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Fármacos Antidepressivos UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Juliana Ximenes O que é a depressão? Conceito: transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar atividades diárias. Tristeza x depressão - Diferem na duração, intensidade e nas causas. Sintomas frequentes: Perda de energia Mudanças no apetite Aumento ou redução do sono Ansiedade Perda da concentração Indecisão Inquietude sentimento de culpa e/ou desesperança Sinapses e sua importância; Presença de agentes bloqueadores, recaptação neuronal ou excesso de enzimas, auxiliam na não progressão do impulso elétrico. Fisiologia da depressão Sistema Monoaminérgicos – noradrenalina, acetilcolina e serotonina; E se houvesse uma diminuição da serotonina? Teoria monoaminérgica da depressão. Fisiologia da depressão Farmacologia básica dos antidepressivos: Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs) Antidepressivos atípicos Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) Antidepressivos tricíclicos (ADTs) Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (IRCSs) Possuem como mecanismo de ação o bloqueio da captação de serotonina; Fluoxetina, Fluvoxamina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram, Vilazodona e Sertralina; Efeitos adversos: Náuseas, diarreia, agitação, insônia, ansiedade, sonolência, disfunção sexual e interação de fármacos; Risco de superdosagem: baixo; Bem absorvidos por via oral; Biodisponibilidade: variante de 45 a 80%; A maioria dos IRCSs tem meia-vida entre 16 e 36 horas; Biotransformação extensa pelo citocromo P450; Síndrome da interrupção. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (IRCSs) Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs) Os fármacos que estão nessa classe são a venlafaxina, o seu metabólito, a desvenlafaxina, a duloxetina e a levomilnacipran; Tem como mecanismo de ação inibir a captação de serotonina e norepinefrina; Os fármacos dessa classe possuem meia-vida que varia de 8 a 15 horas; A biodisponibilidade dos fármacos pode variar de 45 a 90%; Os efeitos adversos desses fármacos são náuseas, xerostomia, constipação, cefaleia, disfunções sexuais, tonturas, insônia, sedação. Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs) A monoaminoxidase é uma enzima mitocondrial que pode ser encontrada em nervos e outros tecidos como fígado e intestino; Os fármacos dessa classe incluem a fenelzina, tranilcipromina, isocarboxazida e selegilina; O mecanismo de ação dos inibidores de monoaminoxidase é formar complexos estáveis com a enzima, que vai causar a inativação irreversível; São fármacos bem absorvidos por via oral; São biotransformados no fígado e excretados rapidamente na urina; Os efeitos adversos incluem sonolência, hipotensão ortostática, visão turva, xerostomia e constipação. Inibidores de monoaminoxidase (IMAOs) Antidepressivos atípicos Bupropriona: Fraco inibidor da captação de dopamina e norepinefrina; Mirtazapina: Fármaco capaz de aumentar a neurotransmissão de serotonina e norepinefrina; Nefazodona e Trazodona: Fármacos inibidores fracos da captação de serotonina; Vilazodona: Inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) e um agonista parcial dos receptores serotoninérgicos 5-HT1A; Vortioxetina: Atua como um agonista do receptor 5-HT1A, 5-HT3, 5-HT7 e antagonista do receptor 5-HT1D. Antidepressivos tricíclicos Os ADTs e a amoxapina tem como mecanismo de ação bloquear a captação de norepinefrina e serotonina no neurônio pré-sináptico; Produzem alguns efeitos adversos problemáticos, principalmente em razão da interferência no controle autonômico; A imipramina é a mais provável de causar hipotensão ortostática, já a nortriptilina é a menos provável; Têm baixa biodisponibilidade e apresentam meias-vidas longas; São metabolizados no fígado e são excretados como metabólitos inativos pelos rins. Indicações Clínicas Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRSs) Depressão Outros transtornos psicológicos Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSNs) Depressão quando os ISCSs são ineficazes Alivio a dor associada com a neuropatia diabética periférica, a neuralgia pós-herpética, a fibromialgia e dor lombar Antidepressivos atípicos: Bupropiona, vilazodona e vortioxetina: Tratamento da depressão Mirtazapina, Nefazodona e Trazodona: tratamento da depressão, além de serem sedativos Antidepressivos tricíclicos: Depressão grave e moderada Transtorno de pânico (em alguns casos) Prevenção de enxaqueca e tratamento de síndromes de dor crônica. Inibidores de monoaminoxidase: Depressão Forte ansiedade Indicações Clínicas Interações medicamentosas As interações medicamentosas tendem a desencadear tanto antagonismo como sinergismo dos fármacos; O impacto das interações fármaco-fármaco pode ser influenciado por inúmeros fatores; Muitas das interações medicamentosas têm importância relativa com pequeno potencial lesivo para os pacientes. (CAMPIGOTTO, 2008) Interações medicamentosas Inibidores seletivos da recaptação de serotonina Citalopram e o Escitalopram são relativamente desprovidos de interações farmacocinéticas; Fluoxetina ou Paroxetina co-administrado com Bupropiona, aumento de riscos de convulsões; As interações mais graves dos ISRSs consistem em interações farmacodinâmicas com os IMAOs, produzindo uma síndrome serotoninérgica. Interações medicamentosas Inibidores seletivos da recaptação de serotonina e norepinefrina e antidepressivos tricíclicos Venlafaxina em co-administração com IMAOs -> Síndrome serotonérgica e/ou crise hipertensiva; Duloxetina em co-administração com Bupropiona,Fluoxetina Paroxetina e Fluvoxamina causa boca seca, obstipação, fadiga, sedação e sudorese; Milnaciprana co-administração com Fenitoína ou Carbamazepina leva a perda da eficácia terapêutica; Todos antidepressivos serotoninérgicos, os IRSNs estão contraindicados em associação com IMAOs. Interações medicamentosas Antagonista dos atípicos Trazodona administrado com Fluoxetina/Paroxetina/Bupropiona -> sintomas autonômicos de ansiedade; Administrado com IMAOs -> crise hipertensiva ou síndrome serotoninérgica Tetracíclicos e unicíclicos Bupropiona administrado com Duloxetina -> boca seca, obstipação, fadiga, sedação e sudorese; Risco de convulsões -> Bupropiona + Fluvoxamina Sonolência, e risco de síndrome serotonérgica -> Mirtazapina + Fluvoxamina; Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs) Se administrado com algum dos antidepressivos -> síndrome serotonérgica e/ou crise hipertensiva; Referências CAMPIGOTTO, Kassia Fernanda et al . Detecção de risco de interações entre fármacos antidepressivos e associados prescritos a pacientes adultos. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo , v. 35, n. 1, p. 1-5, 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0101-60832008000100001&lng=en&nrm=iso>. access on 09 Feb. 2021. https://doi.org/10.1590/S0101-60832008000100001. KATZUNG, Bertram G.; TREVOR, Anthony J. (Orgs.). Farmacologia básica e clínica. 13 ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2017. 1202 p. WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
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