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QUESTÕES DE DIREITO PENAL COM GABARITO E COMENTÁRIO1

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QUESTÕES DE DIREITO PENAL COM GABARITO E COMENTÁRIOS
1)Félix, com dolo de matar seus vizinhos Lucas e Mário, detona uma granada na varanda da casa desses, que ali conversavam tranquilamente, obtendo o resultado desejado. Os fatos são descobertos pelo Ministério Público, que denuncia Félix por dois crimes autônomos de homicídio, em concurso material. Após regular procedimento, o Tribunal do Júri condenou o réu pelos dois crimes imputados e o magistrado, ao aplicar a pena, reconheceu o concurso material.
Diante da sentença publicada, Félix indaga, reservadamente, se sua conduta efetivamente configuraria concurso material de dois crimes de homicídio dolosos. Na ocasião, o(a) advogado(a) do réu, sob o ponto de vista técnico, deverá esclarecer ao seu cliente que sua conduta configura dois crimes autônomos de homicídio,
Alternativas:
A) em concurso material, sendo necessária a soma das penas aplicadas para cada um dos delitos.
B) devendo ser reconhecida a forma continuada e, consequentemente, aplicada a regra da exasperação de uma das penas e não do cúmulo material.
C) devendo ser reconhecido o concurso formal próprio e, consequentemente, aplicada a regra da exasperação de uma das penas e não do cúmulo material. 
D) devendo ser reconhecido o concurso formal impróprio, o que também imporia a regra da soma das penas aplicadas. (CERTA) 
Comentário:
GABARITO LETRA D
A) INCORRETA. De fato, no concurso material de crimes (art. 69, CP), a consequência será a soma das penas. Ocorre que, para isso acontecer, o agente precisa atuar com mais de uma conduta, o que não é o caso da questão, pois Félix agiu com uma só conduta. Assim, não pode ser alternativa A o gabarito.
B) INCORRETA. De fato, a regra no crime continuado (art. 71 e seguintes do CP) é a exasperação como consequência. Ou seja, quando o agente praticar vários crimes da mesma espécie - mesmo tipo penal -, sobre um elo de continuidade (tempo, lugar, etc), por uma questão de política criminal, todos os crimes são como se fossem continuação do primeiro e, por isso, poderá haver como consequência a punição do primeiro crime e o aumento sobre a "continuidade". Não é o caso da questão, pois Félix não se adequa ao disposto no artigo 71, CP.
C) INCORRETA. No concurso formal PRÓPRIO o agente com uma só conduta (ação ou omissão), pode ter dolo ou culpa, mas pelo menos um dos resultados criminosos, necessariamente precisa haver CULPA. A consequência, é a exasperação, ou seja, aplica-se a pena de um só dos crimes e aumenta de 1/6 até a metade. O fundamento do concurso formal PRÓPRIO está na primeira parte do artigo 70, CP. Porém, também não pode ser o gabarito, pois Félix claramente agiu com uma só conduta, entretanto com DOLO de matar os dois vizinhos. Ou seja, não houve nenhum resultado culposo. 
D) CORRETA. Félix agiu com uma só conduta e essa conduta foi com dolo em todos os resultados. É o que se conhece por "desígnios autônomos" na segunda parte do artigo 70, CP. Dessa forma, Félix se adequa no concurso formal IMPRÓPRIO, que tem como consequência a somatória das penas. Portanto, gabarito correto. (CERTA)
2) Paulo e Júlia viajaram para Portugal, em novembro de 2019, em comemoração ao aniversário de um ano de casamento. Na cidade de Lisboa, dentro do quarto do hotel, por ciúmes da esposa que teria olhado para terceira pessoa durante o jantar, Paulo veio a agredi-la, causando-lhe lesões leves reconhecidas no laudo próprio. Com a intervenção de funcionários do hotel que ouviram os gritos da vítima, Paulo acabou encaminhado para Delegacia, sendo liberado mediante o pagamento de fiança e autorizado seu retorno ao Brasil.
Paulo, na semana seguinte, retornou para o Brasil, sem que houvesse qualquer ação penal em seu desfavor em Portugal, enquanto Júlia permaneceu em Lisboa. Ciente de que o fato já era do conhecimento das autoridades brasileiras e preocupado com sua situação jurídica no país, Paulo procura você, na condição de advogado(a), para obter sua orientação.
Considerando apenas as informações narradas, você, como advogado(a), deve esclarecer que a lei brasileira
Alternativas:
A) não poderá ser aplicada, tendo em vista que houve prisão em flagrante em Portugal e em razão da vedação do bis in idem.
B) poderá ser aplicada diante do retorno de Paulo ao Brasil, independentemente do retorno de Júlia e de sua manifestação de vontade sobre o interesse de ver o autor responsabilizado criminalmente.
C) poderá ser aplicada, desde que Júlia retorne ao país e ofereça representação no prazo decadencial de seis meses.
D) poderá ser aplicada, ainda que Paulo venha a ser denunciado e absolvido pela justiça de Portugal. 
Comentário:
Gabarito letra B.
Lesão leve, em regra, seria crime condicionado à representação, mas aí é caso de violência doméstica e a ação é pública incondicionada.
Súmula 542 do STJ A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
 Elementos textuais de compreensão:
> aniversário de um ano de casamento.
> Paulo veio a agredi-la, causando-lhe lesões leves (gatilho de indução ao erro).
> encaminhado para Delegacia, sendo liberado mediante o pagamento de fiança e autorizado seu retorno ao Brasil.
> sem que houvesse qualquer ação penal em seu desfavor em Portugal (outro gatilho de indução ao erro).
> Paulo procura você, na condição de advogado(a), para obter sua orientação (comando da questão que não direciona para gabarito que beneficia para o réu)
a) houve prisão em flagrante, e não condenação;
Súmula 542 do STJ A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
c) Não se trata de ação penal pública condicionada à representação, e, sim INCONDICIONADA.
Súmula 542 do STJ A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
d) Se tivesse sido absolvido em Portugal não se aplicaria a extraterritorialidade condicionada.
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 b) praticados por brasileiro; 
 c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
3) Francisco foi vítima de uma contravenção penal de vias de fato, pois, enquanto estava de costas para o autor, recebeu um tapa em sua cabeça. Acreditando que a infração teria sido praticada por Roberto, seu desafeto que estava no local, compareceu em sede policial e narrou o ocorrido, apontando, de maneira precipitada, o rival como autor.
Diante disso, foi instaurado procedimento investigatório em desfavor de Roberto, sendo, posteriormente, verificado em câmeras de segurança que, na verdade, um desconhecido teria praticado o ato. Ao tomar conhecimento dos fatos, antes mesmo de ouvir Roberto ou Francisco, o Ministério Público ofereceu denúncia em face deste, por denunciação caluniosa.
Considerando apenas as informações expostas, você, como advogado(a) de Francisco, deverá, sob o ponto de vista técnico, pleitear
Alternativas:
A) a absolvição, pois Francisco deu causa à instauração de investigação policial imputando a Roberto a prática de contravenção, e não crime.
B) extinção da punibilidade diante da ausência de representação, já que o crime é de ação penal pública condicionada à representação.
C) reconhecimento de causa de diminuição de pena em razão da tentativa, pois não foi proposta ação penal em face de Roberto.
D) a absolvição, pois o tipo penal exige dolo direto por parte do agente.(CERTA)
Comentário:
Gabarito letra D.
PESSOAL, SIMPLES E SEM FRESCURA : O TIPO PENAL ( DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA ) EXIGE O DOLO . OU SEJA , EXIGE QUE A PESSOA AJA REALMENTE DE MÁ FÉ A OUTRA PESSOA, IMPUTANDO A OUTRA PESSOAALGO QUE ELA NÃO FEZ E O AUTOR DA CALÚNIA SABE DISSO, MAS FAZ DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA SÓ PRA VER O MAL.
NO CASO EM QUESTÃO, O FRANCISCO NÃO FEZ DE MÁ FÉ, POIS ELE ACREDITAVA FIELMENTE QUE ERA O ROBERTO QUE TINHA PRATICADO O FATO.
LOGO, COMO ADVOGADO, É PEDIDO A ABSOLVIÇÃO , EM FACE DO MOTIVO DE QUE A DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA DO FRANCISCO NÃO TEVE DOLO ( O QUERER DE FERRAR REALMENTE COM O ROBERTO).
No caso, NÃO houve o dolo direto pois a vitima acreditava efetivamente que era Roberto o infrator e na Denunciação Caluniosa o Tipo Penal [CP, art. 339] exige que a pessoa saiba da inocência do imputado e aja com dolo, na questão no máximo houve a culpa, negligência, por isto a absolvição referente a denunciação pois não há modalidade culposa deste tipo penal definido em lei.
CP, art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei [Erro sobre elementos do tipo]. Q868157;
CP, art. 339. Dar Causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente:
§ 1º. A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
4) João, em 17/06/2015, foi condenado pela prática de crime militar próprio. Após cumprir a pena respectiva, João, em 30/02/2018, veio a praticar um crime de roubo com violência real, sendo denunciado pelo órgão ministerial. No curso da instrução criminal, João reparou o dano causado à vítima, bem como, quando interrogado, admitiu a prática do delito. No momento da sentença condenatória, o magistrado reconheceu a agravante da reincidência, não reconhecendo atenuantes da pena e nem causas de aumento e de diminuição da reprimenda penal.
Considerando as informações expostas, em sede de apelação, o advogado de João poderá requerer
Alternativas:
A) o reconhecimento da atenuante da confissão e da causa de diminuição de pena do arrependimento posterior, mas não o afastamento da agravante da reincidência.
B) o reconhecimento das atenuantes da reparação do dano e da confissão, mas não o afastamento da agravante da reincidência.
C) o reconhecimento das atenuantes da confissão e da reparação do dano e o afastamento da agravante da reincidência. (CERTA)
D) o reconhecimento da atenuante da confissão e da causa de diminuição de pena do arrependimento posterior, bem como o afastamento da agravante da reincidência.
Comentário:
Gabarito letra C.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
Arrependimento posterior só é cabível nos crimes sem violência ou grave ameaça.
Reincidência
Art. 64 - Para efeito de reincidência: 
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
Atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena
III - ter o agente:
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
Súmula 545 STJ. Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal.
5) André, nascido em 21/11/2001, adquiriu de Francisco, em 18/11/2019, grande quantidade de droga, com o fim de vendê-la aos convidados de seu aniversário, que seria celebrado em 24/11/2019. Imediatamente após a compra, guardou a droga no armário de seu quarto.
Em 23/11/2019, a partir de uma denúncia anônima e munidos do respectivo mandado de busca e apreensão deferido judicialmente, policiais compareceram à residência de André, onde encontraram e apreenderam a droga que era por ele armazenada. De imediato, a mãe de André entrou em contato com o advogado da família.
Considerando apenas as informações expostas, na Delegacia, o advogado de André deverá esclarecer à família que André, penalmente, será considerado 
Alternativas:
A) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de tráfico, em razão de sua menoridade quando da aquisição da droga, com base na Teoria da Atividade adotada pelo Código Penal para definir o momento do crime.
B) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de tráfico, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o momento do crime.
C) imputável, podendo responder pelo delito de tráfico de drogas, mesmo adotando o Código Penal a Teoria da Atividade para definir o momento do crime. (CERTA)
D) imputável, podendo responder pelo delito de associação para o tráfico, que tem natureza permanente, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria do Resultado para definir o momento do crime.
Comentário:
GABARITO LETRA C
A - INCORRETA: André não é inimputável uma vez que embora quando começou a conduta era menor de idade, o crime praticado é um crime permanente, ou seja, a sua consumação se prolonga no tempo. Assim, leva-se em consideração a idade em que a droga foi apreendida, pois foi ali que o crime efetivamente foi encerrado. Inclusive, fazendo uma interpretação a mais, se houvesse uma lei nova entre o início da conduta e a apreensão, a lei que seria observada seria a que estivesse vigente até o encerramento do delito, vide súmula 711, STF.
B - INCORRETA: Já justificamos o motivo pelo qual o agente não é considerado inimputável. Além disso, o Código Penal adota a teoria da atividade para o momento do crime. A teoria da Ubiquidade é observada quando se estuda o lugar do crime (art. 6º, CP).
C - CORRETA. O crime de tráfico de drogas está previsto na lei 11.343/06: “Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:" Os verbos destacados tratam-se de permanência e ainda assim não eliminam a Teoria da Atividade, adotada pelo CP, pois o crime continua em atividade até que seja encerrado. Vale acrescentar também, que o tipo é múltiplo, ou seja, pelo princípio da alternatividade, praticando uma ou mais condutas do art. 33, o agente pratica crime único e não concurso de crimes. OBS: NEM TODOS OS NÚCLEOS DO TIPO SÃO CONSIDERADOS PERMANENTES, por exemplo, o verbo adquirir a doutrina entende como crime formal apenas.
D - INCORRETA. Não houve o crime do art. 35, da lei 11343/2006, pois não houve associação de André com outro agente. Além disso, a teoria adotada pelo CP, como já supracitado, é da Atividade, não do Resultado.
6) O advogado César foi procurado pelo cliente Vinícius, que pretendia sua atuação defendendo-o em processo judicial. Ambos, então, ajustaram certo valor em honorários, por meio de contrato escrito. Na fase de execução do processo, César recebeu pagamentos de importâncias devidas a Vinícius e pretende realizar a compensação com os créditos de que é titular. Com base no caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
A) É admissível a compensação de créditos apenas na hipótese de o contrato de prestação de serviços a autorizar; se for silente o contrato, é vedada, mesmo diante de autorização posterior pelo cliente.
B) É admissível a compensação de créditos somente se o contrato de prestação de serviços a autorizar; caso silente o contrato, é possível a compensação, se houver autorização especial firmada pelo cliente para esse fim. (CERTA)
C) Acompensação pretendida apenas será cabível se houver autorização especial firmada pelo cliente para esse fim; no contrato de prestação de serviços não é admitida a inclusão prévia de cláusula autorizativa de compensação de créditos. 
D) A compensação de créditos é vedada, não sendo admitida a inclusão prévia de cláusula autorizativa no contrato de prestação de serviços; tampouco, autoriza-se tal compensação, ainda que diante de autorização especial firmada pelo cliente para esse fim.
Comentário:
Gabarito letra B.
Compensação de créditos (Código de Ética): Art. 48. § 2º
A compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente, somente será admissível quando:
o contrato de prestação de serviços a autorizar ou
quando houver autorização especial do cliente para esse fim, por este firmada.
Logo,
A) Errada, pois se o contrato for silente, será possível a autorização especial posterior.
B) Correta.
C) Errada. É admitida a inclusão prévia de cláusula autorizativa da compensação.
D) Errada. A compensação de créditos é admitida na forma do art. 48, §2º do código de ética da OAB.
7)	A sociedade empresária Y presta, com estrutura organizacional, atividades de consultoria jurídica e de orientação de marketing para pequenos empreendedores. Considerando as atividades exercidas pela sociedade hipotética, assinale a afirmativa correta. 
A) A sociedade Y deve ter seus atos constitutivos registrados apenas na Junta Comercial. 
B) A sociedade Y deve ter seus atos constitutivos registrados apenas no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tem sede. 
C) É vedado o registro dos atos constitutivos da sociedade Y nos Conselhos Seccionais da OAB e também é vedado seu registro na Junta Comercial.(CERTA) 
D) Os atos constitutivos da sociedade Y devem ser registrados na Junta Comercial e no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tem sede.
Comentário:
Gabarito letra C.
A atividade de "consultoria jurídica" é privativa de advogado (art. 1º, II do Estatuto da OAB), logo jamais poderia ser um dos serviços prestados por qualquer sociedade empresária.
Toda atividade privativa de advogado somente pode ser registrada e desenvolvida por sociedade de advocacia.
Assim, conforme §3º do art. 16 do Estatuto da OAB, é proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
Do outro lado da moeda, a lei também proíbe que sociedades de advogados realizem atividades estranhas à advocacia. Nesse caso, o registro na OAB será negado. Confira o Art. 16 do Estatuto da OAB:
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar.
§ 3º É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
Sendo assim:
A: Errada, pois o registro da sociedade empresária Y contendo atividade privativa de advogado (consultoria jurídica) é proibido por lei (§3º do art. 16 do Estatuto da OAB)
B: Errada. Não é permitido o registro de sociedade empresária perante a OAB. Além disso, a OAB somente defere registros de sociedades que não realizem atividades estranhas à advocacia. No caso, a "orientação de marketing" é estranha à advocacia. 
C: Correta. Da forma que está a sociedade terá negado seu registro em qualquer órgão registral. Os objetos não são compatíveis.
D: Errada. Já vimos que a sociedade Y não terá seu registro aprovado nem em Junta Comercial e nem perante a OAB.
8) Yuri foi denunciado pela suposta prática de crime de estupro qualificado em razão da idade da vítima, porque teria praticado conjunção carnal contra a vontade de Luana, de 15 anos, mediante emprego de grave ameaça. No curso da instrução, Luana mudou sua versão e afirmou que, na realidade, havia consentido na prática do ato sexual, sendo a informação confirmada por Yuri em seu interrogatório.
Considerando apenas as informações expostas, no momento de apresentar alegações finais, a defesa técnica de Yuri deverá pugnar por sua absolvição, sob o fundamento de que o consentimento da suposta ofendida, na hipótese, funciona como 
Alternativas:
A) causa supralegal de exclusão da ilicitude.
B) causa legal de exclusão da ilicitude
C) fundamento para reconhecimento da atipicidade da conduta.(CERTA)
D) D) causa supralegal de exclusão da culpabilidade.
Comentário:
GABARITO LETRA C
O tipo penal do crime de Estupro, existe justamente para punir o agente que obriga a vítima a praticar relação sexual com o agente. Se a pessoa, maior de 14 anos, quiser praticar relação sexual com alguém, não existe o crime do art. 213. Outrossim, não trata-se de estupro de vulnerável (art. 217-A), no qual o entendimento é que se a pessoa, mesmo querendo a conjunção carnal ou outro ato libidinoso, for menor de 14 anos, o estupro resta consumado. Na presente questão, Luana tem 15 anos e consentiu com o ato sexual. Assim, o gabarito só pode ser a letra C, pois excluindo o constrangimento + violencia/grave ameaça, não existe conduta criminosa.
9) Inconformado por estar desempregado, Lúcio resolve se embriagar. Quando se encontrava no interior do coletivo retornando para casa, ele verifica que o passageiro sentado à sua frente estava dormindo, e o telefone celular deste estava solto em seu bolso. Aproveitando-se da situação, Lúcio subtrai o aparelho sem ser notado pelo lesado, que continuava dormindo profundamente. Ao tentar sair do coletivo, Lúcio foi interpelado por outro passageiro, que assistiu ao ocorrido, iniciando-se uma grande confusão, que fez com que o lesado acordasse e verificasse que seu aparelho fora subtraído.
Após denúncia pelo crime de furto qualificado pela destreza e regular processamento do feito, Lúcio foi condenado nos termos da denúncia, sendo, ainda, aplicada a agravante da embriaguez preordenada, já que Lúcio teria se embriagado dolosamente.
Considerando apenas as informações expostas e que os fatos foram confirmados, o(a) advogado(a) de Lúcio, no momento da apresentação de recurso de apelação, poderá requerer 
Alternativas:
A) o reconhecimento de causa de diminuição de pena diante da redução da capacidade em razão da sua embriaguez, mas não o afastamento da qualificadora da destreza.
B) a desclassificação para o crime de furto simples, mas não o afastamento da agravante da embriaguez preordenada.
C) a desclassificação para o crime de furto simples e o afastamento da agravante, não devendo a embriaguez do autor do fato interferir na tipificação da conduta ou na dosimetria da pena.(CERTA)
D) a absolvição, diante da ausência de culpabilidade, em razão da embriaguez completa.
Comentário:
GABARITO LETRA C
A - INCORRETA. A causa de diminuição de pena proveniente da embriaguez não deve prosperar, uma vez que a mesma só é dada em casos de força maior ou caso fortuito, de acordo com o art. 28, §2º, CP. Além disso, não houve destreza, pois o agente não usou de nenhuma habilidade extraordinária para furtar o objeto.
B - INCORRETA. A agravante da embriaguez preordenada deve ser afastada, pois o agente não quis se embriagar com a finalidade de praticar crime, ou seja, para criar coragem de praticar a conduta ilícita. Pelo menos, não é isso que diz o enunciado.
C - CORRETA. Não houve destreza e não deve ser levado em consideração a embriaguez para determinar a pena do agente, conforme art. 28, inciso II, CP e art. 155, §4º, inciso II, CP.
D - INCORRETA. É isento de pena, quem por embriaguez completa, em caso de força maior ou caso fortuito, pratica crime, de acordo com o art. 28, §1º, CP. Não é o caso da questão, pois como já evidenciado, o agente quis se embriagar.
10) Maria, em uma loja de departamento, apresentouroupas no valor de R$ 1.200 (mil e duzentos reais) ao caixa, buscando efetuar o pagamento por meio de um cheque de terceira pessoa, inclusive assinando como se fosse a titular da conta. Na ocasião, não foi exigido qualquer documento de identidade. Todavia, o caixa da loja desconfiou do seu nervosismo no preenchimento do cheque, apesar da assinatura perfeita, e consultou o banco sacado, constatando que aquele documento constava como furtado.
Assim, Maria foi presa em flagrante naquele momento e, posteriormente, denunciada pelos crimes de estelionato e falsificação de documento público, em concurso material.
Confirmados os fatos, o advogado de Maria, no momento das alegações finais, sob o ponto de vista técnico, deverá buscar o reconhecimento
Alternativas:
A) do concurso formal entre os crimes de estelionato consumado e falsificação de documento público.
B) do concurso formal entre os crimes de estelionato tentado e falsificação de documento particular.
C) de crime único de estelionato, na forma consumada, afastando-se o concurso de crimes.
D) de crime único de estelionato, na forma tentada, afastando-se o concurso de crimes. (CERTA)
Comentário:
Gabarito letra D.
A questão leva em consideração o disposto na súmula 17, do STJ: quando o falso se exaure (ou seja, se esgota) no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Excluindo, portanto, a possibilidade de concurso de crimes, por força do princípio da consunção, mas também é possível responder a questão analisando de outra maneira, vejamos:
A - INCORRETA. Não houve estelionato consumado, pois não houve o prejuízo alheio. Para que o crime de estelionato seja consumado, é preciso que o binômio (vantagem ilícita + prejuízo alheio) seja concretizado. 
B - INCORRETA. Falsificar assinatura de terceiro em cheque (documento público equiparado art. 297, §2o, CP) não é falsificação de documento particular.
C - INCORRETA. Pois, como já explicado, não houve consumação do crime de estelionato.
D - CORRETA. Com base na súmula 17, STJ, bem como no art. 171, CP.

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