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Lesões endoperiodontais

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
NICOLLY CAROLINE SANTIAGO CORDEIRO
RESUMO ENDODONTIA ED2:
LESÕES ENDOPERIODONTAIS
CURITIBA
2022
RESUMO LESÕES ENDO-PERIODONTAIS
As lesões endo-periodontais são definidas como uma condição clínica que envolve
a polpa e os tecidos periodontais em geral, podendo se desenvolver de forma
aguda ou crônica. Em pacientes com periodontite, o desenvolvimento dessas lesões
é lenta, ou seja, crônico e sem sintomas.
Quando estão associadas, o diagnóstico é mais difícil devido aos sinais e sintomas
clínicos (os pacientes muitas vezes não conseguem distinguir a origem da dor).
Ambas as doenças interferem na progressão uma da outra, uma vez que quando
temos um dente comprometido periodontalmente e com comprometimento
endodôntico, a progressão da doença periodontal, devido a quantidade de bactérias
presentes naquele dente pode ser diferente do que tivesse comprometido apenas
na doença periodontal.
A comunicação da polpa com o periodonto pode se dar através do forame apical,
canais acessórios, ou até mesmos túbulos dentinários que interligam cemento e
ligamento periodontal. Esses métodos de comunicação da polpa com o periodonto
podem levar a comprometimentos de ambos os locais , que podem progredir a uma
lesão e endodôntica pode chegar ao periodonto através de uma dessas vias.
Ou seja, a lesão endoperiodontal pode ter início a partir de uma lesão endodôntica e
periodontal (ou combinação das duas). Essa patologia pode ter origem a partir de
um trauma ou fatores iatrogênicos (má prática odontológica), como: perfurações (a
altura da crista fica normal, todavia há uma radiolucidez na região fraturada),
fraturas radiculares, presença de cárie e reabsorção radicular.
1. Lesões endodônticas e periodontais:
Tabela 1 - Lesões endodônticas e periodontais
ENDODÔNTICA PERIODONTAL
DOR Aguda e severa. Crônica, leve e moderada
AUMENTO DE VOLUME Fundo de sulco, mucosa
alveolar. Inserção
muscular e comprimento
radicular determina a rota
de sondagem.
Gengiva inserida.
Raramente além da linha
mucogengival e sem
envolvimento da face
PERCUSSÃO E
PALPAÇÃO
Positivo Geralmente negativo.
Abcesso pode ser
positivo devido a
vitalidade pulpar
Fonte: A autora
Lesões combinadas no geral apresentam dor mínima, destruição periodontal,
melhora por drenagem pelo sulco, menos pressão e dor. Fístulas podem ser uma
rota de escape para pus, não são detectadas por raio-x, entretanto, quando ocorre
pelo ligamento pode gerar imagem de defeito infra-ósseo ou lesão de furca. Sendo
assim devemos traçar a origem e testar vitalidade
2. Classificações endo-periodontais:
Tabela 2 - Classificações endo-periodontais.
Lesão
Endodôntica
Primária com
Envolvimento
Periodontal
Secundário
Lesão Periodontal
Primária com
Envolvimento
Endodôntico
Secundário
Endo-Perio
Combinada
DIAGNÓSTICO Falta de
fechamento da
área de drenagem
periodontal após
tratamento
endodôntico. Teste
de vitalidade é
negativo e a
sondagem
identifica placa e
cálculo
Sondagem
periodontal até o
ápice.Teste de
vitalidade aponta
para necrose total
ou de uma das
raízes.
Ocorrência de
periodontite e lesão
endodôntica
concomitante.
Diagnóstico difícil,
podemos confundir
com a lesão
endodôntica primária
com envolvimento
periodontal
secundário.
CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS:
Dor pulsátil, dor a
percussão,
sensibilidade à
palpação,
aumento de
mobilidade
dentária, edema e
supuração.
Presença de bolsas
periodontais
profundas e teste de
sensibilidade pulpar
negativo.
Presença de placa a
cálculo e ausência
de vitalidade pulpar
ou tratamento
endodôntico
insatisfatório.
TRATAMENTO Tratamento
endodôntico,
raspagem e
alisamento.
Tratamento
endodôntico,
raspagem e
alisamento radicular.
Tratamento
endodôntico e
instrumentação
periodontal.
Fonte: a autora.
3. LESÃO ENDO-PERIO VERDADEIRA:
A microbiologia de lesões endo-perio combinadas, dominada por anaeróbios
facultativos e/ou obrigatórios, reflete a microbiota da lesão endodôntica e
periodontal em separado e permite infeção cruzada entre o canal radicular e a bolsa
periodontal.
Por isso, quando temos os dois processos ocorrendo simultaneamente. No exame
clínico observamos respostas negativas aos testes pulpares (condição de polpa não
vital), sondagem periodontal, ampla, descendo e subindo gradualmente, de forma
tipicamente cônica e é possível a coexistência de sondagem ampla, descendo e
subindo gradualmente e de forma cónica, associada a fístulas; ou associada a
sondagem estreita e profunda, devido à presença simultânea de doença
endodôntica num sulco.
Além disso, o dente ainda tem um canal a ser tratado. Primeiro, faremos o teste de
sensibilidade pulpar. Se der positivo, o dente está vital e primeiro faremos a Terapia
Periodontal. Se der negativo, faremos o tratamento endodôntico primeiro e depois
observamos se será necessário o tratamento periodontal.
REFERÊNCIAS
● Singh P. Endo-Perio Dilemma: a brief review. Dent Res J 2011; 8:39-47.
● Rotstein I, Simon J.Diagnosis, prognosis and decision-making in the
treatment of combined periodontal endodontic lesions. Periodontology
2000 2004; 34: 165–204
● LESÕES ENDODÔNTICO -PERIODONTAIS: DO DIAGNÓSTICO AO
TRATAMENTO - Manuela Colbeck Gonçalves1, Claudio Malizia2, Luiz Eduardo
Monteiro Dias da Rocha
● https://bdigital.ufp.pt/handle/10284/4586 - Acesso em 10/06/2022.

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