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UNIP TCC DE VIOLENCIA - PRONTO PARA IMPRESSÃO 28 05 2022

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UNIVERSIDADE VITÓRIA 
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELIENE PEREIRA FREITAS - UP 18223793 
MARIA JOANA DA PENHA - UP 18226415 
SARAH MARA OLIVEIRA DA SILVA FLAUZINO - UP 18217126 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE `A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA 
2022 
 
 
 
ELIENE PEREIRA FREITAS - UP 18223793 
MARIA JOANA DA PENHA - UP 18226415 
SARAH MARA OLIVEIRA DA SILVA FLAUZINO - UP 18217126 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à coordenação 
do curso de Enfermagem da Universidade 
Paulista – Vitória, para requisito parcial à 
obtenção do título de Bacharel em 
Enfermagem. 
Professora Orientadora: Msc Janaina 
Daumas Felix. 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA 
2022 
 
 
 
ELIENE PEREIRA FREITAS - UP 18223793 
MARIA JOANA DA PENHA - UP 18226415 
SARAH MARA OLIVEIRA DA SILVA FLAUZINO - UP 18217126 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA 
 
 
 
 
 
Monografia do Curso de Graduação em 
Enfermagem, apresentado a disciplina de 
Projeto Técnico Científico Interdisciplinar 
da UNIP – Campus Vitória-Professora 
Orientadora: Msc Janaina Daumas Felix. 
 
 
 
 
Aprovado em: 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
_____________________/__/_____ 
Prof. Nome do Prof.a / Me. Elisangela Coco dos Santos 
Universidade Paulista – UNIP 
____________________/__/______ 
Prof. Nome do Prof. Me.BrunoKirmesViguini 
Universidade Paulista – UNIP 
____________________/__/______ 
Prof. Nome do Prof. Esp. Matheus FávaroPinharbel 
Universidade Paulista – UNIP 
 
Fonte: Guia de normatização para apresentação de trabalhos acadêmicos da 
Universidade Paulista: ABNT, 2017. 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha família, exemplo de força, amor e persistência, 
toda minha admiração e respeito. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
À fé em Deus que me alimenta a cada dia, a cada passo dado, a minha família 
pelos momentos difíceis. 
A minha Professora orientadora Janaina Daumas Felix, exemplo de profissional 
e de ser humano, pela incansável dedicação e incentivo pessoal, me fazendo 
buscar o melhor de mim, um aprendizado significante que levarei para a vida 
inteira. 
À comissão revisadora, os Professores (a) Elisangela Coco dos Santos, Bruno 
Kirmes Viguini, Matheus Fávaro Pinharbel, pelas palavras de estímulo e 
sugestões valiosas para a conclusão deste trabalho. 
Aos amigos e colegas que de alguma maneira me auxiliaram na construção 
deste Projeto. 
À Faculdade UNIP – Campus Vitória / ES, pela promoção de profissionais 
ativos em prol de uma formação exemplar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
CEAN - Centro Especializado em Atendimento à Mulher. 
CNDM - Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. 
JECRIN - Juizado Especiais Criminais. 
LPM - Lei Maria da Penha. 
OMS - Organização Mundial da Saúde. 
PAISM - Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher. 
PNEVCM - Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra 
as Mulheres. 
SESP - Secretaria de Estado de Segurança Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELA/GRÁFICO/FIGURA 
Tabela 01 – Quadro 01: Antes e Depois da Lei 11.340/06 ser promulgada.....27 
Gráfico 01 – Taxa de Homicídios por 100 mil mulheres ao ano no Espírito 
Santo............................................................................................................34/35 
Figura............................................................................................................32/33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................11 
 
2 EVOLUÇÕES HISTÓRICAS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.........12 
2.1 A mulher como propriedade do homem e a relação de poder exercida 
dentro do ambiente familiar...............................................................................12 
2.2 As mulheres e a busca por seus direitos....................................................16 
3 CONCEITUANDO TIPOS DE VIOLÊNCIA...................................................18 
3.1 Política Nacional de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher...............24 
4 LEI “MARIA DA PENHA” – Nº 11.340/06. ..................................................10 
5 REDES DE APOIO, SERVIÇOS ESPECIALIZADOS QUE PRESTAM 
TENDIMENTOS ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA / MEDIDAS 
PROTETIVAS...................................................................................................29 
5.1 Botões do Pânico.......................................................................................33 
 
5.2 Tornozeleira Eletrônica no combate à violência doméstica.......................33 
 
6 HOMICÍDIOS DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO ESPÍRITO 
SANTO, ANO DE 2021....................................................................................35 
 
7. VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NEGRAS...................................35 
 
8. ÓRFÃOS DOS FEMINICÍDIOS...................................................................35 
 
9. PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA 
...........................................................................................................................36 
10. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/ REFERENCIAL TEÓRICO...................38 
 
 
11 METODOLOGIA..........................................................................................40 
11.1 Tipo de Pesquisa.......................................................................................40 
12 OBJETIVOS.................................................................................................42 
12.1 Objetivo geral.............................................................................................42 
12.2 Objetivos específicos.................................................................................42 
 
13 CONSIDERAÇõES FINAIS.........................................................................43 
14 REFERÊNCIAS............................................................................................45 
 
9 
 
RESUMO 
A presente monografia aborda como temática O Enfermeiro frente à mulher 
vítima de violência, é importante dizer que a violência contra a mulher vem 
crescendo atualmente, sendo um problema que abrange o mundo todo. 
Todavia, por ser um crime de grave violação dos direitos humanos, a violência 
contra a mulher, ainda hoje, segue vitimando milhares de mulheres mundo 
afora reiteradamente. Há dificuldade em reconhecer a violência, que se 
caracterizam na desqualificação, na humilhação, perante a sociedade todos os 
dias uma mulher é agredida, difícil de sensibilizar mediante tamanha agressão. 
Trata – se de uma pesquisa qualitativa que se configura como um estudo 
bibliográfico, embasada em pesquisa. Este trabalho tem como objetivo 
Compreender a importância da atuação do enfermeiro frente às mulheres 
vítimas de violência. Mediante a pesquisa pode observar que a falta de 
estrutura familiar ocorreu com maior dano com a chegada da epidemia, o 
agressor passa mais tempo em casa facilitando assim os conflitos internos. 
Famílias são dilaceradas pela violência todos os dias, com isso as mulheres 
em busca de socorro, tentam encontrar no casamento uma base para 
construção de uma vida melhor, entretanto, caem na mesma situação ou numa 
situação ainda pior de violência, podendo muitas das vezes chegar ao 
homicídio por parte do companheiro. Contudo, baixa estima, o desespero 
muitas das vezes leva a vítima a forte depressão.PALAVRA CHAVES: Violência doméstica, Saúde da mulher, Mulher vítima de 
violência, Serviços de saúde da mulher. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
ABSTRACT 
 
The present monograph addresses the theme The Nurse in front of women 
victims of violence, it is important to say that violence against women is 
currently growing, being a problem that covers the whole world. However, as it 
is a crime of serious violation of human rights, violence against women, even 
today, continues to victimize thousands of women around the world. There is 
difficulty in recognizing violence, which is characterized by disqualification, 
humiliation, before society every day a woman is attacked, difficult to sensitize 
through such aggression. It is a qualitative research that is configured as a 
bibliographic study, based on research. This work aims to understand the 
importance of the nurse's role in front of women victims of violence. Through 
the research, it was possible to observe that the lack of family structure 
occurred with greater damage with the arrival of the epidemic, the aggressor 
spends more time at home, thus facilitating internal conflicts. Families are torn 
apart by violence every day, with this women looking for help, try to find in 
marriage a basis for building a better life, however, they fall into the same 
situation or an even worse situation of violence, and can often reach to murder 
by the partner. However, low self-esteem, despair often leads the victim to 
strong depression. 
 
KEYWORDS: Domestic violence, Women's health, Women victims of violence, 
Women's health services. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
Muito se tem discutido sobre a violência contra a mulher, veremos a seguir, por 
meio de aspectos históricos a evolução da violência contra a mulher, 
objetivando a maneira como a mulher era vista perante a sociedade, sob um 
olhar patriarcal. Busca-se no decorrer dos capítulos, destacarem a opressão 
que as mulheres sofreram ao longo dos anos. Sendo assim, procura delinear 
as origens e tipos de violência existentes, causas e efeitos, criação das leis, 
que pudesse coibir os tipos de violência sofrida pelas mulheres, que 
necessitam de espaça, e sejam divulgadas claramente, como também aceitas 
pela sociedade como um sujeito de direitos. (SOUTO, 2015). 
Neste contexto, com uma grande representatividade populacional no Brasil e 
no mundo, a mulher ganha cada vez mais espaço na sociedade. Destaca-se 
assim, que a desigualdade de gênero desde os primórdios são responsáveis 
por situações de sofrimento, adoecimento e morte das mulheres. (BRASIL, 
2009). 
Dentre os danos causados pela violência feminina, evidencia todos os tipos de 
violência, que é descrita como uma dominação do homem sobre a mulher que 
são assim desencadeadas pela relação de poder e valores atribuídos a ambos 
de maneira desigual. Sendo assim, configura-se em violência de gênero pelo 
motivo de seu acontecimento ser fruto de valores sociais, políticos, culturais. 
Colocando o homem na posição de dominador. (SOUTO, 2015). 
Desse modo, uma sociedade que onde predomina o machismo, e não respeita 
o gênero feminino, frente aos papéis sociais que representa, precisa de uma 
mudança nos seus paradigmas, que os poderes façam jus ao cumprimento das 
leis que existem para equilibrar as iniqüidades que são evidentes de forma 
extrema entre o sexo feminino e o masculino. (OLIVEIRA, 2014). 
Perante as considerações, este trabalho justifica-se pela inquietude em 
compreender como acontece o processo de violência contra a mulher a partir 
das suas relações no âmbito social. Bem como os danos que carreta em suas 
vidas, para assim buscar maneira de acolhimento, prevenção, auxiliar no 
encaminhamento para uma possível diminuição dos índices de violência contra 
12 
 
a mulher. Tendo em consideração a importância da temática, objetiva 
apresentar por meio de uma revisão bibliográfica como a violência contra a 
mulher ocorre, sua geração ao longo dos anos, bem como fazer uma análise 
da história de lutas vivida pelas mulheres em pró da conquista pelos seus 
direitos perante a sociedade. (SOUTO, 2015). 
2. EVOLUÇÕES HISTÓRICAS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
2.1 A mulher como propriedade do homem e a relação de poder exercida 
dentro do ambiente familiar 
No início de século XVI, Portugal havia acabado de descobri o Brasil, mantinha 
um enorme interesse em tomar as terras para colonizá-la, antes que outros 
países tivessem a oportunidade de fazer o mesmo, bem como obter o completo 
domínio da cristandade. 
A agricultura ainda não fazia parte dos interesses a seres explorados, pois para 
isto era necessário fixar nas terras. As ocupações de Portugal com possessões 
fora da América e a frustração de lucro fácil no Brasil, não fazia parte dos 
interesses da corte. Com o passar do tempo, houve uma valorização da cana 
de açúcar na Europa, sendo assim, os portugueses chegaram ao Brasil e vira 
que seria necessário a plantação de lavouras e com isto, a criação de 
latifúndios, construção de engenhos para moagem de cana de açúcar. E assim 
os portugueses se fixaram no litoral brasileiro, formando o início da sociedade 
patriarcal. (LEAL, P. 167, 2004). 
Sendo assim, sob o domínio do conhecido senhor de engenho, estabeleceu – 
se a chamada casa grande, governada por uma gerente doméstica que 
mantinham a organização e a ordem da casa, eram também chamadas de 
matronas ou matriarcas. (LEAL, P. 167, 2004). 
Deste modo, essas mulheres, advindas de Portugal, trouxeram consigo a 
tradição e cultura européia, possibilitando assim a fixação dessa cultura do 
Brasil. Tanto as famílias patriarcais rurais, quanto as urbanas que residiam em 
sobrados, eram formadas por pai, mãe, filos, parentes, bem como os 
agregados, nesse grupo social, os espaços eram delimitados, havendo assim 
uma rígida hierarquização e estratificação. Contudo, essa hierarquização 
13 
 
impunha papeis rígidos e estabeleciam regras explicitar para cada membro 
desse grupo, o poder patriarcal era estabelecido como uma característica 
básica a restrição ao espaço feminino e o poder exercido sobre a mulher pelo 
esposo, que era chefe de casa e do engenho. A mulher era delimitada ao poder 
homem na família e deveria assim reconhecer forçadamente seu próprio lugar 
e função na sociedade, imposta pelo marido. (SOUTO, 2015). 
Deste modo, a liberdade feminina, tanto esposa ou filhas, era totalmente 
restringida pela autoridade patriarcal, que viam nas mulheres suas 
propriedades, segundo José Carlos Leal, o espaço que as mulheres tinham era 
delimitado à missa, único local em que poderiam romper sua clausura, pois a 
rua era um ambiente ao qual só os homens e as prostitutas poderiam 
freqüentar e caminhar sem maiores restrições. (LEAL, p. 168, 2004). 
Portanto, o local determinado e obrigatório para as mulheres da época era 
dentro do lar, cuidando, gerenciando sua casa e cumprindo com as ordens de 
seu esposo. Segundo Leal, nem mesmo para fazer às compras as mulheres 
não poderiam deslocar-se de sua casa, quando precisavam de alguma coisa os 
patriarcas solicitavam ao sobrado os representantes das lojas, para as 
mulheres escolherem os produtos necessários. (LEAL, p. 168, 2004). 
Desta maneira, evidencia a limitação a qual a mulher era sujeitada, visto que 
não podia sair de casa, assim fica claro que a rua sempre foi um ambiente para 
os homens, motivo pelo qual até hoje as mulheres sofrem violência de todo 
gênero quando expostas a ambientes que não sejam seu próprio lar, por isso 
são vistas como seres aptos a aceitar qualquer tipo de assédio. (LEAL, p. 168, 
2004). 
Portanto, fica claro que o principal objetivo da sociedade patriarcal, onde o 
homem representava a figura viril, a razão, mantinha o dever de manter a si 
mesmo e a prole, o fato de adulterar era natural e aceito pela sociedade. A 
mulher representava a figura frágil, ingênua, possuidorada emoção e seu 
adultério deveria ser punido, pois jamais permitia que a mulher cometesse 
adultério, ou qualquer tipo de comportamento parecido com do homem. (LEAL, 
p. 169, 2004). 
14 
 
Sendo assim, apesar das diferenças, foi também criado no século XIX, um 
estereótipo de mulher perfeita, um protótipo a ser seguido, quando jovem, seria 
frágil, discreta, pura e virgem, adulta seria maternal, pernas grossas, seios 
grandes e volumosos, quadril apresentável, esta característica iria servir 
essencialmente aos homens para a procriação e os cuidados com o lar. 
(SOUTO, 2015). 
Além disso, as relações sexuais eram baseadas em padrões machistas e 
religiosos, onde o prazer sexual era direito do homem, a mulher não tinha 
direito de sentir prazer, pois a relação sexual para a mulher era somente 
voltada para a procriação. A mulher nunca deveria invocar desejos ou sequer 
fazer um convite para ter relações com o marido, uma vez que somente o 
marido tinha o direito de sentir prazer no sexo, sendo assim, buscava na 
amante ou prostituta uma maneira de satisfação para realizar sua perversidade 
sexual. A esposa tinha a obrigação de satisfazer o marido, procriar, conceber e 
educar a prole e suportar o marido economicamente. 
Desta maneira, desde criança eram divididos claramente os papeis de cada 
membro, para os meninos brincadeiras rudes, não tinham direito ao choro, para 
não demonstrar fraqueza, não poderiam demonstrar suas emoções, se 
mantinham sempre corajosos e teriam que honrar sua condição masculina com 
tamanho orgulho. Para as meninas, comportamento sensível, tímida e frágil, 
aprender por meio de brincadeiras com bonecas e aprendendo com a própria 
mãe os afazeres domésticos essenciais e básicos, para assim manter as 
tradições que eram destinadas às mulheres naquela época, bem como atingir o 
máximo de sua realização que era o casamento e a construção de uma família. 
(MARCONDES FILHO, 2011). 
Sendo assim, naquela época para as mulheres, o casamento era o nível 
máximo de suas vidas, era um objetivo para ser alcançado, e assim as 
meninas da época tinham um preparo desde muito nova para este ato. O 
casamento não era visto como um ato de amor e afetividade, as pessoas se 
uniam simplesmente por um desejo de compartilharem suas vidas e procriação. 
Dessa maneira, a matriarca, juntamente com outras mulheres do lar, era 
responsável por criar as filhas dentro dos altos padrões da época, pés 
15 
 
pequenos, traços delicados, cintura fina, quadris largos. Essas características 
as tornariam atraentes para alcançar os objetivos almejados: o casamento. 
Porém, para chegar a este objetivo além dos padrões de beleza que deveriam 
enquadrar-se, as roupa deveriam cobrir o máximo do corpo das mulheres, 
deixando ao máximo parecer o rosto, pescoço, mãos. Portanto, as mulheres 
impregnadas pela cultura européia, esse traje feminino demonstrava o alcance 
do poder masculino sobre o corpo da mulher, onde somente o esposo poderia 
ver a nudez da esposa, e assim, se tornava evidente que aquele corpo era 
somente de sua propriedade, só o marido poderia usufrui para fins sexuais. 
(MARCONDES FILHO, 2011). 
Portanto, ainda no século XIX, a missão da mulher era dedicar, aceita tudo e 
saber acatar, enquanto que o homem era definido como fogoso impetuoso e 
transbordante de energia física e sexual. Dessa maneira, se a mulher buscar 
sair dessa posição de inferioridade, a própria sociedade machista busca corrigir 
sua direção. (MARCONDES FILHO, 2011). 
 Entretanto, neste contexto histórico brasileiro, a violência contra a mulher, é 
advinda de uma cultura que está enraizada em uma sociedade escravista, que 
foi construída por um modelo colonizador que foi instalado na sociedade por 
meio de uma cultura onde predominava o machismo, cultura na qual só o 
homem era pleno de direitos, de acordo com a lei. Essa ideia prevaleceu 
rigorosamente por alguns séculos e em alguns casos até hoje. (MARCONDES 
FILHO, 2011). 
Portanto, no Brasil, até recentemente, mas especificadamente ano de 2002, 
quando o novo Código Civil Brasileiro, foi sancionado e publicado, estava 
escrito que o homem era o chefe da sociedade conjugal: Art. 233, cap. II, “o 
marido é o chefe da sociedade conjugal, função que exerce com a colaboração 
da mulher, no interesse comum do casal e dos filhos”. (DUARTE, 2016). 
Entretanto, hoje, sobressai-se, a teoria de que a mulher é um sujeito social 
autônomo, todavia historicamente ainda, vitimada pelo controle machista. E 
justamente pela possibilidade do conceito do patriarcado acaba sendo 
escravizada, inferiorizada. O patriarcado enquanto um sistema de dominação 
16 
 
masculina sobre a mulher nos permite ter uma visão de que a dominação não 
está só na esfera do lar, mas em outras áreas, trabalhista, mídia e na política. 
Sendo assim, o patriarcado é usado como uma maneira de se tornar natural 
um sistema que legitima e naturaliza o exercício da exploração e da dominação 
das mulheres por um homem. Ainda no século XXI, há um grande domínio que 
pode ser reflexos da estrutura social do século passado. (DUARTE, 2016). 
Portanto, no decorrer da atualidade, a sociedade vem reproduzindo a 
subordinação feminina perante o sexo masculino, por meio da tradição e 
costumes advindo do passado, desta maneira, banaliza e se torna natural uma 
opressão que vem sendo um sofrimento por décadas e que hoje está refletindo 
em vários setores da sociedade ao qual a mulher está presente. Entretanto, o 
patriarcado machista ainda está presente, enraizado na cultura da sociedade, 
inclusive no inconsciente masculino. (DUARTE, 2016). 
2.2 As mulheres e a busca por seus direitos 
Todavia, a partir da metade do séc. XIX, as mulheres começaram a edição de 
jornais que destacando assim, a importância dos direitos femininos no Brasil, 
ilustrando a posição em que a mulher era inferiorizada, e o descaso em relação 
aos seus direitos. Por meio destes jornais, surgiu a necessidade de 
freqüentarem a escolas para ser alfabetizada, como também a luta pelo direito 
ao voto. Sendo assim, por volta do final do séc. XIX por volta de 1827, os 
direitos reivindicados foram lentamente obtidos, e assim a inserção da mulher 
no mercado de trabalho. 
“As meninas não tinham escola, a elite da elite tinha professoras em 
casa ou estudava em conventos. Então, a lei autorizando abrir 
escolas para as meninas no país é de 1827, no mesmo ano aparece 
esse primeiro jornal, O Espelho Diamantino, já voltado para essa 
questão da educação das mulheres. Ele se dirige às raras mulheres 
que eram educadas naquele momento e incentiva a educação 
feminina”. (DUARTE, 2016). 
 
Contudo, a partir do ano de 1962, as mulheres no Brasil, conquistaram 
liberdade para preencher os espaços que lhes cabia na época, privado, 
público, tornando assim, capazes e responsáveis pelos atos civis, bem como 
17 
 
tornaram parte do mercado de trabalho no dizer de Maria Berenice Dias, logo 
abaixo. 
O modelo familiar da época era hierarquizado pelo homem, sendo 
que desenvolvia um papel paternalista de mando e poder, exigindo 
uma postura de submissão da mulher e dos filhos. Esse modelo veio 
a sofrer modificações a partir da Revolução Industrial, quando as 
mulheres foram chamadas ao mercado de trabalho, descobrindo 
assim, a partir de então, o direito à liberdade, passando a almejar a 
igualdade e a questionar a discriminação de que sempre foram alvos. 
Com essas alterações, a mulher passou a participar, com o fruto de 
seu trabalho, da mantença da família, o que lhe conferiu certa 
independência. Começou ela a cobrar uma participação do homem 
no ambiente doméstico, impondo a necessidade de assumir 
responsabilidade dentro de casa e partilhar cuidado com os filhos. 
(DIAS, 2004, p. 22-24). 
 
Entretanto, por volta do ano de 1918, deu início no Brasil um movimento que se 
chamava sufragista, movimento tal que reivindicava o direito ao voto feminino, 
este movimentoera liderado pela classe média brasileira e que contribuiu 
veementemente para a aprovação do Código Eleitoral, em 1932, a partir deste 
movimento a mulher passou a ter o direito ao voto. Além disso, em 1936, 
Bertha Lutz, foi uma das mais importante e maior líder na conquista pelo direito 
feminista no Brasil, contribuiu para a criação do Estatuto da Mulher. (AGÊNCIA 
SENADO, p.1). 
Sendo assim, em 1934, a Constituição Federal efetivou a igualdade entre os 
sexos. EM 1970, criou-se o movimento das mulheres pela Anistia e em 1975, 
constitui-se pela ONU o Ano Internacional da Mulher. Em 1977 foi promulgada 
a Lei do Divórcio em nosso ordenamento jurídico, garantindo assim à liberdade 
de pôr fim à convivência marital em casos de violência doméstica como pode 
ver abaixo: 
Para milhares de famílias brasileiras, o melhor presente do Natal de 
1977 chegou no dia seguinte ao feriado. Em 26 de dezembro, 
finalmente foi sancionada a lei que instituiu o divórcio no país. Fruto 
de uma emenda constitucional proposta pelo Senado, a Lei do 
Divórcio (Lei 6.515/1977) permitiu uma profunda mudança social no 
Brasil. Até então, o casamento era indissolúvel. Os maridos e 
esposas infelizes só restavam o desquite — o que encerrava a 
sociedade conjugal, com a separação de corpos e de bens, mas não 
extinguia o vínculo matrimonial. (Fonte: AGÊNCIA SENADO, p.1). 
Todavia, apesar das limitações que as mulheres sofrem, elas se encorajam e 
entram no mercado de trabalho em busca da liberdade e independência 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6515.htm
18 
 
financeira, desempenhando dupla jornada de trabalho e contribuindo com o 
sustento da família. Entretanto, essa evolução nos direitos feministas acabou 
mudando os papeis de cada gênero, que eram impostos pela sociedade desde 
os primórdios, gerando um clima de conflitos, haja vista que no instante em que 
a mulher se integra no mercado de trabalho, impondo e mudando todo ideal de 
família que até estão era estabelecido, assim o ideal de patriarcal se desfaz 
perdendo a eficácia na prática. (DUARTE, 2016). 
 
Sendo assim, com as conquistas das mulheres obtidas ao longo da história, 
como direito do voto, direitos femininos asseguram de forma a integrar a 
mulher na sociedade, obtendo direito de trabalho e ser tratada como ser 
autônomo e não mais como propriedade exclusiva do homem ou como um 
indivíduo qualquer. Entretanto, a violência, que era vista como natural pelos 
padrões da sociedade da época, ainda hoje continua acontecendo. A violência 
é naturalizada de várias maneiras e em diversos ambientes, por meio da 
sujeição da mulher à inferioridade dentro dos diversos locais, como acontecem 
todos os dias quando a maior parte das mulheres sofre todo e qualquer tipo de 
assédio onde quer que a mulher freqüente. (DUARTE, 2016). 
 
 Portanto, estas situações se estabelecem como graves no atual contexto 
histórico que vivemos, uma vez que as alterações de papéis predeterminados 
para os gêneros garantem a conformidade e aceitação perante a sociedade, 
mediante a essas mudanças que aconteceram, motivo ao qual contribui para a 
legitimação da violência que as mulheres sofrem com o objetivo de devolvê-las 
ao local e aos papeis que exerciam no século passado. 
 
3. CONCEITUANDO TIPOS DE VIOLÊNCIA 
 
Contudo, vamos falar um pouco sobre o termo violência, termo derivado do 
latim (violentia), que por sua vez deriva do prefixo (vis) e por sua vez quer dizer 
força, vigor, potência ou impulso para obrigar a vítima do gênero feminino a 
fazer algo contra sua vontade. Todavia, trata-se de qualquer comportamento 
que vise à ruptura de qualquer forma de integridade da vítima, que seja física, 
19 
 
sexual, psíquica ou moral, por meio do uso da força, caracteriza-se violência. 
Pode – se dizer, entretanto, que todo tipo de violência é uma violação dos 
direitos essenciais do indivíduo (SAFFIOTI, 2015, p. 18). 
 
Portanto, de diferentes agentes manifesta-se a violência, e assim incorpora 
todas as esferas da sociedade. Como podemos ver abaixo: 
 
“a sociedade ainda cultiva valores que incentivam a violência, o que 
impõe a necessidade de se tomar consciência de que a culpa é de 
todos. O fundamento é cultural e decorre da desigualdade no 
exercício do poder, o qual gera uma relação de dominante e 
dominado”. (MARIA BERENICE DIAS, 2015. P.24). 
 
Sendo assim, diante deste fator, situações que até então inaceitáveis, são 
vistas pela sociedade como naturais, sendo assim, reforçados e multiplica ao 
longo de anos. (BRAUNER e CARLOS, 2006, p. 648). 
 
Portanto, mostra que mesmo a Constituição Federal enfatiza nos artigos 5º e 
inc. I e art. 226, a equiparação entre a mulher e o homem, o patriarcado tem 
seguimento na sociedade, desta maneira ainda hoje no interior do lar a mulher 
é tida como aquela servidora do lar e da família, mesmo que colabore fora do 
ambiente do seu lar. Ao longo de décadas o patriarcado vem existindo, e, 
aceito, entretanto, a separação dos papeis que é destinado a cada indivíduo 
afetou, então a estrutura basilar desse sistema de propriedade do todo da 
mulher. (CONSTITUIÇÂO FEDERAL, 1998). 
 
Nessa circunstância, surge então à violência doméstica contra a mulher, a 
sociedade justifica como uma maneira de compensar algumas falhas no 
cumprimento ideal dos papeis de gênero. A quebra desse parâmetro 
predeterminou por meio de conquistas das mulheres que ocorreu mundo 
inteiro, fazendo com que os homens perdessem a capacidade de domínio e 
decisão sobre sua companheira, vindos daí a ânsia em usar a força bruta para 
impor suas vontades ou desequilibrar sua esposa tornando-a assim frágil e 
suscetível a autoridade do homem. 
 
20 
 
Contudo, a violência doméstica, entretanto, pode ser apontada como a soma 
de um processo que vem ao longo da história, legitimando a limitação social 
feminina, junto com a incapacidade do homem em adequar-se a uma 
sociedade na qual a mulher possui o poder sobre ela mesma. Pode ser que, 
uma parte da violência que o homem efetua até hoje contra a mulher, não seja 
apenas a continuação do antigo sistema, mas, sim, da incapacidade ou recusa 
de adaptar-se ao novo mundo da mulher, ou seja, pode não ser apenas a 
continuidade do patriarcado tradicional, mas de alguma maneira reagir contra o 
seu declínio machista, ou seja, sua perda de domínio sobre o feminino. 
(GIDDENS, 2010, p.92). 
 
Para Maria Amélia de Almeida Teles, 
 
A violência de gênero tem sua origem na discriminação histórica 
contra as mulheres, ou seja, num longo processo de construção e 
consolidação de medidas e ações explícitas e implícitas que visam à 
submissão da população feminina, que tem ocorrido durante o 
desenvolvimento da sociedade humana (TELES p. 27). 
 
 
Sendo assim, mediante a força bruta, iniciou-se o controle do homem sobre as 
mulheres. Aos poucos, foram inseridos métodos novos e novas maneiras de 
dominação do homem: as leis, a contra, a religião, a filosofia, a ciência, a 
política. Portanto, a violência expressa conflito, idéias de interesses em 
choque. Por outro lado, o interesse do dominador: desejo de mando, de se 
sentir superior: de outro lado a mulher, frágil e indefesa, com isso uma presa 
fácil para o homem, uma vez que as mulheres estão sujeitas à violência 
simbólica, causado assim, danos morais e psicológicos. (GREGORI, 2013, 
p.126). 
 
Sendo assim, essa violência simbólica equivale à ideologia do machismo, ao 
qual tem se uma visão de mundo que é formulada pelo indivíduo dominador 
com fins de gerar uma mistificação que dê garantia a complacência do 
dominado. Portanto, existe a intenção do homem de ferir a integridade física da 
mulher, essa vontade seria fruto de um individualismo apoiado na ideologia e 
no processo social de dominação de um sexo sobre o outro. (CHUÍ, 2014, 
p.46). 
21 
 
 
Para Marilena Chauí, a violência e a força são a ausência do poder, são 
conceitos no qual tanto a autonomiae a expressão do desejo da autonomia 
estão ausentes, e é operado sob o domínio da heterônoma, o lugar em que 
cabe a relação entre o que sujeita e é sujeitado. Entretanto pode dizer que a 
mulher é composta de uma subjetividade que coloca a mulher em uma posição 
de dependência, isto porque falta algo essencial para serem consideradas 
como sujeito: autonomia no falar, pensar, agir. (CHUÍ, 2014, p.46). 
 
Entretanto, o discurso social utilizado na atualidade faz acreditar que a 
violência contra a mulher é algo natural e existente dentro do lar. Contudo este 
acontecimento é um domínio que não se esgota com os episódios de violência 
como expressão do poder masculino. (ARTHUR, 2015). 
 
Vejamos o que diz a Lei abaixo: 
 
A Lei 13.505/2017 determina, entre outras mudanças, que o trabalho 
prestados de atendimento à mulher vítima de violência doméstica 
deve ser prestado, preferencialmente, por servidoras do sexo 
feminino previamente capacitadas. A lei também dá garantias quanto 
às perguntas e questionamentos que devem priorizar a saúde 
psicológica e emocional da mulher; protegê-la do contato com os 
agressores; e evitar a revitimização, ou seja, questionamentos 
sucessivos sobre o mesmo fato em diferentes fases do processo. 
Também foram incluídas novas diretrizes quanto ao local do 
atendimento e registro dos depoimentos.As políticas e planos de 
atendimento às mulheres em situação de violência devem priorizar, 
segundo a Lei 13.505, a criação de Delegacias Especializadas de 
Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de 
Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a 
investigação das violências graves contra a mulher. (LEI MARIA DA 
PENHA, 2017). 
Portanto, evidencia se que a violência contra a mulher compreende em uma 
afronta as gerações de seus direitos como ser humano, todavia, visa proibir a 
liberdade, a igualdade e a solidariedade com o outro. Pois, a liberdade é 
quebrada no instante em que o homem aprisiona a mulher ao seu domínio, 
vindo a constrangê-la e impedindo-a de ter sua própria vontade. Desta 
maneira, a mulher vê seu direito ir e vir, já que se encontra sujeita ao poder e 
vontades do homem. O direito de ir e vir se restringe a partir do instante em 
22 
 
que, advindo da cultura, o poder econômico, físico, psicológico, social e 
emocional se centraliza na figura masculina. (ROCHA, 2016, p.185). 
Todavia, tanto os espaços públicos quanto os privados hoje ainda travam uma 
disputa de poder entre os sexos e assim marca como está enraizado perante o 
olhar masculino a inferioridade feminina. Além disso, ao argumentar o 
feminismo no dias atuais, nitidamente enxerga – se uma afronta a terceira 
geração que são: liberdade, igualdade e fraternidade, conceitos esses 
utilizados para separar, de maneira didática, e melhor entender, os direitos 
humanos. Haja vista, que a mulher, com todo o direito conquistado até a 
atualidade, mesmo assim, continua sendo vista perante a sociedade como 
vítima e assim, não recebe atenção da mesma maneira que o homem. 
Portanto, a violência de gênero, afeta a cidadania das mulheres e sua liberdade 
perante a sociedade, e assim, impedindo-as de ter autonomia sobre suas 
próprias decisões, e ser livre, se tornando refém restringindo seus direitos. 
(ROCHA, 2016, p.185). 
Sendo assim, podemos ver abaixo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
estabelece três grupos segundo quem comete um ato de violência: 
a) Violência Interpessoal - Violência 
doméstica/intrafamiliar: Considera-se violência 
doméstica/intrafamiliar a que ocorre entre os parceiros íntimos e entre 
os membros da família, principalmente no ambiente da casa, mas não 
unicamente. É toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a 
integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno 
desenvolvimento de outra pessoa da família. Pode ser cometida 
dentro ou fora de casa por algum membro da família, incluindo 
pessoas que passam a assumir função parental, ainda que sem laços 
de consangüinidade, e que tenha relação de poder. A violência 
doméstica/intrafamiliar não se refere apenas ao espaço físico onde a 
violência ocorre, mas também, às relações em que se constrói e 
efetua. Este tipo de violência também inclui outros membros do 
grupo, sem função parental, que convivam no espaço doméstico. 
Incluem-se aí empregados (as), pessoas que convivem 
esporadicamente, agregados. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA 
SAÚDE, 1996). 
c) Violência Interpessoal - Violência extra familiar/comunitária: A 
violência extra familiar/comunitária é definida como aquela que ocorre 
no ambiente social em geral, entre conhecidos ou desconhecidos. É 
praticada por meio de agressão às pessoas, por atentado à sua 
integridade e vida e/ou os seus bens e constitui objeto de prevenção 
e repressão por parte das forças de segurança pública e sistema de 
justiça (polícias, Ministério Público e poder Judiciário). 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1996). 
23 
 
b) Violência Psicológica/Moral: É toda forma de rejeição, 
depreciação, discriminação, desrespeito, cobrança exagerada, 
punições humilhantes e utilização da pessoa para atender às 
necessidades psíquicas de outrem. É toda ação que coloque em risco 
ou cause dano à auto-estima, à identidade ou ao desenvolvimento da 
pessoa. Esse tipo de violência também pode ser chamado de 
violência moral. No assédio moral, a violência ocorre no ambiente de 
trabalho a partir de relações de poder entre patrão e empregado ou 
empregado e empregado. Define-se como conduta abusiva, exercida 
por meio de gestos, atitudes ou outras manifestações, repetidas, 
sistemáticas, que atentem, contra a dignidade ou a integridade 
psíquica ou física de uma pessoa, que ameace seu emprego ou 
degrade o clima de trabalho. Portanto, a violência moral é toda ação 
destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação da 
pessoa. O bullying é outro exemplo de violência psicológica, que se 
manifesta em ambientes escolares ou outros meios, como o 
ciberbullying. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1996). 
Sendo assim, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelece 
também as diferenças sobre as naturezas da violência, sendo elas: 
Violência Física: Também denominada sevícia física, maus-tratos 
físicos ou abuso físico. São atos violentos, nos quais se fez uso da 
força física de forma intencional, não-acidental, com o objetivo de 
ferir, lesar, provocar dor e sofrimento ou destruir a pessoa, deixando, 
ou não, marcas evidentes no seu corpo. Ela pode se manifestar de 
várias formas, como tapas, beliscões, chutes, torções, empurrões, 
arremesso de objetos, estrangulamentos, queimaduras, perfurações, 
mutilações, dentre outras. A violência física também ocorre no caso 
de ferimentos por arma de fogo (incluindo as situações de bala 
perdida) ou ferimentos por arma branca. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL 
DA SAÚDE, 1996). 
d) Violência Sexual: É qualquer ação na qual uma pessoa, valendo-
se de sua posição de poder e fazendo uso de força física, coerção, 
intimidação ou influência psicológica, com uso ou não de armas ou 
drogas, obriga outra pessoa, de qualquer sexo e idade, a ter, 
presenciar, ou participar de alguma maneira de interações sexuais ou 
a utilizar, de qualquer modo a sua sexualidade, com fins de lucro, 
vingança ou outra intenção. Incluem-se como violência sexual 
situações de estupro, abuso incestuoso, assédio sexual, sexo forçado 
no casamento, jogos sexuais e práticas eróticas não consentidas, 
impostas, pornografia infantil, pedofilia, voyeurismo, manuseio, 
penetração oral, anal ou genital, com pênis ou objetos, de forma 
forçada. Inclui também exposição coercitivo-constrangedora a atos 
libidinosos, exibicionismo, masturbação, linguagem erótica, 
interações sexuais de qualquer tipo e material pornográfico. 
Igualmente caracterizam a violência sexual os atos que, mediante 
coerção, chantagem, suborno ou aliciamento impeçam o uso de 
qualquer método contraceptivo ou forcem a matrimônio, à gravidez,ao aborto, à prostituição; ou que limitem ou anulem em qualquer 
pessoa a autonomia e o exercício de seus direitos sexuais e 
reprodutivos. A violência sexual é crime, mesmo se exercida por um 
familiar, seja ele, pai, mãe, padrasto, madrasta, companheiro (a), 
esposo (a). (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1996). 
Vejamos a seguir outra tipologia de violência: 
24 
 
Violência Patrimonial: É considerada violência patrimonial, nos 
termos da Lei Maria da Penha, qualquer conduta que configure 
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, 
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e 
direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer 
suas necessidades. (CÂMERA DE NOTÍCIAS, 2020). 
Todavia, existe um Projeto de Lei 4411/21, que assegura à mulher vítima de 
violência patrimonial. Abaixo: 
O Projeto de Lei 4411/21 assegura à mulher vítima de violência 
patrimonial, que tenha resultado na retenção, subtração, destruição 
parcial ou total de seus documentos pessoais ou de seus 
dependentes pelo agressor, prioridade imediata no atendimento para 
a emissão de novos documentos. (CÂMERA DE NOTÍCIAS, 2022). 
 
Segundo Amélia, faz se necessário compreendermos um pouco sobre violência 
de gênero, também é entendida como violência contra a mulher. A igualdade 
de gênero torna – se limitado no momento em que, socialmente, o poder físico, 
psicológico, social, econômico, emocional, é centralizado na figura masculina. 
(TELES, p.14, 2018). 
Entretanto, este termo gênero, é empregado para mostrar de maneira clara as 
desigualdades econômicas entre o sexo feminino e masculino, por causa da 
opressão e o isolamento ao longo da história vivido pelas mulheres. Partindo 
do princípio a posição de inferioridade que em que as mulheres são 
acometidas diariamente em relação aos homens, esta condição por vez é 
imposta a mulher desde seu nascimento por meio de parâmetros da sociedade 
que ainda hoje continua enraizado a um sistema de família patriarcal. (TELES, 
p.14, 2018). 
Portanto, pode-se evidenciar que pouco a pouco o feminismo brasileiro vem 
rompendo com a cultura machista, da qual várias mulheres são vítimas há 
tempos, por meio do conhecimento da mulher em relação a seus direitos e com 
construção de políticas públicas de enfrentamento a qualquer ato de violência 
ou descriminação contra a mulher. Para um melhor esclarecimento, no próximo 
subtópico abordaremos a Política de Enfrentamento à Violência Contra a 
Mulher, que caracteriza se como uma grande vitória na luta pela emancipação 
feminina. 
https://www2.camara.gov.br/legin/fed/lei/2006/lei-11340-7-agosto-2006-545133-norma-pl.html
25 
 
3.1 Política Nacional de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher 
A violência contra a mulher passou-se então a ser um problema de cunho 
privado, a ser uma questão pública com medidas estatais direcionadas para a 
prevenção e assistência das vítimas. (Osterne (2011), afirma que: 
Observa-se, não obstante, os significativos avanços legislativos, a 
criação de mecanismos institucionais e a implantação de algumas 
políticas públicas destinados à promoção da igualdade de gênero, 
que, no Brasil, se convive com graves problemas de discriminação 
contra as mulheres. (OSTERNE, p. 131). 
A Política de Enfretamento a Violência Contra a Mulher (2011), junto ao Plano 
Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), que tem como objetivo o 
intuito de criar mecanismos de prevenção, assistência à mulher vítima de 
violência. Desta maneira, a Política Nacional de Enfrentamento a Violência 
Contra a Mulher (2011), tem como finalidade: 
A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres 
tem por finalidade estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações 
de prevenção e combate à violência contra as mulheres, assim como 
de assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de 
violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos 
humanos e legislação nacional. (PEVM, 2011, p.2). 
A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher estabelece 
parceria com a Lei Nº 11.340/2006, Lei Maria da Penha, a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, a Convenção Interamericana para Prevenir e 
Erradicar a Violência Contra a Mulher, a Convenção Sobre a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação contra a mulher. Sendo assim, a Política de 
Enfrentamento a Violência Contra a Mulher (2011): 
O Enfrentamento à Violência contra as Mulheres é consolidado como 
um eixo intersetorial e prioritário no campo das políticas para as 
mulheres. Assim, a partir do PNPM, as ações de enfrentamento à 
violência contra as mulheres não mais se restringem às áreas da 
segurança e assistência social, mas buscam envolver diferentes 
setores do Estado no sentido de garantir os direitos das mulheres a 
uma vida sem violência. (POLÍTICA NACIONAL DE 
ENFRETAMENTO CONTRA AS MULHERES, 2011, p.17). 
4. LEI “MARIA DA PENHA” – Nº 11.340/06. 
Dissertamos, nessa pesquisa, elementos que se refere à trajetória da mulher 
na luta por emancipação e garantia do direito de igualdade. Uma das maiores 
26 
 
conquistas das mulheres foi a Lei Nº 11.340/06, conhecida por Lei Maria da 
Penha, que veio com o objetivo de coibir e prevenir a violência contra a mulher. 
Dessa maneira, a Lei ganhou este nome em homenagem a uma mulher vítima 
de violência, Cearense e biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, 
que por 20 anos lutou para ver seu agressor na prissão. Pois na primeira 
tentativa deixou Maria da Penha paraplégica, já na segunda foi empurrada por 
ele da cadeira de rodas e tentativa de eletrecutá-la em baixo do chuveiro. O 
próprio marido foi o agressor, ocassionou seqüelas que ela irá carregar pelo 
resto da vida. Sendo assim, a luta de Maria da Penha por justiça foi um 
caminho árduo trazendo uma enorme repercussão nacional e internacional. Em 
7 de agosto de 2006 o presidente sancionou então a Lei Nº 11.340/06. 
(BORELLI, 2013). 
Ainda, segundo Borelli (2013): 
A biofarmacêutica iniciou uma luta de mais de 20 anos para que 
Marco Antônio fosse punido por seu crime. Em 2001, a Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por 
negligência em relação à violência doméstica. Em 2003, o ex-marido 
de Maria da Penha finalmente foi preso. (BORELLI, 2013, p. 235). 
A Lei Maria da Penha continua sendo um marco na história representando um 
paradigma da concepção e deslegitimação da violência sofrida contra a mulher. 
Entretanto, essa violência ainda continua enraizada no patriarcado e nas 
concepções da história em sociedade. (BELATO, 2013). 
Nessa perspectiva da violência contra a mulher temos leis que regulamentam e 
normalizam as penas contra o agressor e a defesa a favor da mulher. 
A Lei Maria da Penha estabelece que todo o caso de violência 
doméstica e intrafamiliar é crime, deve ser apurado através de 
inquérito policial e ser remetido ao Ministério Público. Esses crimes 
são julgados nos Juizados Especializados de Violência Doméstica 
contra a Mulher, criados a partir dessa legislação, ou, nas cidades em 
que ainda não existem, nas Varas Criminais. 
A lei também tipifica as situações de violência doméstica, proíbe a 
aplicação de penas pecuniárias aos agressores, amplia a pena de um 
para até três anos de prisão e determina o encaminhamento das 
mulheres em situação de violência, assim como de seus 
dependentes, a programas e serviços de proteção e de assistência 
social. A Lei n. 11.340, sancionada em 7 de agosto de 2006, passou 
a ser chamada Lei Maria da Penha em homenagem à mulher cujo 
marido tentou matá-la duas vezes e que desde então se dedica a 
27 
 
causa do combate à violência contra as mulheres.(CONSELHO 
NACIONAL DA JUSTIÇA, LEI MARIA DA PENHA, 2006, Portal CNJ). 
Antes da criação da Lei Maria da Penha, o órgão que era responsável pelo 
amparo de mulheres vítimas de violência era o Juizado Especiais Criminais 
(JECRIN), em que muitas vezeso agressor não era punido. Podemos ver a 
seguir um quadro comparando uma relação entre o antes da Lei 11.340/06 
entrar em vigor e depois que passou a vigorar: 
Quadro 01: Antes e Depois da Lei 11.340/06 ser promulgada: 
ANTES DA LEI DEPOIS DA LEI 
 
Não existia lei específica sobre a 
violência doméstica. 
 
Tipifica e define a violência doméstica 
e familiar contra a mulher e 
estabelece as suas formas: física, 
psicológica, sexual, patrimonial e 
moral. 
Não tratava das relações entre 
pessoas do mesmo sexo. 
Determina que a violência doméstica 
contra a mulher independa de 
orientação social. 
Nos casos de violência, aplica-se a lei 
9.099/95, que criou os Juizados 
Especiais Criminais, onde só se 
julgam crimes de “menor potencia 
ofensivo (pena máxima de dois 
anos)”. 
Retira desses Juizados a 
competência para julgar os crimes de 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher. 
Esses juizados só tratavam do crime, 
para a mulher resolver o resto do 
caso, as questões cíveis (separação, 
pensão, guarda de filhos), ela tinha 
que abrir outro processo na vara de 
família. 
Serão criados Juizados 
Especializados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, 
com competência civil e criminal. 
Abrangendo todas as questões. 
Permite a aplicação de penas 
pecuniárias, como cesta básica e 
Proíbe a aplicação dessas penas. 
28 
 
multa. 
A autoridade policial fazia um resumo 
dos fatos e registrava num termo 
padrão (igual para todos os casos de 
atendidos). 
Tem um capítulo específico prevendo 
procedimentos da autoridade policial, 
no que se refere às mulheres vítimas 
de violência doméstica e familiar. 
A mulher podia desistir da denúncia 
na delegacia. 
A mulher só pode denunciar perante o 
juiz. 
Era a mulher quem, muitas vezes, 
entregava a intimação para o 
agressor comparecer às audiências. 
Proíbe que a mulher entregue a 
intimação ao agressor. 
Não era prevista decretação, pelo 
Juiz, de prisão preventiva, nem 
flagrante, do agressor (Legislação 
Penal). 
Possibilita a prisão em flagrante e a 
prisão preventiva do agressor, a 
depender dos riscos que a mulher 
corra. 
A mulher vítima de violência 
doméstica e familiar nem sempre era 
informada quanto ao andamento do 
seu processo e, muitas vezes, ia às 
audiências sem advogado ou 
defensor público. 
A mulher será notificada dos atos 
processuais, especialmente quanto ao 
processo e saída da prisão do 
agressor, e terá que ser 
acompanhada por advogado, ou 
defensor, e todos os atos 
processuais. 
A violência doméstica e familiar contra 
a mulher não era considerada 
agravante de pena. (art. 61 do Código 
Penal). 
Esse tipo de violência passa a ser 
prevista, no Código Penal, como 
agravante de pena. 
A pena para esse tipo de violência 
doméstica e familiar era de 6meses a 
1ano. 
A pena mínima é reduzida para três 
meses e a máxima para 3anos, 
acrescentando-se mais 1/3 no caso 
de portadores de deficiência. 
Não era previsto o comparecimento 
do agressor a programas de 
recuperação e reeducação (Lei de 
Execuções Penais). 
Permite ao Juiz determinar o 
comparecimento obrigatório do 
agressor a programas de 
recuperação. 
29 
 
O agressor podia continuar 
freqüentando os mesmos lugares que 
a vítima freqüentava. Assim como não 
era proibido de manter qualquer forma 
de contato com a agredida. 
O Juiz pode fixar o limite mínimo de 
distância entre o agressor e a vítima, 
seus familiares e testemunhas. Pode 
também proibir qualquer tipo de 
contato com a agredida, seus 
familiares e testemunhas. 
http://www.observe.ufba.br/lei_aspectos - Aspectos Fundamentais da Lei. 
Sendo assim, não se pode negar que a Lei Maria da Penha, trouxe um grande 
avanço e garantias no que se refere ao direito da mulher, contudo, não 
podemos fechar os olhos para o noticiário explícitos diariamente e que ainda é 
apresentado como sendo uma grande barreira a se superar, para que assim, a 
lei possa ter um impacto efetivo em toda a sociedade, ou seja, sendo 
necessário um estudo dos fatos gerados das agressões, analisarem o fator 
social do agressor, além do mais acompanhamento dos atendimentos que são 
prestados a vítima depois da denúncia, e avaliação de uma eventual ação 
contra o agressor. Sendo assim, mesmo com todas as práticas punitivas, 
impostas pela Lei, o número de agressão contra a mulher tem um aumento 
assustador. (FALCKE, 2009). 
Portanto, mesmo com tantos avanços, ainda hoje o agressor não é punido, a 
violência contra a mulher advindo de séculos atrás continua, onde as mulheres 
são privadas, dependentes e subordinadas aos seus maridos e seus prazeres, 
ditas como uma propriedade masculina. Apesar de hoje a mulher ocupar um 
grande espaço na sociedade devido aos direitos adquiridos pelo esforço dos 
movimentos feministas que acontecem em todo mundo. (FALCKE, 2009). 
Sendo assim, a violência contra a mulher vem sendo um dos principais 
problemas em todo o mundo, já que os casos de agressão são advindos de 
parceiros ou cônjuge. Estima-se que milhares de mulheres morrem em 
decorrência desta situação de natureza violência tendo em vista que os 
episódios vêm crescendo mais a cada dia. (FALCKE, 2009). 
5. REDES DE APOIO, SERVIÇOS ESPECIALIZADOS QUE PRESTAM 
TENDIMENTOS ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA / MEDIDAS 
PROTETIVAS. 
http://www.observe.ufba.br/lei_aspectos
30 
 
Existem locais que tem as chamadas Redes de Apoio que dão suporte às 
mulheres vítimas de violência, como podemos verificar abaixo: 
O Ligue 180, é um serviço de utilidade pública indispensável para o auxílio no 
combate à violência contra as mulheres, este LIGUE recebe todos os dias 
várias denúncias de agressões contra a mulher, o conteúdo é encaminhado 
aos órgãos competentes que também monitora o andamento destes processos. 
O serviço também tem como atribuição a orientação às mulheres em situação 
de agressão, estas, são direcionadas para os serviços da rede especializados 
em atendimentos a vítimas de violência. Contudo, ainda é possível a vítima 
obter as informações sobre seus direitos, a legislação vigente sobre o tema e a 
rede para atendê-las e acolhê-las, estando em situação de vulnerabilidade. 
A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 da Secretaria de 
Políticas para as Mulheres, criada para orientar as mulheres em 
situação de violência sobre seus direitos e sobre os serviços 
especializados, bem como para auxiliar no monitoramento da rede de 
atendimento às mulheres em todo o território nacional, mesmo não 
oferecendo dados que permitam construir um diagnóstico do 
problema, oferece uma visão geral das características da violência 
contra as mulheres no país e de sua magnitude. Apesar de não se 
tratar de um conjunto de informações estatisticamente 
representativas do universo, mas de registros dos atendimentos 
efetuados neste serviço, produz vieses importantes que devem ser 
considerados na análise desta questão. ((POLÍTICA NACIONAL DE 
ENFRETAMENTO CONTRA AS MULHERES, 2011, p.16). 
Temos os Centros de referência no atendimento à mulher, estes espaços são 
voltados para o acolhimento psicológico e social das mulheres vítimas de 
violência, o mesmo também orienta e encaminha as vítimas. 
Como diz abaixo, a Norma Técnica de Uniformização dos Centros de 
Referência, (2006): 
São estruturas essenciais do programa de prevenção e 
enfrentamento à violência contra a mulher, uma vez que visa 
promover a ruptura da situação de violência e a construção da 
cidadania por meio de ações globais e de atendimento interdisciplinar 
(psicológico, social, jurídico, de orientação e informação) à mulher em 
situação de violência (POLÍTICA PARA AS MULHERES, 2006, p. 11). 
Temos também a casa onde abrigam estas mulheres, se trata de um espaço, 
de extrema segurança com endereço sigiloso, que dão abrigo para mulheres 
31 
 
vítimas de violência, se trata de um acolhimento provisório, onde a mulhertem 
um apoio psicossocial mantendo seu bem estar físico e psicológico, o abrigo 
acolhe abrigando as vítimas também por meio de programas e benefícios. 
Contudo, a Política Nacional de Abriga mento de Mulheres vítimas de violência 
(2003) se define como: 
Diz respeito a gama de possibilidades (serviços, programas, 
benefícios) de acolhimento provisório destinado a mulheres em 
situação de violência (violência doméstica e familiar contra a mulher, 
tráfico de mulheres, etc.) que se encontrem sob ameaça e que 
necessitem de proteção em ambiente acolhedor e seguro. O abriga 
mento, portanto, não se refere somente aos serviços propriamente 
ditos (albergues, casas-abrigo, casas-de-passagem, casas de 
acolhimento provisório de curta duração, etc.), mas também inclui 
outras medidas de acolhimento que podem constituir-se em 
programas e benefícios (benefício eventual para os casos de 
vulnerabilidade temporária) que assegurem o bem-estar físico, 
psicológico e social das mulheres em situação de violência, assim 
como sua segurança pessoal e familiar. ( POLÍTICA PARA AS 
MULHRES, p. 15). 
Entretanto, existem também as casa de acolhimento provisório destinadas a 
mulheres que não sofrem risco de morte com permanência na casa de até 15 
dias, o endereço não é sigiloso, este local trabalha com vítimas de violência e 
tráfico de mulheres. 
Contudo, em 2020, com o aparecimento do viris da covid-19, que levou a uma 
crise mundialmente global, a Organização Mundial de Saúde (OMS), decretou 
estado de pandemia, para evitar que o vírus se propagasse, o distanciamento 
social se tornou comum, sendo assim, ainda que não seja a principal causa, 
acabou aumentando a vulnerabilidade da mulher, com isto o número de 
violência contra a mulher aumentou significadamente. A residência do casal é 
onde mais acontecem as violências, pois estão sob o mesmo teto tanto 
agressor quanto a vítima. 
Portanto, diante desta realidade, surgiu então a Campanha Sinal Vermelho (X), 
uma ferramenta segura de denúncia e acolhimento as vítimas de violência. A 
proposta desta campanha é unir a sociedade a favor da mulher isolada que 
reside em local de difícil acesso, sem ter contato com o telefone, computador, 
família, e que esteja presa em sua própria residência, para que assim possa 
fazer denúncia de uma maneira silenciosa para não afrontar o agressor de 
32 
 
forma direta, onde a vítima está sendo acometida, vivenciando uma situação de 
violência. A vítima pode ir a uma farmácia, supermercado, drogaria, hotel ou 
condomínio que é participante da ação e apresentar um X vermelho desenhado 
em uma das mãos, a um atendendo destes locais, orientado a pedir ajuda a 
policia. (SECRETARIA DO ESTADO DA MULHER, p. 01, 2020). 
 Sendo assim, a Campanha Sinal Vermelho agora se tornou Lei no Distrito 
Federal, como podemos ver abaixo: 
O texto foi publicado em 11/11/2020, Lei n° 6.713/2020, com especial 
destaque para o disposto no artigo 2° da norma, ao prever que: 
 
“O protocolo básico e mínimo do programa de que trata esta Lei 
consiste em que, ao identificar o pedido de socorro e ajuda, por meio 
da visualização da marca, conforme descrito no parágrafo único do 
art. 1º, ou ao ouvir o código “sinal vermelho”, o atendente de 
farmácia, repartição pública, portaria de condomínio, hotel ou 
supermercado, com o nome da vítima e o seu endereço ou telefone, 
ligue imediatamente para os números 190 (Emergência – Polícia 
Militar), 197 (Denúncia – Polícia Civil) ou 180 (Central de Atendimento 
à Mulher) e reporte a situação”. Decreto n° 41.695, publicado em 07 
de janeiro de 2021, regulamentou a referida Lei e instituiu o Programa 
de Cooperação Código Sinal Vermelho na capital federal. 
(SECRETARIA DO ESTADO DA MULHER - 12/03/21 às 16h47 - 
Atualizado em 29/07/21 às 18h09). 
 
 
Porque aderir a esta causa na luta contra a violência feminina no Brasil? 
Atualmente o país ocupa a 5ª posição no ranking dos mais violentos contra a 
mulher, e a denúncia é crucial para mudar-mos esta 
realidade. 
 
Fonte: https://www.mulher.df.gov.br/o-que-e-a-campanha-sinal-vermelho/ 
https://www.mulher.df.gov.br/o-que-e-a-campanha-sinal-vermelho/
33 
 
 
5.1 Botões do Pânico 
 
Contudo, a violência é um problema que assola todas as mulheres, nos mais 
diversos lugares e o tempo todo, infelizmente dentro do próprio lar onde 
deveria ter segurança, é onde existe mais agressão. Nesse sentido, uma 
ferramenta que têm sido de grande ajuda para as mulheres é o Botão do 
Pânico. (CÂMARA DE NOTÍCIAS, 2020). 
 
Por conseguinte, entenda como funciona o botão de pânico, três toques no 
celular e as mulheres vítimas de violência podem acionar a Polícia militar, 
neste caso, a agilidade do atendimento é mais rápida, é um dispositivo virtual 
que se integra o App 190. O botão do pânico é liberado para mulheres que tem 
medidas protetivas de urgência, que foi concedida por meio da lei Maria da 
Penha. Vejamos abaixo: 
 
 O botão do pânico possui duas funcionalidades: a primeira é o 
acionamento imediato da Polícia Militar, que terá acesso à 
geolocalização do celular e fará um atendimento de emergência por 
meio das informações disponíveis no aplicativo. O Projeto de Lei 
4961/20 prevê a possibilidade de monitoração eletrônica do agressor 
- de disponibilidade para as vítimas de violência doméstica de 
dispositivo portátil de rastreamento do agressor - o chamado “botão 
do pânico”. (AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS, 2020). 
 
5.2 Tornozeleira Eletrônica no combate à violência doméstica 
O papel da sociedade no combate a violência contra a mulher, é de 
fundamental importância, principalmente se for considerado que a maioria da 
violência ocorre na residência, onde o agressor se sente forte e em segurança, 
longe de olhares de terceiros. Por outro lado as mulheres se sentem frágeis, 
inseguras, totalmente desprotegidas, muitas das vezes com medo, pois 
qualquer ato de defesa pode gerar um aumento maior de agressão ao qual a 
mulher poderá ser acometida, o que muitas das vezes serve como fator que 
impede a mulher de gritar por socorro, assim se cala diante as agressões. 
(CÂMERA DE NOTÍCIAS, 2022). 
 
34 
 
Portanto, com o monitoramento eletrônico o cumprimento da fiscalização das 
medidas protetivas se torna mais eficiente, e assim servirá de fator para 
inibição contra os agressores, pois sua situação ficará exposta, assim permite 
que a sociedade fique mais atenta em relação a esse indivíduo, o que permitirá 
uma maior proteção a vítima de violência. O exemplo do que acontece com os 
outros detentos de regime semi aberto, serão rastreados por meio do uso de 
tornozeleira eletrônica. ( CÂMARA DE NOTÍCIAS, 2022 ). 
Podemos observar abaixo: 
O Projeto de Lei 2748/21 autoriza o monitoramento por tornozeleira 
eletrônica de acusados de violência doméstica. A proposta altera a 
Lei Maria da Penha.A lei autoriza o juiz a determinar medidas 
protetivas de urgência após a constatação de violência doméstica, 
com o objetivo de resguardar as vítimas: afastamento do lar, 
proibição de contato, suspensão de visitas, acompanhamento 
psicossocial, entre outras. A proposta inclui o monitoramento por 
tornozeleira eletrônica entre o rol dessas medidas. (CÂMARA DE 
NOTÍCIAS, 2022). 
Segundo estatística, em 2009, a cada dois dias uma mulher era vítima de 
homicídio no Espírito Santo, ficando em uma média de 16 homicídios por mês. 
Na maioria dos casos a mulher já havia sofrido algum tipo de violência anterior 
e o agressor e autor do crime tinha algum tipo de ligação afetiva com a mulher. 
Diante disto, o estado promove várias ações, com o objetivo de dimunuir ou 
acabar com o homicídio. Até então, estas ações começaram a apresentar 
resultados positivos e a taxa de homicídios caiu de 11 mortes para cada grupo 
de cem mil mulheres em 2009 para 6 mortes para cada cem mil em 2015. 
A partir de 2016, também ocorre uma redução, primeiro semestre redução de 
37% em relação ao mesmo período de 2015. 
 
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2006/lei-11340-7-agosto-2006-545133-norma-pl.html35 
 
Gráfico 01 – Taxa de Homicídios por 100 mil mulheres ao ano no Espírito Santo 
Fonte: SESP (homicídios); IBGE (censos e estimativas populacionais). 
 
6. HOMICÍDIOS DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO ESPÍRITO 
SANTO, ANO DE 2021 
 
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social 
(SESP), o Espírito Santo registrou este ano de 2021, 13.993 registros de 
violência doméstica contra a mulher nas delegacias especializadas de 
atendimento à mulher. A média é de 51 denúncias/dia, a região com maior 
índice de casos é a Metropolitana da Grande Vitória, com 4.628 registros. 
(SESP, 2021). 
 
Conforme, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SESP), 71,5%, 
dos registros é em residências que ocorrem à agressão, o que significa que 
10.004 denúncias as agressões acontecem dentro da casa da vítima. O 
município da Serra é onde acontece o maior número de ocorrência no Espírito 
Santo, com 1.181 registros. O que facilitou muito para as mulheres foi à 
possibilidade de registrar os boletins de ocorrência pela internet, assim sentem 
– se menos constrangidas e não se expõe, podendo assim registrar ameaças e 
agressões sofridas pelo companheiro, marido, pai, irmãos. (SECRETARIA DE 
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL, 2021). 
 
7. VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NEGRAS 
 
Segundo a Agência Câmara de Notícias, durante a pandemia, a cada 8 
minutos uma mulher sofre violência, mais da metade são negras. Há uma 
desigualdade racial, das 1.350 mortes por feminicídio em 2020, a maioria das 
mulheres eram negras. (CÂMARA DE NOTÍCIAS, 2020). 
 
8. ÓRFÃOS DOS FEMINICÍDIOS 
 
Como superar e seguir em frente, após a tragédia da perda da mãe? O 
feminicídio deixa em rastro de sofrimento que segue depois da morte da mãe, 
36 
 
principalmente os filhos, se vêem mediante a muita dificuldade para reconstruir 
a vida, enfrentar a ausência da mãe, muitas vezes tendo que ir para lares 
estranhos, novos. Há ainda um sentimento de revolta, pois, na maior parte dos 
casos essa vítima já estava no processo de separação. Em alguns casos esta 
brutalidade acontece na frente do filho, onde lhe causa um grande desvio 
psicológico, tendo muitas das vezes que fazer uma grande trajetória de 
acompanhamento com terapias. (SENADO, 2022). 
 
Contudo, essas crianças ficam sem a voz que os guiava, antes mesmo do 
nascer, aquele toque suave, o colo aconchegante, a relação afetuosa, a 
cumplicidade, proteção e a referência, que são bases para um 
desenvolvimento social e psicológico saudável, e que são profundamente 
marcadas pelo resto da vida pela dor da ausência da mãe. (SENADO, 2022). 
 
9. PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA 
Segundo Machado (2020), A Política Nacional de Enfrentamento da violência 
contra a mulher propõe um trabalho em rede, para vencer a desarticulação dos 
níveis de atenção no combate à violência contra a mulher. Os enfermeiros 
devem estar sempre atentos no atendimento às essas vítimas. O acolhendo 
deve ser de maneira segura as vítimas de violência e pode ser realizado dentro 
de um conceito de compreender a saúde, que favoreça a construção social da 
mulher. De certa maneira, a forma que o acolhimento é feito na hora da 
abordagem faz toda a diferença no tratamento. (MACHADO, 2020). 
A Assistência do enfermeiro às vítimas de violência tem que ser planejada para 
promover a segurança, acolhimento, respeito e a satisfação das mulheres em 
sua necessidade coletiva e individual. Refletir sobre o planejamento, pautados 
nas políticas públicas de saúde, nos instrumentos básicos da enfermagem, na 
legislação vigente é primordial para a proteção das vítimas e prevenção de 
agravos que poderão vir futuramente. (MACHADO, 2020). 
A atuação da enfermagem é de extrema importância na constatação do 
problema, que por muitas vezes a mulher tem receio de relatar com medo do 
companheiro ou por ser extremamente dependente do parceiro. Os serviços de 
37 
 
saúde têm em tese um maior contato com as vítimas de agressão, podendo 
assim, reconhecer e acolher essa vítima antes mesmo de um incidente grave. 
Dessa Maneira, a identificação dessas pessoas nessa situação de violência é 
muito importante. (MACHADO, 2020). 
Contudo, muitas vezes o serviço de saúde nem sempre oferece uma resposta 
adequada para o problema, ao levar em consideração a intenção da violência 
praticada que gerou o estado mórbido ao paciente. Existem momentos em que 
esta situação decorre pelo fato de que o serviço limita-se em cuidar dos 
sintomas e não com os instrumentos que foram capazes de constatar o 
problema. (MACHADO, 2020). 
Por conseguinte este projeto de pesquisa delimita-se a investigar informações 
sobre como o/a enfermeiro/a pode agir no caso de orientação à mulher vítima 
de violência. 
 
A hipótese baseada é a de que o/a enfermeiro/a pode desenvolver um plano de 
ação, um trabalho relevante tanto na orientação e como também no cuidado 
destas mulheres, haja vista, que na sua formação profissional, foram 
ministrados os componentes curriculares direcionados para essa prática logo, 
este profissional tem formação e preparação adequada para esta ação, 
apresenta domínio para exercer tamanha responsabilidade de uma avaliação 
sistemática na identificação e assistência ao paciente que se encontra como 
vítima. 
 
Neste caso, a escolha do tema justifica-se em compreender e demonstrar a 
relevância do desempenho do enfermeiro frente à orientação e cuidados e às 
mulheres vítimas de violência. O que nos levou a fazer a pesquisa sobre a 
Mulher Vítima de Violência, hoje. Nós mulheres vivenciamos de alguma 
maneira algum tipo de violência, e sim, fez parte de nossa vida. Partiu deste 
princípio nossa inquietude em compreender como acontece o processo de 
violência contra a mulher a partir das suas relações no âmbito social. O tema 
em questão aborda a violência contra a mulher. 
38 
 
O interesse que nos motivou a iniciar este artigo foi entender um pouco mais 
sobre esse assunto, ao qual precisamos conhecer melhor a Saúde da Mulher e 
saber como mediar conhecimento no dia a dia do cotidiano hospitalar. 
A Saúde da Mulher vítima de violência necessita de cuidados especiais, seja 
agressão física, psicológica doméstica ou de qualquer outra natureza, a 
instituição hospitalar/ postos de saúde, precisam se adequar para receber as 
vítimas de agressão, tendo em vista, que hoje as instituições hospitalares, 
muitas das vezes não estão preparadas para receber essas pessoas 
principalmente porque não tem uma estrutura e nem profissionais 
especializados para tal atendimento. Haja vista, que toda pessoa vítima de 
violência precisa se sentir acolhida, protegida, isto faz com que elas se sintam 
seguras, os profissionais de saúde incluindo toda equipe hospitalar precisam 
estar sempre atentos para prestar um bom atendimento acolhendo estas 
vítimas. 
10. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/ REFERENCIAL TEÓRICO 
Este estudo está fundamentado na perspectiva de vários autores. Toda a 
análise dos dados obtidos por meio da pesquisa bibliográfica, realizada sob a 
pesquisa na internet, livro, artigos, monografias. 
É importante dizer que a violência contra a mulher caracteriza–se às vezes 
pela opressão de gênero ou pelas relações de poder que os homens acham 
que tem sobre as mulheres, que são reproduzidas no dia – a – dia 
cotidianamente, isto é independentemente de faixa etária, classe social ou 
etnia. A relação entre os gêneros estabelece a vida humana na sociedade, 
pode ser na distribuição de valores, no trabalho, nos bens ou serviços. 
(MINAYO, 2016). 
Portanto, mesmo que esteja amparada pela lei, a igualdade de direitos, a 
representação política e cultural, acaba criando diferentes papéis para homem 
e a mulher, a igualdade abre lugar para certo desequilíbrio no poder distribuído 
e uma relação de força e dominação que expressam manifestação da violência 
entre os indivíduos de sexos iguaisou diferentes. A violência contra a mulher 
passou a receber maior atenção a partir do início da década de 70 no mundo 
39 
 
todo. Iniciou um movimento feminista que teve uma grande contribuição para 
tratar a questão da violência contra a mulher. (SILVEIRA, 2016). 
Sendo assim, nas décadas de 80 e 90 ocorreu a criação e a multiplicação dos 
serviços de atendimentos às mulheres e de políticas públicas específicas, 
como o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), 
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), As casa de abrigo, as 
Delegacias de Defesa da Mulher entre outros (SILVEIRA, s.d.), Igualmente, 
foram realizadas também Conferências para criar consensos e definir os 
objetivos no cumprimento destas políticas. (SILVEIRA, 2016). 
Nessa concepção, na hipótese de entender mais o desenvolvimento humano, 
pressupõe então que é o pensamento humano que nos ajuda a organizar a 
realidade em que essas pessoas vivem. Tendo em vista que o ser humano 
possui diversas formas e possibilidades de se reerguer e voltar a relacionar 
com o mundo. (SILVEIRA, 2016). 
Portanto, a violência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) 
como qualquer ato de agressão ou negligência ao indivíduo que pode produzir 
dano psicológico, sofrimento físico ou sexual, incluído as ameaças, tanto em 
público ou privado, de uso intencional, força ou poder em forma de ameaça ou 
de maneira efetiva constantemente, pode ser contra si ou outra pessoa, grupo 
ou em comunidade, que ocasiona qualquer tipo de lesão, morte ou dano 
psíquico. (MINAYO, 2006). 
Sendo assim, a violência ainda é predominante nas classes mais baixas, onde 
tem maiores denúncias, é um fenônimo presente na vida de muitas mulheres. 
Geralmente as agressões acontecem no espaço familiar, onde era para haver 
maior harmonia. Dentre as formas mais generalizadas de violência contra a 
mulher, destaca-se a violência doméstica praticada pelo próprio parceiro, 
consideram-se neste conceito as relações de poder e a distinção entre papéis 
culturalmente atribuídos a cada um dos sexos e suas peculiaridades biológicas. 
(BELATO D. 2007). 
Portanto, esta violência está associada a vários fatores. Destaca-se dentre eles 
a baixa escolaridade da mulher, assim como a situação socioeconômica 
40 
 
desfavorável, além do uso do álcool e drogas ilícitas entre os parceiros 
podendo agravar ainda mais a violência, pois o indivíduo acometido pela droga 
se sente mais corajoso e se torna mais agressivo. (BELATO D. 2007). 
Assim, como os desentendimentos domésticos ligados ao contexto familiar, à 
educação dos filhos, organização da casa, falta de higiene dentre outros. O 
fator sócio econômico é um determinante na desordem de um lar, pois a falta 
de alimento leva a discussões entre os familiares podendo envolver todos da 
família. Sabe-se que todo tipo de violência pode acometer a mulher em seu 
ser, em seu estar no mundo, em sua corporeidade, no seu todo, pode deixar 
marcas reais e sensíveis. A percepção feminina da violência doméstica contra 
a mulher é construída da situação real e consciente da agressão física, 
psíquica, moral e social, considerando a inter-relação agressora e vítima. 
(BELATO D. 2007). 
Sendo assim, a atenção integral a essas mulheres só é possível se houver um 
acolhimento, uma escuta qualificada e um acompanhamento a essas vítimas e 
seus agressores para que assim facilite o empoderamento e diminuição de 
ocorrências e o impacto da violência na saúde e na vida dessas mulheres. 
(BELATO D. 2007). 
11. METODOLOGIA 
11.1 Tipo de pesquisa 
Esta pesquisa aborda um estudo do tipo revisão integrativa de abordagem 
quantitativa, por meio de análise de documentos, publicações científicas que 
trazem a tona e o papel do enfermeiro na Saúde da mulher vítima de violência. 
Sendo assim, a revisão integrativa busca obter uma idéia de como está o 
estado atual em busca de conhecimentos sobre o tema supracitado, suas 
lacunas e a contribuição da investigação para o desenvolvimento do 
conhecimento. (LAKATOS; MARCONI, 2010, P.130). 
Os dados coletados foram realizados uma pesquisa exploratória nas bases de 
dados: Scientifc Electronic Librany Online (Scielo, Biblioteca Virtual da Saúde 
(BVS), Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases 
de Dados de enfermagem (BDENF). Pois, esses trazem uma maior 
41 
 
credibilidade e segurança acerca de suas publicações. O levantamento dos 
dados foi realizado no período de 2 meses para uma melhor busca do material 
a ser analisado para utilizá-lo nesta pesquisa. (FURTADO, 2014). 
Portanto, o desenvolvimento desse estudo será de extrema importância para 
os profissionais da área da saúde e familiares de pessoas que sofrem qualquer 
tipo de violência, pois, abrange um conhecimento mais profundo desse 
problema, com intuito de facilitar o entendimento referente à violência da 
mulher. A elaboração do presente trabalho foi realizada com base em 
levantamentos bibliográficos referentes à Violência contra a mulher, para a 
busca de novos conhecimentos a respeito do assunto proposto. Segundo 
(MINAYO, 1994). 
Entretanto, o desenvolvimento de pesquisa de caráter quantitativo, como a 
pesquisa bibliográfica em questão, é importante porque estudamos as 
particularidades do indivíduo que sofre com problemas de violência, e assim 
compreender o comportamento desses indivíduos, durante o seu tratamento e 
acompanhamento. Segundo Minayo (1994), uma pesquisa quantitativa 
responde: 
Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que 
não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com 
o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das 
crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos 
humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser 
humano se distingue não só por agir, mas pensar sobre o que faz e 
por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e 
partilha com seus semelhantes. Desta forma, a diferença entre 
abordagem quantitativa e qualitativa da realidade social é de natureza 
e não de escala hierárquica (MINAYO, 1994, p. 2). 
A intenção com esta metodologia é proporcionar maior intimidade com o 
problema visando torná-lo explícito, além de um estudo aprofundado de forma 
a permitir o conhecimento, auxiliando na socialização no desenvolvimento 
destes indivíduos para uma vida normal. (GIL, 2008). 
Dentro das pesquisas quantitativas, este estudo será de natureza bibliográfica, 
conforme a citação de Gil, 2008: 
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já 
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. 
42 
 
Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de 
trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente 
a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios pode 
ser definida como pesquisas bibliográficas, assim como certo número 
de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de 
conteúdo. (GIL, 2008, p. 50). 
Os descritores a serem utilizados serão: Violência doméstica, Saúde da 
mulher, Mulher vítima de violência, Serviços de saúde da mulher. Critérios que 
foram usados para a melhor análise dos dados foram: bases de dados 
eletrônicos como Ministério da Saúde, Scientific Eletronic library online 
(SIELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Foram selecionadas Teses, 
dissertações, artigos científicos, livros que relatam ou apresentam o tema 
abordado em abordado em questão: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER que 
abrangem o período de 2012 a 2022. Foram usados autores que foram 
contemplados com o tema da pesquisa e em seguida escolhidos aqueles que 
apresentavam um melhor contexto do tema. Como critério de exclusão foi 
excluído os que não estavam com a problemática proposta. 
A hipótese baseada é a de que o/a enfermeiro/a pode desenvolver plano de 
ação, tanto na orientação ou no acolhimento

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