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FISIOLOGIA CARDÍACA 2ª Parte O Ciclo Cardíaco Representa todos os eventos relacionados a um batimento cardíaco. Sístole e Diástole? A SÍSTOLE consiste no momento da contração cardíaca. Ex.: Sístole Atrial e Sístole Ventricular. A DIÁSTOLE consiste no período de relaxamento cardíaco. Ex.: Diástole Atrial e Diástole Ventricular. O Ciclo Cardíaco SÍSTOLE DIÁSTOLE Valva Pulmonar Valva AV esquerda Valva AV direita Valva Aórtica Como se inicia o Ciclo Cardíaco? - 1ª etapa: Geração espontânea do Potencial de Ação no Nó Sinusal/Sinoatrial (localizado na parede lateral do átrio direito e abaixo da veia cava). - 2ª etapa: Esse estímulo se difunde para os átrios direito e esquerdo simultaneamente gerando a sístole nos átrios. - 3ª etapa: Ocorre a disseminação do estímulo, a partir do feixe Atrioventricular, que sinaliza os ventrículos direito e esquerdo a contraírem simultaneamente através dos Feixes de His direito e esquerdo e Fibras de Purkinje. Transmissão do estímulo Nó Sinusal Feixes Internodais Nó Atrioventricular Feixe de His direito e esquerdo Fibras de Purkinje Feixes Internodais Nó Sinusal Nó AV Feixe de HIS direito Átrios Ventrículos Fibras de Purkinje Feixe de HIS esquerdo Como inicia o Ciclo Cardíaco? Aspectos Importantes: - Sistema de condução específico para os átrios e ventrículos; - Atraso de 0,1 segundo na passagem do impulso elétrico dos átrios para os ventrículos; - Logo, os átrios se contraem antes dos ventrículos, agindo como bomba de escorva e permitindo assim, o tempo necessário para ocorrer o enchimento dessas câmaras, antes que a contração ventricular ocorra. Ciclo Cardíaco Como ocorrem as mudanças de pressão e de volume em um batimento cardíaco? Fases do Ciclo Cardíaco Fases do Ciclo Cardíaco Fases do Ciclo Cardíaco A despolarização do Nó SA provoca a despolarização atrial. A despolarização atrial causa a Sístole Atrial (0,1s). Conforme o átrio se contrai, ele exerce pressão sobre o sangue, forçando-o a passar através das valvas AV. A Sístole Atrial contribui para os 20% finais de preenchimento sanguíneo do ventrículo. O fim da Sístole Atrial consiste no fim da Diástole Ventricular. Fases do Ciclo Cardíaco A despolarização ventricular provoca a Sístole Ventricular (0,3s). A partir desse evento, há a elevação da pressão intraventricular empurrando o sangue contra as valvas AV, forçando o seu fechamento. O coração realiza contração isométrica e mantém o mesmo volume. A manutenção da contração dos ventrículos aumenta progressivamente até ultrapassar a pressão da Artéria Pulmonar e da Artéria Aorta. A partir desse momento, o coração ejeta sangue. O VE ejeta 70ml de sangue para a Aorta e o VD ejeta o mesmo volume para a AP. Após a ejeção, há a permanência do VSF (60ml) no VD e VE. Fases do Ciclo Cardíaco A repolarização ventricular provoca a diástole ventricular. A pressão no interior das câmaras cai, e o sangue da Aorta e da Pulmonar começa a refluir para as regiões de baixa pressão nos ventrículos. O fluxo retrógrado fecha as valvas. O Relaxamento Isovolumétrico (0,4s) consiste no período em que as 4 valvas estão fechadas, e ocorre após a etapa do fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Conforme os ventrículos relaxam, a pressão cai rapidamente. Quando a pressão ventricular cai abaixo da PA, as valvas AV direita e esquerda começam a se abrir, permitindo o enchimento ventricular. Mecanismo de Frank-Starling Na Fisiologia, como em todas as outras ciências, não há curiosidade equivocada ou ambiciosa, e podemos estar certos de que todo progresso alcançado na busca do conhecimento, mais cedo ou mais tarde, desempenhará seu papel no serviço à saúde humana. Mecanismo de Frank-Starling Volume Ejetado Coração Normal - Pré-Carga: Período de enchimento atrial. - Volume ejetado ou Pós-Carga: Volume de sangue bombeado pelas câmaras cardíacas. Insuficiência Cardíaca Logo, quanto maior a pré-carga, maior a pós-carga. “Quanto mais o miocárdio for distendido durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeado para a Artéria Aorta.” Pré-carga ou período de enchimento atrial Débito Cardíaco Consiste no volume de sangue ejetado pelo ventrículo direito e esquerdo a cada minuto. DC (ml/min)= FC x VS (ml/batimento) DC = 80 x 70 = 560ml/min Débito Cardíaco Fatores que alteram o Débito Cardíaco Aumento da pré-carga; Aumento da contratilidade; Diminuição da pós-carga; Aumento do volume sistólico; Aumento da frequência cardíaca; Agentes químicos: Catecolaminas ou Hormônios da Tireoide. Resistência Vascular Periférica Definição: Resistência do vaso à passagem do sangue. Resistência Vascular Periférica Fatores que influenciam a RVP Viscosidade do sangue: glóbulos vermelhos e proteínas; Comprimento do vaso; Raio dos vasos: estado de constrição ou dilatação. Pressão Arterial PAM = DC x RVP PRESSÃO: FORÇA/ÁREA Pressão Arterial: É a força exercida pelo sangue nas paredes das artérias. Qual lado do coração é mais hipertrofiado? Ma. Cirlene Marinho Pequena Circulação e Grande Circulação Pequena Circulação Bomba para a CIRCULAÇÃO PULMONAR: O lado direito do coração recebe o sangue desoxigenado proveniente de todos os tecidos do corpo. Esse sangue é transportado das veias cava direita e esquerda até o AD. Do AD é bombeado para o VD. Do VD, o sangue é transferido para os pulmões através das Artérias Pulmonares. Nos pulmões, há a eliminação do CO2 pela expiração e a captação de ar oxigenado através da inspiração. Esse sangue rico em oxigênio será transportado para o AE através das Veias Pulmonares. Grande Circulação Bomba para a CIRCULAÇÃO SISTÊMICA: O lado esquerdo do coração recebe o sangue oxigenado pelas Veias Pulmonares que desembocam no AE. Do AE, há o bombeamento para o VE. Do VE, há a transferência desse sangue oxigenado para todos os tecidos do corpo, exceto para os alvéolos pulmonares, que são irrigados pela circulação pulmonar. Desses tecidos, o sangue retorna para o AD através da VCS e VCI. Eletrocardiograma – Noções básicas Eletrocardiograma Definição: É um exame que permite a avaliação elétrica da atividade cardíaca, registrada em gráficos e indicam, assim, o estado de normalidade ou de alteração dos músculos e/ou fibras especializadas do coração. Eletrocardiograma Eletrocardiograma Despolarização Atrial Despolarização Ventricular Repolarização Ventricular Análise do Ciclo Cardíaco no ECG Um potencial de ação cardíaco surge no Nó Sinoatrial/Sinusal. Ele se propaga ao longo do músculo atrial e para baixo, em direção ao Nó Atrioventricular, em cerca de 0,03s. Enquanto as fibras especializadas se despolarizam, a onda P aparece no ECG. Após o início da onda P, os átrios se contraem (Sístole Atrial). A condução do potencial de ação se desacelera no Nó Atrioventricular, em virtude das fibras especializadas possuírem menor tamanho. Isso garante maior enchimento de sangue dos ventrículos. Análise do Ciclo Cardíaco no ECG O potencial de ação se propaga de novo rapidamente através dos Feixes de His e Fibras de Purkinje. Isso garante a despolarização para baixo pelo septo, para cima a partir do ápice e de dentro para fora, produzindo o Complexo QRS. Ao mesmo tempo ocorre a Repolarização Atrial, porém não aparece no ECG (mascarada pelo Complexo QRS). Análise do Ciclo Cardíaco no ECG A contração do Músculo Ventricular (Sístole Ventricular) começa pouco depois do Complexo QRS aparecere continua durante o segmento ST. Análise do Ciclo Cardíaco no ECG A Repolarização do músculo ventricular começa no ápice do coração e se espalha por todo o tecido. Nesse momento se configura a Onda T. Análise do Ciclo Cardíaco no ECG Logo após a Onda T começar, os ventrículos começam a relaxar (Diástole Ventricular). Em 0,6s a Repolarização Ventricular está completa e as fibras musculares do coração estão relaxadas. Análise do Ciclo Cardíaco no ECG Eletrocardiograma • Intervalo PR: 0,12 a 0,20s – Intervalos longos podem representar presença de Bloqueio Atrioventricular. • Segmento PR: 0,06s • Intervalo QRS: 0,06 a 0,12s – Intervalos longos representam Bloqueio de Ramo. • Segmento ST: 0,05 a 0,15s - Interpreta-se a presença de Síndromes Coronarianas Agudas. • Intervalo QT: 0,3 a 0,44s - Tempo total da sístole elétrica do coração. • Intervalo ST: 0,3s CASOS ESPECIAIS FIBRILAÇÃO ATRIAL 1- Ausência de ondas P; 2- Intervalos RR irregulares; 3- Provoca fraqueza e cansaço; 4- Tratamento: Cardioversão, medicamentoso, ablação. FIBRILAÇÃO VENTRICULAR 1- Ausência de ondas QRS definidas; 2- Presença de ondas irregulares; 3- Pode ser fatal! 4- Requer medidas intervencionistas (massagem cardíaca e/ou desfibrilador). DESNIVELAMENTO DO ST 1- Elevação do segmento ST em pelo menos 2 derivações; 2- Reflete lesão tecidual miocárdica (Infarto Agudo do Miocárdio); 3- Pode ser fatal! 4- Requer medidas intervencionistas (massagem cardíaca e/ou desfibrilador). DESNIVELAMENTO DO ST 1- Depressão do segmento ST em pelo menos 2 derivações; 2- Reflete oclusão incompleta da Artéria Coronária (Infarto Agudo do Miocárdio); 3- Pode ser fatal! 4- Requer medidas intervencionistas (massagem cardíaca e/ou desfibrilador).
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