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Thaís Viana de Ávila Oliveira - 73 A - Farmacologia aplicada Micobacterium tuberculosis o Bacilo de Koch. Não classifica como G+ nem G- (não se coram bem pelo método Gram → tem membrana externa de ácido micólico). o São bastonetes imóveis, sem cápsula nem esporos, aeróbios obrigatórios, intracelulares não obrigatórias. Possuem membrana e parede celular de peptideoglicanos. o Possuem camada de ácido micólico (polissacarídeo) que não consegue ser rompida pelos lisossomos (multiplica mais nos macrófagos). o São pouco resistentes ao calor, morrendo pela pasteurização ou pelo aquecimento-fervura. o Podem formar granulomas (núcleo de macrófagos ou células gigantes, revestido por tecido fibroso) em outros tecidos. A ruptura pode espalhar mais a infecção. o ±10% dos infectados com sistema imunológico normal desenvolverão a doença durante a vida → HIV+ = 10% ao ano. o A imunização com BCG dá 50-80% de resistência à doença. Tratamento o Varia de 6 meses a 2-3 anos (multirresistência). o 97% pacientes tratados adequadamente se curam. o Usa-se coquetéis de fármacos (QT) • 1ª FASE: 2 primeiros meses de TB ativa. 4 medicamentos (pra evitar resistência): Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol (1ª linha). • 2ª FASE: 4 últimos meses. Continua só com Isoniazida e Rifampicina. Só troca se houver quebra da adesão ou muitos efeitos adversos. o EMPECILHOS: quebra frequente na adesão ao tratamento; Resistências; Custo terapêutico elevado. o Há muita resistência, principalmente contra Rifampicina e Isoniazida. o Com o aparecimento do HIV a quimioterapia da tuberculose sofreu grandes alterações. Novos medicamentos surgiram e uma classificação dos tuberculostáticos em 2 grupos: • PRIMÁRIOS: 1ª linha/escolha. Mais potentes e menos tóxicos. Utilização por longos períodos (efeitos colaterais). ✓ Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida, Etambutol. • SECUNDÁRIOS: 2ª linha/escolha. Menos potentes e mais tóxicos. Utilização para bactérias multirresistentes ou quando há muitos efeitos colaterais. ✓ Etionamida, Rifabutina, Estreptomicina, Canamicina, Ciprofloxacina. Granuloma Isoniazida o Hidrazida do ácido isonicotínico. É o pilar fundamental na QT da TB. o É bacteriostática nos bacilos em repouso e bactericida nos bacilos em fase de divisão rápida (bacilos intracelulares). o Usa-se em associação com outros fármacos (menos quando é profilaxia). o MECANISMO DE AÇÃO: mal conhecido. Pensa-se que a catalase- peroxidase do Mycobacterium transforma a Isoniazida num composto biologicamente ativo que inibe a síntese dos ác micólicos da parede da bactéria. É muito seletiva → os ác micólicos só existem nas micobactérias. o FARMACOCINÉTICA: bem absorvida por VO (92%). o METABOLIZAÇÃO: a maior parte do fármaco sofre biotransformação no fígado, principalmente por acetilação e hidrólise. • A capacidade de acetilação varia entre indivíduos devido às variações genéticas (pleomorfismo → paciente pode ser acetilador lento ou rápido). Isso ajuda na conduta. ✓ Lentos (3 horas de meia-vida → pode ter neurotoxicidade). ✓ Rápidos (1 hora de meia-vida → pode ter hepatotoxicidade). o REAÇÕES ADVERSAS: ± 5,4%. Eritema, febre, icterícia, náuseas, vomito, reações hematológicas e neurite periférica. A mais importante é a hepatite (incidência aumenta significativamente com a idade). o INTERAÇÃO FARMACOCINÉTICA: o hidróxido de alumínio reduz a sua [ ] plasmática e a isoniazida inibe o metabolismo da Carbamazepina e da Fenitoína, com potencial desenvolvimento de toxicidade. o CONTRAINDICAÇÕES: deve ser incluída em qualquer regime terapêutico da TB, com exceção de: gestantes, doentes hepáticos e renais, epiléticos e doentes psiquiátricos → deve-se avaliar o risco inerente, devido a interações medicamentosas. Rifampicina o É um derivado semi-sintético da Rifampicina B, que é um complexo macrocíclico produzido pelo Streptomyces mediterranei. Clinicamente é usada só pra TB, mas pode ser usada para outras doenças. o É resistente ao ácido (consegue entrar dentro do fagossomo). o MECANISMO DE AÇÃO: antibacteriana (inibe a polimerase do RNA dependente do DNA (RNA polimerase bacteriana) = supressão da formação da cadeia na síntese do RNA) → bactericida para MO extra e intracelulares. o FARMACOCINÉTICA: bem absorvida por VO. Na população há os doentes que absorvem lentamente (HIV+, diabéticos e com distúrbios GI) e os que absorvem rapidamente, influenciando o efeito terapêutico. Liga-se extensamente às proteínas plasmáticas. o METABOLIZAÇÃO: é acetilado no fígado e seu metabólito mantém atividade antibacteriana. Sua eliminação é via biliar, entrando em circulação entero-hepático, sendo 30% excretado pela urina (urina fica avermelhada) e 75% pelas fezes (via biliar). o É um potente indutor enzimático → da sua ½ vida durante as primeiras semanas de tratamento. Interfere com anticoagulantes orais, corticosteroides, ACO, Fenitoína e Sulfonilureia. Ao induzir a CYP3A4, aumenta a toxicidade do Paracetamol. • Por ativação prolongada das enzimas no RE, pode ocorrer proliferação do REL. Esta indução é uma hipertrofia dependente de atuação e afeta igualmente todas as enzimas do REL. A indução → biotransformação acelerada do fármaco indutor e de outros fármacos. Pode causar na velocidade de metabolização de, no máx, 2-3 vezes. Drogas que usualmente causam indução enzimática: Fenobarbital, Fenitoína, álcool, e a Rifampicina. o CONTRAINDICAÇÃO: em HIV+ utilizando inibidores de proteases. Piranzinamida o É sintética análoga da Nicotinamida. Bem específica para micobactérias. o É um dos componentes das associações mais potente e mais rapidamente ativo para o tratamento inicial da TB do adulto. o Tem toxicidade hepática, mas em doses menores é muito usada devido à sua capacidade de “esterilizar a lesão“ atuando nos bacilos em multiplicação lenta ou “bacilos persistentes“ (parecem explicar as recidivas). o MECANISMO DE AÇÃO: é um pro-fármaco que é bioativado em ác pirazinóico → é bactericida, destruindo a bactéria ao degradar os ác graxos da membrana plasmática. Só é efetiva no ambiente ácido da lesão caseosa ou nos fagolisossomas dos macrófagos. o FARMACOCINÉTICA: bem absorvida VO. Sofre hidrólise e gera o metabolito ativo (ác pirazinóico). A Piranzinamida e o Ác piranzinoico sofrem hidroxilação, originando um metabólito que sofre excreção renal. o EFEITOS ADVERSOS: reações alérgicas, dores articulares, náuseas, anorexia, febre, vómito, anemia e possíveis alterações hepáticas. O aumento da [AST] e [ALT] (TGO e TGP) são as alterações mais precoces sendo aconselhado a vigilância da função hepática e também renal. Etambutol o Surgiu em 1968 para substituir o ácido P-aminossalicílco. Atua nas cepas resistentes à Isoniazida e à Estreptomicina (espectro abrangente). o MECANISMO DE AÇÃO: afeta a síntese de componentes parietais inibindo a transferase de arabinose, envolvida na síntese da parede celular (incorporação do ác micólico à parede celular). O seu efeito tuberculostático não é significativamente evidenciado antes de 24h. o FARMACOCINÉTICA: bem absorvida por VO (75-80%). A excreção é via renal, sendo ao fim de 24h eliminado 2/3 do fármaco intacto e 15% sob a forma de metabólito. o EFEITOS ADVERSOS: ± 2%.O mais grave é a da acuidade visual por neurite óptica retrobulbar com alterações da visão cromática, (principalmente para o verde e o vermelho). Também provoca perturbações GI, dores articulares, prurido anal, confusão mental, hipersensibilidade, dor de cabeça e problemas hematológicos. Não há interações com fármacos. o CONTRAINDICAÇÕES: doentes com visão deficiente e tem que se monitorizar em caso de insuficiência renal. Etionamida o Derivado da tioisonicotinamida. É um fármaco de 2ª linha (substitui os de 1ª em casos de resistência ou efeitos colaterais). Bem específica para micobactérias. o A protionamidaé um homólogo da Etionamida que tem a vantagem de ter maior tolerância a nível GI. o MECANISMO DE AÇÃO: inibe a síntese dos ác micólicos → tuberculostático e tuberculicida em bacilos em divisão. o FARMACOCINÉTICA: bem absorvido VO. É excretado pelo rim → 99% sob a forma de metabólito. o EFEITOS ADVERSOS: náuseas, vômito, anorexia, convulsões, hipotensão ortostática severa, sabor metálico, depressão. O mais grave é a hepatite em 5% dos casos. o CONTRAINDICAÇÕES: gestantes. Rifambutina o É um derivado da Rifampicina (é seu substituto para ter menos indução enzimática, pois é menos potente) → eficaz em infecções por micobactérias resistentes à Rifampicina. Muito utilizada em HIV+. É de 2ª linha. o MECANISMO DE AÇÃO: é bactericida → inibe a polimerase do RNA dependente do DNA → supressão da formação da cadeia na síntese de RNA. o FARMACOCINÉTICA: biodisponibilidade é reduzida por VO. Sofre metabolização extensa → é capaz de induzir o seu próprio metabolismo, porém em menor grau que a Rifampicina.
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