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Vitória Lorrana F Helmintologia Filo PLATYHELMINTHES – Classe Nematoda SUPERFAMÍLIA ASCAROIDEA: Parasitas de intestino delgado; brancos e grandes Boca com 3 lábios ✓ Machos com 2 espículos iguais Menores, cauda curvada na direção ventral ✓ Fêmeas ovíparas Fêmeas: grandes e espessas até 60 cm, ovário extenso e o útero pode conter milhões de ovos. ✓ Ovos esféricos, com dupla membrana TOXOCARA CANIS: ❖ Adultos parasitam o intestino delgado de vertebrados ❖ Apresentam motilidade contínua contra a corrente peristáltica Alimentam-se de microrganismos e materiais existentes na luz do órgão. ❖ Podem ter ciclo direto ou utilizar hospedeiro paratênico ou intermediário ❖ Podem apresentar migrações e serem transmitidos por vias transplacentária e transmamária Vitória Lorrana F Toxocara canis ➢ Lábios desenvolvidos ➢ Asas cervicais grandes ➢ Espículos finos ➢ Fêmeas (18cm) com cauda cônica ➢ Machos (10cm) cauda com apêndice estreito e asas caudais ➢ Ovos arredondados com casca espessa e rugosa Parasito muito comum em filhotes de CÃES Causa LARVA MIGRANS VISCERAL em humanos LOCALIZAÇÃO: intestino delgado HD = canídeos HP = roedores e aves Ciclo biológico complexo Migração traqueal Migração somática Formas de infecção ✓ Ingestão de ovo + L2 ✓ Ingestão de HP + L3 ✓ Transmamária ✓ Transplacentária ✓ Migração das larvas já presentes na musculatura até parasitos adultos no intestino quando há imunossupressão PPP: a)21 dias para infecção transplacentária; b) 27-35 dias depois de infecção lactogênica; c) 21 a 30 dias depois da ingestão de ovos embrionados; Período Patente: 4-6 MESES Vitória Lorrana F EPIDEMIOLOGIA: Distribuição mundial • Fêmeas prolíferas: UMA fêmea = 700 OPG em fezes de filhotes • Ovos altamente resistentes no ambiente - vários anos • Importância das fontes de infecção • A mesma cadela pode infectar várias ninhadas – reserva de larvas nos tecidos • Hospedeiro paratênico PATOGENIA: Infecções moderadas não há sinais respiratórios pequenas reações no intestino Infecções maciças - pneumonia edema pulmonar: tosse, descarga nasal, aumento da frequência respiratória, enterite catarral obstrução intestinal (completa ou parcial) SINAIS CLINICOS: Dependem do grau de infecção - distensão abdominal - baixo desenvolvimento - pelos opacos - diarreia - inapetência o Eliminação de vermes - vômito ou fezes o Quadro respiratório - tosse, descarga nasal, aumento da frequência respiratória o Morte - ninhadas altamente infectadas DIAGNÓSTICO: Sinais respiratórios em ninhada de 2 semanas ✓ Na fase de patência - pesquisa de ovos nas fezes ✓ Exame de fezes: técnicas de flutuação ✓ Ovos arredondados casca rugosa ✓ Animais jovens repetir o exame caso resultado seja negativo CONTROLE: Filhotes são considerados infectados - Vermífugo aos 15 dias de vida ; - Cadelas com ninhadas altamente infectadas; - Desinfecção do ambiente; - Controle de hospedeiros paratênicos; Vitória Lorrana F Toxocara cati: Fêmeas com até 12 cm - Asas cervicais grandes (aparência de serpente) - Aparecem comumente no vômito CICLO BIOLOGICO: Não há infecção pré-natal (transplacentária) ➢ Alta probabilidade de migração traqueal por toda a vida (parasitos no intestino de gatos adultos) ➢ Infecção transmamária ➢ PPP : 3 a 6 semanas CONTROLE: Controle dos roedores ❖ Limpeza das instalações: ❖ Remoção mecânica das fezes – lavação, ❖ Remoção física – calor (vassoura de fogo) ❖ Desverminações quinzenais dos filhotes a partir de 3 semanas de idade até 9 semanas Toxascaris leonina: Tamanho: 7 cm machos e 10 cm fêmeas - Localização: intestino delgado - Hospedeiros: HD - canídeos, felinos HP – roedores Pode causar larva migrans visceral em humanos CICLO BIOLÓGICO: Estágio infectante = ovo +L2 ou L3 - HP = roedores - Ingestão (ovo ou HP) = larvas penetram na parede do intestino - Adultos vão para luz do intestino - PPP = 10 a 11 semanas Não há migração por fígado e pulmões Vitória Lorrana F PATOGENIA: - Em filhotes com menos de 2 meses não há infecção; - Danos são causados por parasitos adultos se houver obstrução - Geralmente a obstrução ocorre pela presença mista de Toxocara spp. DIAGNÓSTICO: Sinais clínicos = subdesenvolvimento, abdômen proeminente, diarreia Presença do parasito nas fezes e diferenciação de Toxocara spp. Exame coproparasitológico de flutuação = ovos de casca lisa Larva migrans visceral: ✓ Toxocaríase humana ✓ Nódulos no fígado, pulmões, rins, cérebro e olhos ✓ NÃO permitir acesso de crianças onde cães e gatos defequem Ascaris suum: HD: suínos HP: besouros ou minhocas LOCALIZAÇÃO: intestino delgado Ciclo com migração Ovos muito resistentes Cada fêmea pode produzir 200.000 ovos por dia. CICLO BIOLOGICO: Ovo com L1: 4 a 6 semanas (22 – 26°C) o Ovo com L1 = infectante o Ovo contendo L1 resiste por mais de 4 anos o Ingestão ovo com L1 no alimento ou água ou HP o Ovo + L1 → eclode no intestino delgado → L2 → fígado → L3 → circulação sanguínea → pulmões → traqueia → deglutição → intestino delgado (ciclo traqueal) o PPP = 6 a 8 semanas Vitória Lorrana F PATOGENIA: Pneumonia por Ascaris – migração pulmões ❖ “Manchas de leite” ❖ Vermes adultos = pouca lesão na mucosa intestinal ❖ Obstrução EPIDEMIOLOGIA: Principal fonte de infecção = solo contaminado - Ovos muito resistentes - Prejuízo= condenação fígado - Incidência máxima no verão - Possibilidade (pequena) de infestação de bovinos, ovinos e homem DIAGNÓSTICO: Coproparasitológico Técnicas de flutuação; Acompanhamento abate ou Necropsia; Parasitos no intestino; Lesões em pulmões e fígado; CONTROLE: Higiene rigorosa na alimentação e na cama Lavagem paredes e pisos Tratar porcas prenhes na entrada da instalação para parto Tratar leitões com 5 semanas e repetir um mês depois Vitória Lorrana F Heterakis gallinarum: Hospedeiros: aves domésticas e silvestres • Localização: CECOS • Distribuição: mundial • Brancos com até 1,5 cm de comprimento. • Cauda pontiaguda e alongada Ovo – formato ovóide, casca fina, muito semelhante ao ovo de Ascaridia spp. CICLO BIOLÓGICO: Vermes adultos nos cecos. Fêmea: postura de ovos eliminados com as fezes. No ambiente L1 e L2. Podem permanecer infectante no solo por 4 anos. Ovo com L2 pode ser ingerido: 1. Pela ave 2. Pelo inseto, moscas (HP) 3. Por minhoca (HP) CICLO ENDOGÉNO: - Ave ingere ovo, mosca ou minhoca contendo L2 - liberação da L2 na moela ou duodeno - ceco - muda parasitária - adulto - Algumas larvas penetram superficialmente na mucosa, ficam por 2 a 5 dias antes de se transformarem em adultos. - As fêmeas iniciam a ovipostura 24 a 36 dias após a ingestão dos ovos infectantes. Ação sobre o hospedeiro: • Geralmente não patogênico. • Importância como vetor de um protozoário Diagnóstico: Exame parasitológico de fezes (ovos) e necropsia Tratamento: • Piperazina, levamisol (na água de bebida ou na ração). Controle: • Principalmente quando há casos de histomonose. • Evitar de criar galinhas juntamente com perus. Vitória Lorrana F Ascaridia galli: HD: galináceos HP = minhocas Localização: Intestino Delgado Ciclo: infecção oral com ovos embrionados PPP = 5 a 10 semanas Aves jovens são mais suscetíveis CICLO DE VIDA: ❖ Infecção: ingestão de ovos + L2ou hospedeiro paratênico (minhoca) ❖ Ovos ingeridos eclodem no pró- ventrículo; ❖ Larvas penetram na mucosa intestinal provocando hemorragias e enterites - Não apresenta migrações viscerais - Infecções secundárias no intestino e anemia são comuns PATOGENIA: • Pouco patogênico • Sinais em aves de até 2 meses • Fase larval: enterite no PPP • Oclusão intestinal • Infecção maciça: - Anemia - Diarreia - Anorexia - Debilidade DIAGNÓSTICO: • Exame coproparasitológico de flutuação: ovos indistinguíveis de Heterakis • Necropsia Vitória Lorrana F Parascaris equorum: Localização: intestino delgado - Hospedeiro: equídeos - Lábios quadrangulares bem desenvolvidos - Machos com asas caudais pequenas - Fêmeas com mais de 40cm CICLO BIOLÓGICO: Ambiente: ovo até ovo + L2 = 10 a 14 dias - Endógeno: ingestão ovo com L2 - larvas penetram na parede intestinal - fígado - 2 semanas - pulmões - traqueia – ID = últimas 2 mudas (ciclo traqueal) PPP = 72 a 115 dias (10 a 16 semanas) EPIDEMIOLOGIA: ✓ Infecções ocorrem normalmente em POTROS em amamentação e desmamados; ✓ Prevalência e intensidade diminuem marcadamente com a idade; ✓ Uma fêmea ovo põe 100 mil ovos/dia; ✓ Ovos embrionados sobrevivem por anos nas pastagens; ✓ Não ocorre transmissão pré-natal ou lactogênica; SINAIS CLINICOS: DIAGNÓSTICO: Sinais clínicos - Observação macroscópico do parasito em necropsia - Exames coproparasitológicos flutuação CONTROLE: Tratamento anti-helmíntico contra estrongilídeos - controla efetivamente Parascaris sp. - Exame de fezes negativo = PPP ao desverminar observa-se parasita nas fezes - Evitar uso dos mesmos piquetes para éguas com potros por 2 anos consecutivos - Higienização das baias Vitória Lorrana F Superfamília Filarioidea: Algumas espécies de importância - Onchocerca gutturosa - Onchocerca cervicais - Dipetalanema reconditum (Acanthocheilonema reconditum): - Dirofilaria immitis: caninos, felinos, carnívoros silvestres, equinos, primatas e ocasionalmente homem CARACTERISTICAS: Parasitos adultos são chamados genericamente de FILARIAS LOCALIZAÇÃO: varia conforme espécie Fêmeas são vivíparas Larvas que ficam circulando na corrente sanguínea são chamadas genericamente de MICROFILÁRIAS Necessitam de um HD para transmitir o parasito para outro hospedeiro – normalmente um artrópode hematófago Onchocerca SP: - Fêmeas são vivíparas: FILÁRIAS - HD: bovinos e equinos - HI: Simulium spp.; Culicoides spp. Onchocerca sp. ficam enovelados nos ligamentos/tendões, causando reação inflamatória: desmites/tendinites Formam nódulos que fistulam, permitindo a invasão bacteriana secundária CICLO BIOLÓGICO: HI (borrachudos ou maruins): suga o sangue do HD com microfilárias ➢ L1-L2-L3 no HI (10 a 30 dias) ➢ Transmissão da L3 para o HD pela picada do inseto ➢ Evolução para L4 e L5 na circulação ou subcutâneo ➢ Diferenciação para ♂ e ♀ no órgão- alvo ➢ PPP varia conforme a espécie PATOGENIA: Assintomático ou... ✓ Tumefação difusa e indolor que depois regride chegando à calcificação ✓ Nódulos necróticos em ligamentos e tendões ✓ Fístulas na região cervical – invasão bacteriana secundária = CERNELHA FISTULOSA DIAGNÓSTICO: - Pesquisa de microfilárias no sangue – sangue próximo a linha alba; - Biópsia das lesões; - Achados de abate; CONTROLE: - Ivermectina - Cirurgia - Controle de insetos Vitória Lorrana F Dipetalonema reconditum: Parasita de tecido subcutâneo e perirrenal de cães e, ocasionalmente, gatos - Microfilárias com cauda curva (30%) e gancho oral - HI: pulgas, carrapatos - Geralmente apatogênicos - Reação local pode ocasionar a formação de nódulos - Importância: diagnóstico diferencial da Dirofilaria immitis Dirofilaria immitis - Parasitas de artéria pulmonar e coração direito de cães, gatos e, ocasionalmente, o homem - “verme do coração” (heartworm) - Adultos com 20 a 30 cm de comprimento - H.D - habitual: cães domésticos, lobos, raposas - Hospedeiros Alternativos : leões marinhos, felídeos domésticos e selvagens - HI: mosquitos ( Culex sp.) PPP 6 a 7 meses PP até 5 anos PATOGENIA: • Infecções leves são bem toleradas • Infecções maciças: distúrbios circulatórios • Presença de parasitos vivos • Parasitos mortos: formam êmbolos • Em infecções crônicas: gromerulonefrites auto-imunes SINAIS CLÍNICOS: Infecções leves: - Intolerância ao exercício físico Infecções maciças: - Animais cansados e apáticos, com intolerância ao exercício físico - Tosse seca, principalmente quando submetidos a exercício - Dispneia - Cirrose hepática - Ascite DIAGNÓSTICO: ▪ Exame parasitológico de sangue periférico: procura microfilária - Distensão sanguínea (achado acidental) - Método de Knott modificado ▪ IMPORTANTE: diagnóstico diferencial ▪ Teste rápido ▪ Radiografia torácica ▪ Ultrassonografia torácica CONTROLE: - Prevenção (áreas endêmicas) - Administração de moxidectina 1 vez ao ano - Ivermectina oral em doses mensais específicas - Controle de mosquitos – repelentes Vitória Lorrana F Superfamília Spiruroidea: - Boca com dois lábios - Esôfago dividido em duas porções - Anterior (curta e glandular) - Posterior (longa e muscular) Machos com - cauda espiralada - dois espículos desiguais Fêmeas ovovivíparas: - ovos elípticos, pequenos e larvados - heteróxenos - parasitas das primeiras porções do aparelho digestório Spirocerca lupi: Parasitos avermelhados Alimentam-se de muco e sangue Machos com asa caudal; Fêmeas vulva no terço terminal do esôfago; ✓ HABITAT: formam nódulos ✓ HD: canídeos domésticos e selvagens; felídeos ocasionalmente ✓ Hospedeiros acidentais: ruminantes, equinos e homem ✓ HI: besouros coprófagos ✓ HP: répteis, lagartos, aves e roedores Vitória Lorrana F Patogenia: PPP: inflamação das paredes das artérias - Estenose - Hemorragia No esôfago: - Granulomas - Estenose de esôfago - Granulomas podem evoluir para osteossarcomas Quadro clínico: Disfagia Regurgitação Tosse seca Diagnóstico: - Pesquisa de ovos nas fezes - Palpação dos nódulos - Endoscopia (procurar fístulas) - Diagnóstico por imagem: ultrassonografia e radiografia - Necropsia Habronema sp: ❖ Parasitos brancos e pequenos ❖ Histiófagos ❖ Presentes no estômago ou pele Espécies: - Habronema muscae - Habronema microstoma - Habronema (sin. Draschia) megastoma Mecanismo de infecção: - As moscas liberam L3 pela probóscide ao entrar em Contato com a pele do equino - L3 é deglutida quando liberada próximo à boca do animal OU - Equino ingere a mosca infectada com L3 Deglutição das L3 pelo HD - L3 chegam ao estômago, mudam para L4, para L5 e diferenciam em machos e fêmeas - Ação patogênica depende da espécie de Habronema, mas normalmente são bem tolerados Vitória Lorrana F Habronema muscae: Parasitas adultos soltos na luz estomacal, próximos às glândulas gástricas: Aumento da produção de substâncias irritantes e muco - gastrite catarral – cólica Habronema microstoma: Parasitas adultos formam escarificação na mucosa, onde se fixam: úlceras gástricas de pequena extensão: - Sangramento - Cólica Habronema megastoma: Parasitas adultos produzem reação inflamatória intensa; formação de granulomas que pode evoluir para tumores; Habronema sp: Ciclo errático: - Ocorre quando a L3 é depositada na superfície do animal e não é ingerida - Como não chegam ao estômago, não evoluem - O organismo reconhece as L3 como estranhase tenta encapsulá-las. Ciclo errático: ➢ Habronemose palpebral - Ocorre quando as L3 são depositadas no canto mediano do olho; ➢ Irritação - lesão - infecção bacteriana secundária ➢ Conjuntivite persistente ➢ Sinais: secreção, fotofobia Habronemose cutânea (FERIDA DE VERÃO ou ferida esponjosa) ➢ Forma mais comum da Habronemose ➢ Localizações mais comuns das feridas: regiões de arreios - L3 morre e calcifica - Forma-se granuloma - Inicialmente há intenso prurido: animal se auto-inflinge, aumentando a ferida - O aumento da ferida com exudação atrai mais moscas, que depositam mais L3. - Depois de um tempo, a ferida seca. Não sangra e dificilmente cicatriza. Forma-se uma pseudo membrana que envolve a lesão. Habronemose gástrica - Pesquisa de ovos e L1 nas fezes (muitos falsos negativos) - Endoscopia: pesquisa de granulomas e úlceras na parede gástrica DIAGNÓSTICO: Habronemose cutânea – ferida de verão Vitória Lorrana F ✓ Clínico: ferida de difícil cicatrização, elevadas em relação à pele, que dificilmente sangra ✓ Biopsia PREVENÇÃO: Controle das moscas Fermentação de fezes em esterqueiras Combate à Habronemose gástrica: tratamento anti-helmíntico
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