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Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

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Avaliação de impacto e licenciamento ambiental 103
7
Estudo de impacto 
ambiental (EIA)
Entre os estudos ambientais necessários para a obtenção de licenças, é muito impor-
tante conhecer o estudo de impacto ambiental (EIA) e seu respectivo relatório de impacto 
ao meio ambiente (Rima). Esses dois documentos, que constituem um conjunto, objeti-
vam avaliar os impactos ambientais decorrentes da instalação de um empreendimento e 
estabelecer programas para monitoramento e mitigação desses impactos.
Para subsidiar a elaboração desses documentos, neste capítulo serão apresentados 
aspectos do EIA, dando enfoque para os meios físico, biológico e socioeconômico.
Estudos de impacto ambiental (EIA)7
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental104
7.1 Meio físico 
O meio físico, como previsto na Resolução Conama 01/86, é um dos componentes que 
faz parte, obrigatoriamente, do processo de estudo de impacto ambiental e de seu respecti-
vo relatório, podendo ser considerado como passivo e/ou ativo, recebendo ou deflagrando 
impactos e processos, em resposta à interação com determinado empreendimento que esteja 
se instalando em uma região.
Dessa forma, segundo Bitar (1990), o meio físico deve ser considerado nos EIA como 
um todo estruturado e que está a todo momento no caminho do equilíbrio dinâmico, com 
seus vários aspectos de inter-relações e de interdependência em termos causais e de gênese, 
evolução, constituição e organização.
Assim sendo, é importante focar na realização de uma abordagem que integre os com-
ponentes do meio físico, direcionando o estudo da dinâmica de cada uma de suas formas 
de interação, envolvendo desde fluxos energéticos atuantes no meio até seus componentes 
materiais, como, por exemplo, solo, rocha, ar e água. 
Para isso, devem-se observar os conceitos fundamentais relacionados à inserção do 
meio físico no contexto dos grandes ciclos terrestres (ciclo da água, do ar e das rochas) e 
suas interações (BITAR; FORNASARI FILHO; VASCONCELOS, 1990).
Para abordar o meio físico nos estudos ambientais é necessário conhecer as princi-
pais características dos processos desse meio a fim de fazer a melhor avaliação possível. 
O Quadro 1 apresenta os tipos de processos que ocorrem no meio físico em decorrência de 
um impacto ambiental. 
Quadro 1 – Tipos de processos dos meios físicos.
Tipologia Processos do meio físico
Hidrológicos
Erosão pela água
Escoamento de água na superfície
Dinâmica de água no subsolo
Interações físico-químicas na água e no solo
Inundação
Pedológicos
Escorregamento
Queda de blocos
Queda de detritos
Rastejo de solo
Corrida de massa
Processos pedogenéticos
Deposição de sedimentos ou partículas
Subsidência
Carstificação
Estudos de impacto ambiental (EIA)
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental
7
105
Tipologia Processos do meio físico
Outros
Potencialização e desencadeamento de sismo
Radioatividade
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na figura abaixo é possível visualizar, de forma sintetizada, os fluxos nos processos do 
meio físico.
Figura 1 – Processos do meio físico: fluxos.
Processos do meio físico
Série de fenômenos sucessivos 
com relação de causa e efeito
Segmento abiótico 
do meio ambiente
Resultantes da interação
Componentes materiais
solo, rocha, água e ar
Componentes materiais
solo, rocha, água e ar
agem
passivamente
agem
ativamente
A dinâmica ambiental é representada pela interação dos componentes bióticos, 
abióticos e antrópicos.
São deflagrados, catalisados, acelerados ou retardados por agentes físicos, químicos, 
biológicos e antrópicos. 
Fonte: PROIN/CAPES; UNESP/IGCE, 1999. Adaptado. 
O impacto ambiental de determinado empreendimento ou determinada ação gera in-
tervenções em diferentes graus nas estruturas e nos processos do meio físico, podendo re-
sultar em grandes consequências, como, por exemplo, o caso do rompimento das barragens 
de rejeitos de mineração, ocorrido em novembro de 2015, no município de Mariana (MG), 
que acarretou sérios danos ao meio físico, alterando de forma significativa os processos 
físicos daquela localidade, levando a sérios problemas ambientais e sociais, com prejuízos 
econômicos associados.
Na análise dos impactos ambientais nos processos físicos é importante entender como 
agentes de alteração ambiental e seu potencial modificador dos processos do meio ambiente 
foram gerados, conhecendo os detalhes e as metodologias que são utilizados no empreendi-
mento, servindo de subsídio para a realização do EIA e suas análises de interações socioló-
gicas e socioeconômicas.
A identificação dos impactos no meio físico deve ser desenvolvida por meio, princi-
palmente, da utilização de estudos de caso, listagens de controle, opiniões de especialistas, 
revisões de literatura e matrizes de interação. A principal ferramenta metodológica utilizada 
Estudos de impacto ambiental (EIA)7
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental106
nessa etapa do EIA é a geração da matriz de identificação dos impactos, que dever ser deta-
lhada para servir de subsídio para as tomadas de decisões.
O processo de identificação dos impactos deve ser desenvolvido com base na análise dos as-
pectos da atividade e dos fatores ambientais impactáveis diagnosticados para a área de estudo.
O cruzamento dessas informações tendo como base os estudos de clima, geologia, geo-
morfologia, solos, hidrologia, hidrogeologia e qualidade das águas irá resultar numa lista 
dos impactos relevantes identificados por meio da metodologia proposta.
Em um EIA do meio físico, as seguintes etapas e componentes fazem parte do processo:
Quadro 2 – Etapas e processos do meio físico em um EIA.
Tópicos gerais Descrição Tipo de estudo
Informações gerais
Identificação, localização, informa-
ção e sintetização do empreendi-
mento do ponto de vista físico.
Caracterização do 
empreendimento
Planejamento, implantação, opera-
ção e desativação da obra do ponto 
de vista físico.
Área de influência Elaboração de mapas, limitando sua área geográfica.
Diagnóstico ambiental Caracterização física da área antes da implantação do empreendimento.
Metodologias aplicadas
• Clima
• Geologia
• Geomorfologia
• Solos
• Hidrologia
• Hidrogeologia
• Qualidade das águas
Qualidade ambiental
Exposição das interações e des-
crições das inter-relações entre os 
componentes bióticos, abióticos e 
antrópicos do sistema.
Fatores ambientais Meio físico.
Análise dos impactos 
ambientais
Identificação e interpretação dos pro-
váveis impactos no meio físico ocor-
ridos nas diferentes fases do projeto.
Medidas mitigadoras
Apresentação de medidas que vi-
sam minimizar os impactos adver-
sos no meio físico.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Estudos de impacto ambiental (EIA)
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental
7
107
7.2 Meio biótico 
O termo biótico refere-se àquilo que é característico dos seres vivos ou que está vincula-
do a estes. Também é aquilo pertencente ou relativo à biota, ou seja, o conjunto da flora e da 
fauna numa determinada região (ODUM; BARRETT, 1983).
Os fatores bióticos de um ecossistema são a flora e a fauna, e que incluem todos os seres/
organismos vivos, sejam eles animais, plantas, bactérias etc., que bem como seus produtos. 
Os fatores abióticos, em contrapartida, surgem pela influência dos componentes físicos e 
químicos do meio (a água, o sol, o solo, o ar), que influenciam diretamente no comporta-
mento e na evolução do meio biótico.
Os critérios a serem utilizados para um estudo do meio biótico são definidos em um 
documento denominado Termo de Referência, que é elaborado pelo órgão ambiental, po-
dendo ser federal, estadual ou municipal, conforme estabelece a Política Nacional do Meio 
Ambiente, quando da distribuição das responsabilidades de gestão ambiental instituída 
pelo Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama).
Para um EIA, deverão ser caracterizados os ecossistemas terrestres e aquáticos da região 
de influência direta e indireta de determinado empreendimento. Todas as fontes de informaçãodevem ser identificadas, assim como as principais publicações relativas à ecologia da região. 
Para o diagnóstico da fauna e da flora, deverá ser indicada claramente a origem dos 
dados, a saber: dados primários, secundários ou fontes informais, incluindo descrição da 
metodologia utilizada, com suas devidas justificativas. 
7.2.1 Ecossistemas terrestres
A caracterização e a análise dos ecossistemas terrestres deverão abordar:
• O mapeamento georreferenciado dos biótopos e ecótonos da área de influência, 
indicando as fitofisionomias e a florística.
• A identificação das espécies faunísticas (em especial as endêmicas, raras e amea-
çadas de extinção, migratórias, bem como as de valor econômico e valor ecológico 
significativo) e de seus habitats, destacando as espécies mais relevantes que utili-
zam áreas de influência direta do empreendimento.
• A avaliação do grau de conservação dos corredores ecológicos na região de in-
fluência direta e, para a área de influência indireta, as conexões existentes com ou-
tros fragmentos florestais ou ecossistemas, buscando identificar as áreas a serem 
utilizadas para o suporte da fauna, observando a importância dos territórios que 
serão impactados no contexto regional.
• A classificação das áreas de sensibilidade ambiental localizadas na região e a apre-
sentação de relação contendo as unidades de conservação previstas pelo sistema 
nacional de unidades de conservação (SNUC) e áreas protegidas por legislação 
específica nos âmbitos federal, estadual e municipal, ressaltando os ecossistemas 
Estudos de impacto ambiental (EIA)7
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental108
existentes e as espécies protegidas, além da distância ao empreendimento pro-
posto. Essas informações deverão ser georreferenciadas e apresentadas em escala 
compatível, em mapa temático específico.
• A avaliação da interferência do empreendimento nas espécies de fauna e flora, 
baseada em dados qualitativos, caracterizando as inter-relações com o meio.
• A listagem completa de fauna e flora e seus ambientes associados.
7.2.2 Ecossistemas aquáticos
Da mesma forma, a caracterização e análise dos ecossistemas aquáticos deverão:
• Avaliar a interferência do empreendimento na ictiofauna das bacias hidrográficas 
na região de influência direta do empreendimento, considerando a distribuição e 
diversidade das espécies de interesse comercial e das espécies endêmicas e amea-
çadas de extinção, abordando, para a área de influência indireta, a perda de fontes 
de alimentação, locais de desova, de reprodução e criadouros existentes.
• Destacar as espécies reofílicas, identificando as rotas migratórias das espécies de 
maior relevância e prognosticando sua perda, avaliando a possibilidade de formas 
de mitigação a partir da instalação de mecanismos de transposição e/ou preserva-
ção de rotas alternativas.
• Dar atenção especial aos principais rios tributários1 e áreas úmidas da área de 
influência indireta, visando verificar os processos reprodutivos das espécies 
migratórias.
• Avaliar a interferência do empreendimento nos mamíferos aquáticos.
• Realizar a listagem completa da ictiofauna e seus ambientes associados, como, por 
exemplo, ambientes lênticos ou lóticos.
Esses estudos têm como base o princípio de que os ecossistemas apresentam uma 
dependência energética de regiões geográficas que se inter-relacionam, e qualquer im-
pacto sobre ela pode gerar e desencadear processos negativos ao equilíbrio ecossistêmico 
(ODUM; BARRETT, 1983).
O meio biótico possui características funcionais e estruturais para o equilíbrio do am-
biente, incluindo o meio abiótico (ODUM; BARRETT, 1983). Um exemplo de sua funcio-
nalidade são as florestas e sua influência para o equilíbrio climático terrestre, ou mesmo a 
melhoria da quantidade e qualidade de água.
1 Rios tributários são rios afluentes de rios maiores.
Estudos de impacto ambiental (EIA)
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental
7
109
Quadro 3 – Etapas e processos do meio biótico em um EIA.
Tópicos gerais Descrição Tipo de estudo
Informações 
gerais
Identificação, localização, infor-
mação e sintetização do empreen-
dimento do ponto de vista biótico.
Caracterização 
do empreendi-
mento
Planejamento, implantação, opera-
ção e desativação da obra do ponto 
de vista biótico.
Área de 
influência
Elaboração de mapas, limi-
tando sua área geográfica.
Diagnóstico 
ambiental
Caracterização biológica da 
área antes da implantação 
do empreendimento.
Metodologias aplicadas
• Flora: 
caracterização da área de in-
fluência indireta;
caracterização da área de in-
fluência direta, caracterização 
das áreas amostradas;
apresentação dos resultados, 
conclusão e dados brutos. 
• Fauna:
caracterização do ecossistema 
da área de influência direta;
apresentação dos resultados 
(mastofauna);
apresentação dos resultados 
(avifauna);
apresentação dos resultados 
(herpetofauna).
• Ictiofauna:
levantamento preliminar.
• Conclusões.
• Unidades de conservação.
• Corredores ecológicos.
• Bioindicadores.
Qualidade 
ambiental
Expõe as interações e descreve 
as inter-relações entre os com-
ponentes bióticos, abióticos 
e antrópicos do sistema.
Estudos de impacto ambiental (EIA)7
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental110
Tópicos gerais Descrição Tipo de estudo
Fatores 
ambientais Meio biótico.
Análise dos 
impactos 
ambientais
Identificação e interpretação dos 
prováveis impactos no meio bióti-
co ocorridos nas diferentes fases do 
projeto.
Medidas 
mitigadoras
Apresentam medidas que visam 
minimizar os impactos adversos no 
meio biótico.
Fonte: Elaborado pelo autor.
7.3 Meio socioeconômico 
O meio socioeconômico traz o estudo das dinâmicas das populações humanas nas áreas 
de influência direta e indireta a serem afetadas pelo empreendimento. No EIA deverá ser 
apresentado um diagnóstico socioeconômico, constando os aspectos relacionados à dinâmi-
ca dos municípios e indicando definições básicas quanto ao uso e à ocupação dos solos, ca-
racterizando a ocupação antrópica e as principais atividades econômicas na área de estudo, 
suas tendências, dinâmicas e os vetores de pressão existentes, além de uma caracterização 
da estrutura produtiva regional. Como comenta Cervi (2009), também fazem parte dos estu-
dos os usos da água e a socioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, 
históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os 
recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
Dentre os indicadores que devem ser analisados no meio socioeconômico, pode-se destacar: 
• elaboração do plano de trabalho referente ao módulo;
• realização da checagem de campo, visando à complementação e/ou integração das 
informações levantadas sobre uso do solo, se necessário e previsto no plano de 
trabalho aprovado;
• inventariação e análise da bibliografia de trabalhos já realizados na região, com 
indicação daqueles de maior interesse para o EIA;
• caracterização do uso e da ocupação do solo;
• cadastro de todas as ocupações (posses e propriedades) inseridas nos limites da 
área de estudo, por meio de formulário a ser definido em conjunto com o órgão 
ambiental competente;
• levantamento dos valores da terra/preços dos imóveis nas áreas selecionadas, por 
meio de pesquisas/consultas em órgãos competentes, jornais e cartórios;
• coleta de informações acerca da população residente (por distrito ou setor censitá-
rio – IBGE) e caracterização baseada em dados disponíveis do censo demográfico; 
mapeação e análise dessa ocupação;
Estudos de impacto ambiental (EIA)
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental
7
111
• identificação, sistematização e análise da dinâmica populacional e tendências de-
mográficas – distribuição urbana/rural, densidades, taxas de crescimento demo-
gráfico e condições de vida da população – nos municípios abrangidos pela área 
de estudo;
• análise das alterações de uso e ocupação do solo no período dos últimos5 (cinco) anos;
• correlação do uso e da ocupação do solo com as dinâmicas socio-econômicas e o perfil 
dos envolvidos (empresas ou comunidades), além dos principais vetores de pressão;
• elaboração do mapa do uso e ocupação do solo com base nas imagens de satélite 
de alta resolução, apresentando os resultados em escalas adequadas como, por 
exemplo, 1:50.000 e 1:10.000;
• mapeamento/espacialização das áreas de expansão urbana, industrial e de expan-
são agrosilvopastoril que estão inseridas na área de influência direta e indireta;
• mapeamento da sobreposição e contiguidade com categorias de unidade de con-
servação dos âmbitos federal, estadual e municipal, bem como as demais áreas 
protegidas existentes nos municípios;
• mapeamento da infraestrutura viária existente e prevista, considerando o sistema 
viário regional, ferroviário, hidroviário, aeroportuário, helipontos, e, em nível de 
detalhamento o transporte público, visando avaliar seus reflexos na estruturação 
regional e na indução de atividades e ocupação; 
• mapeamento dos equipamentos públicos de infraestrutura (linhas de transmissão, 
troncos coletores, oleodutos, equipamentos de radiocomunicação etc.) e equipa-
mentos sociais (de educação, de saúde e de lazer) presentes na área de estudo;
• mapeamento (quantificação e espacialização) dos serviços e equipamentos de sanea-
mento básico presentes nas áreas urbanas e rurais do território da área de estudo;
• identificação da situação do esgotamento sanitário;
• resíduos sólidos: identificação da disposição final (lixões e aterros, domésticos, in-
dustriais e outros) e dos sistemas de coleta (incluindo iniciativas de coleta seletiva) 
e de tratamento (incluindo iniciativas de reciclagem);
• água: pontos de captação de água, superficial e subterrânea para abastecimento 
público;
• mapeamento das principais atividades econômicas desenvolvidas no território da 
área de estudo (agropecuária, florestal, mineral, industrial, pesqueira, turística, 
sustentáveis, entre outras), suas tendências e seus impactos negativos. Devem ser 
salientadas as consequências ambientais atuais ou potenciais (relacionadas, por 
exemplo, ao uso intensivo de agroquímicos, metais pesados, derivados de petró-
leo, resíduos sólidos, entre outros);
• levantamento da ocorrência de acidentes ambientais e existência de passivos ambien-
tais mais significativos na área estudada, indicando em mapa os respectivos locais;
• análise das tendências de desenvolvimento econômico no território (setores pri-
mário, secundário e terciário) e suas implicações no uso dos recursos naturais;
Estudos de impacto ambiental (EIA)7
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental112
• levantamento das informações sobre licenças ambientais requeridas ou obtidas 
dentro dos limites da área de estudo, espacializando-os por meio de mapas;
• mapeamento dos principais vetores de pressão sobre a área de estudo e elaboração 
de propostas para minimizar os impactos negativos e potencializar os positivos. 
Entre os vetores, considerar: expansão urbana, expansão agropecuária, especu-
lação imobiliária, uso de agrotóxicos e outras fontes poluidoras de ar e de água, 
represamento, desmatamento, atividade minerária, caça/pesca, contaminação por 
espécies invasoras (flora/fauna) e uso de fogo em culturas agrícolas, entre outros. 
• inter-relacão dos vetores de pressão identificados com as informações sobre o 
meio físico, o meio biótico e o patrimônio histórico-cultural, visando delinear po-
tenciais parcerias e intervenções conjuntas (órgãos públicos e sociedade civil) em 
ações para minimizar as pressões sobre os recursos naturais da região de estudo.
• interpretação e análise dos mapas temáticos.
Outro componente importante no estudo do meio socioeconômico é a elaboração da 
matriz social e avaliação estratégica que possui a seguinte estrutura: 
Objetivo: a matriz social será composta pelas informações de identificação dos agentes do Poder 
Público e da sociedade civil envolvidos na região de estudo. Ela será estruturada por grupos de 
interesse com atuação no território, de forma a contribuir no delineamento de estratégias para es-
tabelecer/aprimorar o diálogo entre os gestores do empreendimento e os atores sociais envolvidos 
e potencializar os efeitos positivos e reduzir os impactos ambientais negativos de sua atuação no 
território.
Atividades a desenvolver: 
• elaborar plano de trabalho referente ao tema;
• levantar os principais grupos organizados atuantes na área de abrangência do empreendimen-
to (entidades civis, ambientalistas, profissionais, de moradores, proprietários de terra, empre-
sários, investidores, ONGs, ecologistas, sindicatos, prefeituras, órgãos governamentais, grupa-
mentos indígenas etc.), descrevendo a missão da instituição, o histórico e formas de atuação e 
grau de envolvimento com os recursos naturais que serão impactados. 
Os métodos para cumprir essas tarefas são realizados com base na coleta de dados em:
• consulta bibliográfica;
• cadastros e consulta a bancos de dados e levantamento de informações em Secretarias 
Municipais e Estaduais, assim como outros órgãos públicos e empresas estatais, entidades pro-
fissionais e empresariais, ONGs com atuação no território e comitês de bacia hidrográfica.
O relatório final da matriz social conterá a descrição sintética da metodologia empregada, entrevistas/
levantamentos realizados e atividades executadas, bem como a matriz relacionando os diferentes 
graus e níveis de interação e envolvimento com o território estudado entre os representantes da socie-
dade civil e de organizações públicas e privadas interagentes na dinâmica regional.
Objetivos da avaliação estratégica: delinear as ações prioritárias para o aprimoramento da gestão 
ambiental do empreendimento a ser licenciado, com base na identificação e no reconhecimento das 
forças que interagem no território de atuação do empreendimento e que pressionam positiva ou ne-
gativamente esse território – por meio de análise dos elementos ambientais, sociais, culturais, econô-
micos e político-institucionais e suas inter-relações e tendências. 
Estudos de impacto ambiental (EIA)
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental
7
113
A matriz de análise estratégica terá como produto a interpretação dos resultados da ma-
triz, a análise dos dados e o planejamento de premissas defensivas ou premissas de avanço, 
traçando as estratégias de gestão ambiental da empresa.
7.3.1 Patrimônio
Deverá ser feito o levantamento do patrimônio histórico-cultural material e imaterial, 
tendo como objetivos identificar e classificar o patrimônio presente na área de estudo e de-
linear estratégias para sua conservação e valorização, oferecendo subsídios para as medidas 
mitigadoras e de gestão ambiental do empreendimento. As atividades para cumprir esta 
etapa são as seguintes:
• inventariar e analisar a bibliografia de trabalhos já realizados na região, com indi-
cação daqueles de maior interesse para o licenciamento do empreendimento;
• arrolar e analisar a documentação dos bens e das manifestações históricas, cultu-
rais, indígenas e arqueológicas registradas, compilando os dados relativos à loca-
lização, à descrição, à importância histórica e científica, ao estado de conservação 
e à potencialidade para pesquisa e exploração turística;
• identificar e caracterizar o patrimônio histórico-cultural material e imaterial, tais 
como as manifestações da cultura regional e/ou local, em termos de valores religio-
sos, folclóricos, artísticos, musicais, teatrais, literários ou de outra natureza, que ex-
pressam a identidade local da população da área de estudo, com calendário de even-
tos e indicação da relação/apropriação dos recursos naturais, sempre que possível;
• elaborar um banco de dados georreferenciado e espacializar em mapa temático o 
patrimônio histórico-cultural, indígena e arqueológico de maior relevância exis-
tente na área de estudo.
7.3.2 História
Esta etapa terá como objetivos sistematizar o acervohistórico da região, visando à com-
preensão do processo de ocupação da área objeto de estudo, e contextualizá-lo nos âmbitos 
regional, nacional e internacional, subsidiando o entendimento da composição sociocultural 
e as formas de uso do espaço, pretéritas e atuais, bem como as dinâmicas envolvidas no 
processo. Também visa contribuir para um melhor entendimento das motivações sociais 
geradoras das alterações no uso do espaço e suas consequentes alterações ambientais.
Estudos de impacto ambiental (EIA)7
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental114
 Ampliando seus conhecimentos
A obrigatoriedade de estudos dos impactos 
ambientais
(SINGULANE, 2011)
[...] A obrigatoriedade do Estudo do Impacto Ambiental – EIA, significou 
um grande avanço na legislação brasileira em relação ao meio ambiente, 
através dele a insensibilidade do Poder Público que anteriormente não 
impedia a construção de obras gigantescas, altamente comprometedoras 
do meio ambiente, fossem erigidas sem o devido estudo de seus impactos 
locais e regionais, com que se perdiam ou se comprometiam. Atualmente 
a Constituição Federal prevê no seu art. 225, especialmente no seu §1º, 
inc. IV, para a concretização do direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, o estudo prévio do impacto ambiental, a ser exigido antes da 
implementação do empreendimento, quando a atividade potencialmente 
causadora for de significativa degradação ao meio ambiente. 
[...] Pelo seu papel de instrumento preventivo de danos, para que cumpra 
sua missão, deve ser elaborado antes da decisão administrativa de outorga 
da licença para implementação de obras ou atividades com efeito ambiental.
Este estudo é exigível de forma vinculada, no interior do processo de 
licenciamento de uma atividade efetiva ou potencialmente poluidora ou 
degradadora do meio ambiente, conforme previsto no Texto da Carta 
Magna no art. 225, especialmente no seu §1.º, inc. IV, nos termos de ordem 
constitucional somente quando houver significativa alteração do meio 
ambiente poderá ser exigido o EIA/Rima, dessa forma, a aplicação da lei 
no tempo verifica-se com os casos exemplificados no art. 2° da Resolução 
Conama 001/86 condicionados a significativa alteração do meio ambiente. 
Nesse sentido nada obsta que o órgão ambiental, defrontando-se com ativi-
dade não constando no rol exemplificado no art. 2° da Resolução Conama 
001/86, mas que seja capaz de apresentar sensível degeneração do meio 
ambiente determine a obrigatoriedade do estudo do impacto ambiental.
O órgão Ambiental competente, assim como o Poder Judiciário por 
intermédio do Ministério Publico por meio de uma Ação Civil Pública, 
poderão suprir as lacunas legais e determinar a realização do EIA/Rima, 
sempre que a obra ou atividade for capaz de desencadear dano sensível 
Estudos de impacto ambiental (EIA)
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental
7
115
ao meio ambiente, ou seja, significativa degradação ambiental, conforme 
estabeleceu a Conferência das Nações Unidas – Eco 92, no seu art. 17°.
“O Estudo do Impacto Ambiental, compreendido como instrumento 
nacional, deve ser levado a efeito nos casos atividades propostas, que apre-
sentarem o risco de ter efeitos nocivos importantes sobre o meio ambiente 
e que dependam da decisão de autoridade nacional competente”.
No caso de presunção relativa, também pode ocorrer da definição jurídica 
exemplificativa do rol da Resolução Conama 001/86, faz a inversão do ônus 
da prova, sendo que no neste caso em especial o Administrador, determi-
nará a elaboração do EIA, o empreendedor, querendo poderá produzir 
prova no sentido de que a obra ou atividade pretendida não provocará 
significativo impacto ambiental. Portanto, ao invés de o Administrador 
público provar a significância do impacto ambiental, é o empreendedor 
quem prova a sua insignificância.
Já as hipóteses estabelecidas pelo rol da Resolução Conama 001/86, ou de 
outras leis ou regimentos, são regidas pelo princípio da obrigatoriedade, 
através do qual tem o dever Órgão Público, e não apenas a faculdade de 
elaborar o EIA, dessa forma, o rol é exemplificativo no sentido da soma-
tória das atividades, porém é considerada obrigatória a elaboração do 
estudo do impacto ambiental á estes relacionados. Nestes casos o Poder 
Público está vinculado, não podendo apresentar razão para a dispensa 
do estudo e do relatório, sob pena de incorrer na pratica de prevaricação, 
além de responsabilidade civil e administrativa do agente envolvido.
Como o EIA/RIMA é um documento que faz parte do procedimento do 
licenciamento não pode ser visto somente como forma burocrática. Seu 
objetivo é de influir no mérito da decisão administrativa da concessão da 
licença. Se esta já foi expedida ou se a decisão já foi tomada antes da apre-
sentação do estudo, perde seu valor.
Nesse caso em comento, Silvia Cappelli sustenta que “o licenciamento 
ambiental deferido antes do julgamento do EIA/Rima determina res-
ponsabilidade objetiva da Administração pelos danos advindos ao meio 
ambiente, nos termos do art. 37°, §6°, da CF”.
Vale enaltecer, que a Resolução Conama n. 006/87 engenhou uma interes-
sante fórmula que pode servir como modelo para a regularização de obras 
que, por razões intemporais, ficaram imunes a previa avaliação de seus 
Estudos de impacto ambiental (EIA)7
Avaliação de impacto e licenciamento ambiental116
impactos ambientais. Como acontece nos casos cuja obra ou atividade 
sujeita à disciplina já estiverem em andamento ou em funcionamento.
Em consonância com a Resolução Conama n. 006/97, pondera o Antonio 
Inagê de Assis de Oliveira: “ainda nos casos em que não seja obrigatória a 
apresentação de um estudo de avaliação de impacto ambiental complexo 
e integrado (o legalmente denominado de estudo de impacto ambiental 
– EIA), nem do respectivo Rima, tem o empreendedor que atender a pedi-
dos de esclarecimento do órgão ambiental, mesmo que isso o obrigue a 
custear a realização de estudos sob aspectos particulares do projeto e suas 
consequências sobre o meio ambiente”. 
Conclui-se que, independentemente da questão da validade ou não da 
licença expedida, é que sempre poderá ser exigido um estudo de avaliação 
de impacto ambiental, desde que seja possível obviar ou remediar uma 
situação critica ambiental, e que a sua não elaboração no momento espe-
cificado renda ensejo o acertamento da responsabilidade administrativa, 
civil e penal, de quem se omitir do dever de implementar ou de exigi-lo.
O EIA se insere na categoria dos atos formais. È atrelado a um conjunto de 
diretrizes e atividades técnicas mínimas previstas em lei, que não podem 
em nenhuma hipótese serem descumpridas, sob pena de invalidação.
Além dessas diretrizes fundamentais, o órgão ambiental no caso em que 
entenda pertinente poderá fixar outras em razão da peculiaridade do pro-
jeto e características ambientais da área.
[...]
 Atividades
1. Faça uma visita a alguma área que tenha probabilidade de sofrer um impacto am-
biental, como um parque público, áreas de expansão e especulação imobiliária ou 
mesmo um empreendimento em processo de instalação. Enfoque os componentes 
do meio físico, direcionando a observação para o estudo da dinâmica de cada uma 
de suas formas de interação, envolvendo desde fluxos energéticos atuantes no meio 
até seus componentes materiais, como, por exemplo, solo, rocha, ar e água. 
2. Na mesma visita da atividade, realize uma listagem dos componentes do meio bióti-
co, direcionando a observação para o estudo da diversidade de ecossistemas e espé-
cies de fauna e flora e suas dinâmicas de interação.

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