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Página 1 de 19 RESUMO PROVA 2 DE PATOLOGIA MÉDICA II - 10/06/2022 Thaís Viana de Ávila Oliveira – FCMMG SUMÁRIO Neoplasias renais ....................................... 1 Neoplasias da bexiga ................................. 2 Doenças túbulo-intersticiais ...................... 3 Uropatia obstrutiva e urolitíase ................ 4 Adrenais ..................................................... 5 Tireoide ...................................................... 8 Paratireoide ............................................. 12 Hipófise .................................................... 13 Pâncreas .................................................. 14 Linfomas .................................................. 16 Neoplasias renais CA DE CÉLULAS RENAIS HIPERNEFROMA ou ADENOCARCINOMA RENAL → 80% SUBTIPO MAIS COMUM: CA DE CÉLULAS CLARAS Homens, 60 anos, tabagistas (charuto e cachimbo). ORIGEM ESPORÁDICO: 95% HEREDITÁRIO: associado à síndrome de Von Hippel-Lindau → tumores múltiplos (mas não são metástases) Célula que origina → células epiteliais dos túbulos renais. Gene VHL (supressor de tumor) → alterações nele = angiogênese CLÍNICA: maioria ASSINTOMÁTICO. Minoria (tumor já avançado): sinais clássicos = hematúria, dor costovertebral e massa palpável. Sinais inespecíficos = associação às síndromes paraneoplásicas. MORFOLOGIA: origem nos polos renais. MACRO: vários nódulos, com aspecto ovalado/arredondado e cor amarelada. Necrose + hemorragia. Fibrose. MICRO: células amplas e com citoplasma rico em lipídeos. Vascularização elevada. Necrose (tec conj). PROGNÓSTICO → estadiamento → tamanho, multiplicidade, invasão de estruturas locais e metástase (grande tendência!). > 7cm → piores < 7cm → melhores TUMOR DE WILMS NEFROBLASTOMA Crianças, 2-4 anos → 95% antes dos 10 anos ORIGEM ESPORÁDICA: mais comum. Célula que origina → células pequenas... Gene WT-1 (supressor de tumor) → WT = Wilms Tumor Página 2 de 19 CLÍNICA: massa palpável abdominal, dor abdominal, hematúria, HAS (70%), febre, anemia e leucocitose 50% têm metástases (precoces) MORFOLOGIA: parece carne de peixe → semelhante aos sarcomas → não parece tumor. MICRO: É trifásico → epitélio (lembra túbulos renais → lúmen) + estroma (tec claro) + tec primitivo (blastema → ninhos de células hipercoradas e pouco diferenciadas). Tem necrose também PROGNÓSTICO: simetria, idade e grau de anaplasia. Não tem relação ao tamanho do tumor. Unilaterais (80%) são os melhores. É melhor pra <2 anos. Quanto mais anaplasias (atipias), pior a reposta ao tratamento = pior prognóstico. CONDUTA: NÃO FAZER BIÓPSIA → fazer QT adjuvante e cirurgia direto! Neoplasias da bexiga As mais importantes = neoplasias uroteliais (de células transicionais → epitélio que reveste as vias urinárias) → 90% dos TU primários da bexiga - Homens, >50 anos. - CLÍNICA: hematúria indolor (durante toda a micção) + urgência miccional (tumor preenche = reduz capacidade vesical) - DIAGNÓSTICO Cistoscopia: câmera na uretra → visualização + biópsia → histopatologia Citologia: exame de urina p/ ver células ou grupo de células OBS: neoplasias planas = s/ expressão na macro. Neoplasias papilares = c/ expressão na macro - ETIOLOGIA: tabagismo, atividades industriais, drogas, estase urinária, infecções crônicas, defeitos cromossômicos (p53 e RB → neoplasias papilares (RAS e TP53) e lesões planas (TP53, PTEN e RB)), infecção por Schistosoma Haematobium (desenvolvimento de CA escamoso). PAPILOMAS Neoplasia benigna → sem atipias Minoria (1-2%). Jovens. Recidiva em 14% dos casos (pra igual e não pra pior). MORFOLOGIA MACRO: lesão prolongada, pediculada, única, pequena (<2cm) e ligada à parede. MICRO: projeções revestidas por células uroteliais e com eixo conjuntivo vascular. CLÍNICA: hematúria (pq essa lesão e muito vascularizada → traumatismo das papilas = laceração e hemorragia) NEOPLASIAS UROTELIAIS DE baixo POTENCIAL DE MALIGNIDADE Neoplasia benigna com potencial de malignizar. Recidiva 36% e progressão 4% MORFOLOGIA MICRO: lembra papilas, mas com urotélio que reveste elas mais espesso e mais atipia das células de revestimento (mitoses raras). Não tem invasão (por isso não é maligna). CA DE CÉLULAS TRANSICIONAIS Carcinoma urotelial. Neoplasia maligna (invasivo) com potencial metastático. MAIORIA (90%) Solitário OU multifocal. CRITÉRIO DIAGNÓSTICO HISTOLÓGICO: infiltração das células neoplásicas na parede da bexiga OU no eixo conjuntivo das papilas → REGIÕES MUITO VASCULARIZADAS → possibilidade de metástase. Página 3 de 19 MORFOLOGIA MACRO: massa vegetante, amarelada por necrose e avermelhadas por hemorragia. MICRO: células neoplásicas invadindo o estroma. Doenças túbulo-intersticiais Doenças tubulares NECROSE TUBULAR AGUDA Agressão tubular aguda (nem sempre tem necrose). CAUSAS: hemodinâmicas ou nefrotóxicas. CLÍNICA: insuficiência renal aguda (IRA). DISTÚRBIO HEMODINÂMICO - isquemia CAUSA: choques (hipovolêmico, cardiogênico ou séptico) → má perfusão sanguínea renal = necrose ou alterações degenerativas e regenerativas. MACRO: rim pálido. MICRO: túbulos dilatados (qualquer segmento), células descamadas, cilindros granulares (restos de células necróticas) NEFROTÓXICA CAUSA: rim é intoxicado por um agente (biológico, químico, medicamentoso). Lesão renal = ação direta do agente + resposta imune. MICRO: túbulos proximais dilatados (onde há reabsorção), sem camada epitelial, cilindros granulares e células regenerativas (depois de regeneradas elas voltam ao normal). Infecções urinárias - CAUSA: bactérias G- (85% = E. coli). - FATORES DE RISCO: mulheres (uretra curta e + próx do anus), gravidez (estase urinaria → progesterona = peristaltismo mais lento), obstrução urinaria (estase), procedimentos (cateter, RTP → lesões), DM (defesa mais lenta, imunidade baixa e bexiga neurogênica/estase), imunossupressores e refluxos vesicais. - PATOGÊNESE: MO pegam via ascendente, descendente/hematogênica ou linfática. ASCENDENTE: uretra-bexiga. Cistite → refluxo vesicoureteral (contratilidade afetada da porção inicial do ureter próxima a bexiga → pode ocorrer pela cistite ou quando há alteração congênita do ureter) → urina contaminada volta (ureter dilata por aumento do volume) → infecção do parênquima renal = pielonefrite. DESCENDENTE ou HEMATOGÊNICA: bactérias no sangue → aa renal → pielonefrite. LINFÁTICA: rara. Vasos linfáticos intestinais e renais se comunicam. Erosões e ulcerações da mucosa intestinal → linfáticos → pielonefrite. PIELONEFRITE AGUDA Infecção purulenta do parênquima renal. CLÍNICA: dor lombar (distensão da cápsula), febre alta, disúria, algúria, polaciúria, Giordano positivo. - EXAMES: piúria, hematúria, cilindros purulentos ou leucocitários. EVOLUÇÃO - ABCESSOS: pus + capsulas fibrosas no parênquima renal. Causa sepse. - NECROSE PAPILAR - PAPILITE NECROTISANTE: pacientes diabéticos → papila já é menos vascularizada, e no diabético é menos ainda. Página 4 de 19 - RECIDIVAS MORFOLOGIA: MACRO: áreas branco-amareladas = exsudato purulento, abcesso renal, necrose. MICRO: IIPMN, hemorragia (alteração capilar e da permeabilidade). PIELONEFRITE CRÔNICA Infecção crônica do parênquima renal + fibrose + cicatrizes. ORIGEM: pielonefrite aguda → ativação de fibroblastos → colágeno → queda na função renal → IRC. CAUSA: refluxo vesicoureteral (alteração anatômica) ou obstrução (cálculo urinário na pelve há anos). CLÍNICA: curso lento, evolução arrastada e diagnóstico tardio. Paciente pode relatar episódios prévios de pielonefrite aguda. - EXAMES: cilindros hialinos de proteínas. MORFOLOGIA MACRO: fibrose, irregularidade da superfície externa do rim, capsula muito aderida, redução de peso e volume. MICRO:IIMN, cilindros hialinos. Uropatia obstrutiva e urolitíase Lesão com obstrução na via urinária. Obstrução → estase → infecções → hidronefrose OBSTRUÇÃO: tumor, cálculo ou hiperplasia prostática. Uni ou bilateral; Parcial ou total; Súbita ou crônica; Intrínseca (EX: cálculos) ou extrínseca (EX: gravidez). OBSTRUÇÃO SÚBITA E COMPLETA: dilatação aguda do ureter (hidroureter) ou pelve e cálice (hidronefrose). OBSTRUÇÃO SUBTOTAL ou INTERMITENTE: dilatação progressiva. OBSTRUÇÃO URETRAL: bexiga de esforço → pode estar hipertrofiada ou sofrer trabeculações e divertículos. OBSTRUÇÃO UNILATERAL: pode ser assintomática → outro rim é capaz de suprir a demanda. OBSTRUÇÃO BILATERAL: alteração tubular → incapacidade de concentrar urina. LITÍASE URINÁRIA Homens de 20-30 anos. 80-90% são unilaterais. Predisposição familiar → gota, cistinúria, hiperoxalúria primária → dos constituintes do cálculo na urina ou dos inibidores da formação de cálculos. Maioria surge nos rins (mas pode ser em qualquer nível da via urinaria). IMAGEM: US e RX. COMPOSIÇÃO: mucoproteína + porção mineral (fosfato, ác úrico ou cálcio). CLÍNICA: assintomático ou clínica das complicações. Cólica nefrética (movimentação do cálculo → peristaltismo alterado do ureter), hematúria, náuseas, vômitos, disúria. COMPLICAÇÕES: obstrução, estase, infecção urinária, hidronefrose, isquemia do parênquima renal. MORFOLOGIA MACRO: cálculo coraliforme = toma forma de pelve e cálices renais → cálices dilatados e parênquima reduzido (atrofia). Hidronefrose = dilatação do sistema pielocalicial + hipotrofia/atrofia do parênquima. Página 5 de 19 Adrenais GFRM GLOMERULOSA ------ MINERALOCORTICOIDES (aldosterona) FASCICULADA --------- GLICOCORTICOIDES RETICULADA ----------- ESTEROIDES SEXUAIS MEDULAR --------------- CATECOLAMINAS SÍNTESE/SECREÇÃO HORMONAL HIPOTÁLAMO → CRH (hormônio liberador de corticotrofina) → ADENOHIPÓFISE → ACTH (adrenocorticotrófico) → ADRENAL → COLESTEROL → HORMÔNIOS Doenças do córtex HIPERCORTISOLISMO - SÍNDROME DE CUSHING Hipofisária Adrenal Paraneoplásica Iatrogênica CAUSA: EXCESSO DE GLICOCORTICOIDES Normalmente não há história familiar envolvida EXÓGENA: iatrogênica → maioria! Ingestão de altas doses de glicocorticoides → inibição do eixo hipotálamo-hipofisário → ACTH baixo → atrofia cortical da adrenal bilateral MORFOLOGIA: córtex atrófico bilateral e difusamente. ENDÓGENA - DEPENDENTE DE ACTH: 80% das causas endógenas. Depende de um excesso de produção de ACTH - DOENÇA DE CUSHING: 70% das causas endógenas. Mulheres de 30-40 anos. TUMOR DE ADENO-HIPÓFISE (adenoma produtor de ACTH) → ACTH → hiperplasia cortical + produção de cortisol. MORFOLOGIA: hiperplasia difusa → córtex espesso, volume e peso . Hiperplasia micronodular → nódulos pigmentados, áreas atróficas, células de citoplasma claro, células pigmentadas por lipofuscina = desgaste celular. - SÍNDROME DE CUSHING PARANEOPLÁSICA: produção de ACTH ectópica (principalmente pelo CA pulmonar de pequenas células). - INDEPENDENTE DE ACTH: 20% das causas endógenas. Glicocorticoides e ACTH - SÍNDROME DE CUSHING ADRENAL: causada por algo na adrenal → Adenoma ou Carcinoma produtores de CORTISOL. Outra causa (rara) é a hiperplasia nodular primária cortical. Cortisol em excesso → inibição do eixo hipotálamo-hipofisário → ACTH → glândula com a lesão fica com o seu restante atrofiado e a outra glândula contralateral também. CLÍNICA: HAS ( ADH), obesidade (central = anabólico / periférico = catabólico), atrofia muscular, pele fina/estrias (perda de colágeno), hirsutismo, hipogonadismo, osteoporose, intolerância à glicose (gliconeogênese + inibição da captação de glicose = hiperglicemia) e transtornos emocionais. 75% do córtex Página 6 de 19 HIPERALDOSTERONISMO: Aldosterona (reabsorção de Na+H20 e secreção de K → eleva PA). HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO Produção exagerada e autônoma de aldosterona pelo córtex. INDEPENDENTE DO SRAA (teste de sobrecarga salina → [aldo] não se altera). Aldosterona → supressão do SRAA → Renina. CAUSAS - IDIOPÁTICA: + comum. Hiperplasia bilateral das adrenais. - Adenoma ou Carcinoma do córtex: produtores de Aldosterona → síndrome de Conn. - Hiperaldo responsível ao glicocorticoide: rara. Arranjos cromossômicos → glomerulosa híbrida (responde ao ACTH, o que não é normal → seu estímulo normal é pelo SRAA) → Aldosterona. CLÍNICA: HAS e hipocalemia (fraqueza, parestesia e tetania). HIPERALDOSTERONISMO SECUNDÁRIO MUITO MAIS COMUM que o primário. Alteração sistêmica → ativação SRAA → Aldosterona e Renina. ICC, desidratação, estenose de Aa renal, hipovolemia → queda do fluxo/perfusão renal SÍNDROMES ANDROGENITAIS Excesso de andrógenos das adrenais (virilizantes ou feminilizantes) → síndrome androgenital pura ou síndrome androgenital na Síndrome de Cushing. OBS: a produção de andrógenos nas adrenais é regulada pelo ACTH. CAUSAS: neoplasias adrenocorticais (CA) ou congênita (hiperplasia congênita cortical). ANOMALIAS CONGÊNITAS: 90-95% = deficiência de 21-hidroxilase (produção de cortisol e aldo). Cortisol e Aldo → ACTH → hiperplasia + testosterona (via dos hormônios sexuais não se altera, pois ela independe da 21-hidroxilase) → aumento da genitália/puberdade precoce (homens) e masculinização da genitália externa (mulheres). 30% dos casos: bloqueio na produção de mineralocorticoides (aldosterona) INSUFICIÊNCIA AGUDA PRIMÁRIA Hipofunção adrenocortical (hipoadrenalismo) CAUSAS: após retirada cirúrgica das adrenais, doenças infecciosas agudas, tratamento prolongado com corticoides, evolução do hipocorticalismo crônico, estresse, aumento da demanda de esteroides, necrose/hemorragia maciça da adrenal (uso anticoagulantes, trauma abdominal, asfixia ou Síndrome de Waterhouse-Friderichsen). SÍNDROME DE WATERHOUSE-FRIDERICHSEN: incomum, mas catastrófica. Meningococcemia → coagulação intravascular disseminada (CIVD) = trombose + consumo de plaquetas e fatores de coagulação = sangramento vira hemorragia importante → agressão endotelial pelas toxinas bacterianas → necrose hemorrágica maciça bilateral adrenal → insuficiência adrenal aguda rápida. CLÍNICA: febre, hemorragias petequiais difusas, hipotensão (glomerulosa tá necrosada = aldo), colapso circulatório profundo/cianose intensa. Morte em 2-3 dias. MORFOLOGIA: hemorragias purpúricas na pele, cianose intensa. Adrenal enegrecida (saco sanguíneo) e com volume aumentado. Arquitetura normal é desarranjada (medular e córtex misturadas) e há hemorragia. Página 7 de 19 INSUFICIÊNCIA CRÔNICA Hipofunção adrenocortical (hipoadrenalismo). PRIMÁRIA: lesão na cortical. - RESPOSTA AO ESTÍMULO DE ACTH: injeção de hormônio = sem resposta. - CAUSA: Doença de Addison → Adrenalite autoimune (70% dos casos) → destruição lenta e progressiva do parênquima → atrofia → sinais clínicos com 90% de destruição. - Homens ou Mulheres de 30-55 anos. - CLÍNICA: astenia, hipoglicemia, hipotensão ortostática, distúrbios GI, perda de peso, queda de pelos axilares e pubianos, fadiga, hiperpigmentação de pele e mucosas. - cortisol, aldo e andrógenos = ACTH. - MORFOLOGIA: atrofias importantes na cortical e calcificações distróficas. Infiltrado linfocitário (adrenalite). SECUNDÁRIA: alteração (CA metastáticos, infecções e infartos) no hipotálamo ou hipófise = ACTH. - RESPOSTA AO ESTÍMULO DE ACTH: injeção de hormônio = resposta efetiva (pq havia falta de ACTH). HIPERPLASIAS ADQUIRIDAS Distúrbio de crescimento e diferenciação da cortical das adrenais. Podem ser: DIFUSA, NODULAR ou MACIÇA. DIFUSA: mais comum. Excesso de estímulo do ACTH por: Adenoma de hipófise (maioria) ou CA broncopulmonar de pequenas células. NODULAR: hiperplasia cortical primária→ mais rara. Hiperplasia macronodular = nódulos >3mm + córtex espessado. NEOPLASIAS ENDÓCRINAS: até as benignas podem ter atipias e as malignas não ter. NEOPLASIAS ADRENOCORTICAIS Distúrbio de crescimento e diferenciação da cortical das adrenais. Pouco frequentes. 1º pico <5 anos de idade e 2º pico entre 40-50 anos. Origem: células epiteliais. Podem ser malignas ou benignas, funcionantes ou não funcionantes. SCORE: ≥ 3 = malignidade. Alto grau nuclear: muita atipia ou não Índice mitótico >5/50 por campos de grande aumento Mitoses atípicas > 25% de células claras Arquitetura difusa em +1/3 do tumor Necrose confluente Invasão de estruturas (vasos) ADENOMAS ADRENOCORTICAIS Não funcionantes são as mais comuns. MORFOLOGIA: nodulares, circunscritas, 2-4cm, superfície amarelada e com hemorragia. MACRO funcionantes: hipotrofia da cortical restante e da adrenal contralateral. Resto da adrenal atrófica. MICRO não funcionantes: células claras, semelhantes às da zona fasciculada. Resto da adrenal normal. ADENOCARCINOMAS ADRENOCORTICAIS Crianças-Idosos. Página 8 de 19 Pode dar metástases, principalmente pra linfonodos regionais, fígado, pulmão e ossos. MORFOLOGIA MACRO: 7-20cm, aspecto infiltrativo ou arredondado, volumosa, com áreas de necrose e hemorragia, compressão do polo. MICRO: anaplasia, muita atipia, células multinucleadas, pleomorfismo e invasão vascular. Doenças da medular da adrenal FEOCROMOCITOMA 90% são benignas. Raras. Crianças e adultos (maioria) de ambos os sexos. CRITÉRIO DE MALIGNIDADE: metástase. Origem: células cromafins (medula → produção de catecolaminas). DIAGNÓSTICO: dosagem urinária aumentada de catecolaminas e alterações em exames de imagem. REGRA DOS 10% 10% são ligados à síndrome familiar (na verdade são 10-25%) 10% são fora das adrenais (paragangliomas) 10% são bilaterais 10% são malignos (metástases) 10% aparecem na infância MORFOLOGIA MACRO: nódulos únicos, encapsulados, avermelhados/acinzentados, necroses e hemorragias. MICRO: bolas de células cromafins (fusiformes ou poligonais) em arranjos alveolares (estroma fibrovascular dentro) = ZELLBALLEN. São circundadas por septos conjuntivos cheios de vasos. CLÍNICA: catecolaminas = sudorese, palpitações, elevação do metabolismo, náuseas, vômitos, perda de peso, cefaleia, hipertensão (em 90% dos pacientes. ICC, edema pulm, IAM). Tireoide - FOLÍCULOS TIREOIDIANOS: revestido por células foliculares ou tireócitos e contém coloide. - CÉLULAS C ou PARAFOLICULARES: produzem calcitonina. SÍNTESE/SECREÇÃO HORMONAL HIPOTÁLAMO → TRH → HIPÓFISE → TSH → TIREOIDE → T3 e T4 → METABOLISMO DOS TECIDOS EFETORES AUTO-REGULAÇÃO IODO INTRACELULAR → SENSIBILIDADE DA CÉLULA FOLICULAR AO TSH - TIREOGLOBULINA: subproduto do hormônio tireoidiano. Produzidas na mesma linha do hormônio tireoidiano (é participante nessa produção). - T4 é mais abundante, mas T3 é mais potente. - NÓDULO TIREOIDIANO: podem ser cistos, bócios, tireoidites, adenomas ou carcinomas. Fatores de risco para malignidade: homens, <20 anos, radiação no pescoço, histórico familiar de doença da tireoide, crescimento de massa cervical, linfonodomegalia cervical. - PAAF: padrão ouro. Capta células e grupos de células → exame citológico. Método de triagem mais utilizado na propedêutica de lesões tireoidianas. Alta sensibilidade e especificidade. Não diferencia adenoma de carcinoma folicular. Página 9 de 19 HIPERTIREOIDISMO/TIREOTOXICOSE OBS: TIREOTOXICOSE: excesso de T3 e T4 = síndrome clínica X HIPERTIEOIDISMO: hiperatividade da tireoide. CAUSAS: bócio tóxico (aumento da glândula, que produz hormônios em excesso), hormônios exógenos, tireoidite subaguda (inflamação → destruição de folículos tireoidianos = liberação de hormônios), tumores da tireoide, adenoma hipofisário secretor de TSH, doenças do hipotálamo (TRH). ALTERAÇÕES FUNCIONAIS MULTISSITÊMICAS da tireotoxicose: emagrecimento, hiperexia, fadiga, hipertermia, taquicardia, arritmia, ICC, PA divergente, pele quente e úmida, unhas quebradiças, queda de cabelos, exoftalmia, diarreia, insônia, irritabilidade e agitação. HIPOTIREOIDISMO Deficiência de hormônios da tireoide, principalmente. CAUSAS: primárias (tireoidites, deficiência de iodo, tireoidectomia), hipofisárias (neoplasias, cirrugia, radioterapia), hipotalâmicas (neoplasias, cirurgia, radioterapia) ou periféricas (rara. Tecidos periféricos não respondem aos estímulos hormonais). ALTERAÇÕES FUNCIONAIS MULTISSITÊMICAS: astenia, hipotermia, retenção hídrica, ganho de peso, fáceis mizedematosa, bradicardia, PA convergente, ICC, pele seca e fria, queda de cabelo, unhas quebradiças, hipomotilidade, depressão, fadiga e diminuição da concentração. BÓCIO Aumento volumétrico da glândula. Endêmico ou Esporádico Difuso ou Nodular Hiperfuncionantes (tóxicos → aumento da glândula + aumento da função) ou Não- funcionantes (atóxicos → sem excesso de função) CAUSAS: hiperplasia difusa ou nodular, tireoidites, neoplasias. BÓCIO ENDÊMICO: >10% da população de uma área geográfica, normalmente montanhosa e pobre em iodo. Clínica em idades mais precoces (cretinismo endêmico → hipotireoidismo muito precoce). Pode aparecer quando há dieta rica em alimentos bocigênicos (cálcio e vegetais ricos em Tiouracil → interferem em enzimas da síntese de hormônios tireoidianos). BÓCIO ESPORÁDICO: qualquer região. Acomete mais mulheres jovens, adolescentes, stress, gestantes, carentes de iodo. BÓCIO DIFUSO: pode ser tóxico ou não → precisa de exames laboratoriais pra diferenciar. BÓCIO DIFUSO TÓXICO: DOENÇA DE BASEDOW-GRAVES Mulheres de 20-40 anos. Causa mais comum de hipertireoidismo endógeno. Autoimune: anti-receptor TSH (TRab → TSI) → IgG mimetiza o TSH e estimula o crescimento da glândula. CLÍNICA: hipertireoidismo, oftalmopatia (exoftalmia → verdadeira oftalmopatia da doença = compressão do nn óptico → edema) e dermopatia (mixedema pré-tibial). Sopro audível na tireoide. EXAMES: T3 e T4, TSH e captação de iodo radioativo. MORFOLOGIA: bócio difuso e indolor. MACRO: tireoide aumentada difusamente e sem nódulos. Avermelhada ( vascularização). MICRO: hiperplasia do epitélio folicular. Projeções para o interior do folículo (papilas), vacuolização periférica do coloide. Página 10 de 19 OBS: CRITÉRIOS DE MALIGNIDADE: características nucleares! Papilas não determinam. BÓCIO NODULAR TÓXICO: DOENÇA DE PLUMMER → adenoma tóxico (nódulo solitário) com tecido autônomo que produz hormônios em excesso, sendo independente do TSH. ATÓXICO: não hiper-funcionante. MORFOLOGIA MACRO: aumento volumétrico da cervical → tireoide aumentada de volume com nódulos de diferentes tamanhos separados por septos fibrosos. MICRO: nódulos com conteúdo gelatinoso (coloide) ou hemorrágico. Folículos revestidos por epitélio cúbico ou achatados, dilatados (com tireoglobulina acumulada no folículo, ao invés de hormônio. Traves fibrosas finas delimitam os nódulos. BÓCIO DIFUSO E NODULAR ATÓXICO/TÓXICO Iodo (deficiência alimentar) → síntese prejudicada de hormônios tireoidianos → TSH → hiperplasia/hipertrofia folicular → aumento da glândula (compensação) → acúmulo de coloide → hipotrofia do epitélio → formação de nódulos → pode virar tóxico. TIREOIDITE SUBAGUDA Granulomatosa, de células gigantes ou De Quervain. Mulheres jovens que tiveram uma infecção viral (IVAS) prévia. Os LT citotóxicos lesam a tireoide também. CLÍNICA: dor cervical (causa mais importante de dor na tireoide), febre, mal-estar, aumento da glândula. 50% terão tireotoxicose. Processo autolimitado, mas 25% desses podem evoluir com hipotireoidismo. MORFOLOGIA MICRO: linfócitos, células gigantes multinucleadas do tipo corpo estranho (fagocitam corpo estranho = coloide), restos de folículostireoidianos destruídos. TIREOIDITE DE HASHIMOTO Autoimune. M:H = 10:1. 45-65 anos. Principal causa de hipotireoidismo em regiões sem carência de iodo (níveis hormonais são variáveis, pode ter fase em hiper tb). Há perda da função tireoidiana com o tempo. Inflamação → LTCD8 e LTCD4 → respostas humoral e celular → produção de Ac → destruição do parênquima tireoidiano. Ac antitireoperoxidase (TPO): em 95% das tireoidites de Hashimoto. É marcador universal de doença tireoidana. Antireceptor de TSH: bloqueia o receptor de TSH Antitransportador de iodetos: reduz produção de hormônio tireoidiano. MORFOLOGIA MACRO: bócio difuso. Aumento simétrico com lobulação e consistência fibroelástica. Coloração brancacenta (inflamação = aspecto de fibrose). Aspecto hipotrofiado depois. MICRO: linfócitos. Folículos linfoides com centro germinativo evidente, com células mais volumosas e com citoplasma mais eosinofílico = células oxifílicas. TIREOIDITE DE RIEDEL Rara e de causa desconhecida. Mulheres. Reação fibrosante da tireoide (tireoide fica rígida, fibrosa e aderida a estruturas adjacentes). Perda de função (hipotireoidismo). Pode simular neoplasia (fazer DD). MORFOLOGIA MICRO: inflamação crônica (esclerose e fibrose difusas) e folículos remanescentes. Página 11 de 19 Neoplasias benignas OBS: 90% das neoplasias (benignas + malignas) se originam de células foliculares e 10% de células parafoliculares, linfomas, neoplasias raras ou metastáticas (EX: rim). ADENOMAS FOLICULARES 10x mais comuns que as neoplasias malignas. Mulheres de 20-60 anos. DD: principal é o carcinoma folicular → mesmo aspecto na PAAF. A diferença é a invasão dos vasos e da cápsula (CA) ou não (adenoma), que não é identificada na PAAF MORFOLOGIA: aumento volumétrico. MACRO: nodular, única, bem delimitada, pardacenta e revestida por cápsula. MICRO: cápsula (faixa rósea), folículos pequenos dentro da lesão. Alguns folículos têm coloide e outros não. Neoplasias malignas - FATORES DE RISCO: radiação prévia de cabeça/pescoço, excesso de TSH e alterações genômicas. CA PAPILAR 85%. Mulheres. Surge a partir de células foliculares. Alterações: fusão de RET/PTC, mutação de BRAF = proliferação celular. Padrão indolente (evolui lentamente). Disseminação é linfática (linfonodos cervicais). Bem diferenciado. Prognóstico ótimo: sobrevida de 100% em 10 anos. MORFOLOGIA: definido pelas alterações nucleares. PAAF → projeções/papilas revestidas por cél folic com pseudoinclusão intranuclear (área + clara e rosa), fendas nucleares (risco), corpos psamomatosos (calcificações). CA FOLICULAR 5-15%. Mulheres. Surge a partir de células foliculares. Alterações: mutação RAS e PIK2CA (ganham função) ou fusão de PAX8/PPARG ou inativação de PTEN. Padrão indolente. Disseminação é hematogênica (pulmão e ossos). Bem diferenciado. Fatores de risco: áreas de carência de iodo → estímulo prolongado do TSH ( atv mitótica). Bom prognóstico quando nodular (minimamente invasiva). Pior prognóstico quando difuso. MICRO: cápsula fibrosa invadida (cogumelo), microfoliculos com coloide ou não. CA MEDULAR 5-10%. Mulheres. 50-60 anos. Surge a partir de células parafoliculares. 10% têm caráter familial → autossômica dominante → neoplasias endócrinas múltiplas (NEM) NEM IIA: desenvolve feocromocitoma, hiperplasia ou adenoma da paratireoide. NEM IIB: CA medular, feocromocitoma e neuromas múltiplos em região de mucosa. Alterações: mutação de RET. Diarreia em 30% dos casos. Disseminação é linfática. A hematogênica é tardia. 50% já tem metástase ao diagnostico. Malignidade é intermediaria (maligno, mas nem tanto). MICRO: células arredondadas poligonais com amiloide (calcitonina dentro) entre elas. CA ANAPLÁSICO 5%. Geralmente em idosos (65 anos). Surge a partir de células foliculares → células pouco diferenciadas ou indiferenciadas. Página 12 de 19 Disseminação é precoce. Pode comprometer a laringe = rouquidão. Nem sempre a ressecção cirúrgica resolve. Pior prognóstico. Indiferenciado. MICRO: áreas de necrose e hemorragia (fundo sujo necrohemorrágico). Células fusiformes: + alongadas. Células pleomórficas. Paratireoide - CÉLULAS PRINCIPAIS: formam cordões. Produzem paratormônio (PTH → estimula a reabsorção óssea de cálcio → aumenta o nível de cálcio no sangue). - CÉLULAS OXIFÍLICAS: função desconhecida. Hiperparatireoidismo - PRIMÁRIO: problema na própria paratireoide (adenoma, hiperplasia, CA) → superprodução de PTH autônoma. Forma mais comum de apresentação: hipercalcemia assintomática. - SECUNDÁRIO: problema é sistêmico (IRC) → hipocalcemia persistente → estimula a paratireoide. Mais comum que o primário. - TERCIÁRIO: secundário que virou primário → mesmo depois de tirar a causa do secundário (EX: transplante renal), o hiperparatireoidismo persiste (glândula vira autônoma). HIPERPLASIA DA PARATIREOIDE Aumento do nº de células (homo ou heterogêneo) = aumento de massa. PRIMÁRIA: idiopática. SECUNDÁRIA A HIPOCALCEMIA CRÔNICA: problema sistêmico → hiperplasia secundaria → aumento de todas as glândulas. SECUNDÁRIA AUTÔNOMA: terciária. Tira a causa, mas a hiperplasia continua por um tempo. ADENOMA DA PARATIREOIDE 85-95% dos casos de hiperparatireoidismo primário. Mais comum em mulheres ≥ 40 anos. Pode ser ectópico. As outras glândulas ficam normais ou hipotróficas (feedback negativo). MORFOLOGIA MACRO: lesão única (uma única glândula afetada), bem delimitada, ovalada, acastanhada, e encapsulada. 1-5g. MICRO: hipercelularidade (células principais → maiores que as principais normais), homogêneo, vascularizado. CA DA PARATIREOIDE Muito raro: <1% dos casos de hiperparatireoidismo primário. Idiopático. Homens e mulheres de 40-50 anos. Hiperparatireoidismo é mais acentuado que no adenoma → calcemia e PTH + altos. CLÍNICA: massa cervical palpável (75% dos casos), paralisia de cordas vocais (por compressão). CRITÉRIOS DE MALIGNIDADE: invasão da capsula e de tecidos vizinhos, recidiva do hiperparatireoidismo (se persistir mesmo se tirar a lesão, pode significar metástase), metástase (linfonodos e pulmão). MORFOLOGIA MACRO: maiores que adenomas (3cm), mas indistinguíveis, firmes e aderidos aos tecidos vizinhos. Página 13 de 19 MICRO: células (bem diferenciadas) proliferadas e organizadas em trabéculas + espessas, com traves fibrosas no meio. Invasão capsular ou de vasos. Hipófise - A síntese e a secreção dos hormônios hipofisários são reguladas pelos hormônios hipotalâmicos (TRH, PIF, CRF, GH-RF, GH-IRF, Gn-RF). - NEUROHIPÓFISE: posterior. Armazena e libera neuro-hormônios (não produz) → ADH e ocitocina. - ADENOHIPÓFISE: anterior. Parte endócrina da hipófise → TSH, prolactina, ACTH, GH, FSH e LH. CÉLULAS: acidófilas, basófilas e cromófobas. - Quanto < a [hormônio] que a hipófise consegue produzir, > serão suas manifestações clínicas. Hipopituitarismo - Pelo menos 90% do tecido hipofisário precisa ser destruído: parcial (alguns hormônios) ou totalmente (todos os hormônios). SÍNDROME DE SHEEHAN CAUSAS: necrose hipofisária pós-parto (parto com hemorragia extensa) → hipotensão/choque. Na gestação a hipófise cresce mais que a vascularização, então já há uma isquemia relativa. Em algumas pacientes que tem hemorragias volumosas no parto, o suprimento sanguíneo fica ainda mais reduzido (principalmente na adenohipófise) = princípio de infarto → fibrose → manifestações clínicas. CLÍNICA: imediatamente ou meses (algumas células podem permanecer viáveis) após o parto. Interrupção da lactação (prolactina), amenorreia (gonadotrofinas) e insuficiência pluri- hormonal. HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO Origem familiar. Queda da secreção de LH e FSH apenas → genitália e caracteres sexuais pouco desenvolvidos. Hiperpituitarismo EXCESSO DE GH GIGANTISMO: esqueleto cresce em excesso. GH na infância ou puberdade → antes do fechamento das cartilagens. Geralmente devido à um adenoma hipofisário. ACROMEGALIA: crescimento das porções acrais do esqueleto → nariz, orelhas, mãos, pés e vísceras. GH na vida adulta (cartilagens já fechadas). DOENÇA DE CUSHING ACTH → cortisol. GALACTORREIA - AMENORREIA prolactina. CAUSAS: prolactinoma, lesões hipotalaminas, hipotireoidismo e fármacos. Distúrbios de crescimento da hipófise - HIPERPLASIA: incomum. Página 14 de 19 - NEOPLASIA: benigna (adenoma → podem ou não secretar hormônios → prolactinoma, secretante de GH, secretante de ACTH etc.) ou maligna (carcinoma → MUITO RAROS). ADENOMAS HIPOFISÁRIOS Homens e mulheres de 30-60 anos → + comum em mulheres jovens. CLASSIFICAÇÃO TAMANHO: micro (≤10mm) ou macro (>10mm). CARACTERÍSTICA: ativos ou inativos (podem dar clínica se houver compressão). RADIOLOGIA CIRÚRGICO CLÍNICA: associada aos hormônios elevados ou efeito de massa (alteração no campo visual, cefaleias, náuseas, vômitos, compressão de vasos, herniações). MORFOLOGIA MACRO: lesão aumentada de volume, circunscrita e maciça que preenche toda a sela turca. MICRO: células organizadas em cordoes, alta vascularização, perda do arcabouço reticular. PROLACTINOMA: 20-30% dos adenomas hipofisários. Afeta mais mulheres, entre 50-60 anos ou jovens. É a causa mais comum de hiperprolactinemia. prolactina → GnRH no hipotálamo → FSH e LH na adenohipófise. CLÍNICA: ciclos anovulatórios, oligomenorreia/amenorreia, infertilidade; testosterona, libido e impotência. Pâncreas - ENDÓCRINO: ilhotas de langerhans → células α (15-20%) e β (50-60%). G.A.B.I.: Glucagon α, β Insulina. - Há células ∆ (somatostatina), PP (peptídeo pancreático) e ε (grelina). Diabete melito DIAGNÓSTICO Glicemia aleatória ≥ 200mg/dl + poliuria, polifagia, polidipsia e perda de peso Gj ≥ 126 mg/dl TOTG/GPP: ≥ 200mg/dl HbA1 ≥ 6,5% PRÉ-DIABETES Tolerância diminuída a glicose → resistência insulínica. EXAMES - Gj: 100-125 mg/dl - GPP: 140-199 mg/dl - HbA1: 5,7-6,4% CLASSIFICAÇÃO DM1: destruição das células beta. 5-10%. DM2: resistência periférica a ação da insulina + disfunção das células beta. 90%. INSULINA NO PÂNCREAS Página 15 de 19 Refeição → glicose aumenta → célula beta capta glicose pelo GLUT-2 → glicose vira ATP → ATP bloqueia canal de K → célula beta despolariza a membrana → célula beta libera insulina (e peptídeo C) imediatamente → estímulo prolongado da células beta = mais síntese de insulina. OBS: INCRETINAS (GLP-1 e GIP) → delgado, íleo e cólon. Estimulam o aumento da secreção de insulina, diminuem a secreção de glucagon e retardam o esvaziamento gástrico (> saciedade). Principal ação → ANABOLISMO. NOS TECIDOS: mm estriado esquelético e adiposo (cérebro e fígado não precisam de insulina). Insulina + receptor de insulina → aumento do glicogênio/lipídeo/síntese de proteína, redução da lipólise, crescimento e diferenciação células + liberação de vesícula com o GLUT-4 (vai pra membrana e capta mais glicose). DM TIPO 1 Doença autoimune (genética + ambiente) → destruição das ilhotas de langerhans. GENÉTICA: locus HLA no cromossomo 6p21 do tipo DR3 e DR4. CLÍNICA: hiperglicemia e cetoacidose ocorrem quando >90% das células beta estão destruídas. Poliuria, polifagia e polidipsia, cetoacidose (náuseas, fadiga, vômitos, dor abdominal, Kussmaul, inconsciência e coma) e perda de peso. DM TIPO 2 Genética (hereditariedade, mas não genes) + ambiente (obesidade) + estado pró-inflamatório. PATOGÊNESE Obesidade → resistência periférica a insulina (redução dos receptores, redução dos intermediários de sinalização intracelular, alteração na translocação de GLU-4 → glicose não entra direito na célula) → aumento da insulina (feedback) → disfunção das células beta → hiperglicemia → DM2. CLÍNICA: assintomáticos ou síndrome hiperosmótica hiperosmolar (diurese osmótica → desidratação grave). COMPLICAÇÕES EXPLICAÇÃO - Formação de produtos finais da glicosilação avançada (AGE): AGEs ligam em receptores de células inflamatórias (endotélio e mm liso vascular) e geram efeitos prejudiciais (trombose, lesão, espessamento). - Ativação da proteína-cinase C: estimulam a produção de moléculas pró-angiogênicas (retinopatia). atv vasoconstritora e atv vasodilatadora = isquemia relativa. Produção de moléculas pró-fibrinogênicas e pró-coagulantes. - Estresse oxidativo e distúrbios nas vias de poliol: glicose em tecidos insulino independentes, mas sem haver metabolização dela em sorbitol (enzima precisa de co-fator que não tem) → estresse. Sorbitol alto = catarata. - Vias das hexosaminas e geração de frutose-6-fosfato: aumento da glicose = auemento de futrose-6-fosfato = excesso de proteoglicanos. NO PÂNCREAS: redução das ilhotas (viram material amiloide); Insulinite (só na DM1); DOENÇA MACROVASCULAR DIABÉTICA: aterosclerose acelerada → IAM, AVE, gangrena. MICROANGIOPATIA DIABÉTICA: AGEs → espessamento generalizado das membranas basais → sistema nervoso = neuropatia + alterações do SNA. Página 16 de 19 OLHOS: retinopatia (prot C cinase), catarata (sorbitol) e glaucoma (proliferação vascular → impede a drenagem de humo aquoso). NEFROPATIA: esclerose menangial e glomeruloesclerose nodular (doença de Kimmestiel- Wilson). Linfomas CÓRTEX (externo (LB) e interno (LT)) + MEDULA (linfócitos, macrófagos e fibras reticulares) OBS: LEUCEMIA: neoplasia que tem amplo acometimento da MO. Incidência aumenta >40 anos. Maioria acomete homens (menos o de grandes células B do mediastino). VÍRUS ASSOCIADOS: vírus EBV (mononucleose), HTLV1 (leucemia de LT humana) e HHV 8 (herpes). CLÍNICA: geralmente há linfonodos aumentados. Se forem palpáveis eles são grandes, pouco móveis, indolores e aumentam com o tempo. Se for na forma leucêmica, há supressão da hematopoese. Se acometer baço e fígado, pode haver espleno e hepatomegalias. SINTOMAS B: linfonodomegalia, febre vespertina >38° (sem causa aparente), sudorese noturna abundante e perda de >10% do peso em <6 meses. São causados pelas citocinas dos linfomas e são associados ao estadiamento da doença. DIAGNÓSTICO: exame clínico, hemograma, velocidade de hemossedimentação, funções renal e hepática, RX de tórax, TC de tórax, abdome e pelve. Biópsia = histologia + imuno-histoquímica. ESTADIAMENTO: sistema de Ann-Arbor → relacionado à localização das lesões. ESTÁGIO 1: 1 linfonodo ou grupo comprometidos. ESTÁGIO 2: +1 linfonodo ou grupo comprometidos, do mesmo lado do diafragma e acima dele. ESTÁGIO 3: +1 linfonodo/grupo comprometidos, em ambos os lados do diafragma E/OU acometimento esplênico, acima ou não do diafragma. ESTÁGIO 4: doença disseminada, com infiltração de outros órgãos (MO e fígado). LETRAS A: ausência de sintomas B: febre, sudorese noturna, emagrecimento E: comprometimento extranodal S: comprometimento esplênico X: raio-X com tumor >10cm no maior diâmetro ou >1/3 do maior eixo do tórax. Indica pior prognóstico. PROGNÓSTICO: pode ser muito bom, bom ou ruim ou pacientes de grupos de risco baixo, intermediário ou alto. PIOR: idade ≥ 60 anos; LDH alto; Estado de desempenho ≥2 (ECOG); +1 local de acometimento extranodal; Hb <12g/dL. SOBREVIDA MAIOR = mais chance de desenvolver outras neoplasias. CLASSIFICAÇÃO: neoplasias de células B (precursoras e imaturas OU periféricas e maduras), neoplasias de células T (imaturas ou maduras → T é pior que B) e NK (periféricas e maduras), linfoma de Hodgkin (clássico ou predominância linfocítica nodular). Linfoma de Hodgkin 1/3 dos linfomas. Homens de 10-30 anos. CÉLULA PRECURSORA: LB. Doença precoce Página 17 de 19 Neoplasia linfoide. Há proliferaçãode células atípicas (células de Reed-Sternberg = variantes RS) imersas em substrato de aspecto inflamatório (maior parte do tumor). CÉLULA RS CLÁSSICA: binucleada e com nucléolo grande. LH do tipo CELULARIDADE MISTA. CÉLULA RS DE HODKIN: mononucleada. CÉLULA LACUNAR: nucleo mais claro e citoplasma abundante → citoplasma se rompe na preparação citológica (espaço claro). LH do tipo ESCLEROSE NODULAR. CÉLULA L&H: núcleos polipoides, nucléolos pouco evidentes e citoplasma abundante = célula popcorn. LH do tipo PREDOMINÂNCIA LINFOCÍTICA NODULAR. Podem ou não ter sintomas B. Estadiamento é muito importante. Surgimento: 1 linfonodo ou 1 cadeia, com disseminação contígua. Acometimento extranodal é pouco comum. PATOGÊNESE Eventos transformadores (EX: vírus EBV) → ativação de genes que promovem sobrevida e proliferação de céls B do centro germinativo ou pós-centro germinativo → células atípicas falham em expressar a maioria dos genes das céls B → céls B viram células RS → perdem a capacidade de apoptose e produzem citocinas que estimulam a resposta inflamatória → células inflamatórias produzem fatores que mantem o crescimento das céls tumorais → ciclo... CLÁSSICO: células RS tem imunofenotipo semelhante: CD15+ ; CD30+ ; CD45- ; CD20-/+ (positivo ou não) ; EBV + (não em todos) ESCLEROSE NODULAR: mais comum > 65-70% dos casos Homens e mulheres Linfonodos cervicais, supraclaviculares e mediastinais Associação à EBV é rara MORFOLOGIA: traves de esclerose/fibrose, arquitetura subvertida, células lacunares dentro das traves, linfócitos, eosinófilos, plasmócitos e macrófagos Prognóstico bom-excelente CELULARIDADE MISTA: mista pq as céls neoplásicas estão submersas em diversos outros tipos de céls inflamatórias 20-25% dos casos Homens mais velhos Sintomas B associados Disseminação hematogênica Associação à EBV em >70% dos casos MORFOLOGIA: células RS clássica e de Hodkin Prognóstico favorável RICO EM LINFÓCITOS Pouco frequente Associação à EBV em 40% dos casos MORFOLOGIA: pano de fundo = muitos linfócitos. Células de RS clássicas Prognóstico favorável-excelente DEPLEÇÃO LINFOCITÁRIA < 5% dos casos Idosos e HIV+ Associação à EBV >90% Página 18 de 19 MORFOLOGIA: células mononucleadas atípicas em pano de fundo com poucos linfócitos e fibrose difusa DD: linfoma de grandes células B (aspecto histológico) Prognóstico menos favorável NÃO CLÁSSICO PREDOMINÂNCIA LINFOCÍTICA NODULAR: imunofenotipo CD15- ; CD30- ; CD45+ ; CD20+ ; EBV- 5% dos casos Homens adultos jovens Sem associação à EBV Maior tendência de recidiva MORFOLOGIA: célula de L&H (popcorn) Prognóstico bom Linfoma não-Hodgkin 70% dos linfomas. CÉLULA PRECURSORA: LB. Surgimento: 40% se iniciam em sítios extranodais, com disseminação imprevisível (+ agressivo) e não contigua (linfonodos periféricos podem ser acometidos → anel de Waldeyer e linfonodos mesentéricos). Clínica depende do subtipo histológico. A resposta terapêutica é relacionada à atividade celular. 2/3 têm aumento de linfonodos. Podem ter sintomas B. Prurido presente. SUBTIPOS: INDOLENTES, AGRESSIVOS e ALTAMENTE AGRESSIVOS. Estadiamento: Ann-Abor + outros fatores (subtipo histológico). Estadiamento é menos importante. INDOLENTES Idosos. Clínica arrastada. Já é disseminada ao diagnóstico. Resposta terapêutica é negativa (sem cura). Células tem aspecto de linfócitos maduros e com poucas mitoses. LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA (Linfoma Linfocítico Crônico – LLC) Maioria é Leucemia (linfocitose > 5000 céls/mm3) → leucemia + comum em adultos Homens de 60-65 anos Célula precursora: LB periférico/circulante CLÍNICA: maioria assintomáticos. Anemia hemolítica e trombocitopenia, leucopenia (200000/mm3), fadiga, perda de peso, linfadenopatia generalizada, hepatomegalia. Sobrevida média de 4-6 anos. Pode virar Linfoma de alto grau (5% dos casos) → síndrome de Richter (piora o progn). MORFOLOGIA: população uniforme e monótona de pequenos linfócitos. Leucemia: alta celularidade. Linfoma: arquitetura alterada (córtex e medula). Sem mitose. Centros proliferativos (linfócitos maiores e núcleos + evidentes). LINFOMA FOLICULAR: 2º LNH + comum no Brasil Homens e mulheres de 60 anos Célula precursora: LB linfoide (centro germinativo) Causa: translocações cromossômicas → t(14; 18) → BCL2 → apoptose CLÍNICA: linfadenopatia generalizada indolor, comprometimento de MO (85%), de polpa branca do baço e das tríades portais hepáticas. Ao diagnóstico, o estadiamento já é 3 ou 4 → sobrevida média = 7-9 anos. Pode virar Linfoma de alto grau → linfoma difuso de grandes células B (25-50%) Página 19 de 19 MORFOLOGIA: arquitetura alterada. Agregados nodulares difusos. Folículos com céls linfoides (pequenas, com cromatina condensada → centrócitos) e centroblastos (céls maiores). AGRESSIVOS Adultos (mas qualquer idade tb). Clínica agressiva (óbito rápido). Comprometem MO ou leucemizam (incomum). Resposta terapêutica é positiva (boa) para QT agressiva. Sobrevida de 60-80%. Células são volumosas e têm muitas mitoses. LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B: 30-40% dos LNH Homens de 60 anos. Célula precursora: centrofoliculares → céls B ativadas pós-centro germinativo Causa: BCL-6 → céls B ficam em estado não diferenciado e proliferativo CLÍNICA: primário (pode surgir já sendo LDGB) ou transformação de síndrome de Richter. Acometimento tardio da MO. Massa cresce rápido (nodal ou extranodal). MORFOLOGIA: se acometer o baço → massa única, grande e isolada. Proliferação de grandes céls, nucléolo evidente e figuras de mitose Rapidamente fatais (se não tratados) → cura = 40-50% ALTAMENTE AGRESSIVOS Crianças. Clínica muito agressiva (óbito muito rápido → emergência hematológica). Comprometem SNC, MO ou leucemizam (comum). Resposta terapêutica é positiva para QT agressiva. Células são intermediárias → nº muito alto de mitoses (pode chegar à 100%). LINFOMAS/LEUCEMIAS LINFOBLÁSTICAS AGUDAS (LLA) Célula precursora: LB precursor da MO ou LT precursor (T pior que B) LT → linfomas e adolescentes (massas tímicas de rápido crescimento) LB → leucemias e crianças 90% = alterações estruturais ou numéricas cromossômicas CLÍNICA: início abrupto, pancitopenia (acometimento da MO), dor óssea, linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia, envolvimento testicular, manifestações neurológicas (meninges) 90% de remissão completa após QT agressiva → cura de 75-85% (muito sucesso) Prognóstico: ann-arbor. Melhor quando 2-10 anos, baixa contagem de blastos e translocações cromossômicas favoráveis. Pior quando <2 anos ou adultos/adolescentes, translocações desfavoráveis e muitos blastos (100000) MORFOLOGIA: citoplasma escasso, basofílico, cromatina pontilhada e nucléolos pequenos, muita mitose e aspecto em céu estrelado (macrófagos digerem restos de células tumorais). Leucemia = hipercelular. Linfoma = massa tímica. LINFOMA DE BURKITT Crianças e adultos jovens Célula precursora: LB maduro do centro germinativo Maioria extranodal → endêmica (África → massa mandibular → 100% EBV), esporádica (massa em íleo terminal/ceco e peritônio → 30-70% EBV) ou associada ao HIV (25-100% EBV) Translocações do oncogenes MYC no cromossomo 8 Índice proliferativo (mitose) de 100% → muito agressivos → boa resposta à QT MORFOLOGIA: endêmica → infiltrado difuso, céls linfoides médias, monomórficas, núcleos redondos, nucléolos pequenos, citoplasma basofílico e macrófagos com corpos tingíveis (céu estrelado).
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