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Traumatologia - 2022/1 Manuella Soussa Braga AULA 1 PRINCÍPIOS E TRATAMENTO DAS FRATURAS DE FACE 1 TIPO DE TRAUMA Ferimento por arma de fogo : é bem provável que exista tecido necrótico e que se encontre fraturas cominutivas. Ferimento por arma branca : ferimento provido por artefato cortante ou perfurante (por ex. faca), normalmente são lesões mais claras/definidas. Queda da própria altura : tipo de queda muito comum em crianças, deve levar em consideração M = V x H para supor que quando um homem e uma criança caem da própria altura, em uma mesma velocidade, o momento do homem é maior por conta da altura e isso significa mais força e, portanto, mais dano durante a queda. Queda de altura : cair da escada, por exemplo. Acidentes relacionados à esportes : dependendo do ambiente, alguns cuidados devem ser tomados (p. ex. asfalto, areia e porcelanato). Contusões : geralmente ocorrem quando a pessoa bate em algo que não é capaz de ferir ou abrir tecidos (p. ex. soco). Mordida : a marca de dente fica aparente. → SÍNDROME DA MÃO QUE CALA: é caracterizada por concussão nos incisivos centrais (mobilidade) com laceração do freio labial superior. Deve-se chamar o serviço social. Acidentes relacionados a veículos automotores : o grau de força desse tipo de acidente é enorme, fazendo com que sejam traumas mais severos e numa parte maior do corpo. 2 PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO DE FRATURAS Redução : é o reposicionamento dos fragmentos ósseos na sua posição anatômica original. Contenção : realizada para manter os fragmentos fraturados em posição. Imobilização : serve para tornar o fragmento imóvel, impedindo ou cessando o movimento; o osso só cicatriza se não tiver movimento, caso mexa, forma-se tecido fibroso. 3 CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS De acordo com o número de traços : única , complexa (dois ou mais traços de fratura) e cominutiva (fragmentada/despedaçada). → As fraturas cominutivas acontecem em traumas de alto impacto (por ex. ferimentos por arma de fogo) ou um impacto um pouco mais ameno em que as forças são dissipadas numa tentativa do corpo de se proteger (por ex. cair e bater o queixo: as forças se dissipam pela mandíbula e fraturam na área mais frágil, como o côndilo ou base do crânio). De acordo com a direção do traço : oblíquas , horizontais ou verticais . O deslocamento dos fragmentos depende da inserção dos músculos e isso afeta na forma como a fratura será reduzida e forças (contenção e imobilização melhores já que tem uma ação muscular contra a redução desses fragmentos). De acordo com a extensão do traço de fratura : completa (vai de uma cortical até a outra), incompleta ou incompleta em galho verde (não há ruptura total do osso). → A fratura incompleta em galho verde é muito comum no côndilo de pacientes jovens. O osso jovem é mais medular e tem menos cortical, fazendo com que seja mais difícil fraturar, pois as forças se dissipam mais facilmente. De acordo com a exposição ao meio externo : aberta / composta (tem comunicação com o meio externo e é potencialmente contaminada) ou fechada / simples (aquelas que não possuem comunicação com o meio externo). → Algumas fraturas abertas, como as que vão da base da mandíbula até o ligamento periodontal, Traumatologia - 2022/1 Manuella Soussa Braga não são tão nítidas, porém possuem contato com a saliva. As fraturas por arma de fogo e aquelas associadas a lacerações de tecido mole também podem ser abertas. De acordo com a presença de microrganismos : limpa , potencialmente contaminada (por ex., fraturas abertas com entrada de saliva) ou contaminada (presença de supuração). De acordo com a presença de dentes : em área edêntula , com dente fraturado ou com dente hígido . → As fraturas associadas à dentes fraturados podem passar rapidamente de potencialmente contaminadas para contaminadas por conta da necrose do dente envolvido e abscesso. Por esse motivo, normalmente extrai o dente envolvido. Em outra situação, se extrair o dente a musculatura puxa o fragmento, pois o dente está segurando todo o fragmento (dente fica pois ajuda a reduzir). De acordo com o deslocamento : deslocada ou sem deslocamento . → O fragmento proximal está mais próximo da coluna cervical, enquanto o distal está mais distante. Deslocamentos grandes necessitam de cirurgias extensas para redução e contenção, fraturas sem deslocamento podem ser tratadas com métodos mais conservadores. De acordo com o favorecimento à redução : desfavorável (fraturas muito deslocadas) ou favorável à redução. De acordo com a indicação do ato operatório : incruento (por ex., fraturas sem deslocamento favoráveis a redução) ou cruento (por ex. fraturas deslocadas desfavoráveis para reduzir). 4 CINEMÁTICA DO TRAUMA O padrão de fratura depende da intensidade, da direção da força e da resiliência do objeto (capacidade de absorver força). IMAGEM NO TRAUMA Deve-se conhecer a anatomia normal em um exame de imagem para que possa reconhecer uma fratura. É necessário ter um padrão sistemático de avaliação (seguir as corticais ósseas), procurando linha demonstrável de fratura, deslocamento de segmentos ósseos e/ou deformação de forma e contorno. 1 SINAIS DE FRATURA NA IMAGEM Sangue dentro do seio maxilar (hemossinus); herniamento de gordura para dentro do seio maxilar (por ex. gordura da órbita). 2 TÉCNICAS DE IMAGEM Oclusais : extremamente difícil usar em traumas, pois o paciente não abre a boca direito. Panorâmica : seria ótimo para trauma, porém não tem em hospital. PA fronto-naso (Caldwell) : PA mento-naso (Waters) : para terço médio, é possível avaliar seios da face, mas não é boa para mandíbula. PA de mandíbula : Lateral da face : análise dos pilares e seio frontal. Lateral oblíqua de mandíbula : fratura de ângulo e corpo de mandíbula de um lado sem a sobreposição do outro (coloca o filme do lado que quer visualizar melhor e joga o outro lado para cima). Traumatologia - 2022/1 Manuella Soussa Braga AP de Towne (20º), de Worms (25º), de Bretton (30º) : as três são para côndilo, mas a mais utilizada é a AP de Towne. *Lateral oblíqua de Schuller : para côndilo, mas não é mais utilizada hoje em dia. Axial de Hirtz : o feixe sai de cima para baixo, mas é utilizado para visualizar arco zigomático. Perfil para ossos próprios do nariz : é pouco penetrada (borra a face, mas é possível ver ossos finos). TC helicoidal (nos hospitais) : é possível trabalhar a penetrância (mais nítida e menos nítida) (vantagem) e é possível ver tecido duro e tecido mole (com contraste). TCFC : dá proporção (vantagem) 1:1, mas não é possível ver tecido mole. Ressonância magnética : trabalha com campo magnético e não com radiação; tem duas imagens correspondentes ao tempo 1 (anatômica) e ao tempo 2 (vê líquido); o único exame de imagem que dá uma situação fisiológica (por ex. inflamação) e, por isso, é ideal para articulações.
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