Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO DIABETES MELLITUS AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - Principais locais: sistema vascular, nervos, pele, cristalino e infecções DOENÇA VASCULAR DIABÉTICA - Microvascular – de pequenos vasos, devido a espessamento da membrana basal capilar - Macrovascular – é uma forma acelerada da aterosclerose · IAM, AVC e gangrena · Anormalidades nas paredes, plaquetas e outros componentes · É mais comum no DM2 - Nefropatia – é a maior causa de morte no DM1 (tem maior tempo de doença) - Neuropatia incidência em ambas, mas as disfunções autonômicas são mais comuns no DM1 - Relação com o controle glicêmico Complicações após ingestão de vacor (suicidas), relações do DM idiopático com os níveis glicêmicos (DCCT) e desenvolvimento de complicações - Mecanismos moleculares · Fluxo aumentado na via dos polióis · Queda de NADPH · Aumenta stress oxidativo – injúria celular · Inibidores dos polí · Aumento intracelular de AGEs - Fatores genéticos · Sem susceptibilidade genética comprovada · 2 importantes estudos demonstram suscetibilidade a complicações · Poder-se-ia tratar mais efetivamente esses pacientes predispostos · Livrar-se-ia dos incômodos do controle estrito – assim como do risco de hipoglicemias – os pacientes não susceptíveis as complicações RETINOPATIA DIABÉTICA - É uma parte das complicações oftalmológicas - DM1 – com 5 anos ou mais de doença pode ser encaminhado ao oftalmo - DM2 – todos devem ser encaminhados ao oftalmo - Devemos sempre tratar vigorosamente os hipertensos - A RD pode ser dividida em proliferativa e não-proliferativa · Não proliferativa · Microaneurismas · Ocorre em >18% · Proliferativa · Crescimento de neo-vasos e fibrose na retira e humor vítreo · Consequência da hipoxia · Exsudato mole ou algodonoso · Exsudato duro - Tratamento · Fotocoagulação com LASER – maculopatia ou mudanças proliferativas · Injeção vítrea de GC, anti-VEGF – ranibizumabem, pegaptanibe · Outras – infliximabe, etenercepte, vitrase, octreotida e ruboxitaurina · Fenofibrato tem sido usado para redução · Pré-puberes não desenvolve RD a despeito da duração · AAS não influencia no decurso da doença CATARATA - Se subcapsular – snowflake é mais comum em DM1 - A catarata senil – esclerose da lente é a mais precoce - Causas – glicolisação das ptn das lentes e excesso de sorbitol GLAUCOMA - 6% dos diabéticos, é responsiva a tratamento convencional para ânfulo aberto - Glaucoma de ângulo fechada COMPLICAÇÕES RENAIS - Glomeruloesclerose intercapilar · Difusa – é mais comum em diabéticos · Nodular – lesões de Kimmelstiel-Wilson - Incidência da Nefropatia diabética · 4000 casos/ ano em estágio final nos EUAA · 1/3 de todos os casos de IR · Em valores relativos é o DM1 · Em valores absolutos é o DM2 - Quadro clínico · Proteinúria · Posteriormente se eleva ureia e creatinina - Microalbuminuria – coleta de 24horas, inconveniências na variabilidade na excreção de albumina · Valores >20 mcg/min são positivos · IR posterior pode ser prevista se >30 · Fatores que interferem – infecção · Se correlaciona com a PA · Controle glicêmico pode reduzir a hiperfiltração · Anti-hipertensivos diminuem albuminúria (IECA, BRA e alisquireno) mesmo na ausência de HÁ · Relação com a PAS noturna elevada - Nefropatia diabética progressiva · Há elevação no limiar renal para glicose – ao invés de ser 180, ocorre um aumento · Inibidores da SLGT2 – tende a reduzir esse limiar · Proteinúria não diminui com IR progressiva · Proteinúria · Controle glicêmico não mais influencia o curso da nefropatia - Tratamento · Dieta hipoproteica – 0,8g/kg/dia · IECA, BRA · Hemodiálise · Diálise peritoneal ambulatorial crônica (CAPD) · Transplante renal – sem contraindicação e é o tratamento de escolha. - Papilite necrotizante - Descompensação renal após contrastes radiológicos NEUROPATIA DIABÉTICA - Lesão do vasa-nervorum, e pode ser uma neuropatia periférica e autonômica - Mais de 50% dos diabéticos são afetados - Não há tratamento consistente e efetivo par auqlquer uma das neuropatias - Polineuropatia distal simétrica · É a forma mais comum, processos neuropáticos axonal em luva e bota ascendente simétrica em membros inferiores · Condução sensitiva e motora diminuída e movimento dos tornozelos podem estar ausentes · Inicialmente ocorre perda sensitiva – palestética e temperatura · Dor pode ser leve e incapacitante · Exame com monofilamento de 10g · Se em algum ponto ele não sentir – considera positivo · Dedos em garra – atrofia da musculatura interóssea · Artropatia de Charcot · Se aguda há edema e dor e pé em balanço · Faz úlcera, e disformia da articulação · Alterações radiológicas – subluxação e fraturas periarticulares · Tratamento · Diminuição da carga local · Antibioticoterapia · Desbridamento de feridas · Fator de crescimento derivado de plaquetas · Sapatos especiais · Autoexame do pé diariamente – micose, cortar corretamente as unhas, evitar pé em banho-maria e outros - Mononeuropatia periférica isolada · Mononeuropatia ou mononeuropatia multiplex – vários nervos acometidos · Início súbito com posterior recuperação total ou parcial – 6-12 semanas · Patogênese – isquêmica ou traumática · NC – Diplopia e femorais comumente envolvidos e com predomínio motor · Afeta III, IV e VI nervos – unilateralmente - Neuropatia periférica isolada – acomete um nervo - Neuropatia diabética dolorosa · Amitriptilina 25-75mg (até 200mg) ao deitar · Nortriptilina se amtriptilina contra-indicada · Pode associar a desipramina · Gabapentina – 900-1800mg/dia em 3 doses · Duloxetina – dose única · Ácito tiócito (Thioctacid ®) · Capsaicina 0,025-0,075% - aplicar com luvas 2-4 vezes ao dia (queima os terminais nervosos - Neuropatia autonômica – diabéticos de longa duração · Afeta diversas funções viscerais · Hipotensão postural · TC fixa de repouso · Déficit de resposta a manobras de valsava – perde o reflexo/capacidade · Gastroparesia · Diarreia e constipação alternante · Dificuldade de esvaziamento da bexiga - Disfunção erétil · Persistente, faz o teste de papaverina · Pode se associar a aumento de urina residual e ejaculação retrígada · Tratamento c/: · Sildenafila, fardefila, iodenfila e tadalafila · Injeção intra-corpórea de drogas vasoativas · Terapia de vácuo externo · Implante de prótese peniana - Gastroparesia · Deve ser considerada em DM1 com flutuação e variabilidade na glicemia pós-prandial - Neuropatia autonômica – drogas usadas: · Hipotensão ortostática · Mineralocorticóide (fludrocortisona 0,1-0,2mg 2x/dia) · Gastroparesia · Metoclopramida (EC: sonolência) · Eritromicina (agonista da motilina) · Betanecol (efeito colinérgico) · Diarreia do diabético · AB (se há infecção associada) · Difenoxilato com atropina ou loperamida · Clonidina (limitado pela hipotensão ortostática) · Fibras (metamucil®) · Lactulose (se constipação severa) · Bexiga neurogênica · Betanecol - Sudorese gustatória COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES - Miocardiopatia congestiva por microangiopatia sem DAC - Miocardiopatia congestiva secundária a DAC - IAM é 3-5x mais frequente em DM2 que no grupo controle - Perda de proteção CV das mulheres - Causas metabólicas várias · Dislipidemia, adesividade plaquetária, fatores de coagulação, HAS, stress oxidativo e inflamação - Vasculopatia diabética · Gangrena nos pés – 30x mais frequente · Estase vascular · Associada a · Prevenção · Evitar tabaco e propanol – reduzem o fluxo sanguíneo periférico · Controle da HAS · Controle do colesterol · Endartectomia ALTERAÇÕES DERMATOLÓGICAS - Dermopatia diabética – dermatite ocre · Hiperpigmentação atrófica da pele por glicolisação ou vasculopatia do tecido - Xantomas eruptivos – hipertrigliceridemia - Necrobiose lipoidica diabeticorum · Marcado afinamento da pele que permite visualizar os vasos subcutâneos (elemento de oclusão vascular está frequentemente presente) COMPLICAÇÕES ARTICULARES - Querioartropatia diabética juvenil · Rigidez das mãos por contratura e espessamento da pele sobre as juntas – sinal da prece – geralmente no DM1 - Contratura de Dupuytren · Espessamento nodular da fáscia palmar (mãos em garra)secundária a necrose isquêmica do tecido conectivo por microangiopatia - Desmineralização óssea - densidade óssea 10-20% menor, porém sem aumento do risco de fratura - Bursite – particularmente em ombro e quadril - Gota – aumento da incidência, particularmente nos obesos INFECÇÕES - Candidíase – mamas, axilas e interdigital e vulvoganitie - Colicistite enfisematosa – colonização por anaeróbicos (Pseudomonas) - Mucormicose - Otite maligna externa - Papilite necrotizante - Infecções de extremidades baixas
Compartilhar