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JOHN M. IVANCEVICH gestão de recursos humanos DÉCIMA EDIÇÃO Gestão de Recursos Humanos Tradução da décima edição ISBN 978-85-86804-80-9 A reprodução total ou parcial deste volume por quaisquer formas ou meios, sem o consentimento escrito da Editora, é ilegal e confi gura apropriação indevida dos direitos intelectuais e patrimoniais dos autores. Copyright © 2008 de McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda. Todos os direitos reservados. Av. Brigadeiro Faria Lima, 201 – 18º. andar São Paulo – SP – CEP 05426-100 Todos os direitos reservados. © 2008 de McGraw-Hill Interamericana Editores, S.A. de C. V. Prol. Paseo de la Reforma 1015 Torre A Piso 17, Col. Desarrollo Santa Fe, Delegación Álvaro Obregón México 01376, D. F., México Tradução da décima edição de Human Resource Management. © 2007 de The McGraw-Hill Companies, Inc. ISBN da obra original: 978-0-07-313711-7 Editora de desenvolvimento: Alessandra Borges Design da capa: Jillian Lindner Produção editorial: Lummi • Editorial • Design Supervisora de produção: Guacira Simonelli Preparação de textos: Adriane A. Gozzo, Fernando M. S. Pires e Marta Almeida de Sá Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) A McGraw-Hill tem forte compromisso com a qualidade e procura manter laços estreitos com seus leito- res. Nosso principal objetivo é oferecer obras de qualidade a preços justos e um dos caminhos para atin- gir essa meta é ouvir o que os leitores têm a dizer. Portanto, se você tem dúvidas, críticas ou sugestões entre em contato conosco — preferencialmente por correio eletrônico: mh_brasil@mcgraw-hill.com — e nos ajude a aprimorar nosso trabalho. Teremos prazer em conversar com você. Em Portugal use o endereço: servico_clientes@mcgraw-hill.com. Índice para catálogo sistemático: 1. Recursos humanos : Gestão : Administração de pessoal 658.3 I93g Ivancevich, John M. Gestão de recursos humanos [recurso eletrônico] / John M. Ivancevich ; tradução Suely Sonoe Cuccio ; revisão técnica Ana Maria Valentini Roux ; revisão jurídica Helane Cabral. – 10. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2011. Editado também como livro impresso em 2008 ISBN 978-85-63308-82-5 1. Administração. 2. Recursos humanos. I. Título. CDU 005.96 Catalogação na publicação: Ana Paula Magnus – CRB 10/2052 213 Capítulo Seleção 8 Objetivos de Aprendizagem Após a leitura deste capítulo, o estudante será capaz de: 1. Definir as etapas do processo de seleção. 2. Listar os critérios de seleção existentes e saber usá-los para realizar uma seleção mais efetiva. 3. Descrever como aproveitar melhor as ferramentas de seleção, por exemplo, entrevistas e informações biográficas. 4. Comparar os diferentes tipos de validade – de conteúdo, de constructo e de critério. 5. Discutir o valor de métodos controversos de seleção, como o teste de detecção de uso de drogas e o teste de integridade, levando em conta os ambientes social e organizacional atuais. Recursos de Internet/Web Sites Gerais www.issid.org/issid.html www.drugfreeworkplace.org www.unl.edu/buros www.psychologicalscience.org www.polygraph.org www.eeoc.gov www.dol.gov Sites de Empresas www.gmat.org www.amanet.org www.att.com www.disney.com www.bechtel.com www.wonderlic.com 214 Parte Dois Aquisição de Recursos Humanos Clark Kirby e seus assistentes recrutaram 986 candidatos para as 596 posições da fábrica de Tampa (Flórida) da Gunther. Mas, antes de se sentir totalmente satisfeito, ele percebeu que ainda havia muito trabalho a fazer. Entre os 986 candidatos recrutados, quais são os 596 que devem ser contratados? E quem deve realizar a contratação? O especialista em RH realizou uma análise preliminar, e a maioria dos candidatos preencheu formulários de solicitação de emprego. Agora, qual seria a próxima etapa? Clark ligou para Ed Humphrey, o gestor da fábrica, perguntando-lhe se desejava participar do processo de seleção. Ed afirmou que teria tempo para escolher apenas os principais gestores. O restante ficaria a critério de Clark. Ed lembrou Clark de que a companhia não permitia o aliciamento de funcionários de outras fábricas, pois esse procedimento violava a política da empresa. Clark informou que estava ciente disso e que respeitaria a política da empresa. Agora, Clark tinha como tarefa selecionar os 596 candidatos a serem contratados. Como será discutido neste capítulo, o processo de seleção envolve muitas decisões. A seleção é um processo vital e contínuo dentro da organização. Ela é fundamental porque as metas só são atingidas quando há uma combinação adequada entre o funcionário contratado e as exigências do cargo. Desafio Profissional Seleção é o processo por meio do qual a organização escolhe, com base em uma relação de can- didatos, aquele ou aqueles que atendem melhor aos critérios de seleção para preencher as posições disponíveis, levando em conta as condições ambientais do momento. Embora essa definição ressalte a eficácia da seleção, a escolha dos profissionais a serem contratados também deve ser feita de modo adequado e dentro dos limites estabelecidos pela legislação de promoção de oportunidades iguais de emprego. Portanto, existem várias metas associadas ao processo de seleção organizacional. No aspecto geral, todo programa de seleção tenta identificar os candidatos com as melhores chan- ces de atender ou superar os padrões de desempenho da organização. Nesse caso, no entanto, desem- penho não se refere simplesmente à quantificação dos resultados. Desempenho também se refere a outros objetivos, como qualidade do resultado, índice de absenteísmo e de furtos, grau de satisfação e desenvolvimento profissional do funcionário. Além da elaboração de um sistema de seleção eficaz, a meta nem sempre consiste na identificação dos candidatos mais providos de alguma qualidade específica. Ao contrário, a seleção deve buscar a combinação ideal entre o cargo e o grau de alguma qualidade específica que o candidato necessite possuir. Por exemplo, dependendo do cargo, nem sempre o nível intelectual é o mais importante. Ou, outras vezes, um candidato extremamente sociá- vel nem sempre é a melhor opção se a posição não demandar esse tipo de qualidade.1 Muitas vezes, a situação resulta na seleção de um candidato superqualificado.2 Portanto, em diversas ocasiões, o sistema de seleção não atende efetivamente a todos os objetivos possíveis. Assim, uma das primeiras tarefas envolvidas no desenvolvimento e na implementação de um processo eficaz de seleção é a identificação de qual objetivo organizacional é mais importante em determinadas circunstâncias. Influências no Processo de Seleção Assim que Clark Kirby der início à contratação de 596 funcionários, seguirá um processo de seleção influenciado por inúmeros fatores. Os primeiros fatores discutidos neste capítulo serão os ambientes interno e externo. Influências Ambientais na Seleção Ambiente Interno São inúmeras as características organizacionais que influenciam o resultado e o tipo de processo de seleção adotados para contratar os funcionários necessários. Tamanho, complexidade e volatilidade 214 Capítulo 8 Seleção 215 tecnológica são algumas delas. Em virtude dos altos custos de desenvolvimento e implementação dos esforços de seleção em grande escala, os sistemas complexos de seleção são observados com mais freqüência em organizações de grande porte, dotadas dos recursos financeiros necessários para custeá-los. Contudo, o tamanho da organização não é o único fator determinante da aborda- gem de seleção. Para a organização ter retorno dos custos do desenvolvimento de um sistema caro de seleção, é necessário ter um número suficiente de posições a serem preenchidas. Em organiza- ções de estrutura complexa, com muitos cargos disponíveis, mas com poucos funcionários para essas posições, o retorno sobre o investimento no sistema de seleção pode ser demorado demais, não compensando o gasto inicial. Outra característicaorganizacional importante na determinação do tipo de sistema de seleção a ser desenvolvido é a atitude em relação à contratação interna. Muitas organizações adotam pro- gramas sofisticados de divulgação de vagas (como já foi discutido no Capítulo 7), para preenchê- las ao máximo com seleção interna. Outras organizações recorrem mais rapidamente às fontes externas para contratar novos funcionários. Alguns processos de seleção dessas duas abordagens de preenchimento de vagas têm pontos em comum, mas cada um enfatiza, em certo grau, deter- minadas técnicas e critérios diferentes. Ambiente Externo O ambiente externo é igualmente um fator determinante do tipo de sistema de seleção adotado pela organização. A maioria das organizações está sujeita não apenas às normas e à legislação trabalhista federal, mas taambém a algumas normas estaduais específicas que estabelecem o que é ou não permitido no sistema de seleção da organização. Alguns estados norte-americanos, por exemplo, impõem restrições mais rígidas do que outros em relação à possibilidade de a organiza- ção adotar testes de verificação de uso de drogas. Do mesmo modo, inúmeros estados oferecem mais proteção a ex-empregadores, a fim de que não sejam processados por ex-funcionários no caso de informações divulgadas durante a verificação das referências. Qualquer uma ou todas essas questões de legislação estadual específica influenciam no sistema de seleção efetivamente adotado. No Brasil, a empresa não pode exigir determinados exames para detectar uso eventual de drogas, sob pena de a conduta ser considerada discriminatória. Algumas influências ambientais significativas na seleção são o tamanho, a composição e a disponibilidade do mercado de trabalho local. Este, por sua vez, é afetado pelas pressões eco- nômicas, sociais e políticas sobre determinada comunidade. De modo geral, quando o índice de desemprego é baixo, a organização tem dificuldades para identificar, atrair e contratar a quanti- dade necessária de funcionários. Por outro lado, quando há oferta excessiva de candidatos quali- ficados, as estratégias de seleção podem ser bem diferentes. Profissionais que trabalham com gestão de recursos humanos avaliam os efeitos do mercado de trabalho nas decisões de seleção usando um índice de seleção: Índice de seleção = número de candidatos contratados número total de candidatos Tomando por base o problema de Clark Kirby na Gunther, os índices de seleção são estes: gestores 38/68, ou na proporção aproximada de 1:2; profissionais especializados/técnicos 10/10, ou 1:1; funcionários administrativos 44/78, ou em torno de 1:2; trabalhadores qualificados 104/110, ou em torno de 1:1; trabalhadores semiqualificados, 400/720, ou quase 1:2. Quando a proporção chega próxima a 1:1, entende-se que houve um alto índice de seleção. Nessas circuns- tâncias, o processo de seleção é rápido e simples, embora nem sempre eficaz. Quanto maior o número de candidatos em relação ao de contratados, mais baixo é o índice de seleção. Com um índice de seleção mais baixo, por exemplo, de 1:2, o processo fica mais detalhado. Quando for 1:2 também significa que a organização pode ser mais seletiva na escolha do candidato. Nessa circunstância, portanto, a organização tem mais chances de contratar funcionários com mais pos- sibilidades de sucesso. Contudo, com um índice de 1:2, a organização terá, proporcionalmente, de investir mais tempo e dinheiro para decidir quem contratar. 216 Parte Dois Aquisição de Recursos Humanos Critérios de Seleção Na base de qualquer sistema eficaz de seleção deve estar a noção exata das características essen- ciais para um alto desempenho. Nesse momento, fica mais evidente o papel crítico da análise de cargos, uma vez que durante o processo de análise são identificadas as características que nessa fase devem ser expostas com precisão na especificação do cargo. Assim, do ponto de vista do desempenho, a meta de qualquer sistema de seleção deve ser determinar com precisão os candi- datos dotados de conhecimento (C), habilidades (H) e atitudes (A) bem como de outras carac- terísticas exigidas ao cargo (CHA – do inglês, KSAO). Além disso, o sistema de seleção deve permitir a distinção entre as características necessárias no momento da contratação, aquelas sistematicamente adquiridas durante treinamento e outras desenvolvidas rotineiramente depois que o contratado passar a exercer o cargo. Na realidade, são necessários diferentes critérios de seleção para quantificar essas características (CHA) qualitativamente diferentes. Categorias de Critérios Com essas diferenças potenciais em mente, os critérios normalmente usados pelas organizações para tomar decisões em seleção podem ser divididos em algumas categorias gerais: educação, experiência, características físicas e outras características pessoais. Educação Formal Um empregador que tem vários candidatos como base de seleção deseja encontrar aquele com habilidades e atitudes certas para ter sucesso. O indivíduo é dotado de inúmeras características cognitivas, motoras, físicas e interpessoais decorrentes de predisposições genéticas e adqui- ridas no ambiente familiar, na escola, no trabalho e assim por diante. Uma das opções mais econômicas para avaliar muitas dessas habilidades é a verificação da educação formal como medida simbólica ou sintética desses atributos. Por exemplo, embora infelizmente nem sempre seja verdade, normalmente é seguro presumir que qualquer candidato que tenha concluído com êxito o ensino médio ou equivalente tenha capacidades básicas de leitura, redação, matemática e habilidades interpessoais. Para alguns cargos, o empregador pode exigir educação (principalmente de nível superior) especializada em determinada área, por exemplo, contabilidade ou administração. Pode também dar preferência à graduação em certas instituições, à média das notas acima de determinado patamar e ao desempenho destacado em certas matérias. Para que esses padrões de educação formal sejam considerados legais, devem estar vinculados ao nível exigido para o desempenho do cargo. A organização deve tomar cuidado para não estabelecer padrões acima dos efetiva- mente necessários para o exercício do cargo. Experiência e Desempenho Passado Outros critérios valiosos na seleção de funcionários são a experiência e o desempenho passado. Muitos especialistas em seleção acreditam que o desempenho passado em cargo semelhante é um dos melhores indicadores do desempenho futuro. Além disso, muitas vezes a experiência é um bom indicador da habilidade e das atitudes relacionadas ao trabalho. Acredita-se que o candidato que já atuou na função e está se procurando um cargo semelhante deve gostar do trabalho e ser capaz de executá-lo de maneira adequada. As pesquisas confirmam essa suposi- ção. São vários os estudos que confirmam a existência de uma relação entre a experiência e o desempenho profissional.3 Mas a organização deve contar com uma base racional para definir o significado de “experiência relevante”. Nem todas as experiências anteriores são igualmente bons indicadores do desempenho futuro em determinado cargo. Por exemplo, será que dois candidatos a uma vaga de auditoria interna devem ser avaliados do mesmo modo em termos de experiência profissional, se ambos tiverem cinco anos de experiência em contabilidade, mas um como auditor de uma organização privada e outro como especialista tributário da Receita Federal? Capítulo 8 Seleção 217 Características Físicas No passado, muitos empregadores, consciente ou inconscientemente, adotavam características físicas (inclusive a aparência) como critério de seleção. Estudos comprovam que muitos contra- tavam mais e remuneravam melhor homens mais altos com base na beleza (ou de acordo com sua própria definição de beleza) e companhias aéreas contratavam comissários de bordo bem como empresas contratavam recepcionistas. Muitas vezes, essas práticas discriminavam grupos étnicos, mulheres e pessoas portadorasde necessidades especiais. Por isso, hoje tais práticas são proibi- das, a menos que a característica física esteja direta e comprovadamente vinculada à eficácia no trabalho. Por exemplo, a acuidade visual pode ser uma característica física usada como base para contratar pilotos de avião. No entanto, não pode ser usada legalmente como base para contratar qualquer outro funcionário da empresa aérea, como um agente que faça reserva de passagens por telefone. Da mesma maneira, os candidatos não podem ser avaliados e eliminados por características como altura, peso e assim por diante. Tais características podem ser usadas como critério de sele- ção somente quando o cargo envolver tarefas que necessariamente as exijam. Características Pessoais e Tipos de Personalidade A última categoria de critérios de seleção é bem abrangente e inclui características pessoais e tipos de personalidade. As características pessoais englobam estado civil, sexo, idade e assim por diante. Alguns empregadores, por exemplo, preferem funcionários com casamentos “estáveis” em lugar de solteiros, pressupondo menores índices de rotatividade entre os casados. Por outro lado, outros empregadores preferem os solteiros para algumas funções porque esse tipo de funcionário tende a aceitar melhor uma transferência ou desenvolver um longo projeto em outro país. Algumas vezes, a idade também é usada como critério. Se, por um lado, é proibido discriminar pessoas com mais de 40 anos, por outro, é importante também observar a norma constitucional que proíbe qualquer trabalho para menores de 16, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos. As restrições de idade mínima e máxima para o emprego podem ser usadas somente se elas estiverem claramente ligadas ao trabalho. Portanto, a idade pode ser usada como critério de seleção apenas depois de avaliada e estudada criteriosamente. Essa questão por certo chamará mais atenção nos Estados Unidos depois de 2010, quando a idade média da população norte-ame- ricana será de 40,6 anos e estarão legalmente protegidos pela Lei contra a Discriminação Etária no Emprego (ADEA).4 As qualidades e aptidões específicas também fazem parte dessa categoria de critérios. Embora a educação e a experiência passada sejam muitas vezes usadas como medida para mensurar capacidade, muitas organizações também tentam avaliar se o candidato possui certas aptidões. Por exemplo, um candidato aprovado para um programa de treinamento de pilotos militares não necessita efetivamente de experiência de vôo. Ao contrário, o militar adota como um dos critérios de seleção a aptidão espacial (tipo de raciocínio ligado a dimensionamento de espaços). Muitos empregadores ainda preferem contratar pessoas com certos tipos de personalidade. Algumas funções, por exemplo, a de salva-vidas, não exigem essencialmente nenhuma avaliação da personalidade do candidato. Já em outros casos, a questão da personalidade – por exemplo, a extroversão – pode ser importante para vendedores, assistentes sociais e outros profissionais que trabalham muito com o público. Embora antes rejeitadas, devido às previsões consideradas de pouca validade, as recentes descobertas a respeito dos testes de personalidade têm sido bem positivas quanto à relação entre personalidade e desempenho profissional.5 Grande parte dessa mudança de postura pode ser atri- buída ao desenvolvimento e à validação do modelo Big Five — modelo dos cinco grandes fatores da personalidade. Conhecidos como estabilidade emocional, extroversão, abertura a novas expe- riências, capacidade de aprazibilidade e consciência, que podem explicar até 75% dos aspectos de personalidade de um indivíduo.6 Entre os cinco fatores, a consciência (que envolve credibilidade, conformidade, organização) e a estabilidade emocional (que envolve aspectos como autocontrole, nível de estresse ao trabalhar sob pressão, auto-estima) têm se mostrado eficazes na previsão do desempenho em diversas categorias ocupacionais.7 Assim como com outras características pessoais, a seleção que adota qualquer aspecto da personalidade precisa sempre ser baseada na real necessidade de tal característica para um alto 218 Parte Dois Aquisição de Recursos Humanos Jornal de RH A "Auto-Eficácia" Faz Parte da Personalidade desempenho. Muitas medidas de avaliação da personalidade correm ainda mais risco de serem consideradas invasão de privacidade e ilegais em comparação com outros tipos de ferramen- tas de seleção. Portanto, a organização que deseja usar a personalidade como critério de seleção precisa ter certeza de que o êxito ou o fracasso do funcionário pode ser identificado com base na personalidade de cada um. Não é inteligente usar a personalidade como critério geral para ava- liar e eliminar candidatos “indesejáveis” porque as mesmas características da personalidade que levam ao fracasso em um cargo podem levar ao sucesso em outro.8 Em parte por causa desse fato, ainda há muita controvérsia a respeito da melhor alternativa a ser usada na seleção: se medidas de personalidade mais amplas e gerais ou medidas mais específicas.9 Confiabilidade e Validade dos Critérios de Seleção Depois de decidir o conjunto de critérios de seleção a ser adotado, a organização deve escolher uma técnica para avaliar cada um deles. Existem inúmeras alternativas: formulário de solicitação de emprego e de dados biográficos, entrevistas, testes psicológicos de aptidão e personalidade, testes de simulação do trabalho para identificação das qualificações atuais, testes médico e físico e verificação da experiência anterior por meio das referências. Qualquer que seja o método esco- lhido para a coleta de informações sobre o candidato, a organização precisa estar certa de que as informações são tanto confiáveis quanto válidas. Confiabilidade A principal meta da seleção é “prever” pessoas. O objetivo da organização é levantar as melhores hipóteses para determinar quem será um funcionário bem-sucedido. Dessa maneira, a organização pode evitar contratar o candidato inadequado para um cargo. Em outras palavras, a principal fina- Considera-se auto-eficácia a convicção de uma pessoa de que poderá sair-se bem em determinada situação. Por exemplo, uma pessoa com altos níveis de auto-eficácia tende a acreditar que se sairá bem em uma entrevista, que será aprovada em um exame escolar difícil ou que fará uma ótima apresentação a um novo cliente. As pesquisas em torno da auto-eficácia têm apresen- tado diversas descobertas coerentes. Elas têm indicado que a auto-eficácia está associada com o desempenho profissional, com a escolha da carreira, com o aprendi- zado e as realizações e com a capacidade de adaptação a novas tecnologias; e têm ressaltado que alguns métodos de treinamento conseguem melhorar a auto-eficácia das pessoas. Uma pesquisa em grande escala sobre o mesmo tema constatou que pessoas com alto nível de auto- eficácia tendem a se sair melhor. A pesquisa realizada por Bandura e Locke, a qual constatou que, em combinação com a definição de metas, pessoas com elevado nível de auto-eficácia tendem a demonstrar maiores níveis de moti- vação e desempenho, confirma essas conclusões. Portanto, a sensação de auto-eficácia tem inúmeras implicações gerenciais e organizacionais: • Decisões de seleção: as organizações devem selecionar indivíduos com forte senso de auto-eficácia. Essas pessoas sentem-se motivadas em desenvolver compor- tamentos que as ajudarão a melhorar seu desempenho. Durante o processo de contratação/promoção, pode-se aplicar uma avaliação do nível de auto-eficácia. Programas de treinamento: as organizações devem levar em conta o nível de auto-eficácia ao escolher pessoas para programas de treinamento. Caso a previsão orça- mentária seja limitada, é possível obter mais retorno (por exemplo, de desempenho) sobre o investimento se o programa incluir somente funcionários com nível elevado de auto-eficácia. Esses funcionários costumam aprender mais com o treinamento, transferindo,assim, o aprendizado para o aprimoramento do seu próprio desempenho profissional. • Definição de metas e desempenho: as organizações podem incentivar metas de alto desempenho para fun- cionários com altos níveis de auto-eficácia. Tal incentivo levará ao aprimoramento do nível de desempenho dos funcionários, ponto crítico para muitas organizações nessa era de hipercompetição. Fontes: IVANCEVICH, J. M; KONOPASKE, R.; MATTESON, M. T. Organizational Behavior and Management. Nova York: McGraw-Hill/Irwin, 2005. BANDURA, A.; Locke, E. Negative Self-Efficacy and Goal Effects Revisited. Journal of Applied Psychology, n. 88, 1 fev. 2003, p. 87–99. GIST, M. E; MITCHELL., T. R. Self-Efficacy: A Theoretical Analysis of Its Determinants and Malleabiliy. Academy of Management Review, n. 17, v. 2, 1992, p. 183–201. STAJKOVIC, A. D; LUTHANS, F. Self-Efficacy and Work-Related Performance: A Meta-Analysis. Psychological Bulletin, n. 124, v. 2, 1998, p. 240–262. • Capítulo 8 Seleção 219 lidade da seleção é tomar decisões a respeito de pessoas. Se tais decisões forem corretas, as técnicas usadas para decidir quem contratar produzem informações confiáveis. Confiabilidade refere-se ao grau de estabilidade e de repetição de uma medida em várias circunstâncias de teste.10 Imaginemos uma situação, em um exemplo simples, em que o selecio- nador usa uma fita métrica para medir a altura de um candidato a uma vaga de bombeiro, com restrições de altura mínima e máxima. Se ele medir certo candidato três vezes seguidas e obtiver como medidas de altura 1,82 m, 1,83 m e 1,81 m, não saberá a altura exata, mas terá uma boa idéia. Por outro lado, se nessas três tentativas as medidas obtidas forem 1,82 m, 1,83 m e 1,64 m, não será possível ter nenhuma idéia da altura do candidato. O fato é que, embora a confiabilidade raramente seja exata, uma ferramenta de mensuração ainda pode ser útil se a falta de confiabili- dade for mínima. No entanto, se as medidas forem inconsistentes demais, perdem o significado. A confiabilidade de uma ferramenta de mensuração pode ser analisada de diversas formas. Na prática, uma alternativa comum para avaliar a confiabilidade é a comparação dos resultados dos candidatos submetidos ao mesmo teste em duas ocasiões distintas. Esse método é denominado confiabilidade por retestagem. A confiabilidade determinada por formas alternativas é estabe- lecida com a comparação dos resultados obtidos em duas formas alternativas do mesmo teste. A maioria dos testes padronizados de desempenho acadêmico, como SAT e GMAT, apresenta diver- sas formas, todas supostamente confiáveis. O resultado de um candidato não deve variar muito quando for submetido a formas alternativas do mesmo teste. Quando a ferramenta de mensuração depende do julgamento de pessoas (por exemplo, na entrevista para um emprego), a confiabili- dade muitas vezes é determinada pela confiabilidade entre avaliadores. Isso se refere ao grau de coerência entre as avaliações independentes de dois ou mais entrevistadores. Validade Para que a ferramenta de seleção seja útil, não basta a estabilidade ou a possibilidade de repeti- ção. Tanto no aspecto jurídico quanto no aspecto organizacional, as medidas produzidas devem também ser válidas. Existem várias maneiras de avaliar a validade, mas todas se concentram em dois aspectos. A validade refere-se (1) ao objeto medido pelo teste e (2) à qualidade do resul- tado obtido.11 Na seleção, a principal preocupação é determinar se a técnica de avaliação produz previsões precisas do futuro sucesso ou fracasso de um candidato. Retomando o exemplo da medida da altura do candidato à vaga de bombeiro, para exem- plificar esses dois aspectos, se a medida não for confiável, será impossível determinar a altura correta. Mesmo que a fita métrica produza as mesmas medidas (alta confiabilidade), ainda pode apresentar alguma imprecisão (validade). Por exemplo, a fita pode ter sido calibrada incorretamente na fábrica em que foi produzida (o fabricante talvez achasse que estivesse marcando a medida em metros e centímetros, mas efetivamente marcava em pés e polegadas). Nesse caso, será praticamente impossível determinar com precisão a altura de um candidato. Por fim, essa fita métrica pode ser perfeitamente confiável e um instrumento preciso para medir a altura, mas, se for usada para pesar os candidatos, será totalmente inútil. Em suma, para que a ferramenta de mensuração seja útil, deve ser confiável, válida e usada para os fins aos quais foi efetivamente produzida. É possível obter explicações detalhadas das várias estratégias para determinar a validade da ferramenta de seleção em Principles for the Validation and Use of Personnel Selection Procedures (Princípios para a Validação e o Uso de Procedimentos de Seleção de Pessoal), conjunto de normas profissionais desenvolvidas por um comitê de membros da Society for Industrial and Organizational Psychology (SIOP) (Sociedade de Psicologia Organizacional e Industrial).12 Contudo, as validades que o especialista de RH deve conhecer podem ser divididas resumidamente em três tipos: (1) vali- dade de conteúdo; (2) validade de constructo e (3) validade de critério. Validade de Conteúdo Até que ponto um teste, uma entrevista ou uma avaliação de desempe- nho podem mensurar qualificações, conhecimento ou habilidade para exercer um cargo? Isso é determinado pela validade de conteúdo. Um teste de digitação para uma vaga de secretária é um exemplo de teste de validade de conteúdo. Esse tipo de teste reconstitui vagamente a situação real de trabalho. A candidata pode ser testada em uma tarefa de digitação em condições “normais” 220 Parte Dois Aquisição de Recursos Humanos de trabalho. Assim, ela pode ser submetida a um teste de digitação de um texto típico (carta, memorando interno, dados de tabela) usando o mesmo tipo de equipamento utilizado de fato no trabalho. Se o conteúdo do teste representar efetivamente o conteúdo do trabalho real, o teste tem validade de conteúdo. A validade de conteúdo não é apropriada para avaliar comportamentos ou indicadores mais subjetivos como potencial de liderança, estilo de liderança ou ética profissional. Quando os procedimentos de seleção envolvem o uso de testes para medir características como liderança ou personalidade, a validade de construto é mais adequada do que a validade de conteúdo. Validade de Constructo Considera-se constructo um traço não observável normalmente. Por exemplo, não é possível enxergar a liderança; é possível supor sua existência com base no comportamento que uma pessoa apresenta. Portanto, um teste possui validade de constructo quando efetivamente mensura o traço não observável que se afirma medir. No entanto, como os traços não são diretamente observáveis, a validade de constructo não pode ser estabelecida em um único estudo. Sua existência somente pode ser presumida com base em resultados coerentes produzidos em grande quantidade de trabalhos empíricos.13 As Uniform Guidelines on Employee Selection Procedures (Ugesp) (Diretrizes Uniformes em Procedimentos de Seleção Funcional) estabelecem três exigências restritivas para demons- trar a validade de constructo de uma técnica de seleção.14 1. A análise de cargos deve sistematicamente definir tanto os comportamentos de trabalho envolvidos no cargo quanto os constructos considerados importantes para o seu exercício do cargo. 2. O teste deve mensurar um desses constructos. Na seleção de um gestor de projetos, por exem- plo, são necessárias evidências de que o teste pode mensurar de maneira válida a liderança. Por exemplo, os resultados do teste devem estabelecer uma ligação com as avaliações de liderança atribuídas a outros funcionários de outras organizações em administração prévia do teste. 3. O constructo deve ser vinculado ao desempenho do comportamento crítico de trabalho. Por exemplo, para a posição de gestor de projetos, é necessário demonstrar a relação entre habi- lidade de liderançae desempenho profissional. Ou seja, é necessário realizar um estudo de validade de critério entre liderança e desempenho profissional, ou usar esses dados coletados de outro teste para sustentar a alegação de validade de constructo. Validade de Critério Até que ponto uma técnica de seleção consegue prever com precisão um ou mais elementos importantes do comportamento no cargo? Isso é determinado pela validade de critério. Nesse caso, estabelece-se uma relação entre os resultados obtidos em um teste, ou na avaliação de desempenho em algum exercício simulado, e as medidas do real desempenho no trabalho. O teste é denominado preditor; o resultado do desempenho é denominado critério. Os critérios relevantes na seleção de pessoal abrangem medidas como qualidade ou quantidade do resultado, avaliação do supervisor, absenteísmo, acidentes ou qualquer aspecto que a organiza- ção considere relevante. No entanto, a escolha de um critério é fundamental para determinar se o sistema de seleção atende aos requisitos legais.15 A organização deve ter cuidado ao escolher uma medida que reflita bem as contribuições reais do funcionário na eficácia organizacional. Nem todos os critérios podem ser previstos igualmente bem de acordo com determinado tipo de ferramenta de seleção.16 Dois tipos comuns de validade de critério adotados são (1) a simultânea e (2) a preditiva. A validade preditiva é determinada com a utilização dos resultados obtidos com base em uma amostragem de candidatos a uma vaga. Estas são as etapas de um estudo de validade preditiva de um teste: 1. Aplicar o teste em uma amostragem grande de candidatos. 2. Selecionar candidatos para o cargo. Na realidade, é preferível não usar o resultado do teste cuja validade está sendo mensurada na tomada de decisão em relação à contratação. 3. Aguardar um tempo adequado e, depois, coletar as medidas de avaliação de desempenho. 4. Avaliar a intensidade da relação entre preditor e critério (normalmente calculando um coefi- ciente de correlação). Capítulo 8 Seleção 221 A validade preditiva é uma maneira importante de validade de critério, embora apresente aspectos negativos. O empregador precisa aguardar até contratar uma grande quantidade de funcionários dos quais possua resultados preditivos para só então conseguir obter resultados sig- nificativos de desempenho no trabalho dos funcionários contratados. Em alguns cargos, leva-se bastante tempo para determinar quem é bom funcionário. A validade simultânea também é usada para determinar se um teste de seleção é capaz de prever o desempenho no trabalho. Na validação simultânea, a primeira etapa consiste em aplicar testes aos funcionários que estejam naquele momento ocupando determinado cargo. Mais ou menos ao mesmo tempo, também são colhidas as avaliações de desempenho desses funcionários. Os resultados dos testes são correlacionados com a avaliação de desempenho. Se houver uma relação significativa entre o teste e o desempenho, o teste pode ser disponibilizado para uso em futuros processos seletivos. A maior vantagem da validação simultânea é sua relativa rapidez. Assim, normalmente, ela é menos custosa do que a validade preditiva. No entanto, existem vários problemas potenciais asso- ciados ao uso da validação simultânea. Primeiro, esse método utiliza funcionários experientes. Se a experiência for importante para o exercício do cargo, a validação pode ficar distorcida em favor dos candidatos experientes. Segundo, os funcionários atuais muitas vezes relutam em se submeter a testes. Ficam intrigados quando solicitados a efetuar uma bateria de testes e, muitas vezes, não respondem honestamente ou não oferecem as melhores respostas. Terceiro, existe uma tendência à auto-seleção que pode restringir a abrangência dos resultados. Entre os funcionários atuais, tende a haver uma restrição porque os trabalhadores menos qualificados e menos capacitados são demitidos, rebaixados ou transferidos, e os mais qualificados e mais capacitados são promovidos a cargos de maior responsabilidade. Apesar desses possíveis problemas, a validação simultânea pode ser um método eficaz de avaliação da validade de certos tipos de testes de seleção.17 No entanto, ela não deve ser utili- zada automaticamente como uma alternativa à validação preditiva simplesmente porque é mais rápida. A organização deve analisar com cuidado as circunstâncias antes de escolher o método a ser utilizado. Processo de Seleção No passado, a seleção era vista como uma decisão fácil. As decisões eram baseadas na empatia ou antipatia pessoal do chefe. As ferramentas de seleção destinavam-se a ajudar nessa resposta intuitiva. Hoje, a seleção é vista como um processo dependente muito mais de outros fatores do que da simples intuição. A decisão de seleção normalmente é baseada em uma série de etapas cumprida pelos can- didatos. A cada etapa, mais candidatos são examinados e eliminados pela organização ou mais candidatos aceitam outras ofertas de emprego, saindo da lista de candidatos. A Figura 8.1 mostra uma série de etapas típica do processo de seleção. Essa série não se aplica a todos os casos. Por exemplo, no funcionalismo público norte- americano os candidatos são submetidos a testes na etapa 2, e não na etapa 3, como é feito por empregadores do setor privado e do terceiro setor. É importante observar que poucas organizações usam todas as etapas, uma vez que consomem muito tempo e dinheiro; e algumas etapas, como a 3 e a 4, podem ocorrer simultaneamente ou mais ou menos ao mesmo tempo. Em geral, quanto mais importante o cargo, maior a possibilidade de serem cumpridas, formalmente, todas as etapas do processo. Etapa 1: Análise Preliminar O procedimento mais comum na etapa 1 de qualquer processo de seleção normalmente consiste em preenchimento do formulário de solicitação de emprego pelo candidato. Os formulários de solicitação de emprego, como normalmente são denominados, variam em extensão e sofisticação. Praticamente todo formulário pede informações suficientes para determinar se o candidato está o mínimo possível qualificado para a posição. Por exemplo, o formulário de emprego é uma boa ferramenta inicial de análise para cargos que exijam certo tipo de certificação profissional (como um diploma de licenciatura para professores). Desse modo, o formulário de emprego permite 222 Parte Dois Aquisição de Recursos Humanos eliminar entrevistas subseqüentes para obter mais informações. Esse procedimento facilita muito o processo de seleção, em primeiro lugar, porque reduz o número de candidatos a serem entre- vistados, e, em segundo lugar, porque permite ao entrevistador concentrar-se em outros tipos de informações (por exemplo, as relacionadas à personalidade, às habilidades comunicativas) que, às vezes, são mais difíceis de ser obtidas. Embora o formulário de solicitação de emprego seja um instrumento de seleção muito útil, a organização jamais pode esquecer que ele está sujeito aos mesmos padrões legais de qualquer outro método de seleção. Portanto, é necessário tomar muito cuidado para que o formulário não fira direta ou indiretamente a legislação trabalhista e as normas jurídicas que proíbem qualquer forma de discriminação no emprego.18 O mesmo se aplica aos formulários on-line disponíveis pela Internet.19 O formulário não deve ser elaborado de forma a forçar o candidato a revelar infor- mações pessoais irrelevantes, principalmente as relacionadas a sexo, raça, religião, cor, naciona- lidade, idade ou deficiência. É preciso cuidado porque só devem ser solicitadas informações que ajudem a organização a avaliar melhor o candidato em aspectos relacionados ao trabalho. Por exemplo, perguntar ao candidato o ano em que ele se formou no ensino médio permite calcular mais ou menos sua idade. Será que importa saber em que ano o candidato se formou, ou apenas saber se ele se formou ou não? Hoje os formulários de emprego mais comuns geralmente restringem as perguntas que envol- vem aspectossobre a saúde física do candidato. Como o exame médico é realizado somente depois da oferta condicional de emprego, o formulário não é apropriado para coletar muitas informações desse tipo. Com o aumento substancial na quantidade de processos movidos contra organizações por demissão sem justa causa e com o desgaste do direito da organização de contratar e demitir de modo arbitrário, muitas organizações estão inserindo cláusulas importantes no início ou no final do formulário de solicitação de emprego. Alguns termos dessas cláusulas também são incluídos no manual do funcionário. Independentemente de onde sejam incluídas, tais cláusulas têm duas finalidades. A primeira consiste em proteger a organização contra processos injustificados; e a segunda consiste em garantir que o candidato e o funcionário compreendam os termos de suas relações de emprego com a organização. FIGURA 8-1 Processo Típico de Decisão de Seleção Etapa 1 Análise preliminar: formulário de solicitação de emprego e entrevista Etapa 2 Entrevista em profundidade Etapa 3 Testes de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) Etapa 4 Verificação do histórico e das referências Etapa 5 Decisão de seleção (contratação ou não) Etapa 6 Exame médico Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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