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Métodos de resolução de conflitos adotados no Brasil.

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Rayanesantiago
Mediação e solução consensual de conflitos
Métodos de resolução de conflitos adotados no Brasil.
O Direito brasileiro admite inúmeras formas de resolução de conflitos jurídicos. Dentre as variadas modalidades, existem as que os resolvem por meio consensual, em que as próprias partes chegam a um acordo recíproco na defesa de seus interesses. Existem, por outro lado, as que são resolvidas por outras pessoas que não as partes, solucionando o impasse por meio da decisão de um terceiro imparcial: o juiz de direito ou o juiz arbitral. No âmbito consensual, contemplam-se as espécies de negociação, mediação e conciliação. Quando há a imposição de um terceiro imparcial, necessita-se da utilização da via judicial ou da arbitragem.
No tocante ao meio consensual, a primeira espécie a ser destacada é a negociação. A negociação é uma medida consensual de resolução de conflitos muito efetiva para dirimir e extinguir de vez algum impasse. Isso porque, nela, são as próprias partes quem conseguem visualizar uma solução ao problema. Por esta razão, estando ambas satisfeitas por terem conseguido alcançar um meio termo que lhes fosse favorável, há menos chances que aquele litígio que surgiu inicialmente possa vir a ser novamente um problema. Não há a figura de um terceiro. As próprias partes são as condutoras do diálogo.
Nesta modalidade abordada, privilegia-se a existência do diálogo, do respeito e da empatia. Muitas circunstâncias conflitantes podem ser solucionadas quando as partes
compreendem que possuem um interesse em comum: dar fim ao litígio. Colocar-se, portanto, no lugar da outra parte e tentar efetivamente chegar a um consenso, sem almejar se sobrepor ao outro mas sim alcançar o êxito recíproco, faz com que toda a problemática existente chegue ao seu fim da forma mais razoável e saudável possível.
A mediação, tal como a negociação, é uma forma alternativa de resolução de conflitos em que se preconiza a auto composição. Ela tem legislação própria, a Lei nº 13.140/2015 e também foi inserida no Código de Processo Civil de 2015 como requisito obrigatório nos litígios e nas audiências. Como regra, a mediação abrange todas as controvérsias existentes, salvo se versarem sobre direitos indisponíveis, prevendo uma maior segurança às partes.
Nesta espécie, as partes também chegam de forma conjunta à solução do conflito, mas sob a orientação de um mediador. O mediador estará a todo o momento conduzindo a tentativa de acordo, de forma a manter um ambiente harmonioso e apaziguar eventuais brigas, todavia, sem dar qualquer sugestão. As próprias partes devem chegar, juntamente, a uma decisão.
A orientação dada pela lei é de que a mediação seja adotada quando as partes já tenham um vínculo anterior, pois o mediador, capacitado para tal, trabalhará não somente o problema, mas a relação em si. A origem da relação, os motivos do conflito e a possibilidade de se construir, ou reconstruir, a comunicação entre os particulares.
Muito se confunde os métodos da mediação e da conciliação, embora estes não sejam sinônimos. Também prevista na Lei 13.140/15 e no Código de Processo Civil de 2015, a conciliação é um método de solução de conflitos que institui a figura do conciliador. O conciliador, terceiro imparcial, possui a função de conduzir o diálogo entre as partes, mas, diferentemente do mediador, aquele possui a liberdade de dar orientações e sugestões para se chegar à resolução do impasse. Geralmente, a conciliação é utilizada quando as partes não possuem um vínculo anterior. Portanto, não há o que se falar em reconstruir a relação entre elas, já que nunca existente.
O método mais utilizado atualmente para a solução de conflitos é a via judicial. Neste segmento, observa-se a presença de um terceiro imparcial, o juiz de direito, que impõe a sua decisão acerca do litígio. Uma vez levada a controvérsia à apreciação judicial, a sentença proferida tem caráter obrigatório. Assim, estarão as partes vinculadas a obedecer aos termos nela impostos, sob pena de serem obrigadas a cumpri-la de forma coercitiva.
 O presente método, embora o mais usual e também garantido no ordenamento jurídico brasileiro, tende a não ser mais tão utilizado, mas tão somente nos casos que os métodos consensuais não puderem ser adotados ou não surtirem efeitos. O Judiciário sofre muitas críticas quanto à solução do impasse, tendo em vista a morosidade a qual os litigantes enfrentam na decisão de suas ações. Em razão disso, a lei, a doutrina e até mesmo a jurisprudência têm aconselhado e orientado os particulares a utilizarem meios alternativos de solução de conflitos.
A arbitragem foi inserida em nosso diploma civil como forma de resolução de conflitos no ano de 1996, por meio da Lei 9.307, e consolidada com o advento do Código de Processo Civil de 2015. A arbitragem é um instituto jurídico paralelo ao judiciário. Tal como este, ela prevê a figura de um terceiro imparcial que tem como função solucionar um conflito que foi levado até ele. Este terceiro imparcial, denominado juiz arbitral, possui autonomia para analisar e julgar o caso conforme o seu entendimento, atentando-se a motivar a sua decisão.
O Juízo Arbitral é paralelo ao Judiciário. Nesta jurisdição, vigora a autonomia da vontade. A arbitragem é método opcional, logo, os particulares podem tanto optar por ela de forma prévia, antes da existência do conflito, como depois, após o impasse já instaurado.
Depois de julgado o caso pelo juiz arbitral, eventual parte que se sentiu insatisfeita com a decisão não pode simplesmente ignorar a sentença, torná-la inválida e levar o caso para a via judicial. A sentença proferida pelo árbitro possui força legal e deve, também, ser obrigatoriamente cumprida pelas partes.
O objetivo em qualquer espécie de auto composição é visualizar a obtenção de interesses para ambas as partes. Esta possibilidade somente acontece quando ambas estão dispostas a ceder em algum aspecto. Se não existir tal consciência entre elas, quando ao menos uma delas visa somente ganhar sem oferecer algo em troca, fica insuscetível falar sobre acordo, uma vez que a solução nunca chegará e o litígio acabará sendo repassado à submissão do judiciário ou do juízo arbitral.
Os métodos alternativos de solução de conflitos possuem tamanha relevância que são protegidos por leis esparsas, além de a conciliação e mediação terem sido inseridas como requisito obrigatório nas audiências, caso as partes, juntas, não se opuserem.
A importância é tamanha que a auto composição pode acontecer em qualquer fase processual, devendo, inclusive, ser incentivada pelos operadores do direito. O caráter essencial pode residir na obtenção mais célere da resolução do conflito, na busca pela autonomia privada ou pelo desafogamento do Judiciário. O importante é que a utilização de tais meios alternativos traz inúmeros benefícios aos particulares em desavença, ao judiciário e a toda a coletividade.
REFERÊNCIAS:
GUERRERO, Luis Fernando. Os Métodos de Solução de Conflitos e o Processo Civil.
MIKLOS, Jorge. Sophia. Mediação de Conflitos.
ZAFFARI, E.K.; SCHOLZE, M.L. Solução de conflitos jurídicos.

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