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Práticas alternativas para o grupo de hipertensos na UBS Jardim Seminário

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
FACULDADE DE ENFERMAGEM, FARMÁCIA E FISIOTERAPIA
Camila Garcia Belini
Julia Nascimento da Silva
Larissa Scalabrin E. Ifran
Práticas alternativas para o grupo de hipertensos na UBS Jardim Seminário
Campo Grande - MS
2022
1. Metodologia
O presente estudo foi realizado por meio da metodologia de problematização do Arco
de Maguerez, apresentando caráter descritivo, e ocorreu na cidade de Campo Grande-MS
entre os meses de abril a maio de 2022. A população de estudo constou de 14 pacientes
hipertensos, usuários do Sistema Único de Saúde, atendidos na Unidade de Saúde da Família
Jardim Seminário. Os critérios de inclusão foram: ter hipertensão arterial e serem cadastrados
na Unidade de Saúde da Família (entre os anos de 2020 e 2022) e possuir capacidade de
responder o instrumento de pesquisa. Foram excluídas pessoas com diagnóstico exclusivo de
diabetes. Para a identificação dos pacientes, foi realizado um levantamento dos dados dos
usuários cadastrados no antigo programa HiperDia, em conjunto com entrevistas,
empregando o uso de um roteiro semi estruturado, que continha informações
sociodemográficas, conhecimentos básicos do que é Hipertensão Arterial (HA), uso ou não
de métodos para a prevenção da HA, plantas medicinais utilizada e modelos que
habitualmente pratica para a prevenção da HA.
Na prática, o trabalho foi realizado por demanda espontânea de pessoas que portavam
a hipertensão arterial e compareciam à UBS, não sendo possível a realização de grupo
fechado devido ao difícil acesso a essas pessoas semanalmente, se comprometendo a ir a
todos os encontros programados. Pelo mesmo motivo, foram efetuados 3 encontros ao invés
de 4, como programado inicialmente. Neste caso, a pauta do encontro do dia faltante (dia 03)
foi adiada para a próxima reunião (realização de resumo das pautas do dia 03 e 04).
2. Observação da realidade
A Hipertensão Arterial faz parte de um grupo de doenças cardiovasculares (DCV) e
que, possui maior relevância nas últimas décadas pelo fato de estar relacionada ao estilo de
vida do mundo capitalista: comidas industrializadas, fast foods, mercado de trabalho cada vez
mais competitivo (acarretando no aumento do estresse), uso de automóveis e a indústria
tecnológica que favorecem a inatividade física, e por aí vai. Essa grande mudança na forma
como conduzimos a nossa vida reflete inclusive nas estatísticas sobre o assunto, tanto
nacionais quanto globais. No cenário internacional, em 2017, ocorreram quase 18 milhões de
mortes por causas de doenças cardiovasculares (31,8% do total de mortes), sendo que, no
mesmo ano, no Brasil, foram registrados 1.312.663 óbitos no total, com um percentual de
27,3% para as DCV, sendo a HA associada a 45% destas mortes - de modo direto ou por
lesões aos órgãos alvo. (BARROSO et al., 2021).
A HA é uma doença multifatorial, de início assintomático, acomete as camadas mais
vulneráveis da sociedade, é bastante onerosa tanto para o indivíduo portador da doença
quanto para o sistema de saúde (em termos de hospitalizações, medicamentos e
procedimentos ambulatoriais) e, por ser crônica, o tratamento possui baixa adesão por parte
do paciente - sendo, portanto, de extrema relevância seu diagnóstico precoce,
acompanhamento e investimento em pesquisas, recursos humanos e infraestrutura adequada à
demanda. (BARROSO et al., 2021).
3. Pontos chaves
- Fatores inerentes ao indivíduo (predisposição genética, idade, sexo, condições
socioeconômicas, nível de escolaridade entre outros).
- Fatores de risco modificáveis (sedentarismo, alimentação inadequada, consumo nocivo de
bebidas alcoólicas e tabagismo, sobrepeso/obesidade, estresse excessivo, entre outros);
-Tratamento (medicamentoso X mudança no estilo de vida - ex. exercício físico, controle de
estresse, aromaterapia e fitoterapia).
4. Objetivo
Elaborar estratégias para prevenção do agravamento da HA, englobando políticas
públicas de saúde combinadas com ações das sociedades médicas e dos meios de
comunicação. O objetivo é estimular, por meio da educação em saúde, o controle dos níveis
pressóricos, a prevenção de agravos (ex. lesões em órgãos alvo), o tratamento contínuo, com a
modificação do estilo de vida (MEV) e a adesão à terapia medicamentosa.
5. Teorização
A Hipertensão Arterial (HA) é considerada uma Doença Crônica Não Transmissível
(DCNT) de origem multifatorial, ou seja, derivada de fatores endógenos e exógenos e que
predispõe o indivíduo a desenvolver outras patologias correlacionadas de apresentação
precoce ou tardia como, por exemplo, acidente vascular encefálico, cardiopatia hipertensiva
e/ou insuficiência cardíaca, diabetes melito, síndromes aórticas e doença renal crônica.
O diagnóstico da HA é feito quando o nível pressórico apresenta uma elevação
persistente, sendo a PA sistólica maior ou igual a 140 mmHg, e a PA diastólica maior ou igual
a 90 mmHg. É importante lembrar que as aferições precisam resultar em valores alterados em
ao menos duas ocasiões diferentes e sem o uso de medicamentos anti-hipertensivos, sendo
relevante a utilização de recursos de monitorização fora do consultório, como o MAPA e o
AMPA, para fornecer medidas mais fidedignas e atenuar casos de HA do Avental Branco.
5.1 Fatores de risco inerentes ao indivíduo (endógenos)
A predisposição genética é um fator crucial (mais de 900 genes com mutações são
relacionados à pressão arterial), e que podemos facilmente observar, já que é notório a maior
ocorrência do diagnóstico de hipertensão entre vários membros (parentes biológicos) de uma
família. (BARROSO et al., 2021).
Segundo Spritzer (1996), as condições socioeconômicas são formadas por um
conjunto abrangente de características como acesso aos recursos materiais, detenção de poder,
controle sobre as mudanças de vida dentro de um ambiente (nível social e físico), entre
outros. Em países capitalistas, há também a associação deste com a possibilidade de ascensão
dentro de uma classe social e o nível de escolaridade. Infelizmente, a questão racial está
inclusa dentro destes fatores sociais, já que as pessoas de pele mais escura, historicamente,
eram pertencentes às camadas mais pobres, com restrição de acesso à educação, e que hoje se
encontram em situações igualmente vulneráveis.
Em relação a idade há uma associação direta e linear entre envelhecimento e
prevalência de HA, relacionada ao: aumento da expectativa de vida da população brasileira,
atualmente 74,9 anos; aumento na população de idosos ≥ 60 anos na última década (2000 a
2010), de 6,7% para 10,8%. A meta-análise de estudos realizados no Brasil incluindo 13.978
indivíduos idosos mostrou 68% de prevalência de HA. (BARROSO et al., 2021).
Na PNS de 2013, a prevalência de HA autorreferida foi estatisticamente diferente
entre os sexos, sendo maior entre mulheres (24,2%) e pessoas de raça negra/cor preta (24,2%)
comparada a adultos pardos (20,0%), mas não nos brancos (22,1%). O estudo Corações do
Brasil observou a seguinte distribuição: 11,1% na população indígena; 10% na amarela;
26,3% na parda/mulata; 29,4% na branca e 34,8% na negra.21 O estudo ELSA-Brasil
mostrou prevalências de 30,3% em brancos, 38,2% em pardos e 49,3% em negros.
(BARROSO et al., 2021).
5.2 Fatores de risco modificáveis (exógenos)
O consumo do álcool e do tabaco possuem uma porcentagem grande de
morbimortalidade associada às doenças cardiovasculares, sendo considerada pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia os principais fatores de risco evitáveis pela população. Associado a
isso, estão a baixa adesão aos tratamentos medicamentosos e a não aceitação da condição de
saúde que dificulta o trabalho na prevenção de agravos e surgimento de outras doenças.
A alimentação inadequada é outro fator modificável que com o uso de muitos
alimentos processados e ricos em sódio acarreta elevados níveis pressóricos. No Brasil, dados
da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), obtidos em 55.970 domicílios, mostraram
disponibilidade domiciliarde 4,7 g de sódio/pessoa/dia (ajustado para consumo de 2.000
Kcal), excedendo em mais de duas vezes o consumo máximo recomendado (2 g/dia), menor
na área urbana da região Sudeste, e maior nos domicílios rurais da região Norte. O impacto da
dieta rica em sódio estimada na pesquisa do VIGITEL de 2014 indica que apenas 15,5% das
pessoas entrevistadas reconhecem conteúdo alto ou muito alto de sal nos alimentos.
O aumento de peso está diretamente relacionado ao aumento da PA tanto em adultos
quanto em crianças. A relação entre sobrepeso e alteração da PA já pode ser observada a
partir dos 8 anos. O aumento da gordura visceral também é considerado um fator de risco
para HA. Reduções de peso e de CA correlacionam-se com reduções da PA e melhora
metabólica. No Brasil, dados do VIGITEL de 2014 revelaram, entre 2006 e 2014, aumento da
prevalência de excesso de peso (IMC ≥ 25 kg/m2 ), 52,5% vs 43%. No mesmo período,
obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2 ) aumentou de 11,9% para 17,9%, com predomínio em
indivíduos de 35 a 64 anos e mulheres (18,2% vs 17,9%), mas estável entre 2012 e 2014.
Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia na capital de MT,
Cuiabá revelou prevalência geral de sedentarismo de 75,8% (33,6% no lazer; 19,9% no
trabalho; 22,3% em ambos). Observou-se associação significativa entre HA sobrepeso,
adiposidade central e sedentarismo. 26 Dados da PNS apontam que indivíduos
insuficientemente ativos (adultos que não atingiram pelo menos 150 minutos semanais de
atividade física considerando o lazer, o trabalho e o deslocamento) representaram 46,0% dos
adultos, sendo o percentual significativamente maior entre as mulheres (51,5%).
É possível observar que indivíduos que são mais propensos ao estresse, estão
diretamente ligados a maiores níveis de PA; isso ocorre devido ao funcionamento do SNA,
que se liga a receptores beta 1 adrenérgicos das células cardíacas e receptores alfa 1 das
paredes dos vasos. Nas situações de emergência, o SNS prepara o organismo para a ação por
meio da elevação da pressão arterial, frequência cardíaca e respiração; que é responsável pela
resposta de luta ou fuga. É possível também verificar em estudos que emoções como a
ansiedade, quando bloqueadas, podem, por meio da influência que exercem no sistema
nervoso autônomo, favorecer a crise hipertensiva em determinados pacientes com
predisposição genética. O estresse repetitivo ou uma resposta exacerbada de estresse é um
sinal da ativação desse sistema. A atividade simpática na hipertensão está envolvida no índice
de morbidade e mortalidade cardiovascular. (FONSECA et al., 2009)
5.3 Tratamento medicamentoso x mudança no estilo de vida
O controle da pressão arterial nos hipertensos tem ligação muito estreita com a adesão
ao tratamento prescrito. A não adesão à medicação é uma preocupação importante para os
profissionais de saúde e para os gestores, sendo necessário uma mudança que ajude a
melhorar a adesão aos tratamentos anti-hipertensivos, principalmente em pacientes com
hipertensão com alto risco cardiovascular (SOUZA et al., 2014). O tratamento da HA consiste
basicamente na terapia medicamentosa e tratamento não-farmacológico anti-hipertensivo,
também chamado de não medicamentoso ou mudança no estilo de vida.
O tratamento não-medicamentoso da hipertensão arterial é bem visto pela sociedade
pois leva à diminuição dos usos de medicamentos ou até mesmo à sua dispensa, que estão
regularmente associados a efeitos adversos, incluindo efeitos anticolinérgicos e aumento dos
riscos de quedas e fraturas de quadril em idosos. Para isso é preciso um tratamento mais
seguro e eficaz afim de evitar o excesso de medicamentos que podem causar tais reações
adversas (KNOW et al., 2018). A promoção de saúde adequada para os pacientes hipertensos
como uma intervenção para a prevenção e o tratamento da hipertensão arterial apresenta
implicações clínicas importantes, uma vez que pode reduzir ou mesmo abolir a necessidade
do uso de medicamentos anti-hipertensivos, evitando, assim, os efeitos adversos do
tratamento farmacológico e reduzindo o custo do tratamento para o paciente e para as
instituições de saúde.
Fitoterapia
As plantas medicinais são uma das mais antigas “armas” utilizadas pelo homem no
tratamento de enfermidades de todos os tipos. A utilização de plantas na prevenção e/ou na
cura de doenças é um hábito que sempre existiu na história da humanidade. Neste contexto, a
fitoterapia é encarada como opção na busca de soluções terapêuticas, utilizada principalmente
pela população de baixa renda, pois se trata de uma alternativa eficiente, barata e
culturalmente difundida. Os efeitos negativos que a terapia medicamentosa convencional
causa nos usuários gera uma busca por tratamentos alternativos. A fitoterapia que está entre
as opções de tratamentos alternativos mais usados hoje define-se como o uso de plantas
medicinais usadas na prevenção, tratamento ou cura de algumas doenças, sendo que esse uso
ocorre normalmente de forma caseira, sem manipulação laboratorial (FIGUEIREDO et al.,
2014). O uso da fitoterapia como item complementar e alternativo à medicina alopática, tem
aumentado com o tempo. A ponto de ser indicada pelo Ministério da Saúde brasileiro
prioritariamente na atenção básica, a fim de prevenir doenças ou solucionar possíveis casos
com esse tipo de tratamento (Bento et al., 2020).
Alguns estudos sugerem a ação anti-hipertensivas de algumas plantas medicinais;
como: O capim santo (Cymbopogon citratus), do chuchu (Sechium edule), Gengibre concha
(Alpinia zerumbet), Lippia alba (erva cidreira) e Hibiscus sabdariffa (Hibiscus).
Aromaterapia
A aromaterapia é um tratamento alternativo para pessoas que sofrem com transtornos
de ansiedade e com problemas de pressão arterial alterada. Faz-se uso de aromas dos óleos
essenciais como método principal. Além de prazerosa, mostra-se eficaz no tratamento, onde,
na maioria das vezes apresenta resultado positivo. Apesar de a técnica ser pouco conhecida,
aqueles que aderem a esse método conseguem superar suas expectativas.
Em 2006 foi implantada no Brasil a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), que visa estimular mecanismos
naturais de prevenção de agravos de saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras.
A aromaterapia faz parte da PNPIC; ela utiliza o aroma e as partículas liberadas pelos
óleos essenciais para estimular diferentes partes do cérebro, agindo no sistema Límbico;
responsável pelas emoções humanas; atuando de forma fisiológica em nosso corpo.
Ao tratar a pressão arterial elevada, também é importante abordar qualquer estresse ou
tensão que esteja sendo experimentado. Camomila Romana, Bergamota, Neroli e o Líbano
são óleos essenciais muito eficazes no tratamento de estresse e tensão emocional. Todos os
óleos essenciais mencionados podem ser facilmente incorporados ao cotidiano através da
aplicação tópica, de inalação, ou de massagem. São maneiras muito eficazes de usufruirmos
das propriedades curativas dos óleos essenciais no tratamento da hipertensão. É importante,
no entanto, verificar com o médico antes de usar óleos essenciais. Pois existem algumas
condições médicas, tais como medicamentos prescritos e gravidez; não indicam o uso de
alguns óleos essenciais. Embora a dieta e estilo de vida sejam fatores importantes no
tratamento de pressão alta, os remédios naturais e terapias de relaxamento, como os óleos
essenciais e a aromaterapia podem ser muito eficazes. Certos óleos essenciais podem ajudar a
reduzir e estabilizar a pressão arterial elevada. Alguns óleos essenciais conhecidos pelo seu
efeito hipotensor: Lavanda, Ylang-Ylang e Manjerona. ( REIS., 2022)
Exercícios físicos
No tratamento da HA, benefícios adicionais podem ser obtidos com exercícios físicos
estruturados, caracterizando um treinamento individualizado. O treinamento aeróbico reduz a
PA casual de pré hipertensos e hipertensos. Ele também reduz a PAde vigília de hipertensos
e diminui a PA em situações de estresse físico, mental e psicológico. O treinamento aeróbico
é recomendado como forma preferencial de exercício para a prevenção e o tratamento da HA.
O treinamento resistido dinâmico ou isotônico (contração de segmentos corporais
localizados com movimento articular) reduz a PA de pré-hipertensos, mas não tem efeito em
hipertensos. Existem, porém, apenas quatro estudos randomizados e controlados com esse
tipo de exercício na HA. O treinamento resistido estático ou isométrico (contração de
segmentos corporais localizados sem movimento articular) reduz a PA de hipertensos, mas os
estudos utilizam massas musculares pequenas, havendo necessidade de mais informação antes
de sua recomendação.
Fonte:
BARROSO et al., 2021.
Stress e o Treino de Controle de Stress
Segundo o modelo proposto por Lipp (2010), há quatro fases que o indivíduo passa
durante o manejo do estresse sendo elas a fase de alerta, resistência, quase-exaustão e
exaustão, respectivamente. Essa teoria explica o modo como o ser humano reage em situações
de estresse em variados graus e como é a transição entre a quebra da homeostase e o
surgimento de certos distúrbios. No caso de pessoas com diagnóstico de Hipertensão Arterial,
a homeostase já se encontra perturbada e é possível notar oscilações pressóricas relacionadas
ao estado mental do indivíduo, como nas crises hipertensivas.
Um estado emocional negativo, predominado pela raiva, hostilidade e estresse possui
ação direta sobre o Sistema Nervoso Autônomo, especificamente no Sistema Simpático, que
induz ejeções de hormônios e substâncias químicas que afetam o organismo como um todo,
em especial, a modulação do sistema cardiovascular. Uma alta reatividade a certos eventos ou
estímulos estressores, a longo prazo, pode influenciar no surgimento e/ou agravamento de
diversas patologias como dermatites, gastrites e transtornos de ansiedade (Lipp et al. 2009).
Além disso, o estresse crônico tende a reforçar comportamentos negativos (estratégia de
coping desadequada) em busca de compensação e alívio momentâneo como uso de drogas
lícitas e ilícitas, abuso de álcool, compulsão alimentar (RODRIGUES et al, 2014), que em sua
maioria, são fatores determinantes para o agravo de doenças, principalmente das DCNT.
Como descrito por Rosa (2008) em uma revisão bibliográfica, o perfil geral dos
pacientes hipertensos beira a hostilidade, dificuldade em expressar sentimentos, forte desejo
de controle sobre a própria vida e sobre outros fatores externos, além da dificuldade nas
relações sociais. Outros estudos de Lipp comprovam essa relação íntima entre a variação dos
níveis pressóricos em pacientes hipertensos em situações em que os mesmos deveriam
expressar seus sentimentos ou defender opiniões, contudo, com elevações isoladas ou da
pressão sistólica (PAS ≥ 140 mmHg e PAD < 90 mmHg) ou da diastólica (PAS < 140 mmHg
e PAD ≥ 90 mmHg).
Quando se fala em estresse, tanto a Classificação Internacional de Doenças (CID-10)
quanto o Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-5) trazem três classificações
principais, sendo elas o transtorno de estresse agudo, o transtorno de estresse pós-traumático e
os transtornos de adaptação. Os dois primeiros se referem ao processo de estresse derivado de
um trauma ou acontecimento repentino. O último possui maior relevância por estar infiltrado
no cotidiano da maioria das pessoas e servir como um amplificador de sintomas para doenças
de base como a HÁ. Embora seja difícil de identificar os estressores (internos e externos) e
em qual fase cada pessoa se encontra (já que os sintomas de esgotamento aparecem nas
esferas física e psicológica, em graus variados), é de suma importância fazê-los pois o
estresse é o acúmulo de eventos estressores pequenos e grandes, que quando eliminados,
mesmo que parcialmente, fazem a carga total diminuir. Mesmo se identificado um estressor
que seja impossível de evitar, há a possibilidade de elaborar, a partir de uma reestruturação
cognitiva, uma estratégia de enfrentamento eficiente para minimizar seus impactos negativos
na qualidade de vida da pessoa. (LIPP, 2017, p.301-303)
O Treino de Controle do Stress (TCS) foi desenvolvido a partir de muitos estudos na
área da terapia cognitiva-comportamental e foi comprovada sua eficácia em diversos grupos
populacionais, com ou sem comorbidades. Em sua adaptação para o grupo de hipertensos
(TCS-H), os quatro pilares principais combinam fatores já preconizados pelas instituições de
saúde, como atividade física e alimentação adequada, além da reestruturação cognitiva e
técnicas de relaxamento. Os objetivos do TCS para hipertensos são:
1. Reduzir a excitabilidade física e mental do hipertenso ante confrontos estressantes que
ocorrem no decorrer de sua vida;
2. Eliminar/reduzir fontes internas de estresse na forma das características psicológicas
identificadas, como pressa excessiva, perfeccionismo, inassertividade e raiva;
3. Adquirir estratégias de enfrentamento (coping) das fontes externas de estresse da vida
diária, especialmente aquelas que não podem ser evitadas;
4. Promover a noção de que a responsabilidade pela própria vida é indelegável, e,
portanto, compete a cada um cuidar de sua saúde;
5. Promover adesão ao tratamento farmacológico;
6. Promover melhora do nível de qualidade de vida por meio de uma mudança de hábitos
de vida.
6. Hipóteses de solução
As hipóteses de solução levantadas foram embasadas nos fatores de risco exógenos da
HA, já que estes se resumem no estilo de vida da pessoa e, portanto, podem ser modificados
conforme a vontade e esforço do indivíduo.
A ideia principal foi apresentar didaticamente (utilizando apresentações em slide, com
imagens e explicações) cada um dos fatores, relacionando-os com o aumento dos níveis
pressóricos e sua interferência na qualidade de vida, fazendo-os refletir sobre a importância
da adesão às práticas alternativas em conjunto com o tratamento medicamentoso. Em
conjunto, mostramos práticas simples que poderiam ser realizadas no cotidiano sem muitos
gastos de tempo e dinheiro e que ajudariam na regularização da PA, como por exemplo a
utilização de fitoterápicos (ex. chá de hibisco), aromaterapia, tipos de exercícios físicos e
meditação com respiração profunda para controle do estresse.
7. Aplicação à realidade
De acordo com o cronograma estabelecido, as intervenções ocorreram em quatro dias
(todas quartas-feiras), sendo que o conteúdo dos dois últimos dias foram fundidos por
motivos já supracitados. Em todas as reuniões, foi aferida a PA de todos os participantes (com
o consentimento verbal deles) em duas ocasiões: no início e ao término das reuniões, após
serem realizadas as práticas. Os dados obtidos foram anotados para posterior comparação de
resultados.
DIA 01 - Introdução e Fitoterapia
Num primeiro momento, foi realizada a aferição das pressões arteriais de todos os
participantes e feito o auxílio no preenchimento do questionário. Iniciou-se então a
apresentação com o tema “Práticas anti-hipertensivas: maneiras de cuidar do seu bem-estar”,
no qual foi subdividido em dois temas principais: a introdução ao assunto com a explicação
sobre o conceito de pressão arterial, os valores de normalidade, a Hipertensão Arterial e seus
fatores endógenos e exógenos, e o tratamento baseado em medicamentos em conjunto com a
mudança no estilo de vida.
Na segunda parte, foram apresentados os fitoterápicos anti-hipertensivos,
especificamente os chás. Foi explicada como é feita a preparação do chá de hibisco enquanto
os participantes degustavam da amostra do chá que preparamos para a reunião. Após um
momento para esclarecimento de dúvidas, os participantes foram liberados levando para casa
uma pequena porção de hibisco (equivalente a duas xícaras de chá).
DIA 02 - Exercício físico e Aromaterapia
No segundo encontro foi explicado sobre os benefícios da aromaterapia, uma prática
pouco conhecida pela população, falamos sobre sua origem e quais os seus efeitosem nosso
corpo, enquanto isso foi passado para o grupo um óleo essencial de lavanda, como também
foi utilizado esse mesmo aroma em difusor para maior espalhabilidade. Após esse momento
foi realizado uma breve explicação sobre a prática do exercício físico na promoção da saúde
populacional, o tema foi subdividido em; exercícios aeróbicos e exercícios resistidos. Após a
explicação fomos até a academia da faculdade para praticar alguns tipos de exercícios
mostrados na reunião. A aplicação na prática foi realizada com o intuito de mostrar a forma e
exemplos de exercícios que eles possam realizar em suas casas.
DIA 03 - Treino de Controle de Stress (TCS) e adesão à terapia medicamentosa
No terceiro dia de encontro foi realizado uma breve discussão com apresentação de
slides sobre o estresse dentro dos transtornos de adaptação, sendo subdividida a apresentação
em dois tópicos principais. O primeiro tópico abrange temas como: conceito de estresse;
classificação dos estressores (externos/internos e negativos/positivos) e os eventos causadores
de estresse; o segundo tópico é focado no Treino de Controle de Stress (TCS) de Lipp.
O TCS, dentro da psicologia, tem uma abordagem terapêutica no campo da Terapia
Cognitiva-Comportamental, logo é estruturado em várias sessões (8 a 12), individuais ou em
grupo, conforme a necessidade do paciente. Devido ao curto prazo proposto para essa prática
e o fato do trabalho não estar focado na terapia mas sim na psicoeducação em saúde, foi
retirada a essência do TCS e apresentada aos participantes a partir de técnicas de relaxamento
e respiração profunda e a reestruturação cognitiva (ponto principal). Mostramos também
como é diagnosticado o estresse e seus níveis a partir de prints do Inventário de Sintomas de
Stress para Adultos de Lipp (ISSL).
O objetivo dessa prática em particular é fazer o participante ter consciência das
mensagens que seu corpo envia em estados de sobrecarga emocional, fazê-los reconhecer
quais são seus principais estressores e poder classificá-los de acordo com a importância para a
manutenção do stress – se podem ser eliminados ou se precisam elaborar uma estratégia de
enfrentamento adequada.
RESULTADOS:
Com o intuito de verificar as afirmações de cada tema, no aspecto de observar a
regularização e/ou diminuição dos valores pressóricos após a aplicação das práticas
anti-hipertensivas realizadas no final das reuniões - ingestão de chá de hibisco, aromaterapia
com óleo essencial de lavanda e meditação com técnica de respiração profunda,
respectivamente -, foram elaborados os seguintes gráficos para ajudar na visualização dos
resultados obtidos:
Gráfico 01:
Gráfico 02:
Gráfico 03:
Gráficos de 01 a 03: Eixo X= participantes da reunião do dia; Eixo Y= valores para
comparação da pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD), em mmHg.
No primeiro gráfico é possível notar um leve aumento da pressão sistólica e diastólica
de dois participantes, fato que pode ser explicado por meio de muitas hipóteses como
ansiedade e ingestão de bebidas cafeinadas antes da reunião. Nos demais gráficos, assim
como o restante dos participantes no primeiro gráfico, pode-se observar que houve uma leve
diminuição dos valores de PA finais em comparação com as iniciais, comprovando que as
práticas apresentadas possuem de fato efeitos anti-hipertensivos.
Vale ressaltar que as práticas supracitadas foram realizadas para motivar e elucidar aos
participantes que existem sim alternativas não medicamentosas capazes de ajudar no controle
da hipertensão arterial, já que os verdadeiros resultados do trabalho só podem ser obtidos com
um acompanhamento a longo prazo, já que tratam-se de pequenas mudanças contínuas no
estilo de vida do indivíduo.
8. Referências
BARROSO, Weimar Kunz Sebba et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial–2020.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 116, p. 516-658, 2021.
SPRITZER, Nelson. Epidemiologia da hipertensão arterial sistêmica. Medicina (Ribeirão
Preto), v. 29, n. 2/3, p. 199-213, 1996.
LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Controle do estresse e hipertensão arterial sistêmica. Rev
Bras Hipertens, v. 14, n. 2, p. 89-93, 2007.
RODRIGUES, Pedro FS et al. Padrões de consumo de álcool em estudantes da Universidade
de Aveiro: Relação com comportamentos de risco e stress. Análise Psicológica, v. 32, n. 4, p.
453-466, 2014.
DE OLIVEIRA FIGUEIREDO, Juliana; CASTRO, Emma Elisa Carneiro. Ajustamento
criativo e estresse na hipertensão arterial sistêmica. Revista da Abordagem Gestáltica:
Phenomenological Studies, v. 21, n. 1, p. 37-46, 2015.
LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. O treino de controle do estresse em grupo: um modelo da
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