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UNIVERSIDADE VITÓRIA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ELIENE PEREIRA FREITAS - UP 18223793 MARIA JOANA DA PENHA - UP 18226415 SARAH MARA OLIVEIRA DA SILVA FLAUZINO - UP 18217126 O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE `A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA VITÓRIA 2022 ELIENE PEREIRA FREITAS - UP 18223793 MARIA JOANA DA PENHA - UP 18226415 SARAH MARA OLIVEIRA DA SILVA FLAUZINO - UP 18217126 O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA Monografia apresentada à coordenação do curso de Enfermagem da Universidade Paulista – Vitória, para requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Professora Orientadora: Msc Janaina Daumas Felix. VITÓRIA 2022 ELIENE PEREIRA FREITAS - UP 18223793 MARIA JOANA DA PENHA - UP 18226415 SARAH MARA OLIVEIRA DA SILVA FLAUZINO - UP 18217126 O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA Monografia do Curso de Graduação em Enfermagem, apresentado a disciplina de Projeto Técnico Científico Interdisciplinar da UNIP – Campus Vitória-Professora Orientadora: Msc Janaina Daumas Felix. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _____________________/__/_____ Prof. Nome do Prof.a / Me. Elisangela Coco dos Santos Universidade Paulista – UNIP ____________________/__/______ Prof. Nome do Prof. Me.BrunoKirmesViguini Universidade Paulista – UNIP ____________________/__/______ Prof. Nome do Prof. Esp. Matheus FávaroPinharbel Universidade Paulista – UNIP Fonte: Guia de normatização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista: ABNT, 2017. DEDICATÓRIA À minha família, exemplo de força, amor e persistência, toda minha admiração e respeito. AGRADECIMENTOS À fé em Deus que me alimenta a cada dia, a cada passo dado, a minha família pelos momentos difíceis. A minha Professora orientadora Janaina Daumas Felix, exemplo de profissional e de ser humano, pela incansável dedicação e incentivo pessoal, me fazendo buscar o melhor de mim, um aprendizado significante que levarei para a vida inteira. À comissão revisadora, os Professores (a) Elisangela Coco dos Santos, Bruno Kirmes Viguini, Matheus Fávaro Pinharbel, pelas palavras de estímulo e sugestões valiosas para a conclusão deste trabalho. Aos amigos e colegas que de alguma maneira me auxiliaram na construção deste Projeto. À Faculdade UNIP – Campus Vitória / ES, pela promoção de profissionais ativos em prol de uma formação exemplar. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CEAN - Centro Especializado em Atendimento à Mulher. CNDM - Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. JECRIN - Juizado Especiais Criminais. LPM - Lei Maria da Penha. OMS - Organização Mundial da Saúde. PAISM - Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher. PNEVCM - Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. SESP - Secretaria de Estado de Segurança Pública. LISTA DE TABELA/GRÁFICO/FIGURA Tabela 01 – Quadro 01: Antes e Depois da Lei 11.340/06 ser promulgada.....27 Gráfico 01 – Taxa de Homicídios por 100 mil mulheres ao ano no Espírito Santo............................................................................................................34/35 Figura............................................................................................................32/33 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................11 2 EVOLUÇÕES HISTÓRICAS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.........12 2.1 A mulher como propriedade do homem e a relação de poder exercida dentro do ambiente familiar...............................................................................12 2.2 As mulheres e a busca por seus direitos....................................................16 3 CONCEITUANDO TIPOS DE VIOLÊNCIA...................................................18 3.1 Política Nacional de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher...............24 4 LEI “MARIA DA PENHA” – Nº 11.340/06. ..................................................10 5 REDES DE APOIO, SERVIÇOS ESPECIALIZADOS QUE PRESTAM TENDIMENTOS ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA / MEDIDAS PROTETIVAS...................................................................................................29 5.1 Botões do Pânico.......................................................................................33 5.2 Tornozeleira Eletrônica no combate à violência doméstica.......................33 6 HOMICÍDIOS DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO ESPÍRITO SANTO, ANO DE 2021....................................................................................35 7. VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NEGRAS...................................35 8. ÓRFÃOS DOS FEMINICÍDIOS...................................................................35 9. PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA ...........................................................................................................................36 10. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/ REFERENCIAL TEÓRICO...................38 11 METODOLOGIA..........................................................................................40 11.1 Tipo de Pesquisa.......................................................................................40 12 OBJETIVOS.................................................................................................42 12.1 Objetivo geral.............................................................................................42 12.2 Objetivos específicos.................................................................................42 13 CONSIDERAÇõES FINAIS.........................................................................43 14 REFERÊNCIAS............................................................................................45 9 RESUMO A presente monografia aborda como temática O Enfermeiro frente à mulher vítima de violência, é importante dizer que a violência contra a mulher vem crescendo atualmente, sendo um problema que abrange o mundo todo. Todavia, por ser um crime de grave violação dos direitos humanos, a violência contra a mulher, ainda hoje, segue vitimando milhares de mulheres mundo afora reiteradamente. Há dificuldade em reconhecer a violência, que se caracterizam na desqualificação, na humilhação, perante a sociedade todos os dias uma mulher é agredida, difícil de sensibilizar mediante tamanha agressão. Trata – se de uma pesquisa qualitativa que se configura como um estudo bibliográfico, embasada em pesquisa. Este trabalho tem como objetivo Compreender a importância da atuação do enfermeiro frente às mulheres vítimas de violência. Mediante a pesquisa pode observar que a falta de estrutura familiar ocorreu com maior dano com a chegada da epidemia, o agressor passa mais tempo em casa facilitando assim os conflitos internos. Famílias são dilaceradas pela violência todos os dias, com isso as mulheres em busca de socorro, tentam encontrar no casamento uma base para construção de uma vida melhor, entretanto, caem na mesma situação ou numa situação ainda pior de violência, podendo muitas das vezes chegar ao homicídio por parte do companheiro. Contudo, baixa estima, o desespero muitas das vezes leva a vítima a forte depressão.PALAVRA CHAVES: Violência doméstica, Saúde da mulher, Mulher vítima de violência, Serviços de saúde da mulher. 10 ABSTRACT The present monograph addresses the theme The Nurse in front of women victims of violence, it is important to say that violence against women is currently growing, being a problem that covers the whole world. However, as it is a crime of serious violation of human rights, violence against women, even today, continues to victimize thousands of women around the world. There is difficulty in recognizing violence, which is characterized by disqualification, humiliation, before society every day a woman is attacked, difficult to sensitize through such aggression. It is a qualitative research that is configured as a bibliographic study, based on research. This work aims to understand the importance of the nurse's role in front of women victims of violence. Through the research, it was possible to observe that the lack of family structure occurred with greater damage with the arrival of the epidemic, the aggressor spends more time at home, thus facilitating internal conflicts. Families are torn apart by violence every day, with this women looking for help, try to find in marriage a basis for building a better life, however, they fall into the same situation or an even worse situation of violence, and can often reach to murder by the partner. However, low self-esteem, despair often leads the victim to strong depression. KEYWORDS: Domestic violence, Women's health, Women victims of violence, Women's health services. 11 1. INTRODUÇÃO Muito se tem discutido sobre a violência contra a mulher, veremos a seguir, por meio de aspectos históricos a evolução da violência contra a mulher, objetivando a maneira como a mulher era vista perante a sociedade, sob um olhar patriarcal. Busca-se no decorrer dos capítulos, destacarem a opressão que as mulheres sofreram ao longo dos anos. Sendo assim, procura delinear as origens e tipos de violência existentes, causas e efeitos, criação das leis, que pudesse coibir os tipos de violência sofrida pelas mulheres, que necessitam de espaça, e sejam divulgadas claramente, como também aceitas pela sociedade como um sujeito de direitos. (SOUTO, 2015). Neste contexto, com uma grande representatividade populacional no Brasil e no mundo, a mulher ganha cada vez mais espaço na sociedade. Destaca-se assim, que a desigualdade de gênero desde os primórdios são responsáveis por situações de sofrimento, adoecimento e morte das mulheres. (BRASIL, 2009). Dentre os danos causados pela violência feminina, evidencia todos os tipos de violência, que é descrita como uma dominação do homem sobre a mulher que são assim desencadeadas pela relação de poder e valores atribuídos a ambos de maneira desigual. Sendo assim, configura-se em violência de gênero pelo motivo de seu acontecimento ser fruto de valores sociais, políticos, culturais. Colocando o homem na posição de dominador. (SOUTO, 2015). Desse modo, uma sociedade que onde predomina o machismo, e não respeita o gênero feminino, frente aos papéis sociais que representa, precisa de uma mudança nos seus paradigmas, que os poderes façam jus ao cumprimento das leis que existem para equilibrar as iniqüidades que são evidentes de forma extrema entre o sexo feminino e o masculino. (OLIVEIRA, 2014). Perante as considerações, este trabalho justifica-se pela inquietude em compreender como acontece o processo de violência contra a mulher a partir das suas relações no âmbito social. Bem como os danos que carreta em suas vidas, para assim buscar maneira de acolhimento, prevenção, auxiliar no encaminhamento para uma possível diminuição dos índices de violência contra 12 a mulher. Tendo em consideração a importância da temática, objetiva apresentar por meio de uma revisão bibliográfica como a violência contra a mulher ocorre, sua geração ao longo dos anos, bem como fazer uma análise da história de lutas vivida pelas mulheres em pró da conquista pelos seus direitos perante a sociedade. (SOUTO, 2015). 2. EVOLUÇÕES HISTÓRICAS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 2.1 A mulher como propriedade do homem e a relação de poder exercida dentro do ambiente familiar No início de século XVI, Portugal havia acabado de descobri o Brasil, mantinha um enorme interesse em tomar as terras para colonizá-la, antes que outros países tivessem a oportunidade de fazer o mesmo, bem como obter o completo domínio da cristandade. A agricultura ainda não fazia parte dos interesses a seres explorados, pois para isto era necessário fixar nas terras. As ocupações de Portugal com possessões fora da América e a frustração de lucro fácil no Brasil, não fazia parte dos interesses da corte. Com o passar do tempo, houve uma valorização da cana de açúcar na Europa, sendo assim, os portugueses chegaram ao Brasil e vira que seria necessário a plantação de lavouras e com isto, a criação de latifúndios, construção de engenhos para moagem de cana de açúcar. E assim os portugueses se fixaram no litoral brasileiro, formando o início da sociedade patriarcal. (LEAL, P. 167, 2004). Sendo assim, sob o domínio do conhecido senhor de engenho, estabeleceu – se a chamada casa grande, governada por uma gerente doméstica que mantinham a organização e a ordem da casa, eram também chamadas de matronas ou matriarcas. (LEAL, P. 167, 2004). Deste modo, essas mulheres, advindas de Portugal, trouxeram consigo a tradição e cultura européia, possibilitando assim a fixação dessa cultura do Brasil. Tanto as famílias patriarcais rurais, quanto as urbanas que residiam em sobrados, eram formadas por pai, mãe, filos, parentes, bem como os agregados, nesse grupo social, os espaços eram delimitados, havendo assim uma rígida hierarquização e estratificação. Contudo, essa hierarquização 13 impunha papeis rígidos e estabeleciam regras explicitar para cada membro desse grupo, o poder patriarcal era estabelecido como uma característica básica a restrição ao espaço feminino e o poder exercido sobre a mulher pelo esposo, que era chefe de casa e do engenho. A mulher era delimitada ao poder homem na família e deveria assim reconhecer forçadamente seu próprio lugar e função na sociedade, imposta pelo marido. (SOUTO, 2015). Deste modo, a liberdade feminina, tanto esposa ou filhas, era totalmente restringida pela autoridade patriarcal, que viam nas mulheres suas propriedades, segundo José Carlos Leal, o espaço que as mulheres tinham era delimitado à missa, único local em que poderiam romper sua clausura, pois a rua era um ambiente ao qual só os homens e as prostitutas poderiam freqüentar e caminhar sem maiores restrições. (LEAL, p. 168, 2004). Portanto, o local determinado e obrigatório para as mulheres da época era dentro do lar, cuidando, gerenciando sua casa e cumprindo com as ordens de seu esposo. Segundo Leal, nem mesmo para fazer às compras as mulheres não poderiam deslocar-se de sua casa, quando precisavam de alguma coisa os patriarcas solicitavam ao sobrado os representantes das lojas, para as mulheres escolherem os produtos necessários. (LEAL, p. 168, 2004). Desta maneira, evidencia a limitação a qual a mulher era sujeitada, visto que não podia sair de casa, assim fica claro que a rua sempre foi um ambiente para os homens, motivo pelo qual até hoje as mulheres sofrem violência de todo gênero quando expostas a ambientes que não sejam seu próprio lar, por isso são vistas como seres aptos a aceitar qualquer tipo de assédio. (LEAL, p. 168, 2004). Portanto, fica claro que o principal objetivo da sociedade patriarcal, onde o homem representava a figura viril, a razão, mantinha o dever de manter a si mesmo e a prole, o fato de adulterar era natural e aceito pela sociedade. A mulher representava a figura frágil, ingênua, possuidorada emoção e seu adultério deveria ser punido, pois jamais permitia que a mulher cometesse adultério, ou qualquer tipo de comportamento parecido com do homem. (LEAL, p. 169, 2004). 14 Sendo assim, apesar das diferenças, foi também criado no século XIX, um estereótipo de mulher perfeita, um protótipo a ser seguido, quando jovem, seria frágil, discreta, pura e virgem, adulta seria maternal, pernas grossas, seios grandes e volumosos, quadril apresentável, esta característica iria servir essencialmente aos homens para a procriação e os cuidados com o lar. (SOUTO, 2015). Além disso, as relações sexuais eram baseadas em padrões machistas e religiosos, onde o prazer sexual era direito do homem, a mulher não tinha direito de sentir prazer, pois a relação sexual para a mulher era somente voltada para a procriação. A mulher nunca deveria invocar desejos ou sequer fazer um convite para ter relações com o marido, uma vez que somente o marido tinha o direito de sentir prazer no sexo, sendo assim, buscava na amante ou prostituta uma maneira de satisfação para realizar sua perversidade sexual. A esposa tinha a obrigação de satisfazer o marido, procriar, conceber e educar a prole e suportar o marido economicamente. Desta maneira, desde criança eram divididos claramente os papeis de cada membro, para os meninos brincadeiras rudes, não tinham direito ao choro, para não demonstrar fraqueza, não poderiam demonstrar suas emoções, se mantinham sempre corajosos e teriam que honrar sua condição masculina com tamanho orgulho. Para as meninas, comportamento sensível, tímida e frágil, aprender por meio de brincadeiras com bonecas e aprendendo com a própria mãe os afazeres domésticos essenciais e básicos, para assim manter as tradições que eram destinadas às mulheres naquela época, bem como atingir o máximo de sua realização que era o casamento e a construção de uma família. (MARCONDES FILHO, 2011). Sendo assim, naquela época para as mulheres, o casamento era o nível máximo de suas vidas, era um objetivo para ser alcançado, e assim as meninas da época tinham um preparo desde muito nova para este ato. O casamento não era visto como um ato de amor e afetividade, as pessoas se uniam simplesmente por um desejo de compartilharem suas vidas e procriação. Dessa maneira, a matriarca, juntamente com outras mulheres do lar, era responsável por criar as filhas dentro dos altos padrões da época, pés 15 pequenos, traços delicados, cintura fina, quadris largos. Essas características as tornariam atraentes para alcançar os objetivos almejados: o casamento. Porém, para chegar a este objetivo além dos padrões de beleza que deveriam enquadrar-se, as roupa deveriam cobrir o máximo do corpo das mulheres, deixando ao máximo parecer o rosto, pescoço, mãos. Portanto, as mulheres impregnadas pela cultura européia, esse traje feminino demonstrava o alcance do poder masculino sobre o corpo da mulher, onde somente o esposo poderia ver a nudez da esposa, e assim, se tornava evidente que aquele corpo era somente de sua propriedade, só o marido poderia usufrui para fins sexuais. (MARCONDES FILHO, 2011). Portanto, ainda no século XIX, a missão da mulher era dedicar, aceita tudo e saber acatar, enquanto que o homem era definido como fogoso impetuoso e transbordante de energia física e sexual. Dessa maneira, se a mulher buscar sair dessa posição de inferioridade, a própria sociedade machista busca corrigir sua direção. (MARCONDES FILHO, 2011). Entretanto, neste contexto histórico brasileiro, a violência contra a mulher, é advinda de uma cultura que está enraizada em uma sociedade escravista, que foi construída por um modelo colonizador que foi instalado na sociedade por meio de uma cultura onde predominava o machismo, cultura na qual só o homem era pleno de direitos, de acordo com a lei. Essa ideia prevaleceu rigorosamente por alguns séculos e em alguns casos até hoje. (MARCONDES FILHO, 2011). Portanto, no Brasil, até recentemente, mas especificadamente ano de 2002, quando o novo Código Civil Brasileiro, foi sancionado e publicado, estava escrito que o homem era o chefe da sociedade conjugal: Art. 233, cap. II, “o marido é o chefe da sociedade conjugal, função que exerce com a colaboração da mulher, no interesse comum do casal e dos filhos”. (DUARTE, 2016). Entretanto, hoje, sobressai-se, a teoria de que a mulher é um sujeito social autônomo, todavia historicamente ainda, vitimada pelo controle machista. E justamente pela possibilidade do conceito do patriarcado acaba sendo escravizada, inferiorizada. O patriarcado enquanto um sistema de dominação 16 masculina sobre a mulher nos permite ter uma visão de que a dominação não está só na esfera do lar, mas em outras áreas, trabalhista, mídia e na política. Sendo assim, o patriarcado é usado como uma maneira de se tornar natural um sistema que legitima e naturaliza o exercício da exploração e da dominação das mulheres por um homem. Ainda no século XXI, há um grande domínio que pode ser reflexos da estrutura social do século passado. (DUARTE, 2016). Portanto, no decorrer da atualidade, a sociedade vem reproduzindo a subordinação feminina perante o sexo masculino, por meio da tradição e costumes advindo do passado, desta maneira, banaliza e se torna natural uma opressão que vem sendo um sofrimento por décadas e que hoje está refletindo em vários setores da sociedade ao qual a mulher está presente. Entretanto, o patriarcado machista ainda está presente, enraizado na cultura da sociedade, inclusive no inconsciente masculino. (DUARTE, 2016). 2.2 As mulheres e a busca por seus direitos Todavia, a partir da metade do séc. XIX, as mulheres começaram a edição de jornais que destacando assim, a importância dos direitos femininos no Brasil, ilustrando a posição em que a mulher era inferiorizada, e o descaso em relação aos seus direitos. Por meio destes jornais, surgiu a necessidade de freqüentarem a escolas para ser alfabetizada, como também a luta pelo direito ao voto. Sendo assim, por volta do final do séc. XIX por volta de 1827, os direitos reivindicados foram lentamente obtidos, e assim a inserção da mulher no mercado de trabalho. “As meninas não tinham escola, a elite da elite tinha professoras em casa ou estudava em conventos. Então, a lei autorizando abrir escolas para as meninas no país é de 1827, no mesmo ano aparece esse primeiro jornal, O Espelho Diamantino, já voltado para essa questão da educação das mulheres. Ele se dirige às raras mulheres que eram educadas naquele momento e incentiva a educação feminina”. (DUARTE, 2016). Contudo, a partir do ano de 1962, as mulheres no Brasil, conquistaram liberdade para preencher os espaços que lhes cabia na época, privado, público, tornando assim, capazes e responsáveis pelos atos civis, bem como 17 tornaram parte do mercado de trabalho no dizer de Maria Berenice Dias, logo abaixo. O modelo familiar da época era hierarquizado pelo homem, sendo que desenvolvia um papel paternalista de mando e poder, exigindo uma postura de submissão da mulher e dos filhos. Esse modelo veio a sofrer modificações a partir da Revolução Industrial, quando as mulheres foram chamadas ao mercado de trabalho, descobrindo assim, a partir de então, o direito à liberdade, passando a almejar a igualdade e a questionar a discriminação de que sempre foram alvos. Com essas alterações, a mulher passou a participar, com o fruto de seu trabalho, da mantença da família, o que lhe conferiu certa independência. Começou ela a cobrar uma participação do homem no ambiente doméstico, impondo a necessidade de assumir responsabilidade dentro de casa e partilhar cuidado com os filhos. (DIAS, 2004, p. 22-24). Entretanto, por volta do ano de 1918, deu início no Brasil um movimento que se chamava sufragista, movimento tal que reivindicava o direito ao voto feminino, este movimentoera liderado pela classe média brasileira e que contribuiu veementemente para a aprovação do Código Eleitoral, em 1932, a partir deste movimento a mulher passou a ter o direito ao voto. Além disso, em 1936, Bertha Lutz, foi uma das mais importante e maior líder na conquista pelo direito feminista no Brasil, contribuiu para a criação do Estatuto da Mulher. (AGÊNCIA SENADO, p.1). Sendo assim, em 1934, a Constituição Federal efetivou a igualdade entre os sexos. EM 1970, criou-se o movimento das mulheres pela Anistia e em 1975, constitui-se pela ONU o Ano Internacional da Mulher. Em 1977 foi promulgada a Lei do Divórcio em nosso ordenamento jurídico, garantindo assim à liberdade de pôr fim à convivência marital em casos de violência doméstica como pode ver abaixo: Para milhares de famílias brasileiras, o melhor presente do Natal de 1977 chegou no dia seguinte ao feriado. Em 26 de dezembro, finalmente foi sancionada a lei que instituiu o divórcio no país. Fruto de uma emenda constitucional proposta pelo Senado, a Lei do Divórcio (Lei 6.515/1977) permitiu uma profunda mudança social no Brasil. Até então, o casamento era indissolúvel. Os maridos e esposas infelizes só restavam o desquite — o que encerrava a sociedade conjugal, com a separação de corpos e de bens, mas não extinguia o vínculo matrimonial. (Fonte: AGÊNCIA SENADO, p.1). Todavia, apesar das limitações que as mulheres sofrem, elas se encorajam e entram no mercado de trabalho em busca da liberdade e independência http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6515.htm 18 financeira, desempenhando dupla jornada de trabalho e contribuindo com o sustento da família. Entretanto, essa evolução nos direitos feministas acabou mudando os papeis de cada gênero, que eram impostos pela sociedade desde os primórdios, gerando um clima de conflitos, haja vista que no instante em que a mulher se integra no mercado de trabalho, impondo e mudando todo ideal de família que até estão era estabelecido, assim o ideal de patriarcal se desfaz perdendo a eficácia na prática. (DUARTE, 2016). Sendo assim, com as conquistas das mulheres obtidas ao longo da história, como direito do voto, direitos femininos asseguram de forma a integrar a mulher na sociedade, obtendo direito de trabalho e ser tratada como ser autônomo e não mais como propriedade exclusiva do homem ou como um indivíduo qualquer. Entretanto, a violência, que era vista como natural pelos padrões da sociedade da época, ainda hoje continua acontecendo. A violência é naturalizada de várias maneiras e em diversos ambientes, por meio da sujeição da mulher à inferioridade dentro dos diversos locais, como acontecem todos os dias quando a maior parte das mulheres sofre todo e qualquer tipo de assédio onde quer que a mulher freqüente. (DUARTE, 2016). Portanto, estas situações se estabelecem como graves no atual contexto histórico que vivemos, uma vez que as alterações de papéis predeterminados para os gêneros garantem a conformidade e aceitação perante a sociedade, mediante a essas mudanças que aconteceram, motivo ao qual contribui para a legitimação da violência que as mulheres sofrem com o objetivo de devolvê-las ao local e aos papeis que exerciam no século passado. 3. CONCEITUANDO TIPOS DE VIOLÊNCIA Contudo, vamos falar um pouco sobre o termo violência, termo derivado do latim (violentia), que por sua vez deriva do prefixo (vis) e por sua vez quer dizer força, vigor, potência ou impulso para obrigar a vítima do gênero feminino a fazer algo contra sua vontade. Todavia, trata-se de qualquer comportamento que vise à ruptura de qualquer forma de integridade da vítima, que seja física, 19 sexual, psíquica ou moral, por meio do uso da força, caracteriza-se violência. Pode – se dizer, entretanto, que todo tipo de violência é uma violação dos direitos essenciais do indivíduo (SAFFIOTI, 2015, p. 18). Portanto, de diferentes agentes manifesta-se a violência, e assim incorpora todas as esferas da sociedade. Como podemos ver abaixo: “a sociedade ainda cultiva valores que incentivam a violência, o que impõe a necessidade de se tomar consciência de que a culpa é de todos. O fundamento é cultural e decorre da desigualdade no exercício do poder, o qual gera uma relação de dominante e dominado”. (MARIA BERENICE DIAS, 2015. P.24). Sendo assim, diante deste fator, situações que até então inaceitáveis, são vistas pela sociedade como naturais, sendo assim, reforçados e multiplica ao longo de anos. (BRAUNER e CARLOS, 2006, p. 648). Portanto, mostra que mesmo a Constituição Federal enfatiza nos artigos 5º e inc. I e art. 226, a equiparação entre a mulher e o homem, o patriarcado tem seguimento na sociedade, desta maneira ainda hoje no interior do lar a mulher é tida como aquela servidora do lar e da família, mesmo que colabore fora do ambiente do seu lar. Ao longo de décadas o patriarcado vem existindo, e, aceito, entretanto, a separação dos papeis que é destinado a cada indivíduo afetou, então a estrutura basilar desse sistema de propriedade do todo da mulher. (CONSTITUIÇÂO FEDERAL, 1998). Nessa circunstância, surge então à violência doméstica contra a mulher, a sociedade justifica como uma maneira de compensar algumas falhas no cumprimento ideal dos papeis de gênero. A quebra desse parâmetro predeterminou por meio de conquistas das mulheres que ocorreu mundo inteiro, fazendo com que os homens perdessem a capacidade de domínio e decisão sobre sua companheira, vindos daí a ânsia em usar a força bruta para impor suas vontades ou desequilibrar sua esposa tornando-a assim frágil e suscetível a autoridade do homem. 20 Contudo, a violência doméstica, entretanto, pode ser apontada como a soma de um processo que vem ao longo da história, legitimando a limitação social feminina, junto com a incapacidade do homem em adequar-se a uma sociedade na qual a mulher possui o poder sobre ela mesma. Pode ser que, uma parte da violência que o homem efetua até hoje contra a mulher, não seja apenas a continuação do antigo sistema, mas, sim, da incapacidade ou recusa de adaptar-se ao novo mundo da mulher, ou seja, pode não ser apenas a continuidade do patriarcado tradicional, mas de alguma maneira reagir contra o seu declínio machista, ou seja, sua perda de domínio sobre o feminino. (GIDDENS, 2010, p.92). Para Maria Amélia de Almeida Teles, A violência de gênero tem sua origem na discriminação histórica contra as mulheres, ou seja, num longo processo de construção e consolidação de medidas e ações explícitas e implícitas que visam à submissão da população feminina, que tem ocorrido durante o desenvolvimento da sociedade humana (TELES p. 27). Sendo assim, mediante a força bruta, iniciou-se o controle do homem sobre as mulheres. Aos poucos, foram inseridos métodos novos e novas maneiras de dominação do homem: as leis, a contra, a religião, a filosofia, a ciência, a política. Portanto, a violência expressa conflito, idéias de interesses em choque. Por outro lado, o interesse do dominador: desejo de mando, de se sentir superior: de outro lado a mulher, frágil e indefesa, com isso uma presa fácil para o homem, uma vez que as mulheres estão sujeitas à violência simbólica, causado assim, danos morais e psicológicos. (GREGORI, 2013, p.126). Sendo assim, essa violência simbólica equivale à ideologia do machismo, ao qual tem se uma visão de mundo que é formulada pelo indivíduo dominador com fins de gerar uma mistificação que dê garantia a complacência do dominado. Portanto, existe a intenção do homem de ferir a integridade física da mulher, essa vontade seria fruto de um individualismo apoiado na ideologia e no processo social de dominação de um sexo sobre o outro. (CHUÍ, 2014, p.46). 21 Para Marilena Chauí, a violência e a força são a ausência do poder, são conceitos no qual tanto a autonomiae a expressão do desejo da autonomia estão ausentes, e é operado sob o domínio da heterônoma, o lugar em que cabe a relação entre o que sujeita e é sujeitado. Entretanto pode dizer que a mulher é composta de uma subjetividade que coloca a mulher em uma posição de dependência, isto porque falta algo essencial para serem consideradas como sujeito: autonomia no falar, pensar, agir. (CHUÍ, 2014, p.46). Entretanto, o discurso social utilizado na atualidade faz acreditar que a violência contra a mulher é algo natural e existente dentro do lar. Contudo este acontecimento é um domínio que não se esgota com os episódios de violência como expressão do poder masculino. (ARTHUR, 2015). Vejamos o que diz a Lei abaixo: A Lei 13.505/2017 determina, entre outras mudanças, que o trabalho prestados de atendimento à mulher vítima de violência doméstica deve ser prestado, preferencialmente, por servidoras do sexo feminino previamente capacitadas. A lei também dá garantias quanto às perguntas e questionamentos que devem priorizar a saúde psicológica e emocional da mulher; protegê-la do contato com os agressores; e evitar a revitimização, ou seja, questionamentos sucessivos sobre o mesmo fato em diferentes fases do processo. Também foram incluídas novas diretrizes quanto ao local do atendimento e registro dos depoimentos.As políticas e planos de atendimento às mulheres em situação de violência devem priorizar, segundo a Lei 13.505, a criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investigação das violências graves contra a mulher. (LEI MARIA DA PENHA, 2017). Portanto, evidencia se que a violência contra a mulher compreende em uma afronta as gerações de seus direitos como ser humano, todavia, visa proibir a liberdade, a igualdade e a solidariedade com o outro. Pois, a liberdade é quebrada no instante em que o homem aprisiona a mulher ao seu domínio, vindo a constrangê-la e impedindo-a de ter sua própria vontade. Desta maneira, a mulher vê seu direito ir e vir, já que se encontra sujeita ao poder e vontades do homem. O direito de ir e vir se restringe a partir do instante em 22 que, advindo da cultura, o poder econômico, físico, psicológico, social e emocional se centraliza na figura masculina. (ROCHA, 2016, p.185). Todavia, tanto os espaços públicos quanto os privados hoje ainda travam uma disputa de poder entre os sexos e assim marca como está enraizado perante o olhar masculino a inferioridade feminina. Além disso, ao argumentar o feminismo no dias atuais, nitidamente enxerga – se uma afronta a terceira geração que são: liberdade, igualdade e fraternidade, conceitos esses utilizados para separar, de maneira didática, e melhor entender, os direitos humanos. Haja vista, que a mulher, com todo o direito conquistado até a atualidade, mesmo assim, continua sendo vista perante a sociedade como vítima e assim, não recebe atenção da mesma maneira que o homem. Portanto, a violência de gênero, afeta a cidadania das mulheres e sua liberdade perante a sociedade, e assim, impedindo-as de ter autonomia sobre suas próprias decisões, e ser livre, se tornando refém restringindo seus direitos. (ROCHA, 2016, p.185). Sendo assim, podemos ver abaixo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelece três grupos segundo quem comete um ato de violência: a) Violência Interpessoal - Violência doméstica/intrafamiliar: Considera-se violência doméstica/intrafamiliar a que ocorre entre os parceiros íntimos e entre os membros da família, principalmente no ambiente da casa, mas não unicamente. É toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outra pessoa da família. Pode ser cometida dentro ou fora de casa por algum membro da família, incluindo pessoas que passam a assumir função parental, ainda que sem laços de consangüinidade, e que tenha relação de poder. A violência doméstica/intrafamiliar não se refere apenas ao espaço físico onde a violência ocorre, mas também, às relações em que se constrói e efetua. Este tipo de violência também inclui outros membros do grupo, sem função parental, que convivam no espaço doméstico. Incluem-se aí empregados (as), pessoas que convivem esporadicamente, agregados. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1996). c) Violência Interpessoal - Violência extra familiar/comunitária: A violência extra familiar/comunitária é definida como aquela que ocorre no ambiente social em geral, entre conhecidos ou desconhecidos. É praticada por meio de agressão às pessoas, por atentado à sua integridade e vida e/ou os seus bens e constitui objeto de prevenção e repressão por parte das forças de segurança pública e sistema de justiça (polícias, Ministério Público e poder Judiciário). ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1996). 23 b) Violência Psicológica/Moral: É toda forma de rejeição, depreciação, discriminação, desrespeito, cobrança exagerada, punições humilhantes e utilização da pessoa para atender às necessidades psíquicas de outrem. É toda ação que coloque em risco ou cause dano à auto-estima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Esse tipo de violência também pode ser chamado de violência moral. No assédio moral, a violência ocorre no ambiente de trabalho a partir de relações de poder entre patrão e empregado ou empregado e empregado. Define-se como conduta abusiva, exercida por meio de gestos, atitudes ou outras manifestações, repetidas, sistemáticas, que atentem, contra a dignidade ou a integridade psíquica ou física de uma pessoa, que ameace seu emprego ou degrade o clima de trabalho. Portanto, a violência moral é toda ação destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação da pessoa. O bullying é outro exemplo de violência psicológica, que se manifesta em ambientes escolares ou outros meios, como o ciberbullying. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1996). Sendo assim, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelece também as diferenças sobre as naturezas da violência, sendo elas: Violência Física: Também denominada sevícia física, maus-tratos físicos ou abuso físico. São atos violentos, nos quais se fez uso da força física de forma intencional, não-acidental, com o objetivo de ferir, lesar, provocar dor e sofrimento ou destruir a pessoa, deixando, ou não, marcas evidentes no seu corpo. Ela pode se manifestar de várias formas, como tapas, beliscões, chutes, torções, empurrões, arremesso de objetos, estrangulamentos, queimaduras, perfurações, mutilações, dentre outras. A violência física também ocorre no caso de ferimentos por arma de fogo (incluindo as situações de bala perdida) ou ferimentos por arma branca. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1996). d) Violência Sexual: É qualquer ação na qual uma pessoa, valendo- se de sua posição de poder e fazendo uso de força física, coerção, intimidação ou influência psicológica, com uso ou não de armas ou drogas, obriga outra pessoa, de qualquer sexo e idade, a ter, presenciar, ou participar de alguma maneira de interações sexuais ou a utilizar, de qualquer modo a sua sexualidade, com fins de lucro, vingança ou outra intenção. Incluem-se como violência sexual situações de estupro, abuso incestuoso, assédio sexual, sexo forçado no casamento, jogos sexuais e práticas eróticas não consentidas, impostas, pornografia infantil, pedofilia, voyeurismo, manuseio, penetração oral, anal ou genital, com pênis ou objetos, de forma forçada. Inclui também exposição coercitivo-constrangedora a atos libidinosos, exibicionismo, masturbação, linguagem erótica, interações sexuais de qualquer tipo e material pornográfico. Igualmente caracterizam a violência sexual os atos que, mediante coerção, chantagem, suborno ou aliciamento impeçam o uso de qualquer método contraceptivo ou forcem a matrimônio, à gravidez,ao aborto, à prostituição; ou que limitem ou anulem em qualquer pessoa a autonomia e o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. A violência sexual é crime, mesmo se exercida por um familiar, seja ele, pai, mãe, padrasto, madrasta, companheiro (a), esposo (a). (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1996). Vejamos a seguir outra tipologia de violência: 24 Violência Patrimonial: É considerada violência patrimonial, nos termos da Lei Maria da Penha, qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. (CÂMERA DE NOTÍCIAS, 2020). Todavia, existe um Projeto de Lei 4411/21, que assegura à mulher vítima de violência patrimonial. Abaixo: O Projeto de Lei 4411/21 assegura à mulher vítima de violência patrimonial, que tenha resultado na retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus documentos pessoais ou de seus dependentes pelo agressor, prioridade imediata no atendimento para a emissão de novos documentos. (CÂMERA DE NOTÍCIAS, 2022). Segundo Amélia, faz se necessário compreendermos um pouco sobre violência de gênero, também é entendida como violência contra a mulher. A igualdade de gênero torna – se limitado no momento em que, socialmente, o poder físico, psicológico, social, econômico, emocional, é centralizado na figura masculina. (TELES, p.14, 2018). Entretanto, este termo gênero, é empregado para mostrar de maneira clara as desigualdades econômicas entre o sexo feminino e masculino, por causa da opressão e o isolamento ao longo da história vivido pelas mulheres. Partindo do princípio a posição de inferioridade que em que as mulheres são acometidas diariamente em relação aos homens, esta condição por vez é imposta a mulher desde seu nascimento por meio de parâmetros da sociedade que ainda hoje continua enraizado a um sistema de família patriarcal. (TELES, p.14, 2018). Portanto, pode-se evidenciar que pouco a pouco o feminismo brasileiro vem rompendo com a cultura machista, da qual várias mulheres são vítimas há tempos, por meio do conhecimento da mulher em relação a seus direitos e com construção de políticas públicas de enfrentamento a qualquer ato de violência ou descriminação contra a mulher. Para um melhor esclarecimento, no próximo subtópico abordaremos a Política de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, que caracteriza se como uma grande vitória na luta pela emancipação feminina. https://www2.camara.gov.br/legin/fed/lei/2006/lei-11340-7-agosto-2006-545133-norma-pl.html 25 3.1 Política Nacional de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher A violência contra a mulher passou-se então a ser um problema de cunho privado, a ser uma questão pública com medidas estatais direcionadas para a prevenção e assistência das vítimas. (Osterne (2011), afirma que: Observa-se, não obstante, os significativos avanços legislativos, a criação de mecanismos institucionais e a implantação de algumas políticas públicas destinados à promoção da igualdade de gênero, que, no Brasil, se convive com graves problemas de discriminação contra as mulheres. (OSTERNE, p. 131). A Política de Enfretamento a Violência Contra a Mulher (2011), junto ao Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), que tem como objetivo o intuito de criar mecanismos de prevenção, assistência à mulher vítima de violência. Desta maneira, a Política Nacional de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher (2011), tem como finalidade: A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres tem por finalidade estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres, assim como de assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e legislação nacional. (PEVM, 2011, p.2). A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher estabelece parceria com a Lei Nº 11.340/2006, Lei Maria da Penha, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Convenção Interamericana para Prevenir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, a Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a mulher. Sendo assim, a Política de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher (2011): O Enfrentamento à Violência contra as Mulheres é consolidado como um eixo intersetorial e prioritário no campo das políticas para as mulheres. Assim, a partir do PNPM, as ações de enfrentamento à violência contra as mulheres não mais se restringem às áreas da segurança e assistência social, mas buscam envolver diferentes setores do Estado no sentido de garantir os direitos das mulheres a uma vida sem violência. (POLÍTICA NACIONAL DE ENFRETAMENTO CONTRA AS MULHERES, 2011, p.17). 4. LEI “MARIA DA PENHA” – Nº 11.340/06. Dissertamos, nessa pesquisa, elementos que se refere à trajetória da mulher na luta por emancipação e garantia do direito de igualdade. Uma das maiores 26 conquistas das mulheres foi a Lei Nº 11.340/06, conhecida por Lei Maria da Penha, que veio com o objetivo de coibir e prevenir a violência contra a mulher. Dessa maneira, a Lei ganhou este nome em homenagem a uma mulher vítima de violência, Cearense e biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que por 20 anos lutou para ver seu agressor na prissão. Pois na primeira tentativa deixou Maria da Penha paraplégica, já na segunda foi empurrada por ele da cadeira de rodas e tentativa de eletrecutá-la em baixo do chuveiro. O próprio marido foi o agressor, ocassionou seqüelas que ela irá carregar pelo resto da vida. Sendo assim, a luta de Maria da Penha por justiça foi um caminho árduo trazendo uma enorme repercussão nacional e internacional. Em 7 de agosto de 2006 o presidente sancionou então a Lei Nº 11.340/06. (BORELLI, 2013). Ainda, segundo Borelli (2013): A biofarmacêutica iniciou uma luta de mais de 20 anos para que Marco Antônio fosse punido por seu crime. Em 2001, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por negligência em relação à violência doméstica. Em 2003, o ex-marido de Maria da Penha finalmente foi preso. (BORELLI, 2013, p. 235). A Lei Maria da Penha continua sendo um marco na história representando um paradigma da concepção e deslegitimação da violência sofrida contra a mulher. Entretanto, essa violência ainda continua enraizada no patriarcado e nas concepções da história em sociedade. (BELATO, 2013). Nessa perspectiva da violência contra a mulher temos leis que regulamentam e normalizam as penas contra o agressor e a defesa a favor da mulher. A Lei Maria da Penha estabelece que todo o caso de violência doméstica e intrafamiliar é crime, deve ser apurado através de inquérito policial e ser remetido ao Ministério Público. Esses crimes são julgados nos Juizados Especializados de Violência Doméstica contra a Mulher, criados a partir dessa legislação, ou, nas cidades em que ainda não existem, nas Varas Criminais. A lei também tipifica as situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, amplia a pena de um para até três anos de prisão e determina o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes, a programas e serviços de proteção e de assistência social. A Lei n. 11.340, sancionada em 7 de agosto de 2006, passou a ser chamada Lei Maria da Penha em homenagem à mulher cujo marido tentou matá-la duas vezes e que desde então se dedica a 27 causa do combate à violência contra as mulheres.(CONSELHO NACIONAL DA JUSTIÇA, LEI MARIA DA PENHA, 2006, Portal CNJ). Antes da criação da Lei Maria da Penha, o órgão que era responsável pelo amparo de mulheres vítimas de violência era o Juizado Especiais Criminais (JECRIN), em que muitas vezeso agressor não era punido. Podemos ver a seguir um quadro comparando uma relação entre o antes da Lei 11.340/06 entrar em vigor e depois que passou a vigorar: Quadro 01: Antes e Depois da Lei 11.340/06 ser promulgada: ANTES DA LEI DEPOIS DA LEI Não existia lei específica sobre a violência doméstica. Tipifica e define a violência doméstica e familiar contra a mulher e estabelece as suas formas: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Não tratava das relações entre pessoas do mesmo sexo. Determina que a violência doméstica contra a mulher independa de orientação social. Nos casos de violência, aplica-se a lei 9.099/95, que criou os Juizados Especiais Criminais, onde só se julgam crimes de “menor potencia ofensivo (pena máxima de dois anos)”. Retira desses Juizados a competência para julgar os crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher. Esses juizados só tratavam do crime, para a mulher resolver o resto do caso, as questões cíveis (separação, pensão, guarda de filhos), ela tinha que abrir outro processo na vara de família. Serão criados Juizados Especializados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com competência civil e criminal. Abrangendo todas as questões. Permite a aplicação de penas pecuniárias, como cesta básica e Proíbe a aplicação dessas penas. 28 multa. A autoridade policial fazia um resumo dos fatos e registrava num termo padrão (igual para todos os casos de atendidos). Tem um capítulo específico prevendo procedimentos da autoridade policial, no que se refere às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. A mulher podia desistir da denúncia na delegacia. A mulher só pode denunciar perante o juiz. Era a mulher quem, muitas vezes, entregava a intimação para o agressor comparecer às audiências. Proíbe que a mulher entregue a intimação ao agressor. Não era prevista decretação, pelo Juiz, de prisão preventiva, nem flagrante, do agressor (Legislação Penal). Possibilita a prisão em flagrante e a prisão preventiva do agressor, a depender dos riscos que a mulher corra. A mulher vítima de violência doméstica e familiar nem sempre era informada quanto ao andamento do seu processo e, muitas vezes, ia às audiências sem advogado ou defensor público. A mulher será notificada dos atos processuais, especialmente quanto ao processo e saída da prisão do agressor, e terá que ser acompanhada por advogado, ou defensor, e todos os atos processuais. A violência doméstica e familiar contra a mulher não era considerada agravante de pena. (art. 61 do Código Penal). Esse tipo de violência passa a ser prevista, no Código Penal, como agravante de pena. A pena para esse tipo de violência doméstica e familiar era de 6meses a 1ano. A pena mínima é reduzida para três meses e a máxima para 3anos, acrescentando-se mais 1/3 no caso de portadores de deficiência. Não era previsto o comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação (Lei de Execuções Penais). Permite ao Juiz determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação. 29 O agressor podia continuar freqüentando os mesmos lugares que a vítima freqüentava. Assim como não era proibido de manter qualquer forma de contato com a agredida. O Juiz pode fixar o limite mínimo de distância entre o agressor e a vítima, seus familiares e testemunhas. Pode também proibir qualquer tipo de contato com a agredida, seus familiares e testemunhas. http://www.observe.ufba.br/lei_aspectos - Aspectos Fundamentais da Lei. Sendo assim, não se pode negar que a Lei Maria da Penha, trouxe um grande avanço e garantias no que se refere ao direito da mulher, contudo, não podemos fechar os olhos para o noticiário explícitos diariamente e que ainda é apresentado como sendo uma grande barreira a se superar, para que assim, a lei possa ter um impacto efetivo em toda a sociedade, ou seja, sendo necessário um estudo dos fatos gerados das agressões, analisarem o fator social do agressor, além do mais acompanhamento dos atendimentos que são prestados a vítima depois da denúncia, e avaliação de uma eventual ação contra o agressor. Sendo assim, mesmo com todas as práticas punitivas, impostas pela Lei, o número de agressão contra a mulher tem um aumento assustador. (FALCKE, 2009). Portanto, mesmo com tantos avanços, ainda hoje o agressor não é punido, a violência contra a mulher advindo de séculos atrás continua, onde as mulheres são privadas, dependentes e subordinadas aos seus maridos e seus prazeres, ditas como uma propriedade masculina. Apesar de hoje a mulher ocupar um grande espaço na sociedade devido aos direitos adquiridos pelo esforço dos movimentos feministas que acontecem em todo mundo. (FALCKE, 2009). Sendo assim, a violência contra a mulher vem sendo um dos principais problemas em todo o mundo, já que os casos de agressão são advindos de parceiros ou cônjuge. Estima-se que milhares de mulheres morrem em decorrência desta situação de natureza violência tendo em vista que os episódios vêm crescendo mais a cada dia. (FALCKE, 2009). 5. REDES DE APOIO, SERVIÇOS ESPECIALIZADOS QUE PRESTAM TENDIMENTOS ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA / MEDIDAS PROTETIVAS. http://www.observe.ufba.br/lei_aspectos 30 Existem locais que tem as chamadas Redes de Apoio que dão suporte às mulheres vítimas de violência, como podemos verificar abaixo: O Ligue 180, é um serviço de utilidade pública indispensável para o auxílio no combate à violência contra as mulheres, este LIGUE recebe todos os dias várias denúncias de agressões contra a mulher, o conteúdo é encaminhado aos órgãos competentes que também monitora o andamento destes processos. O serviço também tem como atribuição a orientação às mulheres em situação de agressão, estas, são direcionadas para os serviços da rede especializados em atendimentos a vítimas de violência. Contudo, ainda é possível a vítima obter as informações sobre seus direitos, a legislação vigente sobre o tema e a rede para atendê-las e acolhê-las, estando em situação de vulnerabilidade. A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 da Secretaria de Políticas para as Mulheres, criada para orientar as mulheres em situação de violência sobre seus direitos e sobre os serviços especializados, bem como para auxiliar no monitoramento da rede de atendimento às mulheres em todo o território nacional, mesmo não oferecendo dados que permitam construir um diagnóstico do problema, oferece uma visão geral das características da violência contra as mulheres no país e de sua magnitude. Apesar de não se tratar de um conjunto de informações estatisticamente representativas do universo, mas de registros dos atendimentos efetuados neste serviço, produz vieses importantes que devem ser considerados na análise desta questão. ((POLÍTICA NACIONAL DE ENFRETAMENTO CONTRA AS MULHERES, 2011, p.16). Temos os Centros de referência no atendimento à mulher, estes espaços são voltados para o acolhimento psicológico e social das mulheres vítimas de violência, o mesmo também orienta e encaminha as vítimas. Como diz abaixo, a Norma Técnica de Uniformização dos Centros de Referência, (2006): São estruturas essenciais do programa de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher, uma vez que visa promover a ruptura da situação de violência e a construção da cidadania por meio de ações globais e de atendimento interdisciplinar (psicológico, social, jurídico, de orientação e informação) à mulher em situação de violência (POLÍTICA PARA AS MULHERES, 2006, p. 11). Temos também a casa onde abrigam estas mulheres, se trata de um espaço, de extrema segurança com endereço sigiloso, que dão abrigo para mulheres 31 vítimas de violência, se trata de um acolhimento provisório, onde a mulhertem um apoio psicossocial mantendo seu bem estar físico e psicológico, o abrigo acolhe abrigando as vítimas também por meio de programas e benefícios. Contudo, a Política Nacional de Abriga mento de Mulheres vítimas de violência (2003) se define como: Diz respeito a gama de possibilidades (serviços, programas, benefícios) de acolhimento provisório destinado a mulheres em situação de violência (violência doméstica e familiar contra a mulher, tráfico de mulheres, etc.) que se encontrem sob ameaça e que necessitem de proteção em ambiente acolhedor e seguro. O abriga mento, portanto, não se refere somente aos serviços propriamente ditos (albergues, casas-abrigo, casas-de-passagem, casas de acolhimento provisório de curta duração, etc.), mas também inclui outras medidas de acolhimento que podem constituir-se em programas e benefícios (benefício eventual para os casos de vulnerabilidade temporária) que assegurem o bem-estar físico, psicológico e social das mulheres em situação de violência, assim como sua segurança pessoal e familiar. ( POLÍTICA PARA AS MULHRES, p. 15). Entretanto, existem também as casa de acolhimento provisório destinadas a mulheres que não sofrem risco de morte com permanência na casa de até 15 dias, o endereço não é sigiloso, este local trabalha com vítimas de violência e tráfico de mulheres. Contudo, em 2020, com o aparecimento do viris da covid-19, que levou a uma crise mundialmente global, a Organização Mundial de Saúde (OMS), decretou estado de pandemia, para evitar que o vírus se propagasse, o distanciamento social se tornou comum, sendo assim, ainda que não seja a principal causa, acabou aumentando a vulnerabilidade da mulher, com isto o número de violência contra a mulher aumentou significadamente. A residência do casal é onde mais acontecem as violências, pois estão sob o mesmo teto tanto agressor quanto a vítima. Portanto, diante desta realidade, surgiu então a Campanha Sinal Vermelho (X), uma ferramenta segura de denúncia e acolhimento as vítimas de violência. A proposta desta campanha é unir a sociedade a favor da mulher isolada que reside em local de difícil acesso, sem ter contato com o telefone, computador, família, e que esteja presa em sua própria residência, para que assim possa fazer denúncia de uma maneira silenciosa para não afrontar o agressor de 32 forma direta, onde a vítima está sendo acometida, vivenciando uma situação de violência. A vítima pode ir a uma farmácia, supermercado, drogaria, hotel ou condomínio que é participante da ação e apresentar um X vermelho desenhado em uma das mãos, a um atendendo destes locais, orientado a pedir ajuda a policia. (SECRETARIA DO ESTADO DA MULHER, p. 01, 2020). Sendo assim, a Campanha Sinal Vermelho agora se tornou Lei no Distrito Federal, como podemos ver abaixo: O texto foi publicado em 11/11/2020, Lei n° 6.713/2020, com especial destaque para o disposto no artigo 2° da norma, ao prever que: “O protocolo básico e mínimo do programa de que trata esta Lei consiste em que, ao identificar o pedido de socorro e ajuda, por meio da visualização da marca, conforme descrito no parágrafo único do art. 1º, ou ao ouvir o código “sinal vermelho”, o atendente de farmácia, repartição pública, portaria de condomínio, hotel ou supermercado, com o nome da vítima e o seu endereço ou telefone, ligue imediatamente para os números 190 (Emergência – Polícia Militar), 197 (Denúncia – Polícia Civil) ou 180 (Central de Atendimento à Mulher) e reporte a situação”. Decreto n° 41.695, publicado em 07 de janeiro de 2021, regulamentou a referida Lei e instituiu o Programa de Cooperação Código Sinal Vermelho na capital federal. (SECRETARIA DO ESTADO DA MULHER - 12/03/21 às 16h47 - Atualizado em 29/07/21 às 18h09). Porque aderir a esta causa na luta contra a violência feminina no Brasil? Atualmente o país ocupa a 5ª posição no ranking dos mais violentos contra a mulher, e a denúncia é crucial para mudar-mos esta realidade. Fonte: https://www.mulher.df.gov.br/o-que-e-a-campanha-sinal-vermelho/ https://www.mulher.df.gov.br/o-que-e-a-campanha-sinal-vermelho/ 33 5.1 Botões do Pânico Contudo, a violência é um problema que assola todas as mulheres, nos mais diversos lugares e o tempo todo, infelizmente dentro do próprio lar onde deveria ter segurança, é onde existe mais agressão. Nesse sentido, uma ferramenta que têm sido de grande ajuda para as mulheres é o Botão do Pânico. (CÂMARA DE NOTÍCIAS, 2020). Por conseguinte, entenda como funciona o botão de pânico, três toques no celular e as mulheres vítimas de violência podem acionar a Polícia militar, neste caso, a agilidade do atendimento é mais rápida, é um dispositivo virtual que se integra o App 190. O botão do pânico é liberado para mulheres que tem medidas protetivas de urgência, que foi concedida por meio da lei Maria da Penha. Vejamos abaixo: O botão do pânico possui duas funcionalidades: a primeira é o acionamento imediato da Polícia Militar, que terá acesso à geolocalização do celular e fará um atendimento de emergência por meio das informações disponíveis no aplicativo. O Projeto de Lei 4961/20 prevê a possibilidade de monitoração eletrônica do agressor - de disponibilidade para as vítimas de violência doméstica de dispositivo portátil de rastreamento do agressor - o chamado “botão do pânico”. (AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS, 2020). 5.2 Tornozeleira Eletrônica no combate à violência doméstica O papel da sociedade no combate a violência contra a mulher, é de fundamental importância, principalmente se for considerado que a maioria da violência ocorre na residência, onde o agressor se sente forte e em segurança, longe de olhares de terceiros. Por outro lado as mulheres se sentem frágeis, inseguras, totalmente desprotegidas, muitas das vezes com medo, pois qualquer ato de defesa pode gerar um aumento maior de agressão ao qual a mulher poderá ser acometida, o que muitas das vezes serve como fator que impede a mulher de gritar por socorro, assim se cala diante as agressões. (CÂMERA DE NOTÍCIAS, 2022). 34 Portanto, com o monitoramento eletrônico o cumprimento da fiscalização das medidas protetivas se torna mais eficiente, e assim servirá de fator para inibição contra os agressores, pois sua situação ficará exposta, assim permite que a sociedade fique mais atenta em relação a esse indivíduo, o que permitirá uma maior proteção a vítima de violência. O exemplo do que acontece com os outros detentos de regime semi aberto, serão rastreados por meio do uso de tornozeleira eletrônica. ( CÂMARA DE NOTÍCIAS, 2022 ). Podemos observar abaixo: O Projeto de Lei 2748/21 autoriza o monitoramento por tornozeleira eletrônica de acusados de violência doméstica. A proposta altera a Lei Maria da Penha.A lei autoriza o juiz a determinar medidas protetivas de urgência após a constatação de violência doméstica, com o objetivo de resguardar as vítimas: afastamento do lar, proibição de contato, suspensão de visitas, acompanhamento psicossocial, entre outras. A proposta inclui o monitoramento por tornozeleira eletrônica entre o rol dessas medidas. (CÂMARA DE NOTÍCIAS, 2022). Segundo estatística, em 2009, a cada dois dias uma mulher era vítima de homicídio no Espírito Santo, ficando em uma média de 16 homicídios por mês. Na maioria dos casos a mulher já havia sofrido algum tipo de violência anterior e o agressor e autor do crime tinha algum tipo de ligação afetiva com a mulher. Diante disto, o estado promove várias ações, com o objetivo de dimunuir ou acabar com o homicídio. Até então, estas ações começaram a apresentar resultados positivos e a taxa de homicídios caiu de 11 mortes para cada grupo de cem mil mulheres em 2009 para 6 mortes para cada cem mil em 2015. A partir de 2016, também ocorre uma redução, primeiro semestre redução de 37% em relação ao mesmo período de 2015. https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2006/lei-11340-7-agosto-2006-545133-norma-pl.html35 Gráfico 01 – Taxa de Homicídios por 100 mil mulheres ao ano no Espírito Santo Fonte: SESP (homicídios); IBGE (censos e estimativas populacionais). 6. HOMICÍDIOS DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO ESPÍRITO SANTO, ANO DE 2021 Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (SESP), o Espírito Santo registrou este ano de 2021, 13.993 registros de violência doméstica contra a mulher nas delegacias especializadas de atendimento à mulher. A média é de 51 denúncias/dia, a região com maior índice de casos é a Metropolitana da Grande Vitória, com 4.628 registros. (SESP, 2021). Conforme, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SESP), 71,5%, dos registros é em residências que ocorrem à agressão, o que significa que 10.004 denúncias as agressões acontecem dentro da casa da vítima. O município da Serra é onde acontece o maior número de ocorrência no Espírito Santo, com 1.181 registros. O que facilitou muito para as mulheres foi à possibilidade de registrar os boletins de ocorrência pela internet, assim sentem – se menos constrangidas e não se expõe, podendo assim registrar ameaças e agressões sofridas pelo companheiro, marido, pai, irmãos. (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL, 2021). 7. VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NEGRAS Segundo a Agência Câmara de Notícias, durante a pandemia, a cada 8 minutos uma mulher sofre violência, mais da metade são negras. Há uma desigualdade racial, das 1.350 mortes por feminicídio em 2020, a maioria das mulheres eram negras. (CÂMARA DE NOTÍCIAS, 2020). 8. ÓRFÃOS DOS FEMINICÍDIOS Como superar e seguir em frente, após a tragédia da perda da mãe? O feminicídio deixa em rastro de sofrimento que segue depois da morte da mãe, 36 principalmente os filhos, se vêem mediante a muita dificuldade para reconstruir a vida, enfrentar a ausência da mãe, muitas vezes tendo que ir para lares estranhos, novos. Há ainda um sentimento de revolta, pois, na maior parte dos casos essa vítima já estava no processo de separação. Em alguns casos esta brutalidade acontece na frente do filho, onde lhe causa um grande desvio psicológico, tendo muitas das vezes que fazer uma grande trajetória de acompanhamento com terapias. (SENADO, 2022). Contudo, essas crianças ficam sem a voz que os guiava, antes mesmo do nascer, aquele toque suave, o colo aconchegante, a relação afetuosa, a cumplicidade, proteção e a referência, que são bases para um desenvolvimento social e psicológico saudável, e que são profundamente marcadas pelo resto da vida pela dor da ausência da mãe. (SENADO, 2022). 9. PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA Segundo Machado (2020), A Política Nacional de Enfrentamento da violência contra a mulher propõe um trabalho em rede, para vencer a desarticulação dos níveis de atenção no combate à violência contra a mulher. Os enfermeiros devem estar sempre atentos no atendimento às essas vítimas. O acolhendo deve ser de maneira segura as vítimas de violência e pode ser realizado dentro de um conceito de compreender a saúde, que favoreça a construção social da mulher. De certa maneira, a forma que o acolhimento é feito na hora da abordagem faz toda a diferença no tratamento. (MACHADO, 2020). A Assistência do enfermeiro às vítimas de violência tem que ser planejada para promover a segurança, acolhimento, respeito e a satisfação das mulheres em sua necessidade coletiva e individual. Refletir sobre o planejamento, pautados nas políticas públicas de saúde, nos instrumentos básicos da enfermagem, na legislação vigente é primordial para a proteção das vítimas e prevenção de agravos que poderão vir futuramente. (MACHADO, 2020). A atuação da enfermagem é de extrema importância na constatação do problema, que por muitas vezes a mulher tem receio de relatar com medo do companheiro ou por ser extremamente dependente do parceiro. Os serviços de 37 saúde têm em tese um maior contato com as vítimas de agressão, podendo assim, reconhecer e acolher essa vítima antes mesmo de um incidente grave. Dessa Maneira, a identificação dessas pessoas nessa situação de violência é muito importante. (MACHADO, 2020). Contudo, muitas vezes o serviço de saúde nem sempre oferece uma resposta adequada para o problema, ao levar em consideração a intenção da violência praticada que gerou o estado mórbido ao paciente. Existem momentos em que esta situação decorre pelo fato de que o serviço limita-se em cuidar dos sintomas e não com os instrumentos que foram capazes de constatar o problema. (MACHADO, 2020). Por conseguinte este projeto de pesquisa delimita-se a investigar informações sobre como o/a enfermeiro/a pode agir no caso de orientação à mulher vítima de violência. A hipótese baseada é a de que o/a enfermeiro/a pode desenvolver um plano de ação, um trabalho relevante tanto na orientação e como também no cuidado destas mulheres, haja vista, que na sua formação profissional, foram ministrados os componentes curriculares direcionados para essa prática logo, este profissional tem formação e preparação adequada para esta ação, apresenta domínio para exercer tamanha responsabilidade de uma avaliação sistemática na identificação e assistência ao paciente que se encontra como vítima. Neste caso, a escolha do tema justifica-se em compreender e demonstrar a relevância do desempenho do enfermeiro frente à orientação e cuidados e às mulheres vítimas de violência. O que nos levou a fazer a pesquisa sobre a Mulher Vítima de Violência, hoje. Nós mulheres vivenciamos de alguma maneira algum tipo de violência, e sim, fez parte de nossa vida. Partiu deste princípio nossa inquietude em compreender como acontece o processo de violência contra a mulher a partir das suas relações no âmbito social. O tema em questão aborda a violência contra a mulher. 38 O interesse que nos motivou a iniciar este artigo foi entender um pouco mais sobre esse assunto, ao qual precisamos conhecer melhor a Saúde da Mulher e saber como mediar conhecimento no dia a dia do cotidiano hospitalar. A Saúde da Mulher vítima de violência necessita de cuidados especiais, seja agressão física, psicológica doméstica ou de qualquer outra natureza, a instituição hospitalar/ postos de saúde, precisam se adequar para receber as vítimas de agressão, tendo em vista, que hoje as instituições hospitalares, muitas das vezes não estão preparadas para receber essas pessoas principalmente porque não tem uma estrutura e nem profissionais especializados para tal atendimento. Haja vista, que toda pessoa vítima de violência precisa se sentir acolhida, protegida, isto faz com que elas se sintam seguras, os profissionais de saúde incluindo toda equipe hospitalar precisam estar sempre atentos para prestar um bom atendimento acolhendo estas vítimas. 10. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/ REFERENCIAL TEÓRICO Este estudo está fundamentado na perspectiva de vários autores. Toda a análise dos dados obtidos por meio da pesquisa bibliográfica, realizada sob a pesquisa na internet, livro, artigos, monografias. É importante dizer que a violência contra a mulher caracteriza–se às vezes pela opressão de gênero ou pelas relações de poder que os homens acham que tem sobre as mulheres, que são reproduzidas no dia – a – dia cotidianamente, isto é independentemente de faixa etária, classe social ou etnia. A relação entre os gêneros estabelece a vida humana na sociedade, pode ser na distribuição de valores, no trabalho, nos bens ou serviços. (MINAYO, 2016). Portanto, mesmo que esteja amparada pela lei, a igualdade de direitos, a representação política e cultural, acaba criando diferentes papéis para homem e a mulher, a igualdade abre lugar para certo desequilíbrio no poder distribuído e uma relação de força e dominação que expressam manifestação da violência entre os indivíduos de sexos iguaisou diferentes. A violência contra a mulher passou a receber maior atenção a partir do início da década de 70 no mundo 39 todo. Iniciou um movimento feminista que teve uma grande contribuição para tratar a questão da violência contra a mulher. (SILVEIRA, 2016). Sendo assim, nas décadas de 80 e 90 ocorreu a criação e a multiplicação dos serviços de atendimentos às mulheres e de políticas públicas específicas, como o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), As casa de abrigo, as Delegacias de Defesa da Mulher entre outros (SILVEIRA, s.d.), Igualmente, foram realizadas também Conferências para criar consensos e definir os objetivos no cumprimento destas políticas. (SILVEIRA, 2016). Nessa concepção, na hipótese de entender mais o desenvolvimento humano, pressupõe então que é o pensamento humano que nos ajuda a organizar a realidade em que essas pessoas vivem. Tendo em vista que o ser humano possui diversas formas e possibilidades de se reerguer e voltar a relacionar com o mundo. (SILVEIRA, 2016). Portanto, a violência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como qualquer ato de agressão ou negligência ao indivíduo que pode produzir dano psicológico, sofrimento físico ou sexual, incluído as ameaças, tanto em público ou privado, de uso intencional, força ou poder em forma de ameaça ou de maneira efetiva constantemente, pode ser contra si ou outra pessoa, grupo ou em comunidade, que ocasiona qualquer tipo de lesão, morte ou dano psíquico. (MINAYO, 2006). Sendo assim, a violência ainda é predominante nas classes mais baixas, onde tem maiores denúncias, é um fenônimo presente na vida de muitas mulheres. Geralmente as agressões acontecem no espaço familiar, onde era para haver maior harmonia. Dentre as formas mais generalizadas de violência contra a mulher, destaca-se a violência doméstica praticada pelo próprio parceiro, consideram-se neste conceito as relações de poder e a distinção entre papéis culturalmente atribuídos a cada um dos sexos e suas peculiaridades biológicas. (BELATO D. 2007). Portanto, esta violência está associada a vários fatores. Destaca-se dentre eles a baixa escolaridade da mulher, assim como a situação socioeconômica 40 desfavorável, além do uso do álcool e drogas ilícitas entre os parceiros podendo agravar ainda mais a violência, pois o indivíduo acometido pela droga se sente mais corajoso e se torna mais agressivo. (BELATO D. 2007). Assim, como os desentendimentos domésticos ligados ao contexto familiar, à educação dos filhos, organização da casa, falta de higiene dentre outros. O fator sócio econômico é um determinante na desordem de um lar, pois a falta de alimento leva a discussões entre os familiares podendo envolver todos da família. Sabe-se que todo tipo de violência pode acometer a mulher em seu ser, em seu estar no mundo, em sua corporeidade, no seu todo, pode deixar marcas reais e sensíveis. A percepção feminina da violência doméstica contra a mulher é construída da situação real e consciente da agressão física, psíquica, moral e social, considerando a inter-relação agressora e vítima. (BELATO D. 2007). Sendo assim, a atenção integral a essas mulheres só é possível se houver um acolhimento, uma escuta qualificada e um acompanhamento a essas vítimas e seus agressores para que assim facilite o empoderamento e diminuição de ocorrências e o impacto da violência na saúde e na vida dessas mulheres. (BELATO D. 2007). 11. METODOLOGIA 11.1 Tipo de pesquisa Esta pesquisa aborda um estudo do tipo revisão integrativa de abordagem quantitativa, por meio de análise de documentos, publicações científicas que trazem a tona e o papel do enfermeiro na Saúde da mulher vítima de violência. Sendo assim, a revisão integrativa busca obter uma idéia de como está o estado atual em busca de conhecimentos sobre o tema supracitado, suas lacunas e a contribuição da investigação para o desenvolvimento do conhecimento. (LAKATOS; MARCONI, 2010, P.130). Os dados coletados foram realizados uma pesquisa exploratória nas bases de dados: Scientifc Electronic Librany Online (Scielo, Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases de Dados de enfermagem (BDENF). Pois, esses trazem uma maior 41 credibilidade e segurança acerca de suas publicações. O levantamento dos dados foi realizado no período de 2 meses para uma melhor busca do material a ser analisado para utilizá-lo nesta pesquisa. (FURTADO, 2014). Portanto, o desenvolvimento desse estudo será de extrema importância para os profissionais da área da saúde e familiares de pessoas que sofrem qualquer tipo de violência, pois, abrange um conhecimento mais profundo desse problema, com intuito de facilitar o entendimento referente à violência da mulher. A elaboração do presente trabalho foi realizada com base em levantamentos bibliográficos referentes à Violência contra a mulher, para a busca de novos conhecimentos a respeito do assunto proposto. Segundo (MINAYO, 1994). Entretanto, o desenvolvimento de pesquisa de caráter quantitativo, como a pesquisa bibliográfica em questão, é importante porque estudamos as particularidades do indivíduo que sofre com problemas de violência, e assim compreender o comportamento desses indivíduos, durante o seu tratamento e acompanhamento. Segundo Minayo (1994), uma pesquisa quantitativa responde: Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilha com seus semelhantes. Desta forma, a diferença entre abordagem quantitativa e qualitativa da realidade social é de natureza e não de escala hierárquica (MINAYO, 1994, p. 2). A intenção com esta metodologia é proporcionar maior intimidade com o problema visando torná-lo explícito, além de um estudo aprofundado de forma a permitir o conhecimento, auxiliando na socialização no desenvolvimento destes indivíduos para uma vida normal. (GIL, 2008). Dentro das pesquisas quantitativas, este estudo será de natureza bibliográfica, conforme a citação de Gil, 2008: A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. 42 Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas, assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo. (GIL, 2008, p. 50). Os descritores a serem utilizados serão: Violência doméstica, Saúde da mulher, Mulher vítima de violência, Serviços de saúde da mulher. Critérios que foram usados para a melhor análise dos dados foram: bases de dados eletrônicos como Ministério da Saúde, Scientific Eletronic library online (SIELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Foram selecionadas Teses, dissertações, artigos científicos, livros que relatam ou apresentam o tema abordado em abordado em questão: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER que abrangem o período de 2012 a 2022. Foram usados autores que foram contemplados com o tema da pesquisa e em seguida escolhidos aqueles que apresentavam um melhor contexto do tema. Como critério de exclusão foi excluído os que não estavam com a problemática proposta. A hipótese baseada é a de que o/a enfermeiro/a pode desenvolver plano de ação, tanto na orientação ou no acolhimento
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