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Monografia_Estacio_-_Angelica_da_Silva_Goes

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O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO SOB OS ASPECTOS DA LEI 
 
 
 
 
Angélica da Silva Goes1 
CLAUDIA VASCONCELOS
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Aluno concluinte do curso de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade Estácio de Sá. 
2
 Orientador (a) do artigo da Universidade Estácio de Sá. 
 
 
 
Ficha catalográfica 
 
 
ESTÁCIO DE SÁ 
FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO SOB OS ASPECTOS DA LEI 
 
 
 
MONOGRAFIA APRESENTADA POR: 
 
ANGÉLICA DA SILVA GOES 
 
 
 
 
 
APROVADA EM: __________ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_________________________ 
Prof. , M.Sc. 
 
 
 
__________________________ 
Prof. , D.Sc. 
 
 
__________________________ 
Prof. , M.Sc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dedico esta monografia aos amores da minha vida: 
Deus, meu noivo, Bruno Gonçalves e a meus pais, 
Paulo e Rita. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1 O Problema 
1.1 Introdução ............................................................................................7 
1.2 Suposição.............................................................................................7 
1.3 Objetivos da Pesquisa..........................................................................7 
1.4 Delimitação da Pesquisa .....................................................................8 
1.5 Relevância do Estudo ..........................................................................8 
 
2 Metodologia 
2.1 Tipo de Pesquisa..................................................................................9 
2.2 Tipo de pesquisa – quanto aos fins.....................................................10 
2.3 Tipo de Pesquisa – quanto aos meios..................................................10 
2.4 Coleta de Dados ..................................................................................10 
2.5 Universo da Pesquisa ..........................................................................10 
2.6 Tratamento dos Dados .........................................................................11 
2.7 Limitação do Método ............................................................................11 
 
3 Planejamento tributário sob os aspectos de lei fiscal 
3.1 O Sistema Tributário Nacional..............................................................12 
3.2 Tributos e o seu conceito legal.............................................................13 
3.3 Espécies de tributos.............................................................................14 
3.4 Obrigação Tributária.............................................................................20 
3.5 Os regimes tributários...........................................................................22 
3.6 O Planejamento Tributário....................................................................24 
3.7 Conceito de elisão e evasão fiscal........................................................26 
3.8 Elisão fiscal...........................................................................................27 
3.9 Evasão fiscal.........................................................................................33 
3.10 Principais Tipos de Sonegação Fiscal ou Fraude Fiscal.................38 
3.11 Crimes contra a ordem tributária .........................................................42 
 
 
 
 
4 Conclusão, recomendação e sugestão 
4.1 Conclusão................................................................................................45 
4.2 Recomendações......................................................................................46 
4.3 Sugestões para pesquisas futuras...........................................................46 
 
 
 
5 Referencias bibliográficas............................................................................... 47 
 
 Anexos ................................................................................................................49 
 Empresário é condenado por fraude tributária.........................................49 
 Conselheiro identifica conluio entre empresas e suspende licitação de mais 
de R$ 3 milhões..............................................................................................51 
 Brasil perde R$ 417 bi por ano com sonegação de impostos...................53 
 Índice de sonegação fiscal no Brasil.........................................................54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
 
O planejamento tributário se define como a atividade preventiva que estuda 
os atos e negócios jurídicos que o agente econômico (empresa, instituição 
financeira, cooperativa, associação etc.) pretende realizar. É dever de todo 
administrador maximizar os lucros e minimizar as perdas. Por essa razão, o 
planejamento tributário é um instrumento tão necessário de gestão de negócios, 
quanto qualquer outro planejamento, seja de marketing, de vendas, de qualificação 
de pessoal, de comércio exterior etc. Além disso, o planejamento tributário é uma 
forma que os agentes econômicos têm de ver respeitado a sua capacidade 
contributiva, que é princípio geral de direito tributário (art.145, III, §1° da 
‘Constituição Federal). 
 
A finalidade de um planejamento de tributos é obter a maior economia fiscal 
possível, reduzindo a carga tributária para o valor realmente devido conforme a lei. 
Para tanto, deve-se pesquisar, antes de cada operação, suas consequências 
econômicas e jurídicas, porque uma vez concretizada, considera-se ocorrido o fato 
gerador e existente os seus efeitos (artigo 116 do Código Tributário Nacional), 
surgindo a obrigação tributária. O que há de mais relevante a ser considerado neste 
planejamento é como planejar utilizando meios devidamente lícitos. Desse modo, 
como diminuir a carga tributária numa perspectiva legal? 
 
1.2 SUPOSIÇÃO 
 
Supôs-se que a carga tributária pode ser reduzida, numa perspectiva legal, 
com o devido planejamento tributário. 
 
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
1.3.1 Objetivo Final 
 
Demonstrou-se a relevância de um planejamento visando diminuir a carga 
tributária nas empresas. 
 
8 
 
 
1.3.2 Objetivos Intermediários 
 
a) Apresentou-se o Sistema Tributário Nacional e os sujeitos da 
obrigação tributária. 
b) Descreveu-se os conceitos da elisão e da evasão fiscal. 
c) Discorreu-se sobre as formas e as implicações da evasão 
utilizando exemplos práticos. 
d) Demonstrou-se possibilidades para a realização de um 
planejamento tributário bem-sucedido visando a diminuição do valor dos 
impostos. 
 
1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 
 
Vivemos em um país com uma complexa legislação tributária. Assim o 
estudo proposto pretendeu abordar o Sistema Tributário e as leis em vigor para 
demonstrar não só a importância de um planejamento tributário bem-sucedido, 
dentro de uma perspectiva legal, mas também os riscos de quem age de forma 
ilegal. 
 
1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO 
 
 A complexidade de compreensão e o enorme tamanho da nossa 
legislação tributária contribuem diretamente para os diversos casos de sonegação 
de tributos que ocorrem em nosso país. É importante ressaltar que elaborar um 
planejamento de gerência e pagamento destes tributos de uma forma lícita (elisão 
fiscal) não é das tarefas mais simples, pois exige profissionais capacitados, (sejam 
contadores, advogados, administradores etc.), pois as leis são de difícil 
entendimento e estão em constantes mudanças, o que requer uma atualização 
contínua por parte de seus profissionais. 
 
Dessa forma, assim como a elisãoé o planejamento tributário lícito e que 
procura anular, reduzir ou postergar o pagamento de um determinado tributo, 
visando uma maior lucratividade da empresa, também há a figura da evasão fiscal, 
que é a prática de meios ilegais para pagar menos tributos. De posse desses 
9 
 
conceitos surge a questão a ser esclarecida e que é vista como o tema a ser 
abordado neste trabalho: utilizar a elisão fiscal como método de planejamento 
tributário sem constituir um ato de sonegação. 
 
 1.5.1 Relevância pessoal 
 
Representa um crescimento como pessoa, conduta e permite ampliar 
conhecimentos na área específica. 
 
 1.5.2 Relevância profissional 
 
Amplia a discussão e a visibilidade do ponto de vista profissional do ponto de 
vista que permitirá desenvolver habilidades no mundo da contabilidade ou de 
tributos ou gestão tributária. 
 
 1.5.3 Relevância acadêmica 
 
Pode ser enfatizada já que do ponto de visto acadêmico permite discussões 
em torno do assunto discutido ou pesquisado a respeito desta monografia. 
 
 1.5.4 Relevância social 
 
Ela tem a sua visibilidade social à medida que divulga, torna público para a 
sociedade a discussão acadêmica em torno do tema central desta monografia, O 
Planejamento Tributário Sob Os Aspectos Da Lei. 
 
2.1 TIPO DE PESQUISA 
 
Metodologia científica é o estudo dos métodos ou dos instrumentos 
necessários para a elaboração de um trabalho científico. É o conjunto de técnicas e 
processos empregados para a pesquisa e a formulação de uma produção científica. 
 
Ela é o estudo dos métodos, especialmente dos métodos das ciências. É um 
processo utilizado para dirigir uma investigação da verdade, no estudo de uma 
ciência ou para alcançar um fim determinado. 
10 
 
A Metodologia científica aborda as principais regras para uma produção 
científica, fornecendo as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor 
desempenho e qualidade de um trabalho científico. 
 
A pesquisa é uma das atividades primordiais para a elaboração dos 
trabalhos realizados com base na metodologia científica. É a fase da investigação e 
da coleta de dados sobre o tema a ser estudado. 
 
Tendo em vista os objetivos expostos anteriormente, realizou-se uma 
pesquisa que pode ser classificada da seguinte forma: 
 
2.2 QUANTO AOS FINS 
 
Trata-se de Pesquisa Descritiva e explicativa que segundo Vergara 
(1999), “aqueles estudos que procuram descobrir e classificar a relação entre 
variáveis”, os quais propõem investigar “o que é”, ou seja, a descobrir as 
características de um fenômeno como tal. 
 
2.3 QUANTO AOS MEIOS 
 
O meio de pesquisa utilizado foi bibliográfico, utilizando-se material 
acessível ao público em geral, como livros e Internet. 
 
 2.4 COLETA DOS DADOS 
 
Na pesquisa bibliográfica serão utilizados livros e consultas a sites da 
Internet. 
 
 2.5 UNIVERSO DA PESQUISA 
 
O universo da pesquisa está presente em dados estatísticos divulgados pelo 
Estudo Sobre Sonegação Fiscal nas Empresas brasileiras, divulgado pelo site do 
Instituo Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). 
 
 
11 
 
 
2.6 TRATAMENTO DOS DADOS 
 
O tratamento dos dados trazidos ao estudo teve como finalidade reunir 
material para o desenvolvimento do tema abordado e para que possamos chegar à 
resposta do problema apresentado, utilizando-se de análises qualitativa. 
 
2.7 LIMITAÇÕES DO MÉTODO 
 
Não há limitação do método utilizado na pesquisa. Quanto aos meios, a 
pesquisa usou-se de referências bibliográficas e Internet para aprofundamento 
maior sobre o tema. 
 
 
 
 
12 
 
3.1 O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
 
Desde a independência do Brasil até meados dos anos 30, a arrecadação 
com tributos consistia quase que exclusivamente da renda de alfândegas e 
importação. A partir de então, gradualmente o Estado iniciou uma nova forma de 
arrecadar, direcionando-se para tributos internos, como sobre vendas, indústrias, 
profissões e prediais. 
 
Em 1966, com o advento da Lei Federal 5.172/66 fica instituído e 
sistematizado o Sistema Tributário Nacional (STN), com o surgimento do Código 
Tributário Nacional (CTN). 
 
Segundo Harada: 
 
“O Sistema Tributário Nacional é o conjunto de normas 
constitucionais de natureza tributária, inserido no sistema 
jurídico global, formado por um conjunto unitário e ordenado 
de normas subordinadas aos princípios fundamentais 
reciprocamente harmônicos, que organiza os elementos 
constitutivos do Estado, que outra coisa não é senão a própria 
Constituição.” (HARADA, 2018, p. 368). 
 
 
O CTN dispõe em seu artigo 2º que: 
 
 “O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na 
Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em 
leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, 
nos limites das respectivas competências, em leis federais, 
nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais.” 
 
 
 
13 
 
Com a criação de um sistema tributário, fica determinado no artigo 145 da 
Constituição Federal que a União, os Estados, O Distrito Federal e os municípios 
poderão instituir os seguintes tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
Estes tributos são criados sem infringir a competência tributária de cada ente da 
federação. É preciso ressaltar que a Constituição Federal não cria tributos, apenas 
os regulamenta e que estes são instituídos através de Lei. 
 
3.2 – TRIBUTOS E SEU CONCEITO LEGAL 
 
A lei não tem o costume de criar conceitos, porém excepcionalmente o fez no 
art. 3º do CTN, definindo o que é um tributo: 
 
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada.” 
 
Diante da complexidade do conceito de tributo, é necessária sua análise 
detalhada: 
Toda prestação pecuniária compulsória: tributo é obrigação de dar dinheiro; 
sendo essa obrigação um dever do contribuinte, pagar o tributo é um 
comportamento que independe da vontade. 
 
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: expressão “em moeda” é 
redundante dentro do conceito legal de tributo, uma vez que tudo o que é 
pecuniário é em moeda. Porém a frase “em cujo valor nela se possa exprimir” 
causa polêmica, pois alguns autores entendem que há a possibilidade de criação 
de tributos in natura ou in labore, sendo pagos com bens ou prestação de serviço. 
Apesar do conflito doutrinário, entende-se que tributo é pago em moeda corrente 
(Real). 
 
Que não constitua sanção de ato ilícito: o fato da realidade que faz nascer a 
obrigação tributária deve ser um fato lícito. Desta forma tributo se difere de multa, 
pois esta sim tem como origem fato ilícito. Como exemplo, temos a multa fiscal pelo 
14 
 
não pagamento de imposto de renda ou outro tributo qualquer. A multa não é um 
tributo, pois acontece devido ao não pagamento de uma obrigação tributária, o que 
é um fato lícito. 
 
Instituída em lei: confirma o princípio da legalidade, pois ninguém é obrigado 
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5º II, CF), bem 
como as pessoas políticas não podem instituir ou aumentar tributos sem lei que o 
estabeleça (art. 150, I, CF). A obrigação de pagar tributos é uma obrigação que 
nasce da lei. 
E cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: O agente 
público não possui liberdade para escolher a melhor oportunidade de cobrar o 
tributo; a lei já estabelece todos os passos a serem seguidos para o ato ser 
realizado. 
 
Logo podemos dizer que o tributo é obrigatório, desde que tenha ocorrido 
seu fato gerador e deve ser pago em moeda corrente. As penalidades devidas pelo 
não pagamento da dívida, como juros ou multas, não podem ser consideradas 
tributos. 
 
Sobre o assunto Harada diz: 
 
“É o exame do fato gerador da obrigação tributária quevai constatar a existência ou não da atuação do poder público 
tributante, permitindo desmascarar certos impostos 
denominados de taxas, para fugir da rígida discriminação.” 
(HARADA, 2018, p.370). 
 
Assim sendo, tudo que o Estado crie, independente da denominação dada, 
mas que apresente todas as características descritas será considerado tributo. Por 
conseguinte, terá que se submeter a todas as normas e princípios do Sistema 
Tributário Nacional. 
 
3.3 – ESPÉCIES DE TRIBUTOS 
 
15 
 
Conforme citado, somente a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
municípios poderão instituir tributos. Sendo estes divididos em três modalidades: 
impostos, taxas e contribuições de melhoria. Texto este, conforme disposto nos 
artigos 5º do Código Tributário Nacional e 145 da Constituição Federal. 
 
Porém é preciso ressaltar os artigos 148 e 149 da CF. Nestes ficam 
explícitos os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais. Vejamos 
agora cada um dos tributos: 
 
3.3.1 – Impostos 
 
Começaremos analisando o tributo mais popular que existe, o imposto. 
A palavra imposto tem sua origem no termo latim impositus. Este conceito 
faz referência à tributação exigida em função do poder econômico das pessoas 
sujeitas ao respectivo pagamento. 
 
Conforme redação dada pelo CTN, imposto é definido em seu Art. 16 como o 
tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer 
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 
Fala-se em imposto direto quando incidem sobre o “contribuinte de direito”, 
pois este não tem, ao menos na teoria, a possibilidade de repassar para outro o 
ônus do tributo. Quando falamos em imposto indireto, nos referimos àquele que a 
carga de tributos cai sobre o “contribuinte de direito”, sendo que este o transfere 
para outrem, sendo este o “contribuinte de fato”. 
 
Segundo a opinião de Machado: 
 
“A obrigação de pagar imposto não se origina de 
nenhuma atividade específica do Estado relativa ao 
contribuinte. O fato gerador do dever jurídico de pagar imposto 
é uma situação da vida do contribuinte, relacionada a seu 
patrimônio, independente do agir do Estado.” (Machado, 2010, 
p.314) 
16 
 
 
Desta forma, definimos o imposto como um tributo não vinculado, ou seja, a 
utilização proveniente de sua arrecadação não tem obrigação de contraprestação 
determinada ou direta com gastos específicos por parte de quem o pede. O seu 
objetivo consiste em financiar os gastos do credor, neste caso o Estado nas figuras 
dos governos municipal, estadual e federal. 
 
 O governo, com a aprovação do legislativo, é quem define o destino do 
dinheiro arrecadado, através do orçamento. Os valores arrecadados com os 
impostos são de estrema importância para o financiamento das atividades do 
Estado. Pois estes servem para custear os gastos públicos com saúde, segurança, 
educação, transporte, cultura etc. O dinheiro arrecadado com impostos também é 
utilizado para investimentos em obras públicas como hospitais, rodovias, 
hidrelétricas, portos, universidades entre outras. 
 
Alguns dos impostos mais conhecidos da grande população são: Imposto 
Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto Sobre a Circulação 
de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), 
Imposto Sobre a Propriedade Predial Territorial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto 
Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR). 
 
3.3.2 – Taxas 
 
Esta modalidade de tributo é prevista no Art. 145, II, da CF. O CTN 
transcreve em seu Art. 77 os entes que podem instituir as taxas: 
 
“As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício 
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição.” 
 
 
17 
 
Para Castellani, taxa pode ser definida como: 
 
 “É a modalidade de tributo que tem por fato gerador 
uma situação diretamente relacionada a uma atividade estatal. 
As taxas são tributos, por excelência, contra prestacionais, 
exigindo-se a presença de uma atividade estatal diretamente 
relacionada ao sujeito passivo”. (Castelanni, 2009, p.31). 
 
Diferentemente do imposto, a taxa é um tributo diretamente vinculado. Assim 
sendo, o fato gerador das taxas está diretamente ligado a uma contraprestação 
específica por parte do Estado. Servem para ressarcir os cofres públicos com os 
gastos efetuados em determinada atividade estatal despenhada. Para exemplificar 
temos a taxa de combate a incêndio, onde os recursos por esta arrecadada servem 
para financiar de uma forma geral os custos das atividades do Corpo de Bombeiros 
e dos órgãos da Secretaria de Estado da Defesa Civil, pelos serviços prestados à 
população. As Taxas de Fiscalização de Vigilância Sanitária, de Licenciamento 
Anual de Veículo são alguns outros exemplos deste tipo de tributo. 
 
3.3.3 – Contribuições de Melhorias 
 
As Contribuições de Melhoria têm previsão no art. 145, III, da CF e são 
disciplinadas nos artigos. 81 e 82 do CTN. É uma espécie de tributo que tem por 
fato gerador, situação indiretamente relacionada a uma atividade estatal específica. 
Nessa modalidade de tributo, a atividade do Estado, atinge uma coletividade, tendo 
consequência espacial para um grupo de pessoas, que se tornam os sujeitos 
passivos de tal contribuição. Por isso a doutrina a define como indiretamente 
vinculado. 
 
Este tributo é cobrado em razão de vantagem econômica aos proprietários, 
sob valorização de imóveis, em decorrência obras públicas. Assim o governo é 
ressarcido das despesas com obras de melhorias diversas, como a asfaltamento de 
uma região ou a construção de uma ponte, por exemplo. 
 
 
18 
 
 
3.3.4 Empréstimos Compulsórios 
 
Com previsão constitucional no art. 148 da CF, e no art. 15 do CTN, o 
empréstimo compulsório, apesar das profundas divergências quanto a sua natureza 
jurídica, é uma espécie de tributo de competência exclusivamente federal, em que 
não há previa definição, de acordo com a constituição, do fato gerador da 
obrigação. O que não quer dizer que não há fato gerador, apenas que sua 
definição ocorrerá em momento posterior, através de lei complementar que o 
instituirá. 
 
Segundo Amaro (2021, p. 65) “o empréstimo compulsório é um ingresso de 
recursos temporários nos cofres do Estado, pois acarreta para o Estado a 
obrigação de restituir a importância que foi emprestada.” 
 
De acordo com texto constitucional, o empréstimo compulsório só pode ser 
cobrado para custear casos de guerra (declarada ou sua iminência), calamidade 
pública ou investimento público de caráter urgente ou relevante. Como o próprio 
nome diz, trata-se de um empréstimo, logo esses valores devem ser, 
obrigatoriamente, devolvidos ao sujeito passivo. 
 
3.3.5 Contribuições Especiais 
 
Previstas no art. 149 e no art. 149-A da CF, a contribuição especial é uma 
espécie de tributo que se caracteriza por ter uma destinação específica. São 
tributos qualificados pelo destino das receitas auferidas. É um tributo criado, no 
sistema jurídico, para custear atividades estatais especificas. 
 
Dentro das contribuições especiais temos quatro espécies: sociais, de 
interesse de categoria profissional ou econômica, de intervenção no domínio 
econômico e de custeio do serviço de iluminação pública. 
 
3.4 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
19 
 
Conforme diz o legislador no art. 113 do CTN, recai sobre os contribuintes 
dois tipos de obrigações tributárias: a principal e a acessória: 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
 § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do 
fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o créditodela decorrente. 
 § 2º A obrigação acessória decorre da legislação 
tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
 
Harada (2018, p. 662) define obrigação tributária como “uma relação jurídica 
que decorre da lei descritiva do fato pela qual o sujeito ativo impõe ao sujeito 
passivo uma prestação consistente em pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária, ou prática ou abstenção de ato no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização tributária”. A obrigação tributária envolve dois polos, o sujeito ativo e o 
sujeito passivo. 
 
 A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por 
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente 
com o crédito dela decorrente. Assim é entendido como a relação jurídica em 
função da qual o particular tem o dever de prestar dinheiro ao Estado, ou de fazer, 
não fazer ou tolerar algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos. 
 
20 
 
Dentro de um conceito de obrigação tributária principal cabem todas as 
obrigações impostas pela legislação tributária que tenham caráter pecuniário. 
 
A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as 
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou 
da fiscalização dos tributos, esta pelo simples fato da sua inobservância, converte-
se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (art. 113 do CTN). 
 
Dessa forma são os deveres de cunho administrativo impostos ao 
contribuinte, mediante lei, com o objetivo de facilitar a arrecadação dos tributos ou a 
sua fiscalização. Como exemplo de declaração acessória temos a Declaração de 
Imposto de Renda. 
 
3.4.1 Fato Gerador da Obrigação Tributária 
 
Definida no art. 114 do CTN, o fato gerador da obrigação principal é descrito 
pelo legislador como a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua 
ocorrência. 
 
De acordo com o entendimento de Castellani: 
 
Fato gerador é a situação descrita em lei, suficiente e 
necessária para o nascimento da obrigação tributária. Em 
outras palavras, o fato gerador é o fato, a situação que deve 
ocorrer para permitir a incidência da norma tributária. 
(Castellani, 2009, p.87). 
 
Como exemplos de fatos geradores de tributos temos: venda de mercadoria 
no caso do ICMS, auferir renda no IR, prestação de serviço no ISS, auferir 
faturamento na COFINS entre outros. 
 
Ainda temos o fato gerador da obrigação acessória, que é definida no art. 
115 do CTN, como qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe 
prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
21 
 
 
Um bom exemplo de fato gerador da obrigação acessória é a emissão de 
nota fiscal quando da venda de uma mercadoria. 
3.4.2 Sujeitos da Obrigação Tributária 
 
Compõem os sujeitos da obrigação tributária o sujeito ativo e o sujeito 
passivo. 
O art. 119 do CTN afirma que “sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica 
de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento”. 
 
Na verdade, o legislador confunde competência e capacidade tributária. 
O correto seria levar em consideração a capacidade de tributar, que é a aptidão 
para arrecadar tributos e não a competência, que é estar apto a instituir tributos. 
 
Dessa forma do lado ativo da relação jurídica da obrigação tributária, seja 
principal ou acessória, está o titular do direito de exigir o cumprimento da obrigação, 
que é o sujeito ativo, nas figuras não só das pessoas jurídicas de direito público, 
mas também as autarquias e até, quando entrando no campo da parafiscalidade, as 
pessoas jurídicas de direito privado, como os sindicatos que são sujeitos ativos das 
contribuições sindicais. 
 
Mas dado o fato de que o sujeito ativo é o Estado, na maioria dos casos, é 
comum este ser chamado de Fisco, Tesouro, Erário, Fazenda Pública (Federal, 
Municipal e Estadual) para designar o credor do tributo. 
 
O sujeito passivo é aquele que, definido por lei, tem a obrigação de prestar 
ao sujeito ativo, o objeto da obrigação, ou seja, é aquele a quem se atribui a 
responsabilidade de pagar o tributo ou penalidade pecuniária. 
 
O sujeito passivo é definido ainda pelo CTN, nos Arts. 121 e 122, como o 
sujeito passivo da obrigação principal e da obrigação acessória. 
 
O sujeito passivo da obrigação principal pode figurar de duas formas: como o 
contribuinte ou responsável. O primeiro é aquele que realiza o fato gerador da 
22 
 
obrigação tributária e o segundo é aquele que a lei atribuiu o ônus de arcar com os 
tributos ou penalidades devidas por outrem, como o substituto tributário, por 
exemplo. 
 
Já o sujeito passivo da obrigação acessória é aquele que fica responsável 
pelas obrigações que não possuem valor pecuniário. Dessa forma, fica responsável 
por apresentar declarações, preencher guias ou livros fiscais, entre outras 
obrigações, que servem de apoio para o fisco manter um controle sobre os tributos 
devidos como também facilitar outras atividades de seu interesse como uma 
fiscalização. 
 
3.5 OS REGIMES TRIBUTÁRIOS 
 
3.5.1 Lucro Real 
 
Lucro Real é um regime de tributação no qual o cálculo do Imposto de Renda 
da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) é 
feito com base no lucro real da empresa – receitas menos despesas –, com ajustes 
previstos em lei. Por isso, é essencial ter um controle preciso sobre as rendas e as 
despesas do negócio. Dessa forma, é possível calcular com precisão o lucro e os 
tributos a serem pagos. 
 
Segundo a legislação, empresas de alguns setores específicos são 
obrigadas a se enquadrar no regime de Lucro Real – independentemente da receita 
bruta. São elas: Empresas do mercado financeiro, como bancos, instituições 
financeiras, cooperativas de crédito, empresas de seguro privado, entidades de 
previdência aberta e sociedades de crédito imobiliário, empresas que tiveram lucro, 
rendimentos ou ganhos de capital oriundos de fora do país, empresas que explorem 
as atividades de compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a 
prazo ou de prestação de serviços (factoring), empresas que têm benefícios fiscais 
em relação à redução ou isenção de impostos. Além disso, qualquer empresa com 
receita bruta acima de R$78 milhões deve, obrigatoriamente, adotar o Lucro Real 
como regime de tributação. 
 
23 
 
Dentre as vantagens do Lucro Real podemos destacar: Tributação mais justa 
de acordo com o lucro real do negócio, compensação de prejuízos fiscais, 
possibilidade de aproveitar créditos do PIS e do Cofins, opção de apurar os lucros 
em diferentes períodos fiscais, seja trimestral ou anualmente, desobrigação de 
pagar os tributos sobre o lucro quando a empresa apresenta prejuízo fiscal. 
 
3.5.2 Lucro Presumido 
 
O Lucro Presumido é um regime de tributação que utiliza uma fórmula 
simplificada para definir a base do cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica 
(IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). 
 
No regime de tributação do lucro presumido, como o próprio nome já sugere, 
as margens de lucro são presumidas e não refletem, necessariamente, a realidade 
da empresa. As margens presumidas são de 32% para atividades de prestação de 
serviços e 8% para atividades comerciais, por exemplo, variando conforme o ramo 
de atividade da empresa. 
 
Portanto, quem opta pelo regime presumido utiliza a base de cálculo 
previamente fixada pela legislação. O principal risco na adoção desse regime de 
tributação é que a empresa pode pagar mais impostos do que deveria nos casos 
em que a sua margem de lucro for inferioràquela estabelecida pela legislação. 
 
3.5.3 Simples Nacional 
 
O Simples Nacional é um regime tributário que une os principais tributos e 
contribuições existentes no país, em sua grande maioria, administrados pela 
Receita Federal, mais o ICMS (de âmbito dos Estados e DF) e o ISS (de âmbito dos 
municípios). É norteado pela Lei Complementar (LC) 123/2006 e encontra-se em 
vigor desde 01/07/2007. 
 
Dentre suas principais vantagens está a relativa simplificação na apuração 
dos valores. Essa apuração é de acordo com a receita bruta (faturamento) das 
empresas nos últimos 12 meses anteriores. Outra vantagem é o recolhimento 
https://conube.com.br/blog/o-que-e-lucro-presumido/
https://conube.com.br/blog/voce-sabe-a-diferenca-entre-tributos-impostos-taxas-e-outros-conceitos/
https://conube.com.br/blog/voce-sabe-a-diferenca-entre-tributos-impostos-taxas-e-outros-conceitos/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm
24 
 
através de uma única “guia”, o DAS – Documento de Arrecadação do Simples 
Nacional. 
 
Apesar de ser um regime tributário que facilita a arrecadação de impostos, 
antes de fazer essa opção, é necessário avaliar a sua alíquota de impostos, de 
acordo com a atividade, sua faixa de tributação e o anexo em que ela estará 
inserida. 
 
O que normalmente se recomenda é, se a faixa de tributação ficar muito 
próxima comparando o Simples com outra opção, ou até se a do Simples ficar uma 
porcentagem pequena mais alta, ainda pode ser que compense ficar no Simples em 
função da facilidade que o regime proporciona com relação ao pagamento de 
impostos. 
 
Apesar das facilidades que o Simples proporciona, não é toda empresa que 
pode fazer a opção por esse regime de tributação. Normalmente, em função de 
suas vantagens, o Simples sempre é preferido, mas há uma limitação de atividades 
que é fruto de uma combinação de uma série de fatores. Além da própria atividade 
em si ter que estar inserida em algum dos anexos vigentes, é necessário verificar 
algumas outras situações, como fazer uma pesquisa mais direta com relação às 
atividades e conferir se os respectivos CNAEs estão ou não permitidos no Simples 
Nacional. Adicionalmente é preciso verificar se os sócios não participam de outra 
empresa também optante pelo Simples, se a empresa tem sócio domiciliado no 
exterior, participação estrangeira, se terá filial ou representar outra empresa com 
sede no exterior, dentre outras exigências. 
 
3.6 O Planejamento Tributário 
 
A redução dos custos é uma necessidade constante em todas as empresas, 
visto que as mesmas estão em condições de alta competitividade. Dessa forma, o 
acompanhamento da carga tributária dentro das corporações torna-se 
imprescindível na diminuição de gastos e consequentemente aumento dos seus 
lucros. Logo se torna cada vez mais importante, principalmente nas grandes 
corporações, a utilização de um eficaz planejamento tributário. 
25 
 
 
Este planejamento é uma ferramenta lícita de evitar, reduzir ou adiar a 
incidência de um determinado tributo. Fato é que não se trata de algo de fácil 
realização, pois devido à complexidade da nossa legislação, este tipo de 
planejamento exige um alto conhecimento técnico daqueles que serão os 
responsáveis pelas tomadas de decisões. Este procedimento, para ser bem-
sucedido, exige ainda todo um estudo das operações da empresa para que se 
chegue ao objetivo final de conseguir as alternativas menos onerosas para o 
contribuinte. 
 
Sobre o planejamento tributário Latorraca, orienta que: 
 
Costuma-se denominar de Planejamento Tributário a 
atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma 
estritamente preventiva, projeta os atos e fatos administrativos 
com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada 
uma das opções legais disponíveis. O objeto do planejamento 
tributário é, em última análise, a economia tributária. 
Cotejando as várias opções legais, o administrador 
obviamente procura orientar os seus passos de forma a evitar, 
sempre que possível, o procedimento mais oneroso do ponto 
de vista fiscal. (LATORRACA, 2000, p. 37). 
 
Borges, por sua vez, menciona que: 
 
A natureza ou essência do Planejamento Fiscal – ou 
Tributário – consiste em organizar os empreendimentos 
econômico-mercantis da empresa, mediante o emprego de 
estruturas e formas jurídicas capazes de bloquear a 
concretização da hipótese de incidência tributária ou, então, 
de fazer com que sua materialidade ocorra na medida ou no 
tempo que lhe sejam mais propícios. Trata-se, assim, de um 
comportamento técnico-funcional, adotada no universo dos 
26 
 
negócios, que visa excluir, reduzir ou adiar os respectivos 
encargos tributários. (BORGES, 2011, p.55). 
 
Assim, o planejamento tributário pode ser compreendido como um estudo 
das alternativas lícitas pelas quais se pode realizar determinada operação, antes 
que ocorra o fato gerador, para que o contribuinte possa fazer a melhor opção, ou 
seja, aquela que acarreta uma maior economia quando do pagamento de tributos. 
Sobre este estudo de alternativas lícitas de se planejar, de forma incisiva, 
Fabretti, afirma que: 
 
O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da 
realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos 
jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos 
onerosas denomina-se Planejamento Tributário. (FABRETTI, 
2005, p.32). 
 
 
 Conforme já foi dito anteriormente, o Sistema Tributário Nacional é 
muito complexo. Desta forma, antes de entrar no tema principal do trabalho, alguns 
conceitos teóricos sobre o assunto estudado deveriam ser abordados para 
proporcionar ao leitor uma melhor compreensão do que é a elisão e a evasão fiscal. 
 
3.7 Conceito de elisão e evasão fiscal 
 
 Passado a demonstração de diversos conceitos importantes para o 
entendimento e a realização de um planejamento tributário, passaremos a analisar 
efetivamente a definição da elisão e da evasão fiscal. Estes conceitos jamais 
podem ser confundidos, pois a elisão refere-se a um planejamento tributário, onde 
dentro dos meios legais é escolhida a melhor dentre as maneiras da empresa 
operar tendo em vista diminuir ao máximo ou postergar o imposto a ser pago 
conforme for mais conveniente. Diferentemente disto existe a evasão, que é a 
forma ilícita de evitar a tributação, consistindo em crime aos cofres públicos. 
 
27 
 
 Existem doutrinadores como Heleno Tôrres3 que ressaltam que o 
termo elisão é utilizado de forma inadequada, propondo assim uma nova forma de 
classificação, denominada “elusão”: 
 
É imperioso registrar, contudo, que o termo “elisão” não 
poderia ser usado para significar a postura lícita do 
contribuinte na economia de tributos, devendo, por rigor 
linguístico, ser abandonado. Para evitar confusões no uso da 
linguagem e por melhor representar as condutas enfocadas, 
preferimos o termo “elusão”. “Elisão”, do latim eludere, 
significa evitar ou esquivar-se com destreza; furtar-se com 
habilidade ou astúcia, ao poder ou influência de outrem. 
Elusivo é aquele que tende a escapulir, a furtar-se (em 
geral por meio de argúcia); que se mostra arisco, esquivo, 
evasivo. Assim, cogitamos da ‘elusão tributária’ como sendo o 
fenômeno pelo qual o contribuinte usa de meios dolosos para 
evitar a subsunção do negócio praticado ao conceito 
normativo do fato típico e a respectiva imputação dos efeitos 
jurídicos, de constituição da obrigação tributária, tal como 
previsto em lei. 
 
Apesar das divergências de ideias, existe um consenso de que elisão fiscal é 
a economia lícita de tributos pagos e a evasão uma forma ilegal de evitá-los. 
 
3.8 ELISÃO FISCAL 
 
 Conforme já descrito e de acordo entendimento dominante, a elisão fiscal 
refere-se a prática de atos lícitos, anteriores à incidência tributária, com o objetivo 
de conseguir uma economia no pagamento de tributos, seja impedindo a ocorrência 
do fato gerador,seja excluindo-se o contribuinte do âmbito de abrangência da 
norma, ou diminuindo o montante de tributos a serem pagos. 
 
3
 TÔRRES, Heleno. Limites ao Planejamento Tributário – Normas Antielusivas (Normas Gerais e 
Normas Preventivas). LC 104/01: uma Norma Anti-Simulação (não publicado). 
 
28 
 
 
Conforme diz Sabbag, (2017, p.927) elisão refere-se à intitulada economia 
do imposto ou ao planejamento tributário, como condutas lícitas que se processam, 
em geral, antes da ocorrência do fato gerador. 
 
Andrade Filho discorre sobre o tema da seguinte forma: 
 
Planejamento tributário ou “elisão fiscal” envolve a 
escolha, entre alternativas igualmente válidas, de situações 
fáticas ou jurídicas que visem reduzir ou eliminar ônus 
tributários, sempre que isso for possível nos limites da ordem 
jurídica. (Andrade Filho, 2016, p.886) 
 
Com isso a elisão torna-se peça fundamental no planejamento tributário de 
uma empresa. A elisão pode ocorrer de forma induzida ou caracterizada por fatos 
não contemplados pela legislação. 
 
A elisão de forma induzida é aquela quando a própria lei incentiva seu uso 
pelo contribuinte, ou seja, o próprio dispositivo legal permite ou até mesmo induz a 
economia de tributos, existindo uma vontade clara e consciente do legislador de dar 
ao contribuinte determinados benefícios fiscais. Os incentivos fiscais são exemplos 
típicos de elisão induzida por lei, uma vez que o próprio texto legal dá aos seus 
destinatários determinados benefícios. É o caso, por exemplo, dos Incentivos à 
Inovação Tecnológica (Lei Federal 11.196/2005). 
 
De outra forma, há a elisão que se caracteriza por fatos que não estão 
contemplados na legislação, as chamadas lacunas na lei. Esta forma de elisão 
ocorre quando o legislador não abrange todas as possibilidades de incidência de 
um tributo, ou seja, quando ocorrem as chamadas brechas na lei, podendo assim 
ser apresentados questionamentos jurídicos e éticos em sua avaliação. 
Para a ocorrência da elisão tributária e o seu devido planejamento é 
necessário a adoção de dois critérios: O critério cronológico e o critério da licitude 
dos meios utilizados. 
 
http://www.portaltributario.com.br/legislacao/lei11196.htm
29 
 
3.8.1 Critério cronológico de elisão fiscal 
 
Tratando-se de uma figura do planejamento tributário, a elisão, ocorre, por 
conseguinte, anteriormente da realização da hipótese de incidência do tributo (fato 
gerador). Já a prática de evasão, se dá simultaneamente com a ocorrência do fato, 
ou após esta. 
Sobre o critério cronológico de elisão, o importante é saber se o 
procedimento adotado pelo contribuinte para fugir ao tributo ou eliminá-lo, mesmo 
que parcialmente, é um comportamento lícito ou ilícito, ou seja, a principal questão 
que deve ser enfrentada é a de saber se em determinado caso ocorreu, ou não, o 
fato gerador da obrigação tributária. Caso sim, trata-se de evasão, ou fraude ao 
fisco, e caso não, elisão. 
 
De acordo com a norma jurídica o crédito tributário a favor do Estado só 
ocorre quando da realização do fato gerador. Dessa forma caso o fato seja evitado 
sem transgredir a lei, não haverá como tributar o contribuinte, pois este não terá 
praticado o ato que a lei qualifica como gerador do dever de pagar. 
 
Algumas atitudes que nem sempre requerem um planejamento muito amplo 
podem fazer com que a tributação de uma empresa diminua consideravelmente, 
como verificar qual a melhor forma de aproveitamento de créditos tributários e se há 
créditos pendentes que possam ser compensados ou restituídos, negociar a melhor 
data de pagamento a um fornecedor, troca de consumo de energia elétrica da 
fábrica por energia solar, melhor forma de depreciação do seu ativo etc. 
 
3.8.2 Critério da licitude dos meios utilizados 
 
Conforme já mencionado, juntamente ao aspecto temporal deve-se analisar 
se os atos praticados pelo contribuinte estão de acordo com a ordem jurídica 
vigente. Diante dos princípios da legalidade e especificidade, será considerado lícito 
todo o procedimento que busque a economia de tributos, desde que não seja 
vedado pelo legislador. Dessa forma, a partir da junção dos dois critérios 
mencionados (cronológico e licitude dos fatos), é que será realizada a distinção 
entre os fatos que constituem elisão ou evasão fiscal. 
30 
 
 
Como diversos exemplos de elisão fiscal, temos uma empresa que muda sua 
sede para ter uma alíquota mais baixa não está descumprindo a lei, mesmo que 
isso seja apenas para reduzir o imposto; o caso de uma sociedade que paga seus 
sócios com divisão de lucros e não pró-labore, não há lei que impeça isso, mesmo 
que o mais adequado seja usar essa função para os salários dos envolvidos; Já 
para uma pequena empresa, considerando o Simples Nacional, existem atividades 
específicas que se beneficiam mais com o regime como o Lucro Real ou Lucro 
Presumido e, nesse caso, um contador poderá orientar a melhor opção; Outro 
exemplo é aproveitar incentivos fiscais, como o caso da lei de incentivo à cultura. 
A forma mais conhecida de elisão fiscal é o planejamento tributário realizado 
de forma correta, onde chega-se à melhor forma de tributação para a empresa 
durante determinado exercício, seja Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples 
Nacional. 
Há várias formas de fazer planejamento tributário e, portanto, obter a 
economia fiscal materializando a elisão fiscal. Podemos citar a criação de holding, 
mais precisamente uma holding patrimonial, que seria uma empresa que permitiria 
a uma pessoa física reduzir sua carga tributária, e lhe conferir retorno de capital sob 
a forma de lucros e dividendos, sem tributação. Teríamos também, como dito, a 
instalação de empresas em áreas do interesse do governo que oferte redução ou 
eliminação de tributos para as empresas que nessas áreas venham a se instalar. 
Ou ainda na indústria, a utilização do drawback, que é a permissão legal concedida 
aos exportadores de internalizarem produtos com isenção de impostos, desde que 
esses produtos venham servir como insumos, ou agreguem valor para os produtos 
exportados por essas empresas exportadoras. Drawback é uma palavra inglesa 
utilizada internacionalmente para designar a devolução de impostos alfandegários 
pagos por mercadorias importadas e que serão exportadas para um terceiro país”. 
Enfim, há uma série de formas de conseguir a elisão fiscal através de um 
planejamento tributário. 
Uma situação muito comum que poderia ilustrar bem o sentido de economia 
fiscal gerado pelo planejamento tributário seria a circunstância de uma empresa 
que no final do ano-calendário em curso, que fez opção pelo critério de apuração 
31 
 
pelo lucro presumido, conforme previsto no Regulamento do Imposto de Renda 
RIR/18 Decreto nº 9.580/18, de 22 de novembro de 2018, em que projeta seu 
resultado contábil para o próximo ano e depare com uma situação de prejuízo 
contábil ao deduzir seus custos e despesas projetadas das receitas esperadas para 
o ano seguinte. Ora, caso a empresa insista na manutenção do referido critério, 
mesmo que aufira prejuízo, irá pagar o Imposto de Renda e a Contribuição Social, 
uma vez que sua base de cálculo para essa opção será o faturamento e não o 
lucro. Caso opte pela faculdade legal de apuração do Imposto de Renda a pagar 
pelo critério de apuração do Lucro Real, conforme previsto no Regulamento do 
Imposto de Renda, estará em verdade, executando um procedimento do 
planejamento tributário, e nada terá a pagar, pois nesse critério tem-se a previsão 
legal do lucro contábil como base de cálculo do Imposto de Renda e da 
Contribuição Social a pagar. Logo em uma situação de prejuízo nada teria que 
desembolsar para pagar os referidos tributos. Por exemplo: Empresa que venha 
obter um faturamento no ano-calendário de 1 milhão de Reais, e auferiu prejuízo de 
50 mil Reais. Pela legislaçãoatual, ao optar pelo lucro presumido, calculará sua 
base de cálculo para o Imposto de Renda a uma alíquota de 8% incidente sobre o 
faturamento que se traduziria numa base de 80 mil Reais que, por sua vez, 
sofreriam a aplicação da alíquota de Imposto de Renda de 15%. Portanto, tendo a 
obrigação de recolher no final do ano aos cofres públicos o valor de 12 mil Reais. 
Se essa mesma empresa utilizasse o planejamento tributário e fizesse uma 
previsão de seus custos e despesas, e constatasse que somariam 1.050.000 Reais 
gerando um prejuízo contábil, de 50 mil Reais e previamente escolhesse no início 
do ano a apuração pelo lucro real para determinar sua base de cálculo de apuração 
do Imposto de Renda a pagar – ressalte-se que essa escolha é feita 
obrigatoriamente no início do ano-calendário e não pode ser alterada ao longo dele 
– nada deveria recolher aos cofres públicos, pois a previsão legal para esse critério 
de apuração identifica o lucro contábil (ao invés do faturamento) como a base de 
apuração do imposto a pagar. Como não houve lucro e sim prejuízo, nada terá que 
pagar e ainda terá o direito de utilizar o prejuízo para abater até 30% do imposto a 
pagar nos próximos exercícios dos eventuais lucros a que venha auferir, conforme 
preconiza a Lei Federal nº 8.981/1995 em seu artigo 42 e com previsão no RIR/18, 
do artigo 579 a 586. 
32 
 
3.8.3 Princípios constitucionais do Art. 151 da Constituição Federal 
Diz o Art. 151 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1998:
 
Art. 151. É vedado à União: 
 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o 
território nacional ou que implique distinção ou 
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão 
de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio 
do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes 
regiões do País; 
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como 
a remuneração e os proventos dos respectivos agentes 
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas 
obrigações e para seus agentes; 
III - instituir isenções de tributos da competência dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 
 
O art. 151, I, CF, traz à tona o princípio da uniformidade geográfica da 
tributação, de modo que é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em 
todo o Território Nacional ou que implique em distinção ou preferência em relação 
ao Estado, ao DF ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de 
incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento 
socioeconômico entre as diferentes regiões do País. Como se sabe princípios 
constitucionais são valores e diretrizes consagradas pelo Texto Constitucional de 
modo a orientar a interpretação da Constituição, a elaboração e a aplicação de 
normas constitucionais ou infraconstitucionais. Por sua vez, imunidade tributária 
corresponde a uma hipótese de não incidência de determinado tributo 
constitucionalmente qualificada, isto é, atua diretamente na exclusão de um fato 
gerador da competência tributária de determinado ente. Já a isenção corresponde a 
33 
 
hipótese de não incidência de determinado tributo legalmente qualificada, atuando 
no âmbito da capacidade tributária ativa, ou seja, o ente tem competência 
constitucional para tributar, mas não o faz em razão de a hipótese ser excluída por 
expressa previsão legal. Tendo isso em mente, é possível verificar que o art. 151, I, 
CF, não traz qualquer previsão no sentido de exclusão de determinado fato gerador 
da competência tributária da União, mas age como verdadeiro norte para guiar o 
legislador infraconstitucional na discricionariedade tributária. 
3.9 EVASÃO FISCAL 
 
Contrário ao conceito de elisão, a evasão fiscal consiste em qualquer 
procedimento que objetive evitar, retardar ou reduzir determinado tributo fazendo 
uso de métodos que consistam em lesão ilícita ao fisco de forma deliberada ou por 
negligência. Na evasão fiscal a irregularidade se dá no momento ou após a 
ocorrência do fato gerador do tributo. 
 
Sobre a diferença entre elisão e evasão Amaro (2020, p. 238) transcreve: 
O divisor de águas entre a evasão (ilegal) e a elisão parte realmente da 
consideração de que, na primeira, o indivíduo se utiliza de meios ilícitos para fugir 
ao pagamento de tributo, e, no segundo caso, trilharia caminhos lícitos. A diferença 
reside, portanto, na licitude ou ilicitude dos procedimentos ou dos instrumentos 
adotados pelo indivíduo. 
 
Seguindo esse raciocínio, é possível afirmar que o mau planejamento 
tributário, redunda em evasão fiscal, que é a redução da carga tributária 
descumprindo determinações legais e que são classificadas como crime de 
sonegação fiscal. 
 
A evasão é um procedimento que não encontra muitas divergências de 
opinião por parte dos doutrinadores. Dessa forma a evasão fiscal, ou ato ilícito 
tributário é aquele comportamento do contribuinte, que muitas vezes forja 
determinada situação, para que haja economia de tributos infringindo a lei. Este 
procedimento pode ser caracterizado pelos crimes de sonegação, fraude e conluio. 
Crimes estes que podem abalar consideravelmente a economia de um país. 
34 
 
 
As infrações fiscais podem ainda ser classificadas em razão de natureza e 
em função do grau de culpabilidade. 
 
Com relação à classificação da infração fiscal, esta será substancial quando 
um dos sujeitos desatender elementos da obrigação principal. Dessa forma a 
ilicitude do ato pode ser tanto do sujeito passivo, com a omissão no pagamento de 
determinado tributo, como também pelo sujeito ativo com sua omissão de exigir ou 
cometendo excesso na cobrança destes. 
 
A infração pode ainda ser ainda classificada como formal, que é quando um 
dos sujeitos age contra a forma prescrita, isto é, contra os requisitos de 
procedimento, as chamadas formalidades regulamentares. 
 
Feita esta divisão, poderemos verificar ainda que as infrações substanciais 
vão atingir diretamente o poder de tributar, enquanto as infrações formais vão 
atingir diretamente o poder de regular. As infrações substanciais são punidas de 
modo a ser também indenizado o tributo não pago, ao passo que as infrações 
formais acarretam somente uma punição disciplinar. 
 
Quanto à culpabilidade, Nogueira (2019, p. 237) diz que para a ocorrência 
das infrações regulamentares ou formais, como dos substanciais, é preciso que 
tenha havido responsabilidade por parte do agente e então temos a divisão das 
infrações, segundo o grau de responsabilidade. Essas formas jurídicas da 
responsabilidade penal são, como o sabido, o dolo e a culpa, sendo formas de 
culpa: a negligência, a imprudência e a imperícia. 
 
Seguindo essa linha, o CTN registra em seu art. 136, que a responsabilidade 
por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do 
responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Dessa forma, 
não é necessário que o crime cometido contra a Fazenda Pública tenha sido de 
forma dolosa, e ainda que tenha resultado em um déficit ao Estado. Assim, se não 
houve intenção o crime fazendário será tratado como culposo e como doloso 
quando da intenção prévia em praticar a irregularidade fiscal. 
35 
 
 
As infrações culposas ocorrem por negligência, imprudência ou imperícia, 
quando o infrator não teve intenção, mas por ela é responsável. Um exemplo de 
infração formal culposa: um comerciante, ao vender um produto sujeito ao ICMS, 
por meio de um funcionário, e este emite nota fiscal de modelo incorreto. Ocorrerá 
uma infração regulamentar, da qual ele é o responsável porque foi praticada por 
seu empregado e o comerciante responde nesse caso pelo ato do seu subordinado, 
por culpa: foi ele que escolheu o empregado, a ele incumbia fiscalizar seu 
empregado.Um exemplo de infração substancial culposa: o contribuinte obrigado a 
pagar um tributo o paga erradamente, seja por erro de cálculo, de interpretação sua 
etc. 
 
Infrações dolosas acontecem quando o infrator age deliberadamente contra a 
lei, com intenção de conseguir o evento. Exemplo de infração dolosa formal: o 
contribuinte utiliza um modelo ilegal de nota fiscal e, depois de condenado 
definitivamente, se obstina no uso do mesmo modelo. Revela deliberação de 
infringir a formalidade legal. Exemplo de infração dolosa substancial – no intuito de 
impedir a própria fiscalização e sonegar o imposto, um contribuinte que oculta 
mercadorias não seladas. 
 
3.9.1 Formas de evasão fiscal 
 
De acordo com disposição dos artigos 71, 72 e 73 da Lei Federal 4.502/64, 
as infrações dolosas são divididas em três tipos: Sonegação, Fraude e Conluio. 
 
3.9.1.1 Sonegação fiscal 
 
Para definir o conceito de sonegação a Lei 4.502/64 o fez da seguinte forma: 
 
Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa 
tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o 
conhecimento por parte da autoridade fazendária: I - da 
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, 
sua natureza ou circunstâncias materiais; II - das condições 
36 
 
pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação 
tributária principal ou o crédito tributário correspondente. 
 
A sonegação é a ocultação do fato gerador pelo contribuinte com a intenção 
de não pagar o tributo devido, consistindo em crime fiscal. 
Um dos maiores problemas enfrentados pelo nosso país é a informalidade. 
Esta é causadora de um enorme desequilíbrio no sistema tributário e nas leis de 
mercado. A venda de mercadorias sem a emissão de qualquer documento fiscal é 
um dos exemplos mais comum do crime de sonegação fiscal. Ocorre o fato gerador 
da obrigação principal, que é a circulação da mercadoria (fato gerador de ICMS), 
porém não há o recolhimento do imposto por parte do contribuinte de forma 
intencional. Fato é que muitas empresas se utilizam deste meio ilícito para reduzir 
seus impostos porque sabem que não há uma fiscalização rigorosa por parte dos 
entes competentes, principalmente nas pequenas empresas. Apesar das pequenas 
empresas não gerarem lucros significativos em relação às gigantes multinacionais, 
mas se formos considerá-las num todo, representam uma fatia bastante significativa 
do mercado. 
 
Uma grande dificuldade encontrada e que infelizmente é uma realidade 
quando da arrecadação de tributos é que muitas das chamadas pequenas 
empresas não pagam qualquer tipo de tributo devido, ou o mínimo possível. Dessa 
forma ao vender seus produtos, estes pequenos empresários praticam preços 
menores, o que acaba prejudicando as empresas concorrentes que agem dentro da 
formalidade legal e consequentemente a arrecadação de tributos pela Fazenda 
Pública, o que acaba sendo um “tiro no pé”, pois quando os cofres públicos não 
atingem, ou não recolhem, o valor esperado, o governo é incentivado a tomar iniciativas 
para preencher as lacunas financeiras existentes, e isso pode causar o aumento de outros 
tributos, o que posteriormente também vai impactar diretamente nos produtos e serviços, e 
essa “bola de neve” não para por aí. 
 
Com produtos e serviços mais caros, o dinheiro acaba tendo menos valor e isso 
impacta tanto no consumidor final quanto nos fornecedores e tem resquícios também em 
outros segmentos que, por exemplo, utilizam da mesma matéria prima para produzir. 
 
37 
 
Vale lembrar também que caso a organização seja enquadrada no crime de 
Sonegação Fiscal, ela pode se desestabilizar de tal maneira a ponto de deixar de operar e 
ter de fechar suas portas. As sanções previstas incluem multas pesadas que podem 
chegar a 10 vezes o valor dos tributos sonegados, o que pode levá-la à falência. 
3.9.1.2 Fraude 
 
Seguindo a mesma Lei citada, temos em seu art. 72 o 
conceito de fraude: Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão 
dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a 
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou 
a excluir ou modificar as suas características essenciais, de 
modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou 
diferir o seu pagamento. 
 
 
Fraude é uma ação ilícita e desonesta, caracterizada pela falsificação de 
produtos, documentos, marcas etc. O propósito da fraude é o de enganar outras 
pessoas para garantir benefício próprio ou para terceiros. 
 
Termo oriundo do latim fraudis (má-fé, engano), corresponde a atos como 
falsificação ou adulteração de documentos de ordem fiscal, como notas, faturas de 
pagamento, livros e declarações etc., fazendo com que o contribuinte suprima, 
reduza ou postergue o montante de tributos a ser pago. Ou seja, utiliza de meios 
ilícitos para diminuir o valor do tributo pago. 
 
Um caso de fraude que ficou bastante conhecido e com bastante 
repercussão na imprensa, foi o que envolveu a loja de Daslu, onde a empresa 
deixou de pagar aproximadamente R$ 22 milhões em ICMS, seja pela não emissão 
de nota fiscal ou pela ausência de informação à repartição fazendária competente. 
(ANEXO I). 
 
3.9.1.3 Conluio 
 
38 
 
O terceiro tipo de evasão é o Conluio, definido assim pela mesma Lei em seu 
Art. 73: “Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, 
visando qualquer dos efeitos referidos nos Arts. 71 e 72”. 
Este tipo de evasão é caracterizado pela união de duas ou mais pessoas 
(físicas ou jurídicas) que se juntam para a prática de lesão ao fisco, podendo ser 
tanto por sonegação quanto por fraude. Essa reunião ou grupo tem objetivos e 
desejos maléficos, gananciosos ou mesquinhos, e que normalmente prejudicam 
outros grupos ou indivíduos, agindo contra as leis judiciais ou os princípios da moral 
e ética. 
 
Algo relativamente corriqueiro é o conluio envolvendo licitações envolvendo 
entidades públicas, como pode ser visto no ANEXO II, onde a prefeitura de 
Rondonópolis - MT contratou serviços de uma pequena gráfica por R$ 3 milhões. 
 
3.10 PRINCIPAIS TIPOS DE SONEGAÇÃO FISCAL OU FRAUDE FISCAL 
 
Segundo estudo recentemente realizado pelo Instituto Brasileiro de 
Planejamento Tributário (IBPT), o Brasil deixa de arrecadar mais de R$ 417 bilhões 
por ano com impostos, devido às sonegações de empresas. Tal montante significa 
cerca de R$ 2,33 trilhões não declarados pelas empresas por ano. (ANEXO III) 
 
Pesquisas recentes realizadas pelo Instituo Brasileiro de Planejamento 
Tributário (IBPT) indicam que existem grandes indícios de sonegação de tributos 
em 16% das empresas de grande porte, 31% das médias empresas e de 47% das 
pequenas empresas. Indicam ainda que os maiores sonegadores de tributos 
federais são as empresas do ramo industrial, seguida pelas empresas do ramo 
financeiro e pelas prestadoras de serviço. 
 
Apesar da sonegação de tributos atingir números grandiosos, tal pratica tem 
apresentado redução em seus números conforme gráfico disposto abaixo e no 
ANEXO IV: 
39 
 
 
 Para que haja uma redução em seus tributos devidos, os contribuintes que 
agem ilicitamente utilizam-se das mais diversas manobras de fraude e sonegação, 
dentre as mais comuns: 
 
a) Venda sem nota; venda com “meia nota; venda com 
“calçamento” de nota; duplicidade de numeração de nota fiscal: 
 
Além do risco da interceptação no trânsito das mercadorias, surge 
o problema dos valores recebidos pelas vendas destes produtos. 
Depósitos em conta corrente da empresa, do sócio ou da pessoa ligada 
são facilmente detectáveis pelo fisco através de que quebra legal de sigilo 
bancário. Uma fiscalização eficiente pode constatar um “furo” nos 
estoques, através de levantamento físico, evidenciando a prática de 
sonegação fiscal. Até mesmo uma simples verificação do conhecimento 
de transporte (frete) que acompanha a mercadoria permite ao fisco 
verificar se há divergênciade valores entre aquele e a nota fiscal. 
 
b) “Compra” de notas fiscais: 
 
Principalmente as prefeituras efetuam comparações de 
documentos lançados em uma empresa com o valor efetivamente 
registrado pela emitente do documento fiscal. Através de seus controles, 
a Receita Federal levanta a situação da emitente, pois caso haja alguma 
irregularidade (CNPJ cancelado, falta de declaração etc.) ela estornará a 
40 
 
despesa. Nos casos de dúvidas sobre a efetiva aquisição do bem, 
mercadoria ou serviço pela empresa, pode ainda ser exigido o 
comprovante do efetivo pagamento como um recibo, duplicada paga etc. 
Como precaução, a empresa deve obter informações sobre o seu 
fornecedor junto aos fiscos federal, estadual e municipal. 
 
c) Passivo fictício ou saldo negativo de caixa: 
 
 Neste caso presume-se a omissão da receita, cabendo ao 
contribuinte o ônus da prova contrária. Costuma-se forjar contratos de 
mútuos nessas ocasiões para registrar a entrada de numerários através 
de empréstimos fictícios, em substituição à receita. Ocorre que, em 
muitos casos, o mutuante, principalmente quando é pessoa física, não 
possui recursos disponíveis para adquirir algum empréstimo, o que é 
facilmente comprovável através da análise da declaração da renda ou da 
movimentação bancária deste. 
 
d) Acréscimo patrimonial a descoberto (do sócio): 
 
Também caracterizada pela omissão de receita da empresa 
quando ocorre acréscimo patrimonial do sócio, sem que este possua 
recursos disponíveis, desde que a empresa seja sua única fonte de 
renda. 
 
e) Deixar de recolher tributos descontados de terceiros: 
 
 Na condição de sujeito passivo, também constitui crime tributário 
não recolher os tributos descontados ou retidos de terceiros. Além de 
ocorrer a sonegação, há a apropriação indébita, prevista no art. 168 do 
Código Penal. 
 
f) Saldo de caixa elevado: 
 
41 
 
Constitui distribuição disfarçada de lucros ao sócio a existência de 
saldo de caixa elevado, desnecessário em relação à movimentação 
financeira da empresa, ou sem motivo que possa justificá-lo. É 
recomendável a contabilização em separado dos cheques pré-datados, 
cheques em cobrança e vales. Justifica-se o saldo elevado em caixa 
relativo ao produto da venda dos últimos dias do ano, principalmente 
quando ocorrem feriados. 
 
g) Distribuição disfarçada de lucros: 
 
 Inúmeras são as situações que podem caracterizar a distribuição 
disfarçada de lucros em negócios entre empresa e sócios ou pessoas 
ligadas (acionistas, dirigentes, seus parentes ou dependentes), dentre os 
quais destacaremos os mais significativos: 
a. Alienação de bem ou direito ao sócio ou pessoa ligada por 
valor notoriamente inferior ao de mercado; 
b. Aluguel ou serviços pagos a sócio ou pessoa ligada cujos 
valores excedam aos praticados pelo mercado em situações similares; 
c. Empréstimos a sócios ou despesas ligadas em condições 
prejudiciais à empresa, ou com vantagens não praticadas 
normalmente pelo mercado; 
 
d. Multas exorbitantes ou perda de sinal de negócio previstas 
em contrato, não cumprido, com sócios ou pessoas ligadas; 
e. Pagamento de despesas particular de sócios; 
. Doações irregulares; 
g. Doações efetuadas a entidades não habilitadas ou cujo valor 
do comprovante seja superior ao efetivamente doado. 
 
3.10.1 Riscos e implicações 
 
 Demonstradas as principais maneiras utilizadas para se fraudar 
tributos, vejamos agora suas principais implicações no que diz 
respeito aos riscos por quem o pratica e suas consequências: 
42 
 
 
a) Responsabilidade solidária 
 
 Todo ato praticado que originar autuação fiscal acarretará 
responsabilidade solidária do sócio. Entretanto, qualquer pessoa que 
contribuir para o ato ilícito será responsabilizada, como diretores, 
contador etc. 
 
b) Com a edição da Lei Federal 8.137/90, além da 
responsabilidade tributária, a sonegação foi caracterizada como crime 
contra a ordem tributária. Quando constatado o crime de sonegação 
fiscal, cabe o pedido de instauração do Processo Criminal. 
 
c) Indisponibilidade de bens 
 
 A autoridade fiscal deve enviar o processo para o Ministério 
Público, para que este possa solicitar ao Poder Judiciário a 
indisponibilidade dos bens dos sócios ou de quaisquer outros que 
tenham contribuído para ocorrência da ilicitude tributária. 
 
d) Fiscalização unificada 
Já ocorre atualmente que, após uma fiscalização efetuada por 
um órgão, haja comunicação de fraudes constatadas aos demais 
agentes fiscalizadores. Dessa forma, caso a Receita Federal descubra 
uma irregularidade que acarrete perdas à Secretaria Municipal de 
Fazenda (ISS), esta será comunicada. 
 
e) Multas 
 
As multas por sonegação, em qualquer tipo de tributo, são 
elevadíssimas, podendo chegar até 225%, além das demais 
implicações. 
 
 
43 
 
3.11 CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 
 
Coube ao artigo 137 do CTN, discriminar a responsabilidade objetiva pelas 
infrações tributárias, como podemos ver: 
 
A responsabilidade é pessoal ao agente: 
 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como 
crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no 
exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou 
emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por 
quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo 
específico do agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e 
exclusivamente de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas 
por quem respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra 
seus mandantes, preponentes ou empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de 
pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 
 
A lei 8137/90 trata dos Crimes Contra a Ordem Tributária. Nela, o legislador, 
em seus artigos 1° e 2°, procurou não só tipificar os crimes como também as penas 
aplicáveis àqueles que causarem danos à Fazenda Pública, conforme texto: 
 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem 
tributária suprimir ou reduzir tributo, ou 
contribuição social e qualquer acessório, 
mediante as seguintes condutas: I - omitir 
informação, ou prestar declaração falsa às 
autoridades fazendárias; II - fraudar a 
fiscalização tributária, inserindo elementos 
44 
 
inexatos, ou omitindo operação de qualquer 
natureza, em documento ou livro exigido 
pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota 
fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou 
qualquer outro documento relativo à 
operação tributável; IV - elaborar, distribuir, 
fornecer, emitir ou utilizar documento que 
saiba ou deva saber falso ou inexato; V - 
negar ou deixar de fornecer, quando 
obrigatório, nota fiscal ou documento 
equivalente, relativa a venda de mercadoria 
ou prestação de serviço, efetivamente 
realizada, ou fornecê-la em desacordo com 
a legislação. Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 
(cinco) anos, e multa. Parágrafo único. A 
falta de atendimento da exigência da 
autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que 
poderá ser convertido em horas em razão 
da maior ou menor complexidade da 
matéria ou da dificuldade quanto ao 
atendimento da exigência, caracteriza a 
infração prevista no inciso V. 
Art. 2° Constitui crime da mesma 
natureza I - fazer declaração falsa ou omitir 
declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou 
empregar outra fraude, para eximir-se, total 
ou parcialmente, de pagamento de tributo; II 
- deixar de recolher, no prazo legal, valor de 
tributo ou de contribuição social, 
descontado ou cobrado, na qualidade de 
sujeito passivo de obrigação e que deveria 
recolher aos cofres públicos; III - exigir, 
pagar ou receber, para si ou para o 
contribuinte beneficiário, qualquer 
45 
 
percentagem sobre a parcela dedutível ou 
deduzida de imposto ou de contribuição 
como incentivo fiscal; IV - deixar de aplicar, 
ou aplicar em desacordocom o estatuído, 
incentivo fiscal ou parcelas de imposto 
liberadas por órgão ou entidade de 
desenvolvimento; V - utilizar ou divulgar 
programa de processamento de dados que 
permita ao sujeito passivo da obrigação 
tributária possuir informação contábil 
diversa daquela que é, por lei, fornecida à 
Fazenda Pública. 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 
2 (dois) anos, e multa. 
 
As condutas definidas como crimes contra a ordem tributária só serão 
puníveis quando praticadas com dolo direto, isto é, quando o sujeito ativo da 
conduta descrita na norma penal age querendo produzir o resultado descrito no tipo 
ou assume o risco de produzi-lo (dolo eventual). Logo, não será punível a conduta 
que vier a produzir o fato típico descrito na lei, se ela deriva de imprudência, 
negligência ou imperícia, isto é, quando a conduta que produz o resultado é 
praticada sem culpa. 
 
Neste sentido, temos o entendimento do mestre Edmar Oliveira Andrade 
Filho que pensa que a lei pune a falta que decorre da adoção de meios fraudulentos 
(definidos em lei) para supressão ou redução de tributo devido e não a mera 
supressão ou redução deste. Acredita ainda, que é preciso dois requisitos nos 
crimes fiscais. O primeiro o dolo. O segundo é o resultado, afirmando, de tal modo, 
que são crimes materiais e não de mera conduta. 
 
4 Conclusão. Recomendação e sugestão 
 
4.1 Conclusão 
46 
 
 
O material apresentado teve como objetivo aumentar o conhecimento sobre 
o planejamento tributário de uma empresa dentro das normas legais. Assim, foram 
abordados conceitos importantes para aqueles que desejam obter vantagem com 
relação a sua carga fiscal sem infringir a legislação vigente, ou seja, atuando de 
forma lícita. 
Após passar por assuntos relevantes para uma melhor compreensão do 
tema principal exposto, chegou-se aos conceitos de evasão e elisão tributária. 
Onde o primeiro referiu-se a um planejamento que utiliza os mais diversos meios 
legais para que a carga tributária incidente sobre o contribuinte não exista, diminua 
ou seja postergada. O segundo foi aquele que de forma intencional ou não, o 
responsável pelo tributo infringe as leis para que se tenha um valor menor a pagar, 
consistindo em crime contra a Fazenda Pública. 
Diante da complexidade do nosso Sistema Tributário, fato é que a própria lei 
se contradiz em diversas situações e que os mais renomados doutrinadores 
divergem constantemente em suas opiniões, torna-se consideravelmente complexa 
a realização de um eficiente planejamento para pagamento de tributos. Para isto é 
necessário um profundo conhecimento sobre a atividade da empresa, seus 
fornecedores e clientes e os prazos para recebimentos e pagamentos de valores 
por parte destes. Não só o âmbito jurídico, mas também toda a operacionalidade da 
empresa precisa ser estudada antes que se realize este tipo de planejamento, visto 
que o eficiente planejamento é aquele que ocorre antes do fato gerador do tributo. 
 
4.2 Recomendações 
 
O trabalho apresentado teve o objetivo de demonstrar o quanto o 
planejamento tributário é primordial para um resultado financeiro final da 
companhia. O assunto é não só extremamente importante como vasto e complexo, 
visto que o planejador precisa ter amplo conhecimento das legislações vigentes 
para que não acabe cometendo um crime contra a ordem tributária. 
 
Como sugestão a trabalhos futuros indica-se o estudo aprofundado, como o 
aqui desenvolvido, referente às legislações específicas voltadas ao planejamento 
tributário. 
47 
 
 
4.3 Sugestões para Futuras Pesquisas 
 
Essa monografia não esgotou o tema pesquisado. Assim sendo, sugiro um 
futuras pesquisas de planejamento tributário voltadas para a área da indústria e 
comércio. 
 
48 
 
5 Referências bibliográficas: 
 
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19/09/2021 
 
 
RICCA, José Luiz. Sebrae: O jovem empreendedor. Estudos Avançados, v. 
18, n. 51, p. 69-75, 2004. 
 
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