUINCA, Suelen Cristina Movio; MELO, Lineardo 
Ferreira de Sampaio; SILVA, Marly Terezinha Quadri Simões da; DELAZARI, 
Luciene Stamato. Considerações sobre a utilização do PEC (Padrão de Exatidão 
T2
59Noções de escala e projeções cartográficas
Cartográfica) nos dias atuais. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS GEODÉSICAS 
E TECNOLOGIAS DA GEOINFORMAÇÃO, 3., 2010, Recife. Anais... Recife, PE, 2010. 
Disponível em <https://www.ufpe.br/cgtg/SIMGEOIII/IIISIMGEO_CD/artigos/
CartografiaeSIG/Cartografia/A_259.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2016.
SEED. Secretaria da Educação. Governo do Estado do Paraná. ONU: Símbolo. 2016. 
Disponível em <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.
php?foto=604&evento=6>. Acesso em: 02 abr. 2016.
SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. 
2 ed. São Paulo: Scipione. 2013. 
TAVARES, Márcio. O que significa o símbolo da ONU? 2014. Disponível em <http://
geografiaetal.blogspot.com.br/2014/03/o-que-significa-o-simbolo-da-onu.html>. 
Acesso em: 02 abr. 2016.
USGS. U.S. Department of the Interior. U.S. Geological Survey. About USGS. 2014. 
Disponível em <http://www.usgs.gov/aboutusgs/>. Acesso em 01 abr. 2016.
Símbolos cartográficos: são utilizados quando os elementos que se deseja 
representar são menores que o erro de tolerância estabelecido na escala de 
trabalho. São fundamentais em todos os tipos de representação cartográfica, 
sendo sua variedade ou quantidade estabelecida de acordo com a escala do mapa 
(IBGE, 1998).
Acurácia: descreve a proximidade do valor amostrado e do valor verdadeiro, ou 
seja, é a diferença entre o valor esperado e o valor verdadeiro. 
Geodésia: é a ciência que se ocupa da determinação da forma, das dimensões 
e do campo de gravidade da Terra. É empregada como estrutura básica dos 
mapeamentos e trabalhos topográficos (IBGE, 1998).
Resolução espacial: as imagens de satélite e as fotografias aéreas, por exemplo, 
são dados que apresentam estrutura matricial (dados raster), onde seu elemento 
principal é denominado pixel. A resolução espacial de uma imagem relaciona-se ao 
tamanho que esse pixel representa na realidade. É dimensão ao solo representada 
pelo pixel (LGA, 2011; PARANHOS FILHO et al., 2016).
Superfície elipsoidal: o elipsoide é a forma que mais se aproxima da forma real 
da Terra. Sendo assim, a superfície elipsoidal é a superfície de referência utilizada 
GLOSSÁRIO
T2
60 Noções de escala e projeções cartográficas
nos cálculos que fornecem subsídios para a elaboração de uma representação 
cartográfica (IBGE, 1998; PARANHOS FILHO et al., 2016).
Sistemas de Informações Geográficas (SIGs): são sistemas que envolvem 
hardware (computador), software (programas), dados, dados geográficos e 
pessoal qualificado para capturar, armazenar, manipular e analisar informações 
referenciadas geograficamente. Representam uma importante ferramenta para 
análises ambientais.
US Geological Survey - USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos): é uma 
organização científica que fornece informações relevantes e úteis sobre os 
recursos naturais, ecossistemas e ambientes. De maneira geral, o USGS recolhe, 
monitora, analisa e disponibiliza dados relacionados às condições naturais de 
recursos, questões e problemas (USGS, 2014).
Tema 3
Sistema de informação 
geográfica
As Geotecnologias ou Geoprocessamento remetem às técnicas empregadas 
no processamento e análise de dados espaciais ou informações geográficas. Essas 
tecnologias geram grande quantidade de dados que devem ser armazenados, 
processados e recuperados de forma prática (CHRISTOPHERSON, 2012). 
Sendo assim, há necessidade de um sistema que seja capaz de realizar essas 
funções de modo eficiente. E para atender essa necessidade, são empregados os 
Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), os quais, em conjunto com a Cartografia 
e o Sensoriamento Remoto, formam as Geotecnologias.
De maneira geral, SIG é o conjunto formado por computador (hardware), 
programas (software), dados geográficos e pessoal qualificado, sendo utilizado 
para capturar, armazenar, atualizar, manipular, analisar e exibir todas as formas de 
informações referenciadas geograficamente (ESRI, 1997) (Figura 3.1). 
Os SIGs possuem grande quantidade de aplicações, que vão desde a agricultura, 
cartografia, planejamento urbano, gerenciamento de serviços de utilidade pública, 
monitoramento de recursos naturais, até o acompanhamento da distribuição 
de epidemias. As principais formas de se empregar um SIG estão relacionadas a 
(CÂMARA et al., 2001):
• Geração e produção de mapas;
• Estrutura para análises espaciais de fenômenos (expansão de doenças, 
criminalidade, por exemplo);
• Estrutura de banco de dados geográficos, com funcionalidades relacionadas 
ao armazenamento e recuperaçãode informação espacial.
POR DENTRO DO TEMA
T3
62 Sistema de informação geográfica
Fonte: Adaptado do LABGIS e de Sene (2013).
Figura 3.1 - Esquema de funcionamento de um SIG. 
Esses sistemas são capazes de integrar dados de diversas fontes e formatos, sendo 
os mais indicados para agregar dados, informações e cartas de naturezas e escalas 
diferentes. Um conjunto de layers pode representar diferentes feições geográficas do 
mundo real (Figura 3.2).
Fonte: Adaptado de ESRI (2011).
Figura 3.2 - Um SIG possibilita a integração de dados de diversas fontes e formatos.
Como exemplo, cita-se a combinação de dados climáticos e cartas topográficas ou 
de solos, os quais em um SIG podem ser analisados de maneira conjunta, levando toda 
a informação para uma base comum, permitindo sua integração e uso (PARANHOS 
FILHO et al., 2003).
Histórico
O desenvolvimento dos SIGs iniciou na década de 1960, pioneiramente no Canadá, 
seguindo posteriormente para a Europa e Estados Unidos. No Canadá, os SIGs foram 
desenvolvidos como parte de um plano estratégico do governo com o intuito de 
listar ou registrar automaticamente os recursos naturais, como um inventário, visto a 
necessidade de planejar a utilização dos recursos naturais e do solo (CÂMARA et al., 
2001; MATIAS, 2001).
T3
63Sistema de informação geográfica
Já nos anos 70 foram desenvolvidos os fundamentos matemáticos utilizados para 
a Cartografia, surgindo então a topologia, que possibilitou as análises espaciais entre os 
elementos cartográficos (CÂMARA et al., 2001). Em 1973 surgiu o ESRI – Environmental 
Systems Research Institute, importante iniciativa privada atuante na área dos SIGs 
(MATIAS, 2001).
Entretanto, foi a partir da década de 1980 que essa tecnologia se difundiu, já que 
houve a diminuição dos custos necessários à aquisição de equipamentos de trabalho, 
influenciado pelo desenvolvimento de imagens de satélite, Sistemas de Posicionamento 
Global (GPS) e de computadores pessoais (CÂMARA et al., 2001; SENE, 2013).
São três as gerações de sistemas de informação geográfica (CÂMARA, 1995). A 
primeira geração é do período de 1980 a 1990, a qual utilizava como base o CAD 
cartográfico, com banco de dados limitados, utilizados principalmente em projetos 
isolados. Nessa época não havia a preocupação em gerar arquivos digitais. A segunda 
geração é entre 1990 e 1997, caracterizada por conceber o processamento de imagens. 
A terceira geração iniciou-se no final da década de 1990, sendo caracterizada por 
grandes bases de dados geográficos e podendo ser vista como sistemas orientados à 
troca de informações entre instituições e demais usuários (CÂMARA, 1995).
No Brasil, os primeiros SIGs começaram a ser criados a partir do início dos anos 
80, quando o criador do primeiro SIG, Dr. Roger Tomlinson, visitou o país. Após sua 
vinda ao Brasil, vários grupos de pesquisadores se interessaram em contribuir para o 
desenvolvimento dessa tecnologia (CÂMARA, 1995).
Estrutura de um SIG
• De maneira geral, os componentes que formam os SIGs são (CÂMARA et al., 
2001):
• Interface com o usuário – como o sistema é manipulado e operado; 
• Entrada e integração de dados; 
• Funções de análise e consulta espacial;
• Visualização e plotagem;
• Armazenamento e recuperação de dados.
Na Figura 3.3 apresenta-se como se relacionam os componentes principais de 
um sistema de informação geográfica. É interessante destacar que, dependendo 
do objetivo e necessidade, cada sistema irá implantar tais componentes de forma 
diferenciada, porém deverão apresentar todos os itens citados (CÂMARA et al., 2001).
T3
64 Sistema de informação geográfica
Fonte: Câmara et al. (2001).
Figura 3.3 - Principais componentes que formam um SIG.
Topologia
Em SIGs, o conceito de topologia é muito importante. Na matemática, topologia 
significa o estudo matemático dos espaços e de suas formas (FERNANDES et al., 2011). 
Nos SIGs, ela é utilizada de duas formas. 
A primeira, como uma ferramenta que possibilita a criação de mapas evitando que 
diversos problemas ocorram entre os polígonos na hora de desenhá-los (PARANHOS 
FILHO e GAMARRA, 2016). Às vezes, alguns erros podem ocorrer ao se trabalhar 
com vetores, como o não fechamento de polígonos, espaços entre polígonos ou a 
sobreposição dos mesmos. Também existem os pontos que não se reúnem em um 
só ponto (nó), onde ocorrem lacunas entre as linhas e uma sobreposição de uma 
linha, a qual termina além da linha que deve ligar (Figura 3.4). A ocorrência desses erros 
não permite a relação entre os elementos, sendo necessária a utilização da topologia 
para corrigi-los (QGIS, 2016). 
Fonte: QGIS (2016).
Figura 3.4 - A utilização da topologia corrige erros entre os vetores.
T3
65Sistema de informação geográfica
A segunda utilização da topologia nos SIGs está relacionada à forma como o 
computador estabelece as relações espaciais entre os elementos presentes em 
um mapa. A topologia é o modo como se relacionam pontos (nós), arcos (linhas) e 
polígonos entre si e com o banco de dados espacial (que são as tabelas de atributos 
presentes em um arquivo vetorial, onde estão dispostas diversas informações sobre 
aquele polígono, ponto ou arco) (PARANHOS FILHO e GAMARRA, 2016).
Uma base digital ou um mapa é formado por dois tipos de informações: a espacial 
(um dado espacial ou dado geográfico possui uma localização expressa como 
coordenadas de um mapa) e a descritiva (outras informações relacionadas ao local, 
como o nome do local, área, perímetro, etc.). O que diferencia um SIG é a capacidade 
que ele possui de integrar esses dois tipos de informações, permitindo ao sistema 
examinar as relações espaciais entre as feições existentes no mapa. Assim, é possível 
clicar sobre uma feição no mapa e acessar os dados tabulares do mesmo (ESRI, 1997). 
Por exemplo, no arquivo vetorial das bacias hidrográficas urbanas de Campo Grande, 
ao clicar com o botão sobre um determinado polígono, as informações referentes a 
esse local serão apresentadas (Figura 3.5).
Fonte: O autor.
Figura 3.5 - Exemplo de como a topologia relaciona o arquivo vetorial ao banco de dados 
com informações.
Para representar uma linha (arco), utiliza-se a topologia arco-nó. Um nó é 
considerado como o ponto de intersecção entre duas ou mais linhas, correspondendo 
ao ponto inicial ou final de cada linha (Figura 3.6) (CÂMARA et al., 2001).
T3
66 Sistema de informação geográfica
Fonte: Câmara et al. (2001).
Figura 3.6 - Exemplo de representação de uma rede elétrica que utiliza topologia arco-nó.
Para a representação de elementos gráficos do tipo área, utiliza-se a topologia 
arco-nó-polígono. Nesse tipo de topologia, as propriedades topológicas de áreas 
são descritas de forma que as informações associadas aos elementos possam ser 
manipuladas da mesma maneira que os correspondentes elementos em um mapa 
temático (Figura 3.7) (CÂMARA et al., 2001).
Fonte: Câmara et al. (2001).
Figura 3.7 - Exemplo de representação polígonos que utiliza topologia arco-nó-polígono.
CAD X SIG
A existência de “rivalidade” entre SIG e CAD é bastante antiga e considerável. 
Normalmente, é dito que o CAD é menos desenvolvido e que o SIG é muito complicado. 
A grande questão é que os dois são ferramentas utilizadas em atividades diferentes, 
T3
67Sistema de informação geográfica
com métodos de trabalho específicos, mas que, muitas vezes, por inexperiência do 
usuário, acabam sendo utilizados para as mesmas operações (CÂMARA e MEDEIROS, 
1998; CARREIRA, 2010). 
Para Rocha (2000), CAD ou Computer Aided Design (desenho auxiliado por 
computador) são sistemas que armazenam dados espaciais como entidades 
gráficas. O CAD possui propriedades gráficas como cor e espessura, sendo o 
desenho realizado apenas para a visualização. Os elementos criados representam 
o que realmente é necessário visualizar, por exemplo: um poste de iluminação é 
representado por um pé e uma lâmpada. Quando se salva o arquivo CAD (formato 
DWG), são gravados o tipo de tracejado, cor da linha,espessura (CARREIRA, 2010) 
(Figura 3.8).
Fonte: Carreira (2010).
Figura 3.8 - Exemplo de uma representação no CAD (à esquerda) e a mesma representação 
num SIG (à direita).
No CAD não há conexão com banco de dados, bem como não é permitida a 
consulta ao banco. Porém, mesmo tendo sido criado para a elaboração de projeto 
de arquitetura e engenharia, o CAD é frequentemente utilizado em cartografia digital 
(CÂMARA e MEDEIROS, 1998; ROCHA, 2000). 
No SIG os dados sempre são acompanhados de informações topológicas e 
informações tabulares (atributos). Sendo assim, é possível associar aos elementos 
geométricos (polígonos, linhas e pontos), que representam objetos ou áreas sobre o 
território, informações de vários tipos, como textos, fotos, desenhos, etc. Para os dados 
raster é possível relacionar a cada célula (pixel) um número infinito de atributos. Em 
imagens de satélite, por exemplo, além das coordenadas X e Y, associa-se um atributo 
relacionado à cor (Z). Em modelos digitais de elevação (MDE), o Z corresponde à 
altitude.
Além disso, o SIG produz mapas e cartas de acordo com uma projeção geográfica, 
T3
68 Sistema de informação geográfica
enquanto o CAD utiliza apenas a geometria cartesiana, não levando em consideração 
a curvatura terrestre, o que pode gerar distorções em área e perímetro. O SIG possui 
ainda a capacidade de relacionar espacialmente objetos que estejam em cartas e 
escalas diferentes (PARANHOS FILHO e GAMARRA, 2016) (Figura 3.9).
Fonte: Adaptado de Rufino (2008).
Figura 3.9 - Principais diferenças entre SIG e CAD.
Ao se converter um projeto CAD em SIG, as simbologias empregadas no primeiro 
são perdidas, já que o SIG trabalha com pontos, linhas e polígonos como forma de 
representar os dados (CARREIRA, 2010).
É interessante destacar que muitos CADs possibilitam a instalação de 
complementos cartográficos que projetam e registram as informações 
geograficamente (PARANHOS FILHO e GAMARRA, 2016).
SIGs Livres e Gratuitos
Há uma grande variedade de softwares disponíveis, com vários tipos de licenças. 
A licença de um programa está relacionada ao grau de permissão que o usuário 
possui sobre o mesmo. 
No caso dos programas comerciais, por exemplo, tal licença é limitada, pois 
softwares comerciais são desenvolvidos por uma empresa para a obtenção de 
lucros. Já nos softwares proprietários, a distribuição, cópia e modificação não são 
permitidas ou necessitam de permissão ou do pagamento para utilizá-los (FSF, 
2002).
Existem também os softwares livres, que são aqueles disponibilizados com a 
possibilidade e permissão de qualquer usuário copiá-lo e distribuí-lo, na sua forma 
original ou então com as alterações realizadas pelo usuário. Alguns programas 
possuem uso livre, porém seu código-fonte não é disponibilizado (MEDEIROS, 
T3
69Sistema de informação geográfica
2011).
Um ponto aqui deve ser discutido: quando se diz que um programa é livre 
refere-se à liberdade de utilização e modificação e não à gratuidade. O software 
gratuito são aquele que pode ser utilizado sem haver a necessidade de pagamento 
de licença, ou seja, não requer sua compra, está disponível de forma gratuita na 
rede.
Várias são as opções de programas gratuitos disponibilizados na rede. O GIMP, 
por exemplo, é um excelente programa para criação e edição de imagens. O 
OppenOffice é um pacote de escritório composto por programas para escrita, 
planilhas, apresentações.
Em relação aos softwares livres e gratuitos para Geoprocessamento, vários 
vêm se firmando, sendo desenvolvidos e disponibilizados na rede. Alguns dos mais 
utilizados serão apresentados abaixo.
O SPRING (Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas) 
é um exemplo de SIG brasileiro, o qual foi desenvolvido através da parceria 
entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Empresa Brasileira de 
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), com o Centro Científico IBM-RIO, entre outras 
instituições (SPRING, 2012) (Figura 3.10). Sua interface não é intuitiva e de fácil 
entendimento como a dos demais SIGs (MMA, 2016). 
Durante um bom tempo era somente gratuito, passando recentemente a ser 
um projeto Open Source. É empregado no processamento de imagens, análises 
espaciais, modelagem numérica de terreno e em consulta a banco de dados 
espaciais (MEDEIROS, 2011). O site oficial do SPRING é <http://www.dpi.inpe.br/
spring/>.
Fonte: Mioto et al. (2015).
Figura 3.10 - Interface do SPRING.
T3
70 Sistema de informação geográfica
O projeto gvSIG iniciou-se em 2004, na Espanha. Desenvolvido em linguagem 
Java, apresenta uma interface de rápido entendimento, estando disponível em 
diversas versões, como desktop, portable (versão portátil que funciona a partir 
de pendrive) e mobile (para dispositivos móveis, utilizados para coletar dados em 
campo) (MEDEIROS, 2011; MIOTO et al., 2016) (Figura 3.11). 
Neste SIG é possível trabalhar com todos os formatos de dados espaciais, 
possuindo diversas ferramentas de análise e gerenciamento de informações 
geográficas (GVSIG ASSOCIATION, 2009). O site oficial do gvSIG é <http://www.
gvsig.com/pt>. 
Fonte: O autor.
Figura 3.11 - Interface do gvSIG.
Um dos SIGs que está se posicionando cada vez mais é o QGIS, antes 
denominado de Quantum GIS, e que foi iniciado em fevereiro de 2002 (Figuras 
3.12 e 3.13). Através dele é possível realizar diversas operações, como visualização, 
edição e análise de dados, geração de mapas para impressão, entre outras opções 
(MEDEIROS, 2011). 
Permite a instalação de vários plugins que adicionam funcionalidades específicas, 
como acesso a dados de GPS, por exemplo (MMA, 2016). O site oficial do QGIS é 
<http://www.qgis.org/en/site/>.
T3
71Sistema de informação geográfica
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Figura 3.12 - Interface do QGIS.
Figura 3.13. Visualização de dados vetoriais no QGIS versão 2.12 – Lyon (QGIS 
DEVELOPMENT TEAM, 2015).
O GRASS, que em português significa “Sistema de Suporte à Análise de Recursos 
Geográficos”, é o mais antigo sistema livre para aplicações em SIG (CEPSRM, 2016). 
É o SIG mais completo para processamento de dados espaciais, podendo ser 
empregado em análises espaciais, modelagem ambiental, mapas temáticos e 
também no processamento de imagens (Figura 3.14). Sua principal restrição está 
relacionada à sua interface menos intuitiva, assim como acontece no SPRING 
(MEDEIROS, 2011; MMA, 2016). O site oficial do GRASS é <https://grass.osgeo.org/>.
T3
72 Sistema de informação geográfica
Fonte: GRASS GIS (2014).
Figura 3.14. Interface do GRASS.
Análise Espacial
Entender a distribuição espacial de fenômenos ocorridos no espaço é muito 
importante para o entendimento de questões relacionadas a diversas áreas, tanto 
para a saúde como para o ambiente. Esses estudos têm se tornado cada vez mais 
comuns, principalmente pela disponibilidade de SIGs de baixo custo e muitos 
gratuitos e de fácil utilização (CÂMARA et al., 2004).
Uma das operações que os SIGs permitem fazer é apresentar espacialmente 
variáveis, como teores, população, índices de qualidade ambiental, de vida e de 
qualquer outro dado espacial através de mapas (CÂMARA et al., 2004; PARANHOS 
FILHO e GAMARRA, 2016). 
Para isso, necessita-se somente de um banco de dados e de uma base 
geográfica, com vetores de um município, por exemplo, e o SIG possibilita a 
apresentação de um mapa colorido, permitindo a visualização do padrão espacial 
do fenômeno (CÂMARA et al., 2004).
Assim, por exemplo, pode ser verificado se a distribuição dos casos de uma 
doença forma algum padrão espacial, se existem ou não indicativos de associação 
com alguma fonte de origem, se a doença variou no espaço (PARANHOS FILHO 
e GAMARRA, 2016). Pode-se também verificar se existe concentração espacial 
na distribuição de roubos e relacionar essas ocorrências às características 
socioeconômicas dessas áreas (CÂMARA et al., 2004).
Esses problemas fazem parte da análise espacial de dados geográficos e a 
ênfase da análise espacial é avaliar propriedades e relacionamentos,levando em 
consideração a posição espacial do fenômeno, ou seja, é incorporar o espaço à 
análise que se deseja realizar (CÂMARA et al., 2004).
T3
73Sistema de informação geográfica
O exemplo mais citado de análise espacial já realizado é o produzido por John 
Snow, no século XIX. Nesse século ocorreram muitas epidemias de cólera em 
Londres e o entendimento dos mecanismos das causas da doença era muito vago. 
Alguns grupos associavam a doença aos miasmas e outros associavam à ingestão 
de água insalubre (CÂMARA et al., 2004; PARANHOS FILHO e GAMARRA, 2016). 
John Snow, em 1854, durante um dos surtos, colocou em um mapa o local 
de mais de 500 mortes pela doença e a posição das bombas de fornecimento de 
água em Londres (Figura 3.15). 
Fonte: Câmara et al. (2004).
Figura 3.15 - Mapa com os casos de cólera identificados por John Snow, na cidade de 
Londres, em 1854.
Esse mapa mostrou que a maioria das mortes ocorreu próxima a uma 
determinada bomba (em Broad Street), demonstrando a ligação da contaminação 
da água com a ocorrência da cólera. Com a identificação da bomba contaminada, 
seu fechamento foi realizado, o que dominou o surto de cólera (CÂMARA et al., 
2004; PARANHOS FILHO e GAMARRA, 2016).
Outro exemplo de análise espacial é apresentado no trabalho de Antonialli et al. 
(2007). Nesse trabalho, os autores mapearam a evolução da leishmaniose visceral 
humana no Estado de Mato Grosso do Sul entre o período de 1911 a 2004. 
Até o ano de 1994 a doença era endêmica de Corumbá, MS, e através da análise 
dos mapas foi possível perceber que a partir de 1998 casos foram registrados fora 
do município (Figura 3.16). Esses casos disseminaram-se, adentrando o Estado de 
Mato Grosso do Sul, no sentido oeste-leste, acompanhando a BR 262, a Ferrovia 
Novo Oeste e o Gasoduto Bolívia-Brasil, chegando a São Paulo (Figura 3.17) 
(ANTONIALLI et al., 2007).
T3
74 Sistema de informação geográfica
Fonte: Adaptado de Antonialli et al. (2007).
Fonte: Antonialli et al. (2007).
Figura 3.16 - Mapa com os casos de leishmaniose visceral humana em Mato Grosso do Sul.
Figura 3.17 - A expansão da doença em MS coincide no tempo e no espaço com a 
implantação do Gasoduto Bolívia–Brasil.
Principais Operações SIG
Inúmeras são as operações SIGs. Neste tema somente algumas serão abordadas. 
Um dos recursos muito utilizado nos SIGs é a criação de polígonos (buffers) 
T3
75Sistema de informação geográfica
que contornam um objeto a uma determinada distância. Os buffers podem ser 
construídos ao redor de qualquer tipo de representação vetorial (pontos, linhas e 
polígonos) (Figura 3.18) (DAVIS, 2000). Um exemplo de utilização está relacionado 
à criação das Áreas de Preservação Permanente (APPs), as quais dependem da 
largura da calha principal do rio para ser estabelecida.
Fonte: Davis (2000).
Figura 3.18 - Buffer de linhas.
A função overlay ou sobreposição permite sobrepor dois ou mais níveis de 
informação (ou mapas) com o objetivo de gerar um terceiro mapa. Em um SIG, 
além da sobreposição também é possível a operação entre cartas, usando mapas 
como parâmetros em equações, somando, multiplicando ou fazendo outra 
operação matemática. Esse procedimento recebe o nome de álgebra de mapas 
(PARANHOS FILHO e GAMARRA, 2016). 
Um exemplo da aplicação de álgebra de mapas é a obtenção de mapas de 
vulnerabilidade natural e ambiental, os quais são resultados de operações entre 
mapas de declividade, geologia, pedologia e uso e ocupação de um determinado 
local (Figura 3.19).
Fonte: Adaptado de Tiviroli e Paranhos Filho (2009).
Figura 3.19 - Álgebra de entre mapas de geologia (1), geomorfologia (2) e solos (3) para 
gerar o mapa de vulnerabilidade natural à erosão (4).
Nos SIGs também é possível realizar a obtenção da porcentagem de diferentes 
classes de cobertura do solo, técnica chamada de classificação de imagens. 
Através dessa técnica identifica-se a quantidade de cada classe cobertura do 
solo, sendo muito útil no estudo da evolução ambiental de determinadas regiões. 
A comparação das características de um mesmo local em diferentes épocas é 
T3
76 Sistema de informação geográfica
denominada de análise multitemporal.
No exemplo da Figura 3.20, tem-se a análise multitemporal da cobertura do 
solo do Município de Luis Eduardo Magalhães, Estado da Bahia, entre o período de 
1987 a 2007.
Fonte: Menke et al. (2009).
Figura 3.20 - Exemplo de análise multitemporal da evolução do uso do solo no Município 
de Luis Eduardo Magalhães, Estado da Bahia.
Em um banco SIG, classes mais detalhadas podem ser agregadas, gerando 
níveis mais simples, com menos detalhes. Um exemplo é quando se produz uma 
carta de cobertura, agregando dois ou três tipos de cerrados diferentes em uma 
única classe (PARANHOS FILHO e GAMARRA, 2016).
Diante do exposto, os SIGs são poderosíssimas ferramentas empregadas na 
realização de análises não somente na área ambiental, mas também nas áreas da 
saúde, do transporte, do saneamento. Com o desenvolvimento dos SIGs livres e 
gratuitos, essa tecnologia se tornou disponível para todos aqueles que queiram 
e necessitam de ferramentas capazes de fornecer excelentes resultados em um 
rápido período de tempo.
Usando e abusando do Geoprocessamento
No jornal técnico Bate Byte, desenvolvido pela Companhia de Informática do Paraná 
(CELEPAR), tem-se um resumo sobre Geoprocessamento e são apresentadas 
ACOMPANHE NA WEB
T3
77Sistema de informação geográfica
algumas utilizações dos sistemas de informações geográficas (SIGs) no serviço 
público, nos bancos, transporte, seguradoras, entre outros. 
Usando e abusando do Geoprocessamento. 2009. Iolanda Oliveira Barcelos. 
Disponível em <http://www.batebyte.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.
php?conteudo=1740>. Acesso em 26 abr. 2016.
Fiscalize Também – Sistema de Informações Geográficas da Mineração (SIGMINE)
No vídeo publicado pela Escola Superior do MPU é apresentado o Sistema de 
Informações Geográficas da Mineração, o SIGMINE. Através desse SIG é possível 
verificar se há exploração minerária em terras indígenas, áreas de quilombos, 
em unidades de conservação, entre outros. Basta selecionar um ponto qualquer 
no mapa e visualizar as áreas georreferenciadas dos processos em trâmite no 
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Fiscalize Também – Sistema de Informações Geográficas da Mineração (SIGMINE).
 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=P1zGkZwfZDg>. Acesso em 
26 abr. 2016. 
Tempo: 07:44 minutos.
Sistemas de Informação Geográfica (SIG) (Partes 1 e 2)
Em um vídeo publicado pela empresa VasGEo – Soluções em Geotecnologias é 
apresentado um resumo sobre os principais aspectos relacionados aos sistemas 
de informações geográficas. Conceitos de hardware, software são discutidos. No 
vídeo também são apresentados alguns SIGs que são utilizados atualmente, como 
o QGIS.
Sistemas de Informação Geográfica (SIG) – Parte 1 e Parte 2.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RSKV4p4kCOU>. Acesso 
em 26 abr. 2016. 
Tempo: 34 minutos
SIGTÉRIO – Aplicação de Geotecnologia na Informatização de Cemitérios
Anderson Medeiros, em seu blog (http://andersonmedeiros.com/) comenta um 
artigo que trata sobre a informatização de cemitérios através da utilização de 
geotecnologias. Com levantamento de campo e utilização de um SIG, elaborou-
se uma aplicação com vistas à melhoria da administração do cemitério Santa 
Catarina, no Bairro dos Estados, em João Pessoa-PB.
SIGTÉRIO – Aplicação de Geotecnologia na Informatização de Cemitérios. 
T3
78 Sistema de informação geográfica
Anderson Medeiros. 2016. 
Disponível em: <http://andersonmedeiros.com/sigterio-geotecnologias-na-
informatizacao-de-cemiterios/>. Acesso em 26 abr. 2016. 
Morfometria de Bacias Hidrográficas Através de SIGs Livres e Gratuitos
No artigo publicado por Mioto et al. (2014) são apresentadas as características 
morfométricas da Bacia Hidrográfica do Córrego Guassú, a qual é utilizada como 
fonte de abastecimento de água do Município de MundoNovo, MS. Os parâmetros 
morfométricos foram calculados através da utilização de SIGs livres e gratuitos, 
como o gvSIG e o QGIS.
Morfometria de Bacias Hidrográficas Através de SIGs Livres e Gratuitos. 2014. 
Anuário do Instituto de Geociências da UFRJ. 
Disponível em: <http://ppegeo.igc.usp.br/pdf/anigeo/v37n2/v37n2a02.pdf>. 
Acesso em 26 abr. 2016.
Elaboração de Carta de Adequabilidade Ambiental de Uma Pequena Propriedade 
Rural no Município de São Miguel Arcanjo, São Paulo, Utilizando Técnicas de 
Geoprocessamento
Meira et al. (2016), em seu artigo publicado na Revista de Engenharia Sanitária e 
Ambiental, elaboraram a carta de adequabilidade ambiental de uma propriedade 
rural através das geotecnologias. Os autores empregaram a álgebra de mapas 
entre cartas de declividade, solo e usos restritos para identificar quais eram as áreas 
potenciais para a adequação ambiental. 
Elaboração de carta de adequabilidade ambiental de uma pequena propriedade 
rural no Município de São Miguel Arcanjo, São Paulo, utilizando técnicas de 
geoprocessamento. 2016. Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/esa/v21n1/1413-4152-esa-21-01-00077.
pdf>. Acesso em 26 abr. 2016.
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
AGORA É A SUA VEZ
T3
79Sistema de informação geográfica
Questão 1: 
Os SIGs, em conjunto com a Cartografia e o Sensoriamento Remoto, formam 
as Geotecnologias ou Geoprocessamento. De maneira geral, como um SIG é 
formado e quais são suas principais formas de emprego? 
Questão 2: 
Assinale V para verdadeiro ou F para falso, de acordo com os conceitos apresentados 
neste tema:
( ) Em um SIG não é possível integrar dados de diversas fontes e formatos.
( ) Topologia é a forma como o SIG estabelece as relações espaciais entre os 
elementos presentes em um mapa.
( ) CAD e SIG são ferramentas utilizadas nas mesmas atividades.
( ) SIG livre e SIG gratuito são equivalentes.
( ) Com os SIGs é possível realizar análises espacial da distribuição de fenômenos 
ocorridos no espaço.
Assinale a alternativa correta que corresponde ao preenchimento das lacunas 
acima:
a) V, V, F, V e F
b) V, F, F, V e F
c) V, F, F, V e V
d) F, V, F, F e V
e) F, V, F, V e V.
Questão 3: 
Em relação aos sistemas de informações geográficas, pode-se afirmar que:
I. Alguns dos componentes que formam os SIGs são a entrada e integração de 
dados, visualização e plotagem, armazenamento e recuperação de dados.
II. O SIG produz mapas com uma projeção geográfica, enquanto o CAD utiliza 
apenas geometria cartesiana, desconsiderando a curvatura terrestre.
III. QGIS, gvSIG e GRASS são alguns exemplos de SIGs livres e gratuitos que vêm 
sendo muito utilizados em aplicações ambientais.
T3
80 Sistema de informação geográfica
IV. Uma das operações do SIG é a criação de buffers, que são polígonos criados 
contornando um objeto a uma determinada distância.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(s):
a) II.
b) IV
c) II e III
d) I e IV
e) Todas estão corretas.
Questão 4: 
Indique as principais diferenças existentes entre os sistemas de informações 
geográficas (SIGs) e os CADs (Computer Aided Design).
Questão 5: 
Você foi convidado a participar de um projeto para a análise ambiental de uma área 
próxima a um rio. Com a utilização de um SIG é possível estabelecer as faixas das 
Áreas de Preservação Permanente (APPs) desse rio? Se a resposta for positiva, de 
qual modo?
T3
81Sistema de informação geográfica
Neste tema você aprendeu sobre os conceitos e sobre a importância dos 
sistemas de informações geográficas (SIGs). Entendeu que esses sistemas são 
fundamentais para a realização de análises ambientais e que atualmente existe uma 
série de SIGs disponíveis de forma gratuita na rede e que podem ser utilizados nas 
mais diversas atividades. Você observou que os SIGs permitem a análise de dados 
de diferentes fontes, formatos e escalas e que existem diferenças quando se trata 
dos CADs. É importante ressaltar que tanto os CADs como os SIGs são excelentes 
ferramentas, mas que devem ser utilizados em atividades específicas. Verificou 
também que os SIGs podem ser utilizados em várias áreas do conhecimento, 
como na saúde, através das análises espaciais apresentadas como exemplo.
FINALIZANDO
T3
82 Sistema de informação geográfica
T3
83Sistema de informação geográfica
ANTONIALLI, S A C; TORRES, Thais Gisele; PARANHOS FILHO, Antonio 
Conceição Paranhos; TOLEZANO J E. 2007. Spatial analysis of American Visceral 
Leishmaniasis in Mato Grosso do Sul State, Central Brazil. Journal of Infection. 
p. 509-514. Disponível em <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
S016344530600257X>. Acesso em 26 abr. 2016.
CÂMARA, Gilberto. 1995. Modelos, linguagens e arquiteturas para banco de dados 
geográficos. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Computação 
Aplicada do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 237 p.
CÂMARA, Gilberto; MEDEIROS, José Simião de. 1998. Princípios básicos em 
Geoprocessamento. In: Sistemas de Informações Geográficas – Aplicações na 
Agricultura. ASSAD, Eduardo; SANO, Edson (organizadores). 2 ed.
CÂMARA, Gilberto; DAVIS, Clodoveu; MONTEIRO, Antônio Miguel Vieira. 2001. 
Introdução à ciência da geoinformação. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 
345 p.
CÂMARA, Gilberto; MONTEIRO, Antônio Miguel; FUCKS, Suzana Druck; CARVALHO, 
Marilia Sá. 2004. Análise espacial e geoprocessamento. In: Análise Espacial de 
Dados Geográficos. FUCKS, Suzana Druck; CARVALHO, Marília Sá; CÂMARA, 
Gilberto; MONTEIRO, Antônio Miguel Vieira. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.
br/gilberto/livro/analise/cap1-intro.pdf>. Acesso em 24 abr. 2016.
CARREIRA, Duarte. 2010. QGIS e CAD. Disponível em <http://blog.viasig.com/
category/cad/>. Acesso em 23 abr. 2016.
CEPSRM. 2016. Centro Estadual de Pesquisas em Sensoriamento Remoto e 
Meteorologia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Página Dinâmica para 
Aprendizado do Sensoriamento Remoto. Disponível em <http://www.ufrgs.br/
engcart/PDASR/softwares.html#6>. Acesso em 23 abr. 2016.
CHRISTOPHERSON, Robert W. 2012. Geossistemas: uma introdução à geografia 
física. 7. edição. Editora Bookman – Porto Alegre. 728 p.
DAVIS, Clodoveu. 2000. Criação de buffers. MundoGEO. Disponível em <http://
mundogeo.com/blog/2000/10/01/criacao-de-buffers/>. Acesso em 25 abr. 2016.
ESRI. Environmental Systems Research Institute. 1997. Understanding GIS – The 
ARC/INFO method. Environmental Systems Research Institute Inc. John Wiley & 
Sons, New York. Fourth Edition. 526 p.
REFERÊNCIAS
T3
84 Sistema de informação geográfica
ESRI. Environmental Systems Research Institute. 2011. ArcGIS Resource Center. 
Disponível em <http://help.arcgis.com/en/arcgisdesktop/10.0/help/index.html#/
Key_aspects_of_GIS/00v20000000r000000/>. Acesso em 15 abr. 2016.
FERNANDES, Alexandre César Gurgel; BIRBRAIR, Lev; GIRÃO, Darlan; GRANDJEAN, 
Vincent. 2011. Topologia e Singularidades. Universidade Federal do Ceará. 
Disponível em <http://www.mat.ufc.br/portal/ptbr/pesquisa/areas-de-pesquisa/13-
artigos-fixos/48-area-topologia>. Acesso em 24 abr. 2016.
FSF. Free Software Foundation. 2002. Categorias de sigs livres e não livres. 
Disponível em <http://www.gnu.org/philosophy/categories.pt-br.html>. Acesso 
em 24 abr. 2016. 
GRASS GIS. 2014. User Interface. Disponível em <https://grass.osgeo.org/
screenshots/user-interface/>. Acesso em 23 abr. 2016.
gvSIG Association. 2009. gvSIG: tecnologias e soluções livres para trabalhar com 
informação geográfica. Disponível em <http://www.gvsig.com/pt/produtos>. 
Acesso em 23 abr. 2016.
MATIAS, Lindon Fonseca. 2001. Sistema de informações geográficas (SIG): teoria e 
método para representação do espaço geográfico. Tese de doutorado. Programa 
de Pós-Graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo. 325 p.MEDEIROS, Anderson Maciel Lima de. 2011. O poder dos softwares livres para 
geoprocessamento. Disponível em <http://andersonmedeiros.com/poder-
softwares-livres-geoprocessamento/>. Acesso em 23 abr. 2016.
MENKE, Aline Brignol; CARVALHO JUNIOR, Osmar Abílio de; GOMES, Roberto 
Arnaldo Trancoso; MARTINS, Éder de Souza; OLIVEIRA, Sandro Nunes de. 2009. 
Análise das mudanças do uso agrícola da terra a partir de dados de sensoriamento 
remoto multitemporal no Município de Luis Eduardo Magalhães (BA – Brasil). 
Revista Sociedade & Natureza, v. 21, n. 3, p. 315 – 326. Disponível em <http://www.
scielo.br/pdf/sn/v21n3/a07v21n3.pdf>. Acesso em 26 abr. 2016.
MIOTO, Camila Leonardo; OLIVEIRA, José Renato Silva de; MARINI, Leandro 
Bonfietti; COSTA, Paulo Henrique da; GAMARRA, Roberto Macedo; MARCATO 
JUNIOR, José; PARANHOS FILHO, Antonio Conceição. 2015. Noções básicas de 
geoprocessamento para análises ambientais. Editora UFMS. 1 Ed. 154 p.
MIOTO, Camila Leonardo; PEREIRA, Luciana Escalante; OLIVEIRA, José Renato Silva 
de; ALBREZ, Edilce do Amaral; FORBRIG, Lucas Cemin; PARANHOS FILHO, Antonio 
Conceição. 2016. Softwares livres e gratuitos. In: Geotecnologias em Aplicações 
Ambientais. PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; MIOTO, Camila Leonardo; 
MARCATO JUNIOR, José; CATALANI, Thais Gisele Torres (organizadores). 1. Ed. 
Campo Grande: Editora UFMS. 2016. 383 p.
T3
85Sistema de informação geográfica
PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; FIORI, Alberto Pio; DISPERATI, Leonardo; 
LUCCHESI, Cristiane; CIALI, Alessandro; LASTORIA, Giancarlo. 2003. Avaliação 
multitemporal das perdas dos solos na Bacia do Rio Taquarizinho através de SIG. 
Boletim Paranaense de Geociências. n. 52. Editora da UFPR. Curitiba, PR. p. 49-59.
PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; GAMARRA, Roberto Macedo. 2016. 
SIG – Sistema de Informações Geográficas. In: Geotecnologias em Aplicações 
Ambientais. PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; MIOTO, Camila Leonardo; 
MARCATO JUNIOR, José; CATALANI, Thais Gisele Torres (organizadores). 1. Ed. 
Campo Grande: Editora UFMS. 2016. 383 p.
PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; CATALANI, Thais Gisele Torres. 2016. 
Modelagem do Terreno. In: In: Geotecnologias em Aplicações Ambientais. 
PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; MIOTO, Camila Leonardo; MARCATO 
JUNIOR, José; CATALANI, Thais Gisele Torres (organizadores). 1. ed. Campo 
Grande: Editora UFMS. 2016. 383 p.
PORTILHO, Gabriela. 2009. O que é um pixel? Revista Mundo Estranho. Editora 
Abril. Disponível em <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-um-
pixel>. Acesso em 23 abr. 2016.
QGIS. 2016. Topologia. Disponível em <http://docs.qgis.org/2.2/pt_PT/docs/
gentle_gis_introduction/topology.html>. Acesso em 23 abr. 2016. 
ROCHA, Cézar Henrique Barra. 2000. Geoprocessamento: tecnologia 
transdisciplinar. Ed do Autor. Juiz de Fora, Minas Gerais. 220 p.
RUFINO, Alexandra Alves. Introdução ao Geoprocessamento. 2008. Disponível 
em <http://slideplayer.com.br/slide/358103/>. Acesso em 19 abr. 2016.
SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. 
2. ed. São Paulo: Scipione. 2013. 
SILVA, Vanessa Cecília Benavides; MACHADO, Patrícia de Sá. 2010. Iniciando 
no ArcGIS. Centro Universitário de Belo Horizonte. Disponível em <https://
unibhgeografia.files.wordpress.com/2011/04/apostila-arcgis-prof-patricia.pdf>. 
Acesso em 23 abr. 2016.
SOUZA, Leandro; PAULO, Marcos; FILHO, Ricardo; IVY, Paula; SOUZA, Vinícius. 
2010. Informática Aplicada. Disponível em <http://inforadm2010.blogspot.com.
br/2010/08/2-o-que-e-codigo-fonte-o-que-e-codigo.html>. Acesso em 26 abr. 
2016.
SPRING. 2012. Disponível em <http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/index.
html>. Acesso em 22 abr. 2016.
T3
86 Sistema de informação geográfica
TIVIROLI, Valter Alexandre; PARANHOS FILHO, Antonio Conceição. 2009. Análise 
da vulnerabilidade natural da Bacia do Rio Negro, MS. Encontro de Iniciação 
Científica da UFMS. Disponível em <http://www.propp.ufms.br/gestor/titan.php?t
arget=openFile&fileId=445>. Acesso em 25 abr. 2016.
Hardware: é a estrutura física do computador, ou seja, o conjunto de componentes 
do computador, que são: monitor, teclado, gabinete e mouse.
Software: são os programas que possibilitam a realização de atividades em um 
computador, ou seja, é o conjunto de instruções, regras, programas.
Layers: são camadas ou planos de informação que representam os dados espaciais, 
sendo a representação espacial georreferenciada que descreve as formas e as 
dimensões dos elementos do mundo real (SILVA e MACHADO, 2010). Em um SIG 
é possível trabalhar com diversos layers sobrepostos.
Raster: um dado raster é um tipo de formato de dados espaciais. São dados 
memorizados através da criação de uma grade regular, onde a cada célula vem 
associado um valor que representa um atributo. Também pode ser chamado de 
dado matricial. Imagens de satélite, fotografias aéreas, modelos digitais de elevação 
são exemplos de dados raster.
Pixel: é a menor unidade de uma imagem digital. O termo vem da expressão 
picture element (elemento da imagem, em inglês). Ao dar um zoom numa imagem 
digital é possível identificar que ela é formada por vários quadradinhos, que são 
os pixels. Os pixels são agrupados em linhas e colunas para formar uma imagem 
(PORTILHO, 2009).
Modelos Digitais de Elevação (MDE): é um tipo de modelo digital de terreno 
(MDT – forma de representação de uma característica ou de algum fenômeno 
espacial ambiental da superfície terrestre), que representa o relevo do terreno, ou 
seja, é um modelo que representa digitalmente a superfície topográfica do terreno 
(PARANHOS FILHO e CATALANI, 2016). São empregados para a delimitação 
automática de bacias hidrográficas e também para gerar mapas de declividade de 
uma determinada área.
Código-fonte: os programas de computador são formados por códigos escritos 
em ordem lógica pelos programadores através de diversas linguagens. Esses 
códigos são chamados de código-fonte (SOUZA et al., 2010). Um programador 
precisa “escrever” o software em uma linguagem computacional (como o C++, 
por exemplo).
GLOSSÁRIO
Tema 4
Introdução ao 
geoprocessamento – conceitos 
de sensoriamento Remoto
Definição de Sensoriamento Remoto
O sensoriamento remoto é uma tecnologia imersa nas geotecnologias, o qual pode 
ser aplicado a inúmeras atividades, além de prover dados fundamentais à alimentação 
de ambientes de Sistemas de Informação Geográfica (SIG’s), assunto tratado no tema 
anterior. O sensoriamento remoto é uma técnica para observar a superfície da Terra 
ou da atmosfera.
Meneses e Almeida (2012) afirmam que o termo Sensoriamento Remoto foi 
criado para indicar o desenvolvimento de nova tecnologia capaz de obter imagens 
da superfície terrestre a distâncias remotas. Por isso, a definição mais conhecida ou 
clássica de sensoriamento remoto é:
POR DENTRO DO TEMA
“Sensoriamento remoto é uma técnica de obtenção de 
imagens dos objetos da superfície terrestre sem que haja um 
contato físico de qualquer espécie entre o sensor e o objeto” 
(MENESES E ALMEIDA, 2012, pg. 3).
“Sensoriamento Remoto é uma ciência que visa o 
desenvolvimento da obtenção de imagens da superfície 
terrestre por meio da detecção e medição quantitativa das 
respostas das interações da radiação eletromagnética com os 
materiais terrestres”.
Os mesmos autores indicam, ainda, uma definição mais ampla e científica, qual 
seja:
T4
88 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Paranhos Filho et al. (2016) resumem que o Sensoriamento Remoto é a obtenção 
de dados ou imagens de um objeto ou fenômeno que está distante do sensor de 
amostragem. Isto inclui, além das imagens de satélite e radar, as fotografias aéreas, 
digitais ou não digitais. 
Portanto, essas definições apresentam como ponto em comum a forma, de 
maneira remotamente, isto é, a uma determinada distância, e o meio, o sensor, pelo 
qual os dados ambientais são adquiridos.
As imagens de satélite representam amostras de energia eletromagnética apóssua 
interação com a atmosfera e com a superfície terrestre. Estas amostras podem ser 
registradas eletronicamente ou fotograficamente. Existe diferença entre a imagem 
de satélite e uma fotografia tradicional, porque a fotografia passa pelo processo de 
revelação e abrange o filme/película. A sensibilidade da fotografia depende do tipo de 
filme utilizado; por outro lado, a imagem depende das características do sensor que o 
amostrará (PARANHOS FILHO et al., 2016).
As imagens de satélite oferecem possibilidades interessantes de gerarem 
informações precisas para avaliação e evolução de diversas variações temáticas da 
superfície terrestre, que podem ser utilizadas para vislumbrar a evolução do uso e 
ocupação da área em estudo, através das tendências e das relações entre os elementos 
da paisagem e, consequentemente, dos impactos causados no meio ambiente, 
possibilitando simulações, que podem auxiliar em ações de planejamento, além de 
possibilitar a detecção de mudanças geoambientais (GRIGIO, 2008). 
A disponibilização de dados de sensores remotos, aliada às evoluções 
computacionais, tornou mais rápida e dinâmica a entrada de dados em ambiente 
SIG, assim como a geração de suas saídas (produtos). Desta maneira, a utilização de 
SIG’s no planejamento e gestão ambiental, no contexto atual, aponta uma solução de 
rápida implementação e de grande utilidade.
Espectro Eletromagnético
A radiação eletromagnética apresenta como característica sua dualidade, no 
seguinte sentido de se apresentar como forma de ondas e outra de energia. Assim, 
sua propagação se dá pelo espaço vazio, como a luz solar. Esse conceito de dualidade 
é extremamente importante para o sensoriamento remoto, porque, ao analisar 
uma imagem proveniente do sensoriamento remoto, a coexistência da radiação 
eletromagnética na forma de onda e na forma de energia deverá ser considerada 
a fim de esclarecer o que se observa nas imagens com referência às características 
dos objetos, portanto seu comportamento espectral (MENESES E ALMEIDA, 2012). A 
energia eletromagnética pode ser mensurada em função de espectro eletromagnético 
que é o desempenho de seu comprimento de onda ou de sua frequência (Figura 1).
T4
89Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Fonte: (LIU, 2007)
Figura 1 - Espectro da Radiação Eletromagnética.
Paranhos Filho et al. (2016) apontam que os sensores captam a radiação 
eletromagnética emitida pela superfície do alvo imageado em comprimento de onda 
específico. O desenvolvimento da refletância de um corpo em função do comprimento 
de onda define o seu comportamento espectral, isto é, sua assinatura espectral. Assim, 
as informações gravadas pelos sensores nada mais são que o registro das interações 
da energia eletromagnética com a superfície da Terra (LIU, 2007). A Figura 2 mostra as 
variações de energia refletidas pelos objetos da superfície terrestre, como a vegetação, 
a água e o solo, que refletem, absorvem e transmitem radiação eletromagnética em 
proporções que variam com o comprimento de onda.
Fonte: Florenzano (2002).
Figura 2 - Comprimento de onda da vegetação, da água e do solo.
T4
90 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Os alvos de interesse da superfície terrestre podem então ser identificados, 
mapeados e estudados com base nas suas características espectrais. Portanto, para 
fazer uso efetivo dos dados obtidos por sensoriamento remoto é necessário conhecer 
as características espectrais dos vários materiais de estudos nas inúmeras aplicações; na 
prática, é necessário conhecer fatores que influenciam estas características. Observe 
a Figura 3, que é mais um exemplo das assinaturas espectrais de determinados alvos.
Fonte: Jensen (1986).
Figura 3 - Assinatura espectral de vários objetos sobre a superfície terrestre.
Por meio do mecanismo de assinatura espectral, o Sensoriamento Remoto 
proporciona muitas aplicações em mapeamento do uso e cobertura da Terra, 
agricultura, mapeamento de solos, silvicultura, observação militar e levantamento 
geomorfológico, monitoramento do desmatamento, a dinâmica da vegetação, a 
dinâmica de qualidade da água, planejamento urbano e outras. 
A radiação é a forma de propagação da energia eletromagnética que se dá por 
meio de espaço livre ou indiretamente pela reflectância, espalhamento e irradiância 
ao sensor (LIU, 2007). A fonte de radiação eletromagnética pode ser o próprio objeto, 
porque apresenta uma temperatura acima de zero absoluto, o que significa uma 
movimentação aleatória das partículas dos átomos, de maneira a emitir uma radiação 
eletromagnética. Temos, também, a fonte mais potente, o Sol, proporcional à sua alta 
temperatura de superfície e a Terra.
Entretanto, a radiação solar, ao chegar à superfície terrestre, sofre várias influências 
atmosféricas, como os espalhamentos, absorção, refletâncias múltiplas (LIU, 2007).
O espalhamento colabora para enfraquecer a eficiência do sensoriamento remoto 
na identificação dos alvos terrestres. Como exposto por Meneses e Almeida (2012), os 
gases e particulados (aerossóis) da atmosfera propiciam o espalhamento do eixo de 
radiação solar ou até mesmo da radiação refletida pelas superfícies. Nesse caso, o sensor 
T4
91Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
receberá a energia refletida não somente do alvo (Lp), mas adicionada da radiação que 
a atmosfera espalhou (Latm), esse efeito é devido à atenuação da atmosfera (Figura 4). 
Destaca-se ainda que a atmosfera terrestre é um sistema complexo e extremamente 
dinâmico, mas existem métodos utilizados para minimizar seus efeitos.
Fonte: Meneses e Almeida (2012).
Figura 4 - Atenuação atmosférica da energia refletida do alvo que chega ao sensor.
A radiância espectral medida pelos sensores de satélite é afetada pela absorção 
e espalhamento por partículas atmosféricas. Assim, para obter assinaturas espectrais 
precisas é necessário remover a interferência atmosférica, utilizando métodos de 
correção atmosférica. Existem inúmeros algoritmos que processam essa correção 
atmosférica e são encontrados nos Sistemas de Informação Geográficos.
Satélites e Sensores
Os satélites são classificados em dois tipos: os geoestacionários e os de órbita polar, 
também conhecidos como geossincronizado e solar sincronizado, respectivamente. 
Em relação às suas aplicações, são divididos em três grupos: os satélites de 
comunicação, satélites meteorológicos e satélites de recursos ambientais (LIU, 2007).
Os satélites geoestacionários têm sua posição num ponto fixo no espaço, de tal 
maneira sincronizado com a rotação da Terra. Os satélites de órbita polar recebem 
esse nome pois estão circulando de polo a polo da Terra, variando altura com relação 
à órbita e descrevendo uma órbita elíptica. 
Os satélites podem ser reconhecidos como sensores óticos, os quais operam na 
região ótica do espectro eletromagnético (nas faixas do visível, infravermelho próximo 
e infravermelho termal) e se caracterizam, também, por serem passivos. Os sensores de 
micro-ondas (os de radar) podem ser passivos ou ativos, esses quando servem como 
uma fonte e um receptor de energia eletromagnética (LIU, 207). Temos também os 
sensores não imageadores, imageadores e fotográficos. São os sensores que diferem 
uma imagem de satélite de outra.
T4
92 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Características das Imagens de Satélites
As imagens de satélites são constituídas por um arranjo de elementos sob o formato 
de uma malha ou grid. Cada parte desse grid apresenta uma localização definida 
em um sistema de coordenadas do tipo “linha e coluna”, representados por “x” e “y”, 
respectivamente. Para um mesmo sensor, cada parte do grid, o pixel, representa um 
valor chamado de “digital number” (DN) (CROSTA, 1993). A intensidade de um pixel é 
digitalizada e gravada como um número digital. Assim, o DN de cada pixel representa 
a intensidade da energia eletromagnética (refletida ouemitida) medida pelo sensor 
(Figura 5).
O endereço de um elemento de imagem é indicado por sua linha e coluna na 
imagem coordenadas bidimensional. Há uma correspondência entre o endereço 
de linha-coluna de um pixel e as coordenadas geográficas (por exemplo, longitude, 
latitude) do local imageado. A localização exata de cada pixel no terreno deve ser 
derivável a partir dos seus índices de linha e coluna, dada a geometria da imagem e os 
parâmetros da órbita de satélite (CRISP, 2001).
Fonte: (PDASR, s/ dada).
Figura 5 - (a) imagem digital com grupo de pixels selecionados; (b) zoom da janela de 9x9 
pixels; (c) valor dos contadores digitais da função.
Vários tipos de medição podem ser feitos a partir do imageamento da superfície 
por um único pixel. Cada tipo de medição forma uma imagem que carrega alguma 
informação específica sobre a área. Uma imagem é formada de múltiplas camadas. 
Cada imagem é um componente da camada na imagem multicamada (em layers). 
Dependendo do tipo do sensor acoplado no satélite, diferentes características 
das imagens são apresentadas. Essas características são os tipos de resolução de 
uma imagem de satélite. São quatro os tipos de resolução: 
T4
93Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
1. Resolução Espectral
2. Resolução Espacial
3. Resolução Radiométrica
4. Resolução Temporal.
Vamos explicar cada uma delas, pois o entendimento delas é muito importante 
para a escolha da imagem de satélite a ser empregada para um determinado 
objetivo.
1. Resolução Espectral
Refere-se ao intervalo de comprimento de ondas do espectro eletromagnético. 
Por exemplo, um sensor espectral de oito bandas mede a energia eletromagnética 
em oito diferentes comprimentos de ondas. Os sensores que medem ao menos 
quatro intervalos diferentes de comprimento de ondas são chamados de 
multiespectrais. A compreensão das diferentes resoluções espectrais é fundamental 
para o reconhecimento de diferentes coberturas do solo (PARANHOS FILHO et al., 
2016).
Meneses e Almeida (2012) apontam que o termo resolução espectral envolve 
pelo menos três parâmetros de medida:
a. o número de bandas que o sensor possui;
b. a largura em comprimento de onda das bandas;
c. as posições em que as bandas estão situadas no espectro eletromagnético.
Veremos um exemplo prático referente ao efeito da resolução espectral 
na identificação de um determinado alvo. Na Figura 6 (A), onde uma banda de 
comprimento de onda abrange 1,55 a 1,75 µm - infravermelho médio, não identifica 
grandes rios, pois a baixa reflectância da água e da vegetação é praticamente igual 
nesse comprimento de onda, não ocorrendo contraste entre os dois tipos de alvos. 
Já a Figura 6 (B) mostra uma banda de comprimento 0,76 a 0,9 µm - infravermelho 
próximo, nessa banda os rios estão mais nítidos para a identificação, porque a água 
possui uma baixa reflectância, enquanto a vegetação da floresta (mata ciliar) tem 
uma alta reflectância, estabelecendo uma razão de alto contraste entre os dois 
alvos (MENESES E ALMEIDA, 2012).
T4
94 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Fonte: A autora.
Figura 6 - Imagens da região do Pantanal nas bandas do visível (a) e do infravermelho 
próximo (b), exemplificando o efeito da resolução espectral no contraste do rio com a 
vegetação.
Conclui-se que objetos que são consideravelmente menores do que a resolução 
espacial podem ser identificados na imagem de satélite caso seu contraste com os 
objetos vizinhos seja suficientemente alto, proporcionando seu destaque.
A visualização das imagens de satélite coloridas é dada pela mesma propriedade 
que forma as paletas. Com base nas três cores básicas (ou primárias), como o azul, 
o verde e o vermelho, a mistura em proporções adequadas pode gerar a maioria das 
cores encontradas no espectro visível. Observe na Figura 7 que as matizes formadas 
podem ser agrupadas em vermelho (do inglês Red-R), Verde (Green-G) e Azul (Blue-B). 
A mistura das três cores primárias forma o branco.
Fonte: Nota de Aula (2016).
Figura 7 - Cores de luz primária, a partir da combinação de vermelho, verde e azul são 
obtidas todas as cores do visível.
T4
95Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Portanto, as imagens multiespectrais coloridas são formadas através da combinação 
de várias faixas do espectro imageado, as chamadas bandas espectrais. A formação das 
imagens chamadas de “falsa cor” é porque a luz visível é composta de três bandas ou 
canais – R; G, B. É com esses canais que os SIG’s também trabalham, e ao combinar 
nesses canais as bandas espectrais, teremos como resultado uma imagem colorida. 
Com o intuito de facilitar a fotointerpretação das imagens, muitas vezes, o operador 
do sistema, com base principalmente em sua experiência, combina as bandas de 
maneiras diferentes. Por exemplo, o R corresponde ao infravermelho próximo, o G ao 
infravermelho médio e o B ao visível azul. O resultado é uma imagem colorida, mas 
com cores diferentes das reais, daí o nome composição falsa-cor (PARANHOS FILHO 
et al., 2016). Na Figura 8 a vegetação ganha destaque, estando em vermelho.
Fonte: A autora.
Figura 8 - Combinação falsa-cor, em destaque a vegetação em vermelho.
2. Resolução Espacial
A resolução espacial é a característica mais comumente avaliada. Trata-se da 
dimensão ao solo representada pelo pixel da imagem (PARANHOS FILHO, 2016). 
Cada satélite produz uma resolução espacial característica, como exemplo, o satélite 
chamado CBERS (Satélite Sino-brasileiro de recursos terrestres), que gera uma imagem 
com resolução espacial de 20 metros. Veremos outros exemplos no tópico sobre as 
caraterísticas dos principais satélites.
A resolução espacial é determinada pela projeção geométrica no terreno subtendido 
pelo campo de visão instantânea, denominado IFOV (MENESES E ALMEIDA, 2012). 
A resolução espacial é determinada principalmente pelo campo de vista instantânea 
(IFOV) do sensor, que é uma medida da área da superfície vista por um único elemento 
detector num dado instante no tempo, assim o tamanho do pixel é determinado pela 
distância de amostragem. A imagem “alta resolução” refere-se a uma imagem de 
tamanho pequeno do pixel, nela, detalhes finos podem ser observados, por exemplo, 
as imagens IKonos, temos também a de “média resolução” mostrada na Figura 9 (B), 
imagem Spot. Por outro lado, uma imagem de “baixa resolução” é uma imagem que 
T4
96 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
tem um grande tamanho do pixel, assim, apenas características grosseiras podem ser 
observadas na imagem, por exemplo, as imagens Landsat mostradas na Figura 9 (A). 
Observe a relação de comparação entre a resolução espacial e a escala de trabalho.
A Tabela 1 apresenta algumas escalas de trabalho propostas para elaboração de uma 
carta temática. Importante destacar que nos produtos cartográficos produzidos por 
imagens de satélite, além do erro graficismo (tema tratado em discussões anteriores), 
deve-se levar em conta o erro/precisão e a acurácia da correção geométrica aplicada 
à imagem de satélite (PARANHOS FILHO, 2016).
Fonte: Meneses e Almeida (2007).
Figura 9 - A) imagens dos satélites, Landsat com resolução espacial de 30m, B) Spot com 
10 m e C) Ikonos com 1 m, de uma porção do lago Paranoá de Brasília.
Fonte: Paranhos Filho (2012).
Tabela 1 - Resolução espacial e escalas de trabalho sugeridas como referência na 
elaboração de cartas temáticas. 
Resolução Espacial Maior Escala de Trabalho Sugerida
1m 1:5.000
10m 1:25.000
15m 1:40.000
20m 1:50.000
A resolução espacial é importante porque ela define a escala de trabalho, embora 
não seja o único parâmetro a ser considerado ao estabelecer a escala. Paranhos Filho 
(2016) destaca ainda que, relacionado ao tamanho do pixel, um termo comum de ser 
empregado é o “estouro” de pixel, o qual se refere à imagem com um zoom tal que permite 
a individualização dos pixels da imagem, o que prejudica a interpretaçãoda imagem.
3. Resolução Radiométrica
Segundo Paranhos Filho (2016), a resolução radiométrica é a quantidade máxima 
de níveis de informação em que a imagem pode ser obtida, é a amplitude de valores 
possíveis para os números digitais dos pixels que compõem a imagem. Quanto maior 
é a quantização, maior será a qualidade visual da imagem, observe a Figura 10.
T4
97Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Fonte: Meneses e Almeida (2012).
Figura 10 - Exemplos de imagens com diferentes níveis de quantização ou de resolução 
radiométricas. 
Devido à capacidade de armazenamento finito, um número digital é armazenado 
com um número finito de bits (dígitos binários). O número de bits determina a 
resolução radiométrica da imagem. Por exemplo, um número digital de 8 bits varia de 
0 a 255 (ou seja, 28), enquanto que um número digital de 11 bits varia de 0 a 2047 (ou 
seja, 211). O valor detectado de intensidade tem de ser dimensionado e quantizado para 
caber dentro deste intervalo de valor.
4. Resolução Temporal
Refere-se ao intervalo de tempo necessário para que o satélite reamostre o 
mesmo ponto da superfície terrestre (PARANHOS FILHO, 2016). Portanto, nada 
mais é do que a frequência com que o sensor revisita uma área e obtém imagens 
periódicas ao longo de sua vida útil. Isso só é possível porque os satélites de 
sensoriamento remoto executam sempre o mesmo plano de órbita, sendo assim 
ele é sempre fixo e ortogonal ao sentido de rotação da Terra. Assim, o satélite 
passa sobre o mesmo ponto da superfície da Terra na mesma hora (MENESES E 
ALMEIDA, 2012).
A resolução temporal é importante, pois possibilita o monitoramento da 
cobertura do solo. O trabalho de Paranhos Filho et al. (2014) é um exemplo de 
aplicação da dinâmica da resolução temporal para o mapeamento, no caso: a 
análise da variação da cobertura do solo no Pantanal de 2003 a 2010 através de 
sensoriamento remoto, o qual utilizou imagem Modis para executar o trabalho de 
anos diferentes. A Figura 11 mostra o resultado desse mapeamento.
T4
98 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Observe que o que difere uma imagem de satélite de outra é o tipo de sensor, o 
qual resulta em características de resoluções diferentes. A Figura 12 exemplifica todos 
os tipos de resolução.
Fonte: Paranhos Filho (2014).
Figura 11 - Cobertura do solo em 2003 e 2010.
Fonte: Paranhos Filho et al. (2016).
Figura 12 - Exemplo de dados de resoluções.
O conceito de cada resolução pode ser resumido em:
“Resolução Espectral: se refere ao intervalo do espectro 
eletromagnético amostrado.
Resolução Espacial: é o tamanho que o pixel da imagem 
representa ao solo.
Resolução Radiométrica: é a quantidade de níveis de 
T4
99Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
informação de uma imagem.
Resolução Temporal: é o tempo necessário para que o satélite 
obtenha uma nova imagem do mesmo ponto da superfície” 
(PARANHOS et al., 2016, pg. 31).
Conhecer cada resolução é muito importante no conhecimento de qual imagem 
será empregada para um determinado objetivo.
Portanto, o Sensoriamento Remoto é uma ciência extensa, que abrange muitas 
áreas de apoio e desenvolvimento. Empresas da iniciativa pública e da iniciativa 
privada têm usado recursos do sensoriamento remoto para executar suas atividades 
(assunto ilustrado no último tema a ser trabalhado). Sem dúvida, as imagens de 
satélites desempenham um papel importante no sensoriamento remoto, fornecendo 
informações sobre a superfície da Terra.
O sistema de Sensoriamento Remoto oferece basicamente quatro componentes 
principais para medir e registrar dados sobre uma área com uma determinada distância. 
Estes componentes incluem a fonte de energia, o caminho de transmissão, o alvo e o 
sensor do satélite. A fonte de energia, a energia eletromagnética, é muito importante, 
como já foi exposto anteriormente, pois é o meio necessário para transmitir a 
informação a partir do alvo para o sensor.
O Sensoriamento Remoto produz informações sobre o mapeamento da cobertura 
do solo, por meio da classificação de características espectrais, tais como a vegetação, 
solo, água, florestas e área urbanas. Apresenta assim inúmeras aplicações, como em 
mapeamento do uso da terra e da cobertura, agricultura, mapeamento de solos, 
silvicultura, urbanismo, investigações arqueológicas, observação militar e levantamento 
geomorfológico, as mudanças de cobertura da terra, o desmatamento, a dinâmica 
da vegetação, a dinâmica de qualidade da água, crescimento urbano, planejamento 
urbano, entre outras. 
O sensoriamento remoto é uma ciência exploratória, uma vez que fornece imagens 
de áreas de uma forma rápida e eficiente, e tenta demonstrar o cenário atual em uma 
área de estudo. As fotografias aéreas são outra vertente de trabalho de informação 
geoespacial, entretanto apresentam algumas limitações, como o custo e o tempo 
para desenvolvimento dos métodos de aquisição. 
Os benefícios do uso do sensoriamento remoto são inúmeros, como no uso para 
ingressar em áreas de difícil acesso para trabalho de campo, e fornecer uma pesquisa 
mais detalhada, permanente e objetiva, que oferece uma perspectiva diferente. 
Assim, a detecção remota é a ciência de aquisição de informações sobre a superfície 
da Terra sem realmente estar em contato com a mesma. O processo de detecção 
T4
100 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
remota envolve uma interação entre a radiação incidente e os alvos de interesse.
Sensoriamento Remoto Aplicado às Áreas de Meteorologia, Hidrologia, Agricultura 
e Meio Ambiente
O vídeo é uma palestra com o pesquisador Doutor Flavio Andre Cecchini Deppe, 
do Instituto Tecnológico Simepar, Centro Politécnico da UFPR. Nesta palestra são 
apresentados termos técnicos do Sensoriamento Remoto, os vários tipos de imagens e 
a importância de se entender o comportamento espectral dos alvos e as características 
dos sensores remotos e as inúmeras aplicações nas áreas de meteorologia (radares de 
obtenção de dados precipitação, por radares e satélites), hidrologia (monitoramento 
de áreas inundadas e informação sobre altimetria), agricultura (monitoramento 
fenológico por índice de vegetação) e, por fim, no meio ambiente (monitoramento de 
desmatamento e plumas de queimada).
Sensoriamento Remoto Aplicado às Áreas de Meteorologia, Hidrologia, Agricultura e 
Meio Ambiente. 
Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=HpvV485CBPo>. Acesso em 21 
de abril de 2016.
Tempo: 41:50 minutos.
Sensoriamento Remoto
Esse vídeo mostra a dinâmica de obtenção e gerenciamentos das aquisições das 
imagens de satélites pelo Instituto de Pesquisa Nacional. Demonstra a dinâmica de 
distribuição das imagens CBERS.
Sensoriamento Remoto. 
Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=rSRWKiOatPo> Acesso em 02 
de junho de 2016.
Tempo: 3:24 minutos.
As Fotografias Aéreas Verticais como uma Possibilidade na Construção de 
Conceitos no Ensino de Geografia 
O artigo da autora Valéria Cazzeta trata sobre a aplicação de conceito de fotografias 
aéreas verticais para discussão do uso do território por meio da elaboração de 
ACOMPANHE NA WEB
T4
101Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
croquis, com alunos de uma classe da 6ª série do Ensino Fundamental de uma 
escola pública de Rio Claro (SP). Perceba a aplicação na investigação de um 
instrumental técnico – o Sensoriamento Remoto - para construir conceitos 
geográficos em contexto escolar.
Cazzeta, Valéria. As Fotografias aéreas verticais como uma possibilidade na 
construção de conceitos no ensino de geografia. Cad. Cedes, Campinas, v. 23, n. 
60, p. 210-217, agosto 2003. 
Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/%0D/ccedes/v23n60/17277.pdf>. Acesso 
em 21 de abril de 2016. 
Sensoriamento remoto: Observando a Terra Desde o Espaço 
Nessa palestra com o professor do Instituto de Física da UFRGS, Jorge Ricardo 
Ducati, é discutida a obtenção dasinformações sobre objetos sem ter contato 
físico com eles, observando-os à distância. Neste programa você conhecerá 
diversas técnicas de sensoriamento remoto, desde níveis microscópicos até os 
satélites em órbita. Além de ficar por dentro também das inovadoras pesquisas que 
a UFRGS realiza com imagens da superfície terrestre captadas do espaço. 
Sensoriamento remoto: observando a Terra desde o espaço. Jorge Ricardo Ducati. 
Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=Dx3vzJ08ua0> Acesso em 
21 de abril de 2016. 
Tempo: 28:41 minutos.
Sensoriamento Remoto Revisão
Essa é uma aula de revisão do Instituto Federal de Pernambuco sobre todos 
os temas trabalhados nesse tema de aula, como o conceito de Sensoriamento 
Remoto, características das imagens de satélites por meio de suas resoluções e as 
possíveis aplicações. Aproveite para fazer uma revisão sobre o assunto.
Aula de revisão Sensoriamento Remoto Revisão. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=esvsd0IMGE8> Acesso em 
21 de abril de 2016. 
Tempo: 17:23 minutos.
Divisão de Geração de Imagens 
Nesse site estão disponibilizadas várias imagens pelo Instituto Nacional de Pesquisa 
Espacial. As imagens dos satélites Landsat, Cbers e outros estão ofertadas para 
consulta e download. Aproveite para navegar nessa página e verificar os dados de 
T4
102 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
sensoriamento remoto disponíveis sobre o Brasil, acesse o catálogo de imagens e 
observe a quantidade de satélites disponíveis.
Divisão de Geração de Imagens. 
Disponível em <http://www.dgi.inpe.br/siteDgi/index_pt.php> Acesso em 21 de 
abril de 2016. 
Análise da Variação da Cobertura do Solo no Pantanal de 2003 a 2010 Através de 
Sensoriamento Remoto 
Nesse artigo, já citado no corpo do texto do seu Caderno de Atividades, os autores 
apresentam como proposta o uso de imagens MODIS para estimar as diferenças 
de cobertura do solo do Pantanal entre os anos de 2003 e 2010, avaliando a 
capacidade dessas imagens na identificação das mudanças na cobertura do solo 
da região do Pantanal. Observe a importância das resoluções no sucesso dessa 
pesquisa.
Paranhos Filho, A. C.; Moreira, E. S.; Oliveira, A. K. M.; Pagotto, T. C. S. & Mioto, C. L. 
2014. Análise da variação da cobertura do solo no Pantanal de 2003 a 2010 através 
de sensoriamento remoto. Eng. Sanit. Ambient., (19): 69 - 76. 
Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/esa/v19nspe/1413-4152-esa-19-
spe-0069.pdf> Acesso em 29 de abril de 2016.
Brasil - Tecnologias Brasileiras Ajudam Vigilância do Desmatamento na Amazônia 
Nessa reportagem é mostrado o uso de geotecnologias, destacando as imagens de 
satélites no monitoramento do desmatamento como um fundamental instrumento 
no sucesso da fiscalização na floresta amazônica. Após o uso de imagens de 
satélites e programas de computador, em sete anos, o desflorestamento da floresta 
caiu de 27 mil quilômetros quadrados para 6 mil.
Brasil-Tecnologias brasileiras ajudam vigilância do desmatamento na Amazônia. 
Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=EX04eqcrFcg>. Acesso em 
29 de abril de 2016.
Tempo: 7:42 minutos.
T4
103Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1 
Os sistemas de Sensoriamento Remoto disponíveis atualmente fornecem dados 
repetitivos e consistentes da superfície da Terra. Defina o Sensoriamento Remoto.
Questão 2 
A fonte de radiação eletromagnética, o sistema sensor e o alvo são os principais 
componentes envolvidos no processo de aquisição de dados de sensoriamento 
remoto passivo. Assinale a alternativa que é parâmetro medido pelo sistema sensor.
a) Radiância.
b) Reflexos dos alvos.
c) Irradiância.
d) Retroespalhamento.
e) Radiação.
Questão 3 
Sobre as características das imagens de satélites, julgue as afirmações a seguir:
I. Resolução radiométrica é medida pelo número de bits.
II. A resolução temporal é medida em metros.
III. Resolução espectral é medida em dias.
Está(ão) correto(s), apenas, o(s) item(s):
a) I
b) II
c) I e II
AGORA É A SUA VEZ
T4
104 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
d) II e III
e) I, II e III.
Questão 4 
As características das imagens são marcadas pela sua resolução espacial, temporal, 
radiométrica e espectral. Defina cada uma delas.
Questão 5 
As imagens representam formas de captura indireta de informação espacial e 
constituem num importante instrumento em um trabalho com geotecnologias. 
Descreva a importância de conhecer as características das resoluções de uma 
imagem de satélite. 
T4
105Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
Neste tema você aprendeu sobre o conceito de Sensoriamento Remoto e seu 
princípio de funcionamento. O sensoriamento remoto é uma técnica para observar 
a superfície da Terra ou a atmosfera sem que haja contato com a mesma, e utiliza o 
espectro eletromagnético como meio de coletar as informações. O funcionamento 
é pelo registro da energia eletromagnética refletida ou emitida pela superfície-alvo. 
A quantidade de radiação de um objeto (chamada radiância) é influenciada por 
propriedades do objeto e pela radiação que atinge o objeto (irradiância). Você verificou 
que a diferença das imagens de satélites é dada pelo tipo de sensor responsável pelo 
imageamento, o qual gera características diferentes nas suas resoluções. Agora você 
sabe o quão importante é conhecer a resolução espacial, espectral, radiométrica e 
temporal de uma imagem de satélite, para poder determinar a aplicação da imagem 
no alcance de um objetivo. Não se esqueça de que a escolha de uma imagem de 
satélite é feita por meio das características de suas resoluções.
FINALIZANDO
T4
106 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
T4
107Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
AULA DE REVISÃO DE SENSORIAMENTO REMOTO. Disponível em <https://www.
youtube.com/watch?v=esvsd0IMGE8> Acesso em 21 de abril de 2016. 
CAZZETA, V. As Fotografias aéreas verticais como uma possibilidade na 
construção de conceitos no ensino de geografia. Cad. Cedes, Campinas, v. 23, 
n. 60, p. 210-217, agosto 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/
ccedes/v23n60/17277.pdf> Acesso em 21 de abril de 2016. 
CRISP - Centre for Remote Imaging, Sensing and Processing. (2001) CD-Rom. 
PRINCIPLES OF REMOTE SENSING. Disponível em <http://www.crisp.nus.edu.
sg/~research/tutorial/rsmain.htm> Acesso em 29 de abril de 2016.
CROSTA, Álvaro Penteado. Processamento Digital de Imagens de Sensoriamento 
Remoto. Ed. rev. Campinas, SP: IG/UNICAMP, 1993.
DUCATI, Jorge Ricardo. Sensoriamento remoto: observando a Terra desde o 
espaço. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=Dx3vzJ08ua0> 
Acesso em 21 de abril de 2016. 
FLORENZANO, Tereza Gallotti. Imagens de satélites para estudos ambientais. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2002.
GRIGIO, A. M. Aplicação de sensoriamento remoto e sistema de informação 
geográfica na determinação da vulnerabilidade natural e ambiental do município 
de Guamaré (RN): simulação de risco às atividades da indústria petrolífera. Natal-
RN. 2003. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica 
e Geofísica. UFRN. 2003. 230p.
INMET. Instituto Nacional de Meteorologia. Glossário. Disponível em <http://www.
inmet.gov.br/html/informacoes/glossario/glossario.html> Acesso em 29 de abril 
de 2016.
JENSEN, J. R. Introductory digital image processing: a remote sensing perspective. 
New Jersey: Prentice-Hall. 1986. p 379.
LIU, W. T. H. Aplicações de Sensoriamento Remoto. Campo Grande: Ed. UNIDERP. 
881p. 2007.
MENESES, P. R.; ALMEIDA, T. (2012). Introdução ao Processamento de Imagens 
de Sensoriamento Remoto. UNB, pg. 276.
MICHA, D. N.; PENELLO,G. M.; KAWABATA, M. S.; CAMAROTTI, T (2011). “Vendo 
REFERÊNCIAS
T4
108 Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
o invisível”. Experimentos de visualização do infravermelho feitos com materiais 
simples e de baixo custo. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 33, n. 1, 1501- 
1506.
NOTA DE AULA – Física. Disponível em <http://www.aulas-fisica-quimica.
com/8f_13.html> Acesso em 30de abril de 2016.
PARANHOS FILHO, A. C.; Moreira, E. S.; Oliveira, A. K. M.; Pagotto, T. C. S. & Mioto, 
C. L. 2014. Análise da variação da cobertura do solo no Pantanal de 2003 a 2010 
através de sensoriamento remoto. Eng. Sanit. Ambient., (19): 69-76.
PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; MIOTO, Camila Leonardo; MARCATO 
JUNIOR, José; CATALANI, Thais Gisele Torres. Geotecnologias em Aplicações 
Ambientais. 1. ed. Campo Grande: Editora UFMS. 2016. 383 p.
PDASR. (s/ data). Dinâmica para Aprendizado do Sensoriamento Remoto. 
Disponível em < http://www.ufrgs.br/engcart/PDASR/estrim.html> Acesso em 26 
de abril de 2016
PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS – PNAD – 2003. Síntese 
de indicadores. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/
população/pesquisa nacional por amostra de domicílios – pnad>. Acesso em29 
de abril de 2016.
SAUSEN, T. (2005). Tópicos em Meio Ambiente e Ciências Atmosféricas. INPE, 
São José dos Campos, pg.14.
Sensoriamento remoto aplicado às áreas de meteorologia, hidrologia, 
agricultura e meio ambiente. Disponível em < https://www.youtube.com/
watch?v=HpvV485CBPo>. Acesso em 21 de abril de 2016.
Acurácia: Também chamada de acuracidade, descreve a proximidade do valor 
amostrado com o valor verdadeiro, é a diferença entre o valor esperado e o valor 
verdadeiro (PARANHOS FILHO et al., 2016).
Digital Number: Ou número digital, é o valor numérico associado ao pixel. Pode 
representar a resposta espectral naquele ponto, uma cor ou outro tipo de grandeza, 
como altitude ou teor de um bem mineral (PARANHOS FILHO, 2016).
Geoestacionário: Satélite que possui mesma velocidade angular à da Terra, dando 
a ilusão de estar parado sobre uma determinada área terrestre (PARANHOS FILHO, 
GLOSSÁRIO
T4
109Introdução ao geoprocessamento – conceitos de sensoriamento Remoto
2016).
Precisão: É o grau de concordância de uma série de medidas feitas sobre condições 
similares. Ainda, desvio de um conjunto de valores de sua média. Traduz, portanto, 
a confiabilidade da imagem em possibilitar ao usuário uma avaliação da dispersão 
ao se tomar posições planimétricas. Associa-se ao desvio padrão das medições 
(PARANHOS FILHO et al., 2016).
Radiação eletromagnética: A radiação eletromagnética é definida como sendo a 
forma de energia que se move na forma de ondas ou partículas eletromagnéticas 
à velocidade da luz e que não necessita de um meio material para se propagar 
(SAUSEN, 2005).
Satélites meteorológicos: São destinados somente para recepção e transmissão 
de informações meteorológicas. Existem duas classes, os geoestacionários e os de 
órbita polar. O primeiro mantém a mesma posição relativa ao Equador, quando da 
rotação da Terra. Já o segundo, a órbita inclui passagens próximas ou sobre ambos 
os polos da Terra (INMET, s/ data).
Sensor: Dispositivo que capta e registra, sob a forma de imagem, a energia refletida 
ou emitida pela superfície terrestre (terreno, acidentes artificiais, fenômenos físicos 
e outros) (PNAD, 2003).
Tema 5
Dados ambientais e 
geoprocessamento
Geoprocessamento
Paranhos et al. (2016) afirmam que o geoprocessamento é um conjunto de 
técnicas de processamento e análise de dados espaciais. É também uma ferramenta 
que permite a integração de vários níveis de informação, como, por exemplo, o cálculo 
de erosão em uma determinada área, e ainda, integrando-se dados socioeconômicos 
e distribuição da população, pode-se analisar a inclusão e exclusão social, além de 
classificar e quantificar os recursos naturais.
Garcia (2014) delimita três tipos de dados empregados no Sistema de Informação 
Geográfica (SIG): os dados planimétricos, dados ambientais e dados cadastrais. 
Os dados planialtimétricos são aqueles que possuem informação de localização 
e de altitude para as áreas representadas. Os dados ambientais são aqueles que 
representam fenômenos ligados aos espaços geográficos diversos, com temática 
ambiental, e os dados cadastrais são objetos geográficos que possuem atributos e 
podem estar associados a várias representações gráficas. Para modelagem e estudos 
realizados com técnicas de geoprocessamento é importante levar em consideração 
que os dados ambientais também são dados espaciais, possuindo posição no espaço, 
ou seja, os dados ambientais são posicionados em uma determinada região do globo 
terrestre (PARANHOS FILHO et al., 2016; MEDEIROS, 2010 ).
Os dados ambientais são obtidos normalmente como um conjunto de valores, 
que podem estar regular ou irregularmente distribuídos, dependendo da forma como 
são coletados, para representar uma determinada feição ou fenômeno da natureza 
(PARANHOS et al., 2016).
Raster e Vetores
Uma grande questão dentro do Geoprocessamento é trazer a natureza para dentro 
do computador, de modo a reproduzi-la de forma mais compatível possível com a 
realidade. 
POR DENTRO DO TEMA
T5
112 Dados ambientais e geoprocessamento
Os dados espaciais são apresentados de duas formas: dados raster (ou matricial) 
e dados vetoriais. Nos dados raster a representação é exibida na forma de uma grade 
regular (matriz), com um número de colunas e linhas, onde a cada pixel vem associado 
um valor correspondente ao atributo analisado. Esse atributo pode ser cor (imagens 
de satélite, por exemplo) ou outras informações, como altitude (modelos digitais de 
elevação) ou teor de algum elemento químico (PARANHOS FILHO et al., 2016).
Já os dados ambientais representados no formato vetorial possuem a localização 
e os atributos gráficos associados a três feições, são eles:
a. Pontos (nós ou vértices);
b. Arcos (linhas);
c. Polígonos (áreas). 
Essas feições também são denominadas de elementares gráficos (PARANHOS 
FILHO et al., 2016; MEDEIROS, 2016). Na Figura 5.1 visualiza-se a representação na 
forma matricial e na Figura 5.2 a representação vetorial.
Fonte: Adaptado de Câmara (2001). 
Fonte: Adaptado de Câmara (2001). 
Figura 5.1 - Dados espaciais apresentados no formato matricial. 
Figura 5.2 - Dados espaciais apresentados no formato vetorial. 
T5
113Dados ambientais e geoprocessamento
Na Figura 5.3 mostra-se a representação de um dado no formato matricial e o 
mesmo dado no formato vetorial.
A Figura 5.4 ilustra a abordagem dos dados espaciais em formato raster e vetorial 
e seus atributos.
Fonte: Adaptado de Paranhos Filho et al. (2016).
Figura 5.3 - Mapas apresentados no formato matricial (b) e no formato vetorial (c).
Figura 5.4 - Dados raster e vetorial de um determinado cenário. 
Fonte: Garcia (2014).
T5
114 Dados ambientais e geoprocessamento
A escolha do formato para reproduzir os dados espaciais depende do que se deseja 
representar, ou seja, devem ser levados em consideração alguns fatores, já que cada 
formato apresenta vantagens e desvantagens na sua utilização (PARANHOS FILHO et 
al., 2008; MEDEIROS, 2016). Em ambiente SIG os dados raster e vetoriais podem ser 
utilizados em conjunto. 
Por exemplo, pontos podem indicar a localização de escolas, hospitais, 
supermercados; linhas podem se referir ao sistema de coleta de esgoto ou rede de 
drenagem, ruas; polígonos representam quadras, unidades de conservação, bacias 
hidrográficas. As imagens de satélite, fotografias aéreas e modelos digitais de superfície 
são apresentados no formato matricial, sendo empregados no diagnóstico, gestão 
ambiental e planejamento.
Os dados raster e vetoriais apresentam características distintas. Com relação aos 
dados raster temos (GARCIA, 2014):
a. A estrutura de dados é simples;
b. As intervenções de superposição são simplesmente executadas;
c. As operações matemáticas sãocumpridas com precisão;
d. As operações de modelagem e simulação são facilitadas – ideal para análise em 
área.
De acordo com Garcia (2014), com relação ao modelo vetorial tem-se que:
a. A composição de dados é complexa;
b. A codificação da topologia é eficaz, apreciações de redes;
c. Modelo aconselhado para gráficos que se aproximam de representações feitas 
à mão;
d. Exibe alta precisão geométrica.
Geoestatística
A geoestatística tem por objetivo a modelagem por meio do conhecimento da 
distribuição e variabilidade espaciais, obtendo as incertezas previstas na interpolação 
dos dados ambientais (YAMOTO; LANDIM, 2013). Para o emprego da geoestatística 
devem ser considerados: os conceitos das variáveis regionalizadas e a hipótese de 
estacionaridade.
Variável regionalizada é a função casual (aleatória) para um conjunto de variáveis 
aleatórias, possuindo dependência espacial. 
Conforme Burrough (1987) citado em Camargo (1997), a variável regionalizada 
T5
115Dados ambientais e geoprocessamento
pode ser entendida pelos componentes como:
a. Um componente estrutural associado a um valor médio constante ou a uma 
tendência constante;
b. Um componente aleatório espacialmente correlacionado; 
c. Um ruído aleatório ou erro residual. 
A teoria de estacionaridade admite o evento do efeito proporcional, em que 
a média e a variância sejam constantes na área de estudo. Para isso, a variável 
deve proporcionar certa homogeneidade em suas propriedades estatísticas e as 
correlações presentes nela conservar-se para as mesmas distâncias, levando-se 
em conta a escala (BETTINI, 2007). A hipótese de estacionaridade de segundo 
grau define que a esperança matemática e a correlação das variáveis aleatórias 
dependem exclusivamente da distância espacial entre elas, denominada como h 
(YAMOTO; LANDIM, 2013).
A função que mede a variância entre as duas variáveis regionalizadas separadas 
por uma distância h é chamada de semivariograma:
Onde: N (h) é o número de pares experimentais de observações Z (xi) e Z (xi + h) 
indica a magnitude da variável e são separados por uma distância h, e xi é a medida 
de posição espacial da variável Z.
Portanto, para o reconhecimento da dependência espacial é necessário 
conhecer o semivariograma, por este ser o responsável pela representação desta 
dependência, definida como a esperança matemática do quadrado da diferença 
entre os valores das amostras que estão separadas por uma dada distância entre 
elas.
De acordo com Landim (2003), a obtenção do semivariograma dos dados reais, 
ou mesmo dos resíduos, é de fundamental importância nos estudos geoestatísticos 
e faz parte da chamada análise estrutural. Pois, por meio do semivariograma 
encontram-se os pesos ótimos a serem associados às amostras que irão estimar 
um ponto (PORTO et al., 2011).
O método geoestatístico, empregado para estimar pontos distribuídos no 
espaço e/ou tempo, é chamado do krigagem. O princípio da krigagem é estimar 
valores não conhecidos obtidos por meio da combinação de valores amostrados 
T5
116 Dados ambientais e geoprocessamento
adjacentes àquele que se deseja obter, levando-se em consideração, no modelo, 
a estrutura de variação espacial. Isto pressupõe a existência de correlação entre os 
dados, exigindo saber até onde espacialmente esta correlação importa (ISAAKS; 
SRIVASTAVA, 1989). 
O método de krigagem foi desenvolvido pelo engenheiro de minas sul-africano 
Daniel G. Krigem, que, ao trabalhar com dados de concentração de ouro, concluiu 
que somente a informação dada pela variância não seria suficiente para explicar 
o fenômeno em estudo. Esse método é empregado para estimar valores não 
conhecidos dentro de um espaço.
O semivariograma experimental (Figura 5.5) deve ser ajustado a um modelo 
teórico para, assim, obter os parâmetros utilizados na integração da krigagem, que 
são: o efeito pepita (Co), sendo o valor da função do semivariograma na origem 
representando o valor da descontinuidade; a semivariância estrutural (C), que 
representa a diferença entre o patamar e o efeito pepita; o patamar (C + Co), que 
indica o ponto a partir do qual as amostras tornam-se independentes por causa 
da distância que as separa; e o alcance (a), sendo a distância a partir da qual as 
amostras passam a ser independentes, refletindo o grau de homogeneização 
(ISAAKS;SRIVASTAVA, 1989).
Fonte: A autora.
Figura 5.5 - Semivariograma. 
Onde: Y(h): Semivariância
C: Semivariância estrutural
C0: Efeito Pepita
C + C0: Patamar ou soleira
a: Alcance
O efeito pepita demonstra a descontinuidade, obtendo a resposta do 
semivariograma para distâncias menores do que a menor distância entre as 
T5
117Dados ambientais e geoprocessamento
amostras. Vieira e Lombardi Neto (1995) afirmam que a garantia da estacionaridade 
é verificada com a existência do patamar.
A interpolação das variáveis regionalizadas, por meio da krigagem apresenta-
se como uma ferramenta importante em diversos estudos ambientais. Entretanto, 
vale salientar a necessidade da avaliação do semivariograma na compreensão da 
dependência espacial e na precisão na interpolação dos dados.
Imagem de Satélite
As imagens de satélites são os principais produtos do sensoriamento remoto e 
uma importante fonte de informações ambientais, em destaque sobre a superfície 
da Terra. Obtida por um sensor que captura dados sobre um objeto ou cena 
remotamente, as imagens de satélites identificam o alvo pelas características 
espectrais únicas (reflectância ou regiões de emissão).
A extração das informações utilizadas de uma imagem de satélite adquirida em 
seu formato bruto passa por duas etapas distintas: o tratamento e a interpretação 
(CASTILLO, 2002).
Devido à obtenção da radiância espectral nas regiões no vermelho e 
infravermelho, o mapeamento de vegetação é possível utilizando imagens de 
satélite. As respostas espectrais nessas regiões podem ser respostas nos índices 
de vegetação espectrais que estão diretamente relacionados com a fração 
de radiação fotossinteticamente ativa. As assinaturas espectrais da vegetação 
fotossinteticamente ativa e da não ativa mostraram diferenças óbvias e podem ser 
utilizadas para estimar a quantidade de vegetação e qualidade das gramíneas, entre 
outras aplicações (BEERI et al., 2007). 
Vamos verificar quais são os principais programas de satélite/sensor no 
imageamento e geração de informações da Terra:
Landsat TM e ETM+
O programa Landsat é o mais utilizado ao longo da história e amplo no 
monitorando da Terra. Desde o primeiro satélite Landsat, que foi lançado em 1972, 
seguiu-se uma série de sensores de imagem multiespectral mais sofisticados, 
nomeados TM-Thematic Mapper, alcançando a campanha do Landsat 4 (1982), 
Landsat 5 (1984), Landsat 6 (1993, falhou o lançamento), e o Landsat 7 (1999) 
(Thematic Mapper adicionais, conhecido como ETM+). 
Existem arquivos de milhões de imagens dos sensores TM e ETM+, os quais 
apresentam como ponto forte a continuidade dos dados da superfície terrestre 
globais desde a sua criação.
O Landsat fornece uma resolução espacial de 30 m para as bandas 
T5
118 Dados ambientais e geoprocessamento
multiespectrais e 60 m para a banda do infravermelho termal. Existem inúmeros 
casos de sucesso na avaliação dos produtos Landsat aplicadas no mapeamento da 
vegetação, principalmente em escalas regionais. Ao longo da história do conjunto 
de dados do Landsat é muito comum utilizá-lo para mapear a cobertura vegetal e 
estudar as alterações da vegetação espaçotemporais. 
Devido às diferentes características espectrais dos sensores (isto é, TM e ETM+) 
na série de imagens Landsat, é necessário corrigir a reflectância espectral entre as 
imagens adquiridas por esses sensores. Sendo necessário no monitoramento da 
cobertura da vegetação e, assim, na detecção de mudanças de cobertura da terra 
(CAKIR et al., 2006).
Alguns estudos, os mais desafiadores, utilizam imagem Landsat para o 
mapeamento da vegetação a nível de espécie, em um ambiente heterogêneo, 
entretantose faz necessária a integração a outros dados auxiliares. Pense na 
aplicabilidade desses produtos em Estudos de Impacto Ambiental (EIA), por 
exemplo, em que há necessidade do mapeamento da cobertura e uso do solo.
A resolução temporal é relativamente baixa e pode ser um dos fatores para 
restringir sua aplicação em mapeamento da vegetação. A resolução temporal é de 
16, isto é, a cada período de 16 dias o satélite imageia o mesmo ponto da superfície 
terrestre. Este impõe um problema para o mapeamento da vegetação usando 
imagens Landsat, especialmente quando o interesse em mapear em estação 
chuvosa, durante a qual a presença de nuvem pode diminuir consideravelmente 
a qualidade da imagem, assim a aquisição da imagem de uma mesma área pode 
ultrapassar os 16 dias. O Quadro 5.1 mostra cada faixa do espectro que cada banda 
do sensor TM e ETM+ amostra.
Fonte (USGS, 2016).
Quadro 5.1 - Faixa Espectral imageada pelo Landsat. 
Banda Faixa espectral
1 0,45 a 0,52 µm - azul
2 30,52 a 0,60 µm - verde
3 0,63 a 0,69 µm - vermelho
4 0,76 a 0,90 µm - infravermelho próximo
5 1,55 a 1,75 µm - infravermelho médio
6 10,4 a 12,5 µm - infravermelho termal
7 2,08 a 2,35 µm - infravermelho distante
T5
119Dados ambientais e geoprocessamento
Um novo satélite Landsat 8 foi lançado em 11 de fevereiro de 2013 (Figura 
5.6), o qual apresenta dois sensores: o Operacional Terra Imager (OLI) inclui 
bandas patrimônio refinados, juntamente com três novas bandas: uma banda azul 
profundo para estudos costeiro/aerossol, uma faixa do infravermelho de ondas 
curtas e uma banda de avaliação da qualidade; e o Sensor Termal Infravermelho 
(TIRS) fornece duas bandas térmicas. Estes sensores fornecem uma melhor relação 
sinal-ruído e desempenho radiométrica (SNR) quantizado através de uma gama 
dinâmica de 12 bits (isso se traduz em 4.096 potenciais níveis de cinza em uma 
imagem em comparação com apenas 256 níveis de cinza em instrumentos de 8 
bits). A melhoria de sinal para o desempenho permite uma melhor caracterização 
do estado de cobertura do solo e condição. Os produtos são entregues como 
imagens de 16 bits (dimensionadas para 55.000 níveis de cinza). Landsat 8 imagens 
tem um grande tamanho do arquivo, a cerca de 1 GB comprimido (USGS, 2016).
Fonte (USGS, 2016).
Figura 5.6 - Satélite Landsat 8 em órbita.
SPOT
Constituído por iniciativa do governo francês em 1978, com a participação da 
Suécia e Bélgica, o programa do satélite SPOT é gerenciado pelo Centro Nacional 
de Estudos Espaciais - CNES, que é o responsável pelo desenvolvimento do 
programa e operação dos satélites. 
As imagens obtidas de observação da Terra pelo satélite SPOT são úteis para 
inúmeras aplicações, como: estudos ambientais, acompanhamento, previsão 
e gestão dos recursos naturais e as atividades humanas. Cinco satélites SPOT 
já foram lançados, a partir do SPOT 1 a SPOT 5, nos anos de 1986, 1990, 1993, 
1998 e 2002, respectivamente. Imagens SPOT apresentam uma ampla gama de 
resoluções de 1 km escala global (imagens de vegetação SPOT) para 2,5 m escala 
local. O SPOT apresenta como característica dois canais VFC (traduzido como 
T5
120 Dados ambientais e geoprocessamento
“visível de alta resolução”), instrumentos de imagem no local nos satélites 1, 2 e 3, e 
os correspondentes instrumentos de HRVIR (traduzido como “alta resolução visível 
e infravermelho”) no SPOT 4 e HRG (traduzido como “alta resolução geométrica”), 
e o SPOT 5 realiza varredura nos modos pancromáticas ou multiespectrais. Além 
disso, SPOT 4 e 5 também têm um segundo instrumento de imagem, referido 
como SPOT VEGETAÇÃO (VGT), que recolhe dados com uma resolução espacial 
de 1 km e uma resolução temporal de um dia. Imagens SPOT, particularmente 
SPOT VGT, são muito úteis para a observação e análise a evolução das superfícies 
de terra e compreensão sobre mudanças na cobertura terrestre em grandes áreas. 
Por causa dos vários instrumentos, dos sensores e as frequências de revisita, os 
satélites SPOT são capazes de obter uma imagem de qualquer lugar na Terra todos 
os dias, acrescido de uma vantagem: o mapeamento de cobertura da vegetação 
pode ser feito em escalas flexíveis (regional, nacional, continental ou global).
Huang e Siegert (2006) estudaram os processos de desertificação utilizando 
séries temporais de imagens SPOT VEGETAÇÃO e elaboraram um mapa de 
cobertura do solo com uma ênfase especial na detecção de vegetação esparsa 
no norte da China. Um sistema de classificação para diferentes tipos de cobertura 
do solo com uma ênfase especial na esparsa cobertura vegetal foi desenvolvido 
para resolver problemas relacionados com as mudanças sazonais e as condições 
naturais altamente variáveis. Huang e Siegert (2006) observaram que as imagens 
SPOT VEGETAÇÃO são muito úteis para detectar a dinâmica de alterações 
ambientais em larga escala, devido à grande área e sensibilidade das imagens para 
o crescimento da vegetação.
Além disso, imagens SPOT também são eficazes em monitorar a distribuição 
e o crescimento de plantas. Mathieu et al. (2006) utilizaram imagens do SPOT 4 
VEGETAÇÃO para produzir um mapeamento da vegetação e prever a distribuição 
de habitats local do leste de Nova Zelândia, em Otago. 
MODIS
MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer, traduzido como 
Imageador Espectroradiômetro de Resolução Moderada) é um instrumento 
fundamental a bordo do satélite Terra (EOS AM) e do satélite Aqua (EOS PM). Terra 
MODIS e o Aqua MODIS juntos são capazes de ver toda a superfície da Terra a 
cada 1-2 dias. 
O MODIS foi lançado para coletar essas informações e tem como característica 
a ampla cobertura espacial e espectral, possuindo 36 bandas, sendo duas delas 
de 250 m de resolução espacial, cinco bandas de 500 m e as outras 29 bandas 
com 1000 m (ANDERSON et al., 2003). A principal aplicação é mapear dinâmicas 
e processos de vegetação em grande escala.
Devido à resolução espacial grosseira, mapeamento da vegetação em uma 
T5
121Dados ambientais e geoprocessamento
escala local ou escala regional, não é recomendado. Contudo, fusão de imagens 
através da combinação de vários tipos de imagens pode possivelmente levar a 
melhores resultados do mapeamento. 
Existem vários produtos derivados do sensor MODIS, disponíveis de forma 
gratuita na internet, um deles contém o índice de vegetação por diferença 
normalizada (Normalized Difference Vegetation Index – NDVI, traduzido como 
“índice de vegetação por diferença normalizada”) em uma composição de imagens 
de 16 dias, sem presença de nuvens e resolução espacial de 250 m. Esse índice 
permite realizar estudos sobre as condições da cobertura vegetal, descrevendo e 
reconstituindo dados de variações fenológicas (RUDORFF et al., 2007). A Figura 5.7 
mostra o produto NDVI do MODIS do Bioma Pantanal.
Fonte: A autora.
Figura 5.7 - Imagem NDVI do sensor MODIS do Bioma Pantanal.
AVHRR
Transportado a bordo do NOAA (National Oceanic and Atmospheric 
Administration, traduzido como “Administração Oceânica e Atmosférica Nacional”) 
série do Satélite Ambiental de Órbita Polar, o sensor de AVHRR (Advanced Very 
High Resolution Radiometer, traduzido como “Radiômetro Avançado de Muito Alta 
Resolução”) apresenta uma resolução radiométrica em bandas largas, realizando 
a varredura nos canais do visível, infravermelho próximo e térmicas. Dados de 
imagem AVHRR apresentam duas resoluções espaciais, a de 1.1 km para a cobertura 
de área local e 5 km para a área de cobertura global. Ambos são amplamente 
usados para estudar e monitorar as condições de vegetação nos ecossistemas, 
incluindo florestas, tundra, campos, terras agrícolas, mapeamento da cobertura da 
T5
122 Dados ambientais e geoprocessamento
terra e produção de mapas em grande escala nestes assuntos. Uma das vantagens 
de AVHRR é o baixo custo e a alta probabilidade de obtenção de uma imagem livre 
de nuvem no local de visita da superfície da Terra. 
As imagens de AVHRR têm um arquivo com longa história (desde 1978, quando 
o primeiro AVHRR foilançado), o que facilita estudar mudanças de longo prazo 
de vegetação. Um exemplo é o estudo de Barbosa et al. (2006), que avaliaram 
os ecossistemas naturais da região Nordeste do Brasil, onde eles experimentaram 
episódios de seca persistente e a degradação ambiental, examinaram a 
heterogeneidade espacial e temporal dos ecossistemas naturais da região 
Nordeste usando um período de 20 anos (1982-2001) de séries temporais de NDVI 
e observações derivadas de instrumento AVHRR.
As imagens AVHRR sofrem certas limitações na calibração, geometria, tração 
orbital, a cobertura espectral limitada e as variações na cobertura espectral, 
especialmente no período inicial de aplicações.
Sua utilidade tem sido restrita, porque o seu uso muitas vezes introduz erros 
substanciais em vários estágios de processamento e análise. 
IKONOS
IKONOS produz uma imagem para fins comerciais, lançado em 1999. Foi o 
primeiro a recolher publicamente imagens de alta resolução disponíveis em 1 
m e 4 m de resolução. Apresenta dois sensores de imagens, multiespectrais e 
pancromática. Sensor de pancromática recolhe imagem a 1 m, enquanto o 
multiespectral bandas (incluindo azul, verde, vermelho e infravermelho próximo) 
tem uma resolução espacial de 4 m. Ambos os sensores têm uma faixa de largura 
de 11 km e 3-5 dias de intervalo de revisita. As imagens IKONOS estão equivalentes 
a uma escala espacial para campo e medições tipicamente realizadas na pesquisa 
ecológica e cobertura do solo. Como tal, as observações IKONOS podem servir 
como uma fonte de medidas nos terrenos ‘virtuais’ para o espaço de menor 
resolução e observatórios globais (GOWARD et al., 2003). Idealmente, IKONOS 
pode ser usado para mapear a cobertura vegetal em escala local ou validar 
cobertura vegetal classificadas de outras imagens do sensoriamento remoto 
(GOWARD et al., 2003).
QuickBird
Semelhante a IKONOS, QuickBird oferece alta precisão e até mesmo imagens 
de alta resolução com imagens pancromáticas em 60-70cm de resolução, além 
das imagens multiespectrais em 2,4 m e 2,8 m de resolução espacial. 
Coleções globais de imagens QuickBird facilitam as aplicações que vão desde 
monitoramento de cobertura da Terra até modelagem em ecologia (incluindo 
T5
123Dados ambientais e geoprocessamento
vegetação mapeamento). Imagens QuickBird são normalmente utilizadas para 
estudar especialmente tópicos em áreas relativamente pequenas (ou à escala 
local), uma vez que é impraticável a aplicação de imagens QuickBird para usos em 
grande área, devido ao seu alto custo e parâmetros técnicos rígidos.
Semelhantes a IKONOS, as imagens de QuickBird podem ser usadas para 
mapear a cobertura vegetal em uma escala local ou utilizadas para fins de validação. 
A Figura 5.8 mostra uma imagem com 0,7 m de resolução espacial.
Fonte: Nota de aula Paranhos (2008).
Figura 5.8 - Quickbird com resolução de 0,70 m.
CBERS
Um programa de cooperação entre China e Brasil tem realizado um importante 
passo para o desenvolvimento de satélites de sensoriamento remoto, um produto 
dessa cooperação é o satélite CBERS (China-Brasil Earth Resources Satellite).
O primeiro satélite desenvolvido (CBERS-1) foi lançado no dia 14 de outubro de 
1999, com grande sucesso pelo lançador chinês Longa Marcha 4B, no Centro de 
Lançamento de Taiyuan, na China. Sua órbita é heliossíncrona a uma altitude de 
778 km e obteve a cobertura completa da Terra em 26 dias. O segundo satélite 
(CBERS-2) foi lançado com sucesso do mesmo centro de lançamento, em 21 de 
outubro de 2003, que transporta a carga idêntica ao CBERS-1. Não foi possível 
colocar em órbita o CBERS-3, então, em dezembro de 2014 o CBERS-4 foi lançado 
para ocupar a órbita dos seus antecessores (INPE, s/data). A Figura 5.9 mostra a 
estação de lançamento do CBERS-4.
T5
124 Dados ambientais e geoprocessamento
Fonte: INPE, s/data.
Figura 5.9 - Lançamento CBERS-4 em 07 de dezembro de 2014.
As características únicas do CBERS-1 e 2 são úteis pela presença de 
multissensores com diferentes resoluções espaciais e temporais. Esses recursos 
foram especialmente concebidos para resolver a ampla gama de escalas de 
espaço e tempo envolvidas em ecossistemas brasileiros e chineses. CBERS possui 
três sensores a bordo: o WFI (Wilde Field Imager), câmera CCD de alta resolução e 
do Infrared Multispectral Scanner (IRMSS). A cobertura espectral e a largura de faixa 
dos sensores estão resumidas na Figura 5.10.
 Fonte: INPE (ano)
Figura 5.10 - Parâmetros de imageamento do CBERS-2 CCD, IR-MSS e WFI e Landsat 
ETM+ (pan = pancromático; IV = infravermelho). aINPE (2006). bGoward et al. (2001) e 
Campbell (2002)
T5
125Dados ambientais e geoprocessamento
Visando atender as necessidades de ambos os países no mapeamento 
em múltiplas escalas, por exemplo, sobre áreas de difícil acesso, os referidos 
satélites foram configurados para registrar dados da superfície terrestre através 
de três sistemas ópticos: a câmera imageadora de alta resolução, o imageador 
por varredura de média resolução (IR-MSS -  Infrared Multispectral Scanner), e o 
imageador de campo de visada (LINO et al., 2000 ; INPE, 2006). Os dados do 
CBERS podem ser obtidos gratuitamente mediante cadastro eletrônico na página 
eletrônica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Além dos sensores acima mencionados, há muitos outros na aplicação de 
estudos ambientais. Entretanto, a maioria dos satélites enunciados fornece imagens 
gratuitas, o que democratiza o acesso a informações sobre a cobertura da Terra.
Imagens de Satélite na Sala de Aula 
Esse vídeo é uma entrevista de Elisabete Caria Moraes, pesquisadora do Instituto 
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e coordenadora de um curso sobre 
sensoriamento remoto. A entrevistada explica como professores de ensino básico 
e ensino superior podem usar imagens de satélite em suas aulas. Perceba a 
facilidade e gratuidade no acesso a dados ambientais, como são as imagens de 
satélites.
Imagens de satélite na sala de aula - Elisabete Caria Moraes. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YYAWykIbhXU>. Acesso em 
07 de maio de 2016.
Tempo: 13:54 minutos.
Desativação do Satélite CBERS-2B - Reportagem
Reportagem mostra as operações do satélite CBERS-2B. Lançado em 19 de 
setembro de 2007, este satélite foi construído a partir de equipamentos e peças 
remanescentes do CBERS-2 e tinha vida útil estimada em dois anos. O CBERS-2B 
gerou aproximadamente 74.000 imagens com a câmera CCD, 11.000 com a WFI e 
300.000 com a HRC, apenas sobre a América do Sul. O total de órbitas percorridas 
(voltas em torno da Terra) chegou a 13.000. Foram distribuídas gratuitamente cerca 
de 270.000 imagens deste satélite a usuários brasileiros e outras 60.000 a usuários 
de mais de 40 países.
ACOMPANHE NA WEB
T5
126 Dados ambientais e geoprocessamento
Desativação do Satélite CBERS-2B – Reportagem.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tOIgLzWp32o>. Acesso em 
20 de junho de 2016.
Tempo: 00:45 minutos.
Colocando Dados no Mapa: A Escolha da Unidade Espacial de Agregação e, 
Integração de Bases de Dados em Saúde e Ambiente Através do Geoprocessamento
A leitura do artigo de Christovam Barcellos e Simone M. Santos aborda um 
interessante tópico, em relação a uma oportunidade de observação da aplicação 
do geoprocessamento na manipulação de dados ambientais, bem como uma 
revisão dos principais conceitos. O trabalho discute alguns problemas encontrados 
no georreferenciamento de dados de saúde e ambiente, bem como alguns 
critérios para a escolha da unidade espacial mínima de agregação de dados, 
permitindo a qualidade e intercâmbio entre camadas de informações. O caso do 
abastecimento de água no município do Rio de Janeiro pode ser utilizado como 
exemplo de avaliação de condições de saúde em microáreas, onde diversas fontes 
de informação com diferentes características construtivas são dispostas em mapas 
e inter-relacionadas no espaço na forma de camadas.
Colocando dados no mapa: a escolha da unidade espacialde agregação e 
integração de bases de dados em saúde e ambiente através do geoprocessamento. 
A evolução da Cartografia. JESUS. VI (1), jan/mar, 1997. 
Disponível em <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/iesus/v6n1/v6n1a03.pdf>. Acesso 
em 10 de maio de 2016. 
Sobre Geoestatística e Mapas
Artigo sobre a aplicação da geoestatística na confecção de mapas geológicos 
do professor Paulo M. Barbosa Landim, da UNESP, autor de livros sobre o 
assunto de geoestatística. Na primeira parte do trabalho é feita uma introdução 
sobre os aspectos quantitativos na interpretação dos fenômenos geológicos, 
em seguida, conceitos básicos sobre a metodologia geoestatística e, na última 
parte, uma aplicação clássica da geoestatística linear, baseada nos conceitos de 
estacionaridade da covariância e do variograma, para a confecção de mapas.
Sobre geoestatística e mapas. 2006. 
Disponível em <http://ocs.ige.unicamp.br/ojs/terraedidatica/article/
viewFile/1008/442> Acesso em: 12 de maio de 2016.
T5
127Dados ambientais e geoprocessamento
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
“A coleta de informações sobre a distribuição geográfica de recursos minerais, 
propriedades, animais e plantas sempre foi uma parte importante das atividades 
das sociedades organizadas. Até recentemente, no entanto, isto era feito apenas 
em documentos e mapas em papel; isto impedia uma análise que combinasse 
diversos mapas e dados. Com o desenvolvimento simultâneo, na segunda metade 
deste século, da tecnologia de Informática, tornou-se possível armazenar e 
representar tais informações em ambiente computacional, abrindo espaço para o 
aparecimento do Geoprocessamento” (CÂMARA, 2001, p. 1).
Ao ler o texto acima, descreva a importância da associação entre geoprocessamento 
e os estudos ambientais.
Questão 2
Atualmente, existem dezenas de sistemas de imageamento de recursos terrestres 
que operam em diferentes resoluções. Assinale a alternativa correta.
a) Para o sensor Terra/ MODIS, os dados de Índice de Vegetação (NDVI) podem ser 
adquiridos na internet.
b) O tamanho do pixel no terreno do sensor Landsat TM é superior a 1 hectare.
c) O sistema CBERS-2 CCD é resultado da parceria Itália e Brasil.
d) A imagem do sensor MODIS é ideal para o mapeamento local, por exemplo, de 
áreas urbanas.
e) O sistema SPOT é uma iniciativa do governo brasileiro.
Questão 3
A estrutura de armazenamento que facilita análises espaciais de proximidade e de 
vizinhança entre objetos representados em geoprocessamento é:
a) Raster. 
AGORA É A SUA VEZ
T5
128 Dados ambientais e geoprocessamento
b) Matricial. 
c) Digital. 
d) Vetorial. 
e) Celular.
Questão 4
A avaliação do semivariograma é fundamental para a interpolação das variáveis 
espaciais, por meio da krigagem. Por que se faz necessário avaliar o semivariograma?
Questão 5
Os dados espaciais são apresentados de duas formas: dados raster (ou matricial) 
e dados vetoriais, como mostra na figura abaixo. Os Sistemas de Informação 
Geográfica trabalham com esses dois tipos de arquivos, embora cada forma tem 
suas características voltadas a determinada aplicação. Descreva as características 
de dados raster e dados vetoriais.
Fonte: Adaptado de Paranhos Filho et al. (2016).
Figura 5.11 - Mapas apresentados no formato matricial (b) e no formato vetorial (c).
T5
129Dados ambientais e geoprocessamento
Neste tema você relembrou os conceitos e sobre a importância do 
geoprocessamento, que é um conjunto de técnicas para o processamento de 
dados espaciais. Em particular, houve destaque para os dados ambientais e suas 
particularidades de representação. Técnicas como a geoestatística evidenciam a 
importância do conhecimento sobre a manipulação dos dados ambientais. Foram 
apresentados inúmeros sensores na aplicação de estudos ambientais e que sua 
aquisição é pela internet de forma gratuita, o que provoca a democratização no 
acesso a informações ambientais.
FINALIZANDO
T5
130 Dados ambientais e geoprocessamento
T5
131Dados ambientais e geoprocessamento
ANDERSON, L. O.; LATORRE, M. L.; SHIMABUKURO, Y. E.; ARAI, E.; JÚNIOR, O. A. 
de C. Sensor MODIS: uma abordagem geral. INPE-10131-RPQ/752 São José dos 
Campos - São Paulo, 2003.
BARBOSA, H. A.; HUETE, A. R.; BAETHGEN, W. E. (2006). A 20-year study of NDVI 
variability over the Northeast Region of Brazil. J Arid Environ 67:288–307.
BEERI, O; PHILLIPS, R; HENDRICKSON, J. et al. (2007) Estimating forage quantity 
and quality using aerial hyperspectral imagery for northern mixed-grass prairie. 
Remote Sens Environ 110:216–25.
BETTINI, C. Conceitos básicos de Geoestatística. In: Meirelles, M. S. P.; Câmara, 
G.; Almeida, C. M. (Ed.). Geomática: modelos e aplicações ambientais. Brasília: 
Embrapa, cap. 4, p. 193-234, 2007.
CASTILLO, Ricardo. A imagem de satélite como estatística da paisagem: crítica a 
uma concepção reducionista da Geografia. Ciência Geográfica, Bauru - VIII, v. 1, 
n. 21, jan. /abr., 2002.
CÂMARA, Gilberto; DAVIS, Clodoveu; MONTEIRO, Antônio Miguel Vieira. 
Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos, Instituto Nacional 
de Pesquisas Espaciais – INPE. 2001. Disponível em <http://mtc-12.sid.inpe.br/col/
sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf>. Acesso em: 10 maio. 
2016.
CAMPBELL JB. 2002. Introduction to Remote Sensing. New York: The Guilford 
Press, 3rd ed., cap. 6, 157–203.
CAMARGO, E. C. G. Desenvolvimento, implementação e teste de procedimentos 
geoestatísticos (krigagem) no sistema de processamento de informações 
georreferenciadas (SPRING). Dissertação (Mestrado em Sensoriamento Remoto) 
– Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, 1997.
CAKIR H. I.; KHORRAM S.; NELSON SAC (2006). Correspondence analysis for 
detecting land cover change. Remote Sens Environ 102:306–17.
GARCIA, Monika Christina Portella. A aplicação do sistema de informações em 
estudos ambientais. Curitiba: InterSaberes, 2014.
GOWARD, S. N.; MASEK, J. G.; WILLIAMS, D. L.; IRONS JR; THOMPSON, R. J. 2001. 
The Landsat 7 mission. Terrestrial research and applications for the 21st century. 
Remote Sensing of Environment, 78: 3–12.
REFERÊNCIAS
T5
132 Dados ambientais e geoprocessamento
GOWARD, S.N.; DAVIS, P.E.; FLEMING, D.; MILLER, L.; TOWNSHEND, J. R. G. (2003). 
Empirical comparison of Landsat 7 and IKONOS multispectral measurements 
for selected Earth Observation System (EOS) validation sites. Remote Sensing of 
Environment 88:196–209.
HUANG, S; SIEGERT, F (2006). Land cover classification optimized to detect areas 
at risk of desertification in North China based on SPOT VEGETATION imagery. J 
Arid Environ 67:308–27.
INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 2006. Satélite sinobrasileiro de 
recursos terrestres. São José dos Campos: INPE. Disponível em: <http://www.
cbers.inpe.br/pt/index pt.htm>. Acesso em: 11 mai. 2016.
ISAAKS, E. H.; SRIVASTAVA, R. M. An introduction to applied geostatistics. New 
York: Oxford University Press, 561 p., 1989.
LANDIM, P. M. P. Análise estatística de dados geológicos. São Paulo: Fundação 
Editora da UNESP, 253 p, 2003.
LANDIM, P. M. P. Sobre geoestatística e mapas. TERRÆ DIDATICA 2(1):19-
33, 2006. Disponível em <http://ocs.ige.unicamp.br/ojs/terraedidatica/article/
viewFile/1008/442> Acesso em: 12 de maio de 2016.
LIU, W. T. H. Aplicações de Sensoriamento Remoto. Campo Grande: Ed. UNIDERP, 
2006. 908p.
MEDEIROS, Anderson Maciel Lima de Medeiros. O que são Dados Geográficos? 
Como são armazenados? 2016. Disponível em: <http://andersonmedeiros.com/
conceitos-dados-geograficos/>. Acesso em: 28 mar. 2016.
MATHIEU R, SEDDON P, LEIENDECKER J (2006) Predicting the distribution of 
raptors using remote sensing techniques and Geographic Information Systems: 
a case study with the Eastern New Zealand falcon (Falco novaeseelandiae). N.Z. J 
Zool 33:73–84.PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; MIOTO, Camila Leonardo; MARCATO 
JUNIOR, José; CATALANI, Thais Gisele Torres. Geotecnologias em Aplicações 
Ambientais. 1. Ed. Campo Grande: Editora UFMS. 2016. 383 p.
PORTO, A. L; Soares, J. A.; MONTEIRO, V. E. D. Otimização da malha de 
amostragem de compostos orgânicos voláteis no solo através de Krigagem. 
Águas Subterrâneas, v.25, n.1, p.57-73, 2011.
VIEIRA, S. R.; LOMBARDI NETO, F. Variabilidade espacial do potencial de erosão 
das chuvas do Estado de São Paulo. Bragantia, v. 54, n. 2, p. 405-412, 1995.
YAMOTO, J. K; LANDIM, P. M. B. Geoestatística: Conceitos e aplicações. São Paulo. 
T5
133Dados ambientais e geoprocessamento
Oficina de Textos, 2013. 
USGS. U.S. Department of the Interior. U.S. Geological Survey. About USGS. 
2016. Disponível em: <http://landsat.usgs.gov/documents/si_product_guide.pdf> 
Acesso em 11 maio. 2016.
RUDORFF, B. F. T.; SHIMABUKURO, Y. E.; CEBALLOS, J. C. 2007. O Sensor MODIS 
e suas aplicações ambientais no Brasil. São José dos Campos, Parêntese. 423 p.
Índice de Vegetação por Diferença Normalizada: Os índices de vegetação são 
resultados de equações das várias combinações das reflectâncias em várias faixas 
espectrais da radiação eletromagnética. (LIU, 2006).
Krigagem: “É um processo de estimativa de valores de variáveis distribuídas no 
espaço e/ou no tempo, a partir de valores adjacentes enquanto considerados 
como interdependentes pelo semivariograma” (LANDIM, 2006, pg. 27).
TM (Thematic Mapper): O sensor TM foi lançado a bordo dos satélites Landsat 4 
e Landsat 5. Possui separação espectral adequada ao seu principal propósito, ou 
seja, oferecer subsídios para mapeamentos temáticos na área de recursos naturais. 
(EMBRAPA, 2009). 
ETM (Enhanced Thematic Mapper): O sensor ETM foi projetado para ser levado a 
bordo do Landsat 6, no entanto, não entrou em operação devido à falha ocorrida 
no lançamento do satélite. Em relação ao seu antecessor, o sensor TM, foi incluída 
uma nova banda pancromática (banda 8) com 15 metros de resolução espacial e 
mantidas as demais configurações técnicas (EMBRAPA, 2009). 
Semiovariograma: é uma função que mostra a medida do grau de dependência 
espacial entre amostras ao longo de um suporte específico. (LANDIM, 2006, p. 23).
GLOSSÁRIO
Tema 6
Estudos de caso
Geotecnologias
O Geoprocessamento é o conjunto de técnicas utilizadas no processamento e 
análise de dados espaciais, sendo formado principalmente por três grandes áreas: 
Cartografia, Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas (SIGs). 
Por se revelarem excelentes alternativas para a relação custo x benefício, o 
Geoprocessamento ou as Geotecnologias vêm sendo empregadas nas mais diversas 
áreas do conhecimento, como nas Engenharias, Geografia, Biologia, Arquitetura e 
Urbanismo, Gestão Ambiental e até mesmo nas áreas relacionadas à Saúde, como 
Medicina, Enfermagem e também no Direito, entre outras.
Sua utilização tem crescido cada vez mais, principalmente por estarem 
disponíveis de forma gratuita na internet diversos dados e informações, como 
imagens de satélite e dados vetoriais (limites municipais, hidrografia, limite de 
bacias hidrográficas), assim como sistemas de informações geográficas (SIGs), 
como o QGIS, gvSIG e o SPRING, o que permite que qualquer pessoa que esteja 
interessada possa utilizar e conhecer tais ferramentas.
Nos temas anteriores foram apresentados os principais conceitos relacionados 
ao Geoprocessamento. Desse modo, neste tema serão apresentados diversos 
estudos de caso que empregam as Geotecnologias, de modo a facilitar a 
compreensão e aplicabilidade dos conceitos apresentados anteriormente.
Geotecnologias para o estabelecimento de áreas para corredores de 
biodiversidade
Devido à degradação ambiental causada pelas atividades humanas, 
principalmente pelo desenvolvimento desordenado, grandes áreas florestadas 
acabam sofrendo o processo de fragmentação, com a consequente perda da 
conectividade entre diversos habitats. Uma forma de conservar e recuperar a 
biodiversidade são os corredores de biodiversidade, os quais possibilitam o fluxo 
POR DENTRO DO TEMA
T6
136 Estudos de caso
gênico entre os fragmentos remanescentes e as áreas de preservação permanente 
(OLIVEIRA et al., 2015).
Assim, Oliveira et al. (2015) buscaram identificar áreas que pudessem servir de 
corredores de biodiversidade no Município de São Gabriel do Oeste (MS), importante 
região econômica do Estado, analisando-se espacialmente os fragmentos de 
vegetação remanescentes na região.
Para isso, os autores utilizaram uma imagem do satélite Landsat 5, sensor 
TM (Thematic Mapper), onde foram identificadas as áreas correspondentes à 
vegetação natural, através do processo de classificação de imagens. Gerou-se 
também a carta de classes da terra para mecanização através do Modelo Digital 
de Superfície (MDS) da missão Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), a qual 
permitiu identificar as áreas que poderiam ser destinadas à exploração agrícola 
e também identificar áreas que, devido à sua declividade, não permitiam a 
mecanização do solo.
Parâmetros relacionados aos fragmentos de vegetação também foram 
analisados, como o Índice de Circularidade (IC), o qual é obtido através de 
uma equação e que foi examinado em conjunto às áreas dos fragmentos para 
dimensionar a estrutura da paisagem e caracterizar os locais de vegetação 
(OLIVEIRA et al., 2015).
Como resultado, gerou-se a carta de 
fragmentos (Figura 6.1), indicando apenas 
a vegetação remanescente nativa. Foram 
mapeados 1.342 fragmentos, com a área total 
de 108.153,6 ha de vegetação nativa, sendo 
que apenas dois fragmentos apresentaram 
área superior a 10.000 ha.
Oliveira et al. (2015) relatam que os 
fragmentos identificados apresentam-se 
distribuídos de maneira desigual, com grupos 
formados por várias unidades e outros 
isolados por extensas áreas de pastagens e 
monoculturas. Os mesmos notaram que as 
áreas que indicaram maiores fragmentos 
são áreas com declividade maior que 45º, as 
quais são consideradas áreas de preservação 
permanente, conforme a Lei nº 12.651 
(BRASIL, 2012).
O mapa com os corredores de 
biodiversidade no Município de São Gabriel Fonte: Oliveira et al. (2015).
Figura 6.1 - Mapas de fragmentos 
de vegetação do Município de São 
Gabriel do Oeste, MS. Apresenta-se 
somente a vegetação nativa.
T6
137Estudos de caso
do Oeste, MS é indicado na Figura 6.2. Oliveira et al. (2015) remetem ao fato de 
que a estratégia que leva à conservação dos fragmentos é gerar condições que 
promovam movimento de genes entre uma população e outra, principalmente 
aquelas isoladas, com o intuito de manter a integridade ecológica das mesmas.
De acordo com o trabalho, o município apresenta duas áreas prioritárias, 
parceladas em áreas de importância para a biodiversidade, isso porque estão 
localizados nessas áreas os maiores fragmentos de vegetação nativa de São Gabriel 
do Oeste. 
Como conclusão, os autores citam que as técnicas utilizadas auxiliam na 
execução de um planejamento ambiental adequado, de modo a cumprir a 
legislação específica, e que é possível a criação de corredores de biodiversidade 
na área de estudo, mostrando-se como alternativa para o aumento do fluxo de 
indivíduos de espécies diferentes.
Fonte: Oliveira et al. (2015).
Figura 6.2 - Mapa de identificação de corredores de biodiversidade no Município de São 
Gabriel do Oeste. 
Geotecnologias na investigação de contribuição pluvial parasitária em rede 
coletora de esgoto
Em seu trabalho, Ribeiro et al. (2015) realizaram o mapeamento de pontos de 
extravasamento da rede coletora de esgoto em vias públicas no Município de 
Três Lagoas, MS. O principal objetivo do trabalho foi produzir uma metodologia 
T6
138 Estudos de caso
para delinear a bacia de contribuição de coletor de esgoto sanitário, de modo 
a investigar os motivos que causavam o extravasamento frequente de esgoto 
doméstico em Poços de Visita (PV).
A área de estudo compreendeu um poçode visita de esgoto que transbordava 
frequentemente em períodos de chuva (Figura 6.3). 
Os autores utilizaram informações vetoriais de planialtimetria (ruas, quadras, 
redes de água e de esgoto, redes de drenagem, topografia) que estavam em 
formato DWG (padrão CAD). Esses dados foram exportados para o formato 
shapefile e passaram pelo processo de georreferenciamento no gvSIG, utilizando 
o datum oficial brasileiro SIRGAS 2000. 
Para a obtenção do traçado do limite da bacia de contribuição ao montante 
do PV, os autores empregaram ferramentas presentes no gvSIG (SIG livre e 
gratuito). Com o intuito de obter maior precisão da área delimitada, realizou-se 
o levantamento topográfico dos cruzamentos das vias e em pontos mais altos na 
área de estudo.
Os arquivos vetoriais das ligações domiciliares disponibilizados pela Empresa de 
Saneamento Sanesul também não estavam georreferenciados. Então, realizaram-
se coletas das coordenadas geográficas de cada residência através de receptor 
GPS (Global Positioning System), atrelando-se as informações das coordenadas 
geográficas ao cadastro das residências, sendo tais informações atreladas ao 
banco de dados SIG.
A análise hidráulica dos condutores também foi realizada, de modo a verificar 
a capacidade de escoamento da tubulação do trecho à jusante da bacia de 
contribuição.
Fonte: Ribeiro et al. (2015).
Figura 6.3 - Localização do PV em estudo – Município de Três Lagoas, MS.
T6
139Estudos de caso
Assim, observando-se todas as informações contidas no banco de dados SIG, 
foi obtido o valor da área e perímetro da bacia de contribuição, sendo 64,23 
ha e 3,22 km, respectivamente (Figura 6.4). Analisando o banco de dados com 
demais informações, os autores puderam verificar as possíveis causas para o 
transbordamento do PV.
Fonte: Ribeiro et al. (2015).
Figura 6.4 - Apresentação do banco de dados SIG, com destaque para a bacia de 
contribuição delimitada no trabalho.
Com a caracterização de consumo das residências especializadas, ficou 
facilitada a análise da quantidade de esgoto gerada em sua bacia de contribuição, 
descartando a hipótese de que o coletor não tem capacidade de escoamento 
do mesmo. Os autores remetem ao fato de que os transbordamentos ocorrem 
devido às contribuições parasitárias.
Os autores destacam que o estudo poderá servir de base para avaliação de 
outros pontos críticos no sistema, já que se tem um banco de dados composto. 
Também poderá ser empregado para definir as regiões passíveis de monitoramento 
e\ou ações concentradas de educação ambiental, a fim de reduzir as ocorrências 
de impactos ambientais negativos.
Geração de mapas de vulnerabilidade natural e ambiental 
Para que se faça a adequada gestão do território, de modo a obter o controle da 
situação ambiental de uma região, é imprescindível a realização do zoneamento, 
sendo este um dos principais instrumentos para a gestão do território. Neste 
processo, é necessária a realização de uma série de estudos e levantamentos, que 
irão subsidiar a tomada de decisão com o intuito de melhor gerenciar a utilização 
dos recursos hídricos (COSTA NETO, 2010).
O Município de Ponta Porã, no sul de Mato Grosso do Sul, é uma área de 
importância geopolítica, já que faz divisa com a República Federativa do Paraguai. 
Municípios que se encontram nesse tipo de situação devem possuir ferramentas 
T6
140 Estudos de caso
para controle de seus territórios e, com isso, desenvolver estudos que tragam 
informações interessantes para essas áreas (KLAIS et al., 2012).
Desse modo, com o objetivo de avaliar o uso e ocupação do Município de Ponta 
Porã (MS) e determinar a vulnerabilidade natural (VN) e ambiental (VA) da região, 
Klais et al. (2012) empregaram a técnica de álgebra de mapas, a qual consiste na 
realização de operações matemáticas entre mapas (ver Tema 3).
Para a obtenção da carta de vulnerabilidade natural, que consistiu no cruzamento 
entre as cartas de geologia, aptidão dos solos e declividade, os autores utilizaram 
imagens do satélite Landsat 7, sensor ETM+ em conjunto com a carta temática de 
Geologia do projeto RADAM (dados de geologia); o mapa de aptidão do Solo do 
Atlas Multirreferencial do Estado de Mato Grosso do Sul (dados de aptidão do solo) 
e modelo digital de superfície (MDS) da missão Shuttle Radar Topography Mission 
(SRTM) (dados de declividade).
Para a carta de VA, necessita-se do mapa de uso e ocupação do solo, o qual 
foi elaborado através do método da classificação da imagem do satélite Landsat 
5, sensor TM. 
Como resultado, Klais et al. (2012) verificaram que a maior parte do Município 
de Ponta Porã apresenta média VN (62,8%); com 20,7% de baixa VN; 12,8% alta VN 
e 3,7% muito alta (Figura 6.5). 
Fonte: Klais et al. (2012).
Figura 6.5 - Carta de vulnerabilidade natural (VN) do Município de Ponta Porã, MS.
Em relação à carta de vulnerabilidade ambiental, os autores verificaram que 
75,2% do território variou de alta a muito alta vulnerabilidade; 11% média VA; 13,10% 
baixa VA e 0,7% muito baixa (Figura 6.6).
T6
141Estudos de caso
Como conclusão, os autores verificaram que a maior parte da área de estudo se 
encontra em uma situação intermediária a estável e que as cartas de VN e VA devem 
ser empregadas pela administração municipal de Ponta Porã no planejamento 
e ocupação do solo, direcionando o manejo agrícola nos locais onde há maior 
vulnerabilidade.
Fonte: Klais et al. (2012).
Figura 6.6 - Carta de vulnerabilidade ambiental (VA) do Município de Ponta Porã, MS.
Gravidez na adolescência no Estado do Mato Grosso do Sul
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a adolescência inicia-se aos 
10 anos e termina aos 19 anos de idade. No Brasil, a gravidez e suas complicações 
nessa fase são importantes causas de mortalidade, ocorrendo principalmente pelo 
fato de as jovens ainda não terem desenvolvido de maneira completa seu corpo 
(MARTINS et al., 2014).
Devido à sua grande importância para a saúde pública, a gravidez na 
adolescência vem sendo objeto de diversos estudos e um dos principais fatores 
relacionados aos eventos é a questão socioeconômica das jovens mães. Nesse 
sentido, Martins et al. (2014) objetivaram descrever a proporção de nascidos vivos 
e a taxa de fecundidade de mães na faixa etária entre 15 a 19 anos e analisar a 
correlação desses dados com indicadores socioeconômicos no Estado de Mato 
Grosso do Sul, no ano de 2008.
A área de estudo compreendeu as 11 Microrregiões de Saúde (MRS) do Estado 
de Mato Grosso do Sul: Corumbá, Coxim, Aquidauana, Jardim, Ponta Porã, Naviraí, 
Dourados, Campo Grande, Nova Andradina, Três Lagoas e Paranaíba. Para o estudo, 
foram incluídas mulheres de 15 a 19 anos que tiveram filhos nascidos vivos no ano 
T6
142 Estudos de caso
de 2008, residentes no referido Estado, cujas informações (idade e escolaridade) 
estavam disponibilizadas no banco de dados do Sistema de Informações sobre 
Nascidos Vivos (Sinasc) (MARTINS et al., 2014).
Como resultado, dos 40.867 nascidos vivos no Estado, 22% (8.991) eram de mães 
com idade entre 15 e 19 anos. Analisando-se a distribuição geográfica, a proporção 
de filhos de mães adolescentes (PFA) de 15 a 19 anos em 2008, apresentou valores 
maiores nas MRS de Naviraí (25,8%), Ponta Porã (25%) e Paranaíba (24,9%). A MRS 
de Campo Grande registrou a menor proporção (19,5%) (Figura 6.6) (MARTINS et 
al., 2014) (Figura 6.7).
Fonte: Martins et al. (2014). 
Figura 6.7 - Proporção de filhos de mães adolescentes nascidos em MS no ano de 2008.
Outros indicadores também foram avaliados, como índice de responsabilidade 
social, taxa específica de fecundidade e analfabetismo funcional de mães de 15 a 
19 no Estado (MARTINS et al., 2014).
Os autores relatam que para o ano de 2008, a proporção de nascidos vivos 
em mães com faixa etária de 15 a 19 anos variou entre 19,5% a 25,8% na área de 
estudo. Em relação à taxa de fecundidade das mães adolescentes, notou-se que 
a mesma foi maior nas MRS com maior percentual de analfabetismo funcional e 
pioresindicadores de desenvolvimento social e econômico. Ou seja, o estudo 
demonstrou maior frequência de nascidos vivos de mães adolescentes em regiões 
com os piores indicadores socioeconômicos regionais. 
O estudo revelou a importância de se reforçar as medidas voltadas à prevenção 
da gravidez da adolescência nos locais menos desenvolvidos do Estado. Os autores 
relatam que a verificação da distribuição das mães adolescentes nas microrregiões 
auxilia a possibilidade de utilização do Sinasc como um sistema de informações que 
auxilie no direcionamento de ações que objetivam a melhora da saúde materna e 
dos recém-nascidos, relacionando-se políticas de saúde reprodutiva e programas 
que incentivem a maior procura à consulta de pré-natal, atenção especializada e 
T6
143Estudos de caso
multidisciplinar durante o período de gestação. Perceba que a metodologia foi 
aplicar estudo ecológico com medidas agregadas por microrregião, calculadas a 
partir de (i) dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) para o 
ano de 2008 e de (ii) indicadores de desenvolvimento social e econômico, utilizou 
um gerenciador de bases de dados espacial.
Geotecnologias na administração de cemitérios
Para a correta administração pública é de fundamental importância o adequado 
planejamento. Essa questão também é necessária para os cemitérios, pois em 
alguns municípios esses locais acabam sendo desprezados, gerando inúmeros 
problemas e causando a perda de informações (IBARGOYEN et al., 2014). Nesse 
sentido, os autores propuseram a criação de uma metodologia para auxiliar na 
coleta, organização, distribuição, localização e manipulação digital dos dados 
referentes aos jazigos do Cemitério São José, localizado no Município de Santa 
Maria (RS).
Primeiramente foi realizado um trabalho de campo, onde foram coletados dados 
com receptores Global Navigation Satellite Systems (GNSS), onde foi identificada a 
quantidade de jazigos. Realizou-se também o levantamento da situação cadastral 
dos mesmos, através da utilização dos livros de registros e foi efetuado o cadastro 
dos dados de cada jazigo de forma manual, já que não havia informações em 
alguns dos livros (IBARGOYEN et al., 2014).
Esses dados foram convertidos para o formato digital, sendo posteriormente 
utilizados para compor o banco de dados no SIG TerraView, o qual é distribuído 
gratuitamente pelo site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Para 
complementar o banco, também foram inseridos os dados vetoriais medidos 
em campo, os quais foram utilizados para produzir a planta do cemitério. Esses 
dados foram projetados, ou seja, foi definida a projeção cartográfica e o datum 
(IBARGOYEN et al., 2014). 
Com essas informações tornou-se possível consultar informações por atributo, 
como nome do falecido, proprietário, quadra em que se encontra o jazigo, entre 
outras. Na Figura 6.8 tem-se um exemplo de busca, onde se seleciona o nome do 
falecido (IBARGOYEN et al., 2014). 
T6
144 Estudos de caso
Fonte: Modificado de Ibargoyen et al. (2014).
Figura 6.8 - Consulta ao banco de dados através do nome do falecido.
Além disso, pode-se verificar a situação cadastral de cada jazigo simplesmente 
clicando com o cursor do mouse sobre o jazigo de interesse. Uma nova janela irá 
se abrir, mostrando as informações referentes àquele local (Figura 6.9).
Os autores concluíram que através dessa ferramenta os administradores podem 
controlar de maneira adequada a conservação das dependências do cemitério, 
assim como planejar ações que visam a melhoria da ocupação e estrutura 
organizacional do espaço. 
Fonte: Modificado de Ibargoyen et al. (2014).
Figura 6.9 - Consulta da situação cadastral de um referido jazigo.
Geotecnologias na identificação da impermeabilidade de solos urbanos 
A impermeabilização do solo e a ocupação desordenada das áreas urbanas 
geram diversos transtornos, principalmente quando se trata do escoamento 
superficial, o qual muitas vezes é inadequado, gerando assim diversos pontos de 
T6
145Estudos de caso
alagamento (GUTIERREZ et al., 2011).
Para contribuir com a discussão, Gutierrez et al. (2011), em seu trabalho, 
determinaram as relações existentes entre o crescimento espacial da área 
urbanizada da cidade de Campo Grande (MS), demonstrando as modificações 
ocorridas na área urbana do município e também a aplicação das geotecnologias 
no planejamento da drenagem urbana.
Para a realização da pesquisa os autores empregaram o SPRING, SIG 
disponibilizado de forma gratuita pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais) e imagens do satélite Landsat 5, sensor TM, de diferentes anos (1984 e 
2007). Essas imagens foram classificadas, trazendo como resultado nove classes 
temáticas de uso do solo (área urbana, cerrado, cerradão, pasto, mata, água, 
queimada, área úmida e agricultura). 
Os autores também calcularam os seguintes índices para a classe temática área 
urbana: 
• NDVI (índice de vegetação por diferença normalizada), o qual indica o vigor 
vegetativo e pode ser utilizado no monitoramento de uma região; 
• ISA (área de superfície impermeável), calculado através da relação entre o 
NDVI e a fração de cobertura vegetal, resultando nas superfícies que não 
permitem a infiltração da água no solo; 
• Escoamento superficial, o qual está relacionado à parte da precipitação que 
escoa sobre a superfície do terreno – quanto maior a impermeabilização 
superficial, maior o escoamento superficial.
Como resultado, em relação ao NDVI, Gutierrez et al. (2011) verificaram que 
houve aumento dos níveis em tons escuros de 1984 para 2007 (Figura 6.10). 
Lembrando que os valores de tal índice variam entre -1 e 1 e que são apresentados 
em níveis de cinza (0 a 255), onde os valores próximos de zero até 1 são locais 
com a presença de vegetação (pontos mais claros). E que valores próximos a 
-1 (pontos mais escuros) indicam locais sem vegetação, como área construída, 
corpos aquosos.
T6
146 Estudos de caso
Fonte: Gutierrez et al. (2011).
Figura 6.10 - (A) NDVI da área urbana do Município de Campo Grande (MS) de 1984. (B) 
NDVI da área urbana do Município de Campo Grande (MS) de 2007.
O ISA apresenta sua escala de valores variando de zero a 100, sendo expressa em 
escala de cores (as áreas em azul indicam locais altamente permeáveis com valores 
próximos a zero e as áreas em verde e amarelo indicam locais com permeabilidade 
intermediária) (Figura 6.11). Analisando os mapas resultantes, nota-se que ocorreu 
o crescimento da impermeabilização nas áreas já urbanizadas, chegando próximo 
a 100% de impermeabilização em 2007.
Fonte: Gutierrez et al. (2011). 
Figura 6.11 - (A) ISA da área urbana do Município de Campo Grande (MS) de 1984. (B) ISA 
da área urbana do Município de Campo Grande (MS) de 2007.
Os dados do índice de escoamento superficial também são indicados por 
cores. Levando em consideração uma precipitação de 100 mm, as áreas próximas 
ao vermelho indicam os locais onde o escoamento variou entre 75% e 100%. Isso 
significa que em uma área que possui 80% de escoamento, dos 100 mm que 
choveram, 80% escoaram e os 20% se dividiram em evaporação e infiltração. Nos 
mapas (Figura 6.12), nota-se que há predominância da cor laranja nos dois anos 
estudados, com a diminuição das áreas em verde no ano de 2007, o que indica o 
aumento do escoamento superficial.
T6
147Estudos de caso
Fonte: Gutierrez et al. (2011).
Figura 6.12 - (A) Escoamento superficial da área urbana do Município de Campo Grande 
(MS) de 1984 (B) Escoamento superficial da área urbana do Município de Campo Grande 
(MS) de 2007.
Como conclusão, os autores relatam que esse trabalho demonstrou que 
a impermeabilização do solo interfere diretamente no ordenamento e no 
planejamento territorial e que os resultados podem auxiliar na tomada de decisões, 
possibilitando identificar os locais onde o uso do solo está inadequado, e as 
alterações ocorridas na cobertura vegetal.
Geotecnologias na análise da piezometria
É de fundamental importânciao conhecimento do comportamento da água 
subterrânea para se tomar qualquer decisão na gestão de uma bacia hidrográfica. 
Tais informações são obtidas através da superfície piezométrica, a qual determina 
o fluxo de água nos aquíferos (REGHUNATH et al., 2005).
Em alguns municípios há escassez de dados piezométricos, os quais são 
considerados importantes parâmetros de análise para a obtenção de melhorias no 
uso e no aproveitamento dos recursos hídricos. 
Nesse sentido, Miranda (2013) realizou a análise estrutural para descrever a 
variabilidade espacial da piezometria baseada na função do semivariograma, 
com o objetivo de estimar valores em locais não amostrados. Para isso, utilizou 
a Krigagem, a qual é uma operação mais complexa que leva em consideração a 
tendência dos valores conhecidos na vizinhança de cada ponto a ser estimado (ver 
Tema 5).
A área de estudo compreendeu a Sub-Bacia do Rio Coxim, localizada na 
porção central do Município de São Gabriel do Oeste (MS). Os dados utilizados 
foram obtidos em um trabalho de campo, sendo amostrados 22 poços de forma 
aleatória. 
Com um GPS (Sistema de Posicionamento Global) foram coletados o 
posicionamento e as altitudes geométricas dos poços e para a identificação do 
T6
148 Estudos de caso
nível estático dos poços empregou-se uma sonda elétrica. A piezometria foi 
calculada pela subtração da altitude e o nível estático, sendo a mesma o dado de 
entrada na Krigagem para obter o mapeamento (MIRANDA, 2013).
Os dados piezométricos passaram por diversas análises estatísticas, empregando-
se testes, chegando ao resultado apresentado na Figura 6.13. Analisando o modelo 
digital da superfície piezométrica, percebe-se que a direção do fluxo da água 
subterrânea é preferencialmente na direção norte-sul. Nota-se que a água cursa 
toda a área de estudo para abastecer a região sul da mesma, onde se localiza a 
malha urbana do município em questão (MIRANDA, 2013).
Fonte: Miranda (2013).
Figura 6.13 - Mapa da piezometria da Sub-Bacia do Rio Coxim em São Gabriel do Oeste 
(MS).
A autora destaca que é de suma importância o controle das atividades 
potencialmente poluidoras na Sub-Bacia do Rio Coxim, pois caso haja 
contaminação, o fluxo do recurso hídrico subterrâneo irá atingir as regiões de 
captação urbana.
Geotecnologias aplicadas ao saneamento básico
As estações de tratamento de esgoto (ETE) são as unidades operacionais 
do sistema de esgotamento sanitário, onde é realizada a remoção das cargas 
poluentes do esgoto, o qual é posteriormente devolvido ao ambiente de acordo 
com os padrões exigidos pela legislação ambiental (SANESUL, 2009). 
Atualmente, vários são os fatores que devem ser observados para que se possa 
indicar áreas apropriadas para a instalação de uma ETE. Os principais fatores que 
devem ser considerados são a disponibilidade de área, distância entre corpos 
d´água que servirão como corpo receptor, topografia da região, condições de 
T6
149Estudos de caso
acesso, distância da área urbana, entre outros (ARCEIVALA, 1981).
Nesse sentido, com o intuito de auxiliar na identificação de áreas para a 
instalação de ETE, Ribeiro (2011) propôs uma nova metodologia, a qual utiliza 
álgebra de mapas para elaborar cartas de aptidão à instalação de ETE. A área piloto 
para o desenvolvimento da metodologia foi o Município de Coronel Sapucaia (MS).
As cartas temáticas, separadas em limitante e não limitantes, empregadas foram 
(RIBEIRO, 2011): 
• Cartas de cursos d´água, estradas e de uso e ocupação do solo, elaboradas 
a partir de imagem do satélite Landsat 5, sensor TM (todas limitantes);
• Carta de declividade (não limitante), obtida através do MDS SRTM;
• Carta de solos (não limitante), obtida do mapa de solos do Estado de Mato 
Grosso do Sul;
• Carta de distância máxima do perímetro urbano (limitante), obtida através 
da geração de um buffer de 3 km da área urbana do município;
• Carta de faixas de distância do perímetro urbano (não limitante), obtida a 
partir de buffers.
A operação matemática realizada por Ribeiro (2011) é apresentada na Figura 
6.14. As cartas limitantes foram multiplicadas entre si e o resultado foi multiplicado 
pela média geométrica das cartas não limitantes.
Fonte: Ribeiro (2011)
Figura 6.14 - Cartas empregadas para a elaboração da carta de aptidão à instalação de ETE 
em Coronel Sapucaia, MS.
Além das cartas, foram levados em consideração os dados referentes à rosa dos 
ventos, pois a direção dos ventos é de fundamental importância para a definição 
de um local para a instalação de ETE.
T6
150 Estudos de caso
Como resultado, foram identificados possíveis locais para a construção da ETE 
em Coronel Sapucaia (Figura 6.15). Com o mapa, foram realizados trabalhos de 
campo e verificado qual o melhor local para a realização do empreendimento.
A carta de aptidão à instalação de ETE pode auxiliar na avaliação das condições 
ambientais da região onde se pretende instalar esse tipo de empreendimento. 
Porém, o autor relata que outros pontos também devem ser avaliados, como a 
distância do corpo receptor, o processo de aquisição da propriedade onde a ETE 
será instalada, entre outros. Destaca-se que essa metodologia já foi empregada em 
diversos municípios do Estado de Mato Grosso do Sul.
Fonte: Ribeiro (2011)
Figura 6.15 - Carta de aptidão à instalação de ETE em Coronel Sapucaia, MS.
Conforme notamos ao longo do estudo, existem várias formas de aplicar os 
diversos conhecimentos dos temas que estudamos. Os exemplos apresentados 
neste tema utilizaram imagens de satélite, modelos digitais de superfície e técnicas 
de processamento de imagens, como classificação para obtenção da cobertura do 
solo, cálculo de declividade, álgebra de mapas, entre outros. Na leitura de todos os 
temas você pôde perceber que o conjunto: Sensoriamento Remoto, Cartografia e 
Sistema de Informação Geográfica que integram as geotecnologias, são importantes 
tecnologias que auxiliam em vários trabalhados, economizando tempo, recursos 
financeiros e recursos humanos, e ainda possibilitando o fornecimento de dados 
fundamentais para o desenvolvimento de relevantes tecnologias.
T6
151Estudos de caso
Manejo florestal de precisão em florestas tropicais: parte 1 - Dia de Campo na TV
Este vídeo mostra para o manejo de florestas tropicais, o Modeflora desenvolvido 
pela Embrapa, que utiliza de forma integrada aparelhos GPS, barômetros, imagens 
de radar de alta resolução, coordenadas geográficas, programas de sensoriamento 
remoto e outros recursos tecnológicos para fornecer a localização exata das 
árvores e detalhes do relevo e da hidrografia, entre outras questões essenciais para 
o bom manejo da floresta.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=b1whGb2J5b0>. Acesso em 
27 de junho de 2016.
Tempo: 05:31
Manejo florestal de precisão em florestas tropicais: parte 2 - Dia de Campo na TV
Este vídeo é a continuação da apresentação do Modeflora desenvolvido pela 
Embrapa que utiliza de forma integrada várias geotecnologias. Observe as 
aplicações e os benefícios das geotecnologias em otimizar tempo, recursos 
financeiros e recursos humanos.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jwSYlD5Ma7c>. Acesso em 
27 de junho de 2016.
Tempo: 03:07
Baixando Dados Vetoriais - Ministério do Meio Ambiente – MMA
Para ampliar os conhecimentos sobre Geotecnologias, o vídeo disponibilizado 
pela equipe G3 Geotecnologias demonstra de forma clara e objetiva como se faz 
o download de dados vetoriais disponibilizados pelo site do Ministério do Meio 
Ambiente. Ao fazer o download, esses dados poderão ser abertos em um SIG e 
utilizados em diversos trabalhos. É importante lembrar que, caso você utilize os 
dados em algum trabalho, os mesmos devem ser referenciados, pois possuem 
direitos autorais.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YttgOguP8gs>. Acesso em 
13 de junho de 2016.
Tempo: 6:22
ACOMPANHE NA WEB
T6
152 Estudos de caso
Monitoramento de Queimadas – INPE
O INPE (Instituto Nacional de PesquisasEspaciais) desenvolveu o projeto 
“Monitoramento de Queimadas e Incêndios por satélite em tempo quase-real”, 
para monitorar o foco de queimadas e incêndios florestais no Brasil. Os dados são 
para a América do Sul e a Central, África e Europa e a atualização ocorre a cada 
três horas em todos os dias do ano. As informações são disponibilizadas no portal 
e de modo gratuito para os usuários. Na aba “Situação atual” são disponibilizados 
os dados sobre os focos de incêndio nas últimas horas, os municípios brasileiros 
com mais focos, entre outras informações interessantes.
Disponível em: <http://www.inpe.br/queimadas/>. Acesso em 13 de junho de 2016.
Estudo localiza águas subterrâneas mais vulneráveis no Cerrado
Um conjunto de especialistas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária) delineou as regiões de águas subterrâneas do Cerrado que estão 
mais sujeitas à contaminação por agentes químicos. A pesquisa foi realizada 
através de imagens de satélite e SIG (Sistema de Informação Geográfica) e inovada 
de tal forma que não necessitou de análises em campo. Como resultado, os 
pesquisadores relatam que os lençóis freáticos mais vulneráveis foram localizados 
no sudeste, centro-oeste e centro-leste de Mato Grosso, oeste da Bahia, sudoeste 
de Goiás e norte de Mato Grosso do Sul.
Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/12716085/
estudo-localiza-aguas-subterraneas-mais-vulneraveis-no-cerrado>. Acesso em 13 
de junho de 2016.
Portal MundoGEO
Para quem deseja sempre se manter informado sobre as Geotecnologias, sugere-
se o acesso ao portal da MundoGEO. A empresa MundoGEO conta com vários 
canais, como revistas, portal de conteúdo, cursos online, entre outros, que tratam 
especificamente de informações geoespaciais, possuindo como objetivo atualizar 
e conectar os profissionais das áreas de Geomática e Soluções Espaciais. No site da 
empresa, os usuários podem ter acesso a diversas informações atualizadas sobre 
Geoprocessamento, Cartografia, GIS (SIG), satélites, de forma gratuita. Além disso, 
o portal disponibiliza a Revista MundoGEO, a qual apresenta diversos conteúdos e 
informações sobre geotecnologias.
Disponível em: <http://mundogeo.com/>. Acesso em 13 de junho de 2016.
Geoprocessamento como ferramenta no licenciamento ambiental de postos de 
combustíveis
Neste artigo é apresentado de forma prática o uso de geotecnologias no 
T6
153Estudos de caso
cadastramento de postos de gasolina para aperfeiçoar o licenciamento ambiental. 
Observe que é utilizado um banco de dados integrado em um Sistema de 
Informação Geográfica que facilita a análise ambiental do estabelecimento e a 
fiscalização.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sn/v20n1/a06v20n1>. Acesso em 21 de 
jun. de 2016.
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
As Geotecnologias estão sendo cada vez mais utilizadas e têm influenciado diversas 
áreas do conhecimento, como Engenharias, Geografia, Biologia, Arquitetura e 
Urbanismo, Gestão Ambiental e até mesmo nas áreas relacionadas à Saúde, como 
Medicina, Enfermagem e também no Direito, entre outras. Por quais motivos esse 
fato vem ocorrendo?
Questão 2
O geoprocessamento emprega vária técnicas para análise dos dados espaciais, 
e o Buffer é uma dessas técnicas utilizadas em Geoprocessamento, que tem o 
objetivo de analisar:
a) adjacência;
b) conectividade;
c) contiguidade;
d) intervisibilidade;
e) proximidade.
Questão 3
Sobre o Geoprocessamento, julgue as afirmações a seguir:
AGORA É A SUA VEZ
T6
154 Estudos de caso
I. Os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) não são capazes de relacionar 
dados de diferentes escalas e formatos.
II. A resolução espacial de imagens de satélite varia de sensor para sensor e está 
relacionada à dimensão do solo representada pelo pixel da imagem.
III. Classificação de imagens resulta na proporção de cada classe de cobertura do 
solo encontrada em uma determinada área.
IV. A utilização de sistemas de projeções não gera deformações nas representações.
Está(ão) correto(s), apenas, o(s) item(s):
a) I
b) II
c) I e IV
d) II e III
e) Todas as afirmativas estão corretas.
Questão 4
O Geoprocessamento é o conjunto de técnicas relacionadas à coleta, 
processamento e análise de dados espaciais ou informações geográficas e pode 
ser dividido em três linhas gerais: Cartografia, Sensoriamento Remoto e pelos 
Sistemas de Informações Geográficas. Descreva cada uma delas.
Questão 5
Atualmente, existe uma infinidade de satélites e sensores disponíveis de forma 
gratuita na internet. Um dos programas mais conhecidos e difundidos é o Programa 
Landsat. Discorra sobre as principais características desse sistema e indique qual é 
o único satélite desse programa que está coletando imagens.
T6
155Estudos de caso
Neste tema você aprendeu sobre algumas das aplicações das Geotecnologias 
através dos oito estudos de casos apresentados. Compreendeu que essas 
ferramentas vêm sendo empregadas nas mais variadas áreas do conhecimento, 
por serem excelentes alternativas para a relação custo x benefício, além de 
proporcionar ótimos resultados. Você verificou, através dos estudos de casos, que o 
Geoprocessamento pode ser aplicado de modo a contribuir para: a conservação de 
espécies, como no primeiro estudo de caso, onde se apresenta uma proposta para 
a criação de corredores de biodiversidade; o adequado planejamento ambiental, 
através da criação de mapas de vulnerabilidade natural e ambiental, de cartas de 
aptidão para a instalação de estação de tratamento de esgoto e da identificação 
das áreas impermeáveis de um município; além de contribuir para a identificação 
de locais prioritários para o desenvolvimento de medidas relacionadas à saúde, 
como no caso da espacialização do índice de natalidade em mães adolescentes 
no Estado de Mato Grosso do Sul. Nesse tema foram apresentados somente alguns 
casos, contudo a aplicabilidade das Geotecnologias aumenta cada dia mais.
FINALIZANDO
T6
156 Estudos de caso
T6
157Estudos de caso
ARCEIVALA, S. J. 1981. Wastewater treatment and disposal. New York: Marcel 
Dekker. 892 p.
BRASIL. Leis, Decretos etc. Presidência da República Casa Civil Subchefia para 
Assuntos Jurídicos. Poder Legislativo. Lei n° 12.651, de 15 de maio de 2012. Diário 
Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF: 2012.
COSTA NETO, J. F. da. 2010. Elaboração de mapas de vulnerabilidade natural à 
erosão como subsídio ao zoneamento ambiental em bacias hidrográficas com 
o uso de geoprocessamento. Revista Brasileira de Espeleologia, v. 1, n. 1, p. 52-
60. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/revistaeletronica/index.php/RBEsp/
article/view/72>. Acesso em 14 de junho de 2016.
GUTIERREZ, L. A. C.; SOUZA, G. F. de; PEREIRA, G.; PARANHOS FILHO, A. C.; ARIMA, 
G. A.; BARBASSA, A. P. 2011. Mapeamento temporal dos índices: área de superfície 
impermeável e escoamento superficial da área urbanizada de Campo Grande – 
MS. Caminhos da Geografia, v. 12, n. 37, p. 269-288. Disponível em: <http://www.
seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/16403>. Acesso em 14 
de junho de 2016.
IBARGOYEN, E. P.; AGUIAR, L. M.; ZIEGLER, M. P.; VIERA, V. 2014. Uso de 
geotecnologias para auxílio na administração do Cemitério Público São José, na 
cidade de Santa Maria – RS. Congresso Brasileiro de Cartografia. 10 p. Disponível 
em: <http://www.cartografia.org.br/cbc/trabalhos/5/235/CT05-8_1401393468.
pdf>. Acesso em 14 de junho de 2016.
KLAIS, T. B. A.; DALMAS, F. B.; MORAIS, R. P.; ATIQUE, G.; LASTORIA, G.; PARANHOS 
FILHO, A. C. 2012. Vulnerabilidade natural e ambiental do município de Ponta Porã, 
Mato Grosso do Sul, Brasil. Ambi-Água, Taubaté, v. 7, n. 2, p. 277-290. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/ambiagua/v7n2/v7n2a21.pdf>. Acesso em 14 de 
junho de 2016.
LOCH, C.; CORDINI,J. 2000. Topografia contemporânea – Planimetria. 2ª edição 
revisada. Florianópolis: Editora da UFSC. 321p.
MARTINS, P. C. R.; PONTES, E. R. J. C.; PARANHOS FILHO, A. C.; RIBEIRO, A. A. 
2014. Adolescent pregnancy: an ecological study in the health micro-regions of 
the State of Mato Grosso do Sul, Brazil – 2008. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 
v. 23, n. 1, p. 91-100. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ress/v23n1/2237-
9622-ress-23-01-00091.pdf>. Acesso em 14 de junho de 2016.
REFERÊNCIAS
T6
158 Estudos de caso
MIRANDA, C. de S. 2013. Avaliação da vulnerabilidade de aquífero livre: subsídios 
para a gestão dos recursos hídricos subterrâneos. Dissertação de Mestrado. 
Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais. Universidade Federal de 
Mato Grosso do Sul. 42 p. Disponível em: <http://repositorio.cbc.ufms.br:8080/
jspui/bitstream/123456789/2187/1/Ciomara%20de%20Souza%20Miranda.pdf>. 
Acesso em 14 de junho de 2016.
NOGUEIRA, R. E. 2008. Cartografia: representação, comunicação e visualização 
de dados espaciais. 2ª edição revisada. Florianópolis: Editora da UFSC. 314 p.
OLIVEIRA, A. P. G.; MIOTO, C. L.; PARANHOS FILHO, A. C.; GAMARRA, R. M.; RIBEIRO, 
A. A.; MELOTTO, A. M. 2015. Uso de geotecnologias para o estabelecimento de 
áreas para corredores de biodiversidade. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 39, n. 4, 
p. 595-602. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rarv/v39n4/0100-6762-
rarv-39-04-0595.pdf>. Acesso em 14 de junho de 2016.
PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; CATALANI, Thais Gisele Torres. 2016. 
Modelagem do Terreno. In: PARANHOS FILHO, Antonio Conceição; MIOTO, 
Camila Leonardo; MARCATO JUNIOR, José; CATALANI, Thais Gisele Torres 
(organizadores). Geotecnologias em Aplicações Ambientais. 1. ed. Campo Grande: 
Editora UFMS. 2016. 383 p.
REGHUNATH, R.; SREEDHARA MURTHY, T. R.; RAGHAVAN, B. R. 2005. Time series 
analysis to monitor and assess water resources: A moving average approach. 
Environmental Monitoring and Assessment, v. 109, p. 65–72.
RIBEIRO, V. de O. 2011. Geotecnologias aplicadas ao saneamento básico. 
Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais. 
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. 77 p. Disponível em: <http://
repositorio.cbc.ufms.br:8080/jspui/bitstream/123456789/2234/1/Vinicius%20
de%20Oliveira%20Ribeiro.pdf>. Acesso em 14 de junho de 2016.
RIBEIRO, V. de O.; PARANHOS FILHO, A. C.; COSTA, A. A. D. da. 2015. Geotecnologias 
na investigação de contribuição pluvial parasitária em rede coletora de esgoto. 
Engevista, v. 17, n. 3, p. 351-357. Disponível em: <http://www.uff.br/engevista/seer/
index.php/engevista/article/view/659/334>. Acesso em 14 de junho de 2016.
SANESUL. Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul. 2009. Esgotamento 
Sanitário: Tratamento de Esgoto. Disponível em: <http://www.sanesul.ms.gov.
br/>. Acesso em 14 de junho de 2016.
TULER, M.; SARAIVA, S. 2011. Fundamentos de topografia. Porto Alegre: Editora 
Bookman. 308 p.
T6
159Estudos de caso
Classificação de imagens: Procedimento de identificação das classes de cobertura 
é denominado de classificação de imagens, podendo ser feito manualmente ou 
através de sistemas de processamento digital de imagens. 
Modelo digital de superfície (MDS): o MDS é um tipo de modelo digital de elevação 
(MDE) que traz informações sobre a superfície de um terreno. Diferentemente de 
um MDE, o MDS considera tudo aquilo que está acima da superfície do terreno, 
como construções (feições artificiais) e árvores (feições naturais) (NOGUEIRA, 
2008). 
Planialtimetria: é o levantamento topográfico de medidas em campo, onde são 
realizadas tanto medidas horizontais (planimetria) como verticais (altimetria) de 
todos os pontos de interesse (LOCH; CORDINI, 2000). As medidas angulares e 
lineares são realizadas levando em consideração os planos horizontal e vertical 
(TULER; SARAIVA, 2014).
Georreferenciamento: consiste em estabelecer, para cada pixel da imagem, 
coordenadas referenciadas a algum sistema de coordenadas do terreno ou 
projeção (PARANHOS FILHO et al., 2016).
Datum: é a superfície de referência posicionada em relação ao planeta. Tem-se o 
datum planimétrico, o qual é a origem para o sistema de coordenadas (latitude e 
longitude) e o datum altimétrico, o qual é a origem e referência para o cálculo das 
altitudes. 
GLOSSÁRIO
U
N
O
PA
R
C
A
RTO
G
RA
FIA
 E G
EO
PRO
C
ESSA
M
EN
TO
 A
M
B
IEN
TA
L
Cartografi a e 
Geoprocessamento 
Ambiental

Mais conteúdos dessa disciplina