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72 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 Unidade IV Unidade IV 7 RECOMENDAÇÕES PARA REDUÇÃO DE ACIDENTES COM MATERIAL PERFUROCORTANTE Recomenda-se o uso rotineiro de barreiras de proteção (como luvas, capotes, óculos de proteção ou protetores faciais) quando houver possibilidade de exposição de pele e mucosas com sangue ou outros materiais biológicos. Além disso, recomendam-se as precauções necessárias para manipulação de materiais perfurocortantes e cuidados para desinfecção e esterilização na reutilização de instrumentos utilizados em procedimentos invasivos (RAPPARINI; REINHARDT, 2010). Dentre as recomendações, incluem-se ter máxima atenção durante a realização de procedimentos e nunca usar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos com materiais perfurocortantes; fora isso, as agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos; agulhas não devem ser utilizadas para fixar papéis; todo material perfurocortante deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com tampa; os coletores para descarte de material perfurocortante não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados próximos ao local onde o procedimento for ser realizado e as ações de educação devem ser contínuas, além da implementação e do desenvolvimento de uma política de revisão de procedimentos e atividades realizados pelos profissionais de saúde. Saiba mais A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial disponibiliza um manual de Gestão da Fase Pré-analítica para a prevenção de acidentes por material perfurocortante no laboratório clínico que deve ser estudado por quem quer se aprofundar mais nessa questão: SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMÁCIA HOSPITALAR E SERVIÇOS DE SAÚDE (SBRAFH) Prevenção de acidentes por material perfurocortante. [s.d.]. Disponível em: <http://www.sbrafh.org.br/site/public/temp/4f7baaa733121. pdf>. Acesso em: 8 jan. 2016. Também é considerada a utilização de métodos e tecnologias alternativas, como: • substituição de materiais de vidro por plástico; • dispositivos que permitam a realização de procedimentos sem uso de agulhas; 73 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE • uso de agulhas com mecanismo de segurança; • substituição de bisturi por eletrocautérios, entre outros. Disponibilizar e adequar os equipamentos de proteção individual (EPIs), dispositivos de proteção individual destinados a proteger a integridade física do profissional, sendo: • Luvas – indicadas quando houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou áreas de pele não íntegra. O uso de duas luvas reduz significativamente a contaminação das mãos com sangue, sendo recomendada em cirurgias de alto risco de exposição, como, por exemplo, as obstétricas, ortopédicas e torácicas (RAPPARINI; REINHARDT, 2010; COREN, [s.d.]). • Máscaras, gorros e óculos de proteção – indicados para realização de procedimentos em que há possibilidade de respingos de sangue e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos do profissional (RAPPARINI; REINHARDT, 2010; COREN, [s.d.]). • Capotes (aventais de algodão ou material sintético) – devem ser utilizados durante procedimentos com possibilidade de contato com material biológico, inclusive contato com superfícies contaminadas (RAPPARINI; REINHARDT, 2010; COREN, [s.d.]). • Calçados fechados e botas – para proteção dos pés em locais úmidos ou com grande quantidade de material infectante. Os pro-pés, quando usados com sandálias e sapatos abertos, não permitem proteção adequada (RAPPARINI; REINHARDT, 2010; COREN, [s.d.]). 7.1 Aids, hepatite e tuberculose As doenças ocupacionais são resultantes de exposição a certos agentes químicos, físicos e/ou biológicos presentes no local de trabalho. Juntos, eles constituem a maior causa de doenças e morte nos países industrializados. Nos países em desenvolvimento, onde há falta de experiência em relação à saúde do trabalhador, as condições de trabalho frequentemente oferecem situações de perigo. Mas a preocupação especificamente relacionada com os trabalhadores da área da saúde só passou a ser discutida a partir do início do século XX. O imprevisível e diversificado comportamento das doenças infecciosas emergentes e reemergentes têm acarretado a discussão das condições de biossegurança nas instituições de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e de prestação de serviços (HIRATA; HIRATA; MANCINI FILHO, 2012; TEIXEIRA; VALLE, 2010). As primeiras normatizações e diretrizes sobre os aspectos de prevenção em atividades realizadas em serviços de saúde se deram a partir de publicações dos Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos nos anos 1970. Com a evolução do conhecimento sobre os agentes etiológicos, as formas de tratamento e os fatores envolvidos têm permitido estabelecer medidas para reduzir o risco de agravos à saúde, decorrentes 74 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 Unidade IV dos acidentes com material biológico contaminado. No entanto, convém ressaltar que as profilaxias pós-exposição nem sempre estão disponíveis e não são totalmente eficazes, o que reforça a importância da prevenção. O risco de infecções ocupacionais vai depender de vários fatores, como: as atividades realizadas pelo profissional e os setores de atuação dentro dos serviços de saúde, a natureza e a frequência das exposições, a probabilidade de a exposição envolver material infectado pelo agente infeccioso, a resposta imunológica do profissional exposto e a possibilidade de infecção após determinado tipo de exposição (MASTROENI, 2006). Observação A prevenção à Aids é tema permanente da Cipa, que deve sempre abordar o assunto de forma não só a conscientizar, mas a manter os trabalhadores informados sobre os riscos e a importância das medidas de prevenção e controle para a sua proteção. De forma geral, a transmissão dos agentes biológicos ocorre por inalação, penetração através da pele (parenteral), contato com pele e mucosa ou ingestão. Uma grande variedade de agentes infecciosos pode ser responsável pela contaminação de profissionais de saúde. No entanto, na análise do risco, nas infecções por patógenos de transmissão sanguínea, destacam-se como mais importantes os vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV), da imunodeficiência humana (HIV), enquanto entre as infecções ocupacionais de transmissão por via aérea, a tuberculose merece especial consideração. 7.2 Hepatite B (HBV) O órgão Centers for Disease Control and Prevention (CDC) estimou a ocorrência de 12.000 infecções por HBV entre trabalhadores de saúde (1989). Desde então, houve uma redução progressiva do número de infecções para cerca de 500 casos no final dos anos 2000. O declínio (95%) de casos de hepatite ocupacional ocorreu devido à imunização dos trabalhadores de saúde. Além disso, medidas preventivas também diminuíram a exposição a sangue ou a outros materiais biológicos. Atualmente, muitos trabalhadores de serviços de saúde são imunes à hepatite B devido à vacinação prévia. Alguns estudos têm demonstrado um alto percentual de vacinação contra hepatite B entre trabalhadores e estudantes da área de saúde no Brasil, porém, em algumas regiões, a proporção de vacinação, especialmente o esquema completo de três doses, é inferior a 50% (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; RAPPARINI; REINHARDT, 2010). O risco de contaminação pelo HBV está associado principalmente ao graude exposição à amostra contaminada e à presença do antígeno HBeAg no paciente-fonte, sendo o HBeAg um marcador que reflete alta taxa de replicação viral. No caso de HBeAg positivo, o risco de hepatite clínica varia entre 22 e 31%. Quando HBeAg for negativo, o risco de hepatite clínica varia entre 1 e 6%. 75 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE As exposições percutâneas, causadas por lesões provocadas por instrumentos perfurocortantes, são o meio mais eficiente de transmissão, porém, são responsáveis por uma minoria dos casos de contaminação ocupacional com HBV. Estudos apontam que o HBV pode sobreviver em superfícies por até uma semana, em temperatura ambiente. Dessa forma, as contaminações podem resultar do contato direto ou indireto com sangue ou outro material biológico contaminado em áreas de pele não íntegra, queimaduras ou mucosas. O sangue é o principal responsável pela transmissão ocupacional do HBV, porém o vírus também pode ser encontrado em concentrações inferiores no leite materno, líquido biliar, liquor, fezes, secreções nasofaríngeas, saliva, suor e líquido articular (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; RAPPARINI; REINHARDT, 2010). 7.3 Hepatite C (HCV) O vírus da hepatite C (HCV) somente é transmitido eficientemente através do sangue, porém, a taxa média de soroconversão após exposição percutânea é de apenas 1,8% (variando de 0 a 7%), o que só ocorreu em acidentes envolvendo agulhas. O risco de transmissão por exposições a outros materiais biológicos é considerado muito baixo, já que casos de contaminação envolvendo pele não íntegra não foram reportados. Em casos de exposição não ocupacional, é estimado que 30 a 40 % dos casos não têm o modo de transmissão conhecido. Ao contrário do HBV, a chance de contaminação por superfícies contaminadas é bem baixo, porém, alguns casos de contaminação por serviços de diálise já foram documentados. Estudos apontam que o risco de transmissão do HCV após exposição percutânea a paciente contaminado pelo HCV é de 1,8% (variação de 0 a 7%), sendo que um dos estudos demonstrou que a transmissão apenas ocorreu com acidentes envolvendo agulhas (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; RAPPARINI; REINHARDT, 2010). Saiba mais As doenças sexualmente transmissíveis, a AIDS e as hepatites, são uma preocupação constante de tal importância que o Governo Federal disponibiliza um portal com informações sobre todas elas de forma a divulgar os esclarecimentos importantes para preveni-las. DEPARTAMENTO DE DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS. Dst-aids hepatites virais. [s.d.]. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/>. Acesso em: 8 jan. 2016. 7.4 Vírus da imunodeficiência humana (HIV) Estudos apontam que o risco de transmissão do HIV é de 0,3% (0,2 a 0,5%) em acidentes percutâneos e de 0,09% (0,006 a 0,5%) após exposição de mucosas, enquanto o risco de contaminação após exposição de mucosas não é precisamente quantificado, mas estima-se que seja menor que o risco de exposições de mucosas. 76 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 Unidade IV O sangue, sêmen e secreções vaginais são os materiais biológicos reconhecidamente envolvidos na transmissão do HIV. Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, liquor e líquido articular são fluidos e secreções corporais potencialmente infectantes, porém de baixo risco para transmissão viral ocupacional. Suor, lágrimas, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva são materiais biológicos sem risco de transmissão ocupacional, sendo que a profilaxia e o acompanhamento clínico-laboratorial não são necessários. Contatos sem barreira de proteção com material concentrado de vírus, como cultura de vírus, requerem avaliação e acompanhamento (RAPPARINI; VITORIA; LARA, 2004; RAPPARINI; REINHARDT, 2010). Os casos comprovados de contaminação por acidente de trabalho definem-se como aqueles em que há evidência documentada de soroconversão e sua demonstração temporal associada à exposição ao vírus. Também é comprovada a contaminação por acidente de trabalho quando há homologia de análise sequencial do DNA viral do paciente-fonte e do profissional de saúde. Os casos prováveis de contaminação por acidente de trabalho são aqueles em que a relação causal entre a exposição e a infecção não pode ser estabelecida, porque a sorologia do profissional não foi obtida no momento do acidente. Dados demonstram que desde o início da epidemia da Aids, em 1981, até o presente, 103 casos foram comprovados e 219 casos prováveis de profissionais com contaminação ocupacional foram registrados. Um risco maior de contaminação esteve associado a exposições a material visivelmente contaminado por sangue, procedimentos com agulha inserida em acesso arterial ou venoso e lesão profunda. O risco foi aumentado com exposições envolvendo pacientes com Aids em fase terminal devido à alta carga viral. Foi reportado também que a profilaxia com AZT (zidovudina) reduziu em até 80% o risco de soconversão após exposição ocupacional (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; RAPPARINI; REINHARDT, 2010). 8 TUBERCULOSE É uma patologia infecciosa e contagiosa causada pelo microrganismo Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch. O bacilo de Koch pode se propagar através do ar, por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos por um indivíduo com tuberculose pulmonar ao tossir, espirrar ou falar em voz alta. Quando pessoas sadias inalam essas gotículas, podem ser acometidas por infecção tuberculosa e têm o risco de desenvolver a doença. É confirmado caso de tuberculose todo indivíduo com diagnóstico realizado por baciloscopia ou cultura e em casos em que o médico, baseado em dados clínico-epidemiológicos e exames complementares, firma o diagnóstico. Casos novos são indivíduos doentes com tuberculose que nunca tenham se submetido à quimioterapia antituberculosa, utilizado tuberculostáticos por menos de 30 dias ou sido submetidos ao tratamento para tuberculose há cinco anos ou mais (BRASIL, 2002a; BRASIL, 2002b). Segundo o CDC, o risco de infecção pelo bacilo de Kock de profissionais da área de saúde pode ser mensurado a partir da classificação do ambiente de trabalho, podendo ser dividido como ambiente 77 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE de baixo, médio e elevado risco de contaminação. Assim, locais onde não se espera a presença de portadores de tuberculose ou onde não se manipulem amostras infectadas pelo M. tuberculosis são considerados de baixo risco. Os locais em que há probabilidade de que pacientes portadores de tuberculose sejam atendidos ou em que há manipulação de amostras que possam conter o M. tuberculosis são considerados ambientes de risco médio de infecção. Se no local já houve a transmissão de M. tuberculosis de uma pessoa para outra no ano anterior, ele é considerado um ambiente de alto risco (BRASIL, 2002a; BRASIL, 2002b). Lembrete A informação ainda é uma das melhores armas de prevenção em todos os sentidos. Trabalhadores da área da saúde devem sempre estar informados e atualizados sobre os riscos a que estão expostos e garantir, assim, o binômio do direito de saber versus o dever de informar. Saiba mais Conforme dados do Ministério da Saúde, no Brasil, a cada ano, há por volta de setenta mil notificações de casos novos de tuberculose, em torno de 4,6 mil de pessoas perdem a vida devido a essa enfermidade, fazendo com que o Brasil esteja em 15º lugar entre um total de 22 países que são os responsáveispor quatro quintos de todos os casos de tuberculose registrados no mundo. Nesse sentido, o Ministério da Saúde está desenvolvendo ações para atender às metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) estipulados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo que no relatório apresentado em 2015, está indicada uma redução do cumprimento das metas de quase 21% em uma década. Para mais informações, consulte a fonte a seguir: BRASIL. Ministério da Saúde. Programa nacional de controle da tuberculose. [s.d.]b. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/ProgramaTB.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2016. 78 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 Unidade IV Saiba mais O Ministério da Saúde elaborou um manual de recomendações para o controle de tuberculose no Brasil, que pode ser acessado pelo link: BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2011a. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_ controle_tuberculose_brasil.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2016. As medidas a serem adotadas com a finalidade de prevenir a transmissão de tuberculose ocupacional devem levar em consideração o tipo de instituição, sendo classificadas em: medidas administrativas, que são atitudes que incluem investigação, diagnóstico e tratamento precoce dos casos, planejamento para controle da infecção, capacitação e treinamento dos profissionais (BRASIL, 2002a; BRASIL, 2002b) e medidas de controle ambiental, que são a exaustão e ventilação do ambiente, controle do fluxo aéreo, uso de estratégias para reduzir a contaminação, como o uso de filtros Hepa, e radiação germicida ultravioleta (BRASIL, 2002a; BRASIL, 2002b). Observação Os filtros high efficiency particulate air (chamados Hepa), ou filtro de alta eficiência, são constituídos de tecido e fibra de vidro com 60 μm de espessura, sustentada por lâminas de alumínio. Eles apresentam capacidade para filtrar 99,97% das partículas com 0,3 μm ou mais de diâmetro. Os filtros Hepa são amplamente utilizados para esterilizar o ar e controlar a transmissão de tuberculose, já que as partículas infectantes contendo o M. tuberculosis possuem entre 1 a 5 μm de diâmetro, sendo facilmente retidas (BRASIL, 2010). As medidas de proteção respiratória são estabelecidas usando máscaras específicas para redução do risco de exposição e/ou máscaras cirúrgicas pelos pacientes. Para proteção dos trabalhadores, recomenda-se o uso de respirador purificador de ar semifacial N-95, que tem eficiência mínima de filtração de 95% de partículas de até 0,3 μm (BRASIL, 2002a; BRASIL, 2002b). Outra medida importante para prevenção da contaminação ocupacional é a vacinação com a BCG, que protege contra as formas graves de tuberculose, mas não evita a infecção pelo M. tuberculosis. Assim, a BCG é obrigatória para crianças menores de um ano de idade, porém a revacinação não é recomendada aos profissionais, por não conferir proteção adicional contra a contaminação, nesses casos (BRASIL, 2002a; BRASIL, 2002b). 79 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE Resumo Os acidentes com perfurocortantes são uma preocupação constante na prevenção de acidentes na atividade da saúde, uma vez que representam grande risco de contaminação de doenças graves como as hepatites e a Aids. Dessa forma, as medidas de controle e prevenção não só são importantes, como devem ser reais e eficazes. É vital que haja controle de doenças ocupacionais, entre elas a Aids, a hepatite e a tuberculose, pela gravidade e pela forma de contaminação que se encontram sempre presentes nos ambientes de trabalho das atividades da saúde, justificando assim os investimentos para a proteção do trabalhador. Também se deve estar atendo a doenças como ebola, H1N1, dengue etc., que representam grandes riscos para os trabalhadores e demais pacientes que se encontram nos ambientes. Pelo Brasil estar inserido entre os 22 países que concentram 80% de todos os casos registrados de tuberculose pelo mundo, a preocupação com essa doença deve ser constante. Entre os entes da Federação, o estado do Rio de Janeiro é o que apresenta o maior número de casos registrados, seguido pelo estado do Amazonas. Portanto, a conscientização e atualização constante dos profissionais do setor de saúde, bem como a avaliação frequente das barreiras de proteção para garantir a sua eficácia, devem fazer parte da preocupação dos profissionais de SST que atuam nesse segmento. Exercícios Questão 1 (Enade, 2005). Acidentes industriais ocorrem, muitas vezes, devido às interações inadequadas entre o trabalhador e sua tarefa, máquina e ambiente. Sob o enfoque ergonômico, a ação realmente eficaz para reduzir o número de acidentes consiste em: A) Selecionar cuidadosamente os trabalhadores, para cada tipo de tarefa, de acordo com as suas habilidades individuais. B) Manter o ambiente sempre limpo e bem arejado, removendo todos os obstáculos existentes no piso. C) Programar pausas para a redução da fadiga, sendo obrigatórios pelo menos 5 minutos de descanso a cada 30 minutos de trabalho contínuo. 80 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 Unidade IV D) Dimensionar as tarefas, colocando-as dentro dos limites e capacidades da maioria dos trabalhadores. E) colocar música no ambiente de trabalho, a fim de reduzir a fadiga e a monotonia e, consequentemente, aumentar a vigilância dos trabalhadores. Resposta correta: alternativa D. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: uma seleção cuidadosa dos trabalhadores para cada tipo de tarefa, de acordo com as suas habilidades individuais, não garante que acidentes industriais não possam acontecer devido às interações inadequadas entre o trabalhador e tarefa, máquina e ambiente. Sob o enfoque ergonômico, a ação realmente eficaz para reduzir acidentes consiste em dimensionar as tarefas, colocando-as dentro dos limites, capacidades e conhecimentos dos trabalhadores. B) Alternativa incorreta. Justificativa: apesar de haver um ambiente sempre limpo, bem arejado e sem obstáculos no piso, não existe garantia de que um acidente não ocorra, pois as tarefas podem não estar convenientemente dimensionadas de acordo com outros aspectos relativos à saúde dos trabalhadores e limites das suas capacidades e conhecimentos. C) Alternativa incorreta. Justificativa: embora as pausas para compensação da fadiga durante a jornada de trabalho sejam importantes, não há garantia de que um acidente não venha a ocorrer, pois as tarefas podem não estar convenientemente dimensionadas de acordo com outros aspectos relativos à saúde dos trabalhadores e limites das suas capacidades e conhecimentos. D) Alternativa correta. Justificativa: “Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora”. MTPS (1990, item 17.1.2.). A análise ergonômica procura evidenciar os fatores que podem levar a uma sub ou sobrecarga de trabalho (física ou cognitiva) e suas influências sobre a saúde. Segundo Wisner (1994), citado por Alves (2005), a ergonomia visa ao melhoramento e à conservação da saúde dos trabalhadores e à concepção e ao funcionamento satisfatórios do sistema técnico do ponto de vista da produção e da segurança. Portanto, as tarefas devemser dimensionadas, colocando-as dentro dos limites e das capacidades da maioria dos trabalhadores. 81 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE E) Alternativa incorreta. Justificativa: apesar da influência positiva da música no ambiente de trabalho, não existe garantia que um acidente não venha a ocorrer, pois as tarefas poderão não estar convenientemente dimensionadas levando em consideração outros aspectos relativos à saúde dos trabalhadores bem como os limites das suas capacidades e conhecimentos, o que poderá aumentar o risco de acidentes. Questão 2 (Enade 2010, adaptada). Em uma rotina diária de controle de qualidade interno de um laboratório de análises clínicas, o farmacêutico constatou que o padrão de glicose para avaliações, cuja concentração era de 80 mg/dL com um desvio-padrão de 4mg/dL, entrou na faixa de resultados do segundo desvio padrão, antecedida por uma tendência crescente de resultados a partir do nono dia de avaliação. Diante dessa evidência, o farmacêutico deve I – Despreocupar-se, pois resultados obtidos dentro da segunda faixa de desvio padrão ainda correspondem a valores aceitáveis para os padrões do controle interno. II – considerar a tendência constatada como uma demanda de ação corretiva, apesar de contida na primeira faixa aceitável de um desvio-padrão acima da média. III – refazer a calibração do equipamento, pois a tendência constatada evidencia perda de linearidade ligada ao funcionamento instrumental do processo analítico. IV – realizar a manutenção preventiva no equipamento, pois a tendência constatada evidencia diminuição da intensidade de luz que chega aos detectores. V – ficar em alerta e aguardar as dosagens nos dias seguintes, pois a tendência constatada ainda está dentro dos limites aceitáveis do controle de qualidade. É correto apenas o que se afirma em: A) I, II e III. B) I, III e V. C) I, IV e V. D) II, III e IV. E) II, IV e V. Resposta desta questão na plataforma. 82 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 45.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_6836/45.jpg>. Acesso em: 27 out. 2015. Figura 2 01.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9918/01.gif>. Acesso em: 10 nov. 2015. Figura 3 20343. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/20343>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 4 975681. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/975681>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 5 Médicos. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabrasil2013/files/styles/interna_ pequena/public/medicos.jpg?itok=ogMXtIqS>. Acesso em: 7 out. 2015. Figura 6 636936. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/636936>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 7 94024. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/94024>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 8 94024. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/94024>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 9 79936. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/79936>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 10 695736. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/695736>. Acesso em: 7 jan. 2016. 83 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 Figura 11 227355. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/227355>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 12 924762. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/924762>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 13 50652. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/50652>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 14 97846. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/97846>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 15 915924. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/915924>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 16 805602. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/805602> Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 17 164350. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/164350>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 18 43831. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/43831>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 19 824855. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/824855>. Acesso em: 7 jan. 2016. Figura 20 824860. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/824860> Acesso em: 7 jan. 2016. 84 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 REFERÊNCIAS Audiovisuais ATUALIDADES on-line. TV Web Unip-Objetivo. Objetivo, 1999-2015. 61 minutos. Disponível em: <http://200.196.224.134/videocurso/atualidades.aspx?url=http://tvweb.objetivo.br/videos/TVWEB/ Objetivo/Curso/Atualidades_ONLINE/BandaLarga/&estreita=060511_EfeitosBiologicosRadiacao. wmv&larga=060511_EfeitosBiologicosRadiacao.wmv> Acesso em: 18 nov. 2015. Textuais AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (Anvisa). Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde. Brasília: Anvisa, 2006. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/ manual_gerenciamento_residuos.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2015. ___. Higienização das mãos em serviços de saúde. Brasília: Anvisa, 2007. Disponível em: <http://www. anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/manual_integra.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015. ___. 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Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2005/provas/ ENGENHARIA_VI.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2017. UNIDADE IV – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP): Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2010. Farmácia. Questão 13. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2010/farmacia_2010. pdf>. Acesso em: 24 nov. 2017. 92 GS T - Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 2- 01 -2 01 6 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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