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CLINICA DE GRANDES IV

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Clínica de grandes animais IV
MÓDULO = NEONATOLOGIA
AULA 01 – 22/02/22
PALESTRA SOBRE NEONATOLOGIA COM A DRA TATIANA FIGUEIREDO
Haras no estado de Sergipe, conta com 600 cavalos da raça Quarto de Milha. Tem o objetivo de reproduzir cavalos atletas para vaquejada, cerca de 120 a 130 potros ao ano.
Conceitos básicos da neonatologia de equinos:
· Pilares da Neonatologia = Existem três pilares importantes para serem detalhados:
1) Período gestacional: matrizes e receptoras sincronizadas com o mesmo manejo, atenção, cuidados e avaliação do estado clínico.
2) Parto: importâncias do parto assistido, com todos os passos observados como, por exemplo, apresentação do saco amniótico e patas do feto pelo canal de parto, já se prever o tempo de parto e o tempo que o neonato tem para apresentar algumas funções consideradas básicas como: adoção da posição em external, tempo que tenta para se levantar e tempo para começar a mama.
3) Neonato: quais as observações importantes que o neonato apresenta com: hora do parto (em primíparas é comum ser de dia), ambiente que o neonato está inserido, condição corporal da égua, características físicas e clínicas da égua, características da placenta e o neonato em si, que vai ter seus sistemas desafiados a cumprir metas:
- Cardiorrespiratório: importância da adoção de posição em external
- Musculoesquelético: se colocar em posição quadrupedal, coordenação motora
- Digestório: começar a mamar nas primeiras duas horas de vida
- Neurológico: coordena todos os sistemas
- Renal e hepático: por levarem um tempo a mais para maturar
- Imunológico: a placenta não permite a passagem de imunoglobulinas que precisam ser adquiridas com a ingestão de colostro.
PERIODO GESTACIONAL
· Histórico da propriedade: casuística em relação ao número de abortos, absorções e suas causas e levantamento de dados afim de reduzir riscos
· Idade: duas classes importantes:
· Éguas primíparas tendem a adiantar o parto (25 a 20 dias antes do previsto - 11meses de gestação) e as vezes estão agalaticas durante as 12h pós-parto, precisando do auxílio na ingestão de colostro. 
· Éguas idosas, a partir 16 anos começam a apresentar disfunções uterina o que dificulta a troca de nutrientes incidindo nas disfunções dos neonatos (baixo peso, >50kg), aumenta a probabilidade de partos distórcicos e essas questões definirão o destino da égua, se for receptora precisa avaliar a viabilidade, se for matriz avaliar a doação de embriões.
· Sanidade das éguas gestante
· Piquete maternidade; espaços individuais e levar a égua de 25 a 20 dias antes da data prevista do parto. Baias maternidades para permanência por no mínimo 48horas.
· Vacinação do plantel; conhecer a casuísta, herpes vírus e leptospirose (interessante questionar o fabricante e/ou colega mais experiente sobre qual é mais indicada para aquela região, visto que possui várias cepas)
· Avaliação clínica; acompanhamento mais assertivo a partir do 5° mês de prenhez, verificando FC do neonato, qualidade e cor do líquido amniótico. A partir do 7° mês, avaliação da JUP (junção uteroplacentária) para saber se tem Placentite e tratar a égua para aumentar a viabilidade fetal.
· Monitoramento gestacional – Placentite
· Avaliação placentária: a placenta mostra quesitos importantes de como foi o período gestacional
· Posicionar em F; visualizar âmnio, cordão umbilical e superfície alantoide e coriônica (dois lados), buscar algum exsudato e/ou placa fúngica
· Pesar (11% P.V)
· Membrana amniótica
· Cordão umbilical
· Superfície alantoide x coriônica
· Estrela cervical
PARTO
· Constituído de 3 fases importantes:
· 1ª fase: 
- Duração de 30 min a 4 horas,
- Levanta-se e deita (external e decúbito lateral)
- Com evolução das contrações uterinas e da pressão que empurra o saco corialantóico para a cérvix, auxiliar o feto a rotacionar e se apresentar no canal de parto
- Adoção e comportamento inquieto
· 2ªfase:
- 20 a 30 min
- Contrações se intensificam 
- Saída das patas e cabeça, momento de a pessoa romper a membrana amniótica 
- Contrações até a expulsão do feto
- É comum a adoção do posicionamento lateral
- Fase rápida pela força da contração
- Se avalia a exaustão da égua e se a contração está positiva ou lenta. É o momento de avaliar se é preciso auxiliar no parto (geralmente primíparas). 
· 3ªfase:
- 30 min a 3 horas
- Expulsão dos anexos fetais
- É importante ñ extrapolar o tempo, se possível antecipar para evitar quadros de retenção placentárias.
NEONATO
Não se trata de cavalos pequenos, eles são diferentes dos adultos e similares dentre as diferentes espécies.
1) Avaliação imediata
· Índice APGAR = Adaptação da medicina humana, baseia-se em pontuação e pode nos orientar, caso ocorra a necessidade de reanimação ou cuidados especiais. Em relação a graduação, quanto mais próximo de 0 mais risco de morte.
- Tônus muscular | Respiração: presente ou não existe | Frequência cardíaca | Coloração de mucosas: complacência do pulmão faz a oxigenação e colora as mucosas | Resposta a alguns estímulos | Dependendo da afecção já se entra com tratamento
2) Sequências de eventos e regras da neonatologia
· Adoção do posicionamento esternal, até 5 minutos, favorece o sistema cardiorrespiratório
· Tempo para levantar-se: até 1 hora. Oscila dependendo do tamanho do potro
· Tempo para mamar: dentro das primeiras 2h, e pode precisar de auxílio de mamadeira ou sonda nasogástrica.
· Regras da neonatologia
1. tempo para o neonato levantar-se, até 5 min
2. tempo para mamar, dentro de 2h
3. expulsão dos anexos fetais pela égua, até 3h
3) Cuidados imediatos no pós-parto
· Umbigo: duas artérias umbilicais + uma veia umbilical + úraco, envoltos pela bainha umbilical. 
Assim que nasce o neonato fica deitado com a égua por uns 5mim onde ela faz uma injeção de sangue através do cordão umbilical para o recém-nascido e quando levantar ele se destaca. Se não destacar é preciso realizar a dissecação.
· Ruptura do cordão umbilical ocorre pela movimentação da égua ou neonato
· Limpeza e desinfecção do umbigo, de extrema importância, por ele deitar e contaminar e ser porta aberta para infecções.
· Colabar as estruturas com iodo mais caustico (a 7%) durante 40 segundos, no primeiro momento.
- ATENÇÃO com onfaloflebites (migra, se aloja e forma poliartrite, inviabilizando a parte atlética do animal) e rupturas precoces do cordão umbilical.
· Mecônio = Primeiro cocô. Resto de fluidos amnióticos digeridos e debris celulares, que geralmente não é eliminado durante a vida fetal, somente em caso de estresse fetal é encontrado no saco amniótico. 
- Tem consistência dura e com cor preta a marrom até tornar-se pegajosa e aparecer as fezes mais amarelas e pastosas. É facilmente distinguido dos produtos digestivos do leite
- Acontece a partir da primeira meia hora, observando cauda arqueada em estimo a liberação o do mecônio. E essa liberação deve acontecer entre:
· Retenção de mecônio: 
- Machos: 12h devido ao estreitamento pélvico pode ocorrer quadro de cólicas por retenção de mecônio e todo quadro de dor diminui a sucção, levando a hipoglicemia e por aí vai a cascata de eventos indesejáveis.
- Fêmeas: 14h
Toque na ampola retal a partir de 10h de nascidos, optando ou não pela utilização do enema. (a vet não usa enema de forma profilática, apenas por opção).
- Estímulos importante que auxiliam no trânsito intestinal;
4) Classificar o neonato
· Prematuro: muita atenção principalmente com prematuros que entram na faze pediátrica, com 25 a 30 dias, e apresentam algumas afecções como pneumonia. 
· Dismaturo; apresentam a Síndrome do segundo dia, onde começa passa o primeiro dia normal e depois começa a desestabilizar, que está ligado a falta de maturação de alguns sistema e pico de cortisol.
Ambos apresentam sinais clínicos e comportamentais específicos: 
- Potros pequenos, orelhas e lábios pendentes, cabeça abaulada, baixa afinidade materna e pelo ambiente (égua chama e ele não responde), ossificação incompleta (casos raros) que será necessário criar estratégias para a mineralização óssea, hiperextensão ou flexãoarticular (podendo ser viável a atividade atlética), slipper hooves persistentes, 3 a 7 dias (membrana que recobre os cascos quando feto).
5) Exame físico neonatal
· Contenção adequada: baia tranquila e neonato sem ter se esforçado.
· Mucosas, pulso, tônus e preenchimento
· FC e FR = processos sistêmicos de dor. Oscila muito desde o nascimento, começa instabilizar até as 12 primeiras horas e entrar num padrão a partir de 48 horas a 7 dias de vida. Se tiver aumento significa que está em quadro de dor.
· Temperatura = hipotermia/ hipertermia. A reserva de glicogênio é menor (prematuro e dismaturo) e pode entrar em quadro de hipoglicemia devido a hipotermia.
· Umbigo= verificar inclusive diâmetro da base
· Fezes= consistência e coloração
· Conformação: sistema musculo esquelético
· Imprinting neonatal: comportamento do neonato com a mãe e ambiente
6) Exames Complementares:
· Incrementam o diagnostico neonatal 
· Pode antecipar soluções de problemas relacionados, por exemplo, a avaliação da transferência de imunidade passiva. A égua pode ter falhas na produção de leite (agalactia, gotejamento de secreção primária, colostro de baixa qualidade >400mg/dl). 
- Pode ocorrer falhas na ingestão por ser prematuro, fraco, alimentação tardia, dificuldade física.
- Janela para pinocitose que vai de 6 a 8 horas para ingestão de imunoglobulinas, depois desse tempo reduz significativamente a ingestão dessas macros moléculas.
7) Diagnostico: 
Realiza o IgG teste, 12h após nascimento
- Obs = ela preconisa a prevenção, então abaixo de 800 já inicia terapia. 
8) Terapia
· Tranferência de imunidade passiva
· Colostro = Até 8 horas após o nascimento, após isso a pinocitose não adianta. | Coleta para congelamento | Formecimento por VO | Volume adm 3litros
· Plasma hiperimune = Após 8 horas | Coleta: doador de plasma (anticospos) | Fornecimento EV | Volume Adm ( bolsa 800ml) por infusão lenta.
· Glicosimetro 
9) Exames laboratoriais
Hemograma + leucograma+ enzimas sericas + bioquimico.
· PARTICULARIDADES:
- Hematocrito; acontece um pico na concentração de hemacias no inicio devido a trasnferencia sanguinea da égua para o feto quando nace e tem contração esplenica pelo estresse fisiologio do nascimento, que diminui entre 12 e 24horas cerca de 10% devido a expanssão sanguinea e ingestão de colostro.
- Leucograma; alguns já nasce com leucopenia ou leucocitose, indicativo de animais septicos.
Avaliar neutrofilos e linfocito assim com fibrinogenio que é uma proteina de fase aguda da inflamação.
- Lactato; marcador importante de injuria fetal, insulto intrauterino, o nivel fica alto dificil de baixar. Nomalmente reduz pela metade em 24h
- Creatinina e Ureia; função renal é de extrema importancia quando se precisa adm aminoglicosideo em tarapia, em casos de sepses.
- Obs = se nãp trabalhar com prevenção terá que atuar como emergencialista. A neonatologia é uma cascata de eventos.
ORGANIZANDO AS IDEIAS: 
QUESTIONAMENTOS DA PALESTRA
1. Uma égua que está na sua primeira gestação e prenha de gêmeos corre riscos de vida na hora do parto? 
Sim, muitos. Não só a égua, como ambos os fetos. O ambiente intrauterino da égua, não permite o desenvolvimento adequado de 2 fetos (existem casos – raros - em que pode nascer), levando ao aborto e após o aborto a égua fica com os resquícios uterinos, que não permitem que ela comece a ciclar rápido novamente, fazendo com que ela fique fora da estação de monta o ano inteiro.
 
- Obs = sempre recomendado no 12º dia de gestação verificar quantos produtos temos. caso não seja uma transferência de embriões (que dá para separar os embriões), deve ser feito o esmagamento da vesícula embrionária com a probe do US.
2. Quais as intercorrências mais frequentes em éguas primíparas? 
- Cerca de 95% das éguas são agalácticas (pouca lactação) = onde teremos que sustentar esse potro por, no mínimo, 12 horas; até que a domperidona faça efeito (modificador de motilidade gastrointestinal). 
- Exaustão que gera dor e fadiga, interferindo na produção de leite = podemos ver a égua deitada e o potro em pé sem mamar fazer analgesia 
3. Como avaliar o líquido amniótico durante o período gestacional?
Avaliar a partir do 5º mês, através da avaliação ultrassonográfica, com o uso do ultrassom trans abdominal. Onde não podemos ver muitos pontos hiper ecogênicos, correlacionando a característica do líquido com a FC do neonato (muito aumentada ou muito diminuída pode estar acontecendo algum estresse fetal).
4. Sobre a cura do umbigo, faz apenas um dia com iodo a 7% ou segue fazendo por uns dias? Se sim, até quando e com o que segue fazendo?
A primeira cura é feita com o iodo a 7% com o auxílio de um tubo de Falcon adaptado, no qual conseguimos submergir todo o umbigo. Após isso, usaremos o iodo a 4%, de manhã e de tarde durante 30 segundos até o umbigo cair e tenha acontecido a cicatrização completa do umbigo, geralmente de 10 a 12 dias. 
- Obs = ao usar um iodo muito forte, durante muitos dias, podemos predispor o neonato a ter uma rachadura na base e, com isso havendo a migração bacteriana. 
5. Faz o APGAR só nos primeiros 5 minutos? Repete depois? Se sim, com quanto tempo ou só repete em animais com hipoxia?
O apgar é feito, aplicado a partir do momento em que o animal bate no chão, onde de 2 a 3 minutos ele deve adotar a posição external. Após os 5 minutos vai na avaliação clínica mesmo (a cada 1h, FC FR Mucosa resposta a estímulos).
- Obs = quando é um animal que tem hipoxia, dificilmente ele adota a posição external. Então ali já se sabe que temos um paciente para enquadrar em hipoxia moderada ou severa. 
- Obs = quando temos um potro com síndrome hipoxia isquêmica, muitas vezes, ao fazer as manobras de esqueeze para restartar o potro; não adianta fazer/aplicar/ realizar um apgar, mas sim iniciar avaliações clínicas sucessivas, até conseguir ter um padrão. 
6. Quais os cuidados mudam com o neonato órfão e com quais cuidados dar mais ênfase para se ter eficiência em sua criação?
- Fazer protocolos de adoção com outras éguas = éguas com temperamento dócil, simulando que ela está tendo um parto e, com isso, apresentando o neonato a ela (geralmente são éguas que não tem produção de leite, as vezes leva até 3 dias para adequar essa produção, então até isso para o fornecimento do leite necessário: mamadeira até 40 min/1h de dia e de noite – a partir de 15 dias vai diminuindo as mamadeiras da noite). 
- Não os deixar muito ociosos = pois começa a ter hábitos ruins. Com 4 meses aparta 
- Desde cedo começar a introdução ração creep feeding = mudando a flora e fazendo apreensão do alimento. 
 Em relação a eficiência da criação: não deixar os neonatos desenvolver algum tipo de afecção trabalhando em 100% na prevenção das possíveis doenças dentro da propriedade. Estipulando sempre um bom manejo e treinamento dos funcionários. 
7. Qual enema que você usa? Algum comercial ou você mesmo prepara? Como por exemplo com o uso da glicerina. 
Enema (estimula o peristaltismo) comercial, como o phosfoenema que tem uma facilidade de aplicação. Quando há uma síndrome de cólica com retenção muito grave e ao fazer o plasma não teve sucesso, fazer uso de um enema a base de acetil cisteína a 4% (que basicamente derrete o mecônio (prieirasfezes do neonato), apresentando um resultado muito melhor do que com a glicerina). 
8. Mesmo após 8 horas de nascido onde administra plasma IV, você não usa colostro ou plasma oral para pensando no IgA?
Não, pois o que o neonato mais precisa é o IgG (anticorpo/ imunoglobulina G) e esse IgG podemos ver sua presença no colostro. Após as 8 horas temos, basicamente, o fechamento das células intestinais que fazem a pinocitose (processo de absorção celular de moléculas biológicas) dessas macromoléculas, então após as 8 horas não adianta fazer o uso do colostro, pois estaríamos desperdiçando o produto. O melhor a ser feito é esperar completar 12 horas e fazer administração do plasma IV (metodologia de trabalho da vet).
- Obs = adm do colostro: a não ser que seja um potro com síndrome hipoxiaisquêmica ou séptico que não consiga fazer apreensão da mamadeira e esteja em uma sonda nasogástrica, usando como estratégia de nutrir os enterócitos intestinais do neonato – cuidado com o volume administrado, pois a maioria dos potros sépticos apresentam quadros de hipomotilidade e estase intestinal. 
9. Vocês quando vão fazer transferência de embriões sempre selecionam uma receptora que não seja primípara? 
Não, é sempre bom renovar as éguas, pois com as éguas receptoras muito idosas os potros acabam nascendo com baixo peso, devido a disfunção uterina. Mas antes de tudo, todas as éguas passam por um protocolo vacinal para raiva, herpes, leptospirose; além disso o escore corporal deve ser mediano, já que a nutrição melhora os índices em relação as taxas de absorção embrionária (então quanto mais baixo o escore corporal da égua, maior a chance de haver uma absorção embrionária). Então, ao confirmar a prenhez na receptora deve haver um cuidado especial com elas, subindo para uma área de gestante, onde irão receber concentrado 2x ao dia, a melhor pastagem. 
Considerações finais da profª.: 
· É de grande importância a avaliação das fezes do neonato 
· O cavalo é susceptível a cólica desde o seu nascimento 
· Muitas vezes temos o pensamento sobre o colostro apenas para a imunidade passiva (troca de imunidade entre a mãe e o neonato). Porém, não podemos esquecer que o colostro também fornece nutrição ao neonato, alimento extremamente gorduroso (serve tanto para dar força na característica da hipoglicemia, como também para lubrificar o eixo das alças intestinais, forçando a evacuação do mecônio - enema – se não for eliminado é uma das causas da cólica inicial).
· Nascem hipotérmicos = aprendem a regular a temperatura; ocorre o amadurecimento do eixo hipotalâmico para o amadurecimento da termorregulação (percepção de frio/ calor).
· Nascem hipoglicêmicos, não tendo reserva. No qual, sua reserva é a base de glicogênio, que é usado rapidamente. 
- Obs = lembrando que a principal base de reserva de energia de um corpo é gordura. Então os neonatos nascem sem o aporte de gordura, precisando ingerir, dessa maneira, no colostro
· Sempre realizar a autoavaliação do animal. Instituindo uma baia maternidade para que o animal não saia para parir. 
· Realizar os cuidados de manejos nutricionais e sanitários das éguas receptoras = protocolo vacinal de herpes vírus, raiva e leptospirose são as principais. 
· Parto prematura (individuo nasceu antes do tempo) x parto dismaturo (difícil/ dificultado – individuo demorou para nascer).
· Éguas primíparas = sempre quem pare pela 1ª vez tem muito mais dificuldade do quem aquelas que já teve outras parições; podendo ocorrer casos de laceração, éguas pequenas com potros grandes (a adequação também é de grande importância ao escolher a receptora, onde muitos problemas articulares de deformidades flexurais. 
- Obs = um dos fatores que leva a essas deformidades é o caso de feto muito grande e fêmea receptora pequena, fazendo com que o tamanho da mãe limite o feto de se desenvolver, devido ao mal posicionamento no útero nascendo com deformidades flexurais. 
- Obs = deformidades flexurais são reversíveis: consegue resolver por via de manobras terapêuticas para sistema locomotor, até que ele vá desenvolvendo a articulação. 
- Obs = algumas deformidades também podem ser decorrentes de parto distórcico e manejo inadequado do feto (tração inadequada). Porém em equinos o mais comum é de forma genética ou o fato do feto muito grande. 
· Índice APGAR = como avaliar todos os problemas dentro do neonato e assim ficar atento aos possíveis riscos que esse neonato venha a ser submetido: 
- Quanto tempo demora para levantar-se 
- Quais seus parâmetros fisiológicos: FC, FR
- Como se encontra o nível de reflexo 
AULA 02 – 08/03/2022
MANEJO DA ÉGUA GESTANTE E OS CUIDADOS COM O NEONATO
· ÉGUA PRENHA
Anamnese 
· Histórico do animal:
· Primípara ou multípara = Em éguas primíparas precisa de uma atenção maior no primeiro parto. 
· Aborto (se sim, em que fase aconteceu) = consiste na perda da prenhez após a organogênese completa (fase do desenvolvimento embrionário). Contudo, só é considerado aborto após 50 dias de gestação, antes disso é absorção embrionária. Deve ser feita uma anamnese bem detalhada. 
· Aborto (quando ocorre a expulsão do feto) x retenção (feto que não sobreviveu, veio a óbito dentro do ambiente uterino, podendo causar mumificação e maceração do feto). 
- Mumificação: quando não se tem a presença de agente infecciosos 
-Maceração: quando se tem a presença de agente infeccioso/etiológico, sendo mais comum em cadelas, apodrecendo o feto ainda no útero.
 
· Classificação do aborto:
I. Não infeccioso: acontece por algum estresse devido ao alto nível de cortisol, prenhez gemelar (inviabilizam a gestação até o fim; casos raros e quando chegam ao fim da gestação geralmente nasce antes do tempo previsto. Umas das maneiras de evitar é realizar esmagamento de uma das vesículas, logo após detectar. Por via transretal, faz massagem para separar as vesículas em cada corno uterino e esmagar com a mão a que for menor.) 
- Outras características de aborto não infeccioso são: má formação fetal, endométrio comprometido (em éguas velhas) e deficiência em P4 (progesterona é quem segura o embrião antes da placenta e o enjoo na gravidez se dá ao aumento significativo e contínuo da P4).
II. Infeccioso não contagioso: pode ocorrer por doenças respiratória que aumentou níveis de cortisol/ estresse ou babesiose, infecção em geral não reprodutiva, Placentite – principal (acontece por via ascendente, a cérvix não está bem fechada e entra as bactérias infecciona na placenta – inflamação da placenta). Nesse tipo de aborto pode ser observado aumento do úbere, extravasamento de leite (isso acontece porque o nível de ocitocina está elevado, visto que ele é o hormônio responsável pela ejeção do leite e aumento das contrações uterinas), descarga vaginal (vaginite) e na US aumento da espessura da placenta, comum ser observado as estrelas placentárias, sendo indicativo de inflamação. Na US é importante avaliar o líquido amniótico, que para ser normal precisa estar anecóico (imagem mais escura, as ondas sonoras passam – sem som). Quanto mais hiperecoico (ecogenicidade, as ondas esbarram em algo, pontos brancos no meio do preto) mais células descamando e abre estado de alerta.
III. Infectocontagioso: infecção reprodutiva e que pode contaminar outras fêmeas, garanhões e feto. É evitado através de vacinação a partir do 6º mês, mas se apresentar:
- Leptospirose: é observado icterícia discreta, anorexia, depressão leve, hipertermia e depois de semanas da infecção acontece o aborto. Para tratar, usar antibiótico ESTREPTOMICINA. O diagnóstico é realizado por meio sorologia imunofluorescência, laboratório específico para saber qual cepa. Nesse tipo o aborto ocorre semanas após a infecção. 
- Herpes vírus tipo I, vírus do aborto equino: Como profilaxia é realizado manejo correto, quarentena de animal novo, isolar doente, limpeza de baias, a égua gestante deve ser vacinada no 5º, 7º e 9º mês. Sintomatologia: se apresenta com infecção respiratória e depois aborto ou mortalidade perinatal, em geral o aborto acontece a partir do 7º mês. Como é uma doença viral e auto imitante, o organismo começa a reagir e pode apresentar leve resfriado, de 14 a 120 podemos observar o aborto acontecendo. É detectado através de exames clínicos do aparelho reprodutivos, sorologia, histopatologia. Além de fazer o levantamento (macro e micro) do caso e assim encontrar as possíveis fontes de contaminação.
· Distorcia = comum também em ruminantes. 
- Obs = uma fêmea que teve distorcia no parto apresenta grandes chances de no próximo parto apresentar uma outra distorcia novamente. 
· Motivos do aborto/distorcia
· Agalactia (falta na produção de leite): se ela conseguiu suprir o porto anterior ou se precisaremos supri-lo na mamadeira. 
- Ejeção de leite antes do parto (desperdício de colostro). 
- O colostro é gerado em curto espaço de tempo eé fundamental para a imunidade do neonato, visto que o tipo de placenta da égua, difusa, impede a passagem de agentes imunológicos.
· Estreitamento das vias fetais: é o estreitamento pélvico, estreitamento do canal de parto. 
· Categoria:
· Matriz ou receptora
- Matriz são bem mais cuidadas por seu alto valor genético/ zootécnico, entretanto a receptora precisa ter condições de tratamento ideal para poder nutrir o feto e sustentar a prenhez e precisa estar na mesma fazer para consolidar a concepção. 
· Idade:
· Jovem ou adulta = As fêmeas já nascem com a quantidade de óvulos determinada para toda a vida. 
- Fêmeas adultas: encontram dificuldade em conceber a prenhez devido a maturação avançada dos óvulos, encontram dificuldade em replicação genética, radicais livres etc. Com o avançar da idade, é natural que a conformação perineal fique mais profunda, o que propicia contaminação na região vaginal por fezes, dificultando a concepção e a manutenção da prenhez.
- Fêmeas jovens: recém maturadas sexualmente tem maior facilidade de emprenhar, porém pode encontrar dificuldade em segurar a prenhez, onde devemos propiciar suporte adequando para o seu desenvolvimento e do feto.
· Escore corporal
· O ideal é entre 2,5 e 3,5 (escala de 1 a 5) = queremos animal meio termo. 
· É necessário um escore ideal para a prenhez acontecer, além desse escore dizer como o animal está clinicamente. Animal que está passando necessidade nutricional não vai gastar energia para gerar outro corpo.
- Obs = Animais acima do peso, possuem mais tecido adipose o que interfere na ovulação, além de apresentar distúrbios endócrinos (pelo grosso, como ursinho de pelúcia, gordura abaixo da crina).
· Temperamento da égua = um dos fatores extremamente limitante para emprenhar. 
· Éguas tendem a ser mais arisca, sangue quente, o que pode impactar na prenhez.
· O temperamento estressado ou espantado pode levar a casos de abortos ou absorção embrionária. 
· O manejo desse animal, tratador, ventilação das baias, devem ser bem observados, podendo interferir no temperamento desse animal. A mãe rejeita o potro, coices.
- Obs = Animais de corrida, são mais agitados e mais estressados, sendo um fator limitante para emprenhar.
· Exames = para acompanhamento gestacional
· Tamanho da receptora = deve sempre ser respeitado
O tamanho dos envolvidos precisa ser proporcional garanhão/matriz/receptora, (limitando o crescimento natural do feto), para evitar defeitos de conformação pelo tamanho do útero, prolapsos uterinos, exaustão no parto. Além disso, a fêmea receptora e doadora devem estar cicladas na mesma fase. 
· Sanidade do rebanho:
· Doenças frequentes
· Taxas de aborto
· Observar o controle de parasitas e ectoparasitas – vermifugação. 
- Animais com carrapatos apresentam uma maior dificuldade para sustentar a prenhez. 
· Vacinação: raiva, influenza, herpes vírus, encefalomielite (doença endêmica na nossa região e de notificação obrigatória, possui várias cepas, no Brasil - no Leste maiores taxas), tétano, leptospirose (possui várias sorovaris - variações). 
Os que estão grifados em vermelho possuem altos índices de aborto.
· Alimentação/ manejo nutricional: 
· Volumoso: ofertado em maior quantidade e em boa qualidade. Ex = gramínea, leguminosas. 
· Ração concentrada: deve ser considerado um plus na alimentação e não a principal alimentação. 
· Sal mineral: deve estar sempre a disposição ou direto na alimentação
· Água: limpa e em temperatura ambiente (herbívoros precisa de uma temperatura amena, não pode ser fria, pois pode ocasionar choque térmico nas bactérias celulolíticas).
- Obs = No último trimestre é necessária uma maior atenção, para garantir força e diminuir chances de percas no parto.
- Obs = animal que está passando por restrições ou necessidade não consegue gastar energia para produzir outro corpo, suprimindo a presença. 
· Ambiente
· Baia e cocheiras bem ventiladas e com a cama seca e acolchoada.
Baias maternidade
· Vídeo Foalert: Dispositivo sonoro fixado, como sutura simples, na vulva da égua, no fim da gestação, e quando se dilata para o parto, rompe o lacre e o dispositivo soa um sinal para avisar que o parto está próximo.
· POTRO	
Cuidados com o neonato equino: 
· O potro é o futuro e a finalidade para qual se criam cavalos, dessa maneira, é de grande importância que seja prestado a assistência que for necessária. 
· Neonatologia vem crescendo nos últimos anos, buscando minimizar os problemas e as percas com o uso de técnicas e acompanhamento mais controlado, desde a seleção dos genitores, indo além do nascimento.
· Precisamos reduzir das possibilidades de risco no nascimento: 
· Cada espécie possui o seu período gestacional específico: 
- Em equinos, o ideal é que o parto venha acontecer por volta dos 11 meses gestacionais, ao entrar nos 10 meses dar uma checada: 
· Parto normal = acontece de 330 a 340 dias onde há tendência a parir a noite, sendo uma temperatura ambiental mais frio. 
· Parto prematuro (nasceu antes do tempo previsto) = menos de 320 dias, acompanhar o parto para possível auxílio
· Parto inviável = menos de 275 dias, individuo ainda não está pronto, embora vivo não demora muito a vir a óbito. 
· É de grande importância oferecer o suporte necessário ao potro com baias adequadas, auxílio no parto, controle de temperatura etc. 
· Caso o potro nasça e ainda esteja recoberto por todos os anexos fetais (empelicados) precisamos fazer a remoção/ ruptura dos anexos fetais. 
· Todos os animais ao nascer, não apresentam o sistema termorregulador pronto, sendo importante fazermos todo o cuidado: 
· Em locais de clima mais frio secar o potro, para que não sofra com a variação de temperatura. 
· Precisamos avaliar os riscos em que aquele animal está submetido:
· Condições ambientais: 
· Intempéries = o animal que nasce em dia de chuva apresenta uma maior dificuldade de termorregulação. Por isso é importante acompanhar a égua gestante e sempre observar o período de parição. 
· Observar se a área de parto está sobrecarregada 
· Condições no parto:
· Distorcias = o acompanhamento desse parto é sempre crucial para que o neonato tenha saúde. Sempre devendo ter um profissional por perto. 
- Obs = devemos ter uma atenção maior com as fêmeas primíparas parto dificultoso. 
· Partos induzidos ou laborioso = neonatos nascidos de fêmeas com toxemia da prenhez em que houve parto induzido, sempre nascem mais fracos. 
· Prolapso = aquela fêmea que tende a prolapsar a vagina antes da parição ou mesmo pariu e em seguida expulsou, acaba dificultando a qualidade de vida do potro. 
· Condições maternas: 
· Cólicas = a fêmea que está sentindo dor, em alguns momentos realiza o ato de dar coice na barriga, se jogar; tudo isso pode causar uma torção uterina. 
· Vaginites/ placentites (infecções) = em algum momento pode ocorrer alguma infecção para o potro pela via transplacentária. 
– Obs = doenças que apresentam tropismo pela neovascularização da placenta como brucelose, leptospirose pode causar alterações/ níveis de inflamações possíveis abortos. 
- Obs = a brucelose causa aborta no terço final da gestação, portanto, com o passar do tempo e das gestações ela pode passar a não abortar mais, causando placentite, mas não o suficiente para causar descolamento de placenta; dessa forma, há o nascimento de crias fracas. 
- Obs = qualquer estagio de toxinas e fatores inflamatório pode levar a uma placentite. 
· Prematuridade 
· Estresse (viagem) = o transporte de éguas prenhas é extremamente perigoso. Devemos manejar da melhor forma. 
· Condições neonatais: 
· Escore corporal ruim = aquele indivíduo que apesar da fêmea tenha sido manejada corretamente 
· Asfixia neonatal/ mecônio = indivíduo que não teve o auxílio adequado, nasceu empelicado. Ou mesmo retenção de mecônio (primeiras fezes do animal - deve ser forçada a evacuação com o auxílio de enemas) quadros de cólicas 
AULA 03 – 15/03/2022
Limpeza do potro após nascimento:
· O ideal é que sempre seja realizado a higienização com toalhas ou lençóis limpos, retirando a umidadepresente no potro
- Obs = muitas vezes colocamos o animal de cabeça para baixo, suspendendo pelo posterior e faz uma massagem caudo – cranial.
· Limpeza da mucosidade/secreção do nariz e boca 
· Fricções suaves na região dorsal e torácica para diminuir a carga de umidade = movimentações para frente e para trás, assim como nas costelas. 
- Obs = cuidado ao realizar isso em fêmeas com instinto materno forte 
Cuidados com o umbigo: 
· A inflamação do umbigo leva a diversos problemas, entre eles a onfaloflebite se dá devido a um umbigo mal curado.
· Esse umbigo será curado/ desinfectado com tintura de iodo a 10% (bem caustico) imerge o coto umbilical colaba as estruturas através do ressecamento (que cai entre 7 a 10 dias). 
- Podemos observar 2 artérias, 1 veia umbilical (vem do fígado), além do úraco (canal da urina).
- Obs = o úraco se transforma em um ligamento suspensório da bexiga 
· Problemas associados com o umbigo mal curado: 
- Obs = poliartrite é uma das doenças/ consequências mais frequentes relacionada a onfaloflebite, no qual a carga de bactéria que entra tende a se colecionar também nas articulações, deixando as articulações aumentadas. 
Alimentação: 
“Ao se examinar um adulto, examine antes o cocho de comida. Então inicie a avaliação do neonato pelo úbere da mãe.” Além de sempre avaliar como está a cavidade oral do animal para saber se não está passando por algum problema. 
· O recém-nascido PRECISA mamar (nasce com um pequeno estoque de glicose), então essa ingestão de colostro deve ser em boa quantidade e de boa qualidade nas primeiras 18 horas. 
- Obs = Pois após 24h do nascimento, ocorre uma perda gradativa na absorção das imunoglobulinas (IgG). 
· Colostro = rico nas imunoglobulinas colostrais (molécula grande) fornece imunidade passiva ao neonato. No qual, a absorção acontece no intestino delgado por um processo de passagem ativa dos anticorpos, que também está em modificação nesse neonato, apresentando grande permeabilidade e com um espaçamento entre os enterócitos que permite a entrada dessas imunoglobulinas. Porém, com o passar do tempo esses enterócitos vão reduzindo o espaçamento intestinal e após um certo tempo não absorve o que deveria. 
· Como saber se o colostro é ideal = O colostro ideal apresenta uma densidade superior a 1080 | volume ideal de ingestão vai de 1,5 a 2L para cada 40-50 kg 
- Pode ser avaliado com o auxílio de um colostrômetro (é espécie específico) que nos mostra a densidade do colostro
· A privatização de colostro pode levar a morte do animal 
· Como avaliar o colostro? 
· Através da avaliação física: avaliar as características físicas, no qual esse colostro deve apresentar uma cor amarelo ouro, cremoso e bem espesso. 
· Através da avaliação laboratorial: esse colostro irá passar por um teste de aglutinação, chamado aloanticorpos anti-hemácias. 
- Silagem de colostro = guarda o colostro e congela, no momento de oferecer ao neonato coloca em banho maria para descongelar. 
Manejo do recém-nascido: 
· Como saber se o animal teve falha da administração passiva de imunoglobulinas (FTP): 
· Colher amostra sanguínea do e se apresentar níveis séricos (nº de IgG no soro) abaixo de 400 mg/dL estará propenso a ser um indivíduo que sofra possíveis infecções severas. E se apresentar níveis séricos acima de 800 mg/dL é considerado ideal, está consumindo uma boa quantidade. 
· Existem alguns testes rápido: deve ser usado em até 24h do nascimento, que ajuda a guiar a suplementação do animal. Se corar, é necessário que o animal seja suplementado. 
· Banco de colostro: é a estocagem do colostro sob refrigeração ou congelamento em até 24 meses. 
· Silagem de colostro: deve ser armazenado em uma garrafa, esse armazenamento não deve conter ar e deve ficar em local fresco. 
- Esse colostro vai fermentar e ao utilizar, muitas vezes o animal não vai conseguir tomar via mamadeira, devido a alteração de sabor. Dessa maneira, o ideal é que seja oferecido via sonda, em uma quantidade maior 
- Obs = É de grande importância sempre fazer o teste de compatibilidade antes de fornecer o colostro, a fim de evitar incompatibilidade imunológica com o sangue do potro (icterícia hemolítica). 
· Plasma homólogo: Terapia. é uma das opções para utilizar em animais que não teve como tomar o colostro e/ou sofreram de isoeritrólise neonatal. É um plasma hemoderivado, no qual extrai-se o sangue e retira o plasma de outro adulto da propriedade e a partir disso fornecer a bolsa de plasma ao potro que está com a imunidade baixa.
· Sempre administrar de maneira IV de forma lenta (vagarosamente), com uma média de 20 ml/kg
· Monitoramento/ acompanhamento do animal = enquanto estiver sendo administrado. Se for observado aumento exagerado da FC e FR e os batimentos cardíacos passem de 200 BPM devemos interromper o uso desse plasma. 
· 1 litro de plasma promove um aumento de mais ou menos 150 mg/ dL de IgG em nível sérico. Então, essa será a conduta a ser usada em um individuo muito mal, debilitado, que não toma colostro ou que sofreu icterícia hemolítica. 
Amamentações subsequentes – potro na mamadeira:
Usado em casos como: potro órfão (enjeitado pela mãe), fêmea agalactica
· O leite possui grandes quantidades de açúcares e baixo teor de gordura. E o excesso de gordura acarretará um desconforto e diarreia. 
- Obs = o leite da vaca apresenta constituições diferentes do leite da égua, apresentando grande quantidade de gordura e com isso poderá acarretar problemas gasto entéricos.
Dessa maneira, o ideal é realizar as seguintes proporções com o leite de vaca para um fazer um sucedâneo (substituto)/ diluição e ofertar a esses animais: 
· Então quanto vamos fornecer para esses animais? Serão fornecidos 10% do peso vivo do individuo em 24h (Ex = animal pesa 40 kg = 4 kg de leite – lembrando que o litro de leite pesa um pouco mais de 1kg), sempre fracionando a cada 2h mais ou menos esses 4 litros de leite. 
- Obs = a medida que o animal cresce aumenta a frequência, já que ele irá precisar de uma maior quantidade de leite. 
· Além disso fornecer complexos vitamínicos + pré e probióticos para auxiliar na mudança da flora intestinal, já que é um indivíduo fermentador. 
· Leite em pó comercial (sucedâneo) = para equinos não é tão fácil de achar. 
- Pode ser usado o de bovinos, que tem maior facilidade para encontrar, porém deve ser adaptado (mistura com água), devido ser mais forte. 
· Aleitamento em baldes = à medida que o potro vai crescendo e sai da mamadeira. Sempre ter cuidado com a higiene do balde. Além disso, colocando litro a litro. 
· Mãe de leite – como adaptar a “nova mãe” ao potro órfão? 
Requer cuidados e manejos – fêmea dócil 
· Deve ser uma fêmea que esteja em lactação, mas caso esteja em proximidade a lactação deve ser realizado estímulos com o uso das prostaglandinas. 
· Uma das características para adaptar é exercitar a fêmea e fazer ela suar bastante e com isso passar o suor no potro, para que com isso ela sinta a proximidade de odores. 
· Em geral utilizamos uma fêmea com um potro em que esteja com uma idade similar ao que será adotado ou uma fêmea em que se encontre já próximo ao desmame. 
Potro órfão: 
É interessante integrar o potro órfão a outros animais (potros, idosos/ castrados), fornecendo concentrados e volumosos de qualidade e fazer uso do creep-feeding caso ele seja solto no piquete com outros, para assim não haver competição. 
Aula 04 – 22/03/2022
PRINCIPAIS AFECÇÕES EM POTROS NEONATOS
· Icterícia hemolítica/ isoeritrólise neonatal: 
Trata-se da incompatibilidade sanguínea que pode ocorrer no cruzamento entre a animais da mesma espécie (Aa + Qa) ou de espécies diferentes (muares = equino + asisino = mula ou burro). O potro pode nascer com uma tipagem diferente do da mãe. Se vier a acontecer isso a partir da 2ª gestação, o potro não poderá mamar o colostro. Ou seja, o anticorpo presente no colostro da mãe reage com a hemácia do feto e causa hemólise (destruição das hemácias). 
· Esse tipo de reação é considerado uma hipersensibilidade tipo II
· Temos algumas raçasque tem maiores chances de apresentar a icterícia hemolítica como: muares (mulas e burros, originados a partir do cruzamento entre um equino + jumento), PSI e Standardbred. Então, ao nascer, o potro nasce normal (não apresenta sintomas ao nascer), porém ao ingerir o colostro apresenta as primeiras sintomatologias. 
· Além do cruzamento, a transfusão sanguínea também pode ser um fator para causas de isoeritrólise. 
Sinais clínicos:
Só aparecem quando o potro ingere o colostro, apresentando 3 fases, que dependem da quantidade de colostro (imunoglobulinas, anticorpos) ingeridos. Não passa pela fase crônica pois acontece muito rápido.
· Fase aguda – fase de produção das imunoglobulinas é na colostragem que dura de 5 a 7 dias. 
· Fase subaguda 
· Fase hiperaguda 
Os sinais são: 
Apatia, fadiga, colapso (animal entra em letargia total), convulsões (mais difíceis de reverter), hemoglobinúria (presença de sangue na urina, como as hemácias estão sendo destruídas por parte dos anticorpos e a hemoglobina está livre ela precisa ser metabolizada pelo fígado para ser excretada, como ele não consegue eliminar tudo, ela extravasa para as mucosas - apatia), depressão, perda do reflexo de sucção (animal fica mole não consegue mamar).
Como prevenir/ evitar: 
Realizar teste de aglutinação tanto da égua quanto do garanhão = feito previamente em transfusões sanguíneas:
· Garanhão x égua (Aa x Qa) = Na lâmina coloca uma gota o sangue do garanhão e uma gota do soro da égua (onde encontra as imunoglobulinas). Mistura e se coagular (aglutinar) significa que é positivo, que eles reagem e o potro não pode tomar o colostro da mãe. Esse te serve para outras espécies.
· Sangue do potro x colostro = fazer o teste mesmo se for dar colostro do banco de colostro que estava armazenado. Na lâmina colocar uma gota do colostro e uma gota do sangue do potro, se aglutinar o potro ñ pode consumir o colostro. Testar também no banco de colostro.
Tratamento:
· Aleitamento artificial ou em outra égua (fazer teste de aglutinação) 
· Esgotar fêmea = essa fêmea deve ser ordenhada (esgotar o colostro) até o 5º dia de vida do potro, para que estimule a produção leiteira e ela não venha a sofrer de mastite. 
- Não tomar o colostro não compatível durante 5 a 7 dias, para garantir as imunoglobulinas circulando. 
· Quando trocar de colostro para leite ele pode voltar a ingerir normalmente 
· Uso de buçal no potro 
· Fazer uso de baias que divide os dois e o potro não alcança as tetas, mas que ambos mantêm contato. 
· Retenção de mecônio: 
Mecônio são as primeiras fezes eliminadas do animal (fezes eliminadas na 1ª defecação ao nascimento). E após a 1ª mamada, em até 12h deve ocorrer a eliminação do mecônio pós-natal. Se passar das 12h lubrificar com soluções glicerinadas para estimulação do trânsito fecal. 
- Obs = Uma das características para avaliar se o feto está em sofrimento fetal é a presença de mecônio (liquida e escura) antes do parto
· Motivos para não ocorrer a eliminação do mecônio: 
· Estreitamento pélvico 
· Ausência de ingesta – não comeu nada
· Agenesia de alguma porção intestinal 
· Ausência da abertura da ampola retal 
· Oclusão da ampola reta – fundo de saco. 
Sinais clínicos: 
Neonatos de grande porte é mais perceptível, pois ao nascer são mais independentes que cães e gatos, por exemplo. 
· Apresenta desconforto 
· Barriga abaulada 
· Congestão = devido a grande vascularização intestinal estar comprimida. 
· Taquipneia e taquicardia = sinais de dor 
Prevenção: 
· Administração do colostro para auxiliar e exame físico do neonato 
Tratamento:
· Com o uso de laxantes via sonda nasogástrica – Oral 
· Cloreto de magnésio = 100 ml 
· Uso de enemas 3x ao dia 
· Pode ser feita com água morna ou com solução glicerinada
Se não resolver: 
· Realizar a laparoenterotomia – último recurso. 
· .
· Malformação do reto e ânus: 
Afecção relativamente frequente, de caráter congênito, que impede a eliminação do mecônio e defecações consecutivas. Sendo caracterizada por uma abertura pequena do orifício anal acompanhada, as vezes, por uma oclusão da ampola retal, que pode terminar em fundo de saco a uma distância variável em relação ao anus. Ou seja, não há conexão do ânus com o intestino. 
- Obs = potros portadores nascem e se alimentam normalmente nas primeiras 24h
Sinais clínicos: 
Animal apresentará: 
· Desconforto
· Barriga abaulada
· Congestão de conjuntiva 
· Taquipneia e taquicardia 
Diagnóstico: 
Apresenta diagnóstico simples, basta apenas observar a ausência do orifício anal. 
Tratamento cirúrgico: 
É necessário grande cuidado com a cicatrização. 
· Cirurgia na ampola retal: 
- Fleps em forma de cruz, e para evitar estenose (estreitar o ânus e ficar rígido) acopla seringa e faz pontos simples para prender
· Persistência do Úraco:
O úraco é um pequeno canal que corre junto aos vasos umbilicais, no qual no início tem função de eliminar a urina fetal para a cavidade alantoidea, formando o líquido alantoide desaparecendo logo quando nasce, com a cura do umbigo. Ao nascer ele precisa ser colabado para não haver contato direto da bexiga com o umbigo, região externa. Caso o úraco não colabe e acabe rompendo dentro da cavidade abdominal ocorre a uropritônite, devido a excreção da urina. 
· A ruptura fisiológica do úraco acontece quando a mãe se levanta, logo após o parto, rompendo o cordão umbilical, por divulsão, colabando os vasos. O uso de iodo acelera a cicatrização e impede a entrada de bactérias. Nesse processo natural, quando colabado, o úraco se transforma em ligamento suspensório da bexiga, que sustenta a bexiga na cavidade.
- Obs = quando a cura do umbigo não ocorre da maneira correta a instalação das bactérias pode ocasionar poliartrite. 
Diagnóstico:
Região do umbigo edemaciada e úmida com presença de urina, pode ter abertura para drenar a urina para fora ou para dentro da cavidade.
Tratamento: 
· Laqueadura = animal em decúbito dorsal, divulsiona a região umbilical, identifica o úraco e faz o clampeamento (faz um ponto). De fácil resolução.
 Profilaxia: Cura do umbigo com solução de iodo 1x ao dia. 
· Uropenitônio – ruptura da bexiga: 
É a ruptura da vesícula urinária, que está interligada ao uroperitônio, causando cistite generalizada. Ocorre devido a compressão que sofre a bexiga urinaria do potro durante os esforços de expulsão realizados pela égua no momento do parto, ou a extrema tensão que sofre o cordão umbilical, fazendo com que, consequentemente, o úraco tracione e rompa a bexiga repleta de urina.
Sinais clínicos 
· Desconforto, abdômen abaulado = em decorrência, principalmente, a instalação da peritonite irritativa desencadeada pela presença da urina na cavidade abdominal. 
· Prostração = sem interesse em mamar
· Congestão de mucosas
· Taquipneia e Taquicardia = Sinas de dor
· Tenesmo = mímica de micção ou defecação com presença de dor.
· Coma = devido a presença de urina na cavidade levando a intoxicação sistêmica morte por uremia
Diagnostico
· Sinais clínicos 
· Através de exames de imagens como raio x (pode ser contrastado também) e ultrassom da bexiga, úraco e ureteres. 
· Geralmente são achados de necropsias.
Tratamento
· Laparotomia seguida de cistorrafia (abrir cavidade restaurar a bexiga), de urgência, com sonda de fowler
· E fluidoterapia para reestabelecer equilibro ácido – básico para que consiga se livrar da uremia. 
· Onfaloflebite: 
Inflamação no cordão umbilical, com invasão bacteriana por Escherichia Coli, Streptococcus Zooepidermicus, Clostridum Sp (como sabemos, cavalo já tem uma certa frequência de tétano, dessa maneira a onfaloflebite pode estar ligada a um problema de tatania) resultante da falta de higiene ambiental (invasão mais comum), de cuidados gerais e de tratamento do umbigo, no momento do nascimento e nos dias seguintes. Favorece a persistência do úraco e pode acometer qualquer animal.
- Obs = Tendo em vista as peculiaridades anatômicas do cordão umbilical, composto por duas artérias que se conectam com a artéria ilíaca interna; uma veia que interliga a placenta ao fígado, e o uracoque comunica a bexiga fetal a cavidade alantoide a infecção poderá se estender atingindo principalmente o fígado através da veia umbilical.
Sinais clínicos
· Edema e dor na região do umbigo.
· Presença de miíase
· Sepse = por ser porta de entrada para infecções
· Abscessos hepáticos
Na imagem acima podemos observar o entumecimento (edemaciado) da veia
Tratamento 
Para evitar paratopias como a hérnia e contaminação com tétano, será feito:
· Assepsia: com tintura de iodo 10% ajuda a drenar o edema (reduzir)
· Antibioticoterapia: de amplo espectro a cada 48h, por serem de longa ação. 
· Tetraciclinas
· Oxitetraciclina 
· Penicilinas associadas anti-inflamatórios = Pence Vet PPU, Agrovet plus, associadas a Maxican
· Terramicina (muito dolorosa)
· Drenagem e ou remoção cirúrgica da cápsula = se tiver muito edemaciada com pus.
· Afecções relacionadas a onfaloflebite: 
Tétano: o tétano é uma doença infeciosa extremamente fatal a todas as espécies de animais domésticos, causada pela toxina/bactéria do Clostridium tetani; vulnero – tóxico - infecção que produz clinicamente sinais de hiperestesia,tetania e convulsões.
· O tétano é considerado uma toxi-infecção, porque na realidade são as toxinas produzidas pelo Clostridium tetani que desencadeiam a doença.
 
Sinais Clínicos
· Protusão da terceira pálpebra ocular
· Rigidez muscular exacerbada com postura de cavalete. É progressiva, até a parada da musculação respiratória.
· Não flexiona membros, avaliada no Exame físico para ver a gradação da ação da toxina.
· Febre
· Tremores musculares	
· Reações exacerbadas a sons.
PAREI EM 02:52:03
Tratamento 
· Altas doso de Penicilina, Benzatina e Procaína, até 40.000 U/Kg
· Suporte: Soro antitetânico
Prevenção 
Soro antitetânico e vacinação da mãe em vias de parição, para garantir proteção ao potro até ele ser vacinado.
Rodococose: Causada pela bactéria Rodococcus equi, naturalmente presente na flora equina. Desenvolve-se nos glóbulos brancos, dificultando a defesa, causando sintomatologia respiratória. Acomete potros até a fase de desmame devido sua baixa imunidade e a contaminação se dá através da ingestão, inalação e pelo umbigo.
- Obs = a vacina possui baixa antigenicidade - melhor que nada, mas a resposta vacinal é baixa.
Sinais clínicos
· Apatia 
· Anorexia
· Fraqueza
· Abdome abaulado
· Fezes pastosas e fétidas, pode ser diagnostico diferencial devido a faze da vida q ele está.
· Insuficiência pulmonar, dispneia 
· Linfoadenomegalia, linfonodos infartados - retrofaringeanos 
· Hipipon, pus dentro do olho
· Endocardite
Diagnostico
· Raio- X
· Ultrassom
· Lavados traqueobronqueais, passa a sonda e observa.
Transmissão
· Mãe para filho
Tratamento
· Eritomicina, Rifamicina
· Broncodilatadores, mucolíticos, antiinflamatórios
Prognostico 
Dependendo do quadro é tratável, mas pode ser difícil a reversão, com o uso de anti-inflamatório pode ajudar na condição clínica. 
Achados de necrópsia
 
Poliartrite: Afecção de caráter agudo (30 dias para apresentar sintomas). Em geral quando se apresenta quadros de onfaloflebite esses animais não são imunocompetentes. Geralmente, acomete mais de uma articulação e temos o carpo e tarso como as articulações mais acometidas.
Sinais clínicos
· Dor
· Edema 
· Pode haver úlcera. 
Diagnóstico
· Drenagem da articulação, se vier pus é positivo para poliartrite
Tratamento
· Antibioticoterapia sistêmico e tópicos 
· AINES
· Lavado articular = agulha de entrada e de saída e aplicar soro para lavar.
· Repouso = baias macias e curativos diários (quando curativo é no joelho anatômico é mais difícil fazer o curativo)
· DMSO (antiflogístico, eficaz contra inflamações) massagem com uso de luvas.
- Obs = deve haver um certo cuidado ao usar, pois é cancerígeno para humanos, tem que ser manipulado com luvas.
Na imagem acima podemos ver um joelho zootécnico anatômico
Prognóstico
· Pode inviabilizar condição atleta
Septicemias, pneumonias e diarreias: São afecções intimamente ligadas a onfaloflebite.
· Bragnatismo & prognatismo
Deformação congênita e hereditária da mandíbula e pré - maxila, causando encurtamento ou proeminência anormal e sem oclusão entre os incisivos (apreensão do alimento), a arcada dentaria não fecha adequadamente causando problemas de mastigação e consequentemente causa problemas digestivos.
· Hoje já se tem tratamento para não precisar excluir da reprodução (ABQM, está mais maleável)
Bragnatismo Prognatismo 
Diagnóstico
· Exame da cavidade oral
· Exames complementares
Tratamento
· Manejo alimentar: Devido à dificuldade de apreensão do alimento, a alimentação a pasto é inviável. Deve-se fornecer alimentação sólida e de fácil apreensão e mastigação.
· Ortodontia: fios de cerclagem, osteossíntese e pinos (ANTES DOS 6 MESES)
· Paleativos: desgastes e correção de oclusão (ADULTOS)
Predisposição = Cólicas, diarreias e caquexia
Outras afecções presentes em potros
· Síndrome da asfixia perinatal: Engasgo
· aspira líquido ao nascer massagens e suspensão dos trens posteriores. Ideal ter os sugadores
· Doenças respiratórias: devido à dificuldade termo regulatória neonatal.
· Realizar sondagem oro nasal e fornecer oxigênio.
· Animais podem apresentar = encefalopatia, falhas renais, cianose, letargia, transtornos cardiorrespiratórios
· Sindrome cólica: sintomatologia igual à dos adultos
· Septicemias neonatal: devido a deficiência imunológica natural em todos os neonatos
· Diarreias: 
· fazer uso de antibioticoterapia, probióticos e probióticos 
· Pode estar relacionada à:
· Infecções bacterianas e virais como Escherichia coli, Salmonelose, Rodococose e Rotaviros
· Cio do potro = devido a produção exacerbadas de hormônios pode levar a quadros de diarreia no potro
AULA 05 – 29/03/2022 Introdução a oftalmologia (desenho das estruturas do olho)
MÓDULO = ODONTOLOGIA
AULA 06 – 06/04/2022 Aula com o prof Dinamérico Jr. UFOB
ODONTOLOGIA EQUINA
Princípio e afecções
Esportes equestres: o advento dos esportes equestres levou ao aumento do adestramento e confinamento mais precoce, modificando hábitos e padrões alimentares. Esses fatores podem desencadear ou intensificar as alterações odontológicas nos equinos. Alterações na digestão do volumoso é prejudica devido a capacidade digestória de fibras do estomago ser reduzida digestão, por isso o animal está sempre em busca de alimento e precisa mastigar bem para passar essa grande quantidade de alimentos chegar ao ceco.
Principais alterações odontológicas nos equinos: 
· Alterações adquiridas/ traumas
· Tumores
· Cistos dentários
· Fendas palatinas
· Problemas de oclusão: braquignatismo e prognatismo
Principais sintomas q animal com alteração odontologico:
· Dor = que pode passar despercebida.
· Queda de alimeto da boca = demonstrando sinal de dor
· Halitose = se ta saudavel não tem odor fetido
· Perda de peso
· Mudança de biomecanica da mastigação/ trituração ineficiente
· Diminuição da saliva
· Diminui a digestibilidade
· Diminui o ph estomal
· Transito intestinal reduzido
Causas
· Genética: excesso ou ausencia dentária (normal de 36 a 44 dentes)
· Traumas: causa alteraçã na erupção do elemento dentário ( principalmete em potros)
· falhas de manejo: prevenção- piquetes por faixa etária
- “Atenção aos chamados de colica, pode haver alteração na dentição.”
· Dietas pobres em fibras/Excesso de concentrado: causa alterações devido a padrões de movimentos de mastigação diferentes (volumoso o animal mastiga mais e produz mais saliva, importantissima para funcionamento estomacal)
· Animais estabulados: Cavalos aprendem o vicio de comportamento com o outro Exemplo: aerofagia.
· Falta de cuidados odontologicos. Avaliação apartir dos 2 anos (antes da doma) e a cada 6 ou 12 meses.
REVISÃO DA ANATOMIA
dente incisivo equino
Classificação odontológica equina
· Tecondontes: classificação baseada no tipode inserção do dente. No cavalo os dentes são alojados dentro de alvélo dentário,que posui o ligamento periodontal fibroso, muito forte e que proporciona estabilidade ao dente.
· Heterodontes:varios tipos de dentes com funções distintas:
· incisivos; apreensão e corte
· caninos; defesa (só em machos) 
· Pré-molares e molares; mastigação
· Anisognata: fisiologicamente a mandibula é mais estreita que a maxila, favorecendo a oclusão imperfeita e formação de pontas de dentes, por não haver desgaste correto dos dentes. A formação de pontas nos dentes maxilares é mais lateral (faces labiais), enquanto no dentes mandibulares se apresentam mais medial (face lingual) - mais importante diferença.
· Hipsodentes; dentes longos com erupção prolongada (2 a 3mm/ano), com a coroa retida na maxila/mandibula que se exteriorizando aos poucos.
· Principio basico: MANTER SINCRONISMO DENTÁRIO: um dente precisa do lemento oposto para que haja o desgaste correto natural sincronizando a dentição
· SOLUÇÃO: Desgaste dentário seletivo. Odontoplastia por toda vida do animal.
Superfície dos dentes
· Face oclusal ou mesial (ungulados): superfície livre 
· Face vestibular: suprefícies no vestíbulo oral - nos incisivos e caninos chamamos de face labial
· Face lingual: face dos molares e pré-molares voltadda para língua
· Faces de contato: entre um dente e outro
Estruturas dos dentes
· Esmalte
· Estrutura masu dura do corpo
· Forma fina camada sobre a superfície dos dentes
· Possui pouca matéria orgânica
· Consiste em cristais de apatita e de fósforo de cálcio
· Garante a dureza máxima do dente, diamantados
· Dentina 
· Númerosos túbulos paralelos, semelhante so osso
· Cemento
· Assemelha-se a dentina eao osso
· Cobre apenas as raízes dos dentes simples, mas nos outros dentes pode estender-se até a coroa
· Polpa
· Tecido conectivo frouxo
· Formado principalmente de fibroblasto
· Muito inervado e vascularizado no interior da cavidade pulpar
· Periodonto
· Estruturas responsáveis pela fixação do dente:
· Cemento, ligamento periodontal e osso aveolar
· Infundíulo ou taça
· Depressão na superfície oclusal = Invaginação do cemento e esmalte na dentina
· A partir do infundíbulo que se mensura a idade do cavalo
· Estrela= aparecem em animais mais velhos. O infundíbulo some e começa a aparecer a estrela. Quando ela está sumindo o dente está próximo de cair
Determinação da idade do equino quanto a dentição
- Sempre levar em consideração: 
· Tipo de dieta 
· Tipo de manejo 
· Comportamento individual de cada animal 
Quantidade de dentes
· Incisivos (3/3) = 12
· Caninos (0-1/1-0) = 0 a 4 tem a função de defesa, atribuída aos machos. Algumas fêmeas podem ter
· Pré-molares (3-4/4-3) = 12 a 16. O primeiro PM é o dente de lobo que, devido a evolução (Lei do uso e desuso), podem não apresentar, e se apresentar devem ser extraídos.
· Molares (3/3) = 12
· Total = varia de 36 a 44 dentes permanentes
· Dentes de leite = 24 (3/3), sendo 12 incisivos e 12 pré-molares 
· Retenção de dente de leite e erupção do dente de lobo = extração
Estruturas
· Pré-molares e molares = 5 a 7 canais pulpares a superfície oclusal
· Maxilares = 3 raízes (2 pequenas laterais e 1 maior medial)
· Mandibulares = 2 raízes de igual tamanho (1 rostral e 1 caudal)
MECÂNICA DA MASTIGAÇÃO
O equino, em vida livre, mastiga de 18 a 22 horas por dia. Ele sente prazer em comer. Possui o trânsito intestinal rápido, contudo, o estômago possui pouca capacidade, por isso precisa comer poucas quantidades por longos períodos.
O equino possui a excursão lateral da mandíbula (responsável = articulação têmpora mandibular). E o desgaste irregular (falta de sincronismo), pode levar a má formação dentária e, consequentemente, ao comprometimento da digestibilidade (levando a indigestão). A máxima eficiência está diretamente relacionada ao tipo de alimento, e consequentemente, isso irá determinar o movimento mastigatório (volumoso x concentrado).
· Volumoso: movimento lateral da mandíbula
· Feno: 60 movimentos /minutos (40min/kg)
· Forragem verde: 100 movimentos/minutos 
· Concentrado: movimento vertical da mandíbula (20min/kg)
Essa diferença se dar pela quantidade de água presente no alimento, quanto mais ele mastigar o alimento melhor para digestão.
Fases da dinâmica do movimento mastigatório: 
Apresenta 4 fases: 
· Abertura
· Encerramento
· Trituração
· Retorno
Exame da cavidade oral
· Exame externo
· Inspeção
· Palpação
· Odor
· Ausculta
· Possíveis alterações
· Exame interno 
· Sem o abre boca, observar o movimeto de excursão lateral da mandíbula (simular o movimento de mastigação fisiológica, uma mão na mandíbula e outra na maxila)
· Movimeno rostro - caudal da cabeça ( se tiver alteração odontologica que comprometa esse moviment, o animal vai apresenar resistência)
· O exame interno permite uma ampla visualização, mas somente é possivelcom sedação adequada. 
*Detomidina: 0,2 a 04 ml/100kg
*Associação de alfa2-agonista com opióides diminui a movimentação da língua 
· Sistemas 
· Sistema descritivo anatômico: Definido por letras maiúsculas/miúsculas, seguidas de números. Ex.: i = incisivos de leite. I = incisivos permanetes 
- Esse sistema é pouco utilisado.
· Sistema Triandan modificado: Sistema de Triadan modificado: é com esse sistema que trabalham os veterinários da associação dos veterinários de equinos (AAEP). Nesse sistema, cada arcada é numerada e o dente também é numerado.
Ex.: fratura no primeiro incisivo da arcada número 4, e o número do elemento é 01, então, tem-se uma fratura no elemento 401. 
- Obs = Todas as pinças erupcionam quase ao mesmo tempo, por isso, todos eles são número 1, só muda o número da arcada.
· De 1 a 4 são os quadrantes e o número dos dentes são fixos, ex.: 101, 201, 301 e 401....
· 1 a 4: incisivos
· 5: dente de lobo
· 6 a 9: pré-molares
· 10 a 11: molares
- Obs = Se for dente de leite (descíduos) o que muda são os quadrantes: 5, 6, 7 e 8
· Odontograma
· Ficha de avaliação
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ODONTOLÓGICAS
· Mal formação congênita
· Braquignatismo: é o encurtamento anormal da mandíbula em relação a pré-maxila, sem oclusão entre os incisivos.
- Obs = Os incisivos maxilares ficam projetados a frente dos mandibulares.
· Prognatismo: os incisivos inferiores ultrapassam os superiores
· Fenda palatina: ocorre o não fechamento dos ossos que formam o palato, havendo a comunicação da cavidade bucal com a cavidade nasal. 
- Obs = É incompatível com a vida, pois facilita o desenvolvimento de infecções.
· Diastema/barra anômalo: ocorre de forma congênita ou adquirira. E constitui-se o espaçamento anormal existente entre os dentes (molares e incisivos).
- Obs = Os diastemas podem ser fechados (há uma presença de alimento que fica firme e não sai, podendo fermentar e desencadear periodontites e pode levar a perda do elemento dentário) ou abertos (o alimento que fica preso, sai facilmente).
· Distrofia eruptiva do primeiro pré-molar ou dente de lobo: é um dente vestigial (sem função específica), também chamada de dente de lobo “oculto”, que penetra a gengiva (observa o aumento subgengival). 
- Obs = Relacionado a problemas comportamentais. Relutante a arreios.
· Alterações dentárias adquiridas - Podem ocorrer da imperfeita oclusão maxilo-mandibular. 
· Pontas excessivas de esmalte dentário: são pontas salientes, pequenas e agudas. 
- Obs = É o distúrbio mais abordado na prática odontológica equina, com incidência de 44 a 72%, sendo potenciais causadoras de úlceras.
- Realizar o desgaste seletivo mantendo a angulação fisiológica de 10 a 15°
· Desgaste dentário em forma de ganchos e rampas: Se tem o gancho rostral na frente, vai ter um gancho caudal atrás também, por causa do sincronismo dentário.
· Gancho: no gancho a altura é maior do que a largura.
· Rampa: a largura é maior do que a altura.
· Desgaste dental em forma de degrau: É uma anormalidade que progride levando a restrição do “esmagamento” dos alimentos, causando dor e comprometimento a mastigação.
- Um dos motivos é a perca do dente oposto por isso não foi realizado desgaste correto
· Desgaste dentário em “ondas”: É quando a erupção dos dentes ocorre em velocidade diferente, provocando uma espécie de “ondulação”.
· Quando se perdea capa do dente de leite, um cai e o dente oposto não cai sincronicamente.
· É necessário extração para crescerem ao mesmo tempo.
· A erupção é dependente da saúde da membrana periodontal, além disso, o acúmulo de alimentos na margem da gengiva também pode levar a lesão no periodonto e culminar nessa alteração no nascimento.
· Desgaste dentário em forma de cristas transversas excessivas: Ocorre o crescimento exagerado dos dentes molares no sentido latero-medial (transverso). 
· Esse tipo de alteração impede a movimentação rostro-caudal da mandíbula, além de levar injúrias a ATM.
· Curvaturas ventral, dorsal e mordida em diagonal.
· Pode haver retenção de dente de leite; 
· Aerofagia (vício de comportamento adquirido) também pode provocar esses quadros. Esse comportamento pode ser imitado por outras animais que vivem próximos.
· Retenção de dentes decíduos (dente de leite)
· Tratamento: extração
· Cáries:
· São menos comuns nos equinos (o pH das secreções orais é mais elevado), e isso está mais relacionado ao tipo de alimentação: 
· Comum em equinos alimentados com cana de açúcar 
· Dieta pobre em açúcares fermentáveis, que é o substrato para bactérias cariogênicas. 
· Outras anomalias do desenvolvimento dos dentes 
· Anadontia
· Oligodontia
· Poliodontia 
· Cisto dentígero.
· Processos inflamatórios
· Lesões traumáticas: Podem acometer membranas das mucosas dos lábios, cavidade oral, gengiva, língua, palatite etc. 
- Observação: palatite (travagem): é a inflamação do pálato, é comum e fisiológico nos potros que estejam fazendo trocas dentárias. Recomenda-se utilizar anti-inflamatório.
- As lesões de palato também são comuns por erro no arreio.
· Gengivite, estomatite e periodontite
· Estão relacionadas a infecções por bactérias oportunista, agentes virais e fungos.
· Estomatites causadas por: Candida albicans, parasitos, lúpulos eritomatoso, pênfigo vulgar, pênfigo bolhoso, uremia, entre outros. 
· Periodontites: é a inflamação dos tecidos que circundam os dentes e o ligamento periodontal e o osso alveolar.
· Neoplasias, fibrossarcoma, osteossarcoma e tumores odontogênicos 
· Animal com pitiose:
PRINCIPAIS CIRURGIAS DA CAVIDADE ORAL
Estão relacionadas principalmente as técnicas de exodontia, sendo elas: 
· Extração oral; 
· Recalcamento; 
· Bucotomia. 
· Doenças dentais em equinos: doença alveolar, presença de fragmentos ósseos no alvéolo, sequestro ósseo e formação de fístula permanente. 
· Doenças periodontais graves: gengivite, hiperemia, edema, sepse alveolar, necrose infundibular.
Técnicas
· Extração oral: muito realizada para dentes decíduos (má erupção), pré-molares e molares decíduos, dente de lobo, cárie dental e fraturas na mandíbula/maxila. 
· Recalcamento: era a técnica mais utilizada para a exodontia, quando a extração oral não é possível, e em caso de cáries avançadas e fraturas dentais, assim como em casos de coroa de reserva fraturada. 
- Obs = Deve ser feita sob anestesia geral.
· Bucotomia: incisão lateral da bochecha para acessar a cavidade (Merillat, 1906). 
· Foi modificada por Evans em 1982, onde ele passou a realizar a remoção do alvéolo de forma lateral. 
· Foi modificada novamente por Ribeiro em 2003, onde ele passou a realizar a remoção parcial do alvéolo lateral. 
· Extração do terceiro pré-molar inferior: abre a região e faz o divulsionamento dos músculos até chegar a estrutura óssea, faz a remoção do tecido do periósteo, e com a broca, faz o corte do osso até ter acesso a janela lateral, e a partir dela, faz uma incisão no dente (com a broca) para ter acesso e fazer a alavanca. Após a retirada, faz o curativo local. Recomenda-se o uso de antibióticos e anti-inflamatórios.
MÓDULO = OFTALMOLOGIA
AULA 07 – 12/04/2022
AFECÇÕES OCULARES
Gera grandes impactos tanto na vida atleta quanto na reprodução: diminuição no estímulo da melatonina (a égua para de ciclar por não enxergar a luz). 
ANATOMIA DO OLHO
· Íris: parte colorida do olho; 
· Pálpebra: onde está localizado os cílios (proteger os olhos – impedir entrada de sujidades); 
· Terceira pálpebra: é um dos grandes indicativos de algumas doenças nos equinos; 
· Lágrima: tem como principal objetivo lubrificar o olho; 
· Córnea: envolve o olho; 
· Pupila: uma das partes contráteis do olho. 
· Ducto nasolacrimal: o processo de produção de lagrima é contínuo, e o seu excesso é drenado pelo ducto nasolacrimal. 
- Observação = O ângulo de visão dos animais é variável de acordo com a espécie. 
Equinos: visão monocular – um olho (215 graus), e no plano horizontal, podem ver quase em 360 graus (180 graus em cada olho). 
Suínos: tem um ângulo de visão de 50 graus. 
 
 
Semiologia dos olhos 
· Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor a resolução do quadro. 
· Doenças inflamatórias ou uveais são condições oculares dolorosas. 
· Como suspeitar de deficiência visual? Observando a evolução do quadro e como se comporta o animal. 
· Levar em consideração: há baixa acuidade visual? Diurna ou noturna? Qual a duração dos sinais clínicos? Qual o tipo de piso da baia? Presença de moscas? 
 Exame clínico
· Primeiro passo: observação da baia e comportamento do animal (características individuais ou possíveis lesões). 
· Verificar como o animal reage a estímulos (fazer movimentos suaves, estímulos táteis). 
· Nervos que promovem os movimentos palpebrais: temporal, nasal, assim como o quinto e sétimo par de nervos cranianos. 
· O animal está com ceratite (inflamação da córnea)? Com úlcera de córnea? 
· Reflexo pupilar: tem capacidade contrátil? 
· se não houver capacidade contrátil o animal pode estar apresentando problemas na retina, nos nervos ópticos, quiasma, no nervo oculomotor ou lesões em áreas óticos cerebrais. 
 Dilatação da pupila 
Permite o exame adequado da periferia da retina e da lente. A pupila deve ser dilatada com a utilização de drogas parasimpatomiméticas, como a tropicamida, que tem sua ação dentro de 15 a 20 minutos e dura até 4 horas. 
· Esse exame permite a visualização da lente e do cristalino. Também permite a observação das pálpebras e margens palpebrais (se o animal apresenta entrópio, ectrópio, alterações nos cílios, ptose palpebral e ausência de reflexo). 
· Entrópio: a pálpebra adentra no olho e os cílios ficam em contato direto com o olho. 
· Ectrópio: a pálpebra dobra para fora e a conjuntiva fica exposta. 
 
Conjuntiva 
Os equinos apresentam facilidade para o acúmulo de sujidades na região da conjuntiva, além disso, devem ser observadas quadros de descargas oculares, que sempre estarão relacionadas com quadros patológicos. 
- Observar se há edema de conjuntiva, assim como, se há presença de secreção ocular. 
Córnea 
· Alterações na córnea representam as alterações mais comuns em equinos. 
· A córnea deve ser clara, lisa e lustruosa. 
- Obs = Quando observamos pigmentação da córnea, opacidade branca e crescimento de vasos na córnea, pode ser indicativo de quadros de ceratite ou inflamação. 
- Obs = A córnea é para ser lisa, desse modo, qualquer irregularidade na sua superfície pode representar uma úlcera de córnea. Nesse caso, é necessário utilizar o colírio com fluoresceína para identificar se há úlcera ou não. 
· Teste de fluorescência: diagnóstico de úlcera de córnea 
· Colírio de fluoresceína: não é recomendado para uso veterinário (por causa da contaminação do frasco do colírio, por isso, recomenda-se o uso das fitas). 
- Obs = Essa fita vai corar o local da úlcera de córnea. 
Humor aquoso: líquido presente por trás da córnea do animal. 
· É necessário observar se há presença de anormalidades nesse líquido, como a presença de material de proteínas (sangue, pus, fibrina). 
· Como examinar? Jogando foco de luz. 
· Essa informação de humor aquoso que está sofrendo processo inflamatório é chamada de uveíte. 
· Cultivo corneal ou conjutival: investigar processo infeccioso (saber qual MO está se proliferando no olho). 
· Teste da lagrima de Schirmer: serve para avaliar se o olho produz uma quantidade suficiente de lagrima para manter-se lubrificado. 
· Equinos: normal (>15mm/minuto)e anormal (<10mm/minuto). 
 
· Obstrução do canal nasolacrimal 
O canal nasolacrimal é um conduto que se inicia no canto interno do olho, junto ao saco lacrimal, e desemboca no assoalho da narina, cuja função é de drenar o excesso de lagrimas produzidas pelas glândulas lacrimais. 
· Origem primária: processos inflamatórios e espessamento da parede. 
· Origem secundária: inflamação das vias aéreas superiores, tumores ósseos na face, ferimentos e lesões de habronemose ou tumores localizados na comissura interna. 
Sintomas: epífora (secreção ocular – lágrimas) e irritação da pele no trajeto do líquido lacrimal (o excesso de lagrima vai irritando a pele). 
Diagnóstico: sinais clínicos. 
Tratamento: lavagem do ducto por meio do orifócio nasal (desobstrução – soro).
- Obs = Fazer essas lavagens de forma periódica, e se houver obstrução severa, fazer uso de sonda (desobstrução efetiva do conduto). 
 
· Uveíte recorrente equina 
É o processo inflamatório das estruturas que compõem o trato uveal (íris, corpo ciliar e coroide). 
· Quando perceber? É uma oftalmite recorrente, periódica e conhecida por cegueira da lua. 
Causas: 
· Bactérias: leptospirose, estreptococcus e brucelose. 
· Vírus: influenza (gripe) e adenovírus. 
· Parasitarias: estrongilos, onchocerca e toxoplasma. 
· Doença que afete o olho e cause infecção sistêmica desencadeante do sistema imune; Deficiência de vitaminas A, B e C; 
· Traumas. 
É caracterizado por episódios de inflamação ocular, interrompidos por períodos variáveis de quiscência clínica (o animal fica bem). Ou seja, é um ciclo de melhora e piora. 
 
 
- Devido a sequências de episódios inflamatórios, o animal pode já evoluir da fase aguda para quadros mais severos, podendo até mesmo perder a visão. 
Sinais clínicos: 
· Episódios agudos: epífora (aumento no lacrimejamento), blefaroespasmo, fotofobia, hiperemia conjuntival (ardor e pressão intra-ocular), opacidade da córnea e humor aquoso, hifema (coleção de sangue na câmara anterior do olho), hipópio (coleção de pus na câmara anterior do olho), úlcera de córnea e blefarite (inflamação da pálpebra). 
· Episódios crônicos (reicidivantes): presença de sinéquias (aderência da íris com a córnea), despigmentação da íris, catarata (opacidade do cristalino), íris bombé (abaulamento da íris pelo humor aquoso – pressão muito grande), glaucoma (aumento da pressão interna do olho), pigmentos na cápsula anterior do cristalino, degeneração, luxação ou subluxação do cristalino. 
· Uveíte por problemas parasitários: o nível de parasitose é tão intenso que pode promover quadros de uveíte recorrente. 
Diagnóstico 
· Exame oftalmológico minucioso
· Realizar o teste da fluoresceína 
· Ultrassonografia ocular
· Em alguns casos é possível fazer biopsia conjuntival (em casos de microfilária de Onchocerca) e exames paraleptospirose, brucelose e toxoplasmose. 
Tratamento
· Uso tópico de midriáticos e ciclopégio: formação de sinéquias, diminuindo a superfície de contato entre a íris e o cristalino, midríase, o efeito cicloplégico (espasmo ciliar responsável pela dor intra-ocular) Estimular a contratilidade da pupila novamente, levando ao espasmo do cílio. 
· Atropina 1 a 4%; 
· Fenilefrina a 10%. 
Fazer de 4 a 6 aplicações no primeiro dia e 2 a 4 nos dias subsequentes. 
· Antibióticos e corticóides: antibióticos de amplo espectro. 
- Obs = Uveíte septicêmica, principalmente em potros (leptospira sp). 
· Gentamicina, neomicina e clorafenicol; 
· Dexametasona instilada. 
Fazer de 4 a 6 aplicações. 
· Pela via sistêmica: flunixin meglumine (IV/IM) de 1 a 2x/dia por 5 a 7 dias e fenilbutazona (VO/IV) a cada 12horas por 5 a 7 dias. 
· Microfilaricida (onchocerca cervicalis): ivermectina 200mg/kg (dose única). 
· Ativadores de plasminogênio tecidual: estimulantes que vão promover a retomada da transparência do humor aquoso pela retração do tamanho do coágulo (25 a 100 microgramas de APT). 
· Imunossupressores: ciclofosfamida.
 
· Catarata 
É qualquer opacidade do cristalino, seja apenas da cápsula e da substância própria que o forma ou somente da substância própria. 
Tipos de catarata:
· Congênita: o animal adquire logo após o nascimento; 
· Juvenil: de caráter hereditário, oriunda de lesões ou inflamações; 
· Senil: ocorre em decorrência da degeneração do cristalino; 
· Traumática: ocorre em decorrência de lesões no globo ocular. 
Sintomas: 
variam conforme a natureza e a causa do processo, podendo haver opacidade do olho (a depender do estágio evolutivo da catarata), os animais chocam contra os objetos e tem a visão prejudicada. 
- Obs = As alterações na opacidade e coloração dependem da evolução e estágio da catarata. 
Diagnóstico: histórico, sinais clínicos e oftalmoscópio. 
Tratamento 
· Corticoide subconjuntival e colírios clarificantes (clarvisol – só vai funcionar em casos iniciais); 
· Tratamento cirúrgico: retirada do cristalino (em casos de catarata senis, ou em fase de degeneração e atrofia do cristalino). 
 
· Conjuntivites 
É um processo inflamatório que acomete a conjuntiva palpebral, podendo ser de origem primária (no globo ocular e seus anexos) e secundária (outro problema sistêmico ocasiona a inflamação na conjuntiva). 
 
Etiologia: 
· Traumatica: devido a ectópio, entrópio, triquiase e corpos estranhos; 
· Toxica (alimentar)
· Alérgica; 
· Infecciosa (viral ou bacteriana). 
As causas mais comuns de conjuntivite nos cavalos são as irritações causadas pelo vento, quando o animal é transportado de caminhão, por corpos estranhos como areia, palha de arroz e por sementes de gramíneas. 
Sinais clínicos:
Hiperemia conjuntival (vermelhidão): acompanhada ou não da congestão de vasos episclerais, quemose (edema da conjuntiva), secreção ocular (serosa, mucosa ou purulenta) e dor. 
Tratamento: controlar todas as causas que possibilitem irritação conjuntival e, quando secundária a afecções sistêmicas, tratar a doença primária. 
· Em animais sintomáticos, realizar a lavagem com água boricada ou solução fisiológica para a retirada da secreção. 
· Colírios e pomadas com antibióticos: cloranfenicol e gentamicina. 
· Anti-inflamatórios corticosteroides: reduz consideravelmente a resposta inflamatória. 
 
· Úlcera de córnea 
É uma oftalmopatia comum que pode resultar em necrose progressiva, ulceração estromal profunda, ruptura do globo ocular e perda da visão como consequência da fibrose estromal. 
Córnea equina: 
· É composta por cinco camadas: filme lacrimal pré-corneano, epitélio, estroma, membrana descement e endotélio. 
· É avascularizada e possui espessura total de 0,8 a 1mm. 
Causas: traumas, corpo estranho, anormalidades palpebrais dos cílios e aparelho lacrimal, infecções bacterianas e micóticas, deficiências nutricionais, queimaduras químicas e imunopatias. 
Se ocorrer qualquer alteração levando ao defeito do epitélio da córnea, pode levar a suscetibilidade de invasão de bactérias e fungos. Em algumas vezes, o próprio sistema imunológico pode reagir positivamente, contudo, também pode haver o agravamento do quadro e consequentemente o animal apresentar intensa dor local ou até mesmo perda de visão (temporária ou permanente). 
Classificação: 
Podem ser classificadas quanto a sua profundidade, ou seja: 
· Superficial: atingem o epitélio, não tem neovascularização, são contaminadas e facilmente visíveis com a utilização de corantes. Reparam-se por meio de migração e mitose de células basais em um período de 4 a 7 dias, com a mínima formação de cicatriz. 
· Profunda: ocorrem pelo envolvimento da camada estromal e o epitélio, no início não está presente a neovascularização, porém, com infecção secundária (pseudômonas, promovendo o “derretimento” – cetomalácia).
· Descemetocele: é a protusão da membrana Descement pela camada do epitélio e estroma da córnea. É considerado uma urgência cirúrgica, pois apresenta alto risco de ruptura de córnea. 
Sinais clínicos: muita dor, perda da transparência da córnea (adquire opacidade), presença de secreção no olho, descarga ocular purulenta, deposição de pigmentos, fotofobia (aversão a luz), edema corneal

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