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Problema 2 intermediária PE

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Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
Problema 2: Intermediária 
 
Objetivos: 
1. Descrever as repercussões psicossoais da aposentadoria na saúde do idoso, assim como a importância 
das atividades sociais e físicas na saúde do idoso. 
2. Abordar a consulta gerontológica na atenção básica. 
3. Explanar as complicações da DM e da HAS no idoso, bem como a prevenção dessas. 
 
Repercussões psicossociais da aposentadoria 
Mudanças contínuas, em diferentes graus ou 
intensidades, são inerentes ao desenvolvimento 
humano. Para Erikson (1987), o desenvolvimento 
humano se dá por meio de etapas e crises, que 
podem surgir nos momentos de mudança ou 
passagens de fases, caracterizadas como 
adaptações ou ajustamentos. Portanto, é coerente 
postular que estressores nos acompanham ao 
longo de toda vida, pois fazem parte da condição 
humana. 
Eventuais dificuldades na transição para 
aposentadoria provêm das dúvidas e incertezas que 
podem acompanhar o encerramento de uma carreira, sobretudo se a identidade pessoal está fortemente 
vinculada ao papel profissional. 
O período da aposentadoria não implica necessariamente um tempo de afastamento radical das atividades 
características do desenvolvimento de uma carreira. Atividades alternativas podem ser conectadas àquilo 
que a pessoa realizou antes do evento da aposentadoria. Trata-se, portanto, de um período propício a 
descobertas e aprendizados sobre si e sobre o mundo, as quais dependerão das habilidades que a pessoa 
desenvolveu e das suas condições objetivas de vida. 
O afastamento das atividades usuais de trabalho induz reorganizações temporais das tarefas cotidianas. O 
modo de vivenciar a aposentadoria atrela-se aos interesses e motivações pessoais, ao grau de 
comprometimento com o papel profissional até então exercido e à condição econômica do aposentado. 
Problemas decorrentes do rompimento muitas vezes estão vinculados a sentimento de frustração, de 
impotência frente às transformações e, em casos extremos, à perda do amor próprio. 
Se, para alguns, a aposentadoria é percebida como um período de enfraquecimento de significados 
atribuídos à vida, de sentimentos de inutilidade e autodesvalorização, de vazio e solidão, para outros 
representa um tempo de novas conquistas, de liberdade, de desenvolvimento pessoal – a fase em que se 
pode executar o que a restrição de tempo impedia. Portanto, a depender da capacidade pessoal de 
enfrentamento e das condições que o ambiente proporciona para o crescimento individual, a aposentadoria 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
pode ser vivenciada de maneira construtiva ou restritiva. As atividades que favorecem a satisfação pessoal 
podem contribuir para o desenvolvimento físico e mental, incrementar a interação social e ser percebida 
como um meio de contrabalançar eventuais perdas. 
A perspectiva de possível maior controle do tempo disponível e uso para satisfação de necessidades pessoais 
estão, no geral, entre as percepções frequentes de ganho. Em contrapartida, a insegurança no que concerne 
à redução de rendimentos ou à estabilidade financeira são muito comuns. Também estão entre as perdas, 
preocupações com os vínculos de amizade do ambiente laboral, redução de oportunidades de 
desenvolvimento profissional, perda de status profissional e sentimentos de inutilidade. 
A oportunidade da prática de atividades físicas regulares retarda o pro�cesso de envelhecimento e minimiza 
a dependência patológica para a sobrevivência. Além disso, as atividades físicas quando associadas às 
atividades sociais têm efeitos terapêuticos e são preventivas do distresse, em especial, quando diz respeito 
à insuficiente ativação do organismo. Um estilo de vida que combina atividade física regular, alimentação 
adequada e controle do estresse podem proporcionar longevidade e uma vida mais saudável. 
Planejar a aposentadoria, estar preparado para possíveis turbulências e ajustes no curso dessa etapa da vida, 
sem dúvida, é positivo e relevante para a sobrevivência. A ansiedade, em diferentes graus, é recorrente no 
período próximo ao afastamento, como em qualquer processo de transição. Nem todos estão seguros do 
que farão, mas o desconhecimento de informações pertinentes e a negação de fatores emocionais 
específicos desse momento são potenciais dificultadores da transição. 
A manutenção de uma autoimagem de saúde física precária, decorrente e reforçada pelos desgastes 
profissionais, por condições inadequadas do exercício das atividades de trabalho, pode também ser propícia 
a manifestações psicológicas desfavoráveis. 
Como o papel profissional é vivido em diferentes intensidades, o afastamento das atividades usuais de 
trabalho afeta as pessoas de forma distinta. Para alguns, o papel profissional se constitui na principal fonte 
de significados, de prestígio e de reconhecimento. O afastamento formal das atividades de uma carreira, 
quando resulta em crise, remete a sentimento de vazio e solidão. Santos (1990) classifica três tipos principais 
de vivências da aposentadoria: aposentadoria recusa, aposentadoria sobrevivência e aposentadoria 
liberdade. 
A aposentadoria recusa, como o nome indica, é caracterizada pela dificuldade em aceitar o papel de 
aposentado e ausência de projetos desvinculados do contexto de trabalho. O conceito de trabalho é 
fortemente impregnado da ideia de juventude e a aposentadoria, por decorrência, representa velhice e, 
mesmo, marginalidade. 
A aposentadoria sobrevivência acontece para pessoas que investiram intensamente no desenvolvimento 
de competências profissionais como garantia de subsistência. É comum na história de pessoas que tiveram 
no trabalho uma alternativa de sair de condições difíceis ou de desfavorecimento econômico. O descanso e 
o tempo para si não fazem parte dos projetos pessoais. 
Finalmente, a aposentadoria liberdade é vivida como um momento de realização, um direito adquirido pelos 
esforços durante o período dedicado às atividades laborais. Pessoas nessa perspectiva constroem suas 
identidades baseadas não apenas no papel profissional, mas também em outras fontes de engajamento, 
outras motivações e papéis sociais. 
Redes sociais e comunitárias 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
As redes sociais e comunitárias constituem o capital social, entendido 
como o conjunto das relações sociais caracterizadas por atitudes de 
confiança e comportamento de cooperação e reciprocidade. As redes 
sociais são formadas por amigos, parentes e vizinhos, grupos religiosos, 
associações sindicais, associações de moradores e clubes recreativos, 
os quais possibilitam que os grupos de pessoas estabeleçam as relações 
de solidariedade e confiança, que caracterizam o capital social. 
Para muitas pessoas, em especial as idosas, as redes constituem o único 
recurso disponível para aliviar as cargas da vida cotidiana e aquelas que provêm da enfermidade. Entretanto, 
o idoso estando debilitado tende a enfraquecer a interação e os contatos afetivos e a colocar em risco o 
apoio social recebido, que se sustenta numa relação de reciprocidade. Dessa forma, as doenças e 
incapacidades do idoso podem contribuir para o isolamento social por limitar a sua participação na 
comunidade. A rede social reduzida, por sua vez, pode exacerbar a incapacidade original ou impor novas 
limitações no estilo de vida do idoso. 
Exercício físico e envelhecimento 
A prática regular de exercícios físicos é aspecto 
fundamental no processo de implantação de um programa 
específico para a promoção da saúde de pessoas da 
terceira idade e na prevenção de doenças relacionadas ao 
envelhecimento. O processo de envelhecimento varia 
bastante entre as pessoas e é influenciado pelo estilo de 
vida e por fatores genéticos do indivíduo. 
Hábitos saudáveis como: não fumar, não ingerir bebidas 
alcoólicas, uma alimentação balanceada, um repouso 
diário entre 7 a 8 horas,controle do estresse, vida social ativa, entre outros hábitos, irão auxiliar na 
promoção e na manutenção de uma qualidade de vida. 
A prática regular de exercícios físicos para as pessoas da terceira idade além de ser fundamental, é o aspecto 
que exerce extrema importância na exposição e estimulação aos benefícios mais agudos e crônicos de sua 
prática. A inserção de uma rotina de exercícios físicos no estilo de vida de pessoas idosas traz resultados 
quase que imediatos, pois estes são visíveis em curto prazo. 
Entre os benefícios causados, pode-se destacar um aspecto crucial na vida dos idosos, que é a diminuição de 
riscos de quedas e fraturas. Além das doenças e problemas de saúde como hipertensão arterial, 
osteoporose, artrite e depressão, os exercícios físicos também podem diminuir a taxa de gordura corporal e 
aumentar a força muscular. Idosos com boa aptidão física conseguem desempenhar as atividades básicas da 
vida diária não dependendo de outras pessoas e assim ter autonomia. 
Os benefícios dos exercícios físicos para pessoas da terceira idade podem ser tanto físicos, sociais, quanto 
psicológicos. Ao praticar exercícios físicos regularmente os idosos tendem a diminuir seus níveis de 
triglicerídeos, reduzirem sua pressão artéria, aumentar colesterol HDL, aumentar à sensibilidade das células 
a insulina, reduzir da gordura corporal, aumentar a massa muscular, diminuir a perda mineral óssea, entre 
outros diversos fatores positivos para o praticante. 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
Praticar “Exercícios físicos diários – principalmente os aeróbios, de impacto, exercícios de peso e resistência 
– em intensidade moderada, com este trabalho físico, estará garantindo a independência da vida do idoso. 
Os exercícios físicos também vão atuar na vida social do idoso, fazendo com que ele se mantenha motivado 
e ativo, podendo assim executar as tarefas diárias normalmente se dificuldade e com maior mobilidade e 
facilidade. 
Nível de aptidão física: 
A aptidão física consiste em componentes que podem ajudar na efetiva função do indivíduo na sociedade, 
sem excessiva fadiga e com reserva de energia para desfrutar o tempo livre. 
Todas as valências físicas podem ser avaliadas e treinadas, e são elas que definem o nível de aptidão física 
de cada pessoa. Cada valência tem sua importância, elas trabalham em conjunto, sendo que todas 
interligadas. Algumas podem ser mais desenvolvidas em relação à outra, entretanto, quando o objetivo final 
é um movimento ou uma atividade é necessário que todas trabalhem simultaneamente para a execução. 
É importante que idosos busquem sempre melhorar suas valências físicas, a fim de torná-los independentes 
e terem condições de realizarem as tarefas do dia a dia e se manterem saudáveis. Essas valências quando 
bem desenvolvidas tornam os idosos menos vulneráveis a quedas, a distensões musculares, rompimento de 
ligamentos, entre outras lesões ou distúrbios relacionados ao envelhecimento. 
A participação dos idosos em programas de exercícios físicos consegue reverter ou retardar a perda das 
funções, independente de quando uma pessoa torna-se fisicamente mais ativa. Quando uma pessoa está 
inserida em um programa de exercícios físicos, ela se torna ativa e usufrui de todos os benefícios advindos 
da prática esportiva e ainda minimiza os impactos e prejuízos que o envelhecimento pode causar. 
Matsudo apresenta os níveis de funcionalidade dos idosos: 
1. Fisicamente dependente: Indivíduos que não conseguem realizar algumas ou nenhuma das ABVD 
(Atividades Básicas da Vida Diária e são dependentes de outros para se alimentar e para outras funções 
básicas; 
2. Fisicamente frágil: Indivíduos que podem realizar ABVD, mas que não podem realizar algumas ou 
nenhuma das atividades necessárias para viver independentemente (AIVD - Atividades Instrumentais da Vida 
Diária); 
3. Fisicamente independente: Indivíduos que vivem independentemente, usualmente sem sintomas de 
doenças crônicas, mas com baixo nível de saúde e de condicionamento físico; 
4. Fisicamente apto ou ativo: Indivíduos que se exercitam pelo menos duas a três vezes por semana para 
sua saúde, por prazer ou bem-estar; 
5. Atleta: Indivíduos que treinam quase que diariamente, competem na sua categoria etária e praticam 
esportes de alto risco. 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
Consulta gerontológica
 
Geriatria: 
É a especialidade médica que se integra na área da Gerontologia com o instrumental específico para atender 
aos objetivos da promoção da saúde, da prevenção e do tratamento das doenças, da reabilitação funcional 
e dos cuidados paliativos. 
Abrange desde a promoção de um envelhecer saudável até o tratamento e a reabilitação do idoso. O 
processo de envelhecimento impacta no comportamento orgânico, demandando abordagens diferenciadas, 
assim como crianças e jovens apresentam especificidades que são tratadas pelo pediatra. 
O geriatra é um médico que utiliza uma abordagem ampla para a avaliação clínica, incluindo aspectos 
psicossociais, escalas e testes; por isso, a consulta geriátrica é, em geral, mais demorada. 
Além de lidar com doenças como as demências, a hipertensão arterial, o diabetes e a osteoporose, o geriatra 
também trata de problemas com múltiplas causas, como tonturas, incontinência urinária e tendência a 
quedas. Ele também fornece cuidados paliativos aos pacientes portadores de doenças sem possibilidade de 
cura. 
Frequentemente, atua em conjunto com equipe multidisciplinar, como na avaliação de tratamentos 
adequados e daqueles que trazem riscos e/ou interações indesejadas. 
Gerontologia: 
É o estudo do envelhecimento nos aspectos – biológicos, psicológicos, sociais e outros. Os profissionais da 
Gerontologia têm formação diversificada, interagem entre si e com os geriatras. 
Campo científico e profissional dedicado às questões multidimensionais do envelhecimento e da velhice, 
tendo por objetivo a descrição e a explicação do processo de envelhecimento nos seus mais variados 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
aspectos. É, por esta natureza, multi e interdisciplinar. Na área profissional, visa a prevenção e a intervenção 
para garantir a melhor qualidade de vida possível dos idosos até o momento final da sua vida. 
O profissional gerontológico atua nos respectivos apectos: 
 Na prevenção: propõe intervenções que se antecipem aos problemas mais comuns que afetam os 
idosos e orienta a criação de condições adequadas para um envelhecimento com qualidade. 
 Na ambientação: orienta a criação de condições ambientais para uma vida com qualidade na velhice, 
focando os mais variados espaços por onde circulam ou vivem pessoas idosas. 
 Na reabilitação: propõe intervenções quando ocorreram perdas que são resgatáveis e, quando 
irreversíveis, orienta a criação de condições individuais e ambientais para uma vida digna. 
 Nos cuidados paliativos: propõe intervenções quando ocorrem doenças progressivas e irreversíveis, 
abrangendo aspectos físicos, psíquicos, sociais e espirituais, com atenção estendida aos familiares, 
visando o maior bem-estar possível e a dignidade do idoso até a sua morte. 
Avaliação Geriátrica Ampla: 
A avaliação geriátrica ampla (AGA) é a resposta a essa complexidade e geralmente inclui a avaliação do 
paciente em vários domínios, sendo mais comumente incluídos o físico (médico), o mental, o social, o 
funcional e o ambiental. A condição funcional do paciente com idade avançada é um dos parâmetros mais 
importantes da avaliação geriátrica. O termo funcional é usado em seu sentido estrito, cujo significado é a 
habilidade do idoso de funcionar na arena da vida diária. A evidência de declínio funcional faz pressupor a 
existência de doença ligada ao quadro e que, algumas vezes, não está diagnosticada, decorrente, em geral, 
das manifestações clínicas atípicas inerentes a essa faixa etária, constituindo um desafioà prática clínica. 
Os seus objetivos principais são realizar um diagnóstico global e desenvolver um plano de tratamento e 
reabilitação, gerenciando os recursos necessários para as intervenções terapêuticas e reabilitatórias. 
Ela é capaz de identificar diminuições da capacidade, limitações das atividades e mesmo restrições à 
participação (desvantagens) do paciente idoso, mas se utilizada isoladamente da avaliação clínica tradicional 
não identifica as condições de saúde (distúrbios ou doenças) responsáveis por elas. Por outro lado, se uma 
avaliação médica padrão obtém bons resultados em uma população de não idosos, os resultados tendem a 
falhar na detecção dos problemas prevalentes na população idosa. Esses desafios referem-se, 
principalmente, às síndromes geriátricas e às doenças inaparentes com manifestações atípicas, cuja 
identificação é fundamental para a adequação terapêutica e para a prevenção da incapacidade nessa 
população. 
Ela faz parte do exame clínico do idoso, sendo fundamental nos pacientes portadores de multimorbidades e 
em uso de vários medicamentos. A avaliação clínica detalhada faz parte desse processo, devendo ser 
fundamentada em uma anamnese criteriosa e com peculiaridades que são indispensáveis à boa 
comunicação entre o médico e o paciente. 
Ela tem uma estrutura que pode variar dependendo da expertise da equipe que a aplica e do local onde é 
realizada. Entretanto, apesar dessa variação, tem características constantes como o fato de ser sempre 
multidimensional, utilizar instrumentos padronizados para avaliar todos os fatores que interferem na saúde 
do idoso, e de avaliar no mínimo as quatro principais dimensões, que são a capacidade funcional, as 
condições médicas, o funcionamento social e a saúde mental (Costa, 2013). Os parâmetros avaliados pela 
AGA são: Equilíbrio, mobilidade e risco de quedas 
 Função cognitiva Condições emocionais 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
 Deficiências sensoriais 
 Capacidade funcional 
 Estado e risco nutricional 
 Condições socioambientais 
 Polifarmácia e medicações inapropriadas 
 Comorbidades e multimorbidade 
 Outros. 
A gestão da condição de saúde do idoso na Atenção Primária da Saúde 
O processo do cuidado deve contemplar a multidimensionalidade da saúde do idoso. Assim como a 
avaliação, a intervenção também é multidimensional. Daí a necessidade de atuação interdisciplinar da 
equipe multiprofissional na APS. O acompanhamento prevê a avaliação clínico-funcional evolutiva, com 
estratificação de risco a cada atendimento programado, e a elaboração, o monitoramento e a atualização 
do plano de cuidados ao longo do período de acompanhamento. Como todo usuário com condição crônica, 
o idoso se beneficia de atendimentos em grupo, como a atenção compartilhada, grupos operativos e grupo 
de pares, com exceção daqueles com declínio funcional acentuado. Atenção especial deve ser dada aos 
familiares, principalmente ao cuidador de idosos com maior dependência, para apoio, capacitação com 
relação ao conhecimento e habilidades necessárias para o cuidado, e avaliação de eventual sobrecarga. O 
ato de cuidar do outro exige o conhecimento da tecnologia do cuidado, além de dedicação e carinho. 
A equipe da APS é sempre responsável pelo acompanhamento do idoso, compartilhando o cuidado com a 
AAE nos casos de maior complexidade. Devem existir mecanismos potentes de comunicação e atuação 
conjunta das duas equipes, para favorecer a atenção contínua e segura para os idosos e seus familiares. 
A equipe da APS deve abordar e tratar adequadamente os principais fatores de risco para as doenças crônicas 
degenerativas e as condições relacionadas ao declínio funcional da cognição, do humor/comportamento, da 
mobilidade e da comunicação, implementando as intervenções detalhadas a seguir: 
1. COGNIÇÃO 
• Estimular o máxima a reserva cognitiva, por meio de escolarização, leitura, jogos cognitivos ou 
qualquer atividade que exija aprendizado e resolução de problemas (desafios cognitivos). 
• Controlar os fatores de risco e doenças cardiovasculares, como diabetes mellitus, hipertensão 
arterial, obesidade, inatividade física e tabagismo. 
• Prevenir e tratar adequadamente a depressão. 
• Prevenir e tratar o delirium. 
• Evitar traumatismo craniencefálico e traumas repetitivos associados a esportes violentos. 
• Evitar o uso abusivo de álcool e outras drogas, como benzodiazepínicos e drogas com ação 
anticolinérgica. • Prevenir e tratar os distúrbios do sono. 
• Prevenir e tratar doenças com alto potencial de dano cerebral, como sífilis, infecção pelo HIV, 
hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12 e doença renal crônica. 
 
2. HUMOR/COMPORTAMENTO 
• Diagnosticar precocemente e tratar doenças psiquiátricas e transtornos de personalidade. 
• Garantir o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dos transtornos depressivos no idoso, 
facilitando o acesso à psicoterapia e a medicamentos apropriados para o idoso. 
• Abordar adequadamente os indivíduos em uso prolongado de psicotrópicos, com reavaliação periódica 
da indicação e da dose da medicação. 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
• Estimular o autoconhecimento, buscando-se a compreensão plena do sentido da vida. 
• Evitar o isolamento social e estimular as atividades de lazer, socialização e participação em redes 
sociais. 
3. MOBILIDADE 
3.1 Alcance, preensão e pinça 
• Prevenir o trauma e a sobrecarga no ombro, evitando-se movimentos repetitivos e inadequados, com o 
uso da mão acima da linha axilar. 
• Diagnosticar e tratar adequadamente o ombro doloroso e as doenças que cursam com limitação de 
movimentos. 
• Fazer exercícios de fortalecimento do ombro e da postura adequada, que facilitam o alcance. 
3.2 Capacidade aeróbia/muscular 
• Realizar atividade física multimodal, constituída por exercícios resistidos, aeróbicos e de flexibilidade (tipo 
tai chi e similares) de forma regular e sistematizada, por meio de prescrição e acompanhamento pela equipe 
de saúde: 
• Exercícios aeróbios, como caminhada, dança, ciclismo, natação etc., com frequência mínima de cinco vezes 
na semana, com duração de 30 minutos, de intensidade moderada (definida como aquele capaz de provocar 
cansaço autorreferido), totalizando 150 minutos/semana. 
• Exercícios resistidos e com carga, como musculação, carregar peso, faixa elástica etc., com frequência 
mínima de duas vezes semana, com duração de 30 minutos e intensidade moderada (definida como aquela 
capaz de provocar cansaço autorreferido). 
3.3 Marcha 
• Fazer atividade física regular, com prescrição de exercícios de flexibilidade, como dança, ioga, artes 
marciais, alongamento etc. 
• Identificar os fatores intrínsecos, extrínsecos e comportamentais, associados ao risco de quedas. • Fazer 
adaptação ambiental. 
• Usar de maneira adequada dispositivos de auxílio para locomoção, como bengalas, muletas e andadores. 
• Evitar o uso de drogas associadas a risco de quedas, como benzodiazepínicos (clonazepam, diazepam etc.), 
sedativos, drogas com ação miorrelaxante (orfenadrina, ciclobenzaprina, carisoprodol e tizanidina) e drogas 
associadas a parkinsonismo (antivertiginosos, antipsicóticos, metoclopramida etc). 
• Evitar polifarmácia. 
• Evitar hipotensão ortostática. 
• Cuidar dos pés e usar calçados adequados. 
• Realizar avaliação oftalmológica regular. 
• Evitar traumatismo articular ou sobrecarga de peso. 
• Prevenir e tratar osteoporose e fraturas por fragilidade. 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
3.4 Continência esfincteriana 
• Evitar trauma da musculatura pélvica associada à multiparidade e ao cuidado inadequado no parto. 
• Realizar exercícios uroginecológicos para fortalecimento do assoalho pélvico. 
• Diagnosticar precocemente e tratar de maneira adequada as doenças do trato urinário, incluindo as 
doenças da próstata. 
•Evitar drogas associadas à urgência ou à incontinência urinária, como diuréticos e drogas anticolinérgicas. 
• Fazer avaliação ginecológica regular. 
4. COMUNICAÇÃO 
4.1 Visão 
• Fazer avaliação oftalmológica regular e garantir o acesso às lentes corretivas, quando necessárias. 
• Diagnosticar e tratar adequadamente as doenças associadas à retinopatia, como diabetes mellitus, 
glaucoma e catarata. 
4.2 Audição 
• Evitar exposição auditiva prolongada a ambientes ruidosos, música alta, abuso no uso de fones de ouvido 
e outros traumas acústicos. 
• Evitar uso de drogas associadas à ototoxicidade (aminoglicosídeos, diuréticos e etc.). 
• Avaliar a função auditiva regularmente e garantir o acesso às próteses auditivas, quando necessárias. 
• Avaliar e remover rolha de cerúmen, quando indicada na Atenção Primária. 
Diabetes Melito 
Complicações 
As complicações crônicas do diabetes melito (DM) são as 
principais responsáveis pela morbidade e mortalidade 
dos pacientes diabéticos. As doenças cardiovasculares 
representam a principal causa de morte (52%) em 
pacientes diabéticos do tipo 2. Diversos fatores de risco, 
passíveis de intervenção, estão associados ao maior 
comprometimento cardiovascular observado nos 
pacientes diabéticos. Entre eles estão a presença da 
Nefropatia Diabética (ND) e da Hipertensão Arterial 
Sistêmica (HAS). 
O impacto desfavorável da HAS e das dislipidemias sobre 
a morbimortalidade cardiovascular é amplamente reconhecido, bem com a frequente associação destas 
condições ao DM. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram significativa elevação da mortalidade 
de indivíduos com DM tipo 1 e 2 na presença de HAS. Por outro lado, são numerosas as evidências de que o 
tratamento anti-hipertensivo é capaz de reduzir a incidência de eventos cardiovasculares em indivíduos com 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
e sem DM. Também a intervenção sobre a dislipidemia tem se mostrado benéfica no controle da doença 
macro vascular de indivíduos diabéticos. 
A ND acomete cerca de 40% dos pacientes diabéticos e é a principal causa de insuficiência renal em pacientes 
que ingressam em programas de diálise. A mortalidade dos pacientes diabéticos em programas de 
hemodiálise é maior do que a dos não-diabéticos. Cerca de 40% dos pacientes morrem no primeiro ano de 
tratamento, principalmente por doença cardiovascular. O custo do tratamento da insuficiência renal crônica 
(IRC) é elevado. 
A ND apresenta uma fase inicial, denominada de nefropatia incipiente (fase de microalbuminúria) e uma 
fase mais avançada definida como nefropatia clínica (fase de macroalbuminúria). Existem diversas 
estratégias terapêuticas que podem ser empregadas para reverter as alterações encontradas na fase de 
microalbuminúria e retardar a evolução da fase de macroalbuminúria para a IRC. A ND pode ser 
diagnosticada precocemente pela medida da albuminúria. Atualmente já estão bem definidos 
procedimentos simples e efetivos para realizar o rastreamento. 
A Retinopatia Diabética (RD) acomete cerca de 40% dos pacientes diabéticos e é a principal causa de cegueira 
em pacientes entre 25 e 74 anos. A maioria dos casos de cegueira (90%) é relacionada à RD e pode ser evitada 
através de medidas adequadas, que incluem, além do controle da glicemia e da pressão arterial, a realização 
do diagnóstico em uma fase inicial e passível de intervenção. Essas medidas diminuem a progressão das 
alterações retinianas, não revertendo os danos já estabelecidos. Portanto, é imperativo que seja feito o 
diagnóstico da RD em suas fases iniciais antes que lesões que comprometem a visão tenham ocorrido. O 
melhor procedimento para realizar a detecção precoce da RD ainda não foi determinado. Idealmente, o 
rastreamento para RD deveria ser realizado por oftalmologista da rede pública, mas este sistema tem se 
mostrado insuficiente em locais como o Reino Unido, na medida em que apenas uma pequena porção dos 
pacientes tem acesso ao especialista. Imagens da retina obtidas em sistemas digitais podem ser visualizadas 
em um monitor de computador e armazenadas em discos. Esse exame pode ser efetuado por técnicos e 
posteriormente analisado por oftalmologistas. 
Dados epidemiológicos brasileiros indicam que as amputações de membros inferiores ocorrem 100 vezes 
mais frequentemente em pacientes com DM. A grande maioria (85%) dos casos graves que necessita 
internação hospitalar, origina-se de úlceras superficiais ou de lesões pré-ulcerativas nos pés de pacientes 
diabéticos com diminuição da sensibilidade por neuropatia diabética associada a pequenos traumas, 
geralmente causadas por calçados inadequados, dermatoses comuns, ou manipulações impróprias dos pés 
pelos pacientes ou por pessoas não habilitadas. As úlceras associadas à doença vascular periférica 
constituem uma menor parcela, porém requerem cuidados imediatos e especializados. 
A detecção precoce do "pé em risco" pode ser feita facilmente pela inspeção e avaliação da sensibilidade 
através de testes simples e de baixo custo. O emprego dessas medidas e a educação de profissionais, 
pacientes e familiares podem reduzir em até 50% o risco de amputação. 
Prevenção 
A prevenção da diabetes mellitus tipo 2, assim como a parte não farmacológica do tratamento, está 
associada à adoção de um estilo de vida mais sustentável, pois além de contribuir com a promoção em saúde 
do indivíduo, principalmente nas pessoas com a glicemia moderadamente elevada, a mudança no 
comportamento alimentar, a pratica de atividades físicas e a perda de peso corporal podem reduzir o risco 
de diabetes tipo 2. 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
Durante o exercício, as fibras musculares são permeáveis a glicose, mesmo na ausência de insulina. Quando 
não há atividade, boa parte da glicose é convertida em glicogênio muscular ou hepático. Corroborando com 
esses dados, vários estudos apontam a eficácia das intervenções no estilo de vida no que diz respeito à 
prevenção do diabetes, com uma redução do risco relativo de 40 a 70% em adultos com pré-diabetes. 
Hipertensão arterial 
Complicações 
A hipertensão tem destaque no idoso por ser uma das 
doenças mais frequentes, quando a maioria deles 
apresenta elevação predominantemente ou isolada da 
pressão arterial sistólica (PAS), isto se deve ao diferente 
comportamento da PAS e da pressão arterial diastólica 
(PAD). 
Doença pulmonarobstrutiva crônica ou asma 
brônquica: 
A única restrição medicamentosa nesse grupo limita-se 
aos betabloqueadores, que podem desencadear broncospasmo, independentemente da cardiosseletividade 
do agente. Deve-se atentar para o uso eventual de simpaticomiméticos, tais como teofilina e efedrina, que, 
associados ou não aos corticosteroides, podem dificultar o controle adequado da pressão. Entretanto, 
quando esses medicamentos estiverem indicados, podem e devem ser usados com cautela. Cromoglicato de 
sódio, brometo de ipratrópio ou corticosteroides por via inalatória podem ser usados com segurança em 
indivíduos hipertensos. 
Depressão: 
A depressão pode dificultar a adesão ao tratamento da hipertensão arterial, bem como ao tratamento de 
outros fatores de risco cardiovascular. Por outro lado, vários agentes hipotensores (alfametildopa, clonidina 
e betabloqueadores de ação central) também podem causar depressão. Os diuréticos tiazídicos podem 
aumentar os níveis séricos de lítio. O uso de antidepressivos tricíclicos, inibidores de monoamina oxidase 
(IMAO) e venlafaxina exige atenção com os níveis da pressão. Mais recentemente, inibidores seletivos da 
recaptação de serotonina têm sido utilizados com segurança, sem interferências significativas sobre os níveis 
pressóricos. 
Obesidade: 
Hipertensão arterial e obesidade são condições frequentemente associadas. São fundamentais a dieta e a 
atividade física para redução do peso. Os anorexígenos devem, quando possível, ser evitados, pois podem 
aumentara pressão arterial. Redução do excesso de peso, restrição dietética de sódio e prática de atividade 
física regular são fundamentais para o controle da pressão e podem, por si sós, normalizar os níveis de 
pressão. A associação de obesidade e apneia do sono deve ser sempre lembrada como fator que pode 
dificultar o controle da pressão arterial. Os inibidores da ECA são benéficos para o paciente obeso, pois 
aumentam a sensibilidade à insulina, enquanto os antagonistas dos canais de cálcio podem ser 
recomendados por sua ação natriurética e neutralidade sobre o metabolismo lipídico e glicêmico. Por outro 
lado, os diuréticos e betabloqueadores devem ser utilizados com cautela, pela possibilidade de aumentar a 
resistência à insulina e determinar intolerância à glicose. 
Processo de Envelhecimento 
Ana Clara Silva Freitas 
 
Dislipidemia: 
É frequente a associação entre dislipidemia e hipertensão arterial; quando presentes, as duas afecções 
devem ser tratadas agressivamente. A abordagem não medicamentosa (dieta e atividade física regular) se 
impõe para ambas as condições. Inibidores da ECA, antagonistas dos canais de cálcio e alfa-2-agonistas não 
interferem na lipemia, enquanto os alfabloqueadores podem melhorar o perfil lipídico. Os diuréticos em 
baixas doses não interferem nos níveis séricos de lipídios. Os betabloqueadores podem aumentar, 
temporariamente, os níveis de triglicerídios e reduzir o HDL-colesterol. Contudo, em pacientes que sofreram 
infarto do miocárdio, os benefícios proporcionados pelos betabloqueadores superam as eventuais 
desvantagens. Estudos mais recentes têm demonstrado que a redução agressiva de lipídios séricos com o 
uso de vastatinas confere proteção contra a doença coronariana. 
Doença vascularencefálica: 
A hipertensão arterial é o maior fator de risco para a doença vascular encefálica. O risco tem maior 
correlação com os níveis de pressão arterial sistólica e aumenta na presença de outros fatores causais. Nos 
acidentes vasculares encefálicos em hipertensos, recomenda-se observar o paciente por algumas horas 
antes de intervir na pressão arterial, salvo se ocorrerem níveis de pressão extremamente elevados. Sabe-se 
que hipertensos crônicos sofrem desvio para a direita na curva de autorregulação de seu fluxo cerebral. 
Portanto, reduções superiores a 20% na pressão arterial diastólica podem comprometer a perfusão 
encefálica, devendo ser evitadas. A redução da pressão arterial deve ser lenta e gradual, observando-se 
continuamente os parâmetros clínicos do quadro neurológico. Convém lembrar que, em muitas situações, 
como na hemorragia subaracnoide, por exemplo, a elevação da pressão arterial é um importante fator 
hemodinâmico para manter a perfusão cerebral em condições de vasospasmo. Devem-se evitar fármacos 
que tenham ações no sistema nervoso central (clonidina, alfametildopa, guanabenzo e moxonidina). Estão 
particularmente indicados os inibidores da ECA, os antagonistas do canal de cálcio e os diuréticos. 
Insuficiência cardíaca: 
A hipertensão arterial pode promover alterações estruturais no ventrículo esquerdo, acompanhadas ou não 
por isquemia coronariana, que contribuem para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca com função 
sistólica preservada ou não. Entre os diversos agentes, recomendam-se, em primeira escolha, os inibidores 
da ECA, seguidos pelos vasodilatadores, como hidralazina combinada a nitratos. O uso isolado desses 
agentes ou associado a diuréticos e digitálicos reduz a morbidade e a mortalidade cardiovasculares. 
Hipertrofia doventrículoesquerdo: 
A hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE) pode estar associada à hipertensão arterial, e constitui 
importante indicador de risco para arritmias e morte súbita, independentemente da própria hipertensão. O 
tratamento medicamentoso é imperativo. Todas os fármacos, exceto os vasodilatadores de ação direta, são 
eficazes na redução da hipertrofia do ventrículo esquerdo. 
Nefropatias: 
 A hipertensão arterial pode resultar de qualquer forma de doença renal que diminua o número de néfrons 
funcionantes, levando à retenção de sódio e de água. A nefroesclerose hipertensiva é a causa mais comum 
de doença renal progressiva, particularmente em negros americanos. Estudos prospectivos em pacientes do 
sexo masculino têm demonstrado evidências conclusivas e diretas da relação entre pressão arterial e doença 
renal terminal. A detecção precoce do dano renal associado à hipertensão tem�se mostrado essencial na 
profilaxia da progressão da lesão renal, devendo incluir avaliação da creatinina sérica, exame de urina e, 
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como complemento, ultrassonografia de rins e vias urinárias para detecção de doença renal obstrutiva e de 
doença policística renal e determinação do tamanho renal. 
Doença vascular arterial periférica: 
A hipertensão arterial é importante fator de risco para aterosclerose e doença vascular arterial periférica. 
Nesses pacientes, o uso de betabloqueadores pode levar à piora do quadro clínico, sendo indicados os 
vasodilatadores, os antagonistas dos canais de cálcio e os inibidores da ECA. Raramente, existe a 
possibilidade de coexistência de estenose bilateral de artéria renal, podendo, nessa eventualidade, ocorrer 
redução da função renal com esses últimos. Deve-se enfatizar o benefício do abandono do tabagismo, que, 
seguramente, representa importante fator de risco para a gravidade da doença vascular arterial periférica 
incapacitante.

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