Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Crédito Tributário O crédito tributário é um direito do sujeito ativo (União, estados e municípios) de uma obrigação tributária, sendo exigido do sujeito passivo (contribuinte ou responsável) o pagamento do tributo devido. Essa situação se verifica no Código Tributário Nacional (CTN), nos seguintes artigos: Art.139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (BRASIL, 1966) O crédito tributário corresponde à obrigação tributária determinada pelo lançamento, em que temos a obrigação principal, que por sua vez surge com a ocorrência do fato gerador. este fato gerador tem por objeto o pagamento de um tributo e a obrigação acessória decorrente da legislação tributária, além disso, consiste nas prestações, positivas ou negativas. Segundo Martins (2015), a existência da obrigação tributária vem antes da constituição do crédito tributário, que por sua vez só ocorrerá quando houver o seu lançamento, ou seja, um tributo está previsto em lei (ICMS) e contém o fato gerador (circular mercadoria), consequentemente, constitui-se a obrigação tributária. Mas o Estado só poderá efetivar a cobrança quando esta obrigação tiver o seu lançamento realizado, transformando-a em um crédito tributário. O crédito tributário é constituído pelo lançamento e o lançamento é um ato administrativo vinculado (determinado em lei) que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação, ou seja, qual o tributo devido, o seu valor, quem deverá pagar (contribuinte) e, caso ocorram erros, recolhimentos a menor e outros, aplicam-se penalidades cabíveis. De acordo com o CTN, temos três modalidades de lançamento: i) Lançamento por declaração; ii) Lançamento por homologação; iii) Lançamento de ofício. No lançamento por declaração, o sujeito passivo (contribuinte) tem as informações sobre a matéria tributária que irá informar ao sujeito ativo (União, estados e municípios), para que ele possa efetuar o lançamento. Ou seja, após a declaração, o fisco irá verificar todos os elementos que levaram o contribuinte a efetuar a declaração, como todos os fatos que contribuíram para gerar o Imposto de Renda Pessoa Jurídica, o Imposto de Importação e Exportação e outros. Um exemplo de lançamento por declaração é a situação na qual a empresa que aufere receita apura o seu lucro, recolhe os tributos e efetua a declaração ao fisco, o qual irá analisar todas as informações da declaração. Mas veja, o simples fato de haver a declaração efetuada pelo contribuinte não é elemento suficiente para efetuar o lançamento, pois o fisco pode entender que o valor declarado foi divergente de seus controles e fazer o lançamento pelo valor que ele (fisco) entende ser o valor correto (MARTINS, 2015). De acordo com o CTN, Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. (BRASIL, 1966) A retificação do lançamento por parte do contribuinte, quando este visar reduzir ou excluir o tributo, é admitida por ocorrência de erros, sendo que o contribuinte tem a obrigação de comprovar isso à autoridade tributante. Entretanto, essa ação deve ser realizada antes do lançamento, pois após o lançamento do tributo a retificação por declaração só poderá ser efetuada se for para aumentar o valor do tributo, caso contrário será revisto o lançamento pela autoridade administrativa e retificado por ofício. O lançamento por arbitramento, que consta no art. 148 do CTN, esse tipo de lançamento ocorre quando o contribuinte deixa de prestar informações ao fisco ou quando as informações não merecem fé. Nesses casos, ocorrerá o lançamento por arbitramento através de um processo regular. De acordo com o CTN, Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. (BRASIL, 1966) No lançamento por arbitramento, o fisco irá comprovar a veracidade das informações, através de cálculos e documentos que comprovem as informações prestadas pelo contribuinte. Caso haja alguma inconsistência, o fisco irá arbitrar conforme consta na legislação. Exemplo: uma empresa qualquer que adquire um imóvel por R$ 250.000,00 e declara ao ente tributante que o valor da aquisição foi de R$ 150.000,00. Tal fato demonstra a clara intenção da organização em pagar menos imposto. Entretanto, a autoridade tributária verifica a veracidade das informações e percebe que o imóvel não custava R$ 150.000,00, e sim R$ 250.000,00. Como consequência, efetuará o lançamento do crédito com base de cálculo arbitrado. Após a notificação do lançamento, a declaração não pode ser mais retificada, ou seja, Assimile o lançamento só poderá ser revisto pela autoridade administrativa. Lançamento por , trata-se de uma modalidade de lançamento que ocorre homologação quando o contribuinte antecipa o pagamento do tributo devido, ou seja, independente da autoridade administrativa se manifestar, o sujeito passivo já pagou o tributo devido. Nesse caso, após a antecipação, a autoridade administrativa (fisco) analisa as informações que foram prestadas e as homologa. Se as informações prestadas e os valores não estiverem em conformidade com os fatos que a originaram, a autoridade tributária irá instaurar os procedimentos para efetuar o lançamento. Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (BRASIL, 1966) , que A homologação tem como objetivo apurar o montante devido pelo contribuinte verifica o fato gerador, bem como o valor devido, e gera a declaração do pagamento. O ICMS é um exemplo a ser citado, pois ao verificar o fato gerador (a circulação de mercadoria), o contribuinte apura o montante devido, efetua o pagamento e, posteriormente, presta as informações ao fisco através da Escrituração Fiscal Digital (EFD) – ICMS (SPED). O fisco, por sua vez, analisa as informaçõese as homologa. O lançamento de ofício: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: Quando a lei assim o determine; I. Quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma II. da legislação tributária; Quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos III. termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; Quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento IV. definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; Quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente V. obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; Quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro VI. legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; Quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu VII. com dolo, fraude ou simulação; Quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do VIII. lançamento anterior; Quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta IX. funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. (BRASIL, 1966) sem que haja a Os lançamentos de ofício acontecem nos casos previstos em lei, manifestação do contribuinte, como no caso do fato gerador de uma situação permanente. Isso, por exemplo, significa dizer que, se um contribuinte possui uma propriedade imobiliária, o fisco tem todas as informações necessárias para efetuar o lançamento do Imposto de Propriedade Territorial Urbana (IPTU) no início do ano. Há situações em que o lançamento de ofício ocorre também quando o contribuinte não cumpriu os seus deveres legais nas informações ao fisco (declaração). Exemplo: o contribuinte deixa de efetuar a declaração no prazo determinado ou efetua a declaração com o preenchimento incorreto ou omite informações no seu preenchimento. Referências: Planejamento Tributário - Edilson Reis do Nascimento
Compartilhar