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AGENTES ANTIVIRAIS E CITOSTÁTICOS Prof. MSc. Raul Araújo Jr. Vírus Estruturas subcelulares ou acelulares Ciclo de replicação exclusivamente intracelular Nenhum metabolismo ativo fora da célula hospedeira Constituído de um ácido nucleico (DNA ou RNA) envolvido por uma capa proteica, o capsídeo. Vírus: Mocinho ou vilão?? Ácidos nucleicos Ligação fosfodiéster 5’ – 3’ Ácidos nucleicos Etapas da replicação 1. Adsorção 2. Penetração 3. Desnudamento 4. Expressão gênica (transcrição e tradução) 5. Replicação do genoma 6. Morfogênese / maturação 7. Egresso São processos que ocorrem com os ácidos nucléicos e que são essenciais para o funcionamento das nossas células. 1) A replicação é a duplicação do DNA, devido constante divisão celular, e como todas as células somáticas possuem a mesma quantidade de DNA, precisamos sempre duplica-lo antes da célula se dividir. Primeiramente, ocorre o rompimento das ligações de hidrogênio entre as bases nitrogenadas dos nucleotídeos, pela ação da DNA helicase, separando as duas fitas. As DNA polimerases se ligam aos nucleotídeos obedecendo às regras de pareamento entre as bases nitrogenadas. Replicação, transcrição e tradução 2) A transcrição é um processo onde a informação sai do genoma de DNA para a formação de RNA mensageiro (mRNA), pela ação da enzima RNA polimerase, para produção de novas proteínas. 3) A Tradução ocorre nos ribossomos, livres ou no retículo endoplasmático. As moléculas de mRNA se ligam as moleculas de RNA transportador tRNA, onde uma sequência de aminoácidos vai gerar a proteína. Replicação, transcrição e tradução Replicação, transcrição e tradução Replicação, transcrição e tradução Fármacos Anti-virais Inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa: inibição da enzima transcriptase viral, impedindo sua duplicação. Inibidores não nucleosídicos: inibição da enzima transcriptase viral. Inibidores da protease: Inibição da protease viral inibindo a produção de novos vírus. Inibidores da DNA-polimerase: inibição da síntese e alongamento do DNA viral. Inibidores da liberação e desmontagem viral: Inibição da neuraminidase viral, fazendo com que os vírions recém-sintetizados permaneçam fixados à célula hospedeira. Inibidores da fusão do HIV: Inibição da ligação do vírus aos linfócitos CD4. Imunomoduladores: Ativação de cascatas de sinalização que levam à produção de proteínas antivirais, impedindo a tradução nas células infectadas pelos vírus. Fármacos Anti-virais Inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa Inibem a síntese de DNA mediada pela enzima viral que transcreve RNA viral em DNA. Os análogos de nucleosídeos se assemelham aos ligantes naturais que constroem a cadeia de: análogos purínicos de adenosina (A) e guanidina (G) e os análogos pirimidínicos de timina (T) e citosina (C). Precisam primeiramente sofrer fosforilação intracelular que os converte em sua forma 5’-trifosfato, atuando assim como inibidor competitivo com os Nucleosídeos fisiológicos, diferindo deles numa simples alteração numa molécula de açúcar. Pelo fato da transcriptase reversa não conseguir distinguir os ITRNs fosforilados dos nucleotídeos naturais, ela tenta utilizá-los na síntese de DNA viral. Inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa Análogos Zidovudina (AZT) Grupo azida Primeiro agente antiretroviral efetivo (1987) Potente contra HIV-1 e HIV-2, EBV Bloqueio da síntese da cadeia de DNA pois não tem o grupo –OH na posição 3 da Pentose O que falta para ele ser de fato parecido com um nucleotídeo????? Inibidores não-nucleosídicos da transcriptase reversa Agem via inibição direta, ligando-se diretamente e de forma não competitiva à enzima numa região próxima do local de ligação do substrato para os nucleosídeos. Em contraste com os ITRNs, sua principal vantagem é que não necessitam de uma etapa inicial de ativação intracelular, ou seja, fosforilação. Os complexos resultantes bloqueiam o local de ativação-catalização da transcriptase reversa, o que diminui a ligação a poucos nucleosídeos reduzindo drasticamente a polimerização. Inibidores não-nucleosídicos da transcriptase reversa Inibidores da Protease Para o vírus se tornar infeccioso é necessário que ele produza novas proteínas virais e estes inibidores bloqueiam a protease interferindo em sua ação e inibindo a produção de novos vírus. A protease forma proteínas estruturais e funcionais responsáveis pela formação da estrutura de uma nova partícula do vírus. Inibidores de Protease Atazanavir (ATV) Darunavir (DRV) Fosamprenavir (FPV) Lopinavir (LPV) Nelfinavir (NFV) Ritonavir (RTV) Saquinavir (SQV) Tipranavir (TPV) Inibidores da Protease Grupo farmacofórico Hidroxietilamina Inibidores da DNA-polimerase Inibe a síntese do DNA viral e interrompe o alongamento de sua cadeia Análogos da Guanosina Tipos de modificações moleculares Associação molecular Associação de análogos mais complexos do protótipo, incorporando características do composto. 1 - Adição molecular: associação de grupamentos diferentes por forças fracas; Tipos de modificações moleculares 2 - Replicação molecular: associação de grupamentos idênticos através de formação de ligação covalente, se a associação for de dois grupos, teremos duplicação molecular. Tipos de modificações moleculares 3 - Hibridação molecular: associação de grupamentos diferentes ou mistos através de formação de ligação covalente. Tipos de modificações moleculares Dissociação molecular Consiste na síntese de análogo, mais simples do que o protótipo, sendo réplicas parciais. Aciclovir É um nucleosídeo análogo da Guanosina Estrutura Molecular: � grupo OH; � heteroátomo, oxigênio; � 2 anéis, um de 6 e outro de 5 membros, similar a Guanina; Composto sintético, cuja obtenção é dada pela simplificação molecular ou ainda por abertura de anel da guanosina. Por esse semelhança, os vírus não reconhecem as diferenças estruturais entre o aciclovir e a guanina e, desta maneira, um DNA falso é construído, propiciando a morte do vírus. Possui atividade contra os vírus do Herpes humano, Varicela, EBV e CMV. Bioativação do aciclovir O aciclovir atua como agente antiviral somente após sua fosforilação. Pro-fármacos de inibidores de polimerase Inibidores da liberação e desmontagem viral Inibição da neuraminidase viral, fazendo com que os vírions recém-sintetizados permaneçam fixados à célula hospedeira. Agentes citostáticos Inibição ou prevenção da multiplicação celular desordenada, retardando a evolução do tumor. Desempenha sua ação sobre uma parte das células que se encontram em processo de divisão celular, impedindo que o processo se finalize, causando a lise celular. Estes medicamentos são inespecíficos e podem atingir tanto as células neoplásicas como as células sadias. Neoplasia Ciclo celular Cre scim ent o ce lula r duplicação do material genético Síntese proteica Divisão celular Estágio de repouso Principais classes de Agentes citostáticos Antineoplásicos Supressão tumoral Agentes ciclo-celular específicos Agentes ciclo-celular não específicos Antimetabólitos Hormonais Produtos Naturais Alquilantes Complexos de Coordenação de Platina Os antineoplásicos são classificados pela estrutura química e função em nível celular Produtos naturais CCS – Cell Cycle-Specific CCNS – Cell Cycle-NonSpecific Alterações das propriedades físico-químicas da molécula Substituição isostérica Isosteros - são compostos ou grupos de átomos que têm o mesmo número e disposição de elétrons. Bioisosterismo Bioisósteros são grupos de átomos que apresentam propriedades biológicas similares da substância protótipo. Bioisosterismo refere-se somente ao grupo químico que substitui outro grupo em uma molécula bioativa, desde que não comprometa a atividade farmacológica. CCS - Antimetabólitos Análogos do ácido fólico - METOTREXATO Isóstero Permiteuma ligação por ponte de hidrogênio adicional com a enzima, aumentando a afinidade do fármaco com substrato. Artrite reumatoide, psoríase grave e câncer Metotrexato Agentes alquilantes Os agentes alquilantes reagem com os átomos de azotos (N) do anel e átomos de oxigénio das bases de DNA para gerar uma variedade de adutos covalentes que vão desde grupos metilo simples até alquilações complexas. Grupo alquil Agentes alquilantes Agentes alquilantes Mecanismo de alquilação Complexos de coordenação de platina O mecanismo de ação está relacionado com a inibição seletiva da síntese do DNA. As propriedades citotóxicas destes compostos, assim como de numerosos análogos, têm sido atribuídas à sua habilidade de formar ligações cruzadas do tipo interfilamentares como também intrafilamentares. Cisplatina Derivados da Cisplatina Carboplatina - Sua estrutura difere da estrutura da cisplatina pela presença de ligantes do tipo carboxilato no lugar dos ligantes abandonadores cloreto. O carboxilato confere maior solubilidade em água, comparado à cisplatina, reduzindo a toxicidade. Oxaliplatina - difere da cisplatina pela presença do grupo abandonador oxalato e do ligante carreador DACH (diaminociclohexano). Os adutos de platina formados neste caso não são reconhecidos pelo sistema de reparo do DNA, fazendo com que este fármaco seja ativo em linhagens de células resistentes à cisplatina.
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