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2 Uma visão retrospectiva sobre a EJA no Brasil

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DESCRIÇÃO
Um breve histórico sobre o ensino de jovens e adultos no Brasil, com foco nas principais
iniciativas e nos precursores que inauguraram a modalidade no Brasil.
PROPÓSITO
Apresentar uma visão retrospectiva da modalidade de educação de jovens e adultos no Brasil,
demonstrando a relação entre as ações e os contextos precursores da EJA.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever uma breve história da EJA no Brasil
MÓDULO 2
Reconhecer o papel de Lourenço Filho, das campanhas nacionais e dos movimentos de
educação na EJA na institucionalização da modalidade no Brasil
INTRODUÇÃO
A educação de jovens e adultos pode ser definida como o conjunto de organização das
políticas educacionais voltadas para adolescentes e adultos fora da chamada idade-série
apropriada. Foi pensado historicamente como um processo de “recuperação” dos sujeitos que
não tiveram condições de acesso à educação em idade apropriada por questões familiares,
sociais e econômicas, devendo considerar a regionalidade de cada problema.
Educação de jovens e adultos não se trata, nessa perspectiva, de ensino de adultos no ensino
superior, nos cursos livres, técnicos ou de importantes debates sobre como os adultos
aprendem. São as ações necessárias para corrigir distorções de sujeitos que não conseguiram
ou não tiveram a oportunidade de ter desenvolvimento educacional.
Por isso, ela ocorre desde as fases de alfabetização de jovens e adultos, em Letras ou em
Matemática, até as fases finais do ensino básico — segundo segmento do fundamental e
ensino médio.
A partir de agora, você verá as estruturas das fases da educação de jovens e adultos no Brasil
(EJA). Primeiro, realizaremos uma retrospectiva ampla, em seguida explanaremos sobre as
duas fases da EJA. Isto é, teremos um primeiro movimento para a formação de mão de obra e
a institucionalização da EJA, e, posteriormente, para a educação de adultos como um processo
de cidadania, percebendo-os como os dois principais vieses da tradição dessa modalidade de
ensino no Brasil.
MÓDULO 1
 Descrever uma breve história da EJA no Brasil
EDUCAÇÃO NO BRASIL NA ERA DA
INDUSTRIALIZAÇÃO
Para pensarmos o início das discussões e ações sobre educação de adultos no Brasil, é
importante termos em mente as intensas transformações políticas, econômicas, sociais e
educacionais pelas quais o Brasil e o mundo passavam nas décadas de 1920, 1930 e 1940.
O espaço-tempo existente entre as duas Guerras Mundiais no século XX levou a
reorganizações nos campos sociais, mas sobretudo no campo das ideias. O Brasil era uma
monarquia, depois uma aristocracia – momento da República e da política dos governadores.
 
Fonte: Desconhecido / Wikimedia commons / Domínio público
 Pessoas celebrando a Revolução de 1930.
Ainda que estivesse vivendo uma “revolução” com a chegada de Vargas em 1930, esse
movimento é fruto de uma construção de identidade e de intensificação da participação
popular.
E qual foi o motivo?
É simples! Cada vez havia mais pessoas na cidade, pois o processo de urbanização do Brasil
já havia sido iniciado e continuaria por muitos anos.
A cena cultural e educacional brasileira estava tomada por novos debates e caminhos.
 EXEMPLO
A Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo, o Movimento Tenentista no Rio de
Janeiro e o Cangaço no Nordeste foram alguns movimentos que convulsionaram o Brasil.
Eram prédios, ruas, teatros, arte, muitas mudanças intensas feitas no país. Os ideais
modernistas e nacionalistas multiplicavam-se.
SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922
Evento de arte valorizando a brasilidade.
MOVIMENTO TENENTISTA
Oficiais jovens que fizeram um levante contra as estruturas tradicionais brasileiras.
CANGAÇO
Movimentos de banditismo liderados por revoltosos do campo no nordeste brasileiro.
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javascript:void(0)
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Fonte: Zenóbio Couto / Wikimedia commons / Domínio público
 Os líderes tenentes após deixarem o forte de Copacabana, em 6 de julho de 1922.
Mais especificamente no campo educacional, os debates acerca de propostas pedagógicas
inovadoras trouxeram conceitos críticos à então dominante “educação tradicional”, que
podemos entender como um campo semântico e genérico das formas de educação que
existiam tradicionalmente no Brasil e que esses movimentos entendiam que deveriam ser
superadas.
Em um Brasil em que a absoluta maioria estava fora da educação formal, os poucos que
tinham a possibilidade de frequentar a escola estavam na vanguarda dos debates
internacionais sobre escola, metodologias e qualidade da educação.
Entre as décadas de 1920 e 1930, personalidades como Lourenço Filho (1897-1970), Anísio
Teixeira (1900-1971) e Fernando de Azevedo (1894-1974) criaram o movimento Escola Nova,
que reunia educadores brasileiros baseados na pedagogia de Dewey (1859-1952), em que o
aluno ganha protagonismo na formação. Propunha uma educação menos centrada na figura do
professor, já pensando a ideia de educar como um movimento construído a partir da interação
entre saberes diversos.
Também surge nesse período a ideia de uma escola integral, que será defendida e
experimentada por Anísio Teixeira na conhecida Escola Parque, em Salvador.

O CENTRO POPULAR DE EDUCAÇÃO CARNEIRO
RIBEIRO FOI O ESPAÇO ONDE ANÍSIO TEIXEIRA
INTRODUZIU E EXPERIMENTOU AS SUAS
CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO. A SUA LUTA MAIOR
CONSISTIA NA BUSCA DA CONQUISTA DA
UNIVERSALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA E
GRATUITA. EM SEUS TRABALHOS RESSALTOU A
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR PARA
INTEGRAR O PAÍS NA CIVILIZAÇÃO LETRADA.
ENTENDIA A ESCOLA PÚBLICA COMO UMA MÁQUINA
PARA A PRODUÇÃO DA DEMOCRACIA ALMEJADA,
CONSIDERANDO-A COMO O MAIS SIGNIFICATIVO
INSTRUMENTO DE JUSTIÇA SOCIAL E DE CORREÇÃO
DAS DESIGUALDADES PROVENIENTES DA POSIÇÃO
E DA RIQUEZA. CONSIDERAVA QUE O INVESTIMENTO
NA EDUCAÇÃO REPRESENTAVA DESENVOLVIMENTO
SOCIAL E PESSOAL, TENDO COMO PRODUTO,
RESPOSTA OU CONSEQUÊNCIA A ASCENSÃO
SOCIAL, COMO ACREDITAVAM OS LIBERAIS
NAQUELA ÉPOCA.
(CORDEIRO, 2001)
A fundação do então Ministério da Educação e Saúde, em 1930, firmou a ideia de projetos
educacionais que deveriam acontecer em escala nacional, pensados e executados para todos
os brasileiros, em todo o território nacional.
E o que esse movimento fez do Brasil?
Um país pioneiro no que diz respeito à implementação do que atualmente chamamos de
“educação democrática, acessível a todos” como uma política de Estado, dever deste e direito
dos cidadãos. Ao menos no papel tínhamos efetivamente um projeto nacional.
À época, ainda era predominante, em diversas partes do mundo, a ideia de que a educação
escolar deveria se voltar para as elites, sendo incumbência de cada família, cabendo a esta
definir quem estudaria, como e às suas próprias expensas, ou seja, despesas. Nas
Constituições brasileiras desse período aparece a educação primária como gratuita, laica e
acessível a todos, dever do Estado e das famílias, e as mais abastadas deveriam contribuir
solidariamente para a chamada Caixa Escolar — modelo assistencialista mantido por
beneméritos. Outros níveis educacionais só seriam supridos pelo Estado nos casos de
comprovada falta de recursos dos interessados.
 COMENTÁRIO
Após a Revolução de 1930, o Brasil terá uma sequência de três Constituições, uma
“Revolucionária”, depois uma Estado Novista – na ditadura de Vargas – e outra na
democratização com Dutra, mas a linha mestra sobre a educação como um elemento
fundamental foi mantida.
 
Fonte: Marc Ferrez / Wikimedia commons / Domínio público
Durante a década de 1940, o Brasil passava por um momento de industrialização e inserção
de trabalhadores em um mercado de trabalho mais industrial e formalizado a partir das
políticas implementadas, sobretudo durante o chamado Estado Novo. O censo de 1940
mostrou que 55% da população em idade economicamente ativa era analfabeta (IBGE, 2020).
A necessidade de mão de obra mais qualificada para impulsionar as transformações
pelas quais o mundo e o país passavam se fazia premente.
 ATENÇÃO
Até essemomento, todo o esforço de organização da educação nacional havia sido pensado e
feito para atender ao público definido como “em idade escolar apropriada”. Isso significava
sobretudo as crianças. Assim, a partir daquele censo começou-se a discutir a necessidade de
políticas educacionais voltadas para a população que não havia podido frequentar escolas ao
longo de sua infância e/ou juventude.
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UMA
VISÃO GERAL DA QUESTÃO
A educação de jovens e adultos é 
um problema institucional do século XX.
Por que podemos fazer essa afirmação?
Seu princípio inicial justifica-se quando pensamos que, se há demanda educacional pela
dinâmica social — em outras palavras, se a educação atendia a um número pequeno de
pessoas, não era um problema que um contingente de adultos não tivesse esse
conhecimento —, a partir do momento em que passa a ser necessário um maior número de
letrados, ainda que de forma básica, a massa de adultos que não tinha tal acesso se torna um
problema.
 
Fonte: Shutterstock.com
REFLEXÃO
Foi somente após a industrialização e o consequente desenvolvimento do sistema capitalista
nos países do centro (falamos aqui em centro no sentido de desenvolvimento, isto é, nos
países que já estavam mais desenvolvidos) que esses avanços chegaram aos países
periféricos (países que estavam menos desenvolvidos). Quando a industrialização chegou no
Brasil, tínhamos um país massivamente agrário.
Com os avanços do emprego, do maquinário e da industrialização, o sistema capitalista exigia
mão de obra qualificada no que diz respeito à leitura, à capacidade de receber ordens, ao
cumprimento das ordens dadas pelos patrões de maneira mais eficiente. Desse modo,
tínhamos uma realidade de emprego diferente daquela da época do trabalho agrário, no
campo.
 EXEMPLO
Pense em uma grande fábrica, com centenas de trabalhadores. Agora imagine que eles não
sabem ler. Como seria para dar ordens a todos? Não seria possível que o patrão, literalmente,
falasse com todos, mas se todos soubessem ler, ele poderia disponibilizar as regras em papel
para cada um.
Ou, então, imagine que não soubessem contar. Como seria para operar as máquinas?
Tal situação trouxe uma demanda diferente das que existiam antes e, por isso, era necessário
cobrar do governo ações para ofertar algum tipo de formação.
Esse movimento atinge o Brasil, em especial, no início do século XX. As principais proposições
para a educação brasileira ganham corpo com a consolidação da República. Os primeiros
políticos e intelectuais da transição do século XIX para o XX defendiam a ideia de que, para
que o Brasil tivesse progresso dentro dos princípios positivistas, era absolutamente
necessário que houvesse mão de obra qualificada disponível.
 
Fonte: Everett Collection / Shutterstock.com
Lembrando que éramos um país de mão de obra escrava e que vinha, desde o fim do século
XIX, buscando a ampliação — em especial nos grandes centros urbanos — de uma nova mão
de obra, a imigrante. No entanto, muitos imigrantes também tinham baixa escolaridade, como
os portugueses, italianos e espanhóis que chegaram ao Brasil naquele momento. Eles, do
mesmo modo, também vinham do campo e quase não tinham educação formal. Aqui, contudo,
assumiam condições superiores nas fábricas, passando à frente dos locais — analfabetos e
marcados pela “mestiçagem”.
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Surgiu, então, a necessidade de se ter uma política de governo a fim de ofertar alguma
educação/formação para esses grupos. Ao mesmo tempo, porém, que existiam a demanda e a
necessidade, também havia uma barreira: a incapacidade de se investir, de se debater quais
mecanismos e de que forma. Isto é, existia uma demanda clara, mas não havia um projeto
para realizar essa formação.
E você sabe por quê?
Isso se deve muito ao fato de que não havia uma base de educação infantil e/ou de educação
fundamental. O cenário era composto por trabalhadores, ex-escravos e imigrantes, que, na
maior parte dos casos, não tinham contato algum com educação, escolas, formação ou
capacitação.
MESTIÇAGEM
O termo recorrente no XX apresentava os descendentes das misturas étnicas como
grupo em ascensão social, mas, ao mesmo tempo, visto com desconfiança, associados a
malandros e preguiçosos.
 
Fonte: Shutterstock.com
Por isso, era necessário implementar um ensino que recuperasse e levasse aquele enorme
número de analfabetos a serem letrados. Era necessário criar algo que oferecesse uma base
mínima para que todas essas pessoas pudessem trabalhar.
Os primeiros e principais projetos de educação de jovens e adultos no Brasil estão diretamente
relacionados à ampliação da formação da industrialização brasileira, devido à substituição de
importações pós-Primeira Guerra Mundial e à ampliação dos investimentos às vésperas e
durante a Primeira Guerra.
Nosso crescimento urbano solidifica-se nas décadas de 1930 e 1940, quando é necessária a
consolidação das leis trabalhistas. Nesse período também passa a ser uma demanda funcional
e necessária a criação de ensino técnico e de formação para aqueles adultos que já estavam
incorporados ao mundo do trabalho.
Durante as décadas de 1940 e 1950, temos um constante processo de migração do campo
para as cidades. Esses grupos campesinos engrossavam a massa de analfabetos e de
subempregados. Assim, era necessário vislumbrar em um primeiro momento soluções que
pudessem atender a essas demandas.
 
Fonte: Brasil. Presidência da República (PR) / Wikimedia / Domínio Público
 CLT publicada no Diário Oficial de 9 de agosto de 1943.
 ATENÇÃO
O problema era nacional e estava em processo de expansão, fazendo com que o governo não
tivesse alternativa a não ser criar os primeiros projetos nacionais voltados para a educação.
Podemos destacar ações que ocorreram no governo Getúlio Vargas, mantidas durante o
governo Dutra e fortalecidas nos anos de 1950 e 1960, no retorno de Vargas. Depois, nos
governos de Juscelino Kubitschek, de Jânio Quadros e de João Goulart. Em todos esses
movimentos havia uma ideia de que era necessário um investimento diferenciado em
educação.
Veja os presidentes que atuaram nesse período.
 
Fonte: Governo do Brasil / Wikimedia commons / Domínio público
Getúlio Vargas
(1882-1954)
 
Fonte: Governo do Brasil / Wikimedia commons / Domínio público
Eurico Gaspar Dutra
(1883-1974)
 
Fonte: Governo do Brasil / Wikimedia commons / Domínio público
Juscelino Kubitschek
(1902-1976)
 
Fonte: Governo do Brasil / Wikimedia commons / Domínio público
Jânio Quadros
(1917-1992)
 
Fonte: Governo do Brasil / Wikimedia commons / Domínio público
João Goulart
(1919-1976)
Por um lado, para que se pudesse pensar e ampliar o Brasil, com o propósito de aumentar a
qualificação da população e gerar um crescimento econômico. Por outro, o projeto que gerasse
melhoria da imagem do Brasil no mundo.
 
Fonte: Shutterstock.com
REFLEXÃO
Os governos sabiam que a demanda de cidadania era fundamental. Precisamos destacar que
nos anos 1950 o índice de analfabetos no campo brasileiro era muitíssimo elevado em
relação aos centros urbanos. No entanto, somente nos anos 1960 vemos que, para que tal
objetivo pudesse ser alcançado, os projetos deveriam ser estruturados de modo a pensar na
possibilidade de criação de uma modalidade de ensino específica, com formatos e tecnologias
próprios.
 
Fonte: paulofreire.org / CC BY-SA 4.0
 Paulo Freire (1921-1997).
Seria necessário um projeto de educação que pensasse a proximidade do sujeito e de suas
demandas, que reconhecesse as características de seu próprio conhecimento e, a partir desse
ponto, gerasse, ampliasse e pensasse em outros passos.
Destacam-se o entendimento de educação de Paulo Freire e a lógica de uma educação que
deve gerar autonomia dos sujeitos, dando mais capacidade de escolha como fundamento.
Ainda durante os anos 1960, já sob a égide da ditadura militar, os princípios entendidos eram
os mesmos, apesar dos fins serem muito diversos.Naquele momento, um dos principais projetos mensurados no Brasil era a estruturação de um
modelo que pudesse ser levado para diversas regiões do país, multiplicado e escalável,
permitindo que não somente as zonas urbanas tivessem acesso à educação, mas
principalmente o interior. As regiões campesinas eram, finalmente, objetivo da multiplicação da
educação para os adultos que não tiveram oportunidade de estudar.
Então, o governo estruturou um complexo projeto de educação.
 RELEMBRANDO
Não havia professores suficientes para iniciar um projeto dessa envergadura. Não havia
dinheiro, ao menos no limite do interesse político, para gerar um projeto desse tipo com
profissionais de educação formados.
Para se ter um mecanismo de multiplicação focado nas demandas do trabalhador, foi criado um
método específico, com foco na escala, para que pudesse alcançar o máximo de grupos com o
menor custo possível. O programa foi implementado principalmente a partir de professores
leigos, que mediante uma primeira proximidade com as letras, recebiam treinamentos, vídeos e
materiais que deveriam ser multiplicados para cada uma das cidades.
E qual foi o objetivo desse projeto?
O objetivo era que essas pessoas obtivessem suas certificações provando que, pelo menos,
não eram mais analfabetos, de modo que pudessem votar. Assim, elas se formavam no
Mobral.
O Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) era entendido principalmente como um
projeto de cidadania, não como um projeto de educação. Esse ponto precisa de um cuidado
especial, porque era uma mudança da perspectiva. Um tinha como fundamento fomentar
sujeitos capazes de entrar no mercado de trabalho, o outro a educação de jovens e
adultos que buscavam, de alguma maneira, obter melhores condições de vida.
 
Fonte: Governo do Brasil / Caixa Econômica Federal / Wikimedia commons / Domínio público
 Um bilhete da Loteria Esportiva, de 1972, com mensagens sobre o Mobral.
 ATENÇÃO
Fica mensurada também a ideia de uma escola que era fortemente excludente. Jovens
que não obtinham êxito escolar, que não conseguiam passar ou cursar todas as etapas de
ensino dentro de sua faixa etária, eram retirados da escola — expulsos, reprovados —,
gerando altos índices de evasão.
Naquele momento, alunos com dificuldade eram separados e encaminhados para outras
formas de ensino. Estudantes com problemas de indisciplina eram enviados para centros como
a FUNABEM, pois formar de verdade era o menos importante. O mais recorrente era,
simplesmente, concluir. Daí, o grande número de pessoas que tiveram oportunidade de
estudar, mas não internalizaram seus estudos.
FUNABEM
A Fundação do Bem Estar do Menor foi criada pela ditadura civil militar com grandes
campanhas televisivas que buscavam um ambiente mais sadio para crianças que os pais
não tinham condições de criar, crianças marcadas por delitos e jovens infratores. Apesar
de ter sido criada como um projeto de educação, acabou se tornando um modelo de
prisão infantil.
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Fonte: Shutterstock.com
REFLEXÃO
Com muito mais gente nos centros urbanos, e muitos sem conseguir concluir os estudos, não
havia uma política clara de inclusão. Ou havia uma escola separada para quem possuía
necessidade educacional especial ou não havia políticas que permitissem dinâmicas de
inclusão. Dessa maneira, um contingente enorme tornou-se alvo de outra modalidade de
educação, a educação de jovens e adultos.
Durante os anos 1960, 1970 e 1980, era um contingente em ampliação, que crescia
anualmente. Quando a educação foi efetivamente popularizada para as crianças, a demanda
urbana de educação de jovens e adultos foi multiplicada em progressão geométrica.
O processo de redemocratização, ou seja, a transição entre a ditadura e a fundação da Nova
República —iniciada com a abertura nos governos Geisel e Figueiredo e ocorrida no governo
de transição democrática de Sarney — teve seu fim no processo que gera a eleição
presidencial direta de 1989. Nesse momento, a questão da EJA era um problema.
Assim, uma vez consolidado como um problema, o governo passou a interpretar que os
desafios a serem vencidos precisavam passar por essa modalidade, obtendo um espaço
singular — ainda que o governo não a considerasse uma demanda obrigatória.
A obrigatoriedade governamental só foi modificada em 1988, quando a Constituição Federal
Brasileira, mais do que interpretar a educação, passou a defini-la como um direito. Sendo um
direito, é fundamental que todos tenham possibilidade de acesso, independentemente da
idade.
 
Fonte: Arquivo ABr / Wikimedia commons / CC BY 3.0 BR
 Ulysses Guimarães segurando uma cópia da Constituição de 1988.
De acordo com Barcelos (2015):

[...] ISSO CONTRARIA A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
COMO FORMAÇÃO HUMANA, QUE PRESSUPÕE
APRENDIZADOS DE FORMA CONTINUADA AO LONGO
DE TODA A VIDA, ENTENDENDO QUE, ENQUANTO HÁ
VIDA, HÁ POSSIBILIDADE DE
FORMAÇÃO/TRANSFORMAÇÃO.
Quando falamos desse processo, fundamentamos e legitimamos a necessidade de ação
governamental no ensino de jovens e adultos, não só na modalidade supletivo, mas também
nas modalidades técnicas e regulares. Diante disso, os estados, dentro do pacto federativo,
são os principais responsáveis por manter e administrar, podendo também os municípios
manter estruturas com essas características.
Da Constituição de 1988 em diante, vivemos um novo incremento de inserção escolar,
transformada em compromisso e obrigação para as crianças, e um direito para todos aqueles
que não tiveram acesso no momento apropriado. Com essas medidas, houve a ampliação da
demanda da EJA no Brasil. Isso denota que os anos 1990 são de explosão da educação de
jovens e adultos, pelo número de vagas e pela crescente procura.
Se considerarmos todas as bases dos censos educacionais dos últimos 30 anos, notamos um
trajeto:
SUPLETIVO
Modalidade de ensino baseada nos conteúdos mínimos necessários – posteriormente
nas competências básicas – que, entendendo a maturidade diferenciada dos sujeitos,
permitia a compressão da periodicidade necessária.
PRIMEIRO
As principais escolas de redes importantes, como do Rio de Janeiro e de São Paulo, tiveram
um notório incremento no oferecimento de novas modalidades. Entendia-se que era um
momento de reparação histórica, mas com debates intensos sobre custo e qualidade. Esse
cenário, porém, não tardaria a avançar para um segundo movimento.
SEGUNDO
Esse segundo movimento, por sua vez, é efeito do primeiro: a ampliação do acesso e a
obrigatoriedade da rede para as crianças geraram grandes mudanças na EJA. A popularização
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da educação básica, a preocupação de diminuir a evasão escolar e a redução da distorção
idade-série contribuíram para uma menor demanda da educação de jovens e adultos.
Esse debate fechou vagas, discutindo-se a redução da oferta da modalidade e redirecionando-
a para outros segmentos mais prejudicados pelo curto orçamento da educação.
Esse é um primeiro panorama, rápido e ilustrativo, que fornece fundamentos para que
possamos, a partir daqui, compreender de maneira específica cada momento, demanda,
metodologias e dinâmicas relacionados à educação de jovens e adultos.
No módulo 2, vamos conhecer um dos autores que ajudaram a fundamentar esse processo no
Brasil: Lourenço Filho e a institucionalização da educação de jovens e adultos no Brasil!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DEVE SER CARACTERIZADA
COMO: 
 
I. EDUCAÇÃO DE TODAS AS PESSOAS QUE ATINGIRAM IDADE
SUPERIOR À IDADE PREVISTA PARA O ENSINO REGULAR. 
 
II. POLÍTICA PÚBLICA VOLTADA AO PÚBLICO QUE NÃO ADQUIRIU
CERTIFICAÇÃO DO ENSINO REGULAR NA IDADE APROPRIADA. 
 
III. PROCESSO RELATIVO AO CONTEXTO BRASILEIRO, EM QUE O
CRESCIMENTO DAS CIDADES EXIGE AÇÕES PARA OFERECER
FORMAÇÃO A POTENCIAIS OPERÁRIOS.
 
ESTÃO CORRETAS AS AFIRMATIVAS:
A) Apenas as afirmativas I e II.
B) Apenas as afirmativas I e III.
C) Apenas as afirmativas II e III.
D) Apenas as afirmativas I, IIe III.
E) Apenas a afirmativa II.
2. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL RELACIONA-SE
INTENSAMENTE AO NOSSO CONTEXTO EDUCACIONAL. NESSE
SENTIDO, PODEMOS AFIRMAR QUE: 
 
I. A DITADURA MILITAR FOMENTOU PROJETOS DE EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS, COMO O MOBRAL. 
 
II. NA NOVA REPÚBLICA, A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
MANIFESTOU-SE COMO UM PROBLEMA E DEMANDOU FORTES
INVESTIMENTOS. 
 
III. DURANTE O MOMENTO DE REDEMOCRATIZAÇÃO, FORAM CRIADOS
PROJETOS DE EDUCAÇÃO POPULAR COMO A FUNABEM E AS
ESCOLAS TÉCNICAS.
 
AS AFIRMATIVAS CORRETAS SÃO:
A) As afirmativas I e II.
B) As afirmativas II e III.
C) As afirmativas I e III.
D) As afirmativas I, II e III.
E) Apenas a afirmativa III.
GABARITO
1. A educação de jovens e adultos deve ser caracterizada como: 
 
i. Educação de todas as pessoas que atingiram idade superior à idade prevista para o
ensino regular. 
 
ii. Política pública voltada ao público que não adquiriu certificação do ensino regular na
idade apropriada. 
 
iii. Processo relativo ao contexto brasileiro, em que o crescimento das cidades exige
ações para oferecer formação a potenciais operários.
 
Estão corretas as afirmativas:
A alternativa "C " está correta.
 
A educação de jovens e adultos é uma política pública voltada àqueles que não tiveram
condição de desenvolvimento na idade apropriada. Teve fases diversas no Brasil, primeiro
voltada ao mercado de trabalho, como apontam as alternativas II e III.
2. A educação de jovens e adultos no Brasil relaciona-se intensamente ao nosso
contexto educacional. Nesse sentido, podemos afirmar que: 
 
i. A ditadura militar fomentou projetos de educação de jovens e adultos, como o Mobral. 
 
ii. Na Nova República, a educação de jovens e adultos manifestou-se como um problema
e demandou fortes investimentos. 
 
iii. Durante o momento de redemocratização, foram criados projetos de educação
popular como a FUNABEM e as escolas técnicas.
 
As afirmativas corretas são:
A alternativa "A " está correta.
 
A educação de jovens e adultos, como qualquer projeto de educação, dialoga com o contexto
nacional. A ditadura militar tinha um forte princípio de difusão social do valor de identidade
nacional, de cidadania, o que se manifestou em projetos como o Mobral. Já na Nova
República, uma vez que a Constituição Federal determina que a educação é um direito e um
compromisso, torna-se necessário criar vagas, demandando investimentos que podem ser
observados nos censos escolares desse período.
MÓDULO 2
 Reconhecer o papel de Lourenço Filho, das campanhas nacionais e dos movimentos
de educação na EJA na institucionalização da modalidade no Brasil
LOURENÇO FILHO E A CAMPANHA
NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS
Vamos conhecer uma importante personagem desse campo educacional: Manuel Lourenço
Filho e sua atuação na Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos!
 
Fonte: INEP / CC BY-ND 3.0
 Lourenço Filho.
Falaremos primeiro sobre sua biografia no intuito de entendermos quem ele foi e como atuou
para a implementação dessa política educacional na história brasileira. Posteriormente,
trataremos da Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, por ele gerida como política
de governo a partir de fins da década de 1940.
Lourenço Filho (1897-1970) vem de uma trajetória de atuação importante na estruturação
teórica e política do que começou a ser então pensado como Educação Nacional. Atuou
intensamente durante as décadas de 1920 e 1930 em projetos inovadores de construção de
uma educação que acontecesse em todo o território nacional, acessível a toda a população,
pública, laica e gratuita.
Esteve na fundação do então Ministério da Educação e Saúde como um de seus idealizadores,
passo que considerava fundamental para os projetos políticos e educacionais que defendia.
Juntamente com Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo, é apontado como o autor do texto
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
Foi membro do Conselho Nacional de Educação em 1937 e diretor geral do Departamento
Nacional de Educação. Em 1938, atendendo ao então ministro Gustavo Capanema (1900-
1985), organizou o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos e, em 1944, foi o responsável
pelo surgimento da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos.
 
Fonte: Almanaque Lusofonista / Wikimedia commons / Domínio público
 Os manifestos.
Também produziu muitos livros e materiais acadêmicos sobre educação e formação de
professores. Valorizava e defendia o método científico como base para o campo educacional e
suas políticas, incentivando a produção científica na área.
E como Lourenço Filho entendia a educação?
Lourenço Filho entendia que a educação deveria ser laica, gratuita e acessível a todos, como
uma maneira de prover desenvolvimento ao país. Ainda que não fosse filiado a um partido
político, considerava fundamental sua participação nas esferas decisivas do poder da área
educacional, para a execução das políticas educacionais que entendia como política de
segurança nacional.
 VOCÊ SABIA
O intelectual foi muito criticado por sua participação nas políticas educacionais do governo
Vargas durante o Estado Novo. Porém, ele entendia que precisava estar no centro do poder
para implementar reformas que considerava essenciais à educação brasileira, em especial no
sentido de democratizar o acesso de todos à educação formal.
Após duas décadas de construção e atuação no campo da educação pública para crianças,
incluindo seu trabalho na expansão e consolidação da área de formação de professores,
Lourenço Filho tornou-se o diretor geral da Campanha de Educação de Adolescentes e
Adultos (CEAA) de 1947 a 1950.
De acordo com Costa e Araújo (2011), no momento político vivido à época no país com a
redemocratização pós-Estado Novo, “[...] a CEAA foi concebida como a primeira campanha
oficial de caráter nacional para o ‘combate’ ao analfabetismo”.
Fávero (2009) assim resume o período e a implantação da CEAA:

A CEAA TEVE GRANDE PENETRAÇÃO EM
PRATICAMENTE TODOS OS ESTADOS DA
FEDERAÇÃO. COM FIRME COORDENAÇÃO DE
LOURENÇO FILHO, ESTABELECEU CONVÊNIOS COM
MUITAS SECRETARIAS DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS.
NÃO SE LIMITOU A ATUAR NAS CAPITAIS, ATINGIU
MUITAS CIDADES DO INTERIOR. SIGNIFICOU, AO
MESMO TEMPO, UM MOVIMENTO DE ALFABETIZAÇÃO
DE ADULTOS E UM MOVIMENTO DE EXTENSÃO DA
ESCOLARIZAÇÃO NO MEIO RURAL. EMBORA
DEFININDO-SE COMO EDUCAÇÃO DE ADULTOS, A
CAMPANHA LIMITOU-SE À ALFABETIZAÇÃO; FOI
MESMO MUITO CRITICADA POR TER SE TORNADO
UMA “FÁBRICA DE ELEITORES”. ESTAVA-SE
FAZENDO A RECOMPOSIÇÃO DOS PARTIDOS
POLÍTICOS, PREPARAVAM-SE ELEIÇÕES, A
EDUCAÇÃO DE ADULTOS RESTRINGIA-SE À
ALFABETIZAÇÃO E O PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO RESTRINGIA-SE A ENSINAR A
ASSINAR O NOME PARA SE OBTER O TÍTULO DE
ELEITOR; “FERRAR O NOME”, COMO PAULO FREIRE
CRITICOU MAIS TARDE.
A campanha tinha grande apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação e a
Cultura (Unesco), órgão da então recém-fundada Organização das Nações Unidas – ONU, que
tinha um grande projeto de educação de base voltado para a promoção da educação em seus
países-membros.
Ainda segundo Fávero, por educação de base entendia-se (e ainda se entende) aquela que
possibilita a escolarização primária dos que não puderam tê-la na chamada idade apropriada:
capacidade de ler, escrever, elaborar contas simples, do cotidiano; noções básicas de saúde e
higiene, além de moral, civismo e política. As motivações individuais (que também se tornam
coletivas) para a alfabetização de adultos pouco mudaram ao longo das décadas, como:
 EXEMPLO
Ler a Bíblia, ler e escrever cartas sem depender de filhos ou amigos (nos dias atuais, o uso do
celular e suas incontáveis aplicações) e tirar título de eleitor, visto que desde o Império até
1985 aos analfabetos era vetado o direito ao voto.
Isso foi modificado em 1985 com a Emenda Constitucional nº 25 à Constituição de 1967 e
depois incluído como direito amplo na Constituição de 1988. Assinar o nome em documentos e
não apenas usar a digital são asprincipais motivações que sempre aparecem nas justificativas
dadas pelos sujeitos envolvidos nos processos de alfabetização de adultos.
Para Fávero (2009):

[...] DESDE A CEAA SE PERCEBE QUE ESCOLAS
IMPROVISADAS, COM PROFESSORES
IMPROVISADOS, MESMO USANDO MATERIAL
DIDÁTICO ESPECÍFICO, NÃO DÃO CONTA DE UM
PROCESSO EDUCATIVO TÃO AMPLO.
O material didático então produzido e largamente utilizado ainda tem uma forte base na ideia
de adaptação dos materiais preparados para a alfabetização de crianças.
Essa questão perdurou quase até o final do século XX nos programas de alfabetização de
adultos no Brasil. Durante um curto espaço de tempo, sob influência das ideias de Paulo Freire,
é que houve um movimento de reestruturação desse tipo de noção, interrompido pelos anos da
ditadura militar — que retoma as antigas cartilhas e os métodos dos primeiros anos de
alfabetização de adultos como política pública.
A CEAA inaugura a articulação entre as esferas federal, estadual e municipal para as questões
complexas da educação em nível fundamental ao estender o então ensino primário a todas as
crianças e, por conseguinte, o ensino supletivo a adolescentes e adultos.
 
Fonte: André Koehne / Wikimedia commons / CC BY-SA 3.0
 Método Paulo Freire: alfabetização pela conscientização.
Assim, consolida a ideia de “voluntariado” no campo da educação pública, uma vez que muitas
ações de organização geral, e mesmo no campo propriamente pedagógico, contarão com
diversas articulações entre o que entendemos por sociedade civil organizada (igrejas,
associações esportivas, culturais etc.) para a implementação de ações alfabetizadoras.
Outro desafio que se impõe é como organizar a educação para adultos no pós-alfabetização. A
ação da CEAA, na prática, acabou restrita às ações de alfabetização e educação de base,
conforme definida anteriormente.
 
Fonte: Shutterstock.com
REFLEXÃO
Apesar de muitas críticas direcionadas a essa e outras campanhas realizadas a partir de então,
em especial nos meios acadêmicos e intelectuais, muitas pessoas no país foram alfabetizadas
graças a essas ações e, por isso, puderam perceber mudanças significativas em suas vidas.
ENTRE A INSTITUCIONALIZAÇÃO E O
IDEAL DE CIDADANIA DA EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS
Essa primeira campanha, bem como outras que vieram depois, colocou a educação de adultos
como ação assistencialista e de caráter compensatório. Desse modo, criou-se a ideia de uma
ação supletiva do Estado, suprindo uma carência que o próprio não fora capaz de suprir na
considerada idade apropriada.
O conceito de “campanha” em si está imbuído de sua não associação com o direito do cidadão
e dever do Estado como política pública, tal como entendemos nos dias atuais. As noções de
direito à educação ao longo e por toda a vida ainda demoraram muitas décadas para
aparecerem e se tornarem a base da educação de adultos como política pública.
Para entendermos a época da chamada educação popular, é importante fazer um resumo das
outras campanhas que se seguiram durante a primeira metade dos anos 1960.
Até meados dos anos 1950, acontecem, em sequência à CEAA, a CNER (Campanha Nacional
de Educação Rural), a CNEA (Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo), o Sirena
(Sistema Rádio Educativo Nacional) e a Mobilização Nacional contra o Analfabetismo.
No final dos anos 1950, é criada a Campanha de Educação Rural, uma ação conjunta dos
Ministérios da Educação, Saúde e Agricultura que, nos dizeres de Fávero (2009):

COMEÇA A SER REALIZADO UM TRABALHO
INTENSIVO JUNTO ÀS “COMUNIDADES RURAIS”,
ABORDANDO A EDUCAÇÃO SANITÁRIA, A HIGIENE E
A SAÚDE, A INTRODUÇÃO DE ALGUMAS TÉCNICAS
AGRÍCOLAS. EM PARTICULAR, SÃO REALIZADAS
CAMPANHAS DE ÁGUA FILTRADA E FOSSA
SANITÁRIA, ASSIM COMO O ATENDIMENTO ÀS MÃES
NO PRÉ E PÓS-NATAL. UM DE SEUS GRANDES
MÉRITOS FOI FORMAR EXCELENTES QUADROS
MÉDIOS, PRINCIPALMENTE PARA OS TRABALHOS
RELATIVOS AOS SETORES DA SAÚDE: AGENTES
SANITÁRIOS, PREVENÇÃO DA MALÁRIA,
TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE ETC. NO
INÍCIO DOS ANOS DE 1960, ENCONTRAVAM-SE
ÓTIMOS TÉCNICOS TRABALHANDO NO MEIO RURAL,
EMBORA OS SERVIÇOS A QUE PERTENCIAM
ESTIVESSEM DESPRESTIGIADOS E SEM VERBAS.
 
Fonte: Missão Rural de Educação de Adultos (Brasil, 1950)
 Atividades: Clubes agrícolas, setor agropecuário, recreação infantil e curso de enfermagem
do lar.
Essa campanha, em que pesem seus ótimos resultados no que diz respeito à melhoria da vida
e da estrutura social no meio rural, não cumpriu o principal objetivo, que era o de erradicar o
analfabetismo naquele grupo populacional. Portanto, mesmo tendo persistido por vários anos,
a CNER vai deixando de ser prioridade como maneira de alfabetizar adultos em larga escala.
A Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo também foi implementada em
projetos-piloto, o principal deles em Joinville (SC). Manteve o caráter assistencialista e, como
outras, não teve verbas para que pudesse ser executada em larga escala.
O Sistema Rádio Educativo Nacional (Sirena), além de servir de base para outras ações de
educação de adultos, permitindo inclusive um alcance muito maior de pessoas e lugares, era
uma nova proposta de radioeducação, a partir de iniciativas que já aconteciam desde a década
de 1920.

[...] O SIRENA É CONSTITUÍDO COMO UM SISTEMA
INTEIRO: SÃO CONTRATADOS PROFISSIONAIS DAS
ÁREAS DE EDUCAÇÃO, SAÚDE, AGRONOMIA E
VETERINÁRIA ETC.; SÃO PRODUZIDOS PROGRAMAS
EDUCATIVOS RADIOFONIZADOS PELAS MELHORES
VOZES DO BROADCASTING DA RÁDIO NACIONAL (AS
NOVELAS DA RÁDIO NACIONAL SIGNIFICAVAM O QUE
SIGNIFICAM HOJE AS NOVELAS DA GLOBO, PARA
TODO O BRASIL). ESSES PROGRAMAS ERAM
GRAVADOS EM DISCOS DE ACETATO DE 12
POLEGADAS, DISTRIBUÍDOS ÀS EMISSORAS
CONVENIADAS E RETRANSMITIDOS NO HORÁRIO
OBRIGATORIAMENTE RESERVADO PARA EMISSÕES
EDUCATIVAS (NO PERÍODO DE 18:00H ÀS 18:30H). AS
GRAVAÇÕES ERAM RADIOFONICAMENTE BEM
FEITAS, MAS SEU CONTEÚDO ERA
INCOMPREENSÍVEL PARA ADULTOS ANALFABETOS
QUE AS OUVIAM AO PÉ DE RÁDIOS DE PILHA, EM
ESCOLAS COM INSTALAÇÕES PRECÁRIAS,
ILUMINADAS POR LAMPARINAS OU LAMPIÕES; ERA
IMPOSSÍVEL ENTENDER, POR EXEMPLO, AS AULAS
SOBRE MICRÓBIOS, ESCRITAS E PRODUZIDAS EM
LINGUAGEM TÉCNICA. O SIRENA CONSEGUIU FAZER
A CARTILHA DE ALFABETIZAÇÃO MAIS BONITA, A
PRIMEIRA EM CORES, MAS DIDATICAMENTE A MAIS
PROBLEMÁTICA QUE SE TEM COMO HERANÇA DOS
ANOS DE 1950: A RADIOCARTILHA.
(FÁVERO, 2009)
 
Fonte: Shutterstock.com
Alguns desses programas e a radiocartilha traziam conteúdos que, por um lado, eram
infantilizados demais para o público adulto e, por outro, tinham temas e imagens que não
faziam sentido nem integravam a vida cotidiana de grande parte de seu público-alvo. Ainda
segundo Fávero, dada sua larga distribuição pelo país, o livro foi muito criticado e rechaçado
por todos os movimentos de cultura e educação popular dos anos 1960.
Ao longo da década de 1950, houve uma tensão entre os projetos de educação de adultos e os
de educação primária. As campanhas de alfabetização de adultos não surtiram o efeito
desejado de erradicação do analfabetismo no país, ainda que muitos avanços tivessem
acontecido em relação ao seu alcance.
 
Fonte: INEP
A partir de estudos sociológicos incentivados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), sob o comando do próprio Anísio Teixeira, chega-se à
conclusão de que a escola primária não alcança a quantidade de crianças suficientes para que
não se produzam mais adultos analfabetos no país.
A partir dessa conclusão, algumas experiências-piloto — a principal e mais bem-sucedida delas
em Uberlândia (MG) — de projetos de educação foram implementadas, com estrutura física
construída para tal fim, professores formados para seu desenvolvimento e classes que
atendiam a crianças ao longo do dia e adultos, de forma supletiva, no horário noturno.
Porém, e uma vez mais, essas campanhas não conseguiram recursos nem profissionais
habilitados para que fossem transformadas em projetos nacionais, seja na forma de educação
primária para criançasou na forma supletiva para a tão almejada erradicação do analfabetismo
no Brasil.
Ao longo da segunda metade da década de 1950, sob a presidência de Juscelino Kubitschek, o
governo teve como principal meta o desenvolvimentismo com vistas a inserir o país no rol do
mundo industrializado. Eram gigantes os desafios a serem enfrentados para que se pudesse
cumprir tal missão.
 ATENÇÃO
No campo da educação, o analfabetismo continuou sendo o principal desafio, seguido de perto
pela necessidade de extensão da educação primária a todas as crianças nas chamadas idades
apropriadas. Como dissemos, entendia-se que essa era uma forma primordial para a
erradicação do analfabetismo em médio e longo prazos.
Acreditava-se que, juntando essa política com a da alfabetização de adultos, em breve
teríamos um ínfimo contingente de pessoas adultas analfabetas, talvez nenhuma.
Ainda no espectro da política institucional, desde o período de redemocratização do Brasil pós-
Estado Novo que se discute e se constrói a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, em 1961. Esse projeto fez parte da ideia, que vinha desde Lourenço Filho e Anísio
Teixeira, de unificação das diretrizes e ações políticas de educação no governo federal e,
especialmente, no Ministério da Educação.
 
Fonte: Shutterstock.com
A primeira LDBEN foi finalmente promulgada em 1961, pelo presidente João Goulart, após
longos anos de debates e disputas no Congresso Nacional sobre seu conteúdo. Uma das
principais disputas, a partir da qual houve intensa mobilização da sociedade civil, foi sobre a
prioridade da escola pública em troca dos partidários da liberdade de ensino.
Então, a questão é: como os recursos públicos devem ser gastos na educação? Neste
ponto temos dois grupos. Veja:
Os recursos do Estado deveriam ser empregados na manutenção e na expansão das escolas
públicas, que deveriam ministrar ensino obrigatório, gratuito e laico.
Para os outros, esses recursos deveriam ser transferidos às instituições particulares, que
ministrariam o ensino conforme as orientações ideológicas das famílias, cabendo ao Estado
apenas ocupar o espaço não preenchido pela iniciativa privada.
Dessa disputa, deu-se a criação e a institucionalização do Movimento de Defesa da Escola
Pública, liderado por intelectuais como Florestan Fernandes (1920-1995) e Anísio Teixeira.
Posteriormente, esse movimento teve um importante papel na área de educação de adultos,
como veremos a seguir.
Em 1962, em decorrência da LDB, fez-se o primeiro Plano Nacional de Educação do Brasil.
Uma mudança ocorreu em meados da década de 1950, passou-se das chamadas “Campanhas
de educação” para os então “Movimentos de educação” ou “Movimentos sociais pela
educação”, a depender da posição ideológica. Há, nesse sentido, uma mudança radical do
modo de tratar a educação de adultos no país.
A CAMINHO DE UMA EDUCAÇÃO POPULAR
Uma importante mudança reside no fato de que não é mais o governo federal que cria e
implanta as ações por meio do Ministério da Educação. Tem-se aí uma forte mobilização da
sociedade civil, estados e mesmo municípios e, por intermédio de organizações, como a Igreja
Católica, a UNE, os intelectuais e professores, constroem-se movimentos de educação de
adultos a partir das realidades das pessoas e dos lugares nos quais elas estão inseridas.
Uma das importantes fontes para esses movimentos foi a conclusão apresentada por Paulo
Freire no 2º Congresso Nacional de Educação de Adultos, em 1958, quando ele afirma que
o problema do analfabetismo no Brasil é a situação de desigualdade social em que vive a maior
parte da população. Complementa dizendo que não haverá sucesso na luta contra o
analfabetismo sem encarar o problema da desigualdade e das más condições de vida da
população.
 
Fonte: Matheus Mendes 42 / Shutterstock.com
 Protestos contra cortes na educação pública, em 2019, São Paulo, Brasil.
Além do Movimento de Defesa da Escola Pública, criado por professores e pesquisadores da
Universidade de São Paulo (USP), temos, por exemplo:
O Movimento de Educação de Base (MEB), da Igreja Católica, por meio da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB);
O Movimento de Cultura Popular (MCP), no Recife;
O Centro Popular de Cultura (CPC), da UNE;
De pé no chão também se aprende a ler, no Rio Grande do Norte;
A Campanha de Educação Popular da Paraíba (CEPLAR);
O Sistema Paulo Freire.
 RESUMINDO
Os programas de educação de jovens e adultos, como percebemos, têm uma longa história em
nossa sociedade. Esses programas aparecem em iniciativas populares, em projetos de níveis
governamentais diferentes e cada um tem uma história, que com certeza dialoga com o que
aqui expusemos.
Você conhece algum desses programas? Você sabe se o seu município tem alguma ação de
educação popular ou de educação de jovens e adultos? Já teve? Quando começou? Conhecer
e desenvolver educação depende também de sua ação. Pesquise e conheça — sempre é um
ótimo caminho!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL AFIRMAÇÃO MELHOR DEFINE AS PREOCUPAÇÕES DE
LOURENÇO FILHO COM SEU PROJETO POLÍTICO EDUCACIONAL?
A) Ele entendia que a educação deveria ser um direito humano fundamental de todos, a
qualquer momento da vida.
B) Para Lourenço Filho, era fundamental uma política educacional nacional que alcançasse
todas as crianças e se estendesse aos adultos analfabetos, porque disso dependia o
desenvolvimento do país como nação industrializada.
C) Lourenço Filho estava preocupado em criar um sistema educacional centralizado que
servisse de base para a garantia da segurança nacional, pois entendia que a educação
primária era a melhor forma de conscientização dos cidadãos do país, para assegurar a
possibilidade de que todos pudessem votar no período de democratização em que ocorreu a
CEAA.
D) Lourenço Filho entendia que era fundamental democratizar o acesso à educação para todos
os cidadãos do país como política de segurança nacional, incentivando as classes mais
abastadas a pagar pela educação das classes populares.
E) Ele defendia que adolescentes e jovens deveriam ser alfabetizados para realizarem
atividades básicas da vida, como ler e escrever cartas, ler a Bíblia, executar operações
matemáticas básicas e aprender hábitos de higiene e saúde.
2. QUAL AFIRMAÇÃO PODE SER CONSIDERADA CORRETA PARA
DEFINIR A CEAA?
A) Foi uma campanha cujo maior objetivo era formar pessoas mais qualificadas para o
mercado de trabalho e que pudessem tirar seus títulos de eleitor.
B) Uma campanha idealizada pelo governo federal para tirar o país do atraso intelectual a partir
dos dados do censo de 1940, que apontou mais de 55% da população adulta e
economicamente ativa como analfabeta.
C) Com a democratização do país pós-Estado Novo, os governantes estavam preocupados em
restituir à população adulta o direito à educação e à aprendizagem por toda a vida.
D) A campanha estava inserida nos propósitos da Unesco de possibilitar a escolarização
primária dos que não puderam tê-la na chamada idade apropriada, a saber: a capacidade de
ler, escrever, elaborar contas simples, do cotidiano; as noções básicas de saúde e higiene,
além de moral, civismo e política.
E) Uma campanha que visava instituir o voluntariado como prática comum nas ações de
educação supletiva no Brasil.
GABARITO
1. Qual afirmação melhor define as preocupações de Lourenço Filho com seu projeto
político educacional?
A alternativa "B " está correta.
 
Lourenço Filho é um excelente exemplo da busca da institucionalização da EJA. Sua lógica é
pensar uma política pública em prol do desenvolvimento do país. Então, a ideia de uma massa
que não pode ser integrada com facilidade nas engrenagens do capital representará atraso.
Por isso, a defesa de que são funções do Estado a atuação e a organização desse processo.
2. Qual afirmação pode ser considerada correta para definir a CEAA?
A alternativa "D " está correta.
 
O fim da Segunda Guerra e a ascensão de órgãos internacionais como a ONU,OMS e Unesco
acabaram atuando por políticas e ações internacionais com bases fundamentadas no ideal de
globalização e nos princípios de civilidade ocidental. Nesse sentido, acabam reproduzindo
valores como o da valorização do capital, vividos em tempos de Guerra Fria. Assim,
percebemos que a divulgação desses ideais civilizatórios passa a compor os programas
federais de educação de jovens e adultos no Brasil.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Você conheceu um pouco do contexto e do olhar para a educação de jovens e adultos, como
ela surgiu no Brasil, quais papéis assumiu e o modo como suas modalidades voltadas para
trabalho e educação contribuíram para a formação da cidadania a partir de vários debates.
É importante notar a sobreposição das linhas do tempo — social, do mercado de trabalho, da
educação — e como a educação de jovens e adultos está assentada nas demandas nacionais,
visando responder a demandas nacionais e assumindo novos papéis dependendo do nosso
contexto.
A ideia de que pessoas que não foram educadas na infância podem sê-lo depois e, por fim, de
que é um direito ter acesso à educação marca a nossa história. Uma das primeiras iniciativas
nesse sentido nos leva ao passado, mas a nada institucional. A institucionalização só veio a
partir dos anos 1920 e 1930, e teve Lourenço Filho como um de seus principais nomes.
Certo é que, desde então, temas como movimentos pela educação de jovens e adultos e o
papel que essa educação deveria ofertar — melhores empregos, autonomia, cidadania — têm
sido debatidos e fazem parte do complexo quadro da educação brasileira.
FALA, MESTRE!
Mestres de diversas áreas do conhecimento compartilham as informações que tornaram suas
trajetórias únicas e brilhantes, sempre em conexão com o tema que você acabou de estudar!
Aqui você encontra entretenimento de qualidade conectado com a informação que te
transforma.
Política de Cotas
Sinopse: Dra. Ivone Caetano, primeira juíza negra do Estado do Rio de Janeiro e primeira
desembargadora negra do TJRJ, reflete sobre a importância da política de cota para a
diminuição da desigualdade social.
Sinopse: Dra. Ivone Caetano, primeira juíza negra do Estado do Rio de Janeiro e primeira
desembargadora negra do TJRJ, reflete sobre a importância da política de cota para a
diminuição da desigualdade social.
Direitos das crianças, religiões de matriz africana e perseguição religiosa
Sinopse: Dra. Ivone Caetano, primeira juíza negra do Estado do Rio de Janeiro e primeira
desembargadora negra do TJRJ, relata o racismo existente em processos da vara de infância e
juventude envolvendo religiões de matriz africana.
Sinopse: Dra. Ivone Caetano, primeira juíza negra do Estado do Rio de Janeiro e primeira
desembargadora negra do TJRJ, relata o racismo existente em processos da vara de infância e
juventude envolvendo religiões de matriz africana.
Atuação dentro da vara de infância e juventude
Sinopse: Dra. Ivone Caetano, primeira juíza negra do Estado do Rio de Janeiro e primeira
desembargadora negra do TJRJ, compartilha suas memórias do período em que atuou na vara
de infância e juventude e o seu compromisso com a sua função.
Sinopse: Dra. Ivone Caetano, primeira juíza negra do Estado do Rio de Janeiro e primeira
desembargadora negra do TJRJ, compartilha suas memórias do período em que atuou na vara
de infância e juventude e o seu compromisso com a sua função.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BARCELOS, L. B. Dimensões históricas, sociais e políticas da EJA – o âmbito legal: um
olhar sobre o passado e o presente. In: MEDEIROS, C. C.; GASPARELLO, A.; BARBOSA, J. L.
(orgs.). Educação de Jovens, Adultos e Idosos na diversidade: saberes, sujeitos e práticas.
Niterói: UFF/Cead, 2015.
CORDEIRO, C. M. F. (2001). Anísio Teixeira, uma" visão" do futuro. In: Estudos avançados,
15(42), 241-258.
COSTA, D. M. V.; ARAUJO, G. A campanha de educação de adolescentes e adultos e a
atuação de Lourenço Filho (1947-1950): a arte da guerra. Simpósio brasileiro de política e
administração da educação, v. 25, p. 01-09, 2011.
FÁVERO, O. Lições da História: os avanços de 60 anos e a relação com as políticas de
negação de direitos que alimentam as condições do analfabetismo no Brasil. In: PAIVA, J.;
OLIVEIRA, I. B. Educação de Jovens e Adultos. Petrópolis: DP, 2009.
IBGE. Memória. Recenseamento Geral de 1940: o primeiro do IBGE, quinto do Brasil.
Consultado eletronicamente em: nov. 2020.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE. Serviço de Educação de Adultos. Serviço de
Informação Agrícola. Missão rural de educação de adultos: um ensaio de educação integral.
Rio de Janeiro, dez. 1950.
PAIVA, V. P. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Loyola, 1987.
EXPLORE+
Artigos:
Para saber mais sobre a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, leia os artigos:
Lourenço Filho e a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA) no estado do
Espírito Santo em 1947, de Deane Monteiro Vieira Costa.
A Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos e a atuação de Lourenço Filho (1947-
1950): a arte da guerra, de Deane Monteiro Vieira Costa e Gilda Cardoso de Araújo.
Para saber mais sobre a questão da EJA entre 1947 e 1967, leia o artigo: Memória da
educação de jovens e adultos (1947-1967), de Osmar Fávero.
Vídeos:
Pesquise vídeos da professora Cleuza da Silva Pulice. Em um deles, ela fala sobre Lourenço
Filho.
Veja o vídeo Lourenço Filho, Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo por Diana Vidal. O
documentário conta um pouco da história dos precursores do movimento da Escola Nova no
Brasil e que estiveram à frente das principais reformas educacionais do país. O programa é
conduzido pela Prof.ª Diana Vidal.
Site:
Vale a pena visitar o site do FÓRUM EJA. Lá você terá vídeos, textos e pesquisas.
CONTEUDISTA
Jéssica Ferreira
 CURRÍCULO LATTES
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