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Dos Bens

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Dos Bens
● Divergências Doutrinárias (Bens X Coisas):
↳ “Coisa é tudo que existe objetivamente, com exclusão do homem. Bens são
coisas que, por serem úteis e raras, são suscetíveis de apropriação e contêm
valor econômico” - Sílvio Rodrigues.
↳ Entendia que coisa era gênero e bem espécie.
↳ Coisas: tudo o que não é humano.
↳ Bens: coisas com interesse econômico e/ou jurídico.
↳ “Bem é tudo que nos agrada. Os bens, especificamente considerados,
distinguem-se das coisas, em razão da materialidade destas: as coisas são
materiais ou concretas, enquanto que se reserva para designar imateriais ou
abstratos o nome bens em sentido estrito.” - Caio Mário da Silva Pereira.
↳ Entendia que bem era gênero e coisa espécie.
↳ Resumidamente, todos os bens são coisas, mas nem todas as coisas são
bens.
● Conceito:
↳ Bens são valores materiais e imateriais, com conotação econômica e que
podem ser objeto de uma relação jurídica.
↳ Bens: compreende coisas (bens corpóreos) e direitos (bens incorpóreos).
↳ Coisas: somente bens corpóreos.
● Não são considerados bens:
↳ O bem deve ter sempre uma conotação econômica, deve ser possível
estipular um valor real para ele. Por isso, não são considerados bens:
a) coisas materiais que são abundantes e estão disponíveis a todos: ar,
luz, água etc.
b) coisas materiais que não podem ser apropriadas pelo homem: solo da
lua e dos planetas, micróbios etc.
c) direitos de ordem moral que correspondem ao conjunto dos atributos
da personalidade da pessoa: vida, honra, liberdade, nome, integridade
física etc.
● Alguns termos ligados aos bens:
↳ Res nullius: expressão latina, significa “sem dono”, “coisa de ninguém”.
↳ Res derelictae: expressão latina, significa “coisa abandonada”.
↳ Achádego: recompensa dada a quem encontra uma coisa perdida
● Tangibilidade:
a) Bens Corpóreos, Materiais ou Tangíveis: bens que possuem existência
corpórea e podem ser tocados. casa, veículo, animal.
b) Bens Incorpóreos, Imateriais ou Intangíveis: bens que possuem
existência abstrata e não podem ser tocados. hipoteca (garantia sobre
um bem imóvel), penhor (garantia sobre um bem móvel), direitos
autorais.
● Mobilidade:
a) Bens Imóveis: aqueles que não podem ser removidos ou transportados
sem sua deterioração ou destruição.
● Bens imóveis por natureza/essência: formados pelo solo, subsolo,
espaço aéreo e tudo quanto se lhe incorporar de forma natural.
árvore que nasceu naturalmente em um terreno.
● Bens imóveis por acessão física industrial/artificial: formados
por tudo o que o homem incorporar de maneira permanente ao
solo, não podendo removê-lo sem sua destruição ou
deterioração. construções e plantações, situações com
intervenção humana.
● Bens imóveis por acessão física intelectual (pertenças): bens
móveis que foram imobilizados pelo proprietário, constituindo
uma ficção jurídica, surgindo o conceito de PERTENÇAS. trator
incorporado a uma fazenda.
● Bens imóveis por disposição legal: são considerados imóveis
para que possam receber uma proteção jurídica melhor. direito
à sucessão aberta. (a partir do momento que o indivíduo morre,
todos os seus bens são considerados imóveis, são “congelados”).
● Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua
unidade, forem removidas para outro local.
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para
nele se reempregarem.
b) Bens Móveis: bens que podem ser transportados, por força própria ou
de terceiro, sem deterioração ou destruição.
● Bens móveis por natureza: bens que podem ser transportados
sem dano, por força própria ou alheia. quando puder se mover
por conta própria é chamado de ben móvel semovente. animais.
● Bens móveis por antecipação: bens que eram imóveis e foram
mobilizados por uma atividade humana. árvore removida do solo,
lenha cortada.
● Bens móveis por determinação legal: surgem nas situações em
que a lei determina direitos humanos, energias.
● Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto
não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis;
readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de
algum prédio.
Distinções Bens Imóveis Bens Móveis
Bens de menores. exige-se prévia autorização
do juiz
pais podem alienar os bens
móveis do menor.
Direitos reais. são objetos de hipoteca. são objetos de penhor.
Hasta pública. chama-se praça. chama-se leilão
Ingresso das Ações
Reais.
é necessária autorização do
cônjuge do autor e a citação
do cônjuge do réu.
devem ser propostas no local
da situação do imóvel
não existe essa necessidade.
são propostas no domicílio
do réu.
Fungibilidade. são sempre fungíveis. podem ser fungíveis ou
infungíveis.
Alienação. depende da autorização do
cônjuge.
não precisa da autorização
do cônjuge.
Aquisição. exigem o registro da
escritura pública.
são adquiridos pela simples
tradição de entregar algo.
Usucapião prazo varia de 5, 10 e 15 anos. é de 3 anos, para quem tiver
justo título e boa-fé, e 5 anos
para as demais ocasiões.
Impostos. são sujeitados a IPTU e ITR. não sujeitam-se à impostos.
● Fungibilidade:
a) Bens Fungíveis: bens móveis que podem ser substituídos por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade. alimentos em geral.
b) Bens Infungíveis: bens que não podem ser substituídos por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade. animal reprodutor, joia de
família, casa, quadro
● Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade.
● Consuntibilidade:
↳ Para essa classificação são utilizados dois parâmetros:
↳ Consuntibilidade Física/Fática: se o consumo implica em destruição.
↳ Consuntibilidade Jurídica: se o bem pode ser ou não objeto de consumo, se
pode ser alienado ou não.
a) Bens Consumíveis: bens móveis, cujo uso importa na destruição
imediata da própria coisa (consuntibilidade física), e aqueles destinos à
alienação (consuntibilidade jurídica).
b) Bens Inconsumíveis: aqueles que podem ser utilizados com frequência,
permitindo que se retire sua utilidade, ,sem deterioração
(inconsuntibilidade física), e aqueles que são inalienáveis
(inconsuntibilidade jurídica).
● Divisibilidade:
a) Bens Divisíveis: os que se podem dividir/fracionar sem alterar sua
substância, diminuindo seu valor ou causando prejuízo de sua
finalidade. dinheiro, terreno, fazenda.
b) Bens Indivisíveis: bens que não podem ser divididos/partilhados, já que
deixariam de formar um todo perfeito, gerando, na maioria da vezes,
desvalorização. essa indivisibilidade pode decorrer de sua natureza,
imposição legal ou vontade do proprietário. carro, papel moeda.
● Individualidade:
a) Bens Individuais ou Individuais: são aqueles que podem ser
considerados independentes em relação aos demais livro,
apartamento, lâmpada
b) Bens Coletivos ou Universais: aqueles que se encontram agregados em
um todo, são constituídos por várias coisas singulares, que são
consideradas em conjunto e formando um todo individualizado.
boiada, estacionamento, condomínio, biblioteca, lustre.
● Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de
per si, independentemente dos demais.
● Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens
singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação
unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser
objeto de relações jurídicas próprias.
● Dependência em relação a outro bem:
a) Bens Principais: são os que existem de maneira autônoma e
independente, de forma concreta ou abstrata.
b) Bens Acessórios: são bens cuja existência e finalidade pressupõem a um
outro bem, denominado principal, dessa maneira quem for proprietário
do em principal também será do bem acessório. (natureza jurídica do
acessório é a mesma do principal). São bens acessórios:
01. Frutos: bens acessórios que nascem do bem principal, mantendo
a integridade do último, sem diminuir sua substância, frutos de
uma árvore, rendimento obtidos com a casa etc. Os frutos podem
ser:
● Frutos Naturais: decorrentes da essênciada coisa
principal, da própria natureza. (frutos de uma árvore).
● Frutos Industriais: decorrentes da atividade humana,
força do homem. (produto de uma fábrica).
● Frutos Civis: decorrentes de uma relação jurídica. (aluguel
de um imóvel, ganhos de capital).
● Frutos Pendentes: são os que estão ligados à coisa
principal, que ainda não foram colhidos decorrentes da
essência da coisa principal. (frutos de uma árvore que
ainda estão la).
● Frutos Percebidos: são os colhidos do principal e
separados dele, destacados do principal.
● Frutos Percipiendos: são os que deveriam ser colhidos,
mas não foram. (frutos apodrecendo na árvore).
● Frutos Consumidos: são os que foram colhidos, separados
do principal, e não existem mais.
02. Produtos: bens acessórios que saem da coisa principal,
diminuindo a sua quantidade e substância. (pepita de ouro
retirada de uma jazida).
03. Pertenças: bens móveis destinados a servir outro bem principal,
por vontade ou trabalho intelectual do dono. apesar de serem
bens acessórios, não seguem o destino do principal. (trator em
relação à fazenda, mesa, cama, armários)
04. Partes Integrantes: bens acessórios que estão unidos ao bem
principal, formando com este um todo independente. (lâmpada
em relação ao lustre).
05. Benfeitorias: bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou
imóvel, visando sua conservação ou melhoria de sua utilização.
Existem três classificações para as benfeitorias:
● Benfeitorias Necessárias: são ESSENCIAIS ao bem
principal, tem como finalidade conservar ou evitar que o
bem se deteriore. (reforme do telhado de uma casa)
● Benfeitorias Úteis: são as que AUMENTAM ou FACILITAM o
uso da coisa, tornando-a mais útil. (instalação de grades
nas janelas de casa)
● Benfeitorias Voluptuárias: são as de MERO LUXO, pois
não facilitam o uso, apenas tornam seu uso mis agradável.
(instalação de uma piscina).
● Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou
concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do
principal.
● Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes
integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço
ou ao aformoseamento de outro.
● Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem
principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário
resultar da lei, manifestação de vontade, ou das circunstâncias
do caso.
● Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os
frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
● Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou
acréscimos sobrevindos ao bem sem intervenção do
proprietário, possuidor ou detentor.
● Art. 1219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das
benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às
voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o
puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de
retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
● Relação ao titular do domínio:
a) Bens Particulares: são os que pertencem às pessoas físicas ou jurídicas
de direito privado.
b) Bens Públicos: são os que pertencem a uma entidade de direito público
interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Podem ser
classificados como:
● Bens de uso geral ou comum do povo: bens destinados à
utilização do público em geral, sem necessidade de permissão
especial. (ruas, praças, jardins, estradas, mares, rios, praias,
golfos etc).
● Bens de uso especial: edifícios e terrenos utilizados pelo próprio
Estado para a execução de serviço público especial, existindo
uma destinação especial, denominada AFETAÇÃO. (prédio onde
funciona uma escola pública).
AFETAÇÃO: qualidade que se dá a um bem!
● Bens dominicais ou dominiais: bens públicos que constituem o
patrimônio disponível e alienável da pessoa jurídica de direito
público, por não terem destinação específica. Não está afetado à
nenhuma prestação de atividade pública; podem ser móveis ou
imóveis; AINDA serão de uso geral ou especial. (áreas deixadas
obrigatoriamente à administração pública quando da da
construção de loteamentos abertos ou fechados).
● Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às
pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são
particulares, seja qual for a pessoa a que pertenceram.
● Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo tais como, rios, mares, estradas, ruas e
praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados à
serviço público ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas
de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma
dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se
dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
● Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial
são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma
que a lei determinar.
● Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas
as exigências da lei.
● Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
● Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou
retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem.
● Bem de Família:
↳ “O bem de família é um meio de garantir um asilo à família, tornando-se o
imóvel onde ela se instala domicílio impenhorável e inalienável, equanto forem
vivos os cônjuges e até que os filhos completem sua maioridade.” - Álvaro
Azevedo.
↳ Natureza jurídica: forma de afetação (privada) de bens a um destino especial,
nesse caso assegurar a dignidade humana dos componentes do núcleo
familiar.
↳ Origem Histórica: surgiu nos Estados Unidos, quando uma grave crise
econômica atingiu o país; tendo isso me vista, o Texas promulgou uma lei que
permitia que a pequena propriedade do indivíduo ficasse isenta de penhora.
↳ Direito Brasileiro: aplicação do mínimo existencial, revelando um dos
aspectos concretos, práticos da afirmação da dignidade da pessoa humana.
↳ Espécies de Bens de Família:
a) Convencional ou Voluntário: tem como características:
● depende de ato voluntário do titular, por escritura pública,
testamento ou doação.
● gera inalienabilidade e impenhorabilidade.
● refere-se ao bem imóvel onde a família está residindo.
● tem duração limitada à vida dos instituidores ou até a
maioridade civil dos filhos.
b) Legal: previsto na Lei 8.009/90, a proteção é a impenhorabilidade,
independente de ato de vontade do titular. características:
● proteção automática.
● gera apenas a impenhorabilidade.
● refere-se ao bem imóvel onde a família reside.
● tem duração ilimitada.
Convencional ou Voluntário Legal
Arts. 1.711 a 1.722. Previsto na Lei 8.009/90.
Ato voluntário de membros da entidade
familiar.
Proteção automática.
Cabe inalienabilidade e impenhorabilidade. Cabe somente a impenhorabilidade.
Máximo ⅓ do patrimônio. Não há limite fixado. Proteção do único
imóvel em que a família reside.
Somente é possível a penhora em caso:
● Tributo devido em razão do próprio
bem (IPTU);
● Dívidas de condomínio.
É possível a penhora:
● Pelo titular do crédito decorrente do
financiamento destinado à
construção ou à aquisição do imóvel;
● Pelo credor da pensão alimentícia;
● Para cobrança de impostos, predial
ou territorial, taxas e contribuições
devidas em função do imóvel familiar;
● Por ter sido adquirido com produto
de crime ou para execução de
sentença penal condenatória a
ressarcimento, indenização ou
perdimento de bens;
● Por obrigação decorrente de fiança
concedida em contrato de locação.