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INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

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Inteligência competitiva e análise de
inteligência
Autor 
José Alceu de Oliveira Filho
Videoaula - Introdução
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/485844965] .
Apresentação
Olá!
O advento da globalização e o surgimento da internet tornaram a comunicação sem limites ou
fronteiras no que se refere à distância ou ao tempo, tornando o contato quase imediato entre
locais diversos no mundo atual. Dessa forma, o conhecimento de diversos aspectos de outras
culturas ou economias passaram a ser muito mais fáceis de se obter.
No campo mercadológico, vemos quão importante se torna o domínio da informação frente ao
crescente aumento da competitividade empresarial. Por isso, o uso de recursos e ferramentas
tecnológicas contribui sobremaneira para a busca de informações que permitam o aumento da
lucratividade e a manutenção da vantagem competitiva em um mercado cada vez mais
agressivo.
Na visão de Porter (1985, p. 3), “a vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que
uma empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela
empresa”.
Já Barney (1991, p. 102) diz que “uma empresa possui vantagem competitiva quando ela
implementa uma estratégia de criação de valor que não pode ser simultaneamente
implementada por qualquer outro competidor corrente ou potencial”.
Observando os conceitos desses autores, torna-se notória a necessidade de uma postura
diferenciada das empresas, em especial quanto à formulação de estratégias, buscando o máximo
de informações sobre seus ambientes interno e externo, visando se adequarem às incertezas que
possam advir de seu ramo de negócio, como também no que se refere à acirrada competitividade
nele existente.
É imperioso ressaltar, nesse contexto estratégico, que a tomada de decisões tornar-se-á tão
mais consistente quanto o volume de informações processadas que possam subsidiar os
decisores. É um processo de escolha dentre alternativas que possam vir a ser apresentadas na
busca de um resultado eficaz, ou seja, as informações precisam ser obtidas por meio de fontes
confiáveis, seguras e organizadas sistematicamente, visando propiciar decisões de qualidade.
Assim, o gerenciamento da informação se torna um importante instrumento de suporte ao
planejamento estratégico, visto que a agregação de valor à informação a transforma em
conhecimento, sendo este extremamente útil para a permanência no mercado de forma
sustentável.
É nesse processo que se insere a inteligência competitiva, como uma estratégia competitiva que
monitora as informações, sejam internas ou externas, observa movimentos, elabora análises das
empresas e procura observar quais as tendências do segmento, de modo a sugerir estratégias e
recursos a serem aplicados para que a empresa adquira vantagem competitiva sobre seus
concorrentes (PASSOS, 2013).
Nessa trajetória descrita, busca-se desenvolver a compreensão de conceitos, ferramentas e
metodologias de Inteligência Competitiva aplicadas nas organizações, como também criar
condições para se buscar, identificar e qualificar bases de dados como forma de auxiliar na
rápida tomada de decisões e na busca por uma posição competitiva no mercado.
Assim sendo, convido você a dedicar atenção à trilha do conhecimento que ora se apresenta e
que poderá ser de significativa importância em sua vida acadêmica e/ou profissional.
Bons estudos!
Professor José Alceu de Oliveira Filho.
A informação no ambiente
organizacional
Videoaula - A informação no ambiente organizacional
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/485847109] .
UNIDADE 1
Objetivos:
- Conhecer a importância da informação no ambiente organizacional.
- Entender como se processa a informação no ambiente organizacional.
- Tomar conhecimento sobre a diferença entre informação e conhecimento.
- Verificar como se processam os fluxos informacionais.
A informação no ambiente organizacional1
Atualmente, a capacidade de gerir informações, ou seja, como as tratar, organizar, disseminar e
compartilhar, é um dos grandes desafios das organizações em um mercado cada vez mais
competitivo. A informação, quando bem gerida, transforma-se em um aspecto organizacional
bastante forte, que pode ser caracterizado como uma vantagem estratégica e competitiva, como
veremos a seguir.
Conceituando informação1.1
Figura 1 – Análise de informações.
Fonte: rawpixel.com/Freepik
Antes de mais nada, precisamos entender o que é a informação e sua importância na conjuntura
organizacional atual.
O autor Le Coadic (1996, p. 5) nos apresenta uma diversidade de ensinamentos sobre o que vem
a ser a informação:
O mesmo autor complementa seus conceitos dizendo que “usar a informação é trabalhar com a
matéria informação para obter um efeito que satisfaça a uma necessidade de informação” (LE
COADIC, 1996, p. 39).
A informação é um conhecimento inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica),
oral ou audiovisual.
A informação comporta um elemento de sentido. É um significado transmitido a um ser consciente
por meio de uma mensagem inscrita em um suporte espacial-temporal: impresso, sinal elétrico,
onda sonora, etc. Essa inscrição é feita graças a um sistema de signos (a linguagem), signo este que
é um elemento da linguagem que associa um significante a um significado: signo alfabético, palavra,
sinal de pontuação.
Agrupando todos esses conceitos, vemos que qualquer organização necessita solucionar
problemas ou atingir objetivos estratégicos e, para tal, se vale das informações geradas, usadas
e compartilhadas nos âmbitos interno e externo para tomada de decisões que permitam a
solução do problema ou o alcance do objetivo. É um processo sistematizado que precisa
disponibilizar, com celeridade e rápido acesso, as informações que atendam às necessidades
das organizações.
Em continuidade ao entendimento sobre o assunto, Valentim (2014, p. 60) diz que “a informação
e o conhecimento têm papel fundamental nos ambientes organizacionais, porque todas as
atividades desenvolvidas [...], assim como o processo decisório, são apoiadas por informação e
conhecimento”.
Já Buckland (1991, p. 1) nos brinda com o seguinte entendimento:
No que se refere ao valor da informação, McGee e Prusak (1994) afirmam que é determinado pelo
usuário, o que implica dizer que a mesma informação pode ser reutilizável. Pode-se dizer, então,
que a informação para ser útil depende da análise realizada pelo usuário conforme sua
necessidade e circunstâncias de aplicabilidade.
Considerando que as organizações possuem realidades e características distintas, torna-se
fundamental o entendimento, por parte dos gestores, de que o alcance do resultado
organizacional desejado dependerá do estabelecimento de fluxos organizacionais que respeitem
e atendam às realidades e suas características específicas.
Encarando a variedade de sentidos que o termo ‘informação’ carrega, podemos, no mínimo, ganhar
um aprendizado prático. Podemos visualizar um panorama e procurar identificar grupos de usos do
termo ‘informação’. As definições podem não ser completamente satisfatórias, os limites entre
esses usos podem ser confusos e até uma abordagem pode não satisfazer qualquer dos significados
determinados como o correto sentido do termo ‘informação’. Mas os principais usos podem ser
identificados, classificados e caracterizados, aí sim algum progresso poderá ser alcançado. Usando
essa abordagem podemos identificar três principais usos da palavra ‘informação’: como ‘processo’,
como ‘conhecimento’ e como ‘coisa’.
Você sabe qual a diferença entre dado, informação e conhecimento? Confira, a seguir, o que cada
um significa.
a) Dados
Dados são códigos. A matéria-prima da informação. De uma maneira simplista, podemos dizer
que eles não transmitem uma mensagem e não representam conhecimento.
b) Informações
Informações sãodados tratados. Quando eles são processados e agrupados, tornam-se
informações. Nesse ponto há um significado, e é possível afirmar ou decidir algo com base nesse
agrupamento.
c) Conhecimento
Se a informação é dado trabalhado, conhecimento é a informação trabalhada. Esse é o ponto
onde toda informação relevante deve chegar.
Por sua definição, conhecimento é o ato de abstrair ideia ou noção de alguma coisa. Portanto, é
correto dizer que não existe conhecimento sem informação.
Fonte: isocrm.com.br [http://www.isocrm.com.br/dados-informacoes-conhecimento/]
Valentim et al. (2003) entendem que qualquer organização precisa inteirar-se de tudo que a
circunscreve, ou seja, seu ambiente externo e seus acontecimentos, no intuito de coletar
oportunidades e ameaças que possam ser trabalhadas, em termos de estratégias competitivas e
respectivas metas. É como um desafio à manutenção da competitividade e à sobrevivência no
mercado, por meio de procedimentos e diretrizes, definidos em seus processos decisórios, que
devem ser priorizados e perseguidos. Diante dessas colocações, Valentim et al. (2003) procuram
nos clarear o entendimento de como a informação pode ser considerada um grande fator
estratégico para as organizações e, também, influenciar seu processo de decisão.
A gestão da informação nos ambientes organizacionais se desenvolve em etapas, tais como
seleção, organização, armazenagem e disseminação, conforme será visto mais adiante.
Historicamente, o ser humano faz uso da informação, sendo a escrita uma das formas mais
representativas de registro de saberes, discursos e ideias que contribuíram sobremaneira para
diversas atividades e problemas delas decorrentes. Todavia, o saber tácito, ou seja, aquele que
não está explícito ou escrito, sempre foi o grande desafio das civilizações antigas e ainda se
configura como tal em diversas organizações dos dias atuais, visando sua utilização futura
quando ocorrerem situações semelhantes.
Tornar conhecida ou explícita uma informação é torná-la passível de transmissão por relações
tanto diretas, como documentos para que possam ser recuperadas a posteriori, seja por
indivíduos como grupos. Entretanto, o grande volume de informações, em especial após o
advento da internet, vem requerendo técnicas de gestão cada vez mais complexas e que
permitam sua recuperação com celeridade. A aplicação das informações produz o conhecimento,
que também exige técnicas de gestão apuradas que permitam a geração de novos
conhecimentos. Já a velocidade de processamento dessas informações e conhecimentos
decorrentes pode ser considerada, atualmente, como um diferencial competitivo extremamente
relevante no contexto das organizações, conforme pode ser observado nos dizeres de Mattelart
(2002, p. 173):
Figura 2 – Armazenagem de
documentos.
Fonte: nirat/iStock
A chamada revolução da informação contemporânea faz de todos os habitantes do planeta
candidatos a mais uma versão da modernização. O mundo é distribuído entre lentos e rápidos. A
rapidez se torna argumento de autoridade que funda um mundo sem lei [...].
Diferença entre informação e conhecimento
Existe uma enorme diferença entre SABER o caminho e CONHECER esse mesmo caminho.
Parece óbvio, mas não é! É fácil perceber as pessoas errando e confusas sobre as diferenças
entre informação e conhecimento. Elas costumam usar os termos de forma intercambiável, sem
saber o fato de que existem diferenças. Informação significa dados processados sobre alguém ou
alguma coisa, enquanto conhecimento refere-se a informações úteis obtidas através da
aprendizagem e da experiência.
Definição de informação
O termo ‘informação’ é descrito como os dados estruturados, organizados e processados,
apresentados dentro do contexto, o que o torna relevante e útil para a pessoa que o deseja. Dados
significa fatos e números brutos relativos a pessoas, lugares ou qualquer outra coisa que é
expressa na forma de números, letras ou símbolos.
Definição de conhecimento
Conhecimento significa a familiaridade e a consciência de uma pessoa, lugar, eventos, ideias,
questões, maneiras de fazer ou qualquer outra coisa que é reunida por meio da aprendizagem,
percepção ou descoberta. É o estado de conhecer algo através da compreensão de conceitos,
estudo e experiência.
Portanto, o CONHECIMENTO acontece quando a INFORMAÇÃO é aplicada.
A soma da informação, do conhecimento e das experiências aplicadas na prática (boas e ruins); é
quando você adquire o verdadeiro know-how.
Fonte: medium.com [https://medium.com/@joaokepler/diferen%C3%A7a-entre-
informa%C3%A7%C3%A3o-e-conhecimento-b64ba3d46bcd]
Videoaula - Os ambientes organizacionais e informacionais
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/485851460] .
O ambiente organizacional é o espaço onde todas as interações de pessoas, tecnologias, dados,
informações e conhecimentos se processam, desenvolvem e subsidiam ações, decisões e
desempenho organizacional. Logicamente, cada ambiente e suas interações dependerão do tipo
e da estrutura da organização, bem como de sua constituição, seja em termos de pessoas, e
seus posicionamentos.
Em ambientes organizacionais, segundo Valentim (2007, p.9), informação e conhecimento são
fundamentais para os processos de tomada de decisão e de inteligência competitiva, tendo em
vista que “todas as atividades desenvolvidas, desde o planejamento até a execução das ações
planejadas, assim como o processo decisório, são apoiadas por dado, informação e
conhecimento”.
Ambientes organizacionais e informacionais1.2
No que tange ao ambiente informacional, pode-se dizer que decorre do ambiente organizacional,
só que voltado ao gerenciamento das informações. Para facilitar a visualização do que foi
abordado acima, Davenport e Prusak (2001) segmentaram os ambientes externos,
organizacionais e informacionais conforme mostrado na Figura 3.
Figura 3 – Segmentação dos ambientes.
Fonte: adaptado de Davenport e Prusak (2001, p. 51).
Na visão de Davenport e Prusak (2001, p. 56), o ambiente externo se segmenta em três tipos de
mercados e se caracteriza pela diversidade de informações que se tornam relevantes para a
dinâmica dos processos organizacionais e de tomada de decisões:
Mercados de negócios: criam condições gerais de negócios, o que afeta a capacidade de as empresas
adquirirem e gerenciarem informação, bem como optarem pelo tipo de informação de que precisam.
Mercados da informação: local pela qual as informações são vendidas, agregando valor, de modo a
torna-se um bem valioso às organizações.
Mercados tecnológicos: onde são compradas e vendidas as tecnologias disponíveis que podem afetar
nosso mundo informacional.
No que se refere ao ambiente organizacional, Davenport e Prusak (2001, p. 55) o subdividem da
seguinte forma:
Situação dos negócios: os ecologistas precisam prestar atenção à estratégia de negócios, aos
processos de negócios, à estrutura/cultura organizacional e à orientação dos recursos humanos.
Esses aspectos refletem os componentes do ambiente informacional. Assim, a estratégia de
negócios, por exemplo, irá influenciar a estratégia da informação – e vice-versa.
Distribuição física: algumas empresas vêm tentando administrar a informação ao criar espaços que
facilitem a interação. No nível mais preciso, os documentos são meios que estruturam e apresentam
a informação.
Investimentos em tecnologia: um investimento global em TI, certamente, afetará o ambiente
informacional, mas o fator mais crítico aqui é o simples acesso à informação.
Figura 4 – Ambiente organizacional.
Fonte: freepik
No que tange ao ambiente informacional, Davenport e Prusak (2001, p. 51) o segmentam da
seguinte forma:
Como se pode observar na Figura 3, o ambiente externo pode afetar substancialmente os
ambientes organizacional e informacional, portanto, torna-se muito importante a observação
atenta de quaisquer mudanças no ambiente externo que possam impactaras atividades diversas
e o posicionamento estratégico da organização.
É conveniente ressaltar, também, que todos os dados, informações e conhecimento que circulam
no ambiente informacional podem ser impactados pelos ambientes externo e interno.
Por fim, Valentim (2010, p. 17) nos apresenta o entendimento de que essas interações descritas
são conhecidas como fluxos informacionais, que “trafegam com dados e informação, de modo a
subsidiar a construção de conhecimento nos indivíduos organizacionais objetivando uma ação”.
Equipe da informação: equipe informacional de uma empresa que lida com as mais valiosas
modalidades de informação, como o conhecimento organizacional e os melhores métodos de
trabalho.
Estratégia da informação: refere-se aos objetivos que a organização quer atingir por meio da
informação.
Processos de administração informacional: este componente mostra como o trabalho é feito. Uma
empresa deve ter uma visão mais ampla, definindo os processos informacionais como todas as
atividades exercidas por quem trabalha com a informação.
Arquitetura da informação: é um guia para estruturar e localizar a informação dentro de uma
organização. A arquitetura pode ser descritiva, envolvendo um mapa do ambiente informacional no
presente, ou determinista, oferecendo um modelo do ambiente em alguma época futura.
Política da informação: este componente crítico envolve o poder proporcionado pela informação e
as responsabilidades da direção em seu gerenciamento e uso.
Cultura e comportamento em relação à informação: estes dois fatores são relacionados e muitos
importantes na criação de um ambiente informacional bem-sucedido. O comportamento em relação
à informação, positivo ou negativo, forma a cultura informacional de uma empresa. Essa cultura
determina se os envolvidos valorizam a informação, se a compartilham através das barreiras
organizacionais, trocam-na interna e externamente, capitalizam-na nos negócios.
Videoaula - Os fluxos informacionais
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/485857270] .
O caminho para uma tomada de decisão, bem como para a execução de atividades
organizacionais requer o uso de fluxos informacionais pelos gestores dessas atividades, fluxos
estes que se constituem de dados, informações e conhecimento.
Segundo Moreira Delgado (2006, p. 8):
Fluxos informacionais1.3
[...] os fluxos informacionais têm por finalidade subsidiar os sujeitos organizacionais no que tange
aos processos ali existentes, uma vez que dados, informações e conhecimentos trafegam de tal
maneira que, a partir do acesso, apropriação e uso, por parte desses sujeitos, é possível gerar
conhecimento individual e compartilhá-lo no ambiente organizacional. Essa dinâmica propicia a
transformação das condições informacionais da organização, porquanto acaba satisfazendo as
necessidades e particularidades do sistema ao qual pertencem.
Figura 5 – Fluxo de informações.
Fonte: PeopleImages/iStock
Dessa forma, pode-se dizer que a interação e as necessidades de informação entre pessoas e
setores de uma organização são decorrência desses dados, informações e conhecimentos que
transitam por intermédio dos fluxos informacionais.
Informação e ambientes organizacionais: ensaio sobre a dinâmica dos ambientes informacionais
nas organizações
O termo informação ganhou relevância preponderante, principalmente, nos negócios nas décadas
finais do século passado quando a explosão informacional potencializada pelas tecnologias
emergentes fez com que o seu tratamento ganhasse nova dimensão devido ao seu ritmo cada vez
mais crescente.
[...]
A informação pode ser considerada como um importante instrumento para promover
conhecimento e, em decorrência disto, favorecer o desenvolvimento de novos hábitos.
Harmonizar o processamento de difusão da informação deve, portanto, se constituir em meta
para aqueles que trabalham com prestação de serviços, onde a informação é um pilar importante
no estabelecimento das relações que visam adequar serviços oferecidos à demanda dos usuários
e o retorno parece ser seguro, não só na conquista de novos clientes, como na melhoria dos
serviços e, consequentemente, na sua satisfação e, ainda, na oportunidade de uma gestão, em
parte, alicerçada pela informação.
O ambiente informacional e seu fluxo da informação ganha importância, considerado este
contexto. Com as tecnologias da informação incorporadas, os fluxos da informação na empresa
tendem a se tornar mais efetivos em virtude da elevação da capacidade de coletar, estocar,
processar e transferir informações, o que torna possível a obtenção de uma maior velocidade na
comunicação, redução no prazo de respostas às variações dos ambientes, tanto interno quanto
externo, e melhoria da tomada de decisão; enfim, permite um aumento da eficiência
organizacional em vários aspectos.
Explore mais esse tema lendo o interessante ensaio disponível no link: revista.ibict.br
[http://revista.ibict.br/fiinf/article/download/1771/1974] .
Qualquer organização que queira sobreviver ou se manter competitiva no mercado, atualmente,
precisa tratar a informação e o conhecimento como elementos estratégicos, que subsidiam os
processos de tomadas de decisões nos três níveis organizacionais (estratégico, tático e
operacional), como também se constituem em fatores fundamentais para o desenvolvimento da
inteligência competitiva.
Nesse diapasão, o resultado individualizado do processo de gestão da informação e do
conhecimento, quando compartilhado, torna-se conhecimento coletivo que, dentro de uma
dinâmica organizacional, gera inteligência e vantagem competitiva para que a organização se
mantenha no mercado globalizado, conforme pode ser verificado na Figura 6.
Segundo Valentim (2007, p. 14), os fluxos informacionais podem ser classificados em dois tipos:
Figura 6 – Dinâmica organizacional da informação e do conhecimento.
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
[...] o primeiro está ligado ao próprio organograma (estrutura formal), ao qual se denomina fluxos
formais, isto é, são as inter-relações entre as diferentes unidades de trabalho/centros de custos
como diretorias, gerências, divisões, departamentos, setores, seções;
o segundo está relacionado às pessoas que atuam no ambiente corporativo (estrutura informal), ao
qual se denomina fluxos informais, isto é, são as relações entre as pessoas das diferentes unidades
de trabalho/centros de custo. Esses dois ambientes organizacionais alimentam a estrutura
informacional da organização através da geração, gestão e uso de dados, informação e
conhecimento.
Esse mesmo autor ilustrou, sob a forma de um diagrama, a dinâmica existente nos fluxos
informacionais em relação aos ambientes existentes nas organizações (VALENTIM, 2007, p. 14),
conforme pode ser verificado na Figura 7.
Figura 7 – Fluxos formais e informais.
Fonte: adaptado de Valentim (2007, p. 14).
Vamos então observar a Figura 7 e refletir sobre esses fluxos informacionais. Se pensarmos em
uma organização com seus três níveis de atuação (estratégico, tático e operacional), em cada
um deles há colaboradores que farão uso dos dados, informações e conhecimento disponíveis
para tomada de decisões, em especial no nível estratégico, ou, até mesmo, tarefas rotineiras.
Esses fluxos informacionais requerem uma adequada gestão organizacional para compatibilizar
e dar qualidade às informações recebidas tanto do ambiente interno como externo.
Em cada nível organizacional existem fluxos diferenciados de informações, visando atender
objetivos específicos de cada um deles. Entretanto, o mais importante para uma organização é a
manutenção de sua vantagem competitiva dentro do mercado que atua, portanto, o papel dos
fluxos informacionais é fundamental para gerar conhecimentos que contribuam para esse
intento.
O mapeamento dos fluxos, sejam formais ou informais, necessários à dinâmica organizacional
tem como ponto de partida o diagnósticodos dados, informações e conhecimento gerados pelos
ambientes interno e externo.
Segundo Hibberd e Evatt (2004, p. 58):
[...] considera-se o mapeamento da informação como um método simples e eficiente para conhecer o
contexto no qual a organização está inserida (ambiente externo), visando produzir um maior
entendimento da organização (ambiente interno), e uma relação mais direta com os stakeholders.
A gestão da informação é uma necessidade das organizações contemporâneas e esta
necessidade é estendida à gestão dos fluxos informacionais. Analisar esses fluxos requer estudar
a organização, sua estrutura, suas atividades e processos administrativos, pois o fluxo
informacional é inerente às tarefas rotineiras.
O mapeamento de um fluxo é a representação do caminho percorrido pela informação através de
seus canais, bem como os agentes responsáveis pela criação, movimentação, armazenamento e
distribuição dessas informações, independentemente se o suporte é físico ou digital, pois em
qualquer formato o fluxo informacional irá subsidiar um ou vários processos da organização.
Essas considerações sobre mapeamento de fluxos informacionais foram descritas no XIX
Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação – ENANCIB 2018. Acesse o documento
Validação do mapeamento de fluxos de informação em processos organizacionais: uma
abordagem com foco arquivístico, disponível em: brapci.inf.br
[http://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/102977] .
Recapitulando
No transcurso desta Unidade 1, foram agregados conhecimentos inerentes à
importância da informação, dos ambientes organizacionais e dos fluxos informacionais,
como também sobre o mapeamento desses fluxos.
Por fim, o processo de inteligência competitiva nas organizações tem seu ponto de
partida no entendimento sobre os fatores pertinentes aos diferentes ambientes
organizacionais e o mapeamento dos fluxos informacionais, como também no
compartilhamento do conhecimento para tomada de decisões e estabelecimento de
ações organizacionais.
Exercícios de fixação
Marque verdadeiro ou falso para a afirmação:
Qualquer organização precisa inteirar-se de tudo que a circunscreve, ou seja, seu ambiente
interno e seus conflitos, no intuito de coletar oportunidades e ameaças que possam ser
trabalhadas, em termos de mapeamentos de fluxos e respectivos delineamentos.
Verdadeiro Falso
Assinale a alternativa pertinente ao ambiente informacional que corresponde ao componente
crítico que envolve o poder proporcionado pela informação e as responsabilidades da direção em
seu gerenciamento e uso.
Estratégia da informação.
Política da informação.
Arquitetura da informação.
Equipe da informação.
Gestão da informação e do
conhecimento
Videoaula - A ciência da informação
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/485863023] .
UNIDADE 2
Objetivos:
- Conhecer a importância da ciência da informação.
- Entender como a gestão da informação contribui para geração de
conhecimento.
- Tomar conhecimento sobre as etapas/ciclo da gestão da informação.
- Verificar as diversas interpretações da gestão do conhecimento.
Gestão da informação e do conhecimento2
Pode-se afirmar que a ciência da informação é de natureza interdisciplinar, podendo ser utilizada
em contextos organizacionais e de comunicação da informação na sociedade, como também em
contextos individuais. Em sua essência, contribui com estudos acerca da gênese e dos efeitos da
informação, bem como sobre as necessidades informacionais e sobre o uso e o fluxo da
informação.
Para Marijuan (1996, p. 91):
Ciência da informação2.1
A ciência da informação também é vista como uma ciência multidisciplinar, criando um conjunto
de subdisciplinas que se fundem com disciplinas já existentes: informação física, informação
química (computação molecular), informação biomédica, bioinformação (vida artificial), informação
neurociência (inteligência artificial) e socioinformação.
Figura 8 – Ciência da informação.
Fonte: geralt / pixabay
São dignas de ressalvas as relações interdisciplinares da ciência da informação com a
biblioteconomia e com a ciência da computação, em que a computação analisa e processa os
algoritmos relacionados à informação e a biblioteconomia foca na natureza da informação e seu
uso.
Ciência da Informação: o que é isso?
Ciência da Informação é a disciplina que investiga as propriedades e o comportamento
informacional, as forças que governam os fluxos de informação, e os significados do
processamento da informação, visando à acessibilidade e a usabilidade ótima.
A Ciência da Informação está preocupada com o corpo de conhecimentos relacionados à origem,
coleção, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação, e
utilização da informação. Isto inclui a pesquisa sobre a representação da informação em ambos
os sistemas, tanto naturais quanto artificiais, o uso de códigos para a transmissão eficiente da
mensagem, bem como o estudo do processamento e de técnicas aplicadas aos computadores e
seus sistemas de programação.
É uma ciência interdisciplinar derivada de campos relacionados, tais como a Matemática, Lógica,
Linguística, Psicologia, Ciência da Computação, Engenharia da Produção, Artes Gráficas,
Comunicação, Biblioteconomia, Administração, e outros campos científicos semelhantes. Têm
ambos componentes, de ciência pura visto que investiga seu objeto sem considerar sua
aplicação, e um componente de ciência aplicada, visto que desenvolve serviços e produtos.
Para saber mais sobre a Ciência da Informação como ciência pura ou aplicada, acesse o link:
edisciplinas.usp.br
[https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2532327/mod_resource/content/1/Oque%C3%A9CI.pd
f] .
É importante ressaltar a diferença entre ciência da computação e da informação. Cabe à primeira
a programação de computadores e o uso de algoritmos para resolução de problemas,
contribuindo com uma base científica no que se refere ao processamento das informações. Já a
segunda foca a identificação de informações que possam ser transformadas em conhecimento a
partir de documentos, sejam físicos ou digitais.
 Nesse diapasão, pode-se dizer que a interação dessa ciência com as demais é constante e
contínua, ou seja, há o que chamamos de interdisciplinaridade. Os resultados, frutos dessa
interação, tem na tecnologia da informação o suporte necessário para seu armazenamento e
processamento.
Para Le Coadic (1996, p. 22), existem outras áreas com as quais a ciência da informação se
relaciona; são elas:
Complementando todo esse entendimento, é importante ressaltar que a ciência da informação
reúne o conhecimento das diversas ciências, como um todo coeso, e tem como áreas de
interesse a gestão da informação, a inteligência competitiva e a gestão do conhecimento.
Após todas essas considerações é possível depreender que a ciência da informação trabalha a
partir do conhecimento já registrado, normalmente, sob a forma de documentos e mídias, como
também o estudo e a transferência/comunicação desse conteúdo no ambiente interno e para
pessoas da organização.
O estudo da informação contempla ações tais como: a análise da sua origem, a coleta, a
organização, o armazenamento, a recuperação, a disseminação e seu uso. Na conjuntura atual, a
velocidade de acesso à informação é fator preponderante para a vantagem competitiva, cabendo
à ciência da computação o desenvolvimento de mecanismos que otimizem o acesso e o uso da
informação.
Psicologia – comportamentos de comunicação;
Linguística – semiótica, paratexto;
Sociologia – sociologia das ciências, comunidades científicas, produtividade científica;
Informática – bases de dados, recuperação, sistemas especialistas, programa para
hipertexto;
Matemática, lógica, estatística – algoritmos, lógica booleana e difusa;
Eletrônica e telecomunicações – redes, correio eletrônico, videotexto;
Filosofia, epistemologia, história.
Videoaula -A gestão da informação
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Após o entendimento sobre o conceito de informação, ambiente e fluxos informacionais, há o
desafio de tornar claro como se gerencia a informação de modo a se obter um modelo que
permita o uso estratégico dela para atuação e sobrevivência em um mercado cada vez mais
competitivo. Alvarenga Neto, Barbosa e Pereira (2007, p. 9) complementam essa percepção
descrevendo que esse desafio se constitui numa forma de
Como já dito anteriormente, qualquer informação gerada ou prospectada nos ambientes interno
ou externo da organização pode ser considerada como estratégica para os negócios. É, portanto,
relevante desenvolver um modelo de gestão que possibilite a geração de informações
importantes, fidedignas, consistentes e precisas para o desempenho de atividades com
eficiência e eficácia, bem como para tomada de decisões frente às mudanças nos ambientes que
demandem ações. Lógico é o entendimento de que essas ações devem levar em consideração
valores, crenças, ritos, mitos e normas existentes, de modo a evitar resistências e contribuir para
um melhor desempenho organizacional.
Gestão da informação2.2
[...] aprender a nadar em um oceano de informações prospectando e coletando informações
relevantes para a sobrevivência e para a compreensão de um ambiente de negócios cada vez mais
dinâmico e mutável.
Além desses aspectos, não pode ser deixado de lado o ambiente externo, a organização e a
riqueza de informações que podem ser obtidas junto a clientes e fornecedores, gerando um
conhecimento estratégico vital para reconhecer o seu enquadramento no ambiente
mercadológico que atua e, consequentemente, tomar decisões que visem à obtenção de
vantagens competitivas junto à concorrência.
A gestão da informação está diretamente ligada à construção do conhecimento que, advindo de
algum documento, arquivo ou mídia, é capaz de subsidiar as atividades executadas no ambiente
organizacional, como também contribuir para o desempenho do pessoal (sujeitos
organizacionais) que atua no ambiente interno. Pode-se dizer, também, que gestão da
informação atua de forma estratégica para conseguir informações relevantes para o melhor
desempenho da organização.
Dessa forma, pode-se entender que gerir informações no ambiente organizacional diz respeito ao
incremento do uso dessas pelos sujeitos organizacionais, que se apropriam delas e constroem
um conhecimento adequado ao melhor desempenho da função que executam.
Vejamos, agora, como alguns autores renomados abordam a gestão da informação.
Valentim et al. (2008, p.187) trazem os seguintes entendimentos:
Para Wilson (1997), “a gestão da informação preocupa-se com o valor, qualidade, posse, uso e
segurança da informação no contexto do desempenho organizacional” (apud TARAPANOFF,
2006, p. 23).
Já Tarapanoff (2001, p. 44) descreve que:
Gerenciar informações requer, primeiramente uma cultura voltada à informação, uma
administração participativa e, também, o comprometimento de cada indivíduo no processo.
Além disso, o compartilhamento de ações e responsabilidades fará com que esse
gerenciamento aconteça de forma eficiente e eficaz.
Um conjunto de ações que visa desde a identificação das necessidades informacionais, o
mapeamento dos fluxos formais (conhecimento explícito) de informações nos diferentes
ambientes da organização, até a coleta, filtragem, análise, organização, armazenagem e
disseminação, objetivando apoiar o desenvolvimento das atividades cotidianas e a tomada
de decisão.
Cabe ressaltar que o gerenciamento do ambiente informacional de uma organização tem início a
partir da determinação das necessidades de informação dos sujeitos organizacionais, que serão
as necessidades norteadoras da etapa de prospecção de informações. Após identificada uma
fonte de informação, esta deverá ser monitorada enquanto for útil e relevante para as
necessidades organizacionais.
Nesse contexto, Valentim (2002, p. 5) argumenta sobre “a importância de a organização definir
em seu organograma uma unidade de trabalho especificamente voltada a desenvolver ações e
atividades à gestão da informação”.
Um dos aspectos mais importantes no contexto da gestão da informação é a agregação de valor,
de modo a se ajustar às demandas informacionais. Essas informações, com efetivo valor
agregado, necessitam ser armazenadas, cabendo aos sistemas de tecnologia da informação e da
comunicação esta tarefa, como também gerenciar o acesso, a busca e a recuperação das
mesmas pelos sujeitos organizacionais, em diferentes níveis e perfis de acesso, com a maior
celeridade possível.
O principal objetivo da gestão da informação é identificar e potencializar os recursos
informacionais de uma organização e sua capacidade de informação, ensiná-la a aprender e
adaptar-se às mudanças ambientais. A criação de informação, aquisição, armazenamento, análise e
uso provêm a estrutura para o suporte ao crescimento e ao desenvolvimento de uma organização
inteligente, adaptada às exigências e às novidades da ambiência em que se encontra.
Figura 9 – Segurança da informação.
Fonte: anyaberkut/iStock
Toda essa dinâmica, que deve ser contínua por intermédio dos fluxos organizacionais, visa
controlar e monitorar o ativo informacional e intelectual produzido nos ambientes interno e
externo.
Segundo Valentim (2002, p. 6-7), a gestão da informação tem como foco o “negócio da
organização, [...] trabalhando essencialmente com os fluxos formais da informação”. Para essa
autora, o conceito de gestão da informação pode ser descrito da seguinte forma:
Complementando esse entendimento sobre a forma de atuação da gestão da informação, é
interessante ressaltar que essa transformação de dados e informações em conhecimento tem
início na captação do que já existe em veículos de comunicação, sejam eles físicos ou digitais
como, por exemplo, livros, artigos, revistas científicas, documentos acadêmicos, além de outros.
Prospecção, seleção e obtenção da informação;
Mapeamento e reconhecimento dos fluxos formais de informação;
Tratamento, análise e armazenamento da informação utilizando tecnologias de informação;
Disseminação e mediação da informação ao público interessado; e
Criação e disponibilização de produtos e serviços de informação. (VALENTIM, 2002, p. 6-7)
Como já verificamos, o objetivo primário da gestão da informação é identificar e potencializar
recursos informacionais, propiciando condições de adaptação a mudanças, sejam externas ou
internas.
Já que a informação se processa sob a forma de ciclo, faz-se necessário conhecer o ciclo da
gestão da informação, como também o ciclo informacional, conforme pode ser verificado nas
Figuras 10 e 11.
O ciclo informacional2.2.1
Figura 10 – Ciclo da gestão da informação.
Fonte: elaborado pelo autor, adaptado de Choo (1998, p. 22).
A simples observação da Figura 10 nos permite verificar que é, em grande parte, semelhante ao
ciclo informacional usado na Biblioteconomia e na Ciência da Informação.
Figura 11 – Ciclo Informacional.
Fonte: adaptado de Pojuan Dante (1998 apud TARAPANOFF, 2006, p. 22).
Agora, observando a Figura 11, é possível verificar que seu início advém de uma demanda de
informação, seja por necessidade de solução de um problema, análise de algum aspecto ou até
mesmo o desenvolvimento de um setor organizacional, ou seja, desenvolver novos
conhecimentos que gerem condições para uma melhor tomada de decisão.
Ciclo da Informação – A relação entre a temática e a estrutura social
Quando se fala em ciclo, o pensamento remete a ideia a algo que é realizado em etapas ou
sequências de tarefas. Com o ciclo da informação também é assim, pois o mesmo pressupõe
uma sequência lógica de acontecimentos envolvendo a informação, realizada por agentes que
compõem esse ciclo.
[...]
A estrutura social
Por estrutura social entende-se a forma dada pelos homens à sociedade que eleshabitam, a qual
necessita de informação para se organizar. Implica na relação entre indivíduos, grupos e
instituições e as diferentes funções que cada um exerce dentro dessa sociedade. Em outras
palavras, a estrutura social é uma disposição ordenada das partes dentro de um todo e tal
ordenação só é possível devido à informação produzida por seus elementos.
[...]
Relação entre o ciclo da informação e a estrutura social
 [...]
Portanto, a informação só existe porque os elementos que fazem parte do ciclo da informação
são os mesmos que constituem a sociedade, os quais dão condições para que a informação seja
criada e usada como base da relação entre indivíduos, grupos e organizações. Além de ser
utilizada como instrumento de transferência de conhecimento, com o intuito de estabelecer
normas ou regras, as quais vão determinar a estruturação social.
Fonte: biblioo.cartacapital.com.br [https://biblioo.cartacapital.com.br/ciclo-da-informacao/]
Tarapanoff (2006, p. 23) complementa esse entendimento dizendo que:
Para finalizar, vejamos o que os autores Barbosa, Sepúlveda e Costa (2009, p. 16) descrevem:
O objeto da área é a informação e o trabalho com a informação, transformando-a em produtos e
serviços de utilidade (com valor agregado) para o cliente/usuário.
A informação, na conjuntura da gestão da informação, diz respeito a todos os tipos de informação
com valor agregado, oriundas dos ambientes interno e externo à organização. Inclui todos os
recursos que tem sua origem na produção de dados, (registros e arquivos), que vêm da gestão de
pessoas, pesquisa de mercado, da observação e análise utilizando os princípios da inteligência
competitiva.
Criar conhecimento exige não apenas uma cultura organizacional propícia, mas também a
existência de uma gestão de informação eficiente e eficaz, a qual deverá apoiar as atividades de
aprendizagem organizacional. Por sua vez, o gerenciamento da informação deve ser apoiado por
políticas e ferramentas que direcionem e apoiem o compartilhamento da informação e do
conhecimento tanto dentro da empresa quanto entre a empresa e outras organizações.
Entenda a importância da gestão da informação
Qualquer ativo empresarial traz consigo, além de seus benefícios, algumas necessidades. No
caso da informação, o próprio armazenamento passa por uma intensa transformação, na qual os
espaços físicos dão lugar ao mundo digital. Hoje, a absoluta maioria dos dados empresariais — e
domésticos — é transmitida pela rede (online ou offline), processada por softwares e armazenada
por hardwares.
Consequentemente, um segundo conceito que foi rapidamente absorvido pelos processos de
gestão é a segurança da informação. Garantir a proteção, a estabilidade e a disponibilidade dos
dados, é tão fundamental quanto captá-los. Afinal, a sua utilização deve ser garantida, ao mesmo
tempo em que eles precisam estar protegidos contra roubos, vazamentos e danos em geral.
[...]
A capacidade de organização dos dados dá ao gestor a possibilidade de melhorar a performance
geral da organização. Se uma plataforma de e-commerce é a responsável pelas vendas — e pelo
lucro — de uma empresa, por exemplo, gerenciar o armazenamento, a disponibilidade e o acesso a
esses dados reflete diretamente no desempenho financeiro.
Para complementar, a própria qualidade da informação depende desse processo de gestão. Não
basta coletar dados e gerar relatórios com base no feeling do gestor — é preciso sistematizar
essa estratégia. Os dados levantados devem ter a sua relevância estudada previamente, para que
o tempo de processamento e os insights gerados para os gestores tenham um aproveitamento
significativo.
Resumidamente, é a gestão da informação que planeja — e, em parte, executa — os mecanismos
de segurança dos dados, assim como dá a eles um uso estratégico. Com a transformação digital
e um mercado cada dia mais competitivo, é essencial otimizar a aplicação desse recurso tão
valioso.
Para mais informações, acesse o link: meupositivo.com.br
[https://www.meupositivo.com.br/panoramapositivo/gestao-da-informacao/] .
Videoaula - A gestão do conhecimento
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Um dos mais relevantes desafios teóricos e práticos das organizações, na atualidade, consiste
em aprender a converter o conhecimento dos seus colaboradores em conhecimento
organizacional, tendo em vista as dificuldades que se apresentam para gerenciar os ativos
intangíveis nas mesmas.
Segundo Lev (2004), são considerados ativos intangíveis o valor da marca, peso das patentes
geradas, capacidade de inovação, talento dos funcionários em especial dos executivos e suas
relações com os clientes, software, processos únicos, desenhos organizacionais e outros.
Gestão do conhecimento2.3
Figura 12 – Ativo intangível: relação
com clientes.
Fonte: Antonio Guillem/iStock
A percepção sobre a relevância do uso da informação para fins estratégicos, em especial as
decorrentes de ideias novas, processos de descoberta e novos insights, fez com que as
organizações passassem a se preocupar com a gestão do conhecimento, com o propósito de
aumentar sua capacidade de resposta ao ambiente em que atua. Dessa forma, as organizações
passaram a fazer uso de um trabalho sistemático de processamento da informação e do
conhecimento, visando desenvolver a eficácia e o conhecimento corporativo, por meio da
inovação e competência que propicia novas e melhores práticas e soluções organizacionais.
Exemplos de gestão do conhecimento – 5 cases de sucesso
1 – Banco do Brasil
Em um evento de capacitação de colaboradores, a gestão do Banco do Brasil descobriu que os
funcionários consideravam a “hora do café” a mais importante para disseminação de
conhecimento nas agências.
De posse dessa informação, foi criado um evento de treinamento. Nele, reproduziu-se esse
ambiente para troca de experiências e conhecimentos gerados pelos funcionários da empresa.
[...]
2 – Serviço Federal de Processamento de Dados
Outro exemplo de gestão do conhecimento implantada com sucesso é o mapeamento dos
conhecimentos organizacionais do Serpro.
Para evitar que informações centralizem apenas em um funcionário, atribuindo a ele tarefas que
apenas um é capaz de exercer, a empresa criou a Árvore Serpro de Conhecimentos.
[...]
3 – Embrapa
A Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) saiu do ambiente físico e investiu no
meio online. Agora, pode compartilhar problemas e temas em discussão no cotidiano
organizacional.
As Comunidades de Prática abarcam todas as ferramentas da internet como e-mails e download.
Assim, são usadas para reunir, guardar, disponibilizar e incentivar o compartilhamento de
conhecimento pelos colaboradores.
[...]
4 – Petrobras
[...]
Outra prática desenvolvida pela gestão de conhecimento da empresa é conhecida como
“mentoring” que, assim como o Banco do Brasil, evita a concentração de demandas em um único
profissional.
No entanto, neste caso, um mentor é escolhido para investir tempo e esforço para transferir
conhecimento a outro colaborador com menos experiência por meio de ações que envolvem
compromisso, integridade e perseverança.
[...]
5 – Caixa Econômica Federal
O último dos exemplos de gestão do conhecimento vem da empresa pública do ramo financeiro,
que criou a Universidade Caixa. O objetivo é desenvolver capacidades e habilidades dos
colaboradores estruturadas em educação continuada e atualização técnica.
Esse tipo de iniciativa promove a valorização do trabalhador por meio de investimento na sua
própria capacitação, que se reflete em mais rendimento na organização.
[...]
Para conhecer mais informações sobre essas cinco experiências de sucesso acesse o link:
siteware.com.br [https://www.siteware.com.br/comunicacao/exemplo-gestao-conhecimento/] .
É interessante ressaltar a diferença entre o gerenciamento do conhecimento explícito e do tácito.
O primeiro advém dagestão da informação, enquanto o segundo resulta da gestão do
conhecimento, em que o foco é o de fazer com as pessoas da organização consigam explicitar e
compartilhar seus conhecimentos, que passam a se transformar em informação.
É um processo de compreensão das habilidades, intuição e know-how que o ser humano adquire
no contato diário com as suas atividades. É, portanto, um conhecimento personalizado e difícil
de ser formalizado ou articulado, conforme descrito por Polanyi (1973, 1966).
Segundo Nonaka e Takeuchi (2008), as organizações, por ocasião da conversão do
conhecimento, buscam converter o conhecimento tácito de indivíduos criativos em
conhecimento explícito da seguinte forma:
Avaliação, teste e elaboração por meio de arquétipos e protótipos, segundo sua adequação aos
propósitos da organização.
Transferência para outros níveis da empresa, visando dar início a novos ciclos de criação de
conhecimento.
Gestão da informação e gestão do conhecimento: qual a diferença?
[...].
A gestão da informação é responsável por receber, categorizar, armazenar, manter acessíveis e
buscar informações fixadas nos mais variados suportes (papel, CD, arquivo “em nuvem”, DVD
etc.). Essa atividade requer a capacidade de observar criticamente um item, de modo a agrupá-lo
com seus semelhantes ao mesmo tempo em que lhe atribui referências que o destaquem numa
pesquisa futura. Você pode, por exemplo, guardar juntos todos os relatórios emitidos por um
departamento, mas tem de saber como encontrar o relatório certo na hora certa, por ordem
cronológica, e/ou pelo sobrenome da pessoa que assina esse documento, dentre outras variáveis.
A gestão do conhecimento, por sua vez, exige um esforço ainda maior em termos de raciocínio e
engenhosidade. Pressupõe um uso perspicaz das informações e da própria gestão da informação,
realizando buscas em acervos internos e externos para prospectar soluções, novos mercados,
inovações (tanto em termos tecnológicos quanto administrativos). É também uma prática que
leva uma empresa a gerar mais do que produtos e serviços, ao elaborar ideias, entendimentos, os
famosos know-how e savoir-faire. Ou seja, algo intangível e que não pode — ao menos não de
uma hora para outra — ser roubado ou copiado pela concorrência.
Tanto a gestão da informação quanto a gestão do conhecimento são grandes diferenciais em
termos de competitividade, mas apenas a segunda impulsiona diretamente a capacidade de um
negócio se reinventar e encontrar saídas inteligentes antes dos demais.
Fonte: redata.com.br [http://redata.com.br/gestao-da-informacao-e-gestao-do-conhecimento-
qual-diferenca/]
Vejamos, agora, como alguns autores definem o conhecimento e sua gestão.
Nonaka e Takeuchi (2008, p. 8) descrevem que:
O conhecimento é, portanto, um ativo intangível, que tem um valor inestimável para as
organizações, além de sua gestão se constituir em uma valiosíssima ferramenta para criar,
compartilhar e aplicar conhecimento para melhorar a produtividade, a lucratividade e o
crescimento organizacional.
Na atual conjuntura, o conhecimento tácito, mesmo sendo um ativo intangível, torna-se fator
gerador de riqueza ou de redução de custos, muitas vezes mais valioso que o capital e o
trabalho. Dessa forma, a identificação, a criação, o armazenamento, o compartilhamento e a
aplicação do conhecimento desse ativo intangível tornam-se cada vez mais importantes
(STEWART, 1998).
[...] O conhecimento tácito, que é pessoal, não pode ser tratado e organizado, está implícito e tem o
foco voltado para a experiência e o conhecimento explícito, se caracteriza por ser organizado e
tratado sistematicamente.
[...]     A Gestão do Conhecimento pode ser entendida como a disseminação dos conhecimentos
criados pela organização e sua incorporação a novas tecnologias e produtos, envolvendo as pessoas,
a organização e o ambiente, e que se daria, a princípio, a partir de uma espiral de conhecimento
baseada no comprometimento pessoal e em vários processos de conversão entre o conhecimento
tácito e explícito.
Já na visão de Fukunaga (2015), o conhecimento estratégico ou crítico, como qualquer
conhecimento relevante para execução da estratégia de uma empresa, propicia vantagem
competitiva, é difícil de ser recuperado e reduz riscos significativos para o negócio.
Figura 13 – Conhecimento estratégico ou crítico.
Fonte: elaborado pelo autor, adaptado de SBGC (2020).
Por fim, cabe mencionar que existem algumas práticas para retenção do conhecimento nas
organizações, seja explícito ou tácito/implícito, conforme explica a Figura 14.
Figura 14 – Práticas de retenção do conhecimento.
Fonte: adaptado de Goulart e Angeloni (2020).
Precisamos, então, entender que o conhecimento explícito se enriquece quando consegue que
seja extraído do ser humano o que existe dentro de si, ou seja, o conhecimento tácito. Após esse
processo de transformação, nos dias atuais, é fundamental o suporte da tecnologia da
informação para disseminar esse conhecimento que foi trazido do ser humano para um ambiente
que possa compartilhá-lo.
Conhecimento tácito e conhecimento explícito
O conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquire ao longo da vida e o conhecimento
explícito é aquele formal, claro, regrado, fácil de ser comunicado.
O conhecimento tácito é altamente pessoal, difícil de formalizar e, de certa forma, possui uma
dificuldade maior para ser compartilhado.
São as famosas conclusões, “insights” e palpites subjetivos. Eles se formam através de tudo o
que você já tem dentro de si e une ao que está adquirindo de conhecimento, nas experiências que
você tem ao longo da vida, seus valores e até mesmo suas emoções.
É um conhecimento difícil de mensurar e que forma o seu know-how pessoal. Você não tem como
passar isso para um Pen Drive e emprestar para seu amigo copiar.
Já o conhecimento explícito é facilmente disseminado, fornecendo informações rápidas e
confiáveis e conectando pessoas para sua utilização através de diversos formatos.
Livros, artigos, posts na internet, imagens, infográficos, vídeos, áudios… enfim! Há uma infinidade
de conteúdo explícito sendo gerado constantemente para que você compreenda cada pequena
coisa que existe no mundo.
Obviamente, o conhecimento explícito sempre teve uma maior relevância, pois ele é mensurável e
você pode olhar para ele.
Esse tipo de conhecimento pode ser armazenado em pastas ou comprimido em drives virtuais na
nuvem para compartilhar com o mundo. Podem virar artigos que preenchem blogs e mais blogs
na internet e, até mesmo, virar um canal no YouTube.
Por isso, o grande desafio para as empresas é saber transformar conhecimento tácito em
conhecimento explícito.
Fonte: sitecampus.com.br [https://sitecampus.com.br/conhecimento-tacito-e-conhecimento-
explicito/]
Recapitulando
No transcurso da Unidade 2, foram agregados conhecimentos inerentes à ciência da
informação, da gestão da informação e da gestão do conhecimento, como elementos
indispensáveis para o entendimento dos conceitos de inteligência competitiva.
Por fim, foi esclarecida a diferença entre os conhecimentos tácito e explícito.
Exercícios de fixação
Marque verdadeiro ou falso para a afirmação:
Um dos aspectos mais importantes no contexto da gestão da informação é a agregação de valor,
de modo a se ajustar às demandas informacionais. Essas informações, com efetivo valor
agregado, necessitam ser armazenadas, cabendo aos sistemas de tecnologia da informação e da
comunicação esta tarefa, como também gerenciar o acesso, a busca e a recuperação das
mesmas pelos sujeitos organizacionais, em diferentes níveis e perfis de acesso, com a maior
celeridade possível.
Verdadeiro Falso
Complete o texto:
Um dos mais relevantes desafios das organizações, na
atualidade, consiste em aprender a o conhecimento dos seus
colaboradores em , tendo em vista as dificuldades que se
apresentam para gerenciar os ativos nas mesmas.
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Inteligênciacompetitiva
Videoaula - Inteligência competitiva
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UNIDADE 3
Objetivos:
- Conhecer as origens da inteligência.
- Entender como se processa a inteligência competitiva.
Inteligência competitiva3
Alguns autores defendem que o mercado, em função de sua constante competitividade,
assemelha-se a um campo de batalhas, exigindo que os dirigentes de organizações pensem e
atuem como estrategistas, tal qual no meio militar.
Cabe ressaltar que a inteligência competitiva advém da antiguidade, ou seja, sua origem não
pertence ao mundo contemporâneo. Já havia relatos de seu uso em campanhas militares, em
que o processo de coleta de informações possibilitava a supremacia, e até mesmo a vitória, a um
dos contendores.
Todavia, os procedimentos de coleta de informações, nessas épocas, eram compatíveis com a
evolução da humanidade e seus interesses bélicos. Assim entendido, pode-se dizer que hoje a
inteligência competitiva é uma evolução do que se fazia no passado, considerando-se também
os meios e as formas de uso da mesma.
Para melhor ilustrar esse pensamento, vejamos a descrição de algumas situações que ocorreram
na antiguidade, segundo o relato de alguns autores:
A primeira delas advém de um período muito antigo, cujos ensinamentos são até hoje utilizados
em diversas formas de obtenção de vantagens competitivas, como foi o caso do Sun Tzu, militar
chinês que viveu no século IV a.C. Vejamos agora um de seus pensamentos:
Outra situação, agora na Idade Média, foi observada no final do século XV, onde o uso de um local
de trocas e estocagem de materiais permitia que as informações obtidas fossem tratadas como
Origens3.1
Figura 15 – Estratégias do gestor.
Fonte: ilkercelik/iStock
Conhece teu inimigo e conhece-te a ti próprio; se tiveres cem combates a travar, cem vezes será
vitorioso. Se ignoras teu inimigo, e conheces a ti mesmo, tuas chances de perder e de ganhar serão
idênticas. Se ignoras ao mesmo tempo teu inimigo e a ti mesmo, só contarás teus combates por tuas
derrotas. (SUN TZU, 2007)
informações estratégicas para negócios. Essa situação ficou conhecida como a República de
Veneza, conforme relato de Chiavenato (2001):
Posteriormente, com o advento da Revolução Industrial, as empresas começaram a se preocupar
em acompanhar como se comportavam seus concorrentes, cabendo à inteligência competitiva o
papel de fazer esse acompanhamento de forma bem estruturada e melhor.
Uma terceira situação ocorreu na Europa, já na idade moderna, onde o procedimento de troca de
embaixadores entre Estados demonstrando uma nítida ação de coleta de informações
estratégicas, em uma clara busca de conhecimento explícito que pudesse contribuir para
inteligência competitiva, seja no campo militar como comercial.
Como último exemplo de situação relativa à busca de conhecimento explícito, para fins de
inteligência competitiva, podemos citar o caso russo ocorrido na Segunda Guerra Mundial,
conforme relato constante do trabalho de Cardoso Junior (2003, p. 76):
Terminadas as duas grandes guerras, outros tipos de conflitos, tais como a Guerra Fria (de 1945
até 1989 – Queda do Muro de Berlim), Guerra Psicológica, Guerra Revolucionária e movimentos
insurrecionais, começaram a exigir certo refinamento nas ações de inteligência, fato que
consolidou o entendimento da importância da inteligência para segurança e crescimento das
nações e organizações.
O termo “inteligência”, em sua concepção original de busca e trato de informações para tomada
de decisões estratégicas, contribuiu substancialmente para o desenvolvimento da inteligência
[...] na República de Veneza (1492) foi estruturado o “Arsenal de Veneza”, local onde eram realizadas
trocas e estocagens de materiais, produtos e homens, de grande parte do Mediterrâneo. Pelo fluxo
de pessoas de várias nacionalidades, eram famosos os relatórios que diplomatas e enviados a outros
países apresentavam quando do término de suas missões, e tais informações eram tratadas pelos
dirigentes para a plena utilização do Arsenal como unidade estratégica de negócios. (apud Cardoso
Junior, 2003, p. 75)
Nessa quadra histórica devem ser assinaladas as atividades de espionagem russa no Extremo
Oriente, boa parte dela a cargo de Richard Sorge, que informou aos soviéticos, com absoluta precisão
e com seis semanas de antecedência, a invasão do país pelos alemães. Mais tarde, Sorge transmitiu
que a entrada do Japão na guerra não implicaria em um ataque direto à Rússia, o que permitiu ao
ditador Stalin transferir cerca de dois milhões de homens da Sibéria para a frente Leste e empregá-
los na bem-sucedida contra-ofensiva europeia.
competitiva, com o desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação (TIC)
aplicáveis à evolução do contexto socioeconômico mundial.
Perspectiva histórica da inteligência competitiva
As diferentes nações no decorrer da história desenvolveram as atividades de inteligência
apropriadas a suas práticas e necessidades, crescendo junto com a evolução do homem. A
Inteligência Competitiva vem sendo praticada e aperfeiçoada desde os primeiros registros
históricos e milenares, deixando a certeza de que o homem já possuía a preocupação com a
informação sobre quem estivesse ao seu redor e no seu ambiente. É possível identificar
momentos da história da civilização em que foi utilizado a prática da inteligência competitiva de
forma intrínseca.
[...]
Na Idade Média, Gêng-Khan, conquistador do antigo continente eurasiano, utilizava agentes de
inteligência para conhecer o ambiente que iria conquistar. Servindo-se de
Informações de mercadores, viajantes e das comunidades locais, procurava saber que espécies
de defesas possuíam as cidades que pretendia atacar. A história registra que sempre que esteve
em combate, dominava completamente os seus adversários.
Para obter mais informações sobre a perspectiva histórica da inteligência competitiva e sua
importância, acesse o link: anpad.org.br [http://www.anpad.org.br/admin/pdf/ESO-A2660.pdf] .
Videoaula - Definindo inteligência competitiva
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Na visão de Kahaner (1997), inteligência e informação possuem conceitos distintos. Para esse
autor, a informação se constitui de números e estatísticas, por exemplo. Mesmo sendo dados
dispersos sobre organizações e seus feitos, é algo concreto, objetivo. Já a inteligência, que tem
como sinônimo o conhecimento, constitui-se de uma coletânea de peças de informação que
passou por uma filtragem, destilação e análise, com o fito de subsidiar com o que é necessário
para uma ação por parte dos gestores ou da organização.
Já que inteligência e conhecimento podem ser considerados sinônimos, Prescott e Miller (2002,
p. 13) tratam o crescimento da Inteligência Competitiva na esteira da evolução da Gestão do
Conhecimento da seguinte forma:
Conceituando inteligência competitiva3.2
Até bem recentemente, a Gestão do Conhecimento era objeto de grande atenção, ao passo que a
Inteligência Competitiva não recebia tanto destaque. Na verdade, esta vem se beneficiando dos
avanços na infraestrutura de tecnologia de informação e de elevação da Gestão do Conhecimento a
uma função empresarial importante. Mais ainda, a integração da Gestão do Conhecimento em todas
as estruturas empresariais está contribuindo para um maior reconhecimento do trabalho de
Inteligência Competitiva. O conhecimento precisa, afinal, ser gerado e analisado antes de poder ser
comunicado e “administrado”. Isto se aplica tanto aos dados gerados internamente, quanto à
inteligência obtida de fontes situadas fora do âmbito da empresa, o que pode ir de encontro ao
isolamento que tantas vezes tolhe os tomadores de decisão. Seja como for, a Inteligência
Competitiva está se desenvolvendo rápida e eficientemente no âmbito dasgrandes corporações,
apoiada pela maciça utilização das tecnologias da informação, boa disponibilidade de recursos
financeiros e o emprego de mão-de-obra de alta qualificação.
Na Figura 16, podemos ver claramente como se desenvolve o processo de inteligência, desde a
coleta de dados, seu processamento para transformação em informação e o uso na inteligência
para se alcançar a vantagem competitiva.
Figura 16 – Cadeia do processo de inteligência.
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
Vejamos agora como diversos autores tratam o conceito de Inteligência Competitiva.
Vaitsman (2000, p. 66) emite o seguinte conceito:
No entendimento de Periotto (2010, p. 52),
Já Kahaner (1996, p. 225) diz que “a Inteligência Competitiva é uma ferramenta estratégica que
permite à alta gerência melhorar sua competitividade, identificando as principais forças
propulsoras e prevendo os futuros rumos do mercado”.
Moreno (2007, p. 15) defende o seguinte entendimento: “A inteligência competitiva oferece apoio
à tomada de decisão, prevê oportunidades e riscos, avalia e acompanha os concorrentes e
orienta a implementação eficaz”.
[...] a Inteligência Competitiva é um assunto de amplo domínio das grandes organizações, por ser
uma atividade inserida empresarialmente nos seus departamentos de mercado, que se defrontam
com uma acirrada concorrência, exigindo vasta literatura, ao contrário das medidas de proteção,
compreensivelmente resguardadas por quem se protege.
[...] para ter inteligência é preciso contar com uma infraestrutura de telecomunicações como base,
utilizar computadores e softwares e gerar conteúdos informacionais, em forma de bases de dados,
produtos e serviços.
Inteligência Competitiva x Inteligência de Mercado
[...]
A Inteligência Competitiva é conhecida por ter o foco na concorrência, ou seja, o olhar da
empresa, ao aplicar técnicas de análise de dados, está voltado para as ações das empresas que
pertencem ao mesmo nicho de mercado.
Dessa forma, ela é considerada como sendo mais estratégica por pensar no que acontece com os
principais competidores do seu segmento.
Já a Inteligência de Mercado é conhecida por focar na demanda da empresa, ou seja, nos clientes.
Então, ao mesmo tempo em que busca informações sobre o contexto em que a organização está
inserida, também procura conhecer o perfil dos consumidores.
Assim, as empresas que têm foco em competição de mercado a partir do desenvolvimento de
novas tecnologias, patentes e estratégias sólidas acabam voltando seus esforços para a
Inteligência Competitiva. Já as empresas que se preocupam com o mercado mais objetivamente,
incluindo a análise das ações da concorrência e a construção de um relacionamento com o
público, passam a adotar a Inteligência de Mercado como estratégia.
Fonte: plugar.com.br [https://www.plugar.com.br/inteligencia-competitiva-inteligencia-mercado/]
Prescott e Miller (2002, p. 226) complementam o conceito anterior dizendo que inteligência
competitiva “é um pensamento proativo, oportuno e voltado para o futuro”.
Visando conjugar os diversos entendimentos sobre o conceito de inteligência competitiva, o
Quadro 1, elaborado por Valentim (2014), traz uma coletânea desses conceitos e definições.
Quadro 1 – Conceitos de inteligência competitiva.
Autor Conceito
Autor Conceito
Gomes e
Braga
(2001)
“[...] é o resultado da análise de dados e informações coletados do ambiente competitivo da
empresa que irão embasar a tomada de decisão, pois gera recomendações que consideram
eventos futuros e não somente relatórios para justificar decisões passadas” (GOMES; BRAGA,
2001, p. 28).
Tarapanoff
(2001)
“[...] é uma nova síntese teórica no tratamento da informação para a tomada de decisão, uma
metodologia que permite o monitoramento informacional da ambiência e, quando
sistematizado e analisado, a tomada de decisão [...] é um processo sistemático que
transforma pedações esparsos de dados em conhecimento estratégico” (TARAPANOFF, 2001,
p. 45).
Miller
(2002)
“[...] incorpora a monitoração de uma ampla gama de fatos novos ao longo do ambiente ou
mercado externos de uma organização e seus negócios [...] concentra-se nas perspectivas
atuais e potenciais quanto a pontos fortes, fracos e nas atividades de organizações que
tenham produtos ou serviços similares dentro de um setor da economia” (MILLER, 2002, p.
35).
Valentim
(2002)
“[...] está ligada ao conceito de processo contínuo, sua maior complexidade está no fato de
estabelecer relações e conexões de forma a gerar inteligência para a organização, na medida
em que cria estratégias para cenários futuros e possibilita tomada de decisão de maneira
mais segura e assertiva” (VALENTIM, 2002, p. 6).
Valentim
(2003)
“[...] processo que investiga o ambiente onde a empresa está inserida, com o propósito de
descobrir oportunidades e reduzir os riscos, bem como diagnosticar o ambiente interno
organizacional, visando o estabelecimento de estratégias de ação a curto, médio e longo
prazo” (VALENTIM et al., 2003, p. 2).
Cardoso
Júnior
(2005)
“[...] representa uma ferramenta estratégica que permite à alta gerência melhorar sua
competitividade, identificando as principais forças propulsoras e prevendo os futuros rumos
do mercado. É um processo pelo qual as informações de múltiplas fontes são coletadas,
interpretadas e comunicadas a quem precisa delas para decidir” (CARDOSO JÚNIOR, 2005, p.
67).
Tarapanoff
(2006)
“[...] um processo de aprendizado motivado pela competição, fundado sobre a informação,
permitindo esta última a otimização da estratégia corporativa em curto e em longo prazo”
(TARAPANOFF, 2006, p. 26).
Autor Conceito
Fuld
(2007)
“Inteligência é usar informação de forma eficiente e tomar decisões com uma imagem
menos do que perfeita. É ver claramente sua concorrência, compreender a estratégia e agir
antecipadamente com esse conhecimento” (FULD, 2007, p. 16).
Hoffmann
(2011)
“[...] processo de aprendizado, motivado pela competição, e baseada na informação que
fortalece as estratégias da organização a curto, médio e longo prazo” (HOFFMANN, 2011, p.
137).
Fonte: adaptado de Valentim (2014, p. 49-51).
Analisando os conceitos dos autores apresentados no Quadro 1, podemos inferir que a
inteligência competitiva é um processo por meio do qual as organizações prospectam, analisam
e transformam as informações inerentes aos mercados e seus concorrentes, de uma forma
sistemática e organizada, em inteligência ou conhecimento, visando subsidiar os processos de
tomada de decisão para o alcance dos objetivos táticos ou estratégicos.
Diz-se que o processo é sistemático porque precisa ser efetuado continuamente e não
eventualmente para o alcance dos resultados desejados. É um processo organizado porque tem
um planejamento sobre os objetivos a alcançar e as ações a serem colocadas em curso.
Corroborando com essa visão de sistemático e organizado, a Strategic and Competitive
Intelligence Professionals (SCIP) – em português, Profissionais de Estratégia e Inteligência
Competitiva –, uma associação de profissionais que atuam no campo da estratégia e da
inteligência competitiva, defende que a Inteligência Competitiva é um processo contínuo que
envolve a prospecção de dados brutos, combinando-os para obtenção de informações e a
análise das mesmas, visando a geração de inteligência acionável para processos de tomada de
decisão.
10 maneiras de usar a Inteligência Competitiva na sua empresa
A inteligência das empresas consiste, principalmente, na acumulação e interpretação de
conhecimentos variados. Dentro desse cenário, a Inteligência Competitiva é uma das principais
abordagens aplicadas dentro de uma organização, adotada por aquelas que desejam melhorar a
capacidade de saber o que acontece no seu entorno (e, assim, detectar os sinais do mercado).
Confira abaixo 10 maneiras de usar a Inteligência na sua empresa:
1- Identificar questões relevantes para a empresa.
2- Interpretar informações e o contexto competitivo com o objetivode competir nas melhores
condições.
3- Fazer o detalhamento dos dados e informações.
4- Inserir os conhecimentos adquiridos nas estratégias.
5- Elaborar decisões eficientes.
6- Identificar em tempo hábil oportunidades e ameaças.
7- Gerar valor compartilhado: benefícios além do valor material ou monetário.
8- Gerar ações de acordo com o perfil da empresa.
9- Conhecer os pontos fracos e fortes das empresas e da sua própria organização.
10- Ter uma estrutura de negócio que permita a construção de estratégias eficazes.
Para compreender melhor essas 10 maneiras, acesse o link: plugar.com.br
[https://www.plugar.com.br/10-maneiras-usar-inteligencia-competitiva-na-empresa/] .
Na visão de Prescott (1999), as organizações precisam ficar atentas às dinâmicas do mercado e
seus concorrentes, por meio dos seguintes movimentos que a inteligência competitiva propicia:
compartilhamento de ideias, acesso a dinâmicas competitivas, identificação de novas
oportunidades e emissão de alertas antecipados.
Seguindo esse mesmo pensamento de alerta quanto às dinâmicas de mercado, Leavitt et al.
(2004) destacam que as organizações precisam prospectar informações e transformá-las em
inteligência acionável que permitirá a tomada de decisões táticas e estratégicas que permitirão a
manutenção das mesmas como organizações competitivas. Segundo esses autores, a
inteligência competitiva deriva desses processos de coleta, análise, transformação de dados e
informações em inteligência, difusão e uso do conhecimento decorrente.
Wright e Calof (2006) seguem a mesma linha de pensamento, descrevendo que a finalidade da
inteligência competitiva é a de prevenir movimentos competitivos dos concorrentes, como
também mudanças de comportamento de clientes, por intermédio da emissão de alertas
antecipados. Além disso, entendem que esses avisos devem focar em ocorrências no mercado,
na política e no macroambiente que circunda as organizações, que possam causar interferências
no desempenho e continuidade do negócio organizacional.
Segundo Tarapanoff (2006, p. 27):
A inteligência competitiva consiste na materialização das informações internas e externas para a
geração de conhecimento que subsidie as ações e decisões organizacionais. Isso significa que, para
o processo de inteligência competitiva ser efetivo, é necessário o uso contínuo de dados e
informação, aplicar o processo de análise e agregação de valor aos dados e informações, de modo a
utilizar o know-how e o conhecimento individual e organizacional.
Como pode ser observado na definição anterior, a força propulsora da Inteligência Competitiva é
o valor da informação e não a quantidade prospectada.
Figura 17 – Etapas essenciais ao processo de inteligência competitiva.
Fonte: elaborada pelo autor com base em Valentim e Teixeira (2016, p. 8-9).
A Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva (Abraic), em sua página na
internet, na aba Biblioteca/Perguntas Frequentes, apresenta o seguinte questionamento:
Business Intelligence (BI) é o mesmo que Inteligência Competitiva (IC)?
Não. Apesar de encontrarmos algumas citações que utilizam os termos como sinônimos,
na maioria das vezes o primeiro está sendo empregado pelas empresas de tecnologia da
informação como conjunto de ferramentas utilizadas para auxiliar nos negócios, tais
como: data warehouse, data mining, CRM, ferramentas OLAP e outras. Quando falamos de
Inteligência Competitiva, estamos nos referindo a um processo muito maior que engloba
a obtenção e tratamento de informações informais advindas das redes mantidas pelos
sistemas de IC, nas quais as informações de BI estão inseridas.
Inteligência competitiva e ibusiness intelligencei3.2.1
Business Intelligence é visto como um conjunto de ferramentas de armazenagem de dados,
sendo seus principais componentes os Data Marts e Data Warehouse – em português, Dados
Singulares e Armazém de Dados –, dentro do OLAP(análise de informações) e Data
Mining(mineração de dados).
Figura 18 – Business Intelligence.
Fonte: metamorworks / istock.com
Quadro 2 – Ferramentas de Business Intelligence.
Data Warehouse (DW) Data Mart (DM) OLAP Data Mining
Conjunto de dados
organizados por assunto e
integrados por data;
Ferramenta capaz de
gerenciar grandes
quantidades de dados,
modelando-os para suprir
as necessidades dos
executivos por
informações mais rápidas
sobre o desempenho da
empresa.
Subconjunto lógico
e físico do DW
suscetível às
consultas
inesperadas dos
usuários;
Estruturas
moldadas com
dados encontrados
no DW,
pertencentes a
áreas específicas na
empresa, como
finanças,
contabilidade,
vendas etc.
Facilita o acesso do usuário à
base DW em que são
realizadas consultas,
possibilitando melhor
análise das informações;
Capacidade atribuída aos
sistemas que permite aos
gestores examinarem e
manipularem
interativamente grandes
quantidades de dados
detalhados e consolidados a
partir de diversas
perspectivas.
Utiliza dados
sofisticados para
gerar modelos de
previsões;
Exploração e
análise, por meios
automáticos e
semiautomáticos, de
grandes quantidades
de dados para
descobrir padrões e
regras significativos;
Atende a fluxo de
trabalho
imprevisível e
propicia a análise
em dados atuais e
históricos para
determinar futuras
ações.
Fonte: Silva e Terra (2015, p. 7).
Segundo Silva e Terra (2015, p. 6):
Os sistemas de BI (Business Intelligence) podem ser compreendidos como meios de transformação e
teve (sic) sua origem nos antigos sistemas de decisões gerenciais e transformação executivas. Os
dados coletados são extraídos, transformados e carregados em estruturas informacionais
adequadamente desenhadas oferecendo assim desempenho e facilidade ao manipular os dados.
Recapitulando
No transcurso da Unidade 3 foram agregados conhecimentos inerentes às origens da
Inteligência Competitiva, sua conceituação por diversos autores da comunidade
científica, bem como suas etapas essenciais ao processo.
Por fim, foi esclarecida a diferença entre Business Intelligence e Inteligência
Competitiva.
Exercícios de fixação
Marque verdadeiro ou falso para a afirmação:
A Inteligência Competitiva é um assunto de restrito domínio nas grandes organizações, por ser
uma atividade inserida empresarialmente nos seus insumos de mercado, que se defrontam com
uma baixa concorrência, exigindo vasta literatura, ao contrário das medidas de proteção,
compreensivelmente resguardadas por quem se protege.
Verdadeiro Falso
Assinale a alternativa correspondente à seguinte etapa essencial do processo de Inteligência
Competitiva: investigar como ocorre a busca e o compartilhamento das informações e quais são
as fontes, os métodos e as técnicas utilizadas.
Disseminação da inteligência.
Estudo dos sujeitos organizacionais.
Análise da informação.
Processo de coleta de dados.
Inteligência e vantagem
competitiva
Videoaula - O que é inteligência
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UNIDADE 4
Objetivos:
- Conhecer a atividade de inteligência em suas diversas vertentes.
- Entender como a inteligência pode contribuir para a vantagem competitiva.
- Tomar conhecimento sobre o conceito de vantagem competitiva.
- Entender como a atividade de inteligência e a busca da vantagem competitiva
se conectam com a inteligência competitiva.
Inteligência e vantagem competitiva4
Com o advento da globalização, diversas mudanças ocorreram no ambiente organizacional e no
cotidiano das pessoas, como também houve o crescimento exponencial das informações, fato
que pode impactar os processos de tomada de decisões, dependendo da celeridade de acesso e
da qualidade do conhecimento disponível.
Podemos dizer que os processos de tomadas de decisões se tornam tão mais consistentes
quanto a qualidade das informações que são coletadas e o conhecimento que é gerado. A
inteligência é, portanto, o meio de se obter esses dados e

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