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Natália Barone Spachi - 2022/1 Tabela principais enfermidades respiratórias das aves: Agente Etiológico e patogenia Sinais Clínicos Transmissão Principais hospedeiros Diagnóstico Medidas de controle e ou prevenção Influenza aviária (PNSA) Doença zoonótica, exótica e de notificação obrigatória de caso suspeito VÍRUS *RNA envelopado e segmentado (HA relacionado tanto à imunogenicidade quanto à patogenicidade) - Baixa patogenicidade (H1 a H16): * Replicação viral restrita (SR e SD); * Mortalidade moderada; * Sinais respiratórios (inchaço de face→ edema, hemorragia, acúmulo de fibrina; dispnéia) e digestórios (diarréia), prostração e queda de 30% na produção de ovos. - Alta patogenicidade (H5 e H7): * Replicação viral sistêmica; * Alta mortalidade (até 100%); * Sinais sistêmicos: neurológicos e cianose - Contaminação via inalação ou ingestão viral; - Transmissão horizontal por secreção respiratória ou fezes. Aves aquáticas são reservatórios naturais do vírus * Swab de traquéia e cloaca e Órgãos lesionados → RT-PCR + inoculação em ovos embrionados *Sangue → sorologia por ELISA ou TESTE DE INIBIÇÃO DE HEMAGLUTINAÇÃO (diferencia IA de DNC * Detecção de IA: Avaliação da patogenicidade através do IPIV; * Detecção de DNC: Avaliação da patogenicidade através do IPIC Dificuldade de produção de vacina eficaz. Motivos: 1) alta mutação de HA 2) HA está relacionada tanto à patogenicidade quanto a imunogenicidade. A vacina seria pouco segura. Surtos → abate sanitário de todo o plantel Doença de Newcastle (PNSA) Doença zoonótica de notificação obrigatória de caso suspeito VÍRUS Paramixovírus aviário sorotipo 1 * RNA envelopado, não segmentado * Imunogenicidade (ptn HN → baixa taxa de mutação) e Patogenicidade (ptn F) relacionadas a proteínas diferentes Patotipos - Velogênicos: replicação rápida e patogênica. *ALTA mortalidade; *Diarréia (viscerotrópicos); * Sinais nervosos (neurotrópicos) * Sinais clínicos SEVEROS. * + SISTÊMICO - Mesogênicos: “médio” virulentos. * BAIXA mortalidade; * Sinais clínicos MODERADOS *+ SISTÊMICO - Lentogênicos: replicação lenta e mais restrita; * São VACINAIS; *Sinais clínicos leves ou inexistentes; * Replicação RESTRITA (TR e TGI) - Entérico assintomático: replicação restrita ao intestino. * é o menos virulento, mas não gera resposta imune efetiva para todos os patotipos, por isso não é o patotipo vacinal. O fato da proteína relacionada à geração de resposta imune do hospedeiro (HN), ter baixa taxa de mutação e da proteína relacionada à Patogenicidade ser diferente da proteína relacionada à Imunogenicidade, permite elaboração de uma vacina única e segura, já que não há necessidade de se usar uma cepa com alta patogenicidade, apenas uma que tenha bo ativação da resposta imune. Surtos → abate sanitário de todo o plantel Laringotraqueíte Infecciosa VÍRUS da LTI (Herpesvírus) *DNA * característica de latência no gânglio trigêmeo - O vírus penetra no organismo pelas Vias Aéreas Superiores e/ou por via ocular → multiplicação inicial nas células traqueais; - Replicação viral RESTRITA ao TR (+ em laringe e traquéia) -LATÊNCIA: O vírus pode ser encontrado no TRS de 4 a 7 dias após a infecção e pode permanecer no hospedeiro por até 15 meses, sendo reativado em situações estressantes ao animal. SINAIS: - Manifestação aguda: *ALTA mortalidade; *Dispnéia intensa; *Tosse com expectoração de exsudato traqueal mucossanguinolento; → TRAQUEIA E MUCOSA HEMORRÁGICAS *Em casos mais graves ocorre MORTE em 2 a 3 dias; *Obstrução parcial da traqueia pelo muco → aves ficam com o pescoço estendido ao tossir. - Contato direto; - Aerossóis; - Fômites Frangos * Aves de todas as idades são susceptíveis mas os sinais aparecem apenas em AVES ADULTAS HISTOPATOLÓGICO: - Patognomônico: corpúsculos de inclusão intranucleares e sincícios de tecidos necróticos e de fragmentos traqueais (apenas no início da doença); - Hiperplasia das células epiteliais respiratórias; - Perda de cílios e edemaciação dos tecidos do TR. ANATOMOPATOLÓGICO: - Traqueíte mucóide; - Inflamação e hemorragia (na forma aguda). LABORATORIAL INDIRETO: - IDGA - VN - IFI - ELISA MEDIDAS DE CONTROLE 1) Diagnóstico precoce; 2) Conduta de vacinação; 3) Prevenção da disseminação viral: a) o vírus é susceptível a altas temperaturas (facilita a prevenção da transmissão entre granjas) e a desinfetantes (produtos fenólicos, hipoclorito de sódio, iodofor, derivado quaternário de amônia) → Medidas relativas às FONTES DE INFECÇÃO: ● Comunicação do serviço oficial; ● Segregação da granja; ● Impedimento ou limitação da movimentação de aves portadoras; ● Evitar contato das aves infectadas com pássaros de vida livre. → Medidas relativas às VIAS DE TRANSMISSÃO: ● Ventilação adequada dos galpões; ● Limpeza e desinfecção de fômites; ● Destino adequado à excretas e cadáveres. → Medidas relativas aos ANIMAIS SUSCEPTÍVEIS: Natália Barone Spachi - 2022/1 -Manifestação subaguda, moderada ou branda: * BAIXA mortalidade; * Difícil de ser diferenciada de outras doenças respiratórias penas pelos sinais clínicos. ● VACINAÇÃO: ○ VIVA é a mais utilizada no BR, mas causa efeitos INDESEJADOS: ■ disseminação do vírus vacinal para aves não vacinadas; ■ aparecimento de portadores latentes do vírus vacinal ou manifestação de doença; ■ reversão de patogenicidade (PROVOCA A DOENÇA) ● NÃO MISTURAR AVES VACINADAS COM AVES NÃO VACINADAS. → Vacina viva tem reversão de patogenicidade (causa doença) → Vacina inativada não gera resposta imune para as aves → Alternativa (vacina viva pode contaminar aves saudáveis e a inativada não funciona): ● Vacina VETORIZADA ou RECOMBINANTE: ○ Pego a parte imunogênica da laringotraqueíte e a coloco em um vetor que não cause doença = vacina segura e eficiente. → a vacina viva só foi usada nos surtos. Bronquite Infecciosa VÍRUS da BIG (Coronavírus) * RNA fs; envelopado; capacidade de mutação e recombinação (mudanças na proteína S relacionada À RI) Afeta primariamente o TRS das aves, onde o vírus se replica. Sinais Clínicos: ● GERAIS: alterações respiratórias, renais, reprodutivas, entéricas e predisposição à infecção bacteriana secundária. - ALTA morbidade - “Média” mortalidade ● TR: paralisia dos cílios traqueais, necrose de células epiteliais, inflamação da mucosa e submucosa do TR provocando dificuldade respiratória, tosse e descarga nasal. ● TRep: queda na produção de ovos e ovos com casca fina e porosa, degeneração ovariana + aumento do oviduto, infertilidade em machos, fêmeas com menos de 2 semanas de idade podem ter danos permanentes no TRep. ● TGI: diarréia (cepas enterotrópicas) ● TU: nefrite, gota e urolitíase (em caso de replicação viral nos túbulos renais) → A BIG é uma doença mais sistêmica do que coriza e laringotraqueíte. → Afeta o TR principalmente, mas também afeta outros sistemas do organismo; → Aves jovens morrem mais por lesão renal, mas também apresentam sinal respiratório; → Doença tem associação com outras bactérias (secundárias); → BIG não se limitar a coleta de material só de TR (se fizer isso há chance de falsos negativos, por conta da variabilidade do gene que codifica a proteína S) ➔ Cada subtipo da doença tem tropismo para um sistema diferente. Pode não ser localizado no TR, mas sim nos rins, por exemplo. → Cepa Massachusetts → cepa importada presente na vacina que utilizamos no Brasil. ● problemas: temos cepas brasileiras, que Via aerossol, por contato direto ou por fômites; Frangos de corte Poedeiras Matrizes leves e pesadas AVES + JOVENS APRESENTAM SINAIS + SEVEROS Isolamento viral Sorologia: - ELIS - VN Biosseguridade + controle sanitário do plantel VACINAS: ● Vivas: melhor imunidade, mais usadas em aves jovens; ● Inativadas: para matrizes e poedeiras após vacinação primária com vacina viva. Natália Barone Spachi - 2022/1 são diferentes da Massachusetts. → A BIG tem que ser tipificada dentro da granja para saber qual cepa é a circulante na granja para então poder se escolher uma vacina. → Massachusettsclássica → doença mais respiratória. → outras cepas → mais sistêmicas. → Reprodutivo: diminuição da qualidade da casca do ovo e da qualidade do ovo (casca mole, albúmen líquido) Coriza Infecciosa BACTÉRIA Avibacterium paragallinarum - Afeta o TRS de frangos e galinhas; - Importantes perdas econômicas (redução da produção de ovos); - Baixa mortalidade; - Infecção sem associação com outros agentes: * PI de 1 a 3 dias, * Sinais por 3 a 7 dias, * Alta morbidade e Baixa mortalidade. - Infecção associada: * Sinais persistem por semanas; - Sinais: *descarga nasal; * inflamação facial + inchaço da face; * lacrimejamento; * anorexia; * ronco traqueal, quando a traquéia é acometida também (nos graus 3 e 4 apenas). - Sinais clínicos + lesões na cabeça: *G1: conjuntivite ligeira *G2: inchaço na zona periorbital e seios infra-orbitários, com ou sem conjuntivite *G3: edema ou inchaço da zona periorbital e seios infra-orbitais, sinusite, secreção nasal e ocular, fechamento parcial do olho *G4: conjuntivite com olho totalmente fechado, abundante secreção nasal e ocular, pálpebras coladas e edema muito acentuado da zona periorbital e seios infra-orbitais). Reservatório de infecção: aves que adoeceram, curaram mas ainda hospedam cronicamente o agente sem apresentar sinais. Essas aves são fonte de infecção para aves mais jovens. Pode haver contaminação do agente por via aérea. Frangos e Galinhas. Aves no geral são susceptíveis, mas a doença é mais detectada em aves adultas de postura. - Necropsia; - Sorologia; - Isolamento do agente em meios de cultura + antibiograma; - PCR * coleta de material proveniente dos seios infraorbitários de pelo menos 3 aves durante a necropsia. - Não misturar poedeiras de diferentes idades no mesmo galpão; - distância adequada entre granjas e galpões. - Antimicrobianos para amenização dos sinais clínicos, que diminuem em uma semana após início do tratamento na água ou ração; - Podem ser utilizadas vacinas inativadas, aplicando 2 doses na recria IV (10 e 20 semanas de idade) nas aves de postura. → Nessa doença há um PROCESSO INFLAMATÓRIO MUITO GRANDE. → Principal característica é o edema de face caseoso/purulento que pode até comprometer o globo ocular da ave. → Ave com muita ronqueira, edema de face e queda de produção (já que são aves adultas) são os principais sintomas. → É uma doença fácil de tratar. → A ave tratada fica portadora da doença. Não se pode colocar um lote novo junto com essas aves! → vacina inativada. Micoplasmose aviária [Doença Respiratória Crônica das galinhas, Sinusite Infecciosa dos perus ou Sinovite das aves] (PNSA) BACTÉRIA sem parede celular Mycoplasma: - gallisepticum; - synoviae; - meleagridis. - É mais comum a manifestação crônica e assintomática da doença (perdas em ovos, pintos e carne); - Micoplasmose aviária respiratória é a mais comum (espirro, corrimento nasal e ocular, conjuntivite, sinusite, edema facial, estertor traqueal (ronqueira), aerossaculite, pericardite, perihepatite e pneumonia) * Lesões comuns em casos da associação com agentes secundários, como a E.coli * A micoplasmose aviária respiratória geralmente tem o MG como principal agente causador, mas pode ser provocada pelas outras duas espécies do gênero; - Micoplasmose aviária articular é mais rara e é provocada pelo MS (sinovite de diversas articulações). - Infecção por MG: queda na quantidade de ovos nas aves de postura e aumento dos coeficientes de mortalidade embrionária, embriões não eclodidos, pintos refugos e pintos contaminados (fontes de infecção), no caso do acometimento de aves reprodutoras. - Horizontal (por contato direto entre aves ao se bicarem ou por contato sexual, contato indireto, via aerógena e por fômites.) - Vertical (através do ovo) Galinhas (MG e MS); Perus (MG, MS e MM). - Fatores de risco: * frio; * variação térmica; * poeira; * densidade populacional; * estresses; * idade jovem; *água e alimentação de má qualidade. - Soroaglutinação rápida → detecção de anticorpos contra mycoplasma; - Cultura. Prevenção: - Obtenção de óvos férteis ou de aves de um dia livres de micoplasmas (ovos incubados com antimicrobianos); - PNSA: ● Aves reprodutoras: devem ser livres de MG; ● Linhagens puras de galinhas (avós e bisavós): devem ser livres de MG e MS; ● Linhagens puras de perus (bisavós, avós e matrizes): devem ser livres de MG, MS e MM. Controle - para reprodutoras: - infecção por MA em aves que devem ser livres: informar ao PNSA e eliminar todos os lotes infectados com o acompanhamento de MVs oficiais; - detecção de MS em matrizes: lote não precisa ser abatido e pode ser realizado o tratamento e posterior retestagem do lote. Apesar disso os animais do lote não podem ser exportados - cuidados básicos de higiene e biossegurança relativos à isolamento da granja, presença de barreiras naturais, telas, área suja e área limpa, acesso restrito; - Monitoramento sorológico e/ou bacteriológico periódicos (não superando 90 dias de intervalo); -Vacinação contra MG e MS NÃO é permitida para reprodutoras. Natália Barone Spachi - 2022/1 Controle- para aves de postura: - aquisição de pintos livres de MG + todas as recomendações para reprodutoras exceto a eliminação do lote infectado; - vacinação contra MG e MS realizada com pelo menos 5 semanas de idade (vacina viva atenuada); - Tratamento com antimicrobianos (mas deve-se respeitar período de carência dos ovos). Controle - para frangos de corte: - NÃO se usa vacinação; - Se houver infecção até pode usar ATB mas não dá tempo de respeitar o período de carência para o abate (vida curta) → inviável. → Vacinas e tratamentos: ● reprodutoras não são vacinadas por causa da questão de que se quer que elas sejam livres (não pode ter complicações em diagnóstico de soroaglutinação); ● Vacinas são utilizadas para poedeiras apenas. ● Não se usa vacina para frangos de corte, por conta de seu período curto de vida. Tratamento: ● pode tratar poedeira e frango de corte mas tem que se respeitar o período de carÊncia para comercialização de ovos e carne ● Reprodutoras → só podem ser tratadas para o MS. ○ Abate de todas as aves em qualquer outro caso de M TRS e TRI são afetados pela micoplasmose: → aerossaculite, dificuldade respiratória, ronqueira (mais em TRI, diferente da coriza, que acomete TRS), pericardite em casos de associação com E.coli. Mycoplasma está dentro do PNSA Doenças em qualquer idade com alta mortalidade (pois afeta TRI também). Pneumovirose VÍRUS Avian metapneumovirus; * RNA fs * 4 subtipos: - A - B - C - D diferenciados pela proteína G. → O vírus se multiplica no TRS, sendo que o subtipo A infecta tanto TRI quanto TRS, e o tipo B infecta apenas o TRS. → causa ciliostase na traqueia e danifica o epitélio da mesma. → após acometimento do TR, via sangue o vírus penetra no oviduto das aves e persiste por 6 a 10 dias. - Causa infecção do TRS em perus e galinhas; - Início súbito e disseminação rápida; - Sinais: conjuntivite, rinite, sinusite, traqueíte e queda da produção de ovos; - Síndrome da cabeça inchada em MATRIZES E POEDEIRAS: quadro respiratório com edema facial e submandibular, além da presença de sinais nervosos por conta de otite média, queda de produção e de qualidade dos ovos (queda na qualidade da casca: trincas e despigmentação). - Síndrome da cabeça inchada em FRANGOS DE CORTE: secreção nasal, depressão e edema subcutâneo - Há alteração na espermatogênese de machos contaminados. Por contato direto e indireto (descargas nasais, água e fômites) - Acomete principalmente perus (Rinotraqueíte dos perus); - Frangos (Síndrome da Cabeça Inchada); - Sorologia; - RT-PCR Controle: - programas de vacinação: vacinas vivas e vacinas inativadas (2 doses de viva e 1 de inativada na recria) - imunidade passiva: “ matrizes e poedeiras podem passar anticorpos contra AMPV, via gema do ovo. O título de anticorpos em pintinhos de um dia é diretamente correlacionado com o título de anticorpos maternos e persiste por volta de 15 a20 dias”. → Aqui, temos mais uma doença que gera aumento da face dos animais (edema de face) → conteúdo mais espumoso. Em caso de E.coli associada, esse conteúdo fica mais purulento → reprodutivo: redução de qualidade de ovo (não tanto quanto ocorre na bronquite), ovos ficam com casca mais descolorida apenas. → sinal único da doença (diferente das outras 6 da tabela): SINAL NERVOSO. ● O sinal nervoso não se dá por entrada do virus no cérebro. Ele ocorre por conta de Otite ocasionada por toda a inflamação dos seios infraorbitários. Referência: ● MARKS, Fernanda Simone. Principais enfermidades respiratórias das aves: Aula graduação - VET 446. 3 jun. 2022. Slide.
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