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Paper Uniasselvi Introdução à Pesquisa

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5
A PESQUISA CIENTÍFICA NO BRASIL
	
1. O SURGIMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA NO BRASIL
A história da Ciência e da Técnica no Brasil se insere no contexto do desenvolvimento da ciência nos países coloniais. A exploração colonial do Novo Mundo exigiu um esforço científico inicial dos navegadores europeus no sentido de obter informações geográficas e produzir uma cartografia e, em seguida, de comunicar-se com os nativos e obter informações botânicas, zoológicas e mineralógicas (CARNEIRO, 2005).
Deve-se distinguir, no entanto, a produção de ciência da simples aplicação de uma técnica exógena, mesmo que esta realize um esforço criativo de adaptação e aproveitamento de recursos nativos (CARNEIRO, 2005). Assim, a ciência como geração de conhecimento só existirá no Novo Mundo a partir do século XIX. Desse modo, Carneiro (2005) trás que: 
A ausência de um desenvolvimento significativo nos países periféricos foi objeto de estudo de todos os que escreveram sobre as ciências na América Latina e no Brasil. Em 1976, Nancy Stepan publicou Gênese e Evolução da Ciência Brasileira, onde analisaria o papel pioneiro do Instituto Osvaldo Cruz e as razões da preponderância das ciências biomédicas no desenvolvimento científico brasileiro, que têm início de forma institucional moderna com as fazendas adaptadas de Manguinhos e do Butantã, dotadas de laboratórios capazes não só de produzir vacinas importadas como de praticar ciência experimental.
Conforme o autor citado acima, a ciência no Brasil colonial se viu ainda mais atrasada em relação ao resto da América Latina devido à sobrevivência em Portugal do escolastiquíssimo até as reformas pombalinas da segunda metade do XVIII.
No segundo pós-guerra, o Brasil conheceria uma ampliação de sua base industrial e o surgimento de um debate sobre a política científica. As questões candentes da realização da independência e do desenvolvimento econômico nacional exigiriam a autonomia tecnológica e a criação de polos de ciência. Em 1947, inseriu-se na constituição estadual paulista o percentual de 0,5% da arrecadação para a pesquisa científica (aumentada para 1% na constituição estadual de 1989). A comunidade científica começa sua articulação representativa com a criação da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em 1948 (entre outros, por José Reis e Maurício Rocha e Silva), a partir da decisão do governador de São Paulo Adhemar de Barros limitar a atividade do Instituto Butantã à produção de soros antiofídicos. A revista Ciência e Cultura, lançada em abril de 1949, será seguida, no mês de outubro, da primeira reunião, em Campinas com 104 participantes. Na década de 50, a SBPC terá importante papel na discussão da LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e numa polêmica com o governo federal acerca da necessidade de uma política científica que estimulasse a ciência básica, além da aplicada. Em 15/01/1951 é criado o Conselho Nacional de Pesquisas, e seu primeiro presidente foi o vice-almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva Um marco para a física no Brasil é a constituição, em 1949, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, dirigido por Cesar Lattes, que irá realizar pesquisas sobre raios cósmicos na Bolívia e estudos pioneiros sobre o méson pi artificial (CARNEIRO, 2005, p. 96).
Em detrimento ao autor, Cervo (2002), afirma que o conhecimento científico era caracterizado como: 
a) Certo, porque sabia explicar os motivos de sua certeza, o que não acontecia com o conhecimento empírico. 
b) Geral, no sentido de conhecer no real o que há de mais universal e válido para todos os casos da mesma espécie. 
c) Metódico e sistemático, já que o cientista não ignorava que os seres e os fatos estavam ligados entre si por certas relações e seu objetivo era encontrar e reproduzir esse encadeamento, o qual alcançava por meio do conhecimento ordenado de leis e princípios.
Conforme Cervo (2002), a essas características acrescentam-se outras propriedades da ciência, como a objetividade, o interesse intelectual e o espírito crítico. A ciência, assim entendida, era o resultado da demonstração e da experimentação, e só aceitava o que fosse provado. Hoje, a concepção de ciência é outra. A ciência não é considerada algo pronto, acabado ou definitivo. Não é a posse de verdades imutáveis (CERVO, 2002). 
Atualmente, a ciência é entendida como uma busca constante de explicações e de soluções, de revisão e de reavaliação de seus resultados, apesar de sua falibilidade e de seus limites (CERVO, 2002). Nessa busca sempre mais rigorosa, a ciência pretende aproximar-se cada vez mais da verdade por meio de métodos que proporcionem maior controle, metodologia científica (Cervo, 2002), tematização, revisão e segurança do que outras formas de saber não científicas. Por ser dinâmica, a ciência busca renovar-se e reavaliar-se continuamente. Ela é um processo em construção (CERVO, 2002).
Contudo, segundo Carneiro (2005), na atualidade, a pesquisa científica brasileira encontra-se, em muitas áreas, na condição de viabilizar-se como uma ciência nacional independente, das quais uma das mais marcantes é a da Genômica, com os projetos de mapeamento do genoma do amarelinho (Xilella fastidiosa), assim como o do câncer. A existência de uma importante base industrial e de núcleos avançados de pesquisa oferece condições de elaboração de um projeto de desenvolvimento planejado para o país para o qual a pesquisa científica deve ser um indispensável pilar.
2. OS AVANÇOS DA PESQUISA CIENTÍFICA NO NRASIL
De acordo com (GIL, 1996, p.19) conforme citado por (CASARIN, 2012) "A pesquisa científica pode ser definida como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos" (GIL ,1996, p.19 apud CASARIN, 2012). "Para chegar à solução de um problema, o cientista ou pesquisador deve partir do conhecimento existente sobre o tema, adotar procedimentos sistematizados e seguir uma rigorosa metodologia cientifica". Os resultados devem ser analisados criteriosamente, de forma a indicar possíveis soluções para questão (CASARIN, 2012).
Sabia- se, por exemplo, que entre 1981 e 2000 mais que quadruplicou o número de artigos científicos do país publicados em periódicos internacionais indexados (o salto foi de 2,6 mil para mais de 12 mil) – sendo o Brasil, hoje, responsável por cerca de 1,5% da pesquisa no planeta. Um estudo publicado na edição de 15 de julho da revista britânica Nature forneceu um inédito indicador de qualidade da pesquisa brasileira – com resultados bastante animadores. O resultado da análise tomou a forma de um ranking dos 30 países que produzem 97,5% das pesquisas mais citadas do planeta. Nele o Brasil aparece num honroso 23º lugar (MARQUES, 2004).
E conforme dados do MEC (Ministério da Educação), no ano de 2006 o Brasil conquistou a 15ª posição no ranking dos países com maior produção de conhecimentos científicos do mundo. Isso significa a conquista de duas colocações em comparação com 2005. O ranking dos 30 países com maior número de artigos científicos publicados em revistas conceituadas no exterior foi divulgado, durante a 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Dados da Capes e da Thomson NSI, uma das maiores bases de dados científicos do mundo, mostram que os pesquisadores brasileiros publicaram 16.872 artigos nas mais importantes revistas científicas do mundo, quatro vezes menos do que os alemães, que publicam 8,1% do total mundial. O Brasil ultrapassou Suécia e Suíça. (CUNHA, 2010).
 
Dados da National Science Foundation (NSF, EUA) mostram que segundo o método de contagem fracionária quando se conta proporcionalmente o número de autores de cada país o Brasil passou de 17º em 2000 para 11º, em 2018, entre os países que mais publicam artigos internacionalmente, quando o número de artigos atribuídos ao Brasil foi de 60.147,96. E no método de contagem inteira, quando os artigos são contabilizados integralmente para cada país representado pelos autores, o Brasil passou de 18º em 2000 para 14º em 2018,quando pesquisadores do país se incluíam entre os autores de 73.073 trabalhos. Entre os 20 países líderes em 2018, o Brasil apresentou o 6º maior crescimento anual (8,98%) na contagem fracionária, e o 5º maior (9,07%), na inteira. (GALANTE, 2020).
 	Apesar do Brasil ter pouco investimento na área da ciência e tecnologia, os pesquisadores estão acostumados a fazer muito, com muito pouco, e dados mais recentes apontam que o Brasil durante a pandemia, ocupou a posição de 11° no ranking de países com mais publicações científicas sobre a COVID-19, essa posição destaca o bom rendimento da produção científica brasileira pois ficou na frente de países desenvolvidos como o Japão e a Holanda. Além disso, a Universidade de São Paulo (USP) foi a instituição brasileira com maior produção científica seguida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Os pesquisadores brasileiros tem potencial o que falta para nos destacarmos ainda mais e ocupar uma posição melhor no ranking é mais investimento na área da pesquisa científica (CRODA, 2020).
3. A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO BRASIL
Uma pesquisa científica surge a partir de um problema ou uma dúvida que atinge diretamente questões histórico-sociais. Diante da necessidade de melhorias, uma equipe de pesquisadores se une para aplicar técnicas científicas e encontrar uma solução ou uma resposta que pode ser reproduzida para o bem da sociedade. Visto isso tudo, a pesquisa científica, além de incentivar a busca por conhecimento, possibilita a compreensão e transformação da realidade social. (PRAVALER, 2020) 
A pesquisa científica permite que cientistas descubram e desenvolvam novas técnicas e tecnologias em diversas áreas. Em um país como o Brasil, que não possui recursos para importar tais tecnologias, o desenvolvimento em laboratório representa uma economia gigantesca. A importância da pesquisa científica é um assunto muito tratado atualmente no Brasil devido ao corte de bolsas e dinheiro para universidades. Essa é uma medida que atrasa muito o país, que depende dos cientistas para o desenvolvimento de novos estudos. Os estudos e experimentos realizados podem ajudar, por exemplo, a combater doenças como o câncer. (BRAINLY, 2016).
A diferença entre o Brasil e as maiores potências do mundo não está apenas na quantidade de dinheiro que os governos podem investir nas pesquisas científicas. O maior problema no Brasil é a falta de interesse e o desprestígio com que a classe política e parte da sociedade enxerga o campo da inovação e pesquisa científica. Não é difícil encontrar exemplos de políticos, nos altos cargos do governo, que desmerecem o trabalho realizado nos centros de pesquisa. Esse comportamento acaba se refletindo nos cortes de gastos constantes nos orçamentos das universidades, das agências de financiamento (Capes e CNPq) e dos editais de incentivo. Nesse cenário, os pesquisadores precisam passar parte do seu tempo tentando encontrar recursos para manter a sua pesquisa científica, em vez de trabalhar com inovação. Com isso, o trabalho demora mais para ser realizado e os resultados não aparecem com a rapidez esperada. Outra característica da pesquisa científica no Brasil é que ela está concentrada nas universidades públicas. A quantidade de recursos necessários para a construção de laboratórios, aquisição de equipamentos tecnológicos e a contratação de profissionais qualificados desestimula as universidades privadas a investir em pesquisa. Com isso, os recursos para pesquisa ficam concentrados nas mãos do governo e em algumas empresas que financiam projetos nas universidades. (PONTESI, 2021)
“O Brasil ainda não trata a educação como uma política de Estado – e sim de governos – e a consequência é que diante de qualquer crise a redução de investimentos atinge primeiramente o setor, prejudicando a geração de conhecimento, ou seja, a pesquisa”. (HANRIOT, 2019)
REFERÊNCIAS
CASARIN, Helen de Castro Silva; CASARIN, Samuel José. Pesquisa científica: da teoria à prática. 2012. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/5992/pdf/30?code=UGDBP9L/mV/JZXhOXIsovvR+vOV5s4raICaktAkkuYQnLKHL12s4jYBVwMkSi8fpXW+4HOmXhr3zC9ABzUlfIg==. Acesso em: 16 out. 2021.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. A metodologia científica. 5ª Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
CUNHA, Adriane. Produção científica: Brasil sobe no ranking. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/pet/180-estudantes-108009469/pos-graduacao-500454045/8576-sp-
342271386#:~:text=Dados%20da%20Capes%20e%20da,Brasil%20ultrapassou%20Su%C3%A9cia% 20e%20Su%C3%AD%C3%A7a. Acesso em: 23 set. 2021.
CRODA, Júlio Henrique Rosa. Brasil é o 11º no ranking mundial de publicações científicas sobre COVID-19. 2020. Disponível em: https://profissaobiotec.com.br/ranking-publicacoescovid/. Acesso em: 24 set. 2021. 
GALANTE, Alexandre. Ranking de publicações científicas por países. 2020. Disponível em: 
https://www.forte.jor.br/2020/02/19/ranking-de-publicacoes-cientificas-por-paises/. Acesso em: 24 set. 2021. 
HANRIOT, Sérgio de Moraes, RevistaPucMinas, Edição 19 Belo Horinzonte, Disponível em: http://www.revista.pucminas.br/materia/a-pesquisa-como-ferramenta-de-desenvolvimento/. Acesso em 25/09/2021.
CARNEIRO, Henrique S. . História da Ciência, da Técnica e do Trabalho no Brasil. Nuevo Mundo Mundos Nuevos [En ligne], Bibliographies, mis en ligne le, 2005.
MARQUES, Fabrício. Uma prova de qualidade. 2004. Edição 102. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/uma-prova-de-qualidade/. Acesso em: 16 out. 2021.
Numero20, Qual a importância da pesquisa científica para um país como o Brasil? Brainly, 12/02/2016. Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/4245567). Acesso em 27/09/2021.
PRAVALER, 03/04/2020. Pesquisa Cientifica tudo o que você precisa saber para fazer a sua. Disponível em: https://www.pravaler.com.br/pesquisa-cientifica-tudo-que-voce-precisa-para-fazer-a-sua/. Acesso em 27/09/2021.
PONTESI, Márcio Miranda, A Pesquisa Científica no Brasil, BlogSabra, 16/06/2021, Disponível em: https://www.sabra.org.br/site/pesquisa/. Acesso em 26/09/2021.
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Nutrição (FLC8827NTR) – Prática do Modulo I – 2° Semestre 05/10/2021

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