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Disciplina: Teoria Social Contemporânea
Aluna: Vívian Maria Bezerra Cordeiro
Professor: Leonardo de Araújo e Mota
Trabalho: Fichamento – A gênese da sociedade ocidental moderna segundo Elias
“Touraine foi um dos primeiros intelectuais a construir um olhar crítico sobre a internacionalização do capital, o liberalismo econômico, os processos de privatização e as mudanças sociais, ou seja, sobre o que mais tarde se chamou de globalização. Publicou cerca de 40 livros. Sua obra, de modo especial, após 1968 é perpassada pela articulação entre as noções de sujeito, movimentos sociais e democracia, cujo pensamento teve maior impacto na América Latina e na Europa.” (p.357)
“Para Touraine, a análise social não pode mais ter como principal objetivo a sociedade (instituições), mas os atores, os quais são mais do que sociais, por não serem definidos somente por suas pertenças e relações sociais, mas também pelos direitos culturais, de modo que nas últimas décadas o autor faz uma transição conceitual da noção de ator social para a de sujeito, em suas dimensões pessoal e coletiva, tendo como referência os direitos humanos (TOURAINE, 2006).” (p.357)
“É possível demarcar três períodos na obra de Alain Touraine: o primeiro, baseado em estudos de campo sobre o trabalho industrial e a consciência da classe operária, principal ator social da sociedade industrial; o segundo voltado para o estudo dos novos movimentos sociais (enquanto ator coletivo), em particular as revoltas estudantis iniciadas em maio de 1968, na França, e os golpes de Estado Latino-americanos das décadas de 1960 e 1970; o terceiro, que compreende a sua obra mais tardia, o autor analisa a ação do sujeito individual e coletivo, que se transforma em ator na sociedade pós-industrial e teoriza a noção de sujeito, dialogando também com a filosofia. A noção de sujeito-ator é central na teoria social de Touraine, contudo em cada período histórico, de sua trajetória intelectual, ela recebe uma configuração distinta.” (p358)
“Touraine identifica esse novo momento dos movimentos como novos movimentos sociais ou os novos sujeitos sociais, os quais se tornam o objeto principal de seus estudos. Assim, em 1970, ele transforma o Laboratório de Sociologia Industrial em um Centro de Estudos dos Movimentos Sociais, onde reuniu pesquisadores de diferentes correntes teóricas.” (p.360)
“A partir de meados da década de 1980, mais precisamente nos anos de 1990, identifica-se uma terceira fase na trajetória intelectual de Touraine, quando ele aprofunda o debate sobre democracia, dando maior acento às reflexões teóricas que sugerem a necessidade de combinar a liberdade do sujeito pessoal com o reconhecimento das diferenças culturais e as garantias institucionais, que protejam tais liberdades e diferenças. Para isso, o autor considera fundamental ligar instrumentalidade e identidade, ou seja, racionalidade e subjetivação (TORAINE, 2006). Trata-se de uma fase em que ele ampliou a sua produção e ganhou maior reconhecimento. Nesse período, entre os anos de 1984 e 1990, Touraine enfrentou dificuldades pessoais com a doença e o falecimento de sua esposa.” (p. 361)
“Em sua teoria, Touraine estabeleceu um diálogo crítico com os clássicos, sobretudo Durkheim e Marx e foi se afastando da perspectiva puramente econômica ao conceber que na sociedade contemporânea os conflitos sociais se generalizaram e obedecem a uma outra ordem, ou seja, não se concentram somente nas dinâmicas econômicas, mas também nas culturais.” (p.362)
“Por fim, vale lembrar que, ao fazer o debate sobre a Modernidade, Touraine dialogou com outros sociólogos contemporâneos, tais como Ulrich Beck, ao abordar os ris cos da Modernidade, com Georg Simmel, para falar da dissociação entre o objetivo e o subjetivo, provocados pela radicalização da Modernidade, e com Jurgen Habermas e Tocqueville quando trata do tema da democracia, entre outros, o que evidencia que ele esteve conectado com as produções que envolviam seus temas de reflexão.” (p.363)
“Touraine discute sobre categorias sociais, das quais, algumas, foram abordadas por outros pensadores sociais contemporâneos16. Contudo, existe uma especificidade em sua contribuição teórica e analítica acerca da Modernidade, da sociedade pós-industrial, da democracia, dos movimentos sociais, da política e da subjetividade. Ele articula esses debates em torno da noção de ator social que, depois, é deslocada para a noção de sujeito, de modo que o conceito ator/sujeito ocupa um lugar central em toda a sua obra.” (p364)
 É importante ressaltar que Touraine recorre à reflexão histórica sobre a Modernidade, na sua tensa relação entre racionalidade e subjetividade, para introduzir suas ideias sobre o “retorno do sujeito", e o seu papel na religação dos elementos que foram fragmentados pela radicalização da Modernidade. Desse modo, ele analisa a potencialidade política e social do sujeito e ator, na sua relação intrínseca com os movimentos sociais e culturais e os processos democráticos, como garantia da ação do sujeito.” (p. 364)
“Para Touraine, a crise da Modernidade é resultado da forte ideia de progresso técnico e científico, do aumento da fragmentação, da massificação da comunicação, da disseminação da produção e do consumo exacerbado de bens culturais e materiais, que enfraqueceram as instituições sociais formadoras dos indivíduos-sujeitos. Isso gerou um desequilíbrio entre as duas faces opostas da Modernidade, a objetiva e a subjetiva, de modo que, na contemporaneidade, o mundo das técnicas se sobrepôs aos direitos subjetivos, entre os quais os direitos culturais” (p.365)
“Na concepção de Touraine “não existe modernidade sem racionalização; mas também não sem a formação de um sujeito-no-mundo que se sente responsável perante si mesmo e perante a sociedade” (TOURAINE, 1996a: 215). Na tarefa de unir os elementos que foram desintegrados, o autor vincula a ideia de sujeito ao "movimento social, como esforço de um ator coletivo que contesta a ordem social imposta e se apossa dos valores, das orientações culturais da sociedade” (TOURAINE, 1996a: 253), e sugere que a democracia é o regime que mais permite a ação do sujeito na sua tarefa de recompor a Modernidade. Para o autor, a Modernidade de uma sociedade é medida pela sua capacidade de reaproximação das experiências humanas.” (p.366)
“Para o autor, portanto, "a democracia deve ser sempre social”, pois ela possibilita que os direitos universais do homem sejam defendidos, sobretudo em situações em que as forças da dominação ameaçam o indivíduo. Em outras palavras, a democracia "é a forma de vida política que dá maior liberdade ao maior número de pessoas, que protege e reconhece a maior diversidade possível” (TOURAINE, 1996a: 25). Na sua concepção, o que define a democracia não é a participação e a produção do consenso, mas o “respeito às liberdades e diversidades. Com isso, Touraine não está negando a participação como um componente da democracia, considerando a sua definição de sujeito, mas o que está em questão é o conteúdo da participação, que sem o qual ela se torna um mero procedi mento ou uma regra formal.” (p.366)
“Observa-se que, na teoria touraineana, a ideia de democracia não deve estar separada da ideia de direitos e, consequentemente, não pode ser reduzida ao tema do governo da maioria. Também não é reduzida à ideia de instituições públicas, nem à definição de poderes ou a um princípio de eleição por voto direto, a cada período de tempo.” (p.367)
“Segundo Touraine, a democracia apresenta três dimensões, as quais são: o reconhecimento dos direitos humanos fundamentais; a consciência de cidadania; e a representatividade dos dirigentes políticos. A essas dimensões ele aponta como componentes indissociáveis os movimentos sociais e culturais, sobre os quais abordaremos no próximo ponto.” (p.367)
“Segundo a teoria touraineana, um movimento social se caracteriza pela combinação de três elementos: o ator (consciência de si), um adversário e um componente de contes tação (motivo do conflito), que é o que desencadeia os objetivosda luta ou ação. Ou seja, a interpretação do movimento social sugere a observação de três elementos básicos: identidade, oposição e totalidade.” (p.368)
“O sujeito pessoal, na teoria touraineana, não é um ser narcisista, nem um indivíduo prepotente, que está acima da sociedade e, muito menos, um ser resultado de condicionamentos socioculturais, mas um indivíduo consciente de si, ou seja, “ele é o reconhecimento da singularidade de cada indivíduo que quer ser tratado como ser de direitos”. Trata-se de um sujeito que, sendo ou não carregado pelo movimento social, tem a sua consciência de ator, já que nenhum indivíduo adere a um movimento por um ato inconsciente. O indivíduo pessoal carrega em si o sujeito que age conscientemente, avaliando suas ações e se constitui na relação com o outro, na busca do reconhecimento de si e do outro, na sua universalidade e particularidade.” (p.371)
“É recorrente, em Touraine (2009), a ideia de que as lutas do sujeito têm uma referência universal que são os direitos humanos e, é nisso que reside o que ele chama de consciência de si. Assim, a relação consigo mesmo nada mais é do que a consciência de si e de seus direitos. Desse modo, ao olhar para si, o sujeito percebe a sua dupla realidade, ou seja, ele só descobre o sujeito em si, porque pode descobri-lo no outro e, quando reconhece o outro, reconhece também a existência do sujeito em si mesmo. Na visão do autor, isso é fundamental para vivermos juntos, pois sem o reconhecimento do outro, qualquer diferença, por mais simples que seja, pode tornar a comunicação impossível.” (p371)
“Seu principal objeto de estudo foi os movimentos que buscavam libertação. Assim, mais do que a igualdade, discurso predominante na sociologia, Touraine fala em liberdade, consciência de si e resistência frente aos discursos totalizadores, cujos aspectos são centrais para a sua definição de sujeito. O debate sobre a igualdade e a reivindicação do reconhecimento identitário, embora específico, o aproxima de Axel Honneth e de teóricas feministas, como Nancy Fraser, quando estes, ao refletir a questão da emancipação e igualdade social, defendem a importância do reconhecimento da identidade.” (p.372)
“A perspectiva teórica de Touraine e a sua noção de ator/sujeito social evidencia que, na sociedade pós-industrial ou informacional, o indivíduo não é somente resultado das instituições sociais e das relações de poder, mas um sujeito que produz a sua própria história, transformando-se a si e ao mesmo tempo as relações sociais. Desse modo, mesmo que Touraine se situe entre os pensadores que dão maior relevância ao paradigma da ação, ele integra o rol dos sociólogos contemporâneos que rompem com a dicotomia sujeito e sociedade, estrutura e ação.” (p.373)
Comentários
O importe autor francês Alain Touraine ficou mundialmente conhecido por ser um dos pioneiros a usar o termo "Sociedade Pós-Industrial" e também por desenvolver uma teoria dos movimentos sociais que resumidamente ele colocava que um dos fatores para caracterizar qualquer movimento social seria o fato que determinado grupo ao tentar implementar sua política passaria por uma historicidade diante de um conflito de interesses, como o mundo do trabalho que o próprio autor discorre. O autor vai desenvolvendo uma perspectiva de trabalhos sobre o conceito de sujeito e cuidado de si, também discutindo muitos temas contemporâneos, seja conflitos étnico culturais, religiosos, tudo que ele denomina de movimentos culturais, onde o sujeito ativo tenta externalizar seus valores, sua visão de mundo e a busca da garantia de seus direitos. O autor também nos traz outros putras reflexões como que para entender o mundo contemporâneo deveríamos nos desfazer de algumas coisas como paradigmas dos autores clássicos.

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